Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Wingmen Inc. 1 - The Matchmaker's Playbook - Rachel - Van - Dyken
Wingmen Inc. 1 - The Matchmaker's Playbook - Rachel - Van - Dyken
Disponibilizado: Eva
Tradução: Mah
Revisão Inicial: Fabi
Revisão Final: Michele Passos
Leitura Final: Graciele Santos
Formatação: Jessy
Após um acidente que acabou com a sua carreira, o ex-NFL Ian
Hunter está de volta ao campus, e ele está pronto para começar o
seu novo jogo. Como um dos cérebros por trás da Wingmen Inc.,
um bem sucedido serviço secreto de namoro, ele está colocando
suas extensas habilidades com as mulheres para ajudar as mal-
amadas. Mas quando Blake Olson solicita os serviços da
Wingmen Inc..., Ian pode ter encontrado a sua cliente mais
desesperada.
De suas roupas esportivas deselegantes a sua infeliz escolha de
calçado, Blake vai precisar de um milagre se quiser conquistar a
sua paixão. Pelo menos, com um casamenteiro profissional ao seu
lado, ela terá a chance de lutar. Ian sabe que os seus conselhos e
uma mudança de visual, podem transforma-la em mais um jogo de
sucesso. Mas quando Blake começa a transformar sua bagunça
quente em uma sexy e gostosa, Ian percebe que está a perigo de
quebrar sua regra principal...
1
O chá? Canela.
A cafeteria? Isolada. Escura. Convidativa.
A menina? Atrasada.
E não só um pouco atrasada, mas aquele tipo de atraso que me fazia pensar que ela
não iria aparecer, o que era comum para uma primeira reunião. Pelo menos 15 por cento
dos nossos clientes não compareciam. Eram os nervos. E o medo de que nosso método
não serviria para eles, e que acabariam em pior forma do que antes.
A cadeira de madeira fez barulho quando me inclinei para trás e examinei a pequena
loja. Um ano atrás, as pessoas teriam me pedido um autógrafo. Então, novamente, um
ano atrás, eu tinha acabado de ser convocado pelo Seattle Seahawks1.
Esfreguei meu joelho conscientemente quando a dor lancinante voltou, causando uma
aresta de irritação queimando através de meu peito.
Olhei para o relógio novamente, mordendo minha bochecha em aborrecimento.
Vinte e três minutos de atraso.
Com um suspiro, alcancei meu chá uma última vez, prolongando o gole enquanto
olhava por cima do copo. Mais dois minutos e eu estaria indo embora.
A porta de vidro se abre o sino quase cai no chão quando ela bate contra uma cadeira
próxima. Uma menina tímida, pequena, com cabelo castanho claro tropeça para dentro;
sua pele pálida fica vermelha enquanto ela toca suas bochechas e nervosamente olha ao
redor da sala.
A maioria das pessoas lhe daria apenas uma breve olhada.
Mas eu não.
Eu encarei.
Muito.
Quando seus olhos inquietos finalmente se focaram em mim, ela corou ainda mais.
Isso não era atraente, apenas muito revelador.
Eu empurrei a cadeira para trás e me levantei.
Eu tinha a sensação de que ela queria sair correndo.
Eles sempre estavam nervosos. O que era esperado. Além disso, eu sabia como me
parecia. Eu não estava sendo vaidoso, era apenas uma conclusão lógica, depois de somar
o número de vezes que eu tinha transado com todas que me perguntavam se eu era um
modelo de roupas íntimas.
Esculpido? Check.
Cabelo loiro-caramelo, que de alguma forma consegue parecer ondulado e grosso todo
o maldito tempo? Check.
Uma covinha no lado direito do meu rosto? Check.
Sorriso torto sexy? Check.
Cicatriz tipo “fodão” perto do meu queixo robusto? Check.
Ardentes olhos castanhos? Check.
1 O Seattle Seahawks é um time de futebol americano da National Football League baseado em Seattle, Washington.
E nem sequer me fale sobre o tamanho do meu pênis. Realmente, só melhora quanto
mais ao sul seus olhos vão – pode confiar.
Ela deu um passo em falso para trás, colidindo com o rack de revistas. Várias cópias
do Seattle Weekly saíram voando pelo chão.
Preocupada, ela se abaixou.
Seu jeans rasgou nos joelhos.
Sim, eu precisava salvá-la. Ela já era um perigo para si mesmo.
Com um suspiro paciente, eu levantei da cadeira e caminhei lentamente até me
aproximar dela. Rebaixando-me ao seu nível, eu olhei por cima dos jornais com calma e
recolhi até o último.
Ela ficou congelada.
Aconteceu. Como acontece frequentemente. E, infelizmente, foi uma enorme perda de
tempo. Sobre o meu negócio? Ele era próspero e o tempo era minha moeda.
Ela estava atrasada.
O que significava que estava perdendo não só o meu tempo, mas o meu dinheiro.
Normalmente eu conhecia meus clientes em outro lugar, mas eu estava com pouco tempo
e queria vê-la em ação. Eu estava seriamente repensando o assunto, quando ela agarrou
um guardanapo de papel e começou a assuar seu nariz, antes de guarda-lo em seu bolso
da frente.
"Fique de pé,” eu a instrui, tentando manter a carranca em meu rosto.
Ela ficou me encarando com a boca entreaberta, arregalando os olhos sua pele
passando de rosa ao branco, dentro de poucos segundos.
"Ou,” eu sussurrei, alfinetando-a com meu olhar como se fosse um inseto "você pode
se sentar.” Mas eu duvido que este seja o melhor caminho para você chegar até esse
Barista2, que você está tentando não dar uma conferida, desde que entrou por aquela
porta."
"Mas eu não..."
"Você sim." Eu balancei a cabeça, dando-lhe um olhar encorajador. "E se você não
aproveitar agora, vai perder a sua chance com ele. A maioria dos especialistas acredita
que o ciúme é umas das emoções mais cruciais que se sente antes de se apaixonar." Eu
estendi minha mão.
Ela olhou fixamente para ela.
"Eu não vou morder." Sorrio e então me inclino e sussurro em seu ouvido, "ainda."
Ela engasgou.
"Aceite o cumprimento." Eu dei um breve aceno de cabeça. "É pra isso que eu estou
aqui, lembra?"
Com relutância, ela colocou a mão na minha e ficou com as pernas bambas. Eu lanço
um olhar para o Barista, com aborrecimento simulado, enquanto ajudo minha nova
cliente a se acomodar.
"O que é isso?" Ela aponta para o copo vermelho na frente de sua cadeira.
"Chá." Eu bocejo. "Mas o seu provavelmente está frio."
"Eu odeio chá."
2 É o profissional tecnicamente especializado em cafés e seus derivados. Esse profissional é responsável por preparar e
servir cafés, sejam expressos, comuns ou especiais, além de desenvolver bebidas à base de café, com licores, cremes,
bebidas alcoólicas, etc.
"Não." Eu balanço a cabeça inclinando-me, com as mãos colocadas na frente de sua
xícara enquanto empurro-a para mais perto dela. "Você ama chá."
Ela franze a testa.
"Sorria."
"O que?"
"Apenas faça isso."
Ela forçou um sorriso, o que de fato, transformou seu rosto agradavelmente. Um
pouco de dentes demais à mostra e um falso entusiasmo, mas eu poderia trabalhar isso.
Apatia, desânimo, desespero. . . Estes não são tão fáceis.
"Ei... vocês, uh... precisam de alguma coisa?" O Barista enciumado pergunta ao
chegar a nossa mesa. Qualquer burro com metade de um cérebro sabia que se quisesse
alguma coisa, deveria levantar-se e pedir no balcão.
"Não." Digo, sem lhe dar uma segunda olhada.
"Oh." Ele não desiste. Idiota. "Eu só..."
"Eu vou mandar minha namorada até o balcão se eu precisar de alguma coisa, que
tal?" Desta vez eu encontro seu olhar. Às vezes era simplesmente muito fácil. Sério. Seus
olhos ardiam através de mim, narinas dilatadas, os punhos cerrados. O cara podia muito
bem estar segurando uma plaquinha que dizia "MINHA" com uma seta apontada para o
cabelinho de rato.
"Obrigada, de qualquer forma" chia minha cliente, colocando aquele cabelo liso atrás
de sua orelha em um gesto meio nervoso, que o bundão provavelmente achou bonitinho.
Nós teríamos que trabalhar nesse chiado. Era cativante. . . Como um cachorro gordo
que não conseguia andar.
Mas, pra ganhar a atenção do Barista? Ela precisava passar de cachorro gordo para
algo mais parecido com um greyhound3: elegante, bonito e único.
O Barista ciumento sai.
"Ele me odeia." Ela solta desiludida.
Deixo escapar um suspiro irritado enquanto seguro a mão dela apertando. Dedos
úmidos. Um favor pessoal, que nunca disse a ninguém.
"Pare de ficar se remexendo e sente-se em linha reta." Eu aperto sua mão.
Seu peito subia e descia como se ela estivesse correndo uma maratona. Merda, se ela
fizesse isso de novo, eu sairia correndo.
"Desculpe," ela bufou enquanto se inclinava. "É só que, ele realmente falou comigo
apenas algumas vezes, e sempre, para perguntar se eu queria açúcar no meu café."
"Ele odeia café", eu sussurrei. "Toda vez que alguém pede um café, na verdade, ele
zomba. É difícil saber disso se você não olhar pra ele. Mas seu nariz se eleva, seus olhos
ficam apertados e ele faz um ar de desprezo, como se o café fosse o equivalente a ficar
chapado por trás das lixeiras."
3 Raça de cachorro.
"Mas..." Ela morde o lábio inferior. Era gordo. Suculento. Finalmente! Algo que eu
poderia trabalhar. "Ele trabalha em uma cafeteria."
Impaciência bateu em mim. "E você corre 5,6 milhas todos os dias às três da tarde,
mas odeia correr. Todos nós fazemos o que temos que fazer para conseguir o que
queremos. Você quer ter um corpo bonito? Você trabalha pra ele. Ele quer pagar por
peças para sua moto? Ele trabalha pra isso." Droga, eu realmente precisava parar de
atender clientes quando eu estava sem dormir.
"Eu devia estar tomando notas?" Ela perguntou suavemente.
"Você ama chá. Você odeia café." Eu estendo a mão e roço o polegar através de seu
lábio inferior. "Ele despreza demonstrações públicas de afeto, provavelmente, porque
gostaria de ser o único envolvido com uma garota que não pode manter suas mãos longe
de seu homem."
Sua cabeça balançava para mim, olhos pesados, rosto pressionado na minha mão.
Bingo!
"Toque-me," eu a instruí.
"Mas..."
"Faça isso agora."
Engolindo, ela estendeu a mão sobre a mesa e colocou-a no meu ombro.
Em. Meus. Ombros.
"Mais para baixo."
"Mas..." Seus olhos corriam para o balcão.
"Pare de encarar ou estamos acabados aqui."
Ela moveu a mão para baixo e passou-a sobre o peito, o indicador roçando o meu
mamilo. Provavelmente por acidente, mas a reação do Barista seria a mesma.
"Agora dê uma risada."
"Rir?" Ela riu nervosamente.
"Isso funciona também." Eu sorri presunçosamente. Esta sempre foi a minha parte
favorita, a parte que me consolidava como um gênio autêntico. Um rico também. O
momento em que o cara de repente percebe que há algo fermentando entre ele e a
menina que esteve disputando atenção durante semanas, anos, seja lá quanto tempo for.
O Barista ciumento rodopia por cima. "Shell, se você precisar de alguma coisa além de
chá, me avise." Seu peito estufado enquanto cruzava os braços. Eu lutei contra a vontade
de revirar os olhos e fazer o sinal de paz e amor com os dedos.
"Não" Shell encontrou meu olhar com certa relutância, que lentamente se transformou
em triunfo. "Eu acho que estou bem com o meu chá."
"Você odeia chá", ressaltou.
"Não", eu disse. "Ela adora chá."
"Bundão", ele resmungou sob sua respiração antes de ir embora.
"Ele sabe o meu nome." Ela deu um suspiro de saudade arrebatadora.
Mais uma vez, a vontade de revirar os olhos era tão forte que meu rosto se contraiu.
Dei de ombros e me inclinei para trás.
"Quem é você?", Disse ela.
"Ian Hunter." Eu aceno com a cabeça. "Wingman 4 Master e sua única chance no
inferno de conseguir..." levanto minhas sobrancelhas enquanto um suspiro escapa por
entre meus lábios - "aquele cara."
O Barista ciumento olhou para nós com os lábios pressionados em uma linha reta.
"Quando começamos?" As palavras dela saem tão rápido que quase se atropelam.
Eu sorri. "Três minutos atrás."
4 Wingman é um cara que você leva junto quando sai sozinho e ele te ajuda com mulheres. Normalmente, ele vai ocupar
a menina mais feia e deixar que você fique com a mais sexy.
2
Shell estava recitando um monólogo. Sorte dela, eu estava acostumado a ouvir meus
clientes divagando nervosamente, suas palavras saiam uma atrás da outra, até que
comecei a sentir uma dor de cabeça. Assim, enquanto o meu chá quente se transformava
em gelo, eu a deixei falar até que conseguisse tirar cada maldita coisa fora de seu peito.
"E então meu gato começou a ficar doente, e eu não conseguia descobrir o que estava
errado."
Aceno suave.
"Estou tão chateada com a minha mãe! Ela nunca me disse que eu era bonita!”
Tapinha na mão.
"Você acha que eu sou bonita?"
Cara de “claro que sim” seguida de uma piscadela.
"Isso só me deixa mais brava. A forma como os caras me ignoram, como se eu fosse
algum tipo de nerd. Se eu soubesse como usar batom, eu simplesmente usaria batom!
Eu apenas, só uma vez, queria que o cara quente me notasse."
"Eu entendo completamente." Eu precisava pegar minha roupa na lavanderia, em
cerca de dez minutos, e ela ia demorar mais tempo do que eu tinha inicialmente previsto.
"Eu sei." Shell suspirou impotente. A sua postura fazia eu me coçar todo, querendo
prendê-la na posição vertical junto à cadeira e colocar um livro em sua cabeça. "Eu só
queria..."
Você sabe o que eu desejo? Que pudesse voltar no tempo, eu a agendaria como cliente
para o meu braço direito, Lex. Porra, ela é uma faladeira.
"Estúpido, não é?"
Merda. Eu deixei à bola cair. O que ela queria? "Eu não acho que qualquer coisa que
você diga é estúpida." A declaração politicamente correta.
Ela sorriu.
Acertei em cheio.
"O-obrigada." Ela sorriu novamente. "Sabe, você é um bom ouvinte."
Eles sempre esquecem que me pagam para ouvir. Sempre.
Os olhos de Shell se fixam na minha boca. Oh, aqui vamos nós. Eu tinha que admitir,
ela estava se movendo pela minha cartilha de estágios muito mais rápido do que eu havia
previsto.
"Você é realmente... quente."
"Eu sei", eu disse em um tom aborrecido. "Mas lembre-se, você é minha cliente. Estou
ajudando-a, assim você pode se ajudar."
Shell fez uma careta. "Então você não namoraria suas clientes?"
Não, porque todos os meus clientes estão apaixonados por outra pessoa, e eu não
tenho tempo para brincar de herói. Eu quase sempre criava uma catástrofe para que o
objeto de sua paixão pudesse salvá-los, solidificando essa relação e jogando longe todo
culto de herói que eles tinham de mim. Fazia sentido, se você realmente pensar sobre
isso. As mulheres que eu atendia estavam tão famintas por atenção do sexo masculino
que tinham dificuldade em diferenciar minha atuação e os sentimentos reais. É por isso
que eu sempre deixei minhas regras muito claras.
"Nunca", eu disse, mantendo minha voz nítida. "Shell, querida. Eu vou te mandar um
e-mail com o cronograma para a próxima semana. Avise-me se você tiver algum
problema, mas sem telefonemas, você entende?"
Ela balançou a cabeça lentamente.
"Somente mensagens e e-mails. Nós não conversamos ao telefone. E se você me
encontrar pelo campus, você não me conhece. Fora do nosso acordo de negócios, nós
somos estranhos. E se alguém perguntar sobre Wingmen Inc..."
Ela suspirou. "Eu sei, eu sei. Dê-lhes o cartão vermelho com o logotipo do Superman
na frente e o W gigante em volta.”
Eu pisquei. Nossos cartões eram geniais. Eles só pareciam estúpidos cartões do
Superman, quando, na verdade, a mensagem estava na parte de trás. A mensagem
estava sempre em detalhes que as pessoas raramente prestam atenção. "Ótimo." Ficando
em pé, eu estendi minha mão. "Sete dias é tudo que eu preciso."
Ela olhou para o Barista, que ainda estava descaradamente atirando punhais em
nossa direção. "Eu espero que você esteja certo."
Com um rolar de olhos, eu a puxei para um beijo rápido nos lábios e sussurrei: "Eu
nunca estou errado.”
"Você tem um cheiro picante."
Oh, que fofa, um elogio. Talvez eu só precise de seis dias. Afinal, um dos dias foi
completamente dedicado a ensinar como acabar com o ego de um homem. Olhe o quão
rápido a minha pequena gafanhoto estava aprendendo!
"Obrigado." Coloquei minha mão na parte inferior de suas costas, guiando-a para fora
do café.
"Tchau, Ian." Ela andou em direção a um Honda vermelho e entrou. Droga, eu tinha
associado que ela fosse uma menina do tipo Jetta verde. Bem, não se pode ganhar todas.
No minuto em que saltei para o meu Range Rover, meu telefone tocou.
"Como ela era?" Lex bocejou na outra extremidade do telefone. Imaginei que
provavelmente ele tivesse profundamente afundado em e-mails, uma vez que só se
passaram duas semanas desde o Ano Novo, ou seja, todos os seres vivos haviam acabado
de criar coragem para mudar suas vidas. "Porque a sua lista de espera é infernalmente
longa e se ela não for servir, eu tenho outra menina que se ofereceu para me pagar
favores sexuais se eu a colocar no começo da lista."
