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Laboratório de Física complementar Anabela Carina Novais Ascenção

2023/24 200704469

Trabalho 3
Viscosidade da glicerina

Nota: Na parte da realização do trabalho experimental, está a preto o que é do protocolo e a azul o que foram apontamentos
dos dados e o tratamento de dados realizados, para uma melhor distinção.

PREPARAÇÃO: 24 de outubro de 2023

Objetivo:
- Determinação do coeficiente de viscosidade da glicerina

Introdução Teórica
A viscosidade é uma medida da resistência interna oferecida pelo líquido ao ato de fluir,
resultando das forças de atrito interno entre diferentes camadas do líquido que se movem
com velocidades relativas diferentes. É uma propriedade do fluido que fornece uma indicação
da resistência ao cisalhamento dentro de um fluído.
George Stokes, um matemático irlandês estudou durante uma grande parte da sua vida as
propriedades do fluido. Este trabalho conduziu à Lei de Stokes que descreve
matematicamente as forças requeridas para mover uma esfera no interior de um líquido a
uma determinada velocidade.
O movimento de um corpo no fluido irá ser retardado pelas forças de fricção na direção
oposta ao seu movimento. A magnitude dessa força depende da geometria do corpo, da sua
velocidade e da força de fricção no fluido. A medida da fricção interna é dada pela viscosidade
dinâmica η.

A força de fricção é dada pela Lei de Stokes.

𝐹 = 6πη𝑟𝑣 (equação 1)

Em que 𝑟 é o raio da esfera, 𝑣 a Velocidade num fluido de extensão infinita e η a viscosidade


dinâmica.

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Se a esfera estiver a cair verticalmente no fluido, depois de algum tempo, ela ficará com
velocidade constante 𝑣, quando todas as forças em ação na esfera estiverem em equilíbrio.

F1
F1 – Força de fricção F2
F2 – Força de impulsão

F3 - Força gravitacional F1

Figura 1 – Representação das forças a


atuar na esfera.

As forças de impulsão e da força gravitacional são dadas pelas equações 2 e 3, respetivamente:

𝐹 = (equação 2)

𝐹 = (equação 3)

Em que 𝜌 é a densidade do fluido, 𝜌 a densidade da esfera e 𝑔 a aceleração da gravidade.


Na condição de equilíbrio entre estas três forças temos que:
𝐹 =𝐹 + 𝐹
A viscosidade pode então ser determinada pela velocidade de queda 𝑣.
( )
η= 𝑟 (equação 4)

onde 𝑣 pode ser determinado pela medição do espaço percorrido s, num dado intervalo de
tempo t.
( )
η= 𝑟 (equação 5)

Na prática, a equação 1 tem de ser corrigida, pois a hipótese que o fluido se extende
infinitamente em todas as direções é irrealista e, portanto, a distribuição de velocidade das
partículas do fluido relativamente à superfície da esfera é afetada pela dimensão finita do
fluido. Para uma esfera em movimento ao longo do eixo do cilindro cheio de fluido, de raio
R, a força de fricção é:

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𝐹 = 6𝜋ηrV(1 + 2,4 ) (equação 6)

e a viscosidade:

( )
η= 𝑟 (equação 7)
( , )

Se além disso ainda for considerado o comprimento do tubo L, então uma outra correção terá de
ser feita, da ordem de r/L, designada de correção de Ladenburg.

( )
η= 𝑟 (equação 8)
( , )( , )

Equipamentos e esquema de montagem

Equipamentos/ Reagentes

 Proveta graduada de 25 mL com menor divisão de 0,5mL;


 Suporte Universal; A
 Garra e noz;
 Cilindro de vidro com duas marcações (fig.3);
 Frasco com glicerina;
 Funil de vidro;
 Esferas de aço de vários diâmetros;
 Cronómetro (Telemóvel);
 Craveira (incerteza: 0,02mm);
 Íman para re rar esferas do cilindro;
 Balança digital com sensibilidade de 0,01g; B
 Fita métrica.

