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Inst. Ens.

Física 2/ Física Experimental L2


Universidade Federal de Pernambuco

CCEN - Departamento de Física

2022.1

Aluno(a): Giogio Pereira e Renan Massarelli

Experimento 3 – Fluidos

Introdução
Fluidos compreendem líquidos e gases. Os líquidos escoam sob a ação da gravidade até
preencherem as regiões mais baixas possíveis dos vasos que os contém. Os gases se expandem até
ocuparem todo o volume do vaso, qualquer que seja a sua forma. As moléculas em um gás não têm
restrição de movimento dentro do recipiente que o contém, e podem se deslocar através de toda essa
região do espaço. Já o líquido está restrito a se mover abaixo da sua superfície. Grande parte de
suas moléculas não têm energia suficiente para vencer essa barreira imposta pela superfície, com
isso vem a contenção entre a sua superfície e as paredes do recipiente. Em fluidos temos vários
fatores que podem mudar a integridade de um líquido ou gás, estes são: Densidade ρ, Pressão,
Temperatura e Volume do material (visto que também é usado para definir a densidade). Empuxo,
definido pelo princípio de Arquimedes, é causado e medido quando um corpo é total ou
parcialmente mergulhado em algum fluido sofrendo atuação da pressão pelo fluido em todos os
pontos da superfície do corpo em contato com o fluido. A pressão causada pelo fluido depende da
profundidade do corpo (com isso a parte mais profunda do corpo sofre maior pressão). Arquimedes
definiu sua teoria pela seguinte expressão:
‘’Todo corpo total ou parcialmente imerso em um fluido, recebe deste um empuxo vertical, dirigido de baixo

para cima, de módulo igual ao peso do volume de fluido deslocado pelo corpo.’’
Dada pela equação:

𝐸 = 𝜌𝑓𝑉 𝑔.

Objetivos gerais
Neste experimento é analisado a diferença de um sistema massa-mola que é submetida à uma
Força em um sistema livre (no ar) e depois medida com a fonte de força (força peso) submersa em
glicerina de densidade específica ρ, tendo noção da força oposta ao peso (força restauradora) e a
força de empuxo que a glicerina causa na fonte de peso.

Material utilizado
‘Fonte de peso’: 12 arruelas; Clipe de papel; Mola; Esferas de vidro (bolas de gude); Esfera de
[Escolha a Data]

borracha; Proveta de 1000ml; Régua e Trena; Cronometro; Balança; Glicerina e um Suporte


ajustável.

Observações
Foi utilizado como fonte de massa, 12 arruelas que foram medidas juntas; O clipe de papel
foi também mensurado, porém a massa foi desprezada;
Os Raios internos e esternos das arruelas foi medido e tirado uma média, assim como o raio
externo das esferas de vidro (medindo 5 e tirando a média, utilizando o raio obtido para todas).

Experimento Parte 1:
Nessa primeira parte precisaremos definir as incertezas, o K elástico da mola nos dois sistemas
diferentes, o coeficiente de viscosidade da glicerina e, por fim, a densidade da glicerina encontrada
experimentalmente e compará-la com a teórica.

Lei de Stokes (viscosidade de um fluido): O movimento de um corpo em um meio viscoso é


influenciado pela ação de uma força viscosa, 𝐹𝑉,proporcional à velocidade, v, e definida pela relação FV =
bv, conhecida como lei de Stokes. Essa força viscosa é devido ao atrito interno, isto é, das forças de coesão
entre moléculas relativamente juntas. No caso de esferas em velocidades baixas, a força viscosa 𝐹𝑉 é dada
por: 𝐹𝑉 = 6𝜋𝜂𝑟𝑣
Sendo r o raio da esfera, η o coeficiente de viscosidade do fluido e v a velocidade da esfera em relação a esse
fluido.

Para iniciarmos as atividades precisamos : Medir o comprimento 𝑥1 da mola no ar (tabela 1) e medir


𝑥2 com a fonte de massa (arruelas) imersas em glicerina (tabela 1). Notando que 𝑥2 < 𝑥1 , pois as
arruelas estão sofrendo empuxo.

Tabela 1
𝑴 ± ∆𝑴 (g) 𝑯 ± ∆𝑯(cm) 𝑫𝒊 ± ∆𝑫𝒊 (cm) 𝑫𝒆 ± ∆𝑫𝒆(cm) 𝒙𝒐 ± ∆𝒙𝒐 (cm) 𝒙𝟏 ± ∆𝒙𝟏 (cm) 𝒙𝟐 ± ∆𝒙𝟐 (cm)
24,36 ± 0,01 1,5 ± 0,05 0,8 ± 0,05 1,8 ± 0,05 4,21 ± 0,05 11,70 ± 0,01 8,79 ± 0,01

Medidas da massa, diâmetros interno e externo, comprimento de repouso e elongações (x = 𝑥1 − 𝑥𝑜) .

