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​CAROLINE SANTANA

JASMIN REGO
THALITA COUTO

LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

ESTUDO DA VELOCIDADE TERMINAL DE


CORPOS EM ESCOAMENTO DESCENDENTE

Salvador – BA
2019
1. OBJETIVOS

Este experimento teve como objetivo determinar o coeficiente de arraste (CD) de


diferentes corpos de um fluido através do escoamento descendente destes objetos
em dois diferentes fluidos.

2. MATERIAIS

● 1 Paquímetro;
● 1 celular com câmera filmadora;
● 2 provetas
● 1 béquer ( 2,0 L)
● 1 balão volumétrico de 5 mL;
● 1 peneira;
● Glicerina;
● Detergente marca Ipê;
● 4 corpos de prova com diferentes tamanhos e constituídos de diferentes
materiais;
● 1 balança semi-analítica;
● 1 garra com pontas de silicone.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Mediu-se as dimensões de cada corpo com um paquímetro, registrando os valores


encontrados em triplicata. Determinou-se o volume dos corpos a serem estudados,
estimando sua incerteza. Pesou-se os corpos a serem testados em balança para
registro de sua massa e estimativa de sua massa específica. Usando um balão
volumétrico de 5mL e a balança analítica, determinou-se a massa específica do
líquido testado e a incerteza deste valor. Adicionou-se aproximadamente 1,8L do
glicerina dentro de uma proveta e mergulhou-se um corpo de cada vez, de forma
cuidadosa para que o mesmo penetrasse no fluido com a menor velocidade possível
e sem turbulência. Foi registrado por meio de uma câmera, o tempo necessário para
que o corpo percorresse o espaço compreendido entre as marcas sinalizadas na
proveta. O experimento foi realizado em duplicata. Para isso, o líquido da proveta foi
transferido para um recipiente vazio. Recuperado os corpos e refeito o experimento
de descida. Foi refeito o experimento utilizando o detergente no lugar da glicerina.
De posse dos dados obtidos, determinou-se o coeficiente de descarga para cada
corpo testado e a viscosidade do fluido, levando-se em consideração a incerteza
presente. Comparando os resultados com dados da literatura.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Primeiramente, obteve-se as dimensões e a massa dos quatro corpos e, a partir


disso calculou-se o volume e densidade tanto dos corpos quanto dos fluidos
utilizados. Os valores encontrados estão expostos na Tabela 1.

Tabela 1. Dados dos corpos e fluidos utilizados no experimento.


DADOS OBTIDOS
MÉDIA
DIÂMETRO DIÂMETRO DIÂMETRO ALTURA VOLUME
CORPO MASSA (g) DIÂMETROS ρ (g/mL)
1 (cm) 2 (cm) 3 (cm) (cm) (mL)
(cm)
Bola verde 24,7255 3,1120 3,1800 3,1580 3,1500 - 16,3655 1,5108

Bola
21,2843 3,1710 3,1200 3,1380 3,1430 - 16,2567 1,3093
branca
Esfera
4,7049 1,0470 1,0460 1,0470 1,0467 - 0,6004 7,8366
pequena
Cone 0,7567 1,2470 1,2780 1,2890 1,2713 1,0010 0,4236 1,7865

Glicerina 6,2252 - - - - - 5,0000 1,2450

Detergente 10,1562 - - - - - 10,0000 1,0156

Os volumes da bola verde, branca e esfera pequena foram calculados a partir da


Equação 1, enquanto o volume do cone foi calculado pela Equação 2.

3
V esf era = πD
6 ​ Equação 1

πD2 h
V cone = 12
Equação 2

Os valores de densidade dos corpos foram comparados com os valores de


densidade dos fluidos, a fim de decidir em qual fluido seria imerso cada corpo. Os
corpos mais densos seriam imersos na glicerina, pois possui maior viscosidade
quando comparada com o detergente (Tabelas 2 e 3). Pelos dados da Tabela 1, a
esfera pequena possui maior densidade, seguido do cone. Porém, ao inserir o cone
na glicerina, observou-se que este ficou flutuando na superfície, podendo-se
concluir então que a densidade calculada não era real e, portanto, o corpo era oco.
Assim, escolheu-se a esfera pequena e a bola verde para realizar o experimento
com a glicerina, enquanto que o cone e a bola branca foram imersas no detergente.
Tabela 2.

DADOS GLICERINA
ρ (g/cm³) ρ fabricante (g/cm³) µ fabricante (g/cm.s)
1,2450 1,2600 14,1200

Tabela 3.

DADOS DETERGENTE
ρ (g/cm³) ρ fabricante (g/cm³) µ fabricante (g/cm.s)
1,0156 1,0200 2,5000

4.1. EXPERIMENTO 1 (GLICERINA)

A partir das medidas determinadas experimentalmente, calculou-se o diâmetro


volumétrico, a área superficial e a esfericidade dos corpos que seriam imersos na
glicerina, utilizando as Equações 3, 4 e 5.

6 V p 1/3
Dp = ( π
) Equação 3

S p = π Dp2 Equação 4

2
π Dp
φ= Sp
Equação 5

Os valores calculados estão dispostos na Tabela 4.

Tabela 4.

PROPRIEDADES DOS CORPOS


DIÂMETRO ÁREA
ESFERICIDADE
CORPO VOLUMÉTRICO - dp SUPERFICIAL - Sp
(φ)
(cm) (cm2)
Bola verde 3,1500 31,1725 1,0000
Esfera
1,0467 3,4416 1,0000
pequena
Neste experimento foi utilizado uma proveta de 2000 mL preenchida com glicerina,
onde os dados medidos se encontram na Tabela 5.

Tabela 5.

DADOS PROVETA 2000 mL


Média do
Graduação Comprimento
∆S (cm) diâmetro
Proveta (mL) correspondente (cm)
da proveta (cm)
1400 0 -
1200 4,5 4,5
1000 9 4,5
800 13,5 4,5
7,5
600 18 4,5
400 22,5 4,5
200 27 4,5
0 31,5 4,5

Assistiu-se as gravações do deslocamento da bola verde e esfera pequena em


duplicada na proveta preenchida com glicerina e, utilizando o aplicativo Video
Maker, anotou-se o tempo que cada objeto percorria o equivalente a 200 mL (4,5
cm) na proveta (Tabelas 6 e 7). Construiu-se, então, gráficos de velocidade por
tempo de deslocamento (Gráfico 1 e Gráfico 2) para analisar o comportamento de
cada objeto ao se deslocar através do fluido.

Tabela 6.

BOLA VERDE - GLICERINA


1ª REPLICADA 2ª REPLICATA MÉDIA
Tempo Tempo ∆T médio Tempo
∆T (s) ∆T (s) v (cm/s)
médio (s) médio (s) (s) médio (s)
0,00 - 0 - - - -
0,13 0,0650 0,02 0,0100 0,0750 60,00 0,04
0,22 0,1750 0,45 0,2350 0,3350 13,43 0,21
0,37 0,2950 0,47 0,4600 0,4200 10,71 0,38
0,94 0,6550 0,51 0,4900 0,7250 6,21 0,57
1,13 1,0350 0,55 0,5300 0,8400 5,36 0,78
1,32 1,2250 0,59 0,5700 0,9550 4,71 0,90
1,84 1,5800 0,65 0,6200 1,2450 3,61 1,10

Tabela 7.

ESFERA PEQUENA - GLICERINA


1ª REPLICADA 2ª REPLICATA MÉDIA
Temp
Tempo médio Tempo ∆T médio o
∆T (s) ∆T (s) v (cm/s)
(s) médio (s) (s) médio
(s)
0,00 - 0,00 - - - -

0,08 0,04 0,08 0,04 0,0820 54,88 0,04


0,17 0,12 0,18 0,13 0,1725 26,09 0,13
0,25 0,21 0,27 0,23 0,2630 17,11 0,22
0,35 0,30 0,36 0,31 0,3510 12,82 0,31
0,46 0,40 0,45 0,40 0,4570 9,85 0,40
0,57 0,52 0,56 0,50 0,5610 8,02 0,51
0,64 0,60 0,65 0,60 0,6455 6,97 0,60
Gráfico 1.

Gráfico 2.
A partir dos Gráficos 1 e 2, foram determinadas as velocidades terminais para cada
corpo (Tabela 8) e, utilizando a velocidade terminal e diâmetro de partícula, foi
calculado o Reynolds dos mesmos (Tabela 9).

Tabela 8.

ESTIMATIVA DA VELOCIDADE TERMINAL


CORPO V terminal (cm/s)
Bola verde 3,61
Esfera pequena 9,97

Tabela 9.

REYNOLDS
CORPO Re
Bola verde 1,0039
Esfera pequena 0,6434

Avaliando as propriedades dos corpos esféricos na Tabela 1, e relacionando com os


tempos de queda e velocidade apresentados nas Tabelas 6 e 7, observou-se que
quanto maior a massa específica da partícula, menor o tempo de queda e maior sua
velocidade terminal.

Segundo dados da Tabela 4, é possível observar que tanto a bola verde quanto a
esfera pequena são considerados corpos aproximadamente esféricos, uma vez que
φ ≥ 0,95. Assim, foram utilizadas as correlações dos Quadros 1, 2 e 3 para obter o
valor teórico do coeficiente de arrasto, CD.
Quadro 1. Modelos para previsão do Coeficiente de Arrasto no regime de Stokes.

Quadro 2. Estimativa de CD para 0<Re<2x10​5 ​ (Silva 2006)


A= 0,953
B= 9,16x10​-3
C= 0,074
D= 0,231
E= 1,573
m= 1,057
n= 2,347
o= 1,976

Quadro 3. Correlações para a partícula esférica e a partícula isométrica isolada


(Massarani, 2002).

Os valores de CD encontrados para os corpos estão dispostos na Tabela 10.


Tabela 10.

CÁLCULO DE CD
Haider e
CORPO Clift e Gauvin Levenspiel White Massaran Silva
(1970) (1989) (1991) i (2002) (2006)
Bola verde 27,502 28,237 27,303 26,994 23,991
Esfera
pequena 41,435 41,436 41,032 40,923 35,350

O Coeficiente de Arrasto pode ser determinado experimentalmente a partir da


velocidade terminal da partícula, como mostrado na Equação 6. Os valores
experimentais obtidos estão dispostos na Tabela 11.

4 (⍴c − ⍴F )
CD = gDp ( ) Equação 6
3 ⍴F V t2

Tabela 11.

CD EXPERIMENTAL
CORPO CD
Bola verde 67,326
Esfera pequena 149,138

Sabe-se que a presença de contornos rígidos também podem alterar o coeficiente


de arraste. Quando uma esfera com diâmetro Dp está em translação retilínea e
uniforme ao longo do eixo de um tubo de diâmetro Dt e o fluido está em repouso, a
força de arraste pode ser calculada por meio de expressões, as quais introduzem
um correção para o cálculo do efeito de parede. A Equação 7 mostra como calcular
o CD considerando o efeito de parede, sendo este função de Fparede, que pode ser
obtido através das correlações do Quadro 4.
24
C Dparede = CD + Re
(F parede − 1) Equação 7

Quadro 4. Fator de correção para o efeito de parede (contornos rígidos) para uma
partícula caindo em uma tubulação circular.

Com o fator de parede calculado na Tabela 12, obteve-se os valores de CD


corrigido. Nota-se que estes estão muito mais próximos dos valores experimentais.

Tabela 12.

FATOR DE PAREDE
CORPO Dp/Dt Correlação Fparede
Bola verde 0,4200 FRANCIS (1923) 3,628552163
Esfera pequena 0,1396 FAXÉM (1923) 1,404513298

Tabela 13. ​SPROVE

CD EFEITO DE PAREDE
CORPO CD parede
Bola verde 86,830
Esfera pequena 51,440

Uma vez que o CD experimental já inclui os efeitos de parede, pode-se então


comparar estes valores com os CDs obtidos na Tabela 13 e obter o desvio (Tabela
14).

Tabela 14.

DESVIO CD
CORPO DESVIO (%)
Bola verde 22,4619
Esfera pequena -189,9238

O desvio do CD experimental em relação ao teórico da bola verde é justificável, uma


vez que podem ter ocorrido erros na visualização dos tempos de queda, além dos
erros relacionados às medidas do corpo. Além disso, o movimento não foi
completamente retilíneo e uniforme, o que pode ter propagado erros no momentos
dos cálculos. Já em relação à esfera pequena, o desvio foi absurdamente alto e o
recomendado seria repetir o experimento. Uma vez que a densidade da esfera
pequena é muito alta, a velocidade terminal também foi elevada e, o tempo de
queda foi quase metade do valor do tempo de queda da bola verde, o que dificultou
a visualização dos dados.

4.1. EXPERIMENTO 2 (DETERGENTE)

O mesmo procedimento utilizado com a glicerina, será repetido para o detergente.


Assim, da mesma forma, os corpos selecionados para esse experimento devem
possuir massa específica maior que a do fluido, para que seja possível a
movimentação dos mesmos. Como, ao analisar a Tabela 1, todos os corpos
possuem essa característica, escolheu-se o cone e a bola branca, visto que esses
possuem as menores massas específicas o que irá conferir a eles um movimento
mais lento para facilitar a análise.

É importante ressaltar que, como dito anteriormente, a densidade calculada para o


cone não é real, uma vez que o corpo é oco. Assim, os cálculos relacionados ao
cone irão propagar tal erro. Além disso, o detergente é um fluido não newtoniano,
logo, as correlações de determinação do CD exclusivas para fluidos newtonianos
não se adequam.

A partir das medidas determinadas experimentalmente, calculou-se o diâmetro


volumétrico, a área superficial e a esfericidade dos corpos citados anteriormente,
utilizando as Equações 3, 4 e 5. Os valores obtidos estão representados na Tabela
15.

Tabela 15.

PROPRIEDADES DOS CORPOS


ÁREA
DIÂMETRO ESFERICIDADE
CORPO SUPERFICIAL - Sp
VOLUMÉTRICO - dp (cm) (φ)
(cm2)
Cone 0,9318 5,0777 0,5372
Bola branca 3,1430 31,0341 1,0000

Diferentemente do anterior, utilizou-se para esse experimento uma proveta de


1000mL, suas características estão expostas na Tabela 16.

Dessa vez, com auxílio da ferramenta Movavi Slideshow Maker, registrou-se de


maneira mais precisa o tempo em que cada corpo levava para percorrer todo o
fluido a cada 100mL, conforme Tabela 17 e 18.

Tabela 16.

DADOS PROVETA 1000 mL


Média do
Graduação Comprimento
∆S (cm) diâmetro
Proveta (mL) correspondente (cm)
da proveta (cm)
1000 0 -
900 3,5 3,5
800 7 3,5
700 10,5 3,5 6,0680

600 14 3,5
500 17,5 3,5
400 21 3,5
300 24,5 3,5
200 28 3,5
100 31,5 3,5
0 35 3,5

Tabela 17.

BOLA BRANCA - DETERGENTE


1ª REPLICADA 2ª REPLICATA MÉDIA
Tempo Tempo Tempo
∆T (s) ∆T (s) ∆T médio (s) v (cm/s)
médio (s) médio (s) médio (s)
0 - 0,00 - - - -
0,415 0,2075 0,726 0,360 0,57 6,1350 0,2853
0,791 0,6030 1,094 0,910 0,94 3,7135 0,7565
1,089 0,9400 1,415 1,255 1,25 2,7955 1,0973
1,464 1,2765 1,745 1,580 1,60 2,1814 1,4283
1,800 1,6320 2,065 1,905 1,93 1,8111 1,7685
2,125 1,9625 2,386 2,226 2,26 1,5518 2,0940
2,462 2,2935 2,716 2,551 2,59 1,3519 2,4223
2,811 2,6365 3,036 2,876 2,92 1,1972 2,7563
3,122 2,9665 3,357 3,197 3,24 1,0804 3,0815
3,368 3,2450 3,744 3,551 3,56 0,9843 3,3978

Tabela 18.

CONE - DETERGENTE
1ª REPLICADA 2ª REPLICATA MÉDIA
Tempo Tempo Tempo
∆T (s) ∆T (s) ∆T médio (s) v (cm/s)
médio (s) médio (s) médio (s)
0 - 0 - - - -
1,2250 0,6125 1,5930 0,7965 1,4090 2,4840 0,7045
2,2870 1,7560 2,5880 2,0905 2,4375 1,4359 1,9233
3,3040 2,7955 3,5500 3,0690 3,4270 1,0213 2,9323
4,2510 3,7775 4,5450 4,0475 4,3980 0,7958 3,9125
5,2220 4,7365 5,5070 5,0260 5,3645 0,6524 4,8813
6,1460 5,6840 6,4030 5,9550 6,2745 0,5578 5,8195
7,1620 6,6540 7,3650 6,8840 7,2635 0,4819 6,7690
8,1790 7,6705 8,3930 7,8790 8,2860 0,4224 7,7748
9,1720 8,6755 9,3550 8,8740 9,2635 0,3778 8,7748
10,3970 9,7845 10,3500 9,8525 10,3735 0,3374 9,8185

A partir dessas informações, construiu-se os gráficos de Velocidade X Tempo para


cada corpo, Gráficos 3 e 4.

Gráfico 3.
Gráfico 4.

A partir dos Gráficos 3 e 4, foram determinadas as velocidades terminais para cada


corpo (Tabela 19) e, utilizando a velocidade terminal e diâmetro de partícula, foi
calculado o Reynolds dos mesmos (Tabela 20).

Tabela 19.
ESTIMATIVA DA VELOCIDADE TERMINAL
CORPO V terminal (cm/s)
Cone 0,3374
Bola branca 0,9843

Tabela 20.
REYNOLDS
CORPO Re
Cone 0,1277
Bola branca 1,2567
Ao observar os dados da Tabela 5, é possível verificar que apenas a bola branca
pode ser considerada um corpo corpo esférico, uma vez que ​φ ≥ 0,95. Assim, para
esse corpo utilizou-se as correlações dos Quadros 1, 2 e 3 para obter o valor teórico
do coeficiente de arrasto (CD). Os valores encontrados estão dispostos na Tabela
21.

Tabela 21.

CÁLCULO DE CD - CORPO ESFÉRICO ​φ​ ≥ 0,95


Haider e
CORPO Clift e Gauvin Levenspiel White Massarani Silva
(1970) (1989) (1991) (2002) (2006)
Bola
branca 22,449 22,451 22,326 21,949 19,670

Para o cone, mesmo com φ < 0,65, este será considerado uma partícula isométrica,
com o objetivo de facilitar os cálculos e ter uma aproximação do valor do CD para
esse corpo,. Dessa forma, usando as Equações de Massarani (2002) e Haider e
Levispiel representadas respectivamente pelas Equações 8, 9 e 10, obteve-se os
valores de CD, apresenados na Tabela 22.

1
n
[( ) ]
n
CD = 24
K 1 Re∞
+ K n2 Equação 8

24
CD = K 1 Re∞
Equação 9

CD = 24
Rep [1 + ARe ] +
m
p
B
1+ ReCp
Equação 10

Tabela 22.

CÁLCULO DE CD - CORPO MENOS ESFÉRICO 0,65 ≤ ​φ​ <


0,95
Haider e Levenspiel Massarani (2002) - Massarani
CORPO
(1989) TAB 2 (2002) - TAB 3
Cone 242,229 242,001 248,225
Como a presença de corpos rígidos alteram o coeficiente de arraste, uma correção
deve então ser feita por meio do cálculo do efeito de parede, Equação 7. Essa
equação é função do termo Fparede, este por sua vez, é determinado pelo Quadro
4, os resultados estão explicitados na Tabela 23 para a bola branca e cone. As
equações foram escolhidas baseadas nas suas especificações de Dp/Dt.
Observa-se que o cone possui um Dp/Dt mais próximo da validade de Faxen, cuja é
para Dp/Dt<0,20, enquanto que o da bola branca está no intervalo mais restringido
do método de Hanbernan Dp/Dt<0,60. Portanto, essas equações desses autores
vão apresentar os valores mais adequados para o cálculo de CD de Parede.

Tabela 23.
FATOR DE PAREDE
CORPO Dp/Dt Correlação Fparede
HANBERNAN;
Cone 0,1536 SAYARE (1957) 1,462
FAXÉN (1923) 1,461
HANBERNAN;
Bola Branca 0,5180 SAYARE (1957) 7,966
FRANCIS (1923) 5,985

A partir dos dados obtidos na Tabela 23, pode-se obter o coeficiente de arraste
corrigido, apresentados nas Tabela 24 e 25, para a bola e o cone respectivamente.

Tabela 24.

CÁLCULO DE CD DE PAREDE - CORPO ESFÉRICO ​φ​ ≥


0,95 - BOLA BRANCA
Haider e
Clift e Gauvin Levenspiel White Massarani Silva
(1970) (1989) (1991) (2002) (2006)
HANBERNAN;
SAYARE
(1957) 155,484 155,486 155,361 154,984 152,706
FRANCIS
(1923) 117,655 117,657 117,532 117,155 114,877
Os valores de CD de parede escolhido para a posterior comparação com o método
experimental, será para a bola branca aquele em que o fator de parede foi calculado
por Habernan, motivo explicado anteriormente e, aquele em que o CD foi calculado
por Silva, uma vez que apresentou boa concordância com dados experimentais para
o 0<Re<10​5​.

Tabela 25.
CÁLCULO DE CD DE PAREDE - CORPO MENOS
ESFÉRICO 0,65 ≤ ​φ​ < 0,95 - CONE
Haider e Levenspiel Massarani (2002) - Massarani
(1989) TAB 2 (2002) - TAB 3
HANBERNAN;
SAYARE (1957) 302,971 302,742 308,967
FAXÉM (1923) 328,891 328,663 334,887

Os valores de CD de parede escolhido para a posterior comparação com o método


experimental, será para o cone aquele em que o fator de parede foi calculado por
Faxen, motivo explicado anteriormente e, aquele em que o CD foi calculado por
Haider e Levenspiel, visto que esse é o único método em que não há restrição do
valor da esfericidade, diferentemente dos métodos de Massarani.

Para determinar o Coeficiente de Arrasto experimental, utilizou-se a equação 6. Os


resultados são apresentados na Tabela 26. Dessa forma, pode-se comparar os
valores corrigidos do coeficiente de parede com os valores obtidos
experimentalmente, nas Tabelas 24 e 25.

Tabela 25.

CD EXPERIMENTAL
CORPO CD
Cone 8126,124
Bola branca 1226,962

Observa-se que mesmo após a correção, os valores experimentais se distanciam


absurdamente dos valores teóricos, como representado na Tabela 26.

Tabela 26.

DESVIO CD
CORPO DESVIO (%)
Bola branca -703,4821
Cone -2370,7622
5. CONCLUSÃO

A partir dos experimentos realizados em laboratório, foi possível notar que a


densidade calculada para o cone não era real, uma vez que mesmo com valor alto,
não desceu através da glicerina, que apresentava alta viscosidade. Assim,
concluiu-se que o corpo era oco, propagando um erro ao decorrer dos cálculos.
A altura percorrida pelos corpos na proveta não foi suficiente para se obter uma
velocidade constante, assim, considerou-se a velocidade terminal dos corpos como
sendo a velocidade com que os mesmos tocaram o fundo da proveta, o que pode
não ser representativa.
O único experimento que apresentou desvio razoável de CD experimental em
relação ao teórico foi a bola verde na glicerina, considerando que houveram erros
inerentes à visualização dos tempos de queda e nas medições das dimensões dos
corpos e proveta. Portanto, o ideal é que se repita os experimentos para os outros
corpos (esfera pequena e bola branca), desprezando o cone, por não ser
representativo.
6. REFERÊNCIAS

MASSARANI, Giulio. Fluidodinâmica em Sistemas Particulados. 2ª Edição. Rio de


Janeiro: E-papers Serviços Editoriais, 2002

SILVA, R. G. Estudo numérico da movimentação de partículas em escoamento.


Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica da USP. Departamento de Engenharia
Mecânica, 2006

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