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Dimensionamento de Bacia de

Dissipação USBR Tipo I

Bacia de Planta Rectangular e


Fundo Horizontal
Introdução
• O dimensionamento de bacia de
dissipação USBR Tipo 1 é a base para o
cálculo dos restantes tipos.

É uma bacia rectangular sem


nenhuma estrutura adicional
Introdução
• A falta de estrutura adicional torna a
bacia uma estrutura não prática devido
o seu comprimento excessivo.

Para diminuir o comprimento da


bacia são adicionados diversos
dispositivos
Condições de utilização

• Quedas superiores a 60m


• Caudais por unidade de largura:
q < 45 m2/s
• FR entre 1.2 a 2.5
Bacia de Dissipação USBR Tipo II
• Condições de utilização

• Caudais por unidade de largura: q < 33 m2/s


• FR ≥ 4.5
• V > 20 m/s
Bacia de Dissipação USBR Tipo III
• Condições de utilização

• Caudais por unidade de largura: q < 18 m2/s


• FR ≥ 4.5
• V < 20 m/s
Bacia de Dissipação USBR Tipo IV
• Condições de utilização

• 2.5 < FR < 4.5


• V < 15 m/s
Layout de USBR Tipo I
Procedimento de dimensionamento
Passos

1 Determinar condições hidráulicas na entrada


do canal de acesso q0, y0, V0, FR0

2 Determinar condições hidráulicas na saída do


canal de acesso y3, V3, FR3

3 Determinar y0* e comparar com y3 para


verificar a necessidade de bacia de dissipação

4 Determinar Z1, WB, SM, SJ, LM,q1, y1, v1, FR1.


(Tentativas)
Procedimento de dimensionamento
Passo

5 Determinar y2, LB, Lj, Z3

6 Comparar 𝒚𝟐 + 𝒁𝟐 e 𝒚𝟑 + 𝒁𝟑 para verificar se


o ressalto acontece dentro de bacia de
dissipação

7 Determinar raio de curvatura r entre o


descarregador e a bacia de dissipação
Procedimento de dimensionamento
Passo

8 Determinar a energia perdida no ressalto


hidraulico EL e o Comprimento total da bacia L
9 Determinar os elementos adicionais
Passo 1
• Determinar condições hidráulicas na
saída do canal de acesso
q0, y0, V0, FR0

1 2 1 𝑄 𝑄
𝑄 = 𝐴 𝑅ℎ3 𝐼2 𝑞0 = 𝑉0 =
𝑛 𝐵 𝐴

𝑉0 1 5 1
𝐹𝑅0 = 𝐴 = 𝑦0 × 𝑏
√ 𝑔𝑦0 𝑞 = 𝑦 3 𝐼2
𝑛
Passo 2
Determinar condições hidráulicas na entrada
do canal de restituição usando a equação de
Manning

V3, y3, FR3


Passo 3
Estimar a profundidade conjugada de y0* para
verificar a necessidade de bacia por
comparação com y3

𝑪𝒚𝟎
𝒚𝟎 ∗= 𝟏 + 𝟖𝑭𝑹𝟎𝟐 − 𝟏
𝟐
Onde C = 1.0
Se 𝒚𝟎 ∗> 𝒚𝟑 é necessária uma bacia de
dissipação
Passo 4
Primeira tentativa de cálculo:
 da cota da soleira da bacia (Z1),
 da largura da bacia (WB),
 dos declives de montante (SM) e de jusante (SJ),
 Calcular Lm
 determinação das condições à entrada da bacia q1,
y1, V1, FR1.
 seleccionar o tipo de bacia com base no nº
Froude, Fr1.
Passo 4

 Determinar a cota da soleira da bacia (Z1),


de modo a acomodar a altura conjugada do
ressalto (y0*).
 É aconselhável utilizar um factor de
segurança de 5 % aplicado à y3

𝒚𝟎 ∗ − 𝒚𝟑 = ∆𝒁
𝒁𝟏 = 𝒁𝟎 − ∆𝒁
Passo 4
 Escolher largura da bacia, WB
Escolher declives dos taludes SM e SJ
(começa por se atribuir valores típicos:
WB = W0 ; SM = 0.5; SJ = 0.33 – 0.5)

• Calcular o comprimento da transição, LM:


𝒁𝟎 − 𝒁𝟏
𝑳𝑴 =
𝑺𝑴
Passo 4
• Verificar se a largura atribuída à bacia é
aceitável
𝟐𝑳𝑴 𝑺𝑴𝟐 +𝟏
• Se 𝑾𝑩 ≤ 𝑾𝟎 +
𝟑𝑭𝑹𝟎
• Então WB certo √
Passo 4
• Determinar condições à entrada da bacia
y1, V1, FR1
• Para o cálculo da velocidade e de altura de
escoamento à entrada da bacia, é
necessário aplicar a equação da energia e
da continuidade entre o troço final do
canal de acesso e a secção inicial da bacia
𝟏
𝟐 𝟐
𝑸 = 𝒚𝟏 𝑾𝑩 𝟐𝒈 𝒁𝟎 − 𝒁𝟏 + 𝒚𝟎 − 𝒚𝟏 + 𝑽𝟎
Passo 5
• Calcular a altura conjugada do ressalto

𝒚𝟏
𝒚𝟐 = 𝟏 + 𝟖𝑭𝑹𝟏𝟐 − 𝟏
𝟐
• Determinar o comprimento da bacia (LB), a
partir da Figura.
• 𝑳𝑩 = 𝑳𝑩 𝒚𝟐 × 𝒚𝟐
• Determinar Lj, Z3
Passo 5
• Calcular o comprimento a jusante, LJ
𝑳𝑴 𝑺𝑴 − 𝑺𝟎 − 𝑳𝑩 𝑺𝟎
𝑳𝒋 =
𝑺𝒋 + 𝑺𝟎

• Determinar o desnível para o canal de


recepção a jusante
𝒁𝟑 = 𝑳𝒋 𝑺𝒋 + 𝒁𝟏
Passo 6
• Comparar 𝑦2 + 𝑍2 com 𝑦3 + 𝑍3 para verificar
que o ressalto acontece dentro da bacia

Se 𝒚𝟐 + 𝒁𝟐 < 𝒚𝟑 + 𝒁𝟑
O ressalto acontece dentro da Bacia.
Passar para o próximo passo

Se 𝒚𝟐 + 𝒁𝟐 > 𝒚𝟑 + 𝒁𝟑
o ressalto sai da bacia. Voltar ao passo 4 e
diminuír a cota da soleira, Z1
Passo 7
• Determinar o raio da curvatura (m) para a
mudança de declives entre o
descarregador e a bacia

𝒚𝟎
𝒓= 𝟏.𝟓
𝒆𝑭𝑹𝟐 −𝟏
Passo 8
A energia perdida no salto hidraulico (EL) e
dado como:

3
𝑦2 − 𝑦1
𝐸𝐿 =
4𝑦1 𝑦2
Passo 9
• Dimensionar os elementos adicionais,
específicos para cada tipo de bacia
Tipo II
Tipo III
Tipo IV
Blocos de queda
• Numero de blocos de queda N1
𝑊𝐵
𝑁1 =
2.625𝑦1
• Para o Tipo IV deve adotar no minimo 3 blocos de
queda.
Blocos de queda

• Largura dos blocos de queda W1

𝑊𝐵
• 𝑊1 = OU 𝑊1 = 0.75𝑦1
3.5𝑁1

• Espaçamento entre os blocos de queda X1

𝑋1 = 2.5𝑊1 OU 𝑋1 = 0.75𝑦1
Blocos de queda

• A parte superior dos blocos deverá ter um


comprimento horizontal (L1) de 2y1 e a sua
superfície deverá ter uma inclinação de 5o .
• A altura dos blocos (h1) deverá ser igual a 2y1

• A altura da soleira terminal h2:


ℎ2 = 𝑦1 0.0536 𝐹𝑅1 + 1.04
Exemplo
• Dimensionar uma bacia de dissipação por
ressalto livre, para as seguintes condições
Canal de acesso: Canal de restituição:
Q = 11.8 m3/s; b = 3.10 m;
b = 3 m; S3 = 0.35 %;
S0 = 6.5 %; n = 0.030
Z0 = 30.5 m;
n = 0.015 Condições Hidráulicas
y0 = 0.46 m
y1 = 0.30 m
y3 = 0.57 m
Passo 1

• 𝑦0 = 0.46 𝑚

𝑄 11.8
𝑞0 = = = 3.93 𝑚2 /𝑠
𝐵 3
𝑄 𝑄 11.8
𝑉0 = = = = 8.55 𝑚/𝑠
𝐴 𝑏𝑦0 3 × 0.46

𝑉0 8.55
𝐹𝑅0 = = = 4.02
√ 𝑔𝑦0 9.81 × 0.46
Passo 2
• 𝑦3 = 0.57

𝑄 𝑄 11.8
𝑉3 = = = = 6.90 𝑚/𝑠
𝐴 𝑏𝑦3 3 × 0.57

𝑉3 6.90
𝐹𝑅3 = = = 2.92
√ 𝑔𝑦3 9.81 × 0.57
Passo 3
𝑪𝒚𝟎
𝒚𝟎 ∗= 𝟏 + 𝟖𝑭𝑹𝟎𝟐 − 𝟏
𝟐

1 × 0.46
𝑦0 ∗= 1 + 8 × 4.022 − 1
2
= 2.40 m

𝒚𝟎 ∗> 𝒚𝟑 (2.40 > 0.57)


é necessária uma bacia de dissipação
Passo 4
𝒚𝟎 ∗ − 𝒚𝟑 = ∆𝒁 = 1.83𝑚
𝒁𝟏 = 𝒁𝟎 − ∆𝒁 = 28.67𝑚

• WB = 3.0 m
• Sm = 0.5
• Sj = 0.5

𝒁𝟎 − 𝒁𝟏
𝑳𝑴 = = 3.66𝑚
𝑺𝑴
Passo 4
𝟐𝑳𝑴 𝑺𝑴𝟐 +𝟏
• 𝑾 𝑩 ≤ 𝑾𝟎 +
𝟑𝑭𝑹𝟎
2×3.66 0.52 +1 2×3.66 0.52 +1
𝑊0 + =3+ =
3×4.02 3×4.02
𝟑. 𝟔𝟖𝒎
• WB < 3.68 m

y1 = 0.30 m
V1 = 13.11 m/s
FR1 = 7.64
Passo 5
𝒚𝟏
𝒚𝟐 = 𝟏 + 𝟖𝑭𝑹𝟏𝟐 − 𝟏
𝟐
𝒚𝟐 = 3.09𝑚

• Usando o ábaco, determina-se LBy2


• LBy2 = 6.1
• LB = 6.1 x 3.09 = 18.85 m
Passo 5
𝑳𝑴 𝑺𝑴 − 𝑺𝟎 − 𝑳𝑩 𝑺𝟎
𝑳𝒋 =
𝑺𝒋 + 𝑺𝟎
3.66 0.5 − 0.065 − 18.85 × 0.065
𝐿𝑗 =
0.5 + 0.065

Lj = 0.65m

𝒁𝟑 = 𝐿𝑗 𝑆𝑗 + 𝑍1 = 0.65 × 0.5 + 28.67


Z3 = 28.995 m
Passo 5
• Comparar 𝑦2 + 𝑍2 com 𝑦3 + 𝑍3
• 𝑦2 + 𝑍2 = 3.09 + 28.67 = 31.76𝑚
• 𝑦3 + 𝑍3 = 0.57 + 28.995 = 29.565𝑚

𝒚𝟐 + 𝒁𝟐 > 𝒚𝟑 + 𝒁𝟑
O ressalto sai da bacia.
Voltar ao passo 4 e diminuír a cota da soleira, Z1
Passo 4 (2o iteração)
• Diminuir Z1 de 28.67m para 25.67m
• Manter os valores de WB (3.0m); Sm (0.5); Sj
(0.5)
𝑍0 − 𝑍1 30.50 − 25.67
𝑳𝑴 = =
𝑆𝑀 0.5
= 𝟗. 𝟔𝟔𝒎
Passo 4 (2o iteração)
𝟐𝑳𝑴 𝑺𝑴𝟐 +𝟏
• 𝑾𝑩 ≤ 𝑾𝟎 + = 𝑊0 +
𝟑𝑭𝑹𝟎
2×9.66 0.52 +1 2×9.66 0.52 +1
=3+ =
3×4.02 3×4.02
𝟒. 𝟕𝟗m
• WB < 3.68 m ok

y1 = 0.30 m
V1 = 13.11 m/s
FR1 = 7.64
Passo 5 (2o iteração)
• 𝒚𝟐 = 3.09𝑚
• LB = 6.1 x 3.09 = 18.85 m
Passo 5 (2o iteração)
𝑳𝑴 𝑺𝑴 − 𝑺𝟎 − 𝑳𝑩 𝑺𝟎
𝑳𝒋 =
𝑺𝒋 + 𝑺𝟎
9.66 0.5 − 0.065 − 18.85 × 0.065
𝐿𝑗 =
0.5 + 0.065

Lj = 5.27m

𝒁𝟑 = 𝐿𝑗 𝑆𝑗 + 𝑍1 = 5.27 × 0.5 + 25.67


Z3 = 28.305 m
Passo 5 (2o iteração)
• Comparar 𝑦2 + 𝑍2 com 𝑦3 + 𝑍3
• 𝑦2 + 𝑍2 = 3.09 + 25.67 = 28.76𝑚
• 𝑦3 + 𝑍3 = 0.57 + 28.305 = 28.875𝑚

𝒚𝟐 + 𝒁𝟐 < 𝒚𝟑 + 𝒁𝟑
O ressalto acontece dentro da Bacia.
Passo 6
• Raio da curvatura (r) para a mudança de
declives entre o descarregador e a bacia
𝒚𝟎
𝒓 = 𝟏.𝟓
𝒆𝑭𝑹𝟐 − 𝟏

0.46
𝑟= 1.5
= 4.73m
𝑒 4.022 −1
Passo 7
• Comprimento total da bacia
𝐿 = 𝐿𝑚 + 𝐿𝐵 + 𝐿𝑗
𝐿 = 9.66 + 18.85 + 5.27 = 𝟑𝟑. 𝟕𝟖𝑚

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