"Pode riscá-la," Eu lati. "Se ela sabe oferecer favores, ela sabe como conseguir seu
próprio homem."
"Anotado." Lex riu sombriamente.
Faço uma nota mental para me certificar de que ele realmente a tirou da lista, ao
invés de lhe fazer falsas promessas, apenas para poder abaixar suas calças.
"Ah," Lex disse, "e Gabi disse que se você não conseguir chegar a tempo para o jantar
esta noite, ela vai colar sua mão ao seu pênis. Embora ela tenha sido bem mais
especifica."
"Ela sempre é." Eu sorri. "Mande-lhe uma mensagem e diga que estou a caminho."
"Feito." Ele desligou.
Eu não escolhi esta vida. Não foi como se eu acordasse em uma manhã e, Uau, não
seria bacana ajudar as mulheres sem graça a pegar um cara? E antes que você bata o pé
num acesso de raiva, veja os fatos. Quase 60% das mulheres acabam se casando, o que
significa que a maioria procura o tipo pai. Aquele cara que provavelmente vai fazer menos
do que elas; nunca malha; come cachorro-quente no café da manhã, almoço e jantar; e,
vamos assumir, vai precisar de Viagra lá pelos quarenta anos de idade.
Só precisa de uma simples pesquisa na Internet para obter os fatos.
As mulheres são, por natureza, criaturas inseguras, e se na tenra idade de trinta e
cinco anos ainda não tiverem se estabelecido, elas vão provavelmente se casar com o cara
que tem uma careca infeliz e um coração de ouro.
E não há absolutamente nada de errado com isso.
É como se quando você vai ao canil municipal e escolhe aquele cachorro com olhar
preguiçoso, porque você sente pena dele e você sabe, sem dúvida, que aquele bastardo
nunca vai fugir.
Então, qual é a diferença?
O primeiro tipo de arranjo é bonito. O cão com o olhar preguiçoso, ou neste caso, o
homem, é realmente o melhor para a menina. Um casamento no paraíso. Eles são os
casais que você vê de mãos dadas, enquanto pergunta se a menina é cega. É a mãe
quente alta e o pai baixinho. A menina da Irmandade e o cara com a barriga de cerveja. A
líder de torcida e o nerd.
Por alguma razão, o universo aceita isso. Eu aceito isso.
O que eu não aceito? O tipo inseguro de ajuste, desesperado da natureza.
Admito isso é mais raro.
Mas cada vez mais comum.
É quando uma menina nunca alcança o seu próprio potencial, aceitando assim,
menos do que ela merece. É a menina quieta que nunca foi ensinada a usar maquiagem.
A gordinha que come seus sentimentos, mas tem uma personalidade divertida, que deve
por todos os meios, ser combinada com o quarterback.
São aqueles pares que nunca encontram um ao outro.
É minha irmã.
Quieta, tímida, um pouco desesperada, mas linda. Ela costumava ser apaixonada por
um cara da minha equipe. E quando eu digo apaixonada, quero dizer, ela bateu com seu
carro em uma caixa de correio uma vez quando ele estava em minha casa no Feriado de
Quatro de Julho.
A parte louca? Ele estava totalmente na dela, mas por causa de sua insegurança e
constrangimento, ela nunca foi atrás dele. Ela estava com muito medo de dar o próximo
passo e encontrá-lo no meio do caminho.
Eu era muito egoísta pra me importar com isso e ela me fez jurar não intervir.
Um ano se passou. Ele se cansou de esperar; ela se cansou da "rejeição." E se
acomodou com seu companheiro de laboratório, Jerry.
Agora ela está casada com um perdedor, que acha que jogos de vídeo game é um
esporte olímpico e que quando a cerveja acaba uma fada mágica reabastece a geladeira
de enquanto ele dorme à noite. O idiota provavelmente deve achar que os búfalos
também estão extintos.
Por outro lado, aquele meu amigo? Ah, ele acabou de ser convocado pelo Steelers5 e
esteve recentemente em um comercial da Nike.
6É um filme de ficção científica onde o futuro é visualizado através de paranormais, os precogs, e o culpado é punido
antes do crime ter sido cometido.
Tanta correria pra minha lavanderia.
"Essa festa estava na minha agenda?"
"Você e sua maldita agenda!", Ela gritou. "Desculpa se eu não tenho tempo para
entrar no Gmail e inserir o evento, de modo que você possa ter algum tempo pra mim."
"Seria muito mais fácil pro Lex se você fizesse."
"Você sabe que Lex é mais sua cadela do que o seu amigo hoje em dia, né?"
"Cruel," Tossi. "É melhor você torcer pra eu não dizer isso a ele."
Ela ficou em silêncio. Porque era isso que ela fazia quando falávamos sobre Lex. Ela
fingia que não estava pensando em botar fogo na cama dele com ele em cima, e eu fingia
não perceber que, mesmo quando eles estavam brigando, parecia que ela estava
implorando por sua atenção, não importa quão negativamente.
Mas nós dois sabíamos que o elefante estava de pé na sala com a sua cara estampada.
Suspirei. "Foi mal, Gabs. Estarei ai em cerca de 15 minutos, está bem? "
"É melhor", ela resmungou. Em seguida, a linha ficou muda.
A minha música recomeçou enquanto virei rapidamente para o estacionamento da
mercearia mais próxima e corri como o inferno para pegar os lanches que eu tinha
prometido. Quanto mais ocupado eu estava, pior a minha memória ficava. Razão pela
qual, eu tinha um calendário e uma agenda on-line, que até mesmo os professores
sabiam como acessar, apenas no caso de eu não estar na sala de aula, já que eu era
auxiliar de classe. Eu era um estudante nota A; eu os treinei a manterem-se em dia com
minha agenda e era um bônus extra quando eu podia lecionar suas aulas enquanto
faziam coisas mais importantes.
Peguei todos os salgadinhos e molhos que prometiam um monte de calorias vazias
tanto que pude encontrar, e então soltei um gemido quando percebi que só havia um
caixa aberto e o cara na minha frente tinha dez cupons.
Eu estava a ponto de pagar por suas compras, se o cara apenas me deixasse passar
na frente.
"Aqui senhor, posso ajudá-lo?", disse uma voz alegre à minha direita.
Um lento sorriso se espalhou pelo meu rosto quando me virei. "Oh uau, obrigado."
A menina corou e acendeu a luzinha de seu caixa.
"Hmm, indo a uma festa?" O scanner apitava enquanto ela passava cada um dos
itens.
"Para minha irmã. Bem, ela é basicamente a minha irmã. E eu sou o idiota que se
esqueceu de levar os lanches."
"Você não parece como um idiota para mim." Sua voz estava rouca e ela arqueou as
sobrancelhas.
"Bem, talvez você devesse dizer isso a ela... Qualquer coisa que possa me salvar de ter
que rastejar..."
Seus olhos se iluminaram. "Eu saio em dez minutos."
"Ah, eu só levaria cinco minutos. No máximo."
"O que?"
"Seu top." Eu apontei para sua camisa branca lisa. "Fica lindo com seu tom de pele."
9 É o ato de bater a palma da mão contra a de outra pessoa, nesse caso a maçaneta bateu em sua bunda.
10 Aquelas calcinhas maiores tipo shorts.
11
E Gabi disse que eu não era suficientemente caridoso? Porra olha pra mim, pronto
para distribuir orgasmos de graça.
"O quê?" Os grandes olhos da nova menina finalmente se levantaram para encontrar
os meus. Inferno, algumas pessoas cobram por esse tipo de olhar. "Do que você está
falando?"
"Ok, agora nós só temos cerca de dois minutos e meio. Eu não vou dizer que não vai
ser difícil, mas eu provavelmente poderia fazer algo que, pelo menos, cause alguns
arquejos. Talvez até um grito ou dois."
"Gritos?", Ela disse com as sobrancelhas se aproximando. "Do que você está falando?
E por que você está nu?”
"Eu estava procurando a roupa antes de você invadir o local."
"No meu quarto."
"Olha." Eu olhei para o meu relógio. "Agora estamos chegando a um território
perigoso. Fui apelidado de Superman na cama, mas eu não estou realmente certo de que
posso fazer uma repetição de 2014, embora eu adorasse adicionar outra entrada no livro
dos recordes. Então, se nós vamos fazer isso, você precisa se apressar e tirar pelo menos
a sua camisa.”
"Você é,” suas bochechas ficam coradas "um stripper para a festa?"
Hmm. A ideia tinha mérito. Eu poderia fazer um show gratuito, o que faria de mim um
santo, considerando o que eu normalmente cobro de cada cliente.
"Não." Eu estendi minha mão. Quando ela não a aceitou, eu mesmo a abaixei
ajudando-a a se levantar do chão e ficar em pé.
Ela chutou. Ela até tentou me morder.
"Aqui vamos nós. Um pouco de entusiasmo!”
"Ponha-me no chão!" Ela se afastou de mim.
Eu fiquei longe dela e cruzei os braços. "Sinto muito, o tempo acabou. Você tem dez
segundos sobrando e nem mesmo eu, posso fazer um milagre destes." Eu apontei para
sua blusa folgada, shorts largos, e, puta merda, ela estava vestindo meias três quartos?
"Vergonha" eu engoli em seco. "Apenas um palpite, mas você estava estudando em casa?"
Seu rosto ficou vermelho, ou com embaraço ou com raiva. "Não! E eu vivo aqui. Este é
meu quarto!"
"Mas é o quarto de Gabi."
"Nós trocamos esta manhã!" Ela bateu o pé. A menina estava usando uns chinelos
Adidas fora de moda.
Eles ainda fabricavam isso? Hã. Era como ver um verdadeiro dinossauro T-rex ao vivo.
"Por que você está olhando para os meus pés?"
"Eles devem ser valiosos agora." Eu bati no meu queixo e continuei olhando para
aqueles chinelos feios de borracha. "Impressionante. Realmente impressionante.”
"Pelo menos você está me ouvindo?" Ela gritou. "Bote algumas roupas e saia do meu
quarto. Ou não as coloque e simplesmente saia do meu quarto. Qualquer coisa."
"Exatamente." Eu balancei a cabeça seriamente. "Eu estava prestes a fazer isso
quando você caiu.” Agora, eu disse lentamente, "você disse que trocou de quarto?"
Ela assentiu com a cabeça.
"O que faz o quarto da Gabi ser...?"
Ela apontou para o corredor. Eu tinha uma breve lembrança de Gabi ter mencionado
algo sobre a mudança para o quarto menor, porque os dois novos colegas iriam
compartilhar um quarto.
"Ah, você deve ser Serena."
"Blake", ela rosnou. "Serena é loira."
Eu apostaria que ela era gostosa também. Serena era um nome de menina quente.
Blake? Blake era o nome que se dava a uma menina que você achava que seria um
menino e, portanto, projetou nela todos os seus sonhos de infância. Aposto dez dólares
que seu pai a fez jogar todos os tipos de esportes e que ela era o produto de um divórcio
ou de pais solteiros.
"Por que você ainda está aqui de pé... e nu?" Desta vez, ela desviou o olhar, cobrindo o
rosto com as mãos.
"O que há de errado em estar nu? Você sabe que nasceu assim, certo?"
"Apenas," ela não olhou novamente, mas apontou para a porta - "vá."
"Você quem está perdendo." Eu ri. "Eu poderia ter abalado seu mundo."
"Meu mundo não precisa ser abalado."
Indo em direção à porta, parei no meio do caminho e olhei pra trás, movendo-me para
perto dela e certificando-me que minha respiração fosse soprar em seu pescoço enquanto
eu sussurrava: "Agora é você quem está errada, Blake. Toda menina precisa deixar seu
mundo ser abalado, pelo menos uma vez. Ou, se este abalo estiver vindo de mim, duas
vezes."
Sua postura era rígida, e a única pista que eu tinha sobre suas emoções, era o fato de
que sua respiração batia junto com seu pulso. Eu me inclinei para frente e lambi um
ponto em seu pescoço que estava me provocando. Então, dei um passo para trás. "Muito
prazer em conhecê-la."
A porta bateu atrás de mim, quase batendo na minha bunda como despedida.
Não se pode ganhar todas. Não que eu quisesse ganhar alguma coisa com a menina
Adidas. Eu tinha muito no meu prato já. A última coisa que eu precisava era de alguma
moleca sexualmente reprimida que vestia moletons de nylon porque eram confortáveis.
4
Eu ainda estava balançando minha cabeça depois de me vestir e ter descido as escadas
até a pequena sala de estar no andar de baixo. Quer dizer, chinelos Adidas?
Lex estava ocupado conversando com a garota que eu imaginei ser a Serena, que
tinha cabelo loiro, grandes olhos de corça e um corpo lindo, que provavelmente estaria
embaixo dele em poucas horas. Ou ainda melhor, ela estaria por cima, fazendo todo o
trabalho enquanto o bastardo colocaria seus braços por trás da cabeça, bocejando e
dizendo, um pouco mais pra direita.
Ele era mandão dentro e fora da cama; ele provavelmente entregava às meninas seu
manual, pra que elas pudessem decorá-los antes mesmo de terem a honra de ficar com
ele.
Blake ainda não tinha descido.
E Game of Thrones estava passando na TV. Temporada três, apenas onde Gabi e eu
havíamos parado. Eu não estava com vontade de fingir que estava doente durante o
próximo episódio só pra que todos fossem pra cama e eu pudesse assisti-lo sem
nenhuma interrupção. Eu era um destes caras legais.
"Ian," Gabi rosnou. "Já se passaram dez minutos. Diga-me que você não fez."
"Eu não fiz." Eu pisquei para Lex e peguei uma cerveja no balcão, em seguida, comecei
a fazer uma pilha alta de salgadinhos no meu prato.
Gabi me beliscou no lado e torceu.
"Merda!" Os salgadinhos quase caíram do prato. "O que foi isso? Tomei banho, já não
estou cheirando como uma prostituta, você é bem-vinda!”
Gabi soltou minha pele e me empurrou no peito. "Onde está Blake?"
"Ela está no time de basquete?"
"Não" Gabi revirou os olhos, em seguida, me deu um olhar familiar e suspeito. "Onde
ela está?"
"Futebol?"
"Não."
"Tênis?"
"Ian, se você tocou nela, eu juro que vou arrancar estes seus cabelos dourados de sua
cabeça, um por um."
Eu mastiguei um Doritos. "Golfe?"
"Voleibol," Blake diz, aparecendo ao nosso lado. "Na verdade."
Eu bati meus dedos. "Isso explica as roupas."
Gabi olhou para trás e para frente entre nós. "As roupas?"
"O que há de errado com a minha roupa?" Blake olhou para baixo.
Eu ri.
Eles não riram.
Limpando a garganta, eu mastiguei outro salgadinho, abri um sorriso e disse:
"Absolutamente nada."
"Ele pertence a você?" Blake estava apontando para mim como se eu não estivesse
participando da conversa.
"Infelizmente." Gabi suspirou. "Você sabe quando seus pais sempre lhe dizem para
não alimentar os animais vira-latas?" Seus olhos encontraram os meus. "Num primeiro
momento ele era tão bonito, como todos os filhotes. E então ele começou a morder todos
os meus amigos."
"Também te amo, linda." Eu a beijei na testa e dei um tapa na sua bunda. "São
mordidas de amor."
Blake observava a interação com os olhos arregalados.
"Ian," Lex gritou. "Vamos fazer isso ou não? Eu tenho uma prova de manhã.”
Esse era o seu ângulo.
E ele era tão bom nisso que até mesmo eu precisava lhe dar crédito.
Ele era um gênio na computação.
Um nerd quente.
Eu só ficava imaginando o que aconteceria se Bill Gates tivesse renascido como um
deus grego. Um dia Lex ia dominar o mundo. Isso, se ele parasse de comer as gatinhas
erradas, ou seja, as alunas favoritas de seus professores.
As meninas o adoravam porque ele tinha um cérebro. Pena que ele usasse seus
poderes para o mal. De certa forma, ele era o vilão para o meu herói.
Eu salvava as meninas de se acomodarem com os idiotas, perdedores e garotos de
fraternidade; isto é, eu as salvava de caras como Lex. E Lex nos garantia, com seus
programas de computador ilegais e com suas pesquisas, que nossas clientes fossem
legítimas.
Ele afastava as malvadas.
Eu ajudava as boazinhas.
Acho que nós nos alimentamos do poder um do outro. O equilíbrio perfeito entre o
bem e o mal.
Serena riu com algo que Lex disse. Inferno, provavelmente ela iria rir se ele tivesse
escrito "astronauta" corretamente.
Eu lutei contra a vontade de revirar os olhos. Não me interpretem mal, eu pegava
meninas como aquela, pelo menos a cada quinze dias, para acabar com o stress. Mas
isso é tudo pra que elas servem; a contribuição delas para a sociedade era não se
preocupar com nada, além do fato de que caras como Lex e eu tínhamos seis gomos na
barriga e nós as deixávamos tocar cada um dos músculos enquanto riam.
"Ah, sim." Eu joguei meu corpo musculoso no sofá e me estiquei. "Episódio final.
Sintam-se livres pra assistir meninas, mas se alguém falar alguma coisa, vou colar suas
bocas.”
"Ainda não!" Gabi correu e ficou na frente da TV. "É uma festa de boas vindas para
minhas colegas de quarto. Precisamos socializar primeiro.”
"Oh." Eu assenti. "Certo."
A sala ficou em silêncio.
"Bem, se isto não é como um encontro às cegas forçado," Eu disse a mim mesmo.
Mais ou menos.
Ei, era uma sala de estar pequena.
"Você saberia." Os olhos de Gabi se estreitaram. E eu congelei. Porque se havia
alguma coisa que já havíamos acordado, era que nós nunca conversávamos sobre
Wingmen Inc. Era como o Clube da Luta, só que melhor, porque se baseava em impedir
que as meninas tristes tivessem relações sexuais com idiotas completos.
Pare de balançar sua cabeça. O que eu faço no meu tempo livre, fora do trabalho, é
totalmente diferente. Eu não pego meninas tristes; eu pego meninas estúpidas. Há uma
diferença.