Atividades:
1- Primeiro temos que obter o K da mola e a sua incerteza pela propagação de incertezas;

𝐹 = −𝑘(𝑥1 − 𝑥𝑜 ), onde F é a força aplicada na mola, k é a constante elástica e x é a deformação da


mola (𝑥𝑜 , 𝑥1 , 𝑥2 ).
Calculando 𝑘 e sua incerteza: 𝑘 = 3,14𝑁/𝑚 ± 0,01 (≃ 0,00937). (incerteza definida pela fórmula de
2 𝜕𝑘 2 𝜕𝑘 2
propagação de incertezas ∆𝑘 = (𝜕𝐹) . ∆𝐹 + (𝜕𝑥) . ∆𝑥 ).

2- Como o conjunto de arruelas (12 arruelas com altura H=1,5 cm e massa m=0,024 kg) está sofrendo
empuxo e o volume do corpo é proporcional ao volume deslocado de glicerina, além disso o corpo se
encontra em repouso, logo 𝐹 = 𝐸. Fórmula utilizada para obter 𝜌𝑔𝑙𝑖𝑐𝑒𝑟𝑖𝑛𝑎 = 𝜌𝑉𝑔 = 𝐹𝑝 − 𝑘(𝑥2 − 𝑥𝑜 ).

No item 2, como já obtemos a constante elástica k da mola no item 1, utilizando o k obteremos a


densidade 𝜌 da glicerina e sua incerteza ∆𝜌 . Pra descobrir o volume das arruelas, foi utilizada a fórmula
do volume de um cilindro oco: 𝑉 = 𝜋(𝑅2 − 𝑟 2 ). 𝐻;

Dados: 𝑘 = 3,14𝑁/𝑚 ± 0,01; 𝑉𝑎𝑟𝑟𝑢𝑒𝑙𝑎𝑠 = 3,07𝑥10−6 𝑚3; ρ𝑎𝑟𝑟𝑢𝑒𝑙𝑎𝑠 ≃ 7900 𝑘𝑔/𝑚3; 𝐹𝑝 = 0,235𝑁; 𝑥2 = 0,0879 𝑚.
Calculando obtemos que 𝜌𝑔𝑙𝑖𝑐𝑒𝑟𝑖𝑛𝑎 = 3,04 ± 0,01 𝑔/𝑐𝑚3. (valor já convertido de 𝑘𝑔/𝑚3 para 𝑔/𝑐𝑚3).

Com o erro percentual E%=98%, erro bastante alto, pode ser originado por variações no fluido.
Experimento parte 2 –
Neste segundo experimento iremos obter o coeficiente de viscosidade da glicerina utilizando
esferas diversas (vidro e borracha) se movendo no fluido sob ação da gravidade, visto
anteriormente, a Lei de Stokes, e o empuxo. Sabendo que a esfera atinge rapidamente uma
velocidade limite, pela segunda lei de Newton iremos relacionar a viscosidade do líquido com as
grandezas físicas do sistema, tais como: diâmetro da esfera, densidades da glicerina e da esfera e
aceleração da gravidade.
- Para dar início a atividade experimental foi necessário medir o diâmetro interno das esferas de vidro e
borracha. Foram utilizadas 5 esferas de vidro para as medidas de massa, tirando a média das 5 esferas
medidas como massa m. (massa na tabela 2).

Tabela 2

𝑴 ± ∆𝑴(g) 𝒎 ± ∆𝒎(g)
40,68±0,01 8,14±0,01

- No experimento onde é necessário medir o diâmetro interno, tomamos como 𝑫𝒊 = 1,796 ± 0,001 𝑐𝑚 a
média de 5 esferas medidas, logo todos os diâmetros da tabela 3 será igual, mudando apenas o tempo
percorrido.
Tabela 3
𝒅𝒊 (cm) 𝒕𝒊(s)

1,79 0,68

1,79 0,69

1,79 0,66

1,79 0,84

1,79 0,63

1,79 0,65

1,79 0,62

1,79 0,90

1,79 0,81

1,79 0,69
∆𝑡𝑖 = ±0,01𝑠

- A partir dos dados da Tabela 3, preenchemos a Tabela 4;