Figura 2 – Dispositivo experimental.

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REALIZAÇÃO DO TRABALHO EXPERIMENTAL: 25 de outubro de 2023

1. Efetuar a montagem conforme o esquema de montagem da figura 2.

Figura 3 – Esquema de montagem.

2. Pesar a proveta limpa e seca.

mproveta = (6.075 ± 0.01) kg

3. Encher a proveta com glicerina e registar a sua massa e volume de glicerina. Repetir
este procedimento para diferentes volumes e massas de glicerina.

mp = massa da proveta
mg = massa da glicerina

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Tabela 1 – Registo e tratamento de dados para cálculo da densidade da glicerina.

mp+mg (kg) ∆(mp+mg) (kg) mg (kg) ∆(mg) (kg) Vg (m3) ∆(Vg) (m3)
6.39E-02 1.00E-05 3.14E-03 1.00E-04 2.50E-06 2.50E-07
6.96E-02 1.00E-05 8.89E-03 1.00E-04 7.50E-06 2.50E-07
7.21E-02 1.00E-05 1.13E-02 1.00E-04 9.30E-06 2.50E-07
7.42E-02 1.00E-05 1.35E-02 1.00E-04 1.15E-05 2.50E-07
7.59E-02 1.00E-05 1.52E-02 1.00E-04 1.26E-05 2.50E-07
7.96E-02 1.00E-05 1.89E-02 1.00E-04 1.59E-05 2.50E-07
8.35E-02 1.00E-05 2.27E-02 1.00E-04 1.87E-05 2.50E-07
8.45E-02 1.00E-05 2.37E-02 1.00E-04 1.98E-05 2.50E-07
8.55E-02 1.00E-05 2.48E-02 1.00E-04 2.06E-05 2.50E-07
8.78E-02 1.00E-05 2.71E-02 1.00E-04 2.25E-05 2.50E-07
9.13E-02 1.00E-05 3.05E-02 1.00E-04 2.49E-05 2.50E-07

mg = (mp+mg) - mp

4. Medir os diâmetros das esferas e registar os seus valores.


5. Medir as massas das esferas e registar os seus valores.

Tabela 2 – Registo dos diâmetros e massas das esferas.

Esfera d (m) ud (m) m (kg) um (kg)


3.43E-03 1.00E-05 1.80E-04 1.00E-02
1 3.43E-03 1.00E-05 1.70E-04 1.00E-02
3.43E-03 1.00E-05 1.70E-04 1.00E-02
5.95E-03 1.00E-05 8.80E-04 1.00E-02
2 5.95E-03 1.00E-05 8.80E-04 1.00E-02
5.95E-03 1.00E-05 8.80E-04 1.00E-02
4.50E-03 1.00E-05 3.70E-04 1.00E-02
3 4.44E-03 1.00E-05 3.80E-04 1.00E-02
4.44E-03 1.00E-05 3.80E-04 1.00E-02
4.95E-03 1.00E-05 5.10E-04 1.00E-02
4 4.95E-03 1.00E-05 5.10E-04 1.00E-02
4.94E-03 1.00E-05 5.10E-04 1.00E-02

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2.95E-03 1.00E-05 1.10E-04 1.00E-02


5 2.95E-03 1.00E-05 1.10E-04 1.00E-02
2.96E-03 1.00E-05 1.10E-04 1.00E-02
9.47E-03 1.00E-05 3.53E-03 1.00E-02
6
9.48E-03 1.00E-05 3.53E-03 1.00E-02

6. Encher a proveta de glicerina (evitar a formação de bolhas de ar).


7. Medir a temperatura da glicerina na proveta, com um termómetro (medir
a temperatura ambiente) e registar o valor.

Tglicerina = (23.0 ± 0.5) ˚C

8. Colocar duas marcas na proveta. A marca superior (marca A) deve estar numa zona onde a
esfera, quando largada, já atingiu uma velocidade constante. A marca inferior (marca B) deve
estar perto do fundo da proveta.

A proveta já tinha as marcas feitas, apenas marcamos melhor os riscos.

9. Com uma fita métrica, registar a distância entre as duas marcas (A e B).

distância entre as duas marcas: s = (42.00±0.05) cm

10. Iniciar a experiência largando uma esfera na proveta. Com um cronómetro, medir o
tempo que a esfera demora a percorrer a distância entre as duas marcas na proveta.
Registar o valor obtido.
11. Realizar três a quatro ensaios.
12. Repetir o procedimento com esferas de diâmetros diferentes.

Nota: Para retirar as esferas do fundo do cilindro utilizar um íman (Figura 4).

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Figura 4 – Íman com esferas retiradas do cilindro.

Tabela 3 – Resultados dos intervalos de tempo que as esferas demoraram a percorrer a distância s.

Esfera d (m) ud (m) m (kg) um (kg) ∆t (s) u(∆t) (s)


3.43E-03 1.00E-05 1.80E-04 1.00E-02 4.33 1.00E-02
1 3.43E-03 1.00E-05 1.70E-04 1.00E-02 4.33 1.00E-02
3.43E-03 1.00E-05 1.70E-04 1.00E-02 4.30 1.00E-02
5.95E-03 1.00E-05 8.80E-04 1.00E-02 2.18 1.00E-02
2 5.95E-03 1.00E-05 8.80E-04 1.00E-02 2.20 1.00E-02
5.95E-03 1.00E-05 8.80E-04 1.00E-02 2.19 1.00E-02
4.50E-03 1.00E-05 3.70E-04 1.00E-02 2.86 1.00E-02
3 4.44E-03 1.00E-05 3.80E-04 1.00E-02 2.87 1.00E-02
4.44E-03 1.00E-05 3.80E-04 1.00E-02 2.89 1.00E-02
4.95E-03 1.00E-05 5.10E-04 1.00E-02 2.60 1.00E-02
4 4.95E-03 1.00E-05 5.10E-04 1.00E-02 2.51 1.00E-02
4.94E-03 1.00E-05 5.10E-04 1.00E-02 2.50 1.00E-02
2.95E-03 1.00E-05 1.10E-04 1.00E-02 5.57 1.00E-02
5 2.95E-03 1.00E-05 1.10E-04 1.00E-02 5.51 1.00E-02
2.96E-03 1.00E-05 1.10E-04 1.00E-02 5.58 1.00E-02
9.47E-03 1.00E-05 3.53E-03 1.00E-02 1.45 1.00E-02
6
9.48E-03 1.00E-05 3.53E-03 1.00E-02 1.39 1.00E-02

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Determinação da densidade da glicerina


Para determinar a densidade da glicerina traçou-se o gráfico da mglicerina em função do Vglicerina e fez-
se um ajuste linear dos pontos, a passar na origem, obtendo-se o gráfico 1. Os resultados do ajuste
linear estão apresentados na tabela 4, sendo que o declive corresponde à densidade da glicerina.

3.50E-02
m=f(V)

3.00E-02

2.50E-02
mglicerina (kg)

2.00E-02

1.50E-02

1.00E-02

5.00E-03

0.00E+00
0.00E+00 5.00E-06 1.00E-05 1.50E-05 2.00E-05 2.50E-05 3.00E-05

Vglicerina (m3)

Gráfico 1 – Dados experimentais de m=f(V) para a glicerina.

Tabela 4 – Resultados do ajuste linear

m 1205.69 0 b
sm 4.47 - sb
r2 1.00 2.44E-04 sy

ρglicerina = declive = (1205.69 ± 4.47) kg/m3

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Sendo 1260 kg/m3 o valor tabelado da densidade da glicerina, para uma temperatura de 20°C, o
valor determinado experimentalmente apresenta um erro de 4.31% em relação ao valor tabelado.

Resíduos de mg
5.00E-04
4.00E-04
3.00E-04
2.00E-04
resíduos mg (kg)

1.00E-04
0.00E+00
-1.00E-04
-2.00E-04
-3.00E-04
-4.00E-04
-5.00E-04
-6.00E-04
0.00E+00 5.00E-06 1.00E-05 1.50E-05 2.00E-05 2.50E-05 3.00E-05
Vglicerina (m3)

Gráfico 2 – Gráfico de resíduos do ajuste linear.

Verifica-se uma aleatoriedade dos pontos pelo que se considerou o ajuste correto e todos os
pontos encontram-se entre o valor de ±2sy.

1260.00 − 1205.69
𝐸𝑟𝑟𝑜 (%) = × 100 = 4.31%
1260.00

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Determinação da densidade das esferas

Foram calculados os valores para a velocidade terminal e volume de cada esfera, apresentados na
tabela 5, recorrendo aos dados da tabela 3.

Tabela 5 – Valores da velocidade terminal (m/s) e volume (m3) para as diferentes esferas.

Esfera 𝑣 (m/s) u𝑣 (m/s) V (m3) uV (m3)


9.70E-02 1.18E-03 1.19E-08 6.00E-08
1 9.70E-02 1.18E-03 1.19E-08 6.00E-08
9.77E-02 1.18E-03 1.19E-08 6.00E-08
1.93E-01 2.46E-03 6.20E-08 1.81E-07
2 1.91E-01 2.43E-03 6.20E-08 1.81E-07
1.92E-01 2.45E-03 6.20E-08 1.81E-07
1.47E-01 1.82E-03 2.60E-08 1.01E-07
3 1.46E-01 1.82E-03 2.58E-08 1.01E-07
1.45E-01 1.80E-03 2.58E-08 1.01E-07
1.62E-01 2.02E-03 3.57E-08 1.25E-07
4 1.67E-01 2.10E-03 3.57E-08 1.25E-07
1.68E-01 2.11E-03 3.55E-08 1.24E-07
7.54E-02 9.08E-04 7.56E-09 4.44E-08
5 7.62E-02 9.18E-04 7.56E-09 4.44E-08
7.53E-02 9.06E-04 7.64E-09 4.47E-08
2.90E-01 3.99E-03 2.50E-07 4.57E-07
6
3.02E-01 4.20E-03 2.51E-07 4.58E-07

Foram determinados os valores médios da massa da esfera, raio, tempo percorrido, velocidade
terminal e volume para as diferentes esferas para determinar a densidade do aço por ajuste linear
(mesfera=f(Vesfera).

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Tabela 6– Valores médios da massa da esfera, raio, tempo percorrido, velocidade terminal e volume para as
diferentes esferas.

Esfera d médio (m) r2 médio (m2) mesfera médio (kg) ∆t médio (s) 𝑣 terminal (m/s) V médio (m3)
1 3.43E-03 2.94E-06 1.73E-04 4.32 9.72E-02 2.11E-08
2 5.95E-03 8.85E-06 8.80E-04 2.19 1.92E-01 1.10E-07
3 4.44E-03 4.94E-06 3.77E-04 2.87 1.46E-01 4.59E-08
4 4.95E-03 6.12E-06 5.07E-04 2.54 1.66E-01 6.34E-08
5 2.95E-03 2.18E-06 1.10E-04 5.55 7.56E-02 1.35E-08
6 9.48E-03 2.24E-05 3.53E-03 1.42 2.96E-01 4.45E-07
Nota: 𝑣 = velocidade terminal (m/s); V= Volume(m3)

Dados e expressões utilizadas:


s = (4.2E-2 ±5.0E-3) m

Velocidade terminal: 𝑣 = ∆

( ) (∆ )
Incerteza da velocidade terminal: 𝑢(𝑣 ) = 𝑣 × ( ) +( )

Volume da esfera: 𝑉 = 𝜋( )

( ) ( ) ( )
Incerteza do volume da esfera: 𝑢(𝑉 ) = 𝑉 × ( ) +( ) +( )

Com os dados da tabela 6 foi representado o gráfico da massa das esferas em função do seu
volume de forma a determinar a densidade do material- gráfico 3.
Fazendo-se um ajuste linear, cujos dados estão na tabela 7, foi possível determinar o valor
experimental da densidade das esferas, cujo valor é dado pelo declive. Assim, é possível
identificar o material das esferas.

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mesfera= f (Vesfera)
4.00E-03

3.50E-03

3.00E-03

2.50E-03
mesfera(kg)

2.00E-03

1.50E-03

1.00E-03

5.00E-04

0.00E+00
0.00E+00 1.00E-07 2.00E-07 3.00E-07 4.00E-07 5.00E-07
Vesfera (m3)

Gráfico 3 – Representação dos valores experimentais de mesfera = f(Vesfera) para as diferentes


esferas.

Gráfico de resíduos de m esfera


1.0E-05

5.0E-06
Resíduos de m esfera

0.0E+00
0.00E+00 1.00E-07 2.00E-07 3.00E-07 4.00E-07 5.00E-07

-5.0E-06

-1.0E-05

-1.5E-05
Vesfera (m3)

Gráfico 4 – Resíduos mesfera = f(Vesfera) para as diferentes esferas.

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Verifica-se uma aleatoriedade dos pontos pelo que se considerou o ajuste correto e todos os
pontos encontram-se entre o valor de ±2sy.

Tabela 7 – Ajuste linear, a passar na origem de mesfera = f(Vesfera) para as diferentes esferas.

m 7933.38 0 b
sm 14.98 - sb
r2 1.00 6.98E-06 sy

𝜌 = (7.933 ± 0.015) × 10 𝑘𝑔/𝑚

Assim, podemos concluir que o material constituinte das esferas é o aço, que apresenta uma
densidade média tabelada de 7860 kg/m³.

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Determinação do valor da viscosidade da glicerina

A viscosidade da glicerina foi calculada de 2 formas:


1. Pela lei de stokes, tendo em conta um fluido de extensão infinita, isto é, através da
equação 4;
2. Considerando um tubo finito de raio R e de comprimento L, pela equação 8, isto é,
fazendo a correção de Ladenburg.

Tabela 8 – Cálculo da velocidade das esferas para as 2 situações mencionadas.

Tubo infinito Tubo de raio R e comprimento L


(lei de Stokes) (correção de Ladenburg)
Esfera r2 médio (m2) 𝑣 médio (m/s) 𝑣 corrigida (m/s)
1 2.94E-06 9.72E-02 1.35E-01
2 8.85E-06 1.92E-01 3.21E-01
3 4.94E-06 1.46E-01 2.20E-01
4 6.12E-06 1.66E-01 2.58E-01
5 2.18E-06 7.56E-02 1.01E-01
6 2.24E-05 2.96E-01 6.17E-01
R = raio do tubo = 0.011 m; L = comprimento do tudo = 0.630 m

Cálculo da velocidade terminal corrigida:

𝒗𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒈𝒊𝒅𝒂 = 𝑣 é (1 + 2,4 ) × (1 + 3,3 )

Com os dados da tabela 8 traçou-se o gráfico 5, representando a velocidade das esferas


(determinadas pela lei de Stokes e pela correção de Ladenburg à lei de Stokes) em função de r2.
Os ajustes lineares estão representados na tabela 9.

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𝑣=f(r2) para 𝑣 observada e corrigida


7.00E-01

6.00E-01

5.00E-01
𝑣 terminal (m/s)

4.00E-01

3.00E-01

2.00E-01

1.00E-01

0.00E+00
0.00E+00 5.00E-06 1.00E-05 1.50E-05 2.00E-05 2.50E-05
r2 esferas (m2)
Cilindro infinito (Lei de Stokes) Cilindro de raio R e comprimento L
Linear (Cilindro infinito (Lei de Stokes)) Linear (Cilindro de raio R e comprimento L)
Linear (Cilindro de raio R e comprimento L)

Gráfico 5 – Gráfico 𝑣 =f(r2) experimental e corrigido.

Tabela 9– Ajuste linear para calcular a viscosidade da glicerina com dados experimentais e corrigido para
tubo finito de raio R e comprimento L.

Cilindro infinito (Lei de Stokes)


m 10051.60 0.08 b
sm 1421.28 0.01 sb
r2 0.93 0.02 sy
Cilindro de raio R e comprimento L – correção
de Ladenburg
m 24501.31 0.08 b
sm 1703.34 0.02 sb
2
r 0.98 0.03 sy

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Resíduos de 𝑣terminal
4.00E-02

3.00E-02
Resíduos de 𝑣terminal

2.00E-02

1.00E-02

0.00E+00

-1.00E-02

-2.00E-02

-3.00E-02
0.00E+00 5.00E-06 1.00E-05 1.50E-05 2.00E-05 2.50E-05
r2 esferas (m2)

Gráfico 6 – Resíduos de 𝑣 terminal = f(r2esferas) do ajuste para cilindro infinito, segundo a lei de Stokes.

Verifica-se uma aleatoriedade dos pontos pelo que se considerou o ajuste correto e todos os
pontos encontram-se entre o valor de ±2sy. O mesmo acontece para o gráfico de resíduos da
𝑣corrigida.

Com os declives dos ajustes podemos calcular o valor da viscosidade da glicerina:

2 𝜌 −𝜌 𝑔 2 𝜌 −𝜌 𝑔
𝑣= 𝑟 → 𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 =
9 𝜂 9 𝜂

Assim, o valor experimental para a viscosidade da glicerina é dada por:

2 𝜌 −𝜌 𝑔
𝜂=
9 𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒

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Para determinar o valor teórico da viscosidade dinâmica da glicerina recorreu-se aos dados
da tabela 10, que mostra propriedades da glicerina a diferentes temperaturas.

Tabela 10 – Propriedades da glicerina a diferentes temperaturas. Retirado de Grigor’ev and Meilikhova


1991.

Traçou-se o gráfico da dependência da viscosidade com a temperatura e fez-se um ajuste


exponencial, como mostra no gráfico 7. Da equação da curva de ajuste foi possível
determinar o valor teórico da viscosidade da glicerina, à temperatura de 23˚C – 0.990 Pa.s.

Viscosidade da glicerina vs Temperatura


1.6

1.4

1.2
y = 3.7573e-0.058x
1
R² = 0.995
η (Pa.s)

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 20 40 60 80 100 120

Temperatura (˚C)

Gráfico 7 – Gráfico da dependência da viscosidade da glicerina com a temperatura e


curva de ajuste.

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Tabela 11 – Valores da viscosidade da glicerina obtido pela lei de Stokes e corrigida pela
correção de Ladenburg.

Valor experimental Erro


ƞ glicerina (Pa.s) percentual

Tubo infinito – Lei de Stokes 1.459 ± 0.210 47.3

Tubo finito de raio R e comprimento L 39.6


0.598 ± 0.04
(equação 8) – correção de Ladenburg

│ ó │
𝑒𝑟𝑟𝑜 percentual = × 100

𝑢(𝜌𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎) + 𝑢(𝜌𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜) 𝑢(𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒)


𝑢(ƞ) = ƞ × +
𝜌 − 𝜌 𝑑𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒

Conclusões
O resultado obtido para a densidade da glicerina foi de (1205,69 ±4,47) kg/m3 com um erro relativo
de 4,31%.

O resultado obtido para a densidade das esferas foi de (7,933±0,015) X103 kg/m3, sendo conclusivo
como se tratando de aço.

Obtiveram-se os valores para a viscosidade da glicerina de 1,459±0,21 Pa.s com um erro relativo de
47,3% pela Lei de Stokes e 0,598±0,04 Pa.s com um erro relativo de 39,6% pela correção de
Ladenburg.

Apesar do erro ser menor com a correção de Ladenburg, ainda é um erro considerável, pelo que
pode estar relacionado com a glicerina apresentar impurezas que condicionem a atividade para
determinar a sua viscosidade.

ENTREGA DO LOGBOOK: 07 de novembro de 2023

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