"Vamos lá, Gabs." Lex empurrou Serena para longe dele. "Deixa disso. Nós
conhecemos suas colegas, Ian trouxe comida e você ainda está solteira." Ele zombou em
sua direção, passando a mão sobre seu cabelo escuro e curto. "Tudo está bem no
mundo."
Gabi lançou-se contra ele.
Eu pulei entre eles e rapidamente puxei seu corpo de volta contra o meu enquanto
nós afundávamos profundamente no sofá de couro. Gabi podia ser pequena, mas ela era
briguenta.
"Shh", eu sussurrei em seu ouvido. "Você sabe que ele está sendo apenas um canalha,
porque ainda não comeu ninguém esta semana."
Lex xingou e puxou Serena para o sofá. Ele era um cara muito descontraído, a menos
que estivesse no mesmo ambiente que Gabi. Aí sim, ele soltava toda sua merda e ficava
parecendo Crazy Eyes do Orange Is the New Black12.
"Vamos apenas assistir ao último episódio", sugeri. "Depois a gente pega uma
sobremesa."
Eu olhei para Serena ao dizer "sobremesa."
Assim fez Lex.
Gabi deu-me uma cotovelada perigosamente perto da virilha.
"Ele já fez xixi nela," eu sussurrei em seu ouvido. "Não se preocupe."
"Você me dá nojo." Ela pressionou "play" e recostou-se contra mim.
Com um sorriso, eu sussurrei de volta em seu ouvido. "Você me ama, irmãzinha."
"Às vezes me pergunto o porquê."
"Eu animo este grupo, em pelo menos dois pontos, eu assumo."
"Só porque você tem cabelo bonito", ela resmungou.
"Essa é minha garota."
Sorrindo, eu confortavelmente a coloquei ao meu lado, mas senti como se estivesse
sendo observado. Virei a tempo de ver Blake cobrir novamente o rosto com aquele tufo
gigante que ela chama de cabelo, olhando para baixo para aqueles chinelos medonhos.
Dã. Fiquei imaginando qual seria sua história, mas só até que ouvi a música familiar
de GOT 13 e fui sugado de volta para um mundo de fantasia, que fez o meu parecer
brincadeira de criança.
Dez minutos, eu me senti sendo observado novamente.
Eu me ajustei no sofá e me virei.
Blake não estava me olhando, mas estava mandando mensagens no celular.
13 Game of Thrones.
Durante GOT.
Isso era o equivalente a adormecer durante um filme da Marvel.
Limpei a garganta.
Como ela ainda não olhou para cima, eu fiz um movimento para fora do meu lugar no
sofá, passei pela sua pequena banqueta e a levantei dela.
Ela gritou quando a larguei no sofá e limpei as mãos no meu jeans. "Pronto, agora
estamos todos confortáveis e juntos. Telefones na mesa." Eu olhei para o celular em suas
mãos. "Agora."
Estreitando os olhos para mim em um clarão sinistro, ela jogou o telefone em cima da
mesa juntos com os nossos e cruzou os braços.
"Você não deveria tê-lo alimentado daquela primeira vez", ela sussurrou para Gabi.
Gabi fez um carinho em sua mão e sussurrou de volta. "Isso me atormenta dia e noite,
Blake, dia e noite."
5
Manhãs. Eu apreciava manhãs. Starbucks na mão, eu sentei no meu lugar habitual
perto da Drumheller Fountain, mais famosamente conhecida como Lagoa dos Calouros.
Eu já havia mergulhado muitos calouros no meu passado, mas agora como sênior, meu
nível de maturidade tinha claramente crescido aos trancos e barrancos.
A névoa da manhã estava fria, era sempre frio, mas eu me recusei a escolher outro
local.
Eu era como Sheldon do The Big Bang Theory14.
A lagoa era o meu sofá de couro. O lugar certo em frente ao Bagley Hall, minha
almofada pessoal no sofá.
"Droga." Lex bocejou alto enquanto se aproximava de mim, seu próprio café
claramente, não surtindo o efeito desejado. "É cedo.”
"São sete." Eu tomei um gole do meu Pike Place Roast. "Só é cedo se você passou a
noite acordado com...?"
Lex sorriu. "Serena. Gata selvagem na cama. Esqueceu meu nome duas vezes.
Perguntou se eu acreditava em unicórnios. Participou da Comic-Con15 três vezes, cada
vez como uma personagem diferente dos X-Men. Sua habilidade é a capacidade de dizer o
ABC de trás pra frente e quando eu pedi seu número, ela chorou.”
"Merda." Deixei escapar um assobio baixo. "Deve ter sido necessário usar seu jogo “A”
na noite passada.”
Lex revirou os olhos. "Eu nunca estou fora de meu jogo."
"Certo", eu disse condescendente. "É que aquela vez que você pegou a Gabi foi um
acaso?"
"Eu estava bêbado", disse ele na defensiva. "Podemos não falar sobre Gabi a esta hora
da manhã? Estraga o meu dia.”
"Claro, puta. Agora me deixe dar uma olhada na agenda."
Nós nos transferimos para um dos bancos e sentamos. Essa era a coisa sobre
Wingmen Inc. Nós nunca fazíamos reuniões de negócios em casa, nunca trazíamos
clientes para a casa. Era uma regra não escrita. Não misturar negócios com prazer. Nós
achamos que deveríamos ter algumas regras básicas muito rigorosas, já que a última
coisa que queríamos era que todos pudessem realmente saber quem estava por trás da
empresa.
Nós fazíamos todo o nosso trabalho estritamente no campus.
Com certeza, as meninas acabavam descobrindo quando elas se encontravam com um
de nós.
Mas elas juravam segredo. Basicamente, elas assinavam um contrato que dizia que
qualquer palavra pronunciada sobre Wingmen Inc., seriam processadas.
Tenho certeza que você está se perguntando como que as outras pessoas do campus
ainda não perceberam.
14é uma série de televisão norte-americana de comédia transmitida pelo canal CBS.
15é um evento que ocorre durante quatro dias no verão em San Diego. Originalmente o evento aborda revistas em
quadrinhos conhecidos localmente como HQ´s da Marvel Comics ou DC Comics, ficção científica, filmes e televisão, mas com
o passar dos anos a convenção expandiu seu escopo e começou a incluir alguns elementos da cultura pop como anime,
mangá, animação, brinquedos, Vídeo games, séries de televisão, livros de fantasia e outros.
É simples.
Lembra que eu disse que não misturamos negócios com prazer? Vou repetir. Nós não
misturamos negócios com prazer. Assim, quem olha de fora pra dentro, acha que tudo é
prazer.
Éramos jogadores antes, somos jogadores agora.
As pessoas simplesmente acreditam que namoramos todas as cores do arco-íris; com
todos os tamanhos, com todas as formas. Acreditam que não deixamos passar nenhuma.
É por isso também que sempre estamos tão disponíveis para todas as mulheres do
campus. Um dia eu saio com uma modelo, no dia seguinte, estou ajudando uma garota
cega a aprender a andar de bicicleta pela primeira vez.
Você entendeu a ideia.
Em nosso mundo? Toda mulher é bonita. Toda mulher tem um propósito. Toda
mulher tem um cara que ela está atrás, uma peça inalcançável de homem.
Pense em nós dois como corretores.
Você é bem-vindo, mundo.
"Assim..." Lex pegou seu telefone e segurou-o perto do meu. Imediatamente, uma
planilha do Excel apareceu na minha tela. "Você tem Shell durante o resto da semana e,
em seguida, tem uma folga. Depois disso você está reservado para os próximos dois
meses seguidos. Duas meninas por semana, começando em três semanas. Você dá conta
ou quer que eu pegue uma?"
Dou uma rolada através dos nomes depois da Shell. "Qual é a história dela?"
"Avery Adams." Lex soltou uma risada sombria. "Ah, ela é uma diversão."
"Diversão tipo? Eu vou realmente me divertir, ou eu posso acabar querendo cometer o
suicídio depois de passar uma semana com ela?"
"A segunda, eu acho." Lex assentiu, batendo furiosamente em seu telefone, em
seguida, puxou um perfil completo com sua idade, altura, graduação, comidas favoritas,
hobbies, sonhos, tamanho das roupas e bebidas de café que ela gostava. Vamos apenas
dizer que o nosso formulário de admissão era extenso. Normalmente o cliente demorava
algumas horas para preencher. "Ela está apaixonada por seu parceiro de estudo."
"Não estão todas?"
"Ele é um estudante de química, um ano mais novo do que ela."
Minhas sobrancelhas se ergueram. Era geralmente o oposto, o cara era mais velho.
Mais novo, era uma mudança divertida.
"E ele está mais interessado em tensão do anel no ciclopropano e ciclobutano, que é
exatamente a matéria que ele está tentando ajudá-la. Ela continua fingindo que não
entende.”
"Bem, eu teria que fingir que entendo. Que diabos é tensão do anel? "
"Grande negócio...", Lex bufou.
"Nerds das ciências...", retruquei.
"Então ela já reprovou três vezes e ele está começando a acha-la uma estúpida, o que
ela não é, e isso está claramente afetando suas chances de se casar com ele."
"Ela quer se casar." Eu deixei as palavras rolarem na minha cabeça um pouco.
"Portanto, este não é um passeio rápido ao shopping. Ela quer..."
"Bebês." Lex tremia enquanto eu fazia uma cara de nojo.
"Muito bom." Para ela. "Alguma coisa no passado dele nos dá uma ideia de que é
favorável ao compromisso?"
"Os pais estão casados há vinte e cinco anos. Basicamente, pelo que tenho visto, ele é
apenas tímido e desajeitado. E a menina é meio bonita se você tirar seus óculos. Meu
palpite: ele está intimidado. Eu coloquei as informações de ambos em meu programa e é
uma combinação perfeita." Ele rola até a parte inferior da página. "Se eles conseguirem
passar com sucesso pelo primeiro encontro, os meus dados dizem que têm uma chance
de noventa e oito por cento de ficarem juntos e" - ele grunhiu a próxima palavra:
"comprometidos."
"Ela sabe beijar?" Eu tomei um gole de café e queimou minha garganta. Não é muito
pior do que ter que ensinar uma menina como beijar. É inábil, demorado, e – estremeci -
na maior parte do tempo elas faziam esta coisa estranha com a língua... Minha boca
ficava como se estivesse sendo mantida refém por um estrangeiro.
"Passou no teste com louvor, embora, ela parecesse estar confusa sobre o que a língua
deve fazer uma vez que o beijo se aprofunda. Dei-lhe um A para o esforço, C+ para
execução.”
Acho que eu posso trabalhar com isso. "Corpo?"
"Todas as mulheres tem corpos lindos."
E ainda tem gente que nos chama de bundões.
Pelo menos sabíamos que todas as mulheres tinham algo a oferecer,
independentemente de quão estranho o pacote pudesse ser. Sempre havia algo. Sempre.
"E?" Eu estimulei ainda mais.
"Ela é meio baixinha. E o Romeu também."
"Experiência sexual?"
"Ela teve dois parceiros e foi pontuada pelos dois, como ruim."
"Isso pode ser um problema se ele não souber bem o que tem que fazer."
"Podemos sempre nos garantir e dar-lhe algumas indicações sobre como agradar uma
mulher. Ou convenientemente ter uma conversa enquanto ele está comprando seu café
diário. Se ele não souber o que deve fazer, ele vai ficar e ouvir. E se ele ficar vai sair com
um sorriso no rosto.”
Nós dois assentimos.
Eu observava o sol começando a surgir através das nuvens. "Ela vai ser fácil, então."
"Sim." Lex rola pra próxima cliente. "Esta realmente acabou de aparecer no site, hoje
de manhã. Como sua agenda está meio lotada, eu não tinha certeza se você ia querer que
eu deixasse ela se inscrever.”
"Pode deixar." Eu nem sequer olhei para a tela. "Eu tenho algum tempo."
"Mas..."
"Eu preciso ir." Eu estava de pé, esticando meus braços e meu café acima da minha
cabeça. "A Shell tem uma classe cedo com o Idiota e eu tenho que levá-la até lá,
enquanto carrego seus livros e então a beijo na testa."
"Conto tão antigo quanto o tempo, meu amigo." Lex soltou uma risada indiferente.
"Não é um beijo de língua que o cara deve perceber."
"Não." Eu bato no seu punho e começo a ir embora. "É o beijo suave."
"É sempre o beijo suave," Lex gritou atrás de mim.
Eu tinha uma leve desconfiança de que uma vez que estivéssemos formados e esta
merda se tornasse viral, o Facebook iria tentar nos comprar por um bilhão de dólares.
6
O campus UW estava cheio de emoção. Estudantes misturados uns com os outros, assim
como a névoa da manhã molhada pairava no ar. Apenas mais uma razão pra eu amar
Seattle - o tempo era fresco, cheio de promessas.
Shell segurou uma das minhas mãos quando paramos na frente de um dos edifícios
comerciais. Eu usei a minha mão livre e acenei para Gabi quando passamos por ela.
Seus olhos presos nos meus. Era nestes momentos que eu me convencia ser capaz de ler
os pensamentos das mulheres apenas encarando-as, e eu era o único sortudo que podia
fazê-lo.
Vê? Super-herói.
Seu olhar disse isso.
Bundão, outra? Já? Você não acabou de ajudar aquela garota na semana passada?
Aquela que queria a paz mundial, mas ninguém a levava a sério, porque ela tem uma
risada nervosa?
Stella tinha sido fácil. Demorou quatro dias. O cara nem sequer sabe o que o atingiu.
Num minuto eles eram apenas amigos. No próximo, eu vi o seu carro estacionado do lado
de fora do apartamento dela... Durante... A... Noite... Toda.
"Nojento," Gabi tinha dito. "Você estava fazendo reconhecimento durante suas
escapadelas sexuais?"
"Eu prefiro chamar de pesquisa," eu disse.
"Não foi ela que riu no funeral do próprio pai?"
"Foi. Foi um riso nervoso e isso é uma coisa real."
Outro rolar de olhos. "Almoço mais tarde?"
"Com certeza."
"Divirta-se salvando o mundo, uma menina de cada vez."
"Não faço isso sempre?"
Ok, então talvez ela não tenha dito: "Divirta-se salvando o mundo." Talvez eu tenha
exagerado nessa parte para o meu próprio benefício.
"Eu estou nervosa", disse Shell, apertando a minha mão. "E se ele não me notar de
novo? Ou pior, e se isso não funcionar e...?"
"Você leu nossas estatísticas. Quando foi que não funcionou?" Eu respirei fundo. "É
por isso que nós lhe apresentamos as nossas taxas de sucesso junto com as folhas de
FAQ. Desta forma você sabe, sem dúvida, que o que fazemos funciona. Mas você tem que
seguir as regras, entendeu?”
Shell balançou a cabeça. Seu novo corte de cabelo fez maravilhas para seu rosto, e
sua franja trouxe à tona uma coisa moderna, o Sr. Barista ia cair totalmente. Isso se ele
a reconhecesse em primeiro lugar. Fiz questão de dar-lhe orientações sobre o que vestir,
mas eu sempre, sempre mesmo, digo às meninas uma coisa: Uma menina nunca deve
mudar por causa de um cara. Sempre. E se ela muda? Então, não foram feitos um para o
outro... Nós só ajudamos a melhorar o que elas já tinham, mas nunca mudá-las.
Graças a Lex, normalmente nós sabíamos antecipadamente se o casal não seria uma
boa combinação. Se isso acontecesse, estrategicamente, nós direcionávamos aquelas
meninas para outros jogos mais bem sucedidos.
Tudo em um dia normal de trabalho.
O Barista ciumento dobrava a esquina e estava prestes a olhar para o nosso caminho.
"Lá está ele." Eu parei e puxei Shell contra mim. "Sorria."
"Estou tentando."
"Você está nervosa."
"Estou nervosa." Seu lábio inferior tremeu ligeiramente.
"Ei, ei." Eu toquei sua face. Paquerar sempre era mais realista quando elas estavam
nervosas, porque o nervosismo também pode parecer ternura, confiança, amor. "Você vai
fazer muito bem."
Ela já estava fazendo muito bem. Seu corpo se inclinou para o meu, os olhos
arregalados de medo, mas a partir deste ângulo, meu palpite era que o Sr. Barista estava
pronto para me dar um soco na mandíbula devido a sua óbvia adoração.
Eu beijei seu rosto, esfregando o meu rosto no dela, suavemente antes de sussurrar
em seu ouvido: "Se ele olhar pra cá, tente não parecer culpada.”
"Mas..."
"Faça isso, Shell. Eu tenho uma aula também.” E ao contrário do prédio dela, Paccar
Hall era uma boa caminhada de vinte minutos pelo campus, o que significava que eu
tinha que correr.
Ela inclinou a cabeça.
"Agora, pega nas minhas costas com a ponta dos dedos, como se suas mãos
estivessem cavando minha pele. Pareça desesperada."
Ela fez.
"Ai."
"Desculpe," ela choramingou.
"Bom." Eu me afastei e beijei sua testa, vendo como o Sr. Barista praguejou e
balançou sua cabeça para olhar pra longe de nosso show.
"Será que ele percebeu?" Sua voz se elevou em emoção.
"Oh, ele notou." Eu sorri, em seguida, toquei seu queixo com o dedo. "Agora, durante
a aula, ele provavelmente vai sentar ao seu lado. Deixa, mas não tente falar com ele. Se
ele se enturmar, seja educada, mas não excessivamente animada. Ele vai pensar que eu
lhe pedi para não falar com ele, o que fará ele se esforçar mais. Ele vai enlouquecer,
porque você parece triste e nervosa, e ele vai pensar que algo está errado com o nosso
relacionamento, e basicamente vai te encher o resto do dia até que você lhe conte todos
os detalhes. Dê-lhe seu número de telefone, mas não responda a primeira mensagem.
Responda à terceira. Sempre a terceira."
Eu tinha acabado de passar pelas regras um, dois, três e quatro.
Regra número um: deixe-os curiosos, um pouco ciumentos.
Regra dois: Não pareça muito interessada. Seja sempre educada.
