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Cultura Língua e Comunicação

ESCRITA E ALFABETO
POR QUE MOTIVOS SE INVENTOU A ESCRITA?

O homem primitivo exprimiu-se primeiramente por gestos e


sons. A codificação dos sons permitiu a comunicação oral, ou
falada, muito antes de se descobrir a escrita. A escrita é
recente; data de há cinco mil anos e apareceu cerca de vinte
mil anos depois dos desenhos rupestres. Estas pinturas
juntamente com as primeiras esculturas constituem a primeira
forma de comunicação.
No entanto, o homem sentiu necessidade de
perdurar e transmitir mensagens, bem como de
encontrar soluções para algumas das questões doo
.
dia-a-dia, como as atividades económicas. Por Ptolome
isso, em algumas línguas, as letras acumulam as
funções dos algarismos – é o caso do grego
clássico, do latim e do hebraico. Há vários povos
que consideram que a escrita foi uma invenção
de Deus ou de algum herói.

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1. O NASCIMENTO DA ESCRITA

Esta forma de comunicação feita através de símbolos


aproxima-se de uma de escrita rudimentar, onde o homem se
serve dos objetos como imagem daquilo que eles significam.
Por exemplo, o povo Niam-Niam do Alto Nilo (no Egito) põem
no caminho uma espiga de milho e uma pena de galinha,
enquanto em casa exibem uma flecha para mostrarem aos
invasores que, se lhes tocarem no milho e nos animais, serão
mortos.
A escrita nasce quando os símbolos são alinhados numa

superfície para formarem um código gráfico, partilhado pelo

destinatário. Este alinhamento pode ser feito horizontal ou

verticalmente. Os sentidos também variam: da direita para a

esquerda ou inversamente.

Escrita cuneiforme

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2. DA ESCRITA PICTOGRÁfICA AO ALFABETO

Os Sumérios habitaram a Mesopotâmia, uma zona


geográfica situada entre os rios Eufrates e Tigre, na Ásia. Foram
eles os autores da primeira forma de escrita, cerca de 3500 a. C..
Essa escrita, inicialmente pictográfica, estendeu-se aos Assírios,
Persas, Babilónios e outros povos, vigorando quase até ao fim do
séc. V a.C.. A escrita suméria chama-se cuneiforme, porque os
carateres eram incisos em tabuinhas de argila com um estilete de
cana biselado em forma de cunha. A China e o Egito criaram
outros sistemas de escrita.
O alfabeto, porém foi uma invenção dos
Fenícios, há uns três mil anos, após uma
tentativa dos escribas de Ugarit, no séc. XIV
Glossário:
a.C.. Ele vai marcar a sílaba e a consoante por Pictográfica: representação do som atravé
Ptolomeu: filósofo grego
um símbolo constante, procedimento que
simplifica imenso a escrita. O alfabeto fenício
inspira o grego, com símbolos para as vogais.
O alfabeto latino, herdado dos gregos, é a
matriz dos alfabetos ocidentais.

3. EVOLUçÃO DA ESCRITA

A escrita apresenta um desenvolvimento em três fases:

1. a pictográfica: o som das palavras era figurado por


desenhos (aves, peixes, partes do corpo humano...);

2. a ideográfica: quando a imagem dá lugar ao objeto, à


palavra para representar simbolicamente ideias; assim,
um círculo pode significar não apenas o Sol, mas também
‘calor’, ‘luz’, etc;

3. a fonográfica: quando o som passou a ter um representante nas


letras.
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Escrita ideográfica chinesa

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VERIFICA SE ÉS CAPAZ:

1. Vais descobrir qual é a letra ou letras que faltam nas sequências


abaixo apresenta das:

1.1 A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W Y Z

1.2 A B C D E F G I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

2. Identifica as letras entre as quais se encontram estas:


2.1 V 2.2 X 2.3 E

3. Em cada série há duas letras que mudaram de lugar. Sublinha-


as:
3.1 R S U T V W X Y Z
3.2 P Q R W T U V S X

4. Coloca por ordem alfabétic a cada conjunto de letras:


4.1 L R H 4.2 T J O I

5. Ordena alfabeticamente as palavras que se seguem:


Fera gema leite hera ave cometa brinquedo doer
escapar

6. Sublinha a palavra que seria a primeira no caso de as ordenares


alfa beticamente:

jogar – andar – lavar – comer- tónico – pau – medo – relógio - sala

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Para que servem os dicionários?

O dicionário é um livro que regista por ordem alfabética um certo número de


palavras, de locuções e expressões de uma língua ou de uma determinada
matéria. Nele vamos encontrar os respetivos significados ou os termos
equivalentes noutra língua. Também deves consultar o dicionário para a ortografia,
a classificação morfológica das palavras e, por vezes, a pronúncia, os
sinónimos e os antónimos.

A propósito...
Origem do dicionário
A palavra dicionário apareceu usada,
pela 1ª vez, por João de Garlândia,
em 1250, como o título de um
“pequeno livro” com as “dicções
mais necessárias” sobre a música e os
instrumentos da época. No entanto, já
na Antiga Grécia se usavam os
dicionários para o esclarecimento de
alguns termos e conceitos. Os Gregos
chamavam léxicos aos inventários
linguísticos que os Romanos
denominavam de glossários. A
ordenação alfabética surgiu na Idade
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Média, com a alfabetização feita pelos
monges das glosas.

Função dos dicionários

O dicionário destina-se fundamentalmente a:


 Estabelecer a ortografia, variantes e a boa pronúncia de cada palavra
 Dar a etimologia (origem) das palavras
 Assinalar os estrangeirismos
 Caracterizar gramaticalmente as palavras
 Auxiliar a aprendizagem de idiomas estrangeiros
 Contribuir para a unidade da língua.

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Como se apresenta um dicionário

A entrada é a palavra com um


tipo diferente

As
expressões
do artigo
aparecem
com a
explicação
do
significado.

A classe
morfológica é
referida em
abreviatura.

A etimologia é a origem da palavra. Aparece entre parênteses.

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🖌 VERIFICA SE ÉS CAPAZ:

Para realizares os exercícios que te proponho, deverás ter um


dicionário à tua frente.
1. Nas primeiras páginas do dicionário aparece uma lista com
as abreviaturas utilizadas. Procura saber o signific ado das
abreviaturas que se seguem:
adj. esp. lat.
adv. f. ou fem. m. ou masc.
ár. fig. m.q.
art. fr. num.
aum. gén. onom.
cast. gr. pl.
cf. indef. poss.
conj. ing. s.
contr. interj. sing.
def. intr. superl.
deriv. inv. v. tr.

2. A informação apresentada no f inal entre parênteses indica a


origem da palavra.
Ao longo do tempo, a língua portuguesa foi buscar muitos
vocábulos a outras línguas, como por exemplo, o latim.
Indica a origem das palavras que te são fornecidas, coloca-
as no respetivo lugar da grelha e indica qual a palavra que lhe
deu origem:
Olá Oxigénio pajem almofada sonata futebol paisagem
zoologia bar alvoroço robalo

francês
inglês
grego
catalão
italiano
castelhano
árabe

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COMUNICAÇÃO
COMO COMUNICAM OS SERES HUMANOS?

A comunicação é, quer o ato intencional de pôr em comum uma


informação quer o resultado dessa atividade.
A comunicação ocorre, por isso, entre seres humanos, ou mesmo
entre pessoas e animais. Requer apenas um emissor e um receptor
que partilhem o mesmo código.

Os fatores envolvidos em todo o ato de comunicação são seis:

1.1COMUNICAÇÃO ORAL
1 – COMUNICAçÃO ANIMAL OU HUMANA.

Animal ou pessoa, o emissor codifica a mensagem e transmite-a


ao recetor num determinado contexto situacional. O referente
da mensagem pode ser o próprio emissor ou o mundo que o
rodeia.
Um grito, um gesto, um odor, uma atitude, um som, um símbolo,
um signo linguístico são algumas espécies de sinais de um código
utilizado para comunicar. O canal de comunicação é o meio
físico pelo qual se veicula a informação. O ar, o papel, as
bandeiras, o fumo, as ondas electromagnéticas são canais de
comunicação.

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Nota: Certo tipo de códigos são comuns ao homem e aos animais.
Por exemplo, os animais usam sons, odores, movimentos e gestos
para comunicarem. Mas o homem é o único ser vivo capaz de dar
nomes às coisas ou de elaborar e comunicar um pensamento
abstrato de natureza complexa, graças ao código linguístico por
ele aperfeiçoado ao longo dos milénios.
A comunicação humana distingue-se, da comunicação animal

Comunicação humana Comunicação animal

Atitudes, gestos, gritos com valor significativo concreto

Capacidade de gerar uma infinidade de Capacidade muito limitada de gerar mensagens


mensagens
Código de signos linguísticos Código de sinais simples e imutáveis

Capacidade de nomear as coisas Incapacidade total de nomear as coisas

Código e transmissão simbólica de pensamentos Comunicação instintiva e unívoca ou apenas


complexos e autónomos automatizada

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2 – ATOS DE FALA DIRETOS E INDIRETOS.

A comunicação verbal pode significar a mensagem direta ou indiretamente.


Assim, quando o emissor pretende mandar fechar uma janela, significa essa
intenção:

a) diretamente, por uma frase de compreensão imediata (ato de fala


direto):

 Fecha a janela.
b) ou por um ato de fala indireto, o qual implica uma
inferência do auditor a partir da frase emitida e uma
partilha de informações sobre o contexto situacional:

 A janela está aberta (reparo)


 Não quero a janela aberta (vontade)
 Olha-me essa janela!... (intima ç ão)
 Por que raio está a janela aberta ? (questão)

3 – COMUNICAçÃO VERBAL E NÃO VERBAL.

O homem é capaz de comunicar por meio de códigos de natureza


verbal e não verbal. A língua, o código de Morse e o Braille são
de natureza verbal, porque utilizam a palavra. Os códigos da
música, da dança, das bandeiras, dos gestos, das estradas, dos
fumos, dos mapas, das matrículas dos automóveis, por exemplo,
são de natureza não verbal. Os logogramas (matemáticos,
químicos, turísticos, logotípicos...), ou símbolos com que se
representam conceitos e marcas, veiculam comunicação não
verbal. As duas formas de comunicação associam-se, por vezes.
Por exemplo, os oradores estudam os gestos que tornem mais
expressivos os seus discursos; a ópera associa a música ao canto;
um conferencista recorre a diagramas, mapas e gravuras. É a
chamada linguagem de natureza mista.

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4 – PROCEDIMENTOS NÃO VERBAIS.

A comunicação verbal é complementada por procedimentos não verbais:

👉 Gestos (aperto de mão, coçar ou manear da cabeça, coçar a


barba ou o bigode, coçar do queixo...)
👉 Expressões faciais (sorrisos, franzimento do sobrolho, enrugamento da
testa...)

👉 Alterações fisiológicas (rubores, tremuras, cólicas...)

👉 Elementos paralinguísticos (assobios, estalidos, gargalhadas, pausas...)

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