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EXPERIMENTO V – COEFICIENTE DE RESTITUIÇÃO

Introdução

Neste experimento você estudará a colisão de um carro, movendo-se sobre um trilho de


ar inclinado, com uma mola existente na parte inferior do trilho de ar. E deverá
caracterizar a colisão observando o que acontece antes, durante e após a colisão.
Em Física, o conceito de colisão é mais abrangente do que o simples choque entre dois
sólidos. De fato, colisão pode ser pensada como qualquer interação entre dois corpos em
movimento relativo. Em conseqüência, o tópico “colisões” estende-se, praticamente, a
todas as áreas da Física. Nele, incluem-se tanto o choque entre bolas de bilhar, como a
colisão de nêutrons com um núcleo atômico visando à liberação de energia, ou, a colisão
de um fóton (luz) com átomos de um cristal para estudo das propriedades vibracionais do
cristal. Em verdade, todo o nosso conhecimento do mundo subatômico vem de
experimentos em que se joga o “jogo da colisão”, cujo principal objetivo é descobrir o
que for possível sobre as forças que agem durante a colisão, sabendo o estado das
partículas tanto antes quanto depois da colisão. As regras do jogo da colisão são as leis
de conservação de momento linear, momento angular e energia. As colisões são
normalmente classificadas entre elásticas e inelásticas, dependendo da perda de Energia
Mecânica no processo. Se não há perda durante a colisão, esta é dita perfeitamente elástica
e, neste caso, o módulo da velocidade relativa das partes que colidem se mantém após a
colisão. No extremo oposto, a colisão é chamada de perfeitamente inelástica e, neste caso,
as partes que colidem se juntam e, conseqüentemente, a velocidade relativa após a colisão
é zero. As colisões ocorrem com diversos graus de elasticidade, dependendo do caso
específico. Com a finalidade de classificar quão elástica é uma colisão, definimos o
coeficiente de restituição como sendo:

ε = v’
v

Onde v’ e v são, respectivamente, os módulos das velocidades relativas após e antes da


colisão. Assim, numa colisão perfeitamente elástica ε = 1, e numa colisão perfeitamente
inelástica ε = 0.
No experimento, se a colisão entre o carro e a mola é elástica (0< ε < 1) o carro tem
velocidade de afastamento menor que a velocidade de aproximação e isso implica que ele
retornar para uma posição menor que a posição de soltura ao longo do trilho. Se deixarmos
que ocorra uma seqüência de colisões, o carro retorna para posições cada vez menores e
podemos ter um exemplo de decaimento exponencial, caracterizado por uma relação do
tipo Y = C e-nX . Esse tipo de relação representa muitos fenômenos físicos. Podemos então,
além de determinar o coeficiente de restituição numa colisão inelástica, utilizar a
construção de gráfico em escala mono-log como ferramenta de análise da função
exponencial.

Objetivos

1
Verificar se a posição de retorno de um carrinho, que colide com uma mola na base
de um trilho de ar inclinado, decai exponencialmente com o número (ou a ordem) da
colisão. Determinar o coeficiente de restituição para diferentes condições de colisão e
analisar a variação da energia mecânica em cada caso.

Material Utilizado

01 trilho de 120cm conectado a uma unidade de fluxo de ar;


01 bloco cilíndrico para inclinar o trilho;
01 Y de final de curso com fixador U para elástico;
01 carrinho para o trilho;
01 elástico circular;
01 tubo de ensaio;
01 suporte para acoplar o tubo de ensaio ao carrinho;
01 fita métrica;
01 Água para encher o tubo de ensaio.

Procedimentos

O procedimento consiste basicamente em soltar o carrinho de uma posição ao


longo do trilho e registrar a posição para a qual ele retorna.

1. Identifique na montagem que se encontra na bancada do laboratório todos os itens da


relação de materiais. Complete a montagem se necessário. Uma fita métrica pode ser
afixada ao longo do trilho, mais próxima da região onde o carrinho desliza, para
facilitar as leituras das posições do carrinho. Tome o cuidado para que a fita não
atrapalhe o movimento do carrinho.

2. Utilize o bloco cilíndrico para inclinar o trilho de ar.

3. Verifique se o elástico na base onde ocorrerá o choque está dobrado em quatro tiras.

4. Ligue a unidade de fluxo de ar e ajuste a posição do seletor no meio da escala.

5. Anote a posição onde ocorrerá a colisão na base do trilho de ar ( X e = posição do


elástico) .

6. Realize uma seqüência de medidas, com o tubo de ensaio totalmente vazio da seguinte
maneira:
(a) Com a pista inclinada, escolha uma posição inicial para soltar o carro. Anote o
valor dessa posição inicial X0 e solte o carro. Ele irá colidir com a mola na base do trilho
de ar e retornar até uma posição X1. Anote o valor dessa posição X1.
(b) Em seguida, coloque o carro na posição X1 e solte novamente. Após a colisão, ele
atingirá uma nova posição X2, anote a posição X2.

2
(c) Solte o carro da posição X2, anote a posição X3 para a qual ele retorna. Repita o
processo para o maior número de colisões possível. Registre os dados usando o modelo
da tabela 1.
7. Repita o procedimento acima com o tubo de ensaio com ¼ do volume com água, com
½ do volume com água, com ¾ do volume com água e finalmente com o tubo de ensaio
totalmente cheio.

Dados experimentais

Posição no trilho onde ocorre a colisão, Xe = 7,5cm

Tabela 1 : Posição do carrinho em função do número da colisão para quantidades distintas


de água no tubo de ensaio.

Nº da Tubo Tubo ¼ V Tubo ½ V Tubo ¾ V de H2O Tubo cheio de água


colisão vazio(cm) de H2O de H2O
0 112,5 112,5 112,5 112,5 112,5
1 83,5 81,5 80 81,5 82,5
2 61,5 60 58,5 60 62,5
3 45,5 45 42,5 44 47,5
4 35 34 31,5 33 36
5 27 26 23 25 27,5
6 21,5 20 17,5 19 21,5
7 17 15,5 13,5 14,5 17
8 13,5 12 10,5 11,5 13,5
9 11 9,5 8 9 11
10 9 7,5 6 7 9
11 7 6 4,5 5,5 7
12 6 4,5 3,5 4,5 5,5
13 5 3,5 2,5 3,5 4,5
14 4 3 2 2,5 3,5

Respostas:
(1)

(2): Após análise da curva vista no gráfico, podemos afirmar que o gráfico

3
sugere que a posição decai exp

onencialmente com o número da colisão. Portanto, a relação pode ser


representada por uma equação na forma y0+A*exp(-x/t) sendo os
coeficientes relacionados pela equação ΔX =ΔX0 e - α n , onde

A (amplitude) = 29,2 +/- 0,3


t (e-folding time) = 2,9 +/- 0,1
y0 (offset) = 0,6 +/- 0,2

(3):

4
(4): ln(ΔX) = ln(ΔXo) – α*n*ln(e)

(5): a)Quando n=0, tem-se ln(ΔX) = ln(ΔXo)


Mas, ln(ΔXo)=3,38, portanto ln(ΔX)=3,38

b) O valor do coeficiente angular é igual a -0,25+/-0,01

c) -α log10 e=-0,25
α 0,43=0,25
α=0,55

d) ΔX= ΔXo*e^(- α*n)

(6): À medida que α aumenta, ΔX diminui, são inversamente proporcionais

(7): ε = e^(- α/2)


Portanto,
ε = e^(-0,55/2)=0,76

(8) e (9): Para 25%:

5
α 0,43=0,26
α=0,60
ε = e^(- 0,6/2)
ε=0,78

Para 50%:

6
α 0,43=0,28
α=0,65
ε = e^(- 0,65/2)=0,72

Para 75%:

α 0,43=0,26
α=0,60
ε = e^(- 0,6/2)
ε=0,78

Para 100%:

7
α 0,43=0,25
α=0,58
ε = e^(- 0,58/2)
ε=0,75

(10):

Atráves dos dados obtidos, percebemos que os maiores coeficientes de restituição foram
obtidos quando preenchido 25% e 75% do tubo de água, enquanto o menor coeficiente
teve-se quando o tubo estava preenchido apenas 50%.

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OBS: Cara monitora Laura e caro professor Bernardo, quando houver a correção desse
relatório, por favor, leve em consideração que apenas eu (Rodrigo Meira Soares de
matrícula 222035859) tive participação na criação de todos esses gráficos e tabela,
assim como todos os cálculos, comecei 17 horas e fui terminar hoje às 23 horas
cansado, então há uma chance maior de ter um erro ou outro no relatório...

Grato,

Rodrigo Meira.

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