Regra três: Dê-lhes um meio de contato, mas mantenha a bola no seu campo.
Regra quatro: Nunca responda ao primeiro texto, chamada, e-mail, etc. Por algum
motivo, o cérebro capta o número três como sendo a tentativa final antes de você parecer
desesperado.
"E se ele não...?"
"Ele vai." Eu pisquei. "Agora, temos que ir."
"Terceira mensagem, evasiva, educada," ela murmurou para si mesma e foi com
passos decididos para o edifício.
"É como assistir a patinhos, quando estes finalmente chegam à água para nadar",
disse uma voz profunda ao meu lado.
Eu dei um sorriso. "Lex, o que você está fazendo deste lado do campus?"
"Você checou sua agenda?" Seu sorriso estava muito grande para as nove horas da
manhã.
"O que você fez?"
"Eu não." Ele ergueu as mãos. "Eu tenho certeza que vou ouvir falar de você mais
tarde."
Eu estava prestes a abrir a minha agenda quando percebi que horas eram. "Merda."
Eu corri como o inferno em direção ao prédio Paccar, esperando não estar atrasado
novamente. Tenho certeza que a minha desculpa "minha tia estava doente e precisava de
alguém para conversar" não ia mais colar, pela terceira vez, e este professor em
particular, me odiava porque Lex tinha transado com sua filha.
Podemos ser melhores amigos, mas pelo menos eu dou uma olhada antes de sair
trepando com qualquer uma, sabe? Lex não se importava com quem fosse afetado pelo
seu apetite; se ele queria alguma coisa, ele a tomava. Estranho, considerando que ele
colocou tanto maldito tempo e energia em Wingmen Inc. A empresa era seu bebê, seu
filho amado. Então, de novo, apesar de sermos melhores amigos, Lex era reservado. Ele
compartilhava algumas coisas com o seu computador, e, às vezes, se fosse um bom dia,
ele até compartilhava alguma merda pessoal comigo, mas era raro.
Havia duas coisas que Lex confiava neste mundo: tecnologia e sexo. Nenhuma delas o
tinha deixado na mão. Inferno, daqui a trinta anos Lex vai estar sentado na varanda da
frente de sua mansão bebericando uma limonada com seu robô automatizado,
sussurrando palavras doces em seu ouvido.
Eu quase bati num banco enquanto continuava com minha correria.
Merda. Merda. Merda.
Com apenas um minuto faltando, eu abri a porta da sala de aula e bati direto contra
um rapaz baixinho.
"Desculpa aí, mano." Inclinei-me para ajudar a apanhar seus livros.
Francesinha rosa nas unhas? Bem, cada um na sua, eu acho.
"Você", disse uma voz muito feminina.
Um capuz cobria a cabeça do cara. Olhei mais de perto e realmente desejei não ter
feito isso.
Blake.
E ela estava P da vida! Mas acho que minha parte feminina também estaria puta, se
eu estivesse vestindo um sutiã esportivo apertado, uma camiseta sem mangas e shorts
de basquete longos. Ai, caramba, e aqueles chinelos que estavam ali novamente...
"Por que você está sempre... Em todos os lugares?,” ela cuspiu, exibindo um olhar de
total desagrado.
A aula não tinha começado ainda, mas eu era uma pessoa muito autoconsciente. Ou
seja, eu sabia que todos os olhos naquela droga de sala estavam virados pra mim e,
provavelmente, todos se perguntavam por que diabos eu não estava encantador pra cima
da menina.
Não é possível se encantar pelo assexuado, pessoal.
Entreguei a Blake seus livros. Ela os agarrou de minhas mãos e deixou escapar um
suspiro, tirando o capuz de seu cabelo.
Com isso eu podia trabalhar.
Seu cabelo era marrom-dourado, bonito, espesso e brilhante. Foi à primeira coisa que
notei nela, além dos chinelos, você lembra?
"Graduação em administração?" Eu apontei para seus livros.
"Educação Geral16. Por que mais eu estaria aqui se eu não tivesse que assistir a esta
aula?"
"Perseguição." Eu pisquei. "Não seria a primeira vez que eu seria seguido.
Provavelmente não será a última.”
"Você, claramente, se acha muito."
"Alguns podem dizer que não me acho o suficiente." Deixei escapar uma risada baixa
enquanto algumas garotas da primeira fila começaram a sussurrar alto o suficiente para
que qualquer pessoa com dois ouvidos pudesse ouvir:
"Tão quente."
"Três vezes! Ela disse que foi a melhor noite da vida dela!"
Blake cerrou os dentes e atirou dardos envenenados com os olhos. "Suas fãs?"
"O fã-clube tem uma vaga em aberto."
Blake me dá um empurrão e sai caminhando em direção às escadas, até os últimos
lugares vagos. Vou atrás dela, principalmente por curiosidade, mas também por sentir a
necessidade de ficar longe das meninas sentadas na frente, que provavelmente tentaria
me acariciar durante toda a aula.
Da última vez que isso aconteceu, eu nem mesmo consegui chegar ao fim!
E por "fim", quero dizer, terminar de assistir minha aula de finanças.
"Elas fizeram cartazes no ano passado," eu disse com um suspiro, estatelando-me no
banco ao lado dela.
Entreabrindo a boca, ela apontou para as outras cadeiras livres ao nosso lado.
Cadeiras que colocariam, pelo menos, alguma distância entre nós.
"Mesas. Cadeiras. É uma sala de aula, é o que se espera. Qualquer outra coisa que eu
posso ajudá-lo?”
"Sente-se em qualquer outra cadeira, menos nesta."
"Esta aqui?" Eu bati no meu assento diretamente entre as minhas pernas e sorri
descaradamente, enquanto suas bochechas ficavam vermelho brilhante. "Alguma coisa
em mente, florzinha?"
"É só que...” Ela deixou cair o livro de forma barulhenta sobre a mesa e colocou a
bolsa no chão. "Não fale comigo."
"OK."
Ela piscou para mim, com a boca formando um O, me fazendo sonhar acordado com a
possibilidade dela ficar de joelhos na minha frente. Chupei meu lábio inferior, permitindo
que meus pensamentos seguissem em terreno perigoso. Então, novamente, ela estava
corando agora, isso estava acontecendo frequentemente, e era, provavelmente, muito
tensa para ser dirigida em qualquer tipo de atividade oral. Uma pena.
16 General Education – são os primeiros dois anos cursados em uma universidade americana, geralmente terá
assistindo a uma grande variedade de matérias diversas.
Sorrindo, me joguei de volta no meu assento. Fiz o meu melhor estudando em
silêncio. . . Eu não precisava falar com ela para conhecê-la. A maioria das coisas
importantes sobre as pessoas eram estudadas pela simples observação.
Além disso, a aula estava começando.
O professor estava explanando sobre a organização de negócios e diferentes papéis
organizacionais dentro de uma corporação.
Eu prestei atenção porque tinha a minha própria corporação. Eu sabia quais papéis
funcionavam. Foi como voltar para o primeiro ano depois de se formar com honras. Mas
eu fiquei colado ao meu assento e estudei Blake com o canto do meu olho.
Seu rosto não era ruim. Ela tinha um punhado de sardas em torno de seu nariz e
bochechas, como se alguém as tivesse colocado ali quando ela nasceu pra criar o efeito
certo em seu rosto. Ela seria bonita se seu cabelo não estivesse constantemente caindo
sobre os olhos, tornando impossível realmente ver o formato de seu rosto ou de que cor
seus olhos eram.
Com um acesso de raiva, ela puxou o cabelo para trás em um rabo de cavalo baixo.
Deixei escapar um pequeno suspiro.
Puramente por acidente.
"Você vai fazer isso?" Ela sussurrou asperamente.
Inclinei-me, colocando minha mão nas costas de sua cadeira e com meus dedos
dançando ao longo de seu pescoço. "Você vai?"
"Eu não estou... Interessada."
"Nos homens?"
"Em você," ela disse intencionalmente. "Agora, para tudo o que você está pensando e
presta atenção. Eu acabei de me transferir do estado de Boise neste semestre, e eu já
sinto que estou ficando para trás.”
"Ohhh." Eu bati meus dedos.
"O que? Que ohhh?”
O mundo de repente fez sentido. "Você é de Idaho? Diga-me em qual cidade você
nasceu, porque com certeza não foi Boise.”
Ela se remexeu em sua cadeira, afastando-se de mim enquanto me dava um olhar
rápido de soslaio. "Riggins."
"Ahhh, Deus me livre de pequenas cidades com apenas uma mercearia."
"Pare," ela sussurrou, "de falar."
"Ok." Eu lhe dei um calculado meio sorriso. Apenas o suficiente pra deixá-la curiosa.
"De qualquer maneira. Já consegui tudo que eu precisava."
Eu podia dizer que ela queria me perguntar o que diabos eu estava falando, mas tinha
um autocontrole impressionante. Devo reconhecer isso.
Ela era de uma pequena cidade em Idaho. Transferida para cá... Para qual propósito?
Meu palpite era o pai dela. Eu ainda estava apostando na coisa de pai solteiro. Ele
conseguiu uma transferência de emprego. Quebrei a cabeça. Boeing? Talvez Microsoft?
Ou Amazon? Inferno, Seattle ostentava muitas sedes de empresas diferentes, era um
desafio.
Olhei para trás, abaixei a cabeça e observei seus chinelos.
Eu apostaria na Microsoft. Pai nerd de computadores, sem senso de moda, que
costumava trabalhar de casa, via satélite. Bingo!
Tentei prestar atenção à aula, mas continuava me distraindo com a maneira como ela
batia sua caneta.
E o fato de que ela estava usando perfume e unhas francesinha. Que outra menina
que se vestia como ela, fazia francesinha nas unhas e usava perfume Prada? Será que ela
estava vestindo aquela tanga rosa debaixo desses calções de basquete? Agora sim,
alguma coisa que eu definitivamente poderia trabalhar quando chegasse a hora. Ela
ficaria maravilhosa com a tanga balançando em um dos tornozelos com as pernas no ar.
Partes de mim se contraíram com interesse, apenas considerando as possibilidades de
explorar toda a sua diversidade de... Nuances.
Um mistério.
Eu não tinha um desses há muito tempo.
Ou um desafio. Ah, muito ruim ela não ser minha cliente. Eu poderia fazer muita
coisa com essas pernas. Reconheço, eles não estariam em volta de mim, infelizmente, já
que nunca me envolveria com clientes. Não por falta de tentativa da parte delas.
A aula terminou uma hora mais tarde.
Nós dois nos levantamos. Eu a deixei passar por mim e sussurrei "Azul."
Ela congelou, mas não se virou. "O que?"
"Seus olhos." Eu me espremi, passando por ela e murmurei em seu ouvido: "São de
um lindo azul gelo.”
"Assim como a minha alma." Seus olhos se estreitaram. "Agora, por favor, me deixa
em paz?"
"Por que você iria querer isso?" Eu saí andando ao seu lado enquanto ela tentava
apressar seus passos. "Além disso, qualquer amigo de Gabi é amigo meu."
"Isso é realmente lamentável pra mim."
"Então você me viu pelado!" Eu disse alto o suficiente para que as pessoas que
passavam ouvissem. "Grande coisa."
De olhos arregalados, ela bateu com a mão na minha boca e me empurrou contra a
parede. Eu sorri contra a sua palma.
Ela se inclinou. "Eu não fiquei impressionada," ela sussurrou em meio a uma nuvem
de ar mentolado-fresco.
Eu empurrei a mão dela e ri. "Você é uma mentirosa de merda. Então, talvez, esta
pode ter sido a primeira vez que você tenha visto um homem nu, e, portanto, você está
esperando para me comparar com o triste indivíduo sugador de alma, você vai acabar
ficando infeliz. Aposto que ele vai usar óculos.”
Ela franziu a testa. "O que há de errado com óculos?"
"E vai ser careca." Eu balancei a cabeça, pensativo, depois apontei para sua têmpora.
"Bem aqui."
Revirando os olhos, ela deu um passo para trás e escapou.
Registre-se, eu a deixei escapar.
Ela estava a um metro e meio fora da porta quando se virou uma última vez.
Elas sempre fazem isso.
Elas sempre fariam.
Acenei.
Ela me mostrou o dedo do meio.
Ela podia muito bem ter me beijado.
7
A luz do sol passou por entre as nuvens, uma raridade em janeiro, quando normalmente
era chuvoso e cinza. O som calmante da fonte foi interrompido no minuto em que meu
toque de Superman disparou. Dever chamando.
"Funcionou!" Shell gritou ao telefone. Eu mal consegui salvar meu tímpano puxando o
telefone para longe enquanto ela continuava gritando.
"Claro que sim," eu disse com um tom aborrecido. Se não soubesse o que estava
fazendo seria terrível no meu trabalho. Algumas garotas passaram caminhando pelo meu
banco e acenaram. O vento aumentou, fazendo com que um pouco de água da fonte
espirrasse na menina mais próxima de mim. Sua reveladora camisa branca estava,
definitivamente, molhada. E eu não perdi o fato de que ela se inclinou para a água e
virou-se para certificar-se de que eu estava olhando, em seguida, enfiou o dedo em sua
boca e chupou. Duro.
Que pena que ela tinha que estragar sua camisa, a fim de ganhar a minha atenção.
Eu estava quase sentindo pena dela, até que ela virou-se para mim.
Ou não. Não é uma pena. Deus abençoe a América.
Ela me mandou um beijo.
Eu pisquei em resposta.
Suas amigas riram de nossa troca.
Neste ponto eu esperava tanto a risadinha solitária quanto o olhar de ódio. Eu
normalmente só recebia o segundo se eu já tivesse ficado com a menina e esquecido seu
nome, ou se nós já tivéssemos dormido juntos em primeiro lugar. É por isso que eu tinha
Lex! E minha maldita agenda. Assim eu não esquecia informações importantes.
"Shell, lembre-se do que eu disse sobre telefonemas." Ela precisava se acalmar. A
menos que o pênis dele fosse feito de ouro e ele fosse capaz de sozinho, derrubar todos os
Vingadores, aquela gritaria não era necessária. Nem um pouco. De novo: o homem
gostava de chá. Isso explicava o suficiente. "Eu preciso que você me ouça com muito
cuidado."
Ela suspirou ao telefone. "Eu sei, eu sei. Eu estava muito animada. Isso não vai
acontecer de novo, Ian. Você é o melhor!"
Eu sei. "Ele vai tentar ficar sozinho com você. Diga não."
"Mas..."
"Regra número cinco: Diga-lhe que você está ocupada. De agora em diante, você está
sempre ocupada, até que eu diga que você não está. Entendeu?"
"Mas, Ian, está funcionando. Quero dizer, ele me chamou pra sair duas vezes hoje.”
"Duas vezes não é nada, e não passamos por todas as regras ainda." Peguei minha
agenda de papel e anotei o número dois ao lado do dia dois. Ele estava passando
rapidamente pelos estágios para um bebedor de chá hippie. Os caras geralmente
atingiam o primeiro estágio do ciúme e ficavam lá por um tempo, raramente faziam
algum movimento ou pisavam no território de outro homem até o dia três ou quatro. "No
momento em que te chamar pra sair, ele vai aparecer para te chamar. Aí é que você vai
pegá-lo. Não quando ele te chamar pra sair, mas quando ele precisar sacrificar o seu
tempo e esperar do lado de fora do seu dormitório até conseguir.”
"Uau," Shell respirava. "Isso é... Romântico."
"Eu conheço os caras." Olhei para o relógio. "Tenho que correr. Nova cliente."
"Obrigado, Ian. Tchau. E..."
Eu desliguei.
Eu não tenho tempo para estabelecer relações com minhas clientes, especialmente as
que chorariam, assim que eu dissesse a elas para cortar toda a comunicação no final do
nosso contrato. O melhor era manter nossas conversas curtas, e diretas ao ponto, em vez
de deixar que a nossa pequena operação se transforme em um envolvimento romântico
que poderia destruir o meu negócio.
Com um suspiro relaxado, eu me inclinei para trás contra o banco. Meus óculos de sol
D&G escondiam meus olhos para que eu pudesse estudar as pessoas enquanto elas
passavam. Geralmente era fácil escolher as novas clientes. Elas quase sempre se
aproximavam do banco onde eu estava sentado, com cara de que iam vomitar. Várias
tinham se virado e andado para o outro lado, enquanto outras haviam marchado até mim
e explodido em lágrimas.
Franzindo a testa, olhei para o aplicativo de agenda no meu telefone. Lex tinha escrito
"meio-dia." Já se passaram cinco minutos. Eu poderia estar comendo comida tailandesa
com a Gabi, em vez de estar sentado no tempo frio e molhado à espera de alguma garota
criar coragem e se aproximar de mim.
Com certeza, elas nunca sabiam que era eu por trás do negócio até me verem sentado
no banco. Esta é a beleza dos cartões.
Lex e eu decidimos manter as coisas simples. Se as meninas nunca soubessem
nossas identidades até depois que virassem clientes, então não precisávamos nos
preocupar com as consequências se as rejeitássemos.
E nós costumamos rejeitar muitas inscrições, mas isso antes da reunião de encontro
ocorrer.
Irritado, bati meu polegar sobre o meu telefone para ligar para Lex e dizer-lhe para
largar a cliente, quando alguém tropeçou bem perto de mim.
Curioso, eu olhei para cima.
"Blake?" Eu quase ri alto. De jeito nenhum.
Rosto pálido, ela desviou o olhar e murmurou: "Você realmente está por todo lado."
"Como Deus, apenas menos poderoso."
"Fiquei surpresa por você poder dizer seu nome sem ser atingido por um raio."
"Bem, não se sente muito perto, apenas por precaução."
Com um rolar de olhos exagerado, ela fugiu para a parte mais distante do banco,
cruzou os braços e bateu o pé.
"Esperando por alguém?" Oh, isso era muito bom.
Blake fingiu não me ouvir. Seu cabelo ainda estava puxado para trás em um coque
apertado, sua camiseta Nike era folgada e estava manchada de tinta, e seu short rosa da
Nike seria bonito se realmente fosse do tamanho certo. Será que ela tinha sido obesa
antes e nunca mais comprou roupas novas?
