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Elevador Hidráulico

Engenharia Ambiental

Profª. Drª. Maria Lúcia Pereira Antunes

Camila Cortona
Priscila Ramos
Maria Isabel Rodrigues
Natália Barros
Phillipi Yago
Francisco Campos

Sorocaba
2016
I- Objetivo

O objetivo desse experimento foi construir um elevador hidráulico com


treliças a partir de materiais baratos, recicláveis e/ou de fácil acesso, a fim de
analisar tal facção em diversos aspectos.
II- Introdução

Quando uma porta é batida bruscamente por uma pessoa em uma


residência, pode-se ouvir o barulho das janelas tremendo ou até mesmo
abrindo. Isso ocorre pelo fato de que quando a porta é fechada bruscamente, é
exercida uma pressão sobre o ar da casa, e pelo princípio de Pascal, a pressão
é transmitida a todos os locais do ambiente, entretanto, não está limitada
somente ao ar, o princípio ocorre com fluídos em geral, como em líquidos e
gases, por exemplo.

Teorema de Stevin

"A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio


é igual ao produto entre a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a
diferença entre as profundidades dos pontos."

Na qual, é a diferença entre as pressões, a densidade, a


aceleração da gravidade e a diferença entre as profundidades.

O elevador hidráulico é um dispositivo utilizado como um replicador de


forças, ou seja, absorve uma quantidade de força em uma extremidade e em
sua outra extremidade a libera. Isto ocorre devido ao fluído que há no
dispositivo, no qual se utiliza o princípio de Pascal, o que torna possível erguer
um corpo que possuí grande peso com uma pequena força exercida.
Princípio de Pascal

O matemático, físico e filósofo Blaise Pascal (1623-1662) foi o primeiro


a entender a distribuição da pressão num fluído, que se transmite igualmente
em todas as direções. Daí surgiu o nome “Princípio de Pascal”, em
homenagem a Blaise. Este trecho de 1952, resume a ideia do princípio “a
pressão aplicada a um fluido enclausurado é transmitida sem atenuação a
cada parte do fluido e para as paredes do reservatório que o contém. ”

Aproveitando os princípios da hidrostática (com conceitos de Stevin),


Pascal criou seu próprio princípio. Com ele, podemos explicar o funcionamento
de um elevador hidráulico, no qual um corpo que possui grande massa pode
ser levantado com uma força menor do que a necessária sem o dispositivo. O
funcionamento do dispositivo se dá, pois, a área do pistão a direita é vezes
maior do que a área do pistão a esquerda, assim teremos:

Seguindo a teoria, uma força aplicada às partículas do fluído será


replicada nele.

Sistemas de Treliças

As treliças são armações formadas pelo cruzamento de materiais retos,


chamados de barras, cujos pontos das extremidades ligantes são denominados
de “nós”. As barras são cruzadas de tal forma que na treliça haja apenas forças
atuantes de tração ou compressão.
Desta forma, pode-se dizer que para ser uma treliça, o sistema deve
obter articulações, muitas vezes com liberdade de rotação.

Energia Potencial Gravitacional

Esse conceito é exemplificado quando elevamos um corpo à altura


transferindo energia para ele na forma de trabalho. O corpo, então,
acumula energia, podendo liberá-la de diversas formas, como, por exemplo,
movimento.
III- Materiais e Métodos

• 6 seringas de 10mL
• /1 equipo de soro
• 30 espátulas plásticas descartáveis
• Palitos de madeira (levanta língua)
• Palitos de churrasco
• Fita isolante
• Cola quente
• Cola extraforte PVA
• Supercola
• 1 balde
• 1 alicate
• Percevejos
• 3 capas de CD
• Estilete
• 1 prego
• 1 Tábua de madeira grande
• 1 Estaca de madeira grande
• 15 moedas de latão
• Balança semi-analítica
• Arame

Construção dos 3 elevadores:

1. Marcar três pontos em 24 espátulas de plástico, um no centro e um em


cada extremidade.
2. Em 6 espátulas de plástico abrir um vão entre os dois pontos da
extremidade de aproximadamente 1 cm.

