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Relatório Laboratorial

Atividade experimental nº4 - Coeficiente de viscosidade de um líquido

Objetivo geral:
- Reconhecer que um corpo em movimento num líquido fica sujeito a forças de
resistência que dependem da velocidade do corpo e da viscosidade do líquido;
- Obter o coeficiente de viscosidade do líquido a partir da velocidade terminal de um
corpo em queda no interior do mesmo.

Introdução teórica:
Nesta atividade experimental é utilizada a glicerina- um fluido (material capaz de escoar,
isto é, de fluir através de uma abertura no recipiente onde está contido).
Sabe-se que quando um corpo se desloca através de um fluido, esse mesmo fluido
exerce uma força sobre o corpo. Sendo essa força de RESISTÊNCIA.
Tal força de resistência é calculada de diversas formas dependendo do corpo e tamanho do
mesmo e da velocidade do fluido em que se desloca. Caso o corpo seja pequeno e se
desloque num fluido com velocidade baixa vem que:
→ →

Fresist. = k η v e Fresist. = - k η v

onde:
k- constante que depende da forma e dimensões do corpo;
η- coeficiente de viscosidade do fluido (Pa s)

Na atividade experimental estudada, abandonam.se repetidamente pequenas


esferas metálicas à superfície da glicerina. Ora, estarão nesta esfera a atuar o peso,
→ → →
P , a impulsão, I , e a força de resistência exercida pelo fluido, F resist, cujo módulo
aumenta à medida que a esfera adquire maior velocidade.

Como para uma esfera de raio r, K= 6πr o módulo da força de resistência ao


movimento é dado por:

Fresist. = 6 πr η v

Tendo em conta que a velocidade a que a bola desce aumenta com progressão da descida
é possível atender-se ao facto que o módulo da impulsão é inferior ao módulo do peso da
esfera.
Quando (e se) a resultante das forças que atuam na bola for nula, o movimento passa a ser
uniforme e atinge-se a velocidade terminal.
→ → → →
Fresist. + P + I = 0 ⇒ P= Fresist. +
Material utilizado:
- Proveta de 1 L;
- Glicerina;
- Craveira;
- Esferas metálicas de diferentes diâmetros;
- Proveta pequena;
- Cronómetro;
- Termómetro;
- Balança;
- Régua;
- Marcador preto;

Procedimento experimental:

- Reunir todo o material necessário;


- Determinar a densidade das esferas a utilizar e também da glicerina:
Para isso segue-se o seguinte procedimento:
(para a glicerina)
- Colocar na balança a proveta limpa e seca e tarar a balança;
- Verter um pouco de glicerina para a proveta e registar a sua massa e
volume;
- Adicionar mais glicerina à proveta, repetindo o procedimento anterior mais
duas vezes e registar os dados;
- Medir a temperatura da glicerina;
- Dividir os valores obtidos para a massa pelos respectivos valores do volume
de modo a calcular a densidade da glicerina, ρ;
- Calcular a densidade média da glicerina.
(para as esferas- 2 de diâmetros diferentes)
- Com a craveira, medir o diâmetro das duas diferentes esferas; registar os
valores lidos e escolher 3 esferas iguais para cada diâmetro;
- Colocar os dois conjuntos de 3 esferas cada sobre a balança separadamente e
medir a sua massa;
- Partindo da massa de cada conjunto de 3 esferas, estimar a massa de uma
esfera, dividido por 3;
- Recorrendo à fórmula do volume de uma esfera, calcular o volume de cada
esfera e a sua densidade, posteriormente;
- calcular a densidade média de cada esfera.
- Encher, cuidadosamente, a proveta de 1 litro com glicerina, tentando evitar a formação de
bolhas de ar;
- Colocar duas marcas na proveta de 1 litro utilizando o marcador- uma numa zona onde
as esferas já tenham velocidade, aproximadamente, constante durante a queda e outra
o mais perto possível do fundo da proveta e medir com a régua a distância entre elas;
- Deixar cair as esferas com diâmetros diferentes na proveta e medir, para cada uma, o
tempo que demoram a percorrer a distancia entre as duas marcas; repetir o processo
para todas as bolas.
- Registar os dados obtidos numa tabela;
- Calcular, para cada esfera, calcular o intervalo de tempo médio e determinar a sua velocidade
terminal : Vt= d/ ∆t;
- Observar qual o raio mais adequado para rapidamente se atingir a velocidade terminal;
- Determinar uma expressão para a velocidade terminal;
- Representar graficamente a velocidade terminal das esferas, em função do quadrado do
seu raio, após calcular o mesmo;
- Calcular o coeficiente de viscosidade da glicerina.

Esquema de montagem:

Registo de dados:

glicerina:

Medições Volume (V)/ m 3 Massa (m)/Kg ρ/kgm3 ρ / kg m3

1 2,4 ✖ 1 0−5 26,90 ✖ 1 0−3 1,12 ✖ 1 03

2 3,9 ✖ 1 0−5 45,65 ✖ 1 0−3 1 ,17 ✖1 0


3 1,15×1 03
3 4,5 ✖ 1 0−5 52,34 ✖ 1 0−3 1 ,16 ✖1 0
3

Cálculos:
❑ Medição 1:

−3
m 26 , 90 ✖1 0
ρ¿ = 3
−5 =1,12 ✖1 0 kg m
3
v 2 , 4 ✖1 0
Medição 2:
−3
m 45 ,65 ✖1 0
ρ=¿ = 3
−5 =1,17 ✖1 0 kg m
3
v 3.9 ✖1 0

Medição 3:
−3
m 52 ,34 ✖1 0
ρ=¿ = 3
−5 =1,16 ✖1 0 kg m
3
v 4 ,5 ✖1 0

3 3 3
1 , 12× 10 +1 , 17 ×1 0 +1 , 16× 1 0 3
ρ= =1 ,15 ×1 0
3

Diâmetro e raio das esferas:


esfera menor:
d= (4,50 ±0.05)mm → r= (2,30±0.05)mm
esfera maior:
d= (9,90 ±0.05)mm → r=(5,00±0.05)mm

r /mm r/m m m m(1 esfera) V /m 3 ρ/kgm 3 ρ


(± 0 , 05 mm) (± 0 , 05 mm) (3 esferas)/g (1 esfera)/g /Kg
(± 0 , 01 g ¿ (± 0 , 01 g ¿

1 2,30 2,30×1 0−3 1,34 0,447 4,47×1 0−4 5,10×1 0−8 8,76×1 03
7,6
2 5,00 5,00×1 0−3 10,24 3,41 3,41×1 0−3 5,24×1 0−7 6,51×1 03

Cálculos:

Cálculo da massa de cada esfera:


Seja a esfera menor a esfera 1 e a maior a 2:
esfera 1:
m(3 esferas) 1, 34
m= = =0,447 g=4 , 47 ×1 0−4 Kg
3 3

esfera 2:
m(3 esferas) 10 ,24
m(esfera 2)= = =3 , 41 g=3 , 41 ×1 0−3 Kg
3 3

Cálculo do volume de cada esfera:


4 3
V esfera= × π ×r
3

esfera 1:
4 −3 −8 3
V= × π ×2 , 30× 1 0 =5 , 10 ×1 0 m
3

esfera 2:
4 −3 −7 3
V= × π ×5 , 00 ×1 0 =5 ,24 × 1 0 m
3

Cálculo da densidade de cada esfera:


esfera 1:
−4
m 4 , 47 ×1 0
ρ¿ = 3
−8 = 8,76×1 0 kgm
3
v 5 , 10× 1 0

esfera 2:
−3
m 3 , 41 ×1 0
ρ¿ = = 6,51×1 03 kgm 3
v 5 , 24 ×1 0−7

Cálculo da densidade média do material da esfera:

ρ(1)+ ρ(2) 8 , 76 ×1 03 +6 , 51 ×1 03
ρ= = =7 , 64×1 03 kg m3
2 2
Passando-se ao abandono das esferas na proveta com glicerina é importante ter em
consideração que distância entre as duas marcas feitas na proveta= 20cm=0,20m, logo
d=0,20m.

Registo de dados:

esfera ∆t/s ∆ t /s Vt/ms−1 r/m 2


r /m
2

(± 0 , 05 mm) (± 0 , 05 mm)

3,23
2,30×1 0−3 5,29×1 0−6
1 3,31 3,26 0,061
3,25

1,13
0,96 5,00×1 0−3 2,5×1 0−5
2 1,03 0 , 19
1,01

Cálculos:

d 0 , 20 −1
Vt(1)= = =0,061 ms
∆ t 3 , 26

d 0 , 20 −1
Vt(2)= = =0 , 19 ms
∆ t 1 , 03

Quando a esfera atinge a velocidade terminal:


→ → → →
Fresist. + P + I = 0 ⇒ P= Fresist. + I

e, pela lei de stokes, Fresist.= 6 πr η v.

É, ainda, importante ter em consideração que:


I = m(líquido deslocado)× g ⇔ I =ρ(líquido)×V esfera × g ⇔
4 3
⇔ I =ρ(líquido) × × π ×r × g
3

Substituindo, na expressão das forças que atuam na esfera, vem que:

4 3
P=Fresist .+ I ⇔ Fresist=P−I ⇔6 πr η vt=mg−ρ(líquido)× × π × r × g ⇔
3
4 3 4 3
⇔ 6 πr η vt=ρ(esfera)× × π ×r −ρ(líquido)× × π × r × g ⇔
3 3
4 3
⇔ vt= × π ×r × g ¿ ¿
3


4 3
Noções a considerar: m= ρ(esfera)× V (esfera)= ρ(esfera)× × π ×r
3

Gráfico que descreve a relação linear entre a velocidade terminal e o quadrado do raio das
esferas:
equação da reta obtida:
y=6544,90106 x +0,02637747

Sabe-se que o gráfico está na forma de Vt=f(r 2 ¿.Desta forma a expressão do declive será
vt 2 g( ρ(esfera)− ρ(líquido))
2 . Assim, vem que declive=
r 9η

Igualando o valor obtido através do gráfico e a expressão tem-se que:


3 3
2 g( ρ(esfera)− ρ(líquido)) 2× 10(7 , 64 × 10 −1 ,15 × 10 )
6544,90106 = ⇔ 6544,90106= ⇔
9η 9η
⇔ 6544,90106=14422 , 2 η⇔ η=0 , 45 Pa s

Cálculo do erro percentual, sabendo que o coeficiente de viscosidade da glicerina a 21ºC


(temperatura a que foi realizada a atividade experimental) é 1,41 Pa s:

|ηtab−ηobtido| |1 , 41−0 , 45|


erro percentual= × 100= × 100=67 ,6 %
ntab 1 , 41

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