"Olha." Blake descruzou os braços e se virou para mim. "Eu vou te pagar se você for
embora agora."
"Com o quê?"
"Hum?" Ela começou a morder o polegar. Esse gesto nervoso teria que desaparecer.
Eu provavelmente deveria começar a elaborar uma lista.
Inclinei-me mais. "Com o que você vai me pagar?"
"Rúpias17!" Ela olhou. "Dinheiro, seu idiota."
"Não vai dar." Eu me aproximei de forma que nossas coxas estivessem se tocando e
fingi olhar meu telefone. A curiosidade sempre vencia. Eu só tinha que esperar um
pouco.
"Tudo bem, como faço para me livrar de você?"
Bingo! "Fácil." Eu ainda estava olhando para a tela bloqueada no meu telefone que
tinha um emblema de Superman com um W no meio. "Você me paga na moeda que eu
determinar."
"Você tem o seu próprio dinheiro ou algo assim?"
"Ou algo assim." Eu tirei meus óculos de sol e os enfiei no bolso da frente da minha
jaqueta de couro. "Ou você me paga com dez minutos de seu tempo, ou você pode me
pagar com um beijo. Já que parece que você prefere comer merda a gastar mais de um
segundo comigo, eu iria optar pelo beijo. Vai ser mais rápido e provavelmente vai
aumentar muito a sua popularidade. Você pode até ter sorte e encontrar uma foto sua no
meu feed do Twitter.”
"Não." Ela começou a rir. "Isso não vai acontecer."
"Tudo bem." Eu coloquei meus óculos de sol de volta.
"Olha." Sua voz tornou-se desesperada. "Eu meio que, vou encontrar alguém, e é
importante, e eu não quero você aqui. Na verdade, eu fui especificamente orientada que
se não viesse sozinha, o contrato seria..." Ela olhou para suas mãos. "É só que... Vá.
Agora."
"Um beijo," eu sussurrei sob a minha respiração. "Eu sou tão feio? Que você não pode
sequer me beijar?"
Rangendo os dentes, ela murmurou uma maldição, então agarrou meu rosto e plantou
um dos beijos mais rápidos da minha vida... Na minha bochecha.
Na. Minha. Bochecha.
"O que foi isso?" Eu toquei o local onde ela beijou. "Sério? Que diabos?"
"Um beijo!" Ela jogou as mãos para o ar. "Agora vá!"
Com uma risada, eu limpei a tela no meu telefone e abri o arquivo com sua
informação. Eu sempre esperava terminar a primeira reunião para saber o nome da
cliente e ler seus arquivos. Sempre achei que seria injusto da minha parte julgar alguém
baseado unicamente na reputação. Lex sabia os nomes, mas eu nunca, até que se
sentasse no banco.
Era parte do meu processo.
Ela era de Idaho, que eu já sabia, mas ela não se mudou com um dos seus pais. O
bom e velho pai ainda estava em Riggins. Pontos para a suposição de pai solteiro,
entretanto. Não, ela viajou e mudou-se por vários estados... Por causa de um cara.
"Interessante."
"O quê?" Ela mordeu mais forte em seu polegar. "Deixa pra lá. Estou indo embora.
Esta foi uma ideia estúpida.”
Eu deixei que ela andasse três passos antes de falar. "Você acha que David aprovaria
essa atitude? Diz aqui que ele valoriza o otimismo sobre todas as coisas." Pausei por meio
segundo como se estivesse considerando. “Merda, o que ele está estudando?
Espiritualismo?"
17 Moeda de prata, é um termo que designa a moeda oficial de vários países asiáticos
Blake congelou. Então ela virou-se lentamente, com o rosto branco como um lençol.
"Como você sabe disso?"
"Eu hackeei os seus e-mails."
Ai. Não sabia que era possível ela ficar ainda mais pálida.
"Uau, você está um pouco verde." Eu estava de pé, em seguida, agarrei seu braço e
comecei a andar com ela. "Ei eu estava brincando." Uma vez que estávamos sob a árvore
mais próxima, eu a empurrei contra ela e tirei meus óculos de sol novamente, desta vez
permitindo que os meus olhos inspecionassem totalmente seu rosto. Queixo forte, olhos
azuis, as sardas mais uma vez, lábios carnudos. "Muito bonita."
"O que é isso?"
"Wingmen Inc.," eu disse em um tom arrogante. "Mas desde que já estamos nos
tratando pelo primeiro nome..."
"Não" Blake sacudiu a cabeça. "Tem que haver algum engano."
"Desculpe." Eu me afastei o suficiente para que ela pudesse ter algum espaço para
respirar. "Sem erro algum. Lex e eu somos os cérebros por trás do mais rápido
crescimento de serviços de relacionamento no Noroeste do Pacífico.”
Blake exalou lentamente. "Mas... Você é um...”
"Galinha?"
Ela assentiu com a cabeça.
"Eu gosto de mulheres." Dei de ombros. "E eu ajudo as mulheres, todos os tipos de
mulheres, a encontrarem o seu par perfeito. É tão errado assim?”
"Mas...”
"Nós temos um monte de trabalho a fazer." Inclinei a cabeça. "Sabe qual é o segredo
da Victória18?"
"Você é um idiota."
"Dã, eu sou um cara. Mas, eu também sou seu novo treinador, querida. Eu não cobro
duzentos dólares por dia para ser seu amigo." Eu balancei a cabeça, e meu corpo zumbia
com entusiasmo devido ao desafio. Ela seria um desafio, isso era certo. "Eu vou fazer
isso. Isto é, se você ainda estiver interessada neste David.”
Ela parecia hesitante. Sua linguagem corporal se apagou completamente, então eu
sabia que ela ia ser um osso duro de roer. Principalmente, porque eu poderia dizer que
ela não era a minha maior fã. Então, de novo, ela não precisava ser. Talvez eu precisasse
lembrá-la disso.
"Olha." Eu lambi meus lábios e estendi minha mão. Felizmente ela a segurou. "Nós
temos uma taxa de sucesso de noventa e nove por cento. Siga as regras, siga o meu
conselho e orientação e você vai pipocar uns Davids pequenos em pouco tempo.”
"Filhos?" Ela engasgou.
"Ou qualquer que seja o que você queira. Vou buscá-lo para você. O único jeito de
nosso processo não funcionar é se você se recusar a jogar de acordo com as minhas
regras." Eu arqueei as sobrancelhas para o som de seus dentes rangendo. “Ou quando o
escolhido não for o seu par ideal. Mas se você está aqui, isso significa que isso já foi
checado, e se você me ouvir, você vai ter seu cara. Mas, se por algum motivo David não
for um salvador de almas como Santa Madre Teresa que vomita arco-íris, ou se você
19 HGTV - Home & Garden Television. Canal de televisão americano que exibe uma infinidade de programas sobre casa,
jardim, decoração, etc.
20 Alter ego do cantor Eminem. Como se fosse o lado obscuro do cantor.
Tara tinha sido uma de nossas primeiras clientes. Nunca havia beijado um cara, tinha
uma monocelha21, e quando Lex tentou ensiná-la, ela começou a chorar porque tinha
medo que ele fosse mordê-la.
Quando ele perguntou por que ela pensaria uma coisa destas, ela disse que era
porque seu pai havia lhe dito que todos os meninos mordiam.
Estou deduzindo que, o que era para ser uma advertência contra a gravidez na
adolescência, acabou fazendo com que Lex levasse um soco na cara e eu precisei
terminar a lição de beijos.
Foi horrível.
Quando ela finalmente conseguiu descobrir que o beijo pode ser especial, pessoal e
romântico, ela se apegou emocionalmente a mim e a Lex, o que tornou quase impossível
fazer com que nós conseguíssemos fazê-la seguir as regras.
Inferno, ela era o motivo de termos regras e o motivo de nunca fazermos exceções. A
última coisa que eu precisava era de outra Tara.
Lex riu. "Por conta disso, estou reorganizando sua agenda e pegando duas das suas
clientes a fim de encontrar tempo para" - ele apontou para a triagem - "isto."
"Não pode ser tão ruim."
"Não", disse Lex. "Na verdade, é pior."
"Você quer dizer que ela é meio virgem, que nunca beijou um homem, não consegue
nem soletrar a palavra "orgasmo", fica vermelha quando as pessoas falam sobre sexo e
acredita em amor à primeira vista?"
Lex permaneceu em silêncio.
"Merda", eu murmurei. "Será que você pode imprimir o questionário?"
Ele empurrou uma pilha de papéis na minha cara. "Dá uma olhada no número
quinze."
Meus olhos percorreram as perguntas até que eu encontrei a quinze, de vinte, que era
sobre relacionamentos: O que você usaria em um primeiro encontro? Sua resposta: Algo
confortável. Tenho tendência a transpirar quando estou nervosa, então talvez, um blusão
folgado? Ou um boné. Bonés são legais, pois parecem misteriosos. Eu tive uma visão
súbita de Blake em um moletom gigante rosa e um boné dos Yankees que achatava suas
orelhas.
"A número dezesseis é a minha favorita" Lex sorriu, colocando as mãos atrás da
cabeça enquanto me observava ler.
Meu primeiro beijo foi...Sua resposta: Espero que seja ótimo! Ela tinha digitado uma
carinha feliz e um emoji de coração. Isto não era um bom presságio para o meu trabalho.
Eu mal consegui me impedir de gemer em voz alta.
Suspirei. "Não me admira que ela tenha beijado meu rosto."
"Ela o quê?" Lex quase caiu da cadeira. "Ela te beijou... Onde?"
Eu apontei para a minha bochecha esquerda.
Lex olhou fixamente, como se ele estivesse tendo dificuldade em acreditar nisso. "Não
me diga?"
"Ela cresceu em alguma cidade distante chamada Riggins."
21Aquele que tem as sobrancelhas emendadas, pessoas normais tem sobrancelhas que são divididas ao meio,
monocelha vem de mono, "uma só", o popular João Pestana.
"Cara, eu preciso lembrá-lo que meus avós tinham uma fazenda em Montana com
cerca de cinquenta mil cabeças de gado? Não há desculpas para isso.”
"Vou me encontrar com ela esta noite." Sentei-me no sofá ao lado de Lex, meus olhos
furiosamente lendo suas respostas. "Você quer fazer o resto do teste com ela, ou...?"
"Oh, não." Rindo, Lex jogou as mãos para o ar. "Isso é tudo seu, mano. Eu peguei
duas de suas clientes, ou seja, minha agenda está prestes a ficar tão fodida quanto a
sua. Eu não vou ter mais tempo para fazer o trabalho sujo.”
O trabalho sujo sempre incluía um rápido teste de beijo seguido por algumas
perguntas muito pessoais que envolviam sexo.
Lex nunca tinha se importado antes.
E eu, com certeza, não estava a fim de sentar na frente de Blake com um diagrama do
corpo humano e pedir a ela para apontar todas as zonas erógenas.
"Ei." Lex me deu um tapa nas costas. "Olhe pelo lado positivo."
"Qual é?"
"Marissa ligou." Ele se levantou. "Ela quer um pouco de TLC22, e de acordo com sua
agenda, você tem mais ou menos duas horas pra gastar antes de se enfiar até as bolas na
aula de introdução à sexualidade."
"Ajude-me: Quem é Marissa mesmo?"
"Top vermelho. Na semana passada, no Dante´s, ela tentou te dar um amasso. Precisei
intervir. Ela estava muito bêbada e descuidada. Deu-lhe seu número de telefone.”
Eu balancei minha cabeça. Sério, eu não me lembrava dela.
Lex suspirou. "Peitos grandes?"
Eu fiz uma careta.
"Seus jeans pareciam uma pintura no seu corpo, e ela estava usando botas de cowboy
marrom."
"Ahhh." Eu balancei a cabeça lentamente. "Droga. Lembro-me das botas, porque elas
faziam sua bunda parecer gigante, de um jeito muito convidativo, tipo, por favor, venha
passar algum tempo de qualidade comigo.”
Lex riu e bateu um pedaço de papel na minha mão. "Número do celular, e-mail e as
verificações de antecedentes habituais. Está tudo limpo, mas tenha cuidado. De acordo
com o seu perfil no Facebook, seu único objetivo na vida é salvar os lobos.”
"Bem." Eu sorri descaradamente. "Nós precisamos economizar."
"Isso nós fazemos." Ele se juntou a mim no riso enquanto eu rapidamente disquei o
número dela.
"Olá?" Ela atendeu ao primeiro toque. Erro de principiante. Será que nenhuma
menina entendeu? Terceiro toque. Sempre esperar até o terceiro toque. Se você responde
ao primeiro, isso significava que estava desesperada. O segundo diz basicamente a
mesma coisa e dá ao cara a ideia de que você estava sentada perseguindo seu perfil no
Instagram e, simplesmente, esperando ele lhe telefonar.
"Marissa," Eu digo. "É Ian."
"Oi!" Puxei o telefone do meu ouvido. Eu já tinha ouvido gritos suficientes durante o
dia. "Como você está?"
"Livre. Você?"
Ela soltou uma risada gutural. "Tão livre quanto você quer que eu esteja."
"Shell." Minha voz era calma, mas a minha cabeça latejava. Eu estava morrendo de fome,
e a última coisa que eu queria fazer era discutir com uma cliente sobre o porquê de eu
estar certo e ela errada. "Eu não dou a mínima se ele está do lado de fora do seu quarto
fazendo uma serenata com Drake. Não o deixe entrar.”
"Mas" sua voz estava chorona; inferno, porque elas sempre eram choronas? "ele está
sendo tão doce!"
"Os caras sempre são doces quando querem se dar bem," eu resmunguei, e em
seguida, cheirei o ar. Droga, que tipo de perfume à menina lobo usava? Eu estava
cheirando como se tivesse acabado de encontrar uma vendedora confusa do
departamento de cosméticos, que tinha me esguichado com cinco marcas diferentes de
"eu sou fácil." Você me paga para que eu a ajude a ter sucesso. Você não terá sucesso
com ele, se você continuar tentando quebrar as regras. “As regras foram estabelecidas
para que você tenha benefícios, e não para feri-la.”
"Eu sei." A voz de Shell balançou. "Eu só... é complicado."
"Vai valer a pena" – digo, enquanto paro no estacionamento mais próximo do campus
onde eu poderia encontrá-la, o que basicamente significa que eu ainda teria que correr
quase cinco quilômetros para atender Blake na hora - "Eu prometo."
Ela ficou em silêncio, em seguida, sussurrou um agradecimento antes de terminar a
chamada.
Eu tinha quebrado a regra de telefonemas com a Shell, só porque o seu texto me deu
a impressão que ela estava a dois segundos de se jogar pela janela nos braços do Barista
Ciumento.
As clientes sempre discutiam quando as coisas estavam indo bem. Quando as coisas
iam mal? Quando percebiam que o Príncipe Encantado era um burro? Elas choravam.
Cargas de lágrimas. Nestes momentos, eu lhes dava o telefone de alguns conselheiros no
campus e fazia com que elas entendessem que, embora eu sentisse muito, eu não era o
seu namorado. Eu me recusava a ser o seu “ombro amigo” quando elas começavam a
lamentar sobre o porquê de todos os homens serem a semente de Satanás.
Eu desliguei o carro e corri pelo campus. Eu ia encontrar Blake no Husky Union
Building. Eu estava faminto, então ia quebrar oficialmente uma das minhas próprias
regras, eu iria compartilhar uma refeição com ela.
Talvez eu devesse ter comido alguns dos biscoitos da... Inferno como era o nome dela?
Fechei os olhos enquanto minha mente fazia uma rápida repetição de algumas horas
atrás, quando eu batia sua cabeça contra a parede, ela gritou meu nome, e eu gritei...
"Marissa."
Eu balancei a cabeça. Maldito nome difícil de lembrar. Ela tinha me oferecido
biscoitos novamente quando eu estava saindo, mas as meninas só fazem isso como uma
forma de tentar atraí-lo de volta. Oferecer um biscoito a um cara depois de terem feito
sexo, é como dizer a uma criança para ir fazer xixi antes de colocá-la no carro para uma
longa viagem. Do nada ela fica toda Sim, eu realmente preciso ir ao banheiro. Você planta
a ideia.
Logo, se eu tivesse aceitado o biscoito da Marissa, eu teria plantado a ideia de que eu
queria mais de seus biscoitos. E a última coisa que eu precisava era permitir que ela ou
qualquer menina, pensasse que eu estava me comprometendo, apenas porque tinha um
dente doce.
Só de pensar nisso, todo meu corpo zumbia em alerta.
Mas jantar com Blake era diferente. Não era uma escapada.
E com certeza não era um encontro.
Eu nunca fazia refeições com clientes. Eu até compartilhava um café, uma cerveja,
mas nunca uma refeição. Comida significava que outra coisa estava acontecendo, algo
mais profundo. Era como se, no minuto em que a comida chegasse à mesa, todo o
comportamento da menina mudasse, como se o fato de eu ter comprado o seu bife
significasse que eu queria me acomodar e ficar com ela mais de uma noite.
Essa regra eu aprendi da maneira mais difícil.
Lex, pobre bastardo, ainda estava traumatizado com seu último encontro de mais de
um ano atrás. Ele ainda se recusava até mesmo a fazer um happy hour com uma cliente.
Era no máximo café ou água. Surpreendentemente, eu e ele tínhamos quase sempre os
mesmos resultados com as clientes. Ao contrário de Lex, meus métodos costumam ser
mais gentis. Digamos apenas que ele tem uns péssimos modos em termos de etiqueta
pós-sexo.
Suor se agrupava na parte de trás do meu pescoço enquanto eu tirava minha jaqueta
de couro, jogando-a sobre meu braço, e abri a porta para o HUB. Esta era Blake, eu me
lembrei. Não havia absolutamente nenhuma preocupação dela ficar com expectativas
falsas por causa de uma refeição. Ela mal podia tolerar estar na mesma sala comigo. Era
seguro dizer que nossos santos não se batiam.