3. No restante das espátulas, aquecer um prego (com cuidado!) e furar os


pontos marcados. O elevador maior terá 6 palitos furados de cada lado.
O médio terá 4 de cada lado e o menor apenas 2 de cada lado.

4. Sobrepor duas espátulas unindo-as pelo centro com um percevejo e,


com um alicate, dobrar a ponta do percevejo. Fazer isso com todos os
pares de espátulas.

5. Unir as extremidades das duas espátulas com um percevejo e dobrar


sua ponta na parte de trás. Repetir esse procedimento com todas as
extremidades (até o número certo de espátulas de cada lado de acordo
com o tamanho do elevador) de modo que haja um padrão na
sobreposição, para que o elevador desça corretamente.
6. Para prender melhor, colar uma bola de cola quente na ponta dobrada
do percevejo tomando cuidado para não deixar a cola entrar no furo e
impedir seu movimento.

7. Retirar a capa do CD e, com cola quente, colar sobre o lado A do CD a


espátula que foi aberto um vão.

8. Medir 12 palitos de churrasco com 2 cm maior que o lado B do CD e


afiar as pontas deles com o estilete.
9. Espetar um palito de churrasco em cada extremidade das espátulas
inferiores das duas partes já montadas, unindo-as. Colar com cola
quente na parte de dentro e na de fora.

10. Corte 12 palitos de churrasco com 2 cm a menos que o lado B do CD.

11. Para reforçar a base da treliça, junte um desses palitos com um já


colado na base e encape-os com fita isolante.
12. Apoiar o CD em cima das treliças e passar o palito de churrasco afiado
pelo vão da espátula já colada e também pelos furos das espátulas
superiores.

13. Para prender o palito de churrasco, corte pequenas rodelas de cola


quente, fure-as com um arame quente e espete os palitos.

14. Retire as agulhas das seringas.

15. Encha 3 seringas com 10mL de água mergulhando-as em um balde.

16. Divida o equipo em 3 partes iguais. Una-o a ponta de duas seringas,


uma com água e a outra com êmbolo empurrado.
17. Cole uma das seringas vazias ao centro da base reforçada com
supercola e reforce com fita isolante.

Construção da base:

1. Para a base, cole com a cola extraforte PVA os palitos de madeira na


tábua, com a distância de cada pé do elevador.

2. Corte a estaca em três partes iguais. Cole-as com a cola extraforte PVA
perpendicularmente ao par de palitos, próximo as suas extremidades.

3. Cole cada elevador sobre os palitos.


4. Cole as seringas na base de madeira com supercola e reforce com fita
isolante.

Experimento:

1. Pese todos os corpos de prova, três vezes cada um, em uma balança
semi-analítica.

2. Empurre o êmbolo da seringa até a marca de 5 mL.

3. Coloque as moedas, uma de cada vez, em cima do elevador até que ele
volte para a posição inicial. Certifique-se de que a seringa está bem
presa a base de madeira! Faça isso pelo menos 5 vezes com cada
elevador.
4. Meça três alturas diferentes (10, 12 e 14 cm) para o experimento e
distribua os corpos de prova em sua superfície. Anotar o peso
necessário para voltar a sua posição inicial.

5. Fazer isso nos três elevadores distribuindo de três formas diferentes.


IV- Resultados

Todos os corpos de prova utilizados nesse experimento foram medidos com


o auxílio de uma balança semi-analítica e os resultados se encontram na tabela
1, a seguir.

Tabela 1- medida das massas dos corpos de prova.

Medidas
Massas
1ª 2ª 3ª ( ̅ ± σ)
( ± 0,02 g)
m1 50,07 50,06 50,08 (50,07 ± 0,01)
m2 50,08 50,08 50,08 (50,08 ± 0,02)
m3 50,12 50,13 50,12 (50,12 ± 0,01)
m4 50,08 50,08 50,08 (50,08 ± 0,02)
m5 50,05 50,05 50,07 (50,05 ± 0,01)
m6 50,02 50,05 50,02 (50,03 ± 0,01)
m7 50,07 50,07 50,07 (50,07 ± 0,02)
m8 50,10 50,10 50,11 (50,10 ± 0,01)
m9 50,05 50,05 50,04 (50,04 ± 0,01)
m10 50,07 50,07 50,07 (50,07 ± 0,02)
m11 50,07 50,07 50,07 (50,07 ± 0,02)
m12 50,10 50,10 50,09 (50,10 ± 0,01)
m13 50,07 50,11 50,07 (50,08 ± 0,02)
m14 50,13 50,12 50,13 (50,13 ± 0,01)
m15 50,04 50,04 50,04 (50,04 ± 0,02)
mt (50,07 ± 0,03) g
 Teste 1

O primeiro teste baseou-se em colocar, de forma randômica, as moedas


nos três elevadores e conferir quantas delas eram necessárias para abaixa-lo
completamente.

Utilizando-se as massas das moedas utilizadas calculou-se a força peso


exercida em cada elevador hidráulico.

Em seguida dividiu-se a força peso por “n” (número de nós da treliça), para
obter a força que cada treliça estaria suportando até o momento de descer
completamente.

 Elevador hidráulico 1

Tabela 2 – Quantidade de moedas utilizadas em cada teste para o macaco 1.

Teste Moedas
1 15*
2 15*
3 15*
4 15*
5 15*
*Não abaixou.
 Elevador hidráulico 2

Tabela 3 – Quantidade de moedas utilizadas em cada teste para o macaco 2.

Teste Moedas
1 12
2 12
3 12
4 12
5 12
 Elevador hidráulico 3

Tabela 4 – Quantidade de moedas utilizadas em cada teste para o macaco 3.

Teste Moedas
1 3
2 3
3 3
4 3
5 4

 Teste 2*

A segunda série de testes consistiu em colocar, de forma previamente


estabelecida (posição central, diagonal e extremidades) as moedas, com os
elevadores em três diferentes alturas iniciais (10 cm, 12 cm, 14 cm).

Utilizando-se as diferentes alturas, calculou-se a energia potencial


gravitacional para elevadores 2 e 3 nas diferentes posições dos corpos de
prova.

*
Não foi possível realizar esse teste com o elevador 1 pois não haviam corpos de prova
suficiente para que ele abaixasse completamente, sendo assim, os resultados não gerariam
indicadores uteis para esse experimento.
 Elevador hidráulico 2

Tabela 5 – Quantidade de moedas utilizadas nos testes em diferentes posições, para o


elevador 2.

Altura Inicial (±0,5) cm 10 cm 12 cm 14 cm

Posição central 9 10 9

Número de corpos de
Posição extremidades 9 7 7
prova
Posição diagonal 9 7 9

Cálculo da energia potencial:

 Posição central

- Altura 10 cm

- Altura 12 cm

- Altura 14 cm
 Posição extremidades

- Altura 10 cm

- Altura 12 cm

- Altura 14 cm

 Posição Diagonal

- Altura 10 cm

- Altura 12 cm
- Altura 14 cm

 Elevador hidráulico 3

Tabela 6 – Quantidade de moedas utilizadas nos testes em diferentes posições, para o


elevador 3.

Altura Inicial (±0,5) cm 10 cm 12 cm 14 cm

Posição central 15 9 8

Número de corpos de
Posição extremidades 10 13 11
prova
Posição diagonal 11 11 15

 Posição central

- Altura 10 cm

- Altura 12 cm
- Altura 14 cm

 Posição extremidades

- Altura 10 cm

- Altura 12 cm

- Altura 14 cm
 Posição Diagonal

- Altura 10 cm

- Altura 12 cm

- Altura 14 cm
V- Discussão

Com os resultados do teste 1 foi possível observar um padrão: cada


elevador abaixava, na grande maioria das vezes, com a mesma quantidade de
moedas dos testes anteriores realizados nele. Por esse motivo, no teste 2, não
foram realizadas diversas repetições para cada tipo de medição.

Foi concluído que quanto menor o número de nós centrais de treliças do


elevador, maior foi a quantidade de moedas utilizadas. Visto que, o elevador 1,
com apenas uma treliça, precisou de todos os corpos de prova disponíveis para
o teste, e mesmo assim não foi o suficiente para entrar em movimento.
Enquanto o segundo, que obtém 2 nós centrais em suas treliças, foi necessário
exercer mais força que o terceiro (3 nós centrais) para entrar em movimento.

Já para o segundo teste, o resultado esperado era conseguir valores


bem distintos a fim de encontrar a melhor posição para posicionar as moedas,
podendo, então, identificar em qual caso o funcionamento do elevador seria
mais eficiente, ou seja, seria necessário empregar menor força para que ele
saísse de sua inercia.

Para o elevador 2, os testes revelaram a posição “extremidades” como a


mais proveitosa para o rendimento do funcionamento do elevador, já para o
elevador 3, a posição “central” foi mais eficiente nas alturas de 12 e 14 cm e
para a altura de 10 cm a posição mais eficiente foi a “extremidades”.

Assim, é notável que as observações sobre a posição mais eficiente


para cada elevador nas diferentes alturas apresentaram uma conclusão não
muito esperada, uma vez que, aparentemente, não existe um padrão bem
definido quanto a qual local de aplicação torna o sistema do elevador hidráulico
mais eficiente.

Apesar disso, vale ressaltar que várias falhas experimentais ocorrem


durante esse processo, o que tende a influenciar os resultados obtidos.

Entre essas falhas há: o fato de o material utilizado para unir as barras
da treliça, umas as outras, causar um forte atrito nos nós do sistema. Essa
força gerada cria uma resistência e dificulta ainda mais o início do movimento
do elevador nos testes.
Os furos de cada pá, apesar de terem sido cuidadosamente medidos
para terem o mesmo tamanho e posicionamento no mesmo local de cada barra
e terem sido feitos com o auxílio de uma máquina com um operador experiente
da faculdade, não ficaram exatamente iguais, devido a imperfeições dos
movimentos e medições humanas e dos instrumentos utilizados, logo, não
presentaram uma superfície muito lisa, o que diminuiria o atrito causado.

Para solucionar problemas como esses citados acima, buscamos


materiais de menores coeficientes de atrito e assim utilizar outras formas de
unir as barras da treliça, que, de acordo com o projeto inicial, era para ser feito
de palitos de sorvete e fio de cobre. Tais trocas otimizaram o funcionamento do
elevador, já que antes ele se mostrava mais resistente e instável ao
movimento.

Já quanto ao problema da irregularidade dos furos, tentamos furar com


um prego quente e com a máquina, ambos resultaram em imperfeições, mas,
no caso da máquina, foi menos evidente. O corte ideal provavelmente seria
obtido com laser, mas não era acessível.

Após tais observações, chama atenção que a busca em efetuar tal


experimento com materiais baratos, reciclaveis e/ou de facil acesso, evidencia
uma realidade da atual sociedade humana: a qualidade é algo caro.
VI- Referências

Disponível em: <http://www.efeitojoule.com/2011/05/principio-de-pascal-


principio-de-pascal.html>

Acessado em: 7 de junho de 2016

Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br/hidrostatica/>

Acessado em: 7 de junho de 2016

Disponível em: <http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-trelica.html>

Acessado em: 7 de junho de 2016

Disponível em: <http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2009/02/o-


que-e-trelica/>

Acessado em: 7 de junho de 2016

Disponível em: <http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/mec34.htm>

Acessado em: 7 de junho de 2016

Disponível em: <http://www.fisica.net/hidrostatica/pressao_liquidos_stevin.php>

Acessado em: 7 de junho de 2016

Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br/hidrostatica/>

Acessado em: 7 de junho de 2016


Disponível em:
<http://tamarindoeng.blogspot.com.br/2015_05_01_archive.html>

Acessado em: 7 de junho de 2016

Disponível em: <https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-


instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=energia+potencial+gravitacional>

Acessado em: 7 de junho de 2016

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