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PRINCÍPIOS E PRÁTICAS _

Saúde Bucal na Gravidez

Erin Hartnett, Judith Haber, Barbara Krainovich-Miller, Abigail Bella, Anna Vasilyeva e Julia Lange Kessler

Correspondência
Erin Hartnett, DNP, APRN-BC,
CPNP, NYU College of Nursing,
433 1st Ave., 6th floor, New
York, NY 10003.
Hartne01@nyu.edu
ABSTRATO
A saúde bucal é crucial para a saúde geral. Devido às alterações fisiológicas normais, a gravidez é um momento de particular vulnerabilidade em termos
de saúde oral. As mulheres grávidas e os seus prestadores necessitam de mais conhecimento sobre as muitas alterações que ocorrem na cavidade oral
durante a gravidez. Neste artigo descrevemos a importância do reconhecimento, prevenção e tratamento dos problemas de saúde bucal em gestantes.
Oferecemos estratégias educacionais que integram competências interprofissionais em saúde bucal.

Palavras-
chave JOGNN, 45, 565–573; 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.jogn.2016.04.005
gengivite
Aceito em abril de 2016
saúde bucal doença
periodontal
gravidez cuidados de saúde da mulher

Erin Hartnett, DNP, APRN-BC, Durante a gravidez, ocorrem muitas alterações na

CPNP, é Diretora do Programa
de Educação e Prática e Ensino
de Enfermagem em Saúde
Bucal, Rory Meyers College of
Nursing da Universidade de
Nova York, Nova York, NY.
Judith Haber, PhD, APRN, BC,
FAAN, é professora de
liderança Ursula Springer
em enfermagem e diretora
executiva de programas de
educação e prática e ensino de
enfermagem em saúde bucal,
Rory Meyers College of
Nursing da Universidade
de Nova York, Nova York,
NOVA IORQUE.
Barbara Krainovich-Miller, EdD,
RN, PMHCNS-BC, ANEF,
FAAN, é professora clínica, Rory
Meyers College of Nursing
da Universidade de Nova
York, Nova York, NY.
(Contínuo)
Os autores relatam não haver
conflito de interesses ou
relações financeiras relevantes.
Nadurante
última década, a importância
a gravidez da saúde
atraiu a atenção de bucal
legisladores, fundações, agências e prestadores de
cuidados de saúde que atendem mulheres grávidas
e crianças pequenas. O Cirurgião Geral dos EUA
(Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos
EUA, 2000), a Organização Mundial da Saúde
(Petersen, 2008) e o Colégio Americano de
Obstetras e Ginecologistas (Colégio Americano de
Obstetras e Ginecologistas Médicos de Saúde da
Mulher e Comitê de Cuidados de Saúde para
Carentes Mulheres, 2013) reconheceram que a
saúde oral é parte integrante dos cuidados de
saúde preventivos para mulheres grávidas e seus
recém-nascidos. Três relatórios do Instituto de
Medicina (2011, 2013; Instituto de Medicina e
Conselho Nacional de Pesquisa, 2011) destacaram
a importância de abordar a saúde bucal como um
problema de saúde populacional para mulheres
grávidas. Em 2012, o Grupo de Trabalho de
Especialistas em Cuidados de Saúde Oral Durante
a Gravidez destacou a importância da prestação de
cuidados de saúde oral às mulheres grávidas no
seu documento histórico, Saúde Oral Durante a
Gravidez: Uma Declaração de Consenso Nacional.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos
dos EUA, Administração de Recursos e Serviços de
Saúde (HRSA) lançou Integração de Saúde Oral e
Prática de Cuidados Primários (2014), que descreve Doença Periodontal na Gravidez
competências clínicas essenciais de saúde oral
interprofissional apropriadas para prestadores de
cuidados primários, incluindo enfermeiros (NPs),
enfermeiras obstétricas (NMs), médicos (MDs),
médicos de medicina osteopática (DOs) e médicos assistentes
cavidade oral que podem estar ligadas à doença
periodontal, que inclui gengivite e periodontite.
Estudos indicaram que existe uma ligação entre “o
aumento dos níveis plasmáticos de hormonas da
gravidez e um declínio no estado de saúde
periodontal” (Wu, Chen, & Jiang, 2015, p. 8).
Aproximadamente 60% a 75% das mulheres
grávidas têm gengivite (Conselho de Acesso,
Prevenção e Relações Interprofissionais da
American Dental Association, 2006). Embora vários
números tenham sido relatados sobre a prevalência
de periodontite na gravidez, quase metade dos
adultos nos Estados Unidos tem essa condição
(Eke, Dye, Wei, Thornton-Evans, & Genco, 2012).
Durante a gravidez, a saúde oral da mulher pode
afectar a sua saúde e a saúde do feto
criança. O objetivo deste artigo é apresentar
informações sobre a importância dos prestadores
de cuidados de saúde da mulher no reconhecimento,
prevenção e gestão de problemas de saúde bucal
durante a gravidez. São fornecidas estratégias que
integram competências interprofissionais de saúde
bucal na educação e prática dos profissionais de
saúde da mulher.
A doença periodontal, incluindo gengivite e
periodontite, tem sido associada à gravidez (Wu
et al., 2015). Segundo a Academia Americana de
Periodontia, a doença periodontal é “uma doença
(PAs).
inflamatória que afeta

http://jognn.org ª 2016 AWHONN, Associação de Enfermeiras de Saúde da Mulher, Obstétricas e Neonatais. 565
Publicado pela Elsevier Inc. Este é um artigo de acesso aberto sob a licença CC BY-NC-
ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
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PRINCÍPIOS E PRÁTICAS _
A falta de cuidados com a saúde bucal durante a gravidez pode afetar
negativamente a mãe e o recém-nascido.
Abigail Bella, MPH, é
Coordenadora do Programa
de Ensino de Saúde Oral-
Sistêmica, Rory Meyers
College of Nursing da
Universidade de Nova
York, Nova York, NY.
Anna Vasilyeva, MPH, é
Coordenadora do Programa
de Educação e Prática
em Enfermagem em
Saúde Bucal, Rory
Meyers College of Nursing
da Universidade de Nova
York, Nova York, NY.
Julia Lange Kessler, CM,
DNP, FACNM, é
Diretora do Programa de
Enfermagem Obstétrica/
WHNP e professora
assistente, Universidade
de Georgetown, Escola
de Estudos de Enfermagem
e Saúde, Washington, DC.
566
as estruturas moles e duras que sustentam os dentes”
(nd, “As Causas e Sintomas”, par.
2). A gengivite, o estágio inicial da doença periodontal,
ocorre quando “as gengivas ficam inchadas e vermelhas
devido à inflamação”, e a periodontite, a forma mais
grave de doença periodontal, ocorre quando “as
gengivas se afastam do dente e dos tecidos gengivais
de suporte”. são destruídos”
(Academia Americana de Periodontia, sd, “As Causas
e Sintomas”, parágrafo 2).
Gengivite
Figuero, Carrillo-de-Albornoz, Martÿ´n, Tobÿ´as e
Herrera (2013) relataram em sua revisão sistemática
que a relação entre gravidez e gengivite confirmou “a
existência de um aumento significativo de gengivite
durante a gravidez e entre gestante versus puérperas
ou não grávidas” (p. 457). Ehlers, Callaway, Hortig,
Kasaj e Willershausen (2013) compararam a avaliação
dentária e o fluido crevicular gengival de 40 mulheres
grávidas e 40 indivíduos controle não grávidas da
mesma idade. Eles descobriram que 80% das mulheres
grávidas apresentavam inflamação gengival, em
comparação com 40% dos indivíduos controle.
Gogeneni et al. (2015) relataram que gestantes com
gengivite e gestantes com gengivite e diabetes mellitus
gestacional (DMG) apresentavam níveis elevados de
proteína C reativa sistêmica. Estas descobertas indicam
que a gengivite é um problema em mulheres grávidas.
Periodontite
Estudos recentes mostraram uma associação
entre periodontite durante a gravidez e baixo peso ao
nascer (BPN), muito baixo peso ao nascer (MBP), pré-
eclâmpsia e DMG (Corbella et al., 2016; Guimarães et
al., 2012; Ha, Jun, Ko, Paik, & Bae, 2014; Xiong et al.,
2009).
Guimarães et al. (2012) mostraram em seu estudo
transversal com 1.206 mulheres no pós-parto que “a
periodontite materna foi associada a uma diminuição
do peso médio ao nascer, bem como ao BPN e ao
MBPN” (p. 1024). Corbella et al. (2016) conduziram
uma meta-análise de estudos em que os investigadores
controlaram a periodontite como um factor de risco
associado a resultados negativos na gravidez. Eles
escolheram 22 de 422 estudos, que incluíram 17.053
sujeitos. Eles descobriram que havia uma associação
entre periodontite e
JOGNN, 45, 565–573; 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.jogn.2016.04.005
Saúde Bucal na Gravidez
consequências negativas na gravidez; no entanto, esta
associação foi fraca (Corbella et al., 2016).
Xiong et al. (2009) descobriram que a periodontite
estava associada ao DMG (77,4% das mulheres
grávidas com DMG tinham periodontia) com um odds
ratio ajustado de 2,6 e um intervalo de confiança de 95% em
seu estudo caso-controle de 53 mulheres grávidas com
DMG e 106 sem DMG. Ha et al. (2014) encontraram
“uma relação significativa entre periodontite e pré-
eclâmpsia em nunca fumantes” (p. 869) em seu estudo
de coorte prospectivo de 283 mulheres grávidas que
nunca fumaram, 67 com periodontite e 216 sem
periodontite.
Embora estes estudos não tenham mostrado evidências
conclusivas da ligação entre a doença periodontal e
resultados negativos da gravidez, o tratamento
periodontal é seguro para mulheres grávidas, evita as
consequências adversas da periodontite (por exemplo,
dor, perda de dentes) para a mãe e não está
associado. associado a quaisquer resultados negativos
para o bebê ou para a mãe (Wrzosek & Einarson, 2009).
Acesso à assistência
O acesso à assistência odontológica está relacionado
a múltiplos fatores e situações que podem ser
concomitantes. Exemplos desses fatores e situações
incluem o seguinte: (a) raça/etnia (Azofeifa, Yeung,
Alverson, & Beltra´n-Aguilar, 2014; Hwang, Smith,
McCormick, & Barfield, 2011), (b) idade e renda
(Azofeifa et al., 2014), ( c) estressores pessoais (Le,
Riedy, Weinstein, & Milgrom, 2009), (d) falta de
educação (Azofeifa et al., 2014), (e) falta de
necessidade percebida (Marchi, Fisher-Owens,
Weintraub, Yu, & Braveman, 2010), (f) cobertura de
seguro (Cigna Corporation, 2015) e (g) diferenças
sociodemográficas (Azofeifa et al., 2014; Hwang et al.,
2011).
Hwang et al. (2011) analisaram dados do Sistema de
Monitoramento de Avaliação de Risco de Gravidez de
2004 a 2006 e encontraram disparidades significativas
de raça e etnia nas experiências de saúde bucal de
mulheres grávidas. As mulheres negras não-hispânicas
e hispânicas tinham significativamente menos
probabilidade de receber cuidados dentários durante a
gravidez do que as mulheres brancas não-hispânicas.
Através da utilização de dados do Inquérito Nacional
de Saúde e Nutrição de 1999 a 2004, Azofeifa et al.
(2014) mostraram disparidades sociodemográficas
significativas no uso de serviços odontológicos e na
saúde bucal autorreferida entre mulheres norte-
americanas em geral e entre mulheres grávidas e não
grávidas. A probabilidade de fazer uma consulta odontológica dentro de um a
http://jognn.org
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Hartnett, E. et al.
aumentou significativamente à medida que a idade, a escolaridade
e a renda da mulher grávida aumentaram.
Há evidências de que uma elevada percentagem de mulheres
grávidas não vai ao dentista. Por exemplo, a Cigna Corporation
(2015) conduziu recentemente um inquérito nacional a 801 mulheres
grávidas, das quais apenas metade tinha seguro dentário.
Eles descobriram que, embora 76% das mulheres grávidas tenham
relatado ter um problema dentário, apenas 57% relataram uma
consulta odontológica durante a gravidez.
Aqueles com seguro odontológico tinham duas vezes mais
probabilidade de visitar o dentista.
Le et al. (2009) e Marchi et al. (2010) estudaram por que as
mulheres não tiveram acesso a cuidados dentários durante a
gravidez. Le et al. conduziram uma entrevista por telefone com 51
mulheres grávidas selecionadas aleatoriamente que participaram
de um estudo piloto de saúde bucal no Oregon. Eles relataram que
tanto os estressores pessoais (por exemplo, financeiros, de emprego
e domésticos) quanto as questões de atendimento odontológico
(por exemplo, tempo, custo, atitudes dos prestadores de serviços
odontológicos e compreensão da importância da saúde bucal) foram
algumas das barreiras que impediram a gravidez. mulheres tenham
acesso a cuidados dentários durante a gravidez. Marchi et al. (2010)
utilizaram um inquérito de base populacional a mais de 21.000
pacientes grávidas e descobriram que a principal razão pela qual as
mulheres não tiveram acesso a cuidados dentários foi a falta de
necessidade percebida e que a segunda razão mais comum foi
barreiras financeiras. Num estudo realizado por Morgan, Crall,
Goldenberg e Schulkin (2009), 77% dos ginecologistas-obstetras
relataram que seus pacientes tiveram serviços odontológicos
recusados por causa da gravidez.
Infelizmente, o atendimento odontológico não é obrigatório para
adultos na Lei de Proteção ao Paciente e Cuidados Acessíveis
(2010). Muitas mulheres não possuem benefício odontológico nos
planos de saúde públicos ou privados. Embora muitos estados
forneçam benefícios odontológicos do Medicaid durante a gravidez
(Programa Nacional de Legislação Sanitária, 2012), esses benefícios
podem terminar quando a mulher dá à luz ou logo depois, portanto,
a avaliação oral oportuna por profissionais de saúde e a facilitação
do acesso a cuidados odontológicos apropriados são uma
necessidade. prioridade. Além disso, o acesso a cuidados dentários
durante a gravidez permanece limitado porque apenas 32% dos
193.300 dentistas dos EUA em 2011 relataram que aceitaram o
Medicaid (Medicaid-CHIP State Dental Association, sd). Estas
conclusões sobre o acesso aos cuidados sublinham a necessidade
de melhorar a educação em saúde oral e o acesso das mulheres
norte-americanas com crianças.
idade de rolamento.
JOGNN 2016; Vol. 45, Edição 4
PRINCÍPIOS E PRÁTICAS _
Os prestadores de cuidados de saúde carecem de informações sobre as necessidades
de cuidados de saúde oral das mulheres grávidas.
Comportamento da prática de saúde bucal dos prestadores de
cuidados de saúde da mulher Muitos profissionais de saúde
estão cientes da importância da saúde bucal, mas muitas vezes não
a abordam como parte de sua prestação de cuidados pré-
concepcionais, pré-natais ou de saúde da mulher (Hashim & Akbar,
2014 ;Morgan et al., 2009). Hashim e Akbar constataram que 95,4%
dos ginecologistas pesquisados tinham conhecimento sobre a
associação entre saúde bucal e gravidez e que 85,2%
recomendavam consultas odontológicas para seus pacientes. No
entanto, eles também descobriram que muitos ginecologistas
acreditavam erroneamente que a radiografia dentária (73%) e a
anestesia dentária local (59,3%) eram inseguras. Da mesma forma,
Morgan et al. constataram que 84% dos ginecologistas-obstetras
estavam cientes da importância da saúde bucal na gravidez, mas
que 54% não perguntaram sobre questões de saúde bucal e 69%
não forneceram informações sobre saúde bucal. Além disso, apenas
62% recomendaram consultas odontológicas para seus pacientes.
Num resumo do seu inquérito a pacientes grávidas, a Cigna
Corporation (2015) relatou que “apenas 44% das mulheres
inquiridas afirmam que o seu médico conversou com elas sobre
saúde oral durante as consultas de gravidez” (p. 2). Muitos dentistas
não estão dispostos a atender pacientes grávidas por questões de
responsabilidade, mas podem enfrentar mais responsabilidades por
não tratarem pacientes grávidas do que por tratá-las (National
Maternal and Child Oral Health Policy Center, 2012). Isto sugere
que os dentistas ainda podem não ter conhecimento sobre a
conexão oral-sistêmica.
Competências Essenciais em Saúde Oral As mulheres e os seus
prestadores de cuidados de saúde, incluindo os dentistas,
necessitam de mais conhecimentos e esclarecimentos sobre a
segurança dos tratamentos dentários durante a gravidez. O
atendimento odontológico durante a gravidez é seguro e existem
diretrizes adequadas para o tratamento de pacientes grávidas
(Grupo de trabalho de especialistas em cuidados de saúde bucal
durante a gravidez, 2012).
As consultas dentárias podem ocorrer durante qualquer trimestre e,
se urgentes, nunca devem ser adiadas (Silk, Douglass, Douglass,
& Silk, 2008). O risco de exposição à radiação é extremamente
baixo quando aventais de chumbo são usados durante a radiografia
dentária (Kurien et al., 2013). Os medicamentos e anestésicos mais
comuns prescritos pelos dentistas estão na categoria B da US
Food and Drug Administration,
567
Machine Translated by Google
PRINCÍPIOS E PRÁTICAS _
e não foi considerado que esses medicamentos representem
um risco para o feto (Grupo de Trabalho de Especialistas em
Cuidados de Saúde Oral Durante a Gravidez, 2012; Silk,
Douglass, & Douglass, 2012).
O período perinatal oferece um momento de aprendizado para
os cuidados de saúde bucal e pode potencialmente ter um
efeito na saúde materna e infantil (American College of
Obstetricians and Gynecologists Women's Health Care
Physicians, Committee on Health Care for Underserved
Women, 2013; California Dental Association Foundation &
American Colégio de Obstetras e Ginecologistas, Distrito IX,
2010). A opinião do Comitê de 2013 do Colégio Americano de
Obstetras e Ginecologistas recomenda que todos os
prestadores de cuidados de saúde avaliem a saúde bucal na
primeira consulta pré-natal (American College of Obstetricians
and Gynecologists Women's Health Care Physicians,
Committee on Health Care for Underserved Women, 2013) .
As consultas pré-natais subsequentes proporcionam inúmeras
oportunidades para implementar intervenções de promoção da
saúde oral, incluindo orientações antecipadas e
encaminhamentos para cuidados dentários.
Os prestadores de cuidados de saúde das mulheres podem
incorporar a saúde oral-sistêmica em todos os encontros com
os pacientes, desde o aconselhamento pré-concepcional até
a orientação antecipada pré-natal e pós-parto, fazendo a
transição do exame HEENT tradicional (ou seja, cabeça, olhos,
ouvidos, nariz e garganta) para o exame HEENOT (ou seja, ,
cabeça, olhos, ouvidos, nariz, cavidade oral e garganta) (Haber
et al., 2015). As quatro questões essenciais a serem incluídas
em uma história oral são apresentadas na Tabela 1.
Hummel, Phillips, Holt e Hayes (2015) introduziram o Oral
Health Delivery Framework (ver Figura 1) que orienta a
integração da abordagem HEENOT (Haber et al., 2015) na
história, exame físico e plano de tratamento .
Figura 1. Quadro de prestação de saúde oral. Reimpresso de “Saúde Oral: Um Componente Essencial da Atenção Primária”, por J. Hummel,
KE Phillips, B. Holt e C. Hayes, 2015, Seattle, WA: Qualis Health. Direitos autorais 2015 da Qualis Saúde. Reimpresso com permissão.
568 JOGNN, 45, 565–573; 2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.jogn.2016.04.005
Saúde Bucal na Gravidez
Tabela 1: Histórico de saúde bucal do Smiles for
Life Cartão de bolso de saúde bucal pré-natal
Questões
1. Você escova duas vezes ao dia e usa fio dental diariamente?
2. Você tem dentista, plano odontológico?
3. Você consultou o dentista nos últimos 6 meses para
check-up e limpeza regulares?
4. Você precisa realizar algum tratamento odontológico?
Observação. Adaptado de “Prenatal Oral Health Pocket Card”,
de H. Silk, A. Douglass, & J. Douglass, 2012, Smiles for Life: A
National Oral Health Curriculum. Copyright 2012 por Smiles for
Life. Adaptado com permissão.
Embora muitos profissionais de saúde possam expressar
preocupação com a quantidade de tempo envolvido, um exame
oral normalmente leva 1 minuto para ser realizado.
Durante o exame físico, o profissional examina os lábios,
membranas mucosas, dentes, gengivas e língua. Um plano de
cuidados, que inclua educação para a prevenção de problemas
de saúde oral, manutenção de uma boa saúde oral e
encaminhamento para quaisquer problemas de saúde oral, é
parte integrante da prestação de cuidados a toda a pessoa.
A prevenção inclui informações sobre higiene bucal, como
escovação regular duas vezes ao dia e uso do fio dental
diariamente. As mulheres que apresentam vômitos devem ser
instruídas a enxaguar posteriormente com uma solução de
bicarbonato de sódio para evitar a erosão do esmalte dentário
(Silk et al., 2008).
As mães precisam saber que o Streptococcus mutans, a
bactéria associada à cárie dentária, pode ser transmitida à
criança, infectar os dentes da criança e aumentar o risco de
cárie na primeira infância (Berkowitz, 2006; California Dental
Association Foundation & American
Colégio de Obstetras e Ginecologistas, Distrito IX, 2010). Num
estudo de base populacional, Weintraub, Prakash, Shain,
Laccabue e Gansky (2010) mostraram que as probabilidades
de crianças
http://jognn.org
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Hartnett, E. et al.
o número de cáries não tratadas quase dobrou quando a
mãe tinha cáries não tratadas. Para reduzir o
transmissão de bactérias de mãe para filho, é importante
que os prestadores de cuidados de saúde da mulher
eduquem as mães sobre boas práticas de higiene oral e
“actividades mínimas de partilha de saliva”
(Academia Americana de Odontopediatria, 2015, p. 51).
Boas práticas de saúde oral materna têm o potencial de
influenciar a saúde oral da criança ao longo da vida. A
documentação de todos os resultados e intervenções da
avaliação da saúde oral é essencial. O desenvolvimento
de uma rede de dentistas comunitários para colaboração e
encaminhamento é inestimável para oferecer
pacientes para manutenção da saúde bucal.
Preparar a próxima geração de prestadores de cuidados
de saúde da mulher Os prestadores de cuidados de
saúde da mulher podem não ter conhecimentos adequados
para distinguir entre alterações normais na saúde oral
durante a gravidez porque não tinham esta informação no
seu currículo. De acordo com Ferullo, Silk e Savageau
(2011), cerca de 70% das escolas que concedem diplomas
de MD (n ¼ 72) e DO (n ¼ 13) pesquisadas tinham menos
de 5 horas de educação em saúde bucal. Autores dos mais
recentes
indicam que os programas de PA e NM não exigem
conteúdos ou competências de saúde bucal em seus
currículos (American College of Nurse-Midwives, 2012;
Comissão Nacional de Certificação de Assistentes
Médicos, Comissão de Revisão de Credenciamento em
Educação para o Assistente Médico, Academia Americana
de Assistentes Médicos e Associação de Educação de
Assistentes Médicos, 2012).
A Iniciativa Interprofissional Nacional sobre Saúde Oral
desempenhou um papel de liderança na sensibilização dos
membros do corpo docente do NP, NM e PA; a saúde bucal
está começando a ser integrada nesses currículos. A
Organização Nacional de Faculdades de Profissionais de
Enfermagem incluiu recentemente a saúde bucal nas
últimas Competências Básicas de Profissionais de
Enfermagem com Conteúdo Curricular Sugerido (2014). O
programa de Educação e Prática de Enfermagem em
Saúde Bucal da Faculdade de Enfermagem da Universidade
de Nova York (OHNEP), o braço de enfermagem da
Iniciativa Interprofissional Nacional de Saúde Bucal,
patrocinou oficinas de saúde bucal no Encontro e Exposição
Anual do Colégio Americano de Enfermeiras-Parteiras em
2013, 2014 e 2015. Em 2016, o programa OHNEP
administrou um inquérito a todos os 39 Diretores de
Educação em Obstetrícia nos Estados Unidos. A pesquisa
mostrou que 27 dos 30
JOGNN 2016; Vol. 45, Edição 4
PRINCÍPIOS E PRÁTICAS _
Os médicos que cuidam de mulheres durante a gravidez
devem incorporar competências de saúde oral na sua
educação e prática.
programas (90%) que responderam indicaram que incluem
a saúde oral no currículo. Em 2014, o braço de PA da
Iniciativa Interprofissional Nacional de Saúde Oral
entrevistou 182 Diretores de AP de programas credenciados
nos Estados Unidos. De acordo com Langelier, Glicken e
Surdu (2015), a pesquisa mostrou que 98 dos 125
entrevistados (78,4%) indicaram que seus “programas
integravam conteúdo de saúde bucal em seu currículo”, o
que representou um aumento em relação a 2008 (p. 62).
Estratégias para Integração da Saúde Oral Em
2014, a
HRSA lançou a Integração da Saúde Oral e da Prática de
Cuidados Primários, que descreve as competências clínicas
essenciais da saúde oral interprofissional apropriadas
para prestadores de cuidados primários, incluindo, entre
outros, NPs, NMs, MDs, DOs e PAs. (Departamento de
Saúde e Serviços Humanos dos EUA, HRSA, 2014).
Sorrisos para a Vida: Um Currículo Nacional de Saúde
Bucal é um programa inter-
currículo profissional de saúde oral concebido para
proporcionar aos mesmos prestadores de cuidados de
saúde das mulheres educação na promoção da saúde oral
ao longo da vida (Clark et al., 2010). Três cursos específicos
do Smiles for Life, “Relação da saúde bucal com a saúde
sistêmica”, “Saúde bucal e a paciente grávida” e “O exame
oral”, podem ser encontrados no site
(www.smilesforlifeoralhealth.org) e são recomendados para
que profissionais de saúde da mulher qualificados ganhem
créditos de educação continuada. Esses e outros recursos
essenciais que
contêm conhecimentos importantes sobre saúde bucal e
competências interprofissionais relacionadas para
profissionais de saúde da mulher e estudantes podem ser
encontrados na Tabela 2.
A prevenção primária requer mais capacidade de força de
trabalho do que a comunidade odontológica por si só pode
fornecer. O desenvolvimento de uma capacidade
interprofissional de força de trabalho em cuidados de saúde
oral primários é essencial para aumentar o acesso aos
cuidados de saúde oral para mulheres grávidas. Uma maior
conscientização sobre a saúde bucal-sistêmica deve ser
incluída na educação dos profissionais de saúde das
mulheres, para que os médicos possam traduzir a
informação em prática. O programa OHNEP desenvolveu
um kit de ferramentas interprofissional para professores de saúde bucal
569
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J4
52j

Gravide
Saúde
Tabela 2: Recursos de Saúde Bucal

Bucal
Organização Recurso Local na rede Internet

Academia Americana de Pediatria Supervisão de saúde bucal da Bright Futures

www.brightf
http:// Academia Americana de Odontopediatria
Diretrizes (3ª ed.)

Futuros Brilhantes na Prática: Saúde Bucal—

Guia de bolso (2ª ed.)

Políticas e clínicas de saúde bucal pediátrica

http://mchoralhealth.org/pocket/index.html

www.aapd.
policies
http:// Associação de faculdades médicas americanas
Diretrizes Práticas

Currículo modelo de saúde bucal em medicina

Gestão da saúde bucal de pacientes grávidas

https://www.mededportal.org/about/initiatives/oralhealth
jognn.org

www.mededp
publication/
https://
4056
www.aptrweb.
PHLM_15
http:// Associação para ensino de prevenção

e Pesquisa
Aprendizagem sobre saúde oral ao longo da vida

módulos

na
Associação Odontológica da Califórnia Diretrizes e Política de Saúde Bucal Perinatal http://www.cdafoundation.org/education/perinatal-oral-health

Recursos e serviços de saúde Núcleo clínico interprofissional de saúde bucal http://www.hrsa.gov/publichealth/clinical/oralhealth/primarycare/integrationoforalhealth.pdf

Administração domínios e competências

Nacional Materno-Infantil Oral Recursos educacionais sobre saúde bucal para pacientes http://www.mchoralhealth.org
http://

Centro de recursos de saúde e fornecedores

Cuidados com a saúde bucal durante a gravidez: A http://www.mchoralhealth.org/materials/consensus_statement.php

Declaração de Consenso Nacional

Educação e prática de enfermagem em saúde bucal Recursos de educação em enfermagem em saúde bucal http://www.ohnep.org

Qualis Saúde Quadro de prestação de saúde oral para o ensino primário http://www.safetynetmedicalhome.org/sites/default/files/White-Paper-Oral-Health-Primary-Care.pdf

prestadores de cuidados

Sorrisos para a Vida: Um Oral Nacional Educação em saúde bucal para atenção primária http://www.smilesforlifeoralhealth.org

Currículo de Saúde provedores

Ensinando Saúde Bucal Sistêmica Recursos interprofissionais de saúde bucal http://www.toshteam.org

Machine Translated by Google
Hartnett, E. et al.
(www.ohnep.org/faculty-toolkit). Este Toolkit usa
a abordagem HEENOT descrita anteriormente.
Inclui uma riqueza de recursos de saúde oral-
sistêmica para avaliação de saúde, promoção de
saúde e prática clínica para professores,
estudantes e médicos praticantes para ensinar a
teoria e a prática da integração da saúde bucal
na história e no exame físico.
Exemplos das estratégias gerais do Kit de Ferramentas incluem
(a) recursos visuais para complementar as discussões em classe
sobre achados orais normais versus anormais, (b) estudos de
caso sistêmicos orais e (c) projetos para desenvolver recursos
educacionais para mulheres grávidas, como o desenvolvimento
de um recurso comunitário de prestadores de serviços
odontológicos dispostos a atender mulheres grávidas. Também
fornece estratégias específicas para ensinar futuros prestadores
de cuidados de saúde a promover a autogestão eficaz da saúde
oral e geral dos seus pacientes através de práticas colaborativas
interprofissionais, literacia em saúde e serviço comunitário.
O Toolkit fornece uma base sólida para futuras práticas
colaborativas, destacando que os encaminhamentos odontológicos
para mulheres grávidas são essenciais para uma prática segura.
Os prestadores de cuidados de saúde das mulheres, para prestar
cuidados de qualidade e seguros, devem envolver os seus
pacientes numa discussão sobre saúde oral e oferecer
mensagens de prevenção consistentes.
Conclusão
Há evidências suficientes de que a falta de
os cuidados de saúde durante a gravidez podem ter resultados
negativos tanto para as mães como para os seus recém-nascidos.
Para melhorar os resultados da saúde oral-sistémica para as
mães e os seus recém-nascidos, é essencial aumentar a
capacidade atual e futura da força de trabalho interprofissional
em saúde oral. Os atuais prestadores de cuidados de saúde da
mulher e os estudantes de NP, NM, MD, DO e PA, como futuros
prestadores de cuidados de saúde da mulher, podem aumentar
o seu conhecimento sobre as necessidades de cuidados de
saúde oral das mulheres grávidas através da utilização de
recursos educacionais em saúde oral.
Os recursos essenciais incluem o Kit de ferramentas
interprofissionais de saúde bucal da OHNEP e os módulos Smiles
for Life. Esses recursos fornecem uma base sólida para a
integração da saúde bucal nas práticas clínicas. Ao integrar as
Competências Clínicas Básicas de Saúde Oral Interprofissional
da HRSA, a abordagem HEENOT e o Quadro de Fornecimento
de Saúde Oral em modelos de prática clínica, os prestadores de
cuidados de saúde das mulheres podem utilizar uma abordagem
de “melhores práticas”. Satisfazer as necessidades de saúde oral
das mulheres grávidas e dos seus recém-nascidos irá
JOGNN 2016; Vol. 45, Edição 4
PRINCÍPIOS E PRÁTICAS _
ser alcançado apenas através da colaboração entre todos os
educadores e prestadores de cuidados de saúde para promover
a incorporação das necessidades de saúde oral como um padrão
de ouro para programas educativos e prática clínica.
Reconhecimento
Os autores agradecem a Donna Hallas, PhD, RN, PNP-BC,
CPNP, PMHS, FAANP; Jeanne Conroy, MD, PhD; Melinda Clark,
médica; e Jill Fernandez, MPH, por suas contribuições para este
artigo.
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