Deixei escapar um suspiro, e lá estava ela, checando seu celular, com os ombros
curvados, chinelo nos pés - só que desta vez, a menina estava, de verdade, ostentando
um scrunchie23 rosa.
Será que eles ainda vendiam essas coisas? Sério? Ou será que ela estava apenas
comprando merdas pelo Ebay, só para mexer com a minha cabeça?
"Blake?" Eu a chamei, curvando o dedo em sua direção. Eu queria ver como ela
caminhava na minha direção, como ela se aproximava dos homens. Com um encolher de
ombros, ela empurrou seu telefone no fundo do bolso largo de seu calção de basquete e
rigidamente veio andando. Andando como se tivesse um pau enfiado na bunda.
Seu cabelo estava bem apertado num rabo de cavalo baixo, o que fazia parecer que
seu rosto iria doer se ela desse um sorriso.
Sem reconhecer que ela estava na minha frente, eu praguejei e puxei seu rabo de
cavalo, soltando seu cabelo.
"Ei!" Ela jogou a cabeça para trás com a força do meu puxão. "Ai!"
"Não." Eu segurei o scrunchie entre nós. "Apenas... não."
"Mas..."
"Nunca", eu disse lentamente, enquanto o lançava longe com meu dedo, como se fosse
um estilingue, na direção da lata de lixo. Errei por pouco. O que significa que,
possivelmente, alguma pobre alma iria encontrar este pequeno e triste tesouro e passaria
a usá-lo. Esperemos que não, para o bem da humanidade – para o bem de qualquer um
que tenha olhos. "Descanse em paz."
Blake encolheu os ombros, enquanto um grupo de homens pisoteava o acessório. "É a
única coisa que mantém o meu cabelo preso."
"Nós vamos encontrar outra coisa que não faça você parecer tão jeca, ok?"
Seus olhos se estreitaram.
Eu cambaleei para trás alguns passos. "Uou." Segurando seus ombros, inclinei-me.
"Seus olhos mudam de cor à noite?"
"Não." Seus olhos se arregalaram. "Por quê?" Ela apertou as mãos ao rosto. "Eu não
dormi muito na noite passada. Meus olhos estão, provavelmente, vermelhos.”
Na verdade, apenas o oposto. Eles estavam exuberantes, mais claros do que estavam
na sala de aula. Tinha um pouco de verde delineando as íris. Isso era... Hipnotizante.
"Ian?" Blake murmurou. "O que está errado?"
"Nada." Eu voltei e forcei um riso. "É só que... venha, vamos. Eu poderia comer um boi
inteiro neste momento." Eu abri uma mensagem de Lex em meu celular e examinei as
mesas ocupadas na área de alimentação.
Lex: Todas as noites, depois do treino ele come no Asian Fusion. Nojento. Você
encontrará o General Tso no seu lugar de sempre.
"O que você acha de comida asiática?" Eu não esperei Blake responder, apenas a levei
em direção à fila e disparei um pedido de arroz frito e algo que parecia frango, mas tinha
uma tonalidade cinza. "O que você quer?"
"Eu sei por que Gabi diz o tempo todo que quer matar você," Blake gritou com voz rouca
durante os burpees24.
"Mais dois!" Meu peito bateu no chão e eu me empurrei de volta em pé, saltando no ar
com uma batida de mãos, para, em seguida, cair novamente.
Blake estava dando conta de acompanhar. Eu nem sequer precisei diminuir o ritmo, o
que era impressionante. Ela só reclamou quando começamos a fazer death by burpees,
que basicamente significa que você faz burpees até perder a vontade de viver.
"Eu." Ela caiu para o peito. "odeio." Ela tentou empurrar-se para cima. "Burpees."
"Mais um!"
Seus braços tremiam enquanto ela se empurrava para cima e, finalmente, conseguiu
ficar de pé e para um salto fraco. Seu rosto bonito estava pingando de suor. Com um
largo sorriso, ela ergueu a mão para um high five.
Ela estava fazendo high-five pra mim?
Depois de eu colocá-la no inferno?
Eu bati na mão, em seguida, puxei-a contra meu peito suado.
"Ahh!" Ela se empurrou contra mim. "Obrigada por isso. Claramente meus
treinamentos são moleza em comparação. Você não faria isso..." Ela olhou para longe.
"Deixa pra lá."
"O que?"
"Você se exercita assim todos os dias?"
24
"Sim." Eu joguei a toalha e verifiquei meu relógio. David estava atrasado, não que eu
me importasse. Eu mesmo tinha me esquecido dele enquanto estávamos malhando no
ginásio.
"Você pode dizer não." Blake colocou as mãos na frente dela. "Mas você se importaria
se eu colasse em você algumas vezes por semana? Eu até posso te pagar ou algo assim.
Meu treinador vem enchendo meu saco ultimamente pra eu trabalhar no meu cardio, e
eu acho que isso vai ajudar.”
Revirei os olhos. "Você não tem que me pagar... Não é como se eu fosse um treinador.
Você pode apenas fazer meus exercícios comigo. Fico entediado de me exercitar sozinho
e, por algum motivo, Lex se recusa a malhar comigo."
"Haha, eu me pergunto por que", Blake brincou, jogando a toalha suada na minha
cara.
"Ei!" Estendi a mão para ela, e em seguida, puxei-a em meus braços colocando-a
contra o colchão no chão, meu corpo pairando sobre ela. "Você está cansada?"
"Exausta." Ela riu. "Mas eu amo essa sensação."
"É a melhor," eu disse minha garganta subitamente seca quando seus olhos caíram
para a minha boca.
"Então" - Eu coloquei alguma distância entre nossos corpos - "Eu vou te ajudar no seu
alongamento e... "
Os olhos de Blake se arregalaram quando ela virou a cabeça para a direita, como se
dissesse: Olha!
David estava caminhando em nossa direção, cabeça balançando ao som do hip-hop
que tocava em seu telefone. Eu sempre assumi que caras como ele ouviam Josh Groban.
Inferno, ele até parecia uma versão mais alta dele.
"Mantenha a calma." Eu agarrei sua perna e rapidamente empurrei contra ela para
que fosse alongada em direção à cabeça. Então coloquei meu corpo sobre o dela, minhas
pernas no meio das dela. Basicamente estávamos fazendo uma posição do Kama Sutra
com roupas e sem final feliz. Droga.
Concordando, Blake fechou os olhos e soltou um pequeno gemido. "Ai, isso dói."
"Desculpe." Meus dedos se atrapalharam enquanto se moviam da panturrilha para
sua coxa. "Merda, você está rígida." Seus músculos tremeram sob meus dedos enquanto
eu lentamente massageava.
"Sim," ela respirou. "Isso. Bem aí."
Cavei mais fundo com as mãos, em seguida, continuei esticando-a até que estávamos
quase peito a peito. Ela arqueou quando a minha mão encontrou o nó.
"Desculpe." Eu disse quando a senti estremecer, enquanto eu continuava
massageando.
"Está muito bom." O nó relaxou e mudei para a sua outra perna. "Oh." Ela quase saiu
do tapete.
"O fisioterapeuta não ajuda vocês com isso?", Perguntei, tentando manter minhas
mãos focadas para realmente alongá-la, ao invés de se moverem de seus músculos para
lugares que não precisavam de alongamento.
"Ele tentou umas três vezes", ela resmungou. "Eu acho que ele leva seu trabalho um
pouco... Para o lado pessoal."
"Dê um chute em suas bolas da próxima vez. Tenho certeza que você poderia pôr a
culpa em seus reflexos incríveis." Eu empurrei mais forte e acabei completamente
montado em sua perna enquanto levantava a outra acima da cabeça. Meu corpo estava
realmente gostando do alongamento, mas não porque estava aliviando a tensão. Na
verdade, estava mesmo era criando alguma tensão e, roupas de ginástica não deixavam
isso muito escondido, não. Tudo que precisava fazer era olhar para baixo e ela apenas
veria como eu estava animado por ajudá-la de qualquer maneira possível, dia e noite,
noite e dia.
"Blake?" Uma voz profunda interrompeu nossa sessão de alongamento. Olhei para
cima e dispensei David com um sorriso rápido. Os caras legais dão este sorriso uns aos
outros quando sabem que o outro cara está com ciúmes, mas não podem fazer nada
sobre isso.
"Oh, ei." Blake se apoiou sobre os cotovelos enquanto eu baixava a perna. "Eu não vi
você aí, David."
"Você parece..." Ele apontou para seu corpo e engoliu lentamente, comendo-a com os
olhos, muito interessado.
"Exausta", disse ela. Ela começou a rir e agarrou a minha mão. "Ian realmente sabe
como me trabalhar."
Eu quase caio na gargalhada de ver a raiva que atravessou o rosto de David. Como
ouso tocar sua amiga! Só para irritá-lo, beijei a mão dela e dei uma piscada.
"Você sabe" - David se inclinou para o nosso espaço - "se você quiser alguma ajuda
extra... No ginásio, você sempre pode me pedir."
"Oh." Blake olhou entre mim e David. "É legal você se oferecer, mas..."
"Eu acho que eu posso cuidar disso, David." Eu disse sugestivamente.
"Bem, minha oferta continua de pé." David ficou de pé e, lentamente, recuou. "Foi
ótimo te ver, Blake. Você parece... Muito bem."
Ela olhou para baixo, para seus peitos.
O que por sua vez, fez com que eu e todos os outros exemplares do sexo masculino
num raio de cinquenta milhas, nos juntássemos a ela na admiração mútua.
"Obrigada!"
Eu quase gemi quando ela estalou os ombros, fazendo seu peito saltar um pouco.
Minha mão se contraiu, junto com meu pau.
"Uh." Pobre David parecia prestes a engolir sua língua enquanto movia suas mãos
para frente de seu corpo e acenava com a cabeça. "Bem, te vejo por aí."
O canalha estava cobrindo seu lixo.
Ele foi direto para o supino e botou 120 kg de carga. Sério, cara? Ele iria para um
mundo de dor, se não fosse, pelo menos, se aquecer antes.
Mas o pobre gigante foi mais furtivo do que eu esperava. Ele nem fingiu que não sabia
que estávamos assistindo. Ele tinha certeza.
Gigante astuto. Eu fiz uma careta quando ele começou a bombear os 120 kg como se
não fosse uma grande coisa. Ele levantou-se com o peito estufado e olhou para nós como
se quisesse dizer: Oh, você ainda está aqui? Olha isso.
Ele acrescentou mais 13 quilos.
Ele não fez nenhum intervalo.
Precisava reconhecer. Ele era um idiota, mas ele era um idiota forte.
"Uau," Blake suspirou. Olhei para seus olhos arregalados, e para como eles subiam e
desciam com a cadência do exercício que o cara fazia. Oh infernos, não.
Rangendo os dentes, eu quase acerto a menina. Sério? Ela estava impressionada com
o idiota? A linha entre o pessoal e o profissional foi cruzada bem diante dos meus olhos,
porque eu não queria nada mais do que imobilizá-la contra a parede e me afundar dentro
dela.
Eu fui pego em uma situação que eu nunca tinha vivido antes. Uma situação em que
a menina e o cara fazem algo do tipo: Olha, sou um homem. Assista meu rugido! Oh meu
deus, como você é forte! O que resultava em fazer meu peito doer.
Eu disse a Blake que se fosse necessário, gostaria de beijá-la.
De repente, tornou-se extremamente necessário.
Para demarcar território.
Então, sem permitir que meu cérebro evocasse razões lógicas do porque isso era uma
má ideia, eu puxei Blake de pé e a beijei.
No minuto em que nossas bocas se encontraram, ela engasgou.
Eu esperava que ela ficasse complemente apática, o que significaria que eu teria que
colocá-la de costas para David, para que ela não nos entregasse. Em vez disso, ela
colocou os braços em volta do meu pescoço, inclinando o corpo para o meu.
E abriu. A. Boca.
Ela tinha gosto de café e canela. Puta merda. Alguém deveria fazer uma goma de
mascar com essa combinação.
Eu invadi sua boca, mergulhando, roubando, basicamente, fincando minha bandeira
e saudando-a, e ao mesmo tempo passei minhas mãos por suas costas, meus dedos
cavando em sua pele, desejando que o calor entre nossos corpos chamuscasse as roupas,
para que eu não precisasse nem gastar tempo rasgando-as de seu corpo.
Suas mãos torciam meu cabelo enquanto eu inclinava a cabeça em um ângulo
diferente, provocando sua boca. Eu estava fazendo amor com os lábios dela.
Um som estridente soou.
Nós nos separamos.
"Desculpe," David falou do outro lado da sala de musculação. "Deixei cair uns pesos."
Desculpe minha bunda.
Tanto faz. Eu não me importava. Porque eu era o cara saindo com a garota.
Não que ela fosse minha.
Ou que ela não seria dele em poucos dias.
Merda.
"Isso foi" - Blake enfiou o rosto em meu peito enquanto eu envolvi um braço ao redor
dela - "realmente um grande primeiro beijo."
Droga! Eu estava estragando tudo. Eu era seu primeiro beijo? Eu? O galinha
certificado? O cara que ela estava pagando? Não o que ela estava apaixonada.
E esse foi o ponta pé inicial.
Ela estava se guardando para alguém importante, embora eu nunca tivesse me
poupado para ninguém, nunca.
O pensamento me assombrou durante toda a caminhada para o meu carro.
12
Shell se sentou perto de mim enquanto nós fingíamos estudar no café. Trocamos alguns
carinhos na mão aqui, uns olhares sedentos ali, e uma queda estratégica da caneta, em
que pareceu que eu olhei dentro de seu top.
E como passe de mágica, o Barista Ciumento apareceu. Tom. Merda, eu odiava Tom.
Não porque ele era um bundão, mas porque ele se recusava a tirar aquela cara de "Eu sei
o que é melhor para você." E isso estava seriamente começando a me irritar. Estávamos
na última fase, aquela em que o indivíduo deixa de ser protetor e passa a realmente
tentar fazer alguma coisa sobre isso.
Shell não merece estar no limbo. Ela tinha feito um inferno de um bom trabalho, e se
ele não pudesse vê-la como a mulher que ela era, então, ela e eu íamos ter uma conversa
de coração para coração. E eu só tinha feito isso uma vez com uma cliente na minha
carreira. Eu não quero que isso comece a se tornar rotina.
Além disso, quanto mais cedo eu terminasse com a Shell, mais cedo eu poderia...
Eu fiz uma careta. O que? Terminar com Blake? Era isso o que eu queria? Meus
dentes mastigaram o canudo de meu smoothie até que ele ficou inutilizável.
"Posso pegar alguma coisa pra vocês?" Tom referiu-se a nós dois. Ele usou a
referência no plural e tudo, mas ele estava ignorando completamente a minha existência,
seus preguiçosos olhos castanhos totalmente focados na Shell.
"Na verdade" - Shell bocejou, esticando os braços acima de seu pescoço e, como
instruído, massageando as costas do pescoço - "Suponho que você não faça bico como
massagista, não é?"
Muito bem. A fala foi dita perfeitamente, como se tivesse sido ensaiada. Que na
verdade havia sido considerando que nas quatro primeiras vezes, ela a repetiu pra mim,
ora gaguejando e ora quase gritando "massagista", e então bufando com uma risada
nervosa. Eu escondi meu sorriso por trás de minha caneta, enquanto rabiscava uns
absurdos sobre ética nos negócios. A ironia não foi perdida por mim, acredite.
Tom abriu um grande sorriso. "Não, mas eu ainda sou bom com as mãos."
Olhei para suas mãos de aparência fraca. Duvidoso, muito duvidoso, cara. Eu tinha
certeza que, dada a chance para balançar o mundo dela com as referidas mãos, ela
estaria riscando itens de sua lista de compras, enquanto ele ainda estaria se
atrapalhando para fazê-la sentir alguma coisa.
Tom moveu as mãos em seu pescoço e começou a massagear enquanto a Shell olhou
para mim por trás sua longa franja e gesticulou Oba, com a boca!
Fingi estar muito imerso em meus estudos para dar bola.
Tom avançou mais perto do corpo dela, seu peito pressionando contra suas costas.
Então ele se inclinou para frente e sussurrou: "Eu estou limpando a sua agenda."
"Você está limpando?" Disse Shell, parecendo surpresa. "Eu não entendo."
"Olhe para ele." Eu sabia o que era o "ele" que ele estava se referindo. "Eu estou em
cima de você, e ele nem se importa."
Ele estava certo. Eu me preocupava mais com a cãibra na mão de tanto escrever e a
dor nas costas de me debruçar sobre meu livro.
"Shh." Shell o silenciou. "Ele é realmente legal se você o conhecer direito e –“
Hora do show.
"Shell," eu lati. "Vamos."
Levantei-me e comecei a recolher as minhas coisas.
"E se ela não quiser ir com você" Tom cruzou os braços, tal como esperado, e sua
postura protetora disse tudo: se você tocar nela, eu vou arrancar sua cabeça. Ou no caso
dele, ele iria começar um duelo de poesias e usar suas palavras, porque a violência era
tão chata. Paz mundial. Salvar as baleias. Leite de soja. Fim.
"Shell" – Eu franzi minhas sobrancelhas - "o que está acontecendo aqui?"
Ela ficou com as pernas bambas. "Ian está tudo bem, devemos ir e..."
"Shell!" Tom agarrou-a pelo braço e puxou-a de forma protetora para um abraço. "Ele
é o seu parceiro de estudo, não seu namorado."
"Na realidade..." Eu sorri.
O rosto de Tom virou um engraçado tom de roxo. "Não mais."
"Não mais o quê?" Droga, minhas costas doíam. Por que sempre demorava tanto para
os caras fazerem sua reivindicação de posse? Para, finalmente, arar a terra, fincar uma
bandeira e cantar a canção de vitória.
Seus olhos corriam entre Shell e eu.
E depois a raiva desapareceu. Aqui vamos nós. Em, três, dois, um.
"Shell." Tom agarrou-a pelos ombros e virou-a para si. "Eu gosto de você. Eu sempre
gostei de você."
Graças a Deus, uma confissão!
"Lembra que você sempre pedia café, mas nunca tentou experimentar adicionar um
pouco de leite e mel?"