Tabela 4
𝒅𝒎é𝒅𝒊𝒐 (cm) 𝝈 (cm) 𝝈𝒎é𝒅𝒊𝒐 (cm) 𝒅𝒎é𝒅𝒊𝒐 ± ∆𝒅𝒎é𝒅𝒊𝒐 (cm)

1,796±0,001 0 0 1,796±0,001

𝒕𝒎é𝒅𝒊𝒐 (s) σ (s) 𝝈𝒎é𝒅𝒊𝒐 (s) 𝒕𝒎é𝒅𝒊𝒐 ± ∆𝒕𝒎é𝒅𝒊𝒐 (s)

0,72±0,01 0,2915 0,0809 0,72± 0,08

- Com a tabela 4 em mãos e preenchida, partiremos para as atividades 2.


Atividades:
1- Utilizando os dados da tabela 4, obtemos o volume da esfera 𝑉𝑒 e sua incerteza ∆𝑉𝑒 , descobrindo a
4
incerteza com o método de propagações de incerteza. Pela fórmula do volume da esfera 𝑉𝑒 = 𝜋𝑟 3 , obtemos
3
𝑉𝑒 ± ∆𝑉𝑒 (𝑔/𝑐𝑚 3 ) = 1,689 ± 0,004 𝑔/𝑐𝑚 3.
2- Com os dados da tabela 2, mediremos a densidade da esfera e sua respectiva incerteza.

ρ𝑒 = ρ𝑒 ± ∆𝜌𝑒 (𝑔/𝑐𝑚3 ) ≅ 4,82 ± 0,02 ((𝑔/𝑐𝑚3).

3- Calculando a velocidade limitante da esfera na glicerina, 𝑣𝐿 ± ∆𝑣𝐿 (cm/s); 𝑣𝐿 = 41,38 ± 0,04(cm/s).


𝜌𝑒−𝜌𝑔
4- Com todos os dados necessários, utilizando a fórmula 𝑣𝐿 = 2 ∙ ( 9𝜂
)𝑔𝑟 2 , obtemos o coeficiente de
viscosidade η e sua devida incerteza ∆η em Pa.s; Com o resultado em mãos, descobrimos o erro percentual
E%.

𝜂 = 1,67 ± 0,01 𝑃𝑎. 𝑠; E%=11,3%, erro pequeno, porém considerável.

Atividades (2.1):
Agora, iremos repetir o mesmo experimento realizado anteriormente, mas com o uso de apenas uma esfera
de borracha cuja densidade possui um valor muito próximo da glicerina. Medimos o diâmetro e a massa da
esfera de borracha, tabela 5.

Tabela 5

𝒎 ± ∆𝒎(g) 𝒅 ± ∆𝒅(cm)
10,92±0,01 2,4±0,01

Também fizemos medições de tempo da esfera de borracha na glicerina, percorrendo uma distância de
20,00cm pela proveta.

Tabela 6

Distância Tempo
percorrida 𝒕𝒊 ± ∆𝒕𝒊
(cm) (s)

20,00 5,53

Na produção do relatório, é necessário a composição de um gráfico da Distancia percorrida em função do


tempo, porém foi determinado pela professora que era preciso apenas uma medida de tempo, logo é
impossível a criação do mesmo, tornando também impossível fazer o ajuste linear pelo método dos mínimos
quadrados. Continuando.

1- Com isso, temos que determinar a densidade da esfera 𝜌𝑒𝑏 , o coeficiente de viscosidade η e comparando
com o obtido na atividade 2, e a velocidade 𝑣𝐿 . (Respostas na tabela 7).

𝝆𝒆𝒃 ± ∆𝝆𝒆𝒃 (𝒈/𝒄𝒎𝟑 ) 𝒗𝑳 ± ∆𝒗𝑳 (cm/s) η ± ∆η (Pa.s) E% (η)

1,51±0,01 3,62±0,05 1,322±0,003 20,8%

Dados: 𝑉𝑒𝑏 = 7,24 ± 0,01𝑐𝑚3.


Conclusão: Observe que, ao compararmos a viscosidade 2 (da esfera de borracha na glicerina) com o
coeficiente teórico dado na apostila do relatório obtemos um coeficiente η mais alto em relação ao coeficiente
1(da esfera de vidro) ao teórico, com um erro percentual de apenas 11,3%, consideravelmente menor. Visto
que ao compararmos o da esfera de borracha com o teórico, erro de 13,4%. Essa diferença pode ser
explicada pela diferença de esferas e erros sistemáticos.

Referencias:
[1] Halliday, D. Renick R. Fundamentos da Física 2, Vol 2, Ed 8;

[2] Roteiro de Fluidos.

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