E lá está a minha saída. Alguém me salve do discurso "eu finalmente descobri que era
você o tempo todo."
Ela assentiu com a cabeça, as lágrimas se reunindo em seus olhos.
"E quando você ficou até tarde, adormeceu em seu livro, e eu te acordei e você disse..."
"Só mais um copo!"
Eles riram em uníssono.
Puta merda, fingir estar chateado era difícil quando eu estava à beira de obter uma
dor de cabeça enquanto eles viajavam pela estrada das recordações.
"Ele nem sequer conhece você como eu conheço." Ele a puxou para mais perto de seu
peito, suas mãos se torcendo envolta das dela e seus dedos pareciam estar tentando
acasalar com as palmas das mãos. "Larga ele."
Sim. Por favor. Pelo amor de Deus. Deixe-me.
Para o seu crédito, Shell fingiu olhar dividido quando baixou a cabeça e, em seguida,
muito lentamente disse, "Ian, eu acho que você deve ir."
Trunfo cruzou as feições de Tom.
Vitória bateu no meu peito.
E assim, a última rodada foi para Tom... A última rodada sempre ia para o cara, a
menos que o programa de computador nos dissesse que o cara era uma perda de tempo
total. Mas o programa, até agora, tinha sido impecável em nos ajudar a separar os
vencedores dos perdedores. E mesmo que Tom me irritasse este tanto, eu sabia que no
fundo ele realmente se importava com a Shell, e que, se eles superassem os próximos
meses, eles provavelmente iriam se casar em um ano ou assim. Ambos eram calouros
imaturos, um tanto egoístas e fazia sentido que demorasse um pouco para que eles
superassem suas próprias inseguranças antes que pudessem ser bons juntos.
Seis dias.
E Shell teve seu homem.
"Se é isso que você quer," eu disse a Shell, pegando meus livros e soquei-os na minha
bolsa de ombro, “então eu não vou ficar no seu caminho. Basta lembrar, eu vou estar
aqui quando este idiota aprontar com você" – olhei-o de cima a baixo em desafio - "e, ele
vai. "
"Você precisa ir." Ele agarrou-a com mais força, mais apertado, os olhos possessivos,
furiosos. "Agora."
E selado.
Ciúmes era uma coisa; salvá-la era outra. Mas no minuto em que seus olhos
mudaram de salvá-la, para a admissão e finalmente para a posição de posse? Bem, eu
posso também parabenizá-los pelo seu relacionamento recém-descoberto. Eu o tinha
forjado da melhor maneira que pude. Plantei as sementes, reguei e lhes permiti crescer.
A menos que um incêndio tomasse conta e queimasse todo o maldito campo, eles
ficariam bem.
Outra cliente satisfeita.
Passei por eles e rapidamente entrei no carro, liguei o motor e sai acelerando para fora
do estacionamento, para mostrar o quão insultado eu estava por ele ter invadido o meu
território.
Meu alerta de mensagens bipou quando cheguei ao sinal de trânsito.
Ian: Sem problemas. Lembre-se das regras, mas, seja você mesma. Fatura pelo
correio. Por favor, apague este número e todos os e-mails. 2 cartões da WM
estão na sua mesa. Se as amigas perguntarem, você sabe o que fazer.
26 Protagonista de um conto do Dr Seuss, que simplesmente odeia o Natal, mas acaba sendo tocado pelo espírito
natalino.
27 Ter relações sexuais de uma maneira rápida e suja.
Ian: Tudo bem então. Nós vemos mais tarde.
Lex: A propósito, eu a odeio. Só para você saber. Eu só vim aqui porque eu estava
preocupado que ela estivesse com a peste e fosse começar uma epidemia por toda a
cidade.
Ian: Não há necessidade de se defender.
Lex: Boa. Vejo você em breve.
Pousei o meu telefone e sorri, imaginando que grande médico Lex tinha sido para
Gabi. Aposto que ele jogou o remédio para ela, depois gritou quando ela não melhorou de
repente. Ele não era um homem paciente, não quando se tratava de Gabi. Eu queria ver
como ela estava também, mas de repente eu estava exausto.
Com um gemido, eu esfreguei os olhos, e rapidamente entrei debaixo das cobertas, e
voltei a dormir
.17
No momento em que Blake conseguiu voltar para a minha casa, eu tinha tomado um
banho e estava no andar de baixo assistindo a reprises de Game of Thrones. Quando a
batida soou na porta, eu sabia exatamente quem era.
Fiquei parado, enquanto Lex foi abri-la.
Ah Merda. Eu teria que explicar por que ela tinha voltado.
"Ei, Lex," Blake levantou-se na ponta dos pés, beijou-o na face, e passou por ele para
a cozinha, como se tivesse permissões de namorada.
Curioso, eu a observava com o canto do meu olho enquanto ela colocava dois sacos
para viagem na bancada e começava a tirar a comida para fora das caixas.
Lex fez beicinho, inclinando-se em direção a ela um pouco mais perto do que eu teria
gostado. "Por favor, me diga que você tem comida para mim também."
Rosnei do meu lugar no sofá.
"Oh, ei, Ian. Não vi você aí." Lex mentiu.
Mostrei-lhe o dedo enquanto Blake continuou acumulando uma quantidade insana de
comida pra viagem sobre a mesa.
"Eu trouxe o seu favorito." Blake sorriu para o meu companheiro de quarto como se
fossem melhores amigos. Que diabos? "Chow Mein28, certo?"
"Com carne de porco?"
Engasguei com a minha garrafa de água, em seguida, fiquei de pé e vertiginosamente
fui em direção ao bar.
"Claro." Ela fugiu e pegou a bandeja, enquanto o cheiro de comida tailandesa,
chinesa, e...
"Panera Bread29", eu gritei, mais alto do que o necessário.
"Não dê bola pro Ian," disse Lex. "Às vezes eu acho que ele adora comida mais do que
sexo."
"E às vezes," – eu disse "dependendo da menina, isso é verdade."
Blake mordeu o lábio, seu rosto empalidecendo brevemente antes dela trazer uma
tigela de plástico cheia de sopa em minha direção.
Ela empalideceu quando eu mencionei sexo.
Então, isso significava que ela ou estava com ciúmes de não ser ela, ou totalmente
com nojo por eu ser o tipo de cara que sai e faz sexo sem sentido com as meninas
igualmente estúpidas.
Eu fiz uma careta para a sopa.
"Esta muito quente?" Perguntou Blake, vindo ao redor do bar e me entregando um
guardanapo.
Ela cheirava a baunilha queimada. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo
alto, partes da bagunça marrom-dourada ainda molhada. Sem maquiagem, exceto pelo
negócio nos cílios e algum gloss.
Eu suprimi um gemido. Porra, ela era realmente bonita. Toda ela.
30 Restaurante de hambúrgueres que faz comerciais usando mulheres de biquíni comendo o lanche em poses sensuais.
"Blake."
"Ian."
Olhei para Lex pedindo ajuda, mas ele já tinha saído da sala.
"Tudo bem." Eu suspirei. "Eu só vou sentar aqui e assistir TV pelo resto da tarde e da
noite, em seguida, irei para a cama às seis."
"Você está mentindo, não é?"
"Absolutamente."
"Tudo bem." Blake manteve seu aperto de morte no computador e caminhou até o
sofá. "Então, o que vamos assistir?"
"Você não pode ficar," eu soltei.
"Por que não?"
"Por que não!" Eu tinha trabalho a fazer. Eu não estava brincando sobre a lição de
casa ou a necessidade que eu tinha de me certificar que tudo estava dentro do
cronograma. Quanto mais cedo eu me livrasse dela como cliente e ela estivesse nos
estúpidos braços de David, mais cedo ela perceberia o idiota que ele era e voltaria
correndo.
Certo? Tudo o que eu queria era que nosso tempo acabasse, para que realmente fosse
justo eu entrar no jogo, e que não ficasse assistindo da arquibancada.
"Nós somos amigos," ela anunciou.
Eu quase vomitei. "O que você acabou de dizer?"
"Amigos."
Isso é o que eu pensava. A bomba da amizade.
"Eu já tenho dois. Não preciso de outro. Sabe, aquela coisa rodinha de três31." Dei de
ombros. "Agora, se você quiser um upgrade, eu posso facilmente arranjar alguma coisa a
mais. Pense nisso como amigos." Eu ergui uma mão para o alto e em seguida levantei a
outra "que podem ser beneficiados com algum trabalho de verdade."
"Você quer dizer, amigos com benefícios."
"Ei, você disse isso, não eu."
"Ian."
"Sim?"
"Sente-se, cale-se, e tente não ficar delirando novamente."
Exalando com frustração, caminhei para o canto mais distante dela no sofá e sentei.
Não porque eu não estava intoxicado pela presença dela, mas porque de repente eu
estava percebendo que eu não tinha nenhum autocontrole se ela estivesse envolvida, e eu
não queria que ela percebesse o quanto me afetava.
Como eu queria prová-la de novo e de novo.
E o quanto eu me ressentia do fato de que ela nunca iria querer ficar comigo da
mesma maneira.
Pela primeira vez na minha vida, eu queria uma menina que não podia ser minha.
32 Loja de Móveis.
Olhei para o relógio. Eu tinha duas horas antes da aula, e Blake não tem nenhuma
aula pela manhã.
"Palavras," eu murmurei, correndo para o meu telefone. "Usar minhas palavras."
"Isto não está saindo bem," eu soltei quando Blake levantou uma almofada do sofá para o
alto, apontando para meu rosto, e então, como se pensando duas vezes sobre o assunto,
baixou-a em direção da minha virilha.
Eu tinha estado em sua casa pelo total de cinco segundos antes da III Guerra Mundial
eclodir.
"Você acha?" Ela disse, fervendo.
"Estou tentando consertar as coisas!"
"É isso que você está fazendo?" Ela gritou. "Você pediu desculpas por me beijar, então
me beijou de novo."
"Sobre isso." Eu estremeci. "Eu fui pego no momento." Na verdade, ela parecia tão
bonita que eu tinha esquecido tudo sobre o meu enorme discurso. Eu tinha acabado de
me desculpar pelo último fim de semana, então, dois segundos depois, fundi minha boca
contra a dela.
Ela me beijou de volta.
Por cerca de quatro segundos.
E então, ela me empurrou para trás com tanta força que o meu café derramou e
escorreu pelo meu peito, provavelmente deixando um rastro, queimando por todo o
caminho até o meu pau.
Dia errado para estar sem cuecas. Isso era certo.
"Ian." Por que meu nome tinha que soar tão bem vindo naqueles lábios inchados?
Provavelmente, porque Deus estava me punindo. Era a única garota que eu desejava, e
ela estava pronta para me sufocar. Ótimo. "Você não é este tipo de cara, de um
relacionamento. Isso é o que eu quero. Não beijos fugazes. Porque,” ela engoliu "bem,
porque me confunde. E isso não é justo.”
Eu suspirei, pendurando minha cabeça. "Eu sei, Blake. Eu sinto muito. Eu me
empolguei. Você sabe a música ‘Blurred Lines’? "
"Não está ajudando no seu caso."
"Desculpe." Eu consegui um sorriso fraco. "Mais uma vez." Mas o que eu realmente
queria dizer? Deixe eu te levar num encontro. Dê-me uma chance. Eu poderia mudar.
Mas eu sabia melhor do que ninguém.
Caras não mudavam assim, do nada. Quer dizer, eu nunca tinha tentado, mas a coisa
sobre Blake? Ela era doce, inocente, e se eu a arruinasse? E se eu lhe dissesse que
queria algo sério, ela saltasse com os dois pés, só para eu traí-la depois?
"Eu juro." Eu engoli em seco, odiando cada palavra que eu estava dizendo "Eu vou
ajudá-la com David. E depois... Eu espero que nós ainda possamos ser amigos."
O rosto dela caiu. "Amigos."
"Engraçado como as palavras, que supostamente são para fazer as pessoas felizes,
fazem com que você queira perfurar uma árvore como se fosse um pequeno Chuck
Norris."
Blake começou a rir. "É, bem..."
Não era estranho. Se eu tivesse que descrever o momento - eu ainda estava molhado e
pingando com café, e Blake segurava um travesseiro para impedir a minha boca de
chegar perto da dela - eu diria que era triste.
Isso é o que eu sentia.
Triste.
Porque eu gostava dela.
Limpando a garganta, eu estendi minha mão. "Amigos?"
Ela deixou cair o travesseiro, deu alguns passos, fechando a distância entre nós, e
apertou minha mão. "Amigos."
"Bom." Eu deixei cair à mão, flexionei os dedos, dei-me uma motivada interna, me
forçando a pensar que os peitos dela não eram a principal atração, e olhei para baixo.
"Então, vamos começar a trabalhar."
"Você não disse que tinha aula?"
"Vamos pular isso. Nós vamos basicamente cruzar com David durante todo o dia, e
fazer com que ele queira cometer o suicídio. Você topa?"
Ela assentiu, mas não foi um aceno animado – era como se ela não soubesse mais o
que fazer.
"Você ainda quer David, certo?"
Querido Deus, por favor, diga não.
Após alguns segundos de hesitação, Blake respondeu. "David... é um bom rapaz. Ele é
o cara que você quer se casar, sabe? O cara que leva você para casa. Ele sempre esteve lá
para a minha família, e ele é..."
"Seguro," eu terminei para ela, odiando a palavra quase tanto quanto eu odiava a
palavra "amigos."
Blake fez uma careta. "Você acha que isto está errado?"
Claro que sim. Era quase tão ruim quanto se acomodar. Mas não era o meu lugar
dizer-lhe isso. Muitas meninas gostam de segurança, apenas porque se apaixonavam
pelo conforto que ela traria mais tarde. Segurança não era se acomodar, mas com certeza
parecia que sim. Especialmente, pela maneira que os ombros de Blake de repente se
soltaram.
"Blake." Eu agarrei seus braços e puxei-a para frente. "Sai dessa. Você é sexy como o
inferno, sabe beijar tão bem que eu tenho certeza que nunca vou esquecer seu gosto em
minha boca, e você é doce." Revirei os olhos. "Pare de fazer essa cara. Doce é bom. Você é
o equilíbrio perfeito de sexy e doce. Pense em sua personalidade como catnip33."
"Isso faz de David um gato?"
"Sim." E eu era um tigre, caramba.
"OK... Além disso, eu nunca pensei que você me chamaria de doce, especialmente
depois que o nosso primeiro encontro não foi tão bem.”
Eu ri. "Mas agora nós somos amigos, então você já não quer arrancar meus olhos."
Os punhais que ela atirou em mim com seus olhos me mandaram para aquele lugar.
Obviamente, ela não concordou.
Ela levantou uma mão. "Apenas metade do tempo. Quando você está me pedindo para
brincar de enfermeira e paciente, ou quando você me diz para ficar nua, ou quando você
35 é um prêmio anual dado pela Heisman Trophy Trust para o melhor jogador da temporada do futebol americano
universitário
"Sim." Eu joguei a bola no ar. "Saque."
Ela devolveu com uma manchete simples e voltei com um toque. Na verdade, chegava
a ser meio bobo o quão lento o jogo estava começando.
Num minuto, a bola estava no ar flutuando na direção de Blake; no seguinte, eu
estava de bunda no chão, olhando para o céu e me perguntando se um galho de árvore
tinha empalado no meu pescoço.
"Que diabos?" Eu resmunguei.
Blake ficou em cima de mim, com as mãos nos quadris. "Desculpe, você quer que eu
te avise antes da cortada, na próxima vez?"
"Não." Eu sorri. "Sem piedade, hein?"
"Não", ela disse, da mesma forma que eu tinha dito.
Com um sorriso tímido, ela ofereceu a mão para eu me levantar. Bati-a fora e fiquei de
pé, usando as minhas próprias forças. "Não fique chateada se eu quebrar o seu rosto."
"Você também," ela disparou de volta, jogando a bola por cima da rede.
"Cuidado, homem." Lex riu. "Ela tem um braço forte."
"Você acha?", Eu disse.
Gabi se manteve em silêncio. Menina esperta.
"O que é isso?", Perguntei. "Um a zero?"
Blake soprou-me um beijo.
"É isso." Joguei a bola no ar e cravei-a tão duro quanto eu podia. Ela conseguiu pegar
pouco antes de tocar a grama, fazendo com que a bola a flutuasse por cima da rede.
Fácil. Eu pulei e cortei para baixo, mas ela bloqueou meu tiro, fazendo a bola cair de
volta para o meu lado. Rapidamente eu tropecei para trás e mal peguei com meu punho,
batendo-a para o lado dela.
Deixei escapar um suspiro de alívio quando a bola quicou na grama.
"Ah..." Eu pisquei para Blake. "Melhor na próxima vez."
Sua indiferença se foi, o rosto de Blake passou de calma para "Eu posso matá-lo em
seu sono, e em seguida, alimentar os gatos da vizinhança com os seus intestinos."
Dei um passo cauteloso para trás.
"Meu saque." Seus quadris balançavam enquanto ela caminhava para trás no seu
lado. "Serviço."
A bola veio cambaleando sobre a rede como um trem bala. Eu tive que mergulhar para
chegar debaixo dela, e mesmo assim, ela apenas mal roçou por cima da rede.
Nós trocamos a bola de lado por três vezes até que ela finalmente conseguiu derrubá-
la, e marcou.
Durante a hora seguinte, foi exatamente assim que se seguiu. Continuamos trocando
passes pra lá e pra cá, enquanto Gabi e Lex ficavam de cara amarrada. Nenhum de nós
queria sair, e cada vez que um estava a um ponto de vencer, o outro chegava logo atrás.
E Gabi disse que o vencedor tinha que vencer por dois pontos, não um.
Era quase noventa minutos.
Eu estava quente como o inferno.
Faminto.
E perdia por um.
"Entregue," Gabi gritou. "Ela tem você!"
"Nunca!" Eu apontei o dedo para Blake. "E se eu deixar você ganhar?"
"Eu saberei."
"Hmm."
"Além disso", ela bateu aqueles malditos cílios "você é muito competitivo para perder
dessa maneira."
Droga. Eu fiquei na posição e esperei. Até agora, todos os seus saques tinham sido
brutais. Amanhã, eu provavelmente estaria como se o JJ Watt tivesse me estapeado no
rosto repetidamente.
A bola veio voando sobre a rede em direção à minha esquerda. Tentei me mover, mas
meu joelho travou e a dor que eu estava sentindo nas últimas semanas se transformou
em agonia óssea total. Com um grito, eu caí no chão, meu rosto batendo na terra e na
grama com o latejar intensificado.
Doía demais para que o constrangimento sequer fosse considerado. Merda.
"Oh, merda." Lex gritou, e então ele estava ao meu lado. "Você está bem?"
Porra, dói. Por que tinha que doer tanto? Oh, certo. Porque eu estava com alguns
tendões e ligamentos principais a menos, e algumas hastes de metal eram a única coisa
que mantinham meus ossos no lugar.
"Ian!" Blake tropeçou para o meu lado, seus olhos selvagens com pânico. "O que
aconteceu? Será que precisamos ir para o hospital?"
"Não, não, não." Eu estremeci enquanto tentava me sentar e esticar a perna.
Normalmente era a única coisa que ajudava. Bem, isso e analgésicos, mas eu me
recusava a tomar qualquer coisa que pudesse viciar. "Estou bem."
Blake puxou minha calça e começou a passar as mãos para cima e para baixo do lado
do meu joelho esquerdo.
"Mas" Eu limpei a garganta "isso faz eu me sentir muito melhor."
"Sim, ele está bem." Gabi revirou os olhos. "Vamos Lex, vamos pegar um pouco de
gelo."
"Sim, Lex." Um sorriso se espalhou no meu rosto. "Corra."
Ele não discutiu. Provavelmente porque ele sabia que eu odiava quando alguém
pairava sobre mim, ou com muita pressa, ou apenas com preocupação ou piedade. Fazia
eu me lembrar muito daquele dia; inferno, ele me lembrou daquela semana, daquele mês.
Trinta dias no hospital, cirurgias, os companheiros de equipe com olhos tristes que,
basicamente, transmitiam a verdade que eu já sabia, apesar do otimismo dos médicos.
Eu estava acabado.
Eu nunca iria jogar novamente.
"Aqui." Blake tirou a mão do meu joelho e levantou-se, em seguida, ajudou-me a ficar
de pé. "Você acha que consegue mancar até a cadeira?"
Mordi uma maldição enquanto tentava colocar peso sobre a perna. Ainda doía tanto
quanto um dente inflamado, mas não tanto que eu quisesse uma consulta médica para
avaliação. Eu tinha experimentado este tipo de dor antes, quando eu torci meu joelho
durante os saltos de boxe. Eu sabia que passaria, depois de uma quantidade ímpia de
anti-inflamatórios e cerveja.
Meu corpo estava liso do suor e fui mancando até a cadeira de plástico e cai em cima
dela com um baque, minhas pernas grudadas a minha calça jeans, minha calça jeans
grudada na cadeira e suor ainda pingando pelas minhas costas.
Blake se ajoelhou na minha frente e franziu a testa. "É preciso tirar a calça."
"Eu estou nu por baixo."
"Eu vou fechar meus olhos."
"Eu não vou tirar a minha calça e deixar uma marca suada de bunda na cadeira de
plástico. Estou bem. Eu juro."
Ela não parecia convencida quando sentiu o joelho do lado de fora do meu jeans, seus
dedos tocando levemente o local inchado no lado exterior esquerdo, o local onde o osso
tende a ainda esfregar no osso. Alguns dias, eu poderia jurar que ainda podia sentir
aquilo.
Fazer exercícios provavelmente não era a decisão mais sábia, mas meu médico havia
me dito que eu não poderia me machucar mais seriamente do que já estava. Essa foi à
notícia boa. Ei, garoto, eu sei que você conhece apenas o futebol toda a sua vida, e eu
poderia ter que amputar, mas a boa notícia é que você não está morto!
Poderia muito bem estar.
"Está começando a inchar." Blake pressionou um pouco forte demais, enviando
impulsos renovados de e uma agonia intensa na minha perna.
Um silvo de dor escapou dos meus lábios.
Ela fez uma careta. "Desculpa."
"Bolsa de gelo." Gabi abriu a porta de tela e jogou uma bolsa azul cheia de gel a Blake.
Ela a pegou no ar e colocou no meu joelho.
"Eu vou esquentar a comida", disse Gabi. "Lex correu até a farmácia para comprar
ibuprofeno, uma vez que estamos sem."
"Obrigado, Gabs," Eu respondi, o saco de gelo já facilitando minha tortura
excruciante.
"Sim." A porta bateu atrás dela.
Blake não se moveu de sua posição na minha frente. Seus olhos mostravam
preocupação. "O que aconteceu com seu joelho?"
"Fácil." Eu me inclinei, minhas costas pegajosas contra a cadeira e olhei em seus
olhos muito grandes. "Alguma gatinha arrogante de topless tentou me matar."
"Eu não estou de topless." Ela cruzou os braços.
Um gemido escapou dos meus lábios quando meu olhar se concentrou em seu peito.
"Eu vou corrigir." Eu estendi a mão e rocei contra seu estômago nu. "Semitopless."
"Eu não quis dizer, o que aconteceu apenas agora, onde eu literalmente chutei sua
bunda." Ela se sentou no deck em frente a mim e abraçou os joelhos. "Eu parei de
acompanhar o futebol, depois", ela deu de ombros "depois do meu irmão. Era muito
difícil."
"Eu entendo isso." Eu exalei alto. "Acredite em mim, eu entendo."
"Então?"
"Você pode guardar um segredo?" Eu me inclinei para a frente, tal como ela se
inclinou também, estreitando os olhos em pequenas fendas. Hah, ela já estava tentando
se conectar. Eu amei.
"Sim."
"Eu salvei a vida de duas senhoras de idade enquanto atravessavam a estrada. Nem
sequer vi os carros se aproximando. Eu mencionei que elas tinham gatos com elas? E eu
consegui salvar todas as quatro vidas. Possivelmente cinco, se contar o frango que estava
atravessando a rua exatamente ao mesmo tempo. O carro me atropelou. E bem... então
me deram as chaves da cidade..."
"Uau, apenas um combatente regular do crime, não é?"
Eu balancei a cabeça lentamente, em seguida, entortei meu dedo. "Então aqui está a
parte secreta."
"Estou pronta."
"Eu sou Superman."
Suas sobrancelhas se ergueram enquanto um sorriso condescendente apareceu em
suas feições suaves, momentaneamente roubando meu fôlego. "É mesmo?"
"Juro." Eu pisquei. "Por que outro motivo meu melhor amigo, também conhecido como
meu inimigo, chamaria Lex? Eu vou entender se você quiser a prova. Minha capa está lá
no meu quarto. Quer ver?"
"Superman usa sua capa em todos os momentos."
"Certo. A que estou usando neste momento é invisível, como minha visão sobre-
humana. A única forma de desbloquear os olhos humanos para minha força divina é
fazer sexo comigo.”
"Ah. E você estava indo tão bem.”
"Ei!" Eu levantei minhas mãos. "Eu não faço as regras, bochechas doce. Eu sou
apenas um simples herói."
"Ele realmente é", disse Gabi. Quanto tempo ela estava parada ali? "Aquele pobre
menino teria morrido. Você pode imaginar o que teria feito aquele pai? Depois de perder
sua esposa? Foi incrível, Ian. Não se subestime. Você salvou a vida dele, correndo o risco
de perder a sua. Eu ainda não consigo superar o telefonema de Lex quando ele me
chamou do hospital. Eles disseram que você estava sangrando, e..."
"Chega, Gabs," eu disse suavemente, embora fosse algo que parecia muito com raiva,
estava me queimando de dentro para fora, me fazendo querer escapar. Mas com uma
perna ferrada, tudo o que eu poderia fazer era sentar lá e ouvi-la pintar-me como o herói
que eu sabia que nunca seria.
Sim. Eu tinha salvado a vida daquela criança.
Sim. Eles me chamaram de herói.
Mas que tipo de idiota egoísta pensaria depois de ver seus companheiros irem para o
Super Bowl, "Eu deveria ter deixado o carro bater nele"?
"O traficante voltou." Lex invadiu o quintal e jogou um frasco de comprimido em
minhas mãos.
"Não quer dizer Lex Luthor?" Blake riu, aliviando um pouco da tensão. Sua mão se
estendeu para a minha e a segurou.
Ela não soltou.
Ela deveria ter deixado pra lá.
Porque alguma coisa, nesse momento, estalou em foco. Mesmo a Gabi não tinha
conhecimento dos demônios que ainda me perseguiam, mas algo me disse que Blake
estava mais do que ciente, o que era perder aquela única coisa que segurava tudo junto
na sua vida.
Perder o futebol era mais difícil do que perder minha identidade.
Alguns dias, parecia que eu tinha perdido minha alma.
"Gabs..." Blake limpou a garganta. "A comida está pronta?"
"Oh!" Gabi levantou-se. "Desculpe, pessoal, sim os pratos estão lá dentro. Você quer
comer aqui ou na mesa?”
"Aqui fora", Blake e eu dissemos em uníssono.
Gabi ficou em silêncio, como se estivesse nos examinando um pouco e quase pronta
para chegar a alguma conclusão estúpida sobre a razão do porque estávamos ambos
agindo de forma engraçada. Graças a Deus por Lex.
"Anda mulher," Lex rosnou. "Pare de ser", ele empurrou-a para a porta "você. Apenas
por uns dois segundos. Comida. É apenas comida. Eles querem comer fora, nós
deixamos que eles comam lá fora. Além disso, você prometeu uma torta. Eu não sinto
cheiro de torta nenhuma."
"Corrigindo. Eu disse que ia comprar uma torta, não assar uma para você. Se você
quer se casar com sua mãe, problema seu Lex.”
"É melhor que seja de maçã", ele resmungou antes de a porta de tela bater atrás dele.
Ele voltou rapidamente com ambos os nossos pratos e sussurrou baixinho, "Eu vou
cuidar da terrorista, mas você me deve uma."
"Obrigado, cara." Eu ri quando ele desapareceu para dentro da casa e gritou, "Stella!"
23
Nós terminamos nossa comida em silêncio. Os analgésicos estavam começando a fazer
efeito, tornando mais fácil desfrutar da minha refeição sem fazer caretas cada vez que eu
mexia minha perna. Nuvens em camadas de rosa e vermelho atravessavam o céu.
"Está ficando tarde." Blake pegou o meu prato e levou para dentro de casa e voltou
com um pedaço gigante de torta.
"Eu acho" Eu peguei o prato dela e, basicamente, empurrei metade da torta na minha
boca antes de terminar meu pensamento "que posso me machucar novamente se este é o
tratamento que eu recebo."
"Ah." Seus olhos se detiveram na minha boca. "Você tem em pouco de... maçã..."
"Estou guardando."
"Então é o local perfeito, Superman."
"Deus, eu mataria por uma mulher que me chamasse assim na cama."
"Que tal se você se deitar em sua cama..."
Um sorriso tão largo que doía espalhou pelo meu rosto.
"Com suas roupas..."
O sonho explodiu, e meu sorriso caiu. Eu apontei o dedo para ela. "Você não é
engraçada."
Ela sorriu. "E quando eu te chamar de Superman, você finge que é por causa de suas
habilidades sexuais incríveis e não do fato de que você realmente é um herói."
"Não sou um herói." A torta de repente ficou seca na minha garganta, e eu tive
dificuldade em engoli-lo. "Eu acho que essa é a pior parte. As pessoas me chamando de
herói, e ainda o fazem às vezes. Isso me faz sentir... culpado. E muito indigno. Aqui estou
eu, amargo por não ser capaz de jogar futebol, e o garoto poderia ter morrido.”
"De certa forma", disse Blake, sua voz pouco acima de um sussurro, "você meio que
morreu também."
Eu empurrei minha cabeça em sua direção. "O que você disse?"
Ela pegou meu prato e suspirou, curvando os ombros um pouco, como ela fazia
quando ficava nervosa ou envergonhada. "Você perdeu parte do que você é. Isso seria
como trabalhar toda a minha vida para ir para as Olimpíadas jogando voleibol só para
me machucar um dia antes do avião decolar.”
"Sim." Eu engoli a bola gigante de tristeza que estava na minha garganta. "Eu tenho
trabalhado o passado, sabe? Eu não quero que você pense que eu sou um daqueles caras
quebrados que ainda está preso nos dias de glória de 'se eu tivesse continuado na NFL.’"
Dei de ombros. "Eu lidei com esse sentimento especial por um dia. Quando os Hawks
foram para o Super Bowl pela segunda vez. E então, eu apenas... afundei. Tudo isso. Eu
desejei que eu não tivesse salvo o menino, eu desejei ser uma pessoa mais egoísta, ou
mais lenta." Eu ri e balancei a cabeça.
"O que fez você superar isso?"
Eu olhei para cima. "Ele passou no hospital no dia seguinte."
Blake se inclinou. Droga, eu queria nadar nas profundezas de seus olhos. Ela era
tão... Aberta. "E?"
"Eu o chamei pelo seu sobrenome, Montgomery, ou Pequeno Monty. Ele era tão
pequeno. Aparentemente, ainda tinha medo do escuro... Ele, hum, me trouxe seu urso de
pelúcia, muito inteligentemente chamado Bear."
Blake riu, os olhos cheios de lágrimas.
"Sua mãe tinha morrido de câncer no início daquele ano. Foi à primeira saída
pai/filho que ele e seu pai tinham tido desde sua morte. Ela deu-lhe o urso exatamente
doze horas antes de seu último suspiro. Ele era um urso da guarda, Monty disse, e ele
deveria impedi-lo de ter medo." Engoli em seco. "Ele disse que era um urso de bravura."
Uma lágrima transbordou sobre a bochecha de Blake.
"Ele me deu isso, disse que não precisava mais dele porque ele tinha a mim. Mas que
eu poderia precisar dele uma vez que eu ainda tinha outra cirurgia." Eu suspirei,
tentando manter a emoção da minha voz. "Deixe-me te dizer, esse maldito urso vive a
vida toda no meu quarto."
Blake riu suavemente. "E Monty?"
"Monty vai ser um jogador de futebol mauzão um dia." Eu ri. "Seu pai me envia seus
treinos e horário do jogo. Já estive em alguns treinamentos, o que basicamente significa
que seus amigos pensam que ele é bem mais legal do que ele realmente é. Ou pelo menos
é o que ele diz."
"Então" Blake inclinou-se introspectiva "moral da história... você realmente é o
Superman."
"Ah!" Eu ri. "Para uma pessoa, sim."
"Para duas", ela corrigiu. "E, às vezes, isso é tudo o que importa, não é?"
"Sim" eu resmunguei. "Eu acho que sim."
Ela se aproximou, e eu capturei seus lábios com os meus enquanto seu braço ficava
em volta do meu pescoço. Eu massageava minha língua contra a dela, saboreando seu
sabor doce.
A luz acima de nós ligou.
Nós nos separamos como duas crianças no toque de recolher.
"Caras?" Gabi enfiou a cabeça para fora da porta de tela. "Vocês estão a fim de um
filme?"
"Claro que sim." Eu não tirei os olhos de Blake.
"Você acha que pode fazer isso?" Seus lábios ainda estavam molhados do meu beijo.
Eu tive que desviar o olhar antes de fazer algo estúpido. Mais uma vez.
"Claro." Eu me apoiei na minha perna boa. "Eu só vou me apoiar muito em meu
oponente durão. Eu reivindico revanche, a propósito.”
"Não espere nada menos." Ela pressionou seu corpo contra o meu enquanto a gente
seguia desajeitadamente pelo caminho para a casa.
Lex gritou com Gabi que ela escolheu o filme a última vez.
Eles pararam de discutir quando chegamos à sala de estar.
"Vocês." Gabi franziu o nariz. "Não. Isso não está acontecendo. Banho ou nada de
sofá."
"Gabs," Eu gemi. "Eu estou cheirando muito bem. Eu sempre tenho um cheiro
incrível. Diga a eles, Blake.”
Blake olhou para mim com os olhos culpados. "Você cheira... a grama."
"Bem, você cheira... a sujeira."
Lex começou a rir. "Boa, homem. Você vai fazer tortas de lama depois ou -?"
Eu me virei. "Tudo bem, vamos para o chuveiro."
"Não juntos!" Gabi franziu a testa.
"Não se preocupe." Blake riu. "Eu sou mais como um tipo de menina arquivilã. Quem
quer o herói, quando ele nem vai mesmo conseguir sujá-la?”
Eu tropecei contra ela e quase dei com a cara na parede enquanto Lex uivava de tanto
rir.
"Você tem meu número, baby," Lex falou, em seguida, começou a latir. "Oh, pare de
me arranhar como um gato maldito!"
Eu reprimi um sorriso. Gabi tinha provavelmente o atacado com as unhas. Ela era
boa nessas coisas.
Blake subiu à minha frente. Segui, pulando para cima um degrau de cada vez e
usando o corrimão para ajudar.
Eu propositadamente esbarrei nela quando cheguei ao topo da escada, e sussurrei em
seu ouvido, "Heróis ficam sujos também, docinho. É tão bom que deve ser ruim.”
Um pulso irregular bateu em seu pescoço enquanto ela se inclinou contra mim. Como
um míssil que procura calor, minha boca encontrou e lá se estabeleceu. A pulsação
irregular contra meus lábios deu a meu corpo ideias vivas. Minha boca estava se
acostumando com a ideia de marcá-la quando a campainha tocou.
"Ignore," Eu assobiei com meus dentes beliscando em seu pescoço enquanto minha
boca chupou com força. Ela soltou um pequeno gemido, as mãos cegamente tateando
atrás dela. Eu estava ali com ela, duro, esperando, lutando contra meu jeans apenas
para senti-la.
"Ei, Blake está?"
Era David.
Blake congelou, suas mãos abaixando lentamente para os lados.
E eu lentamente murchei.
E o momento se foi.
"Ei, Blake?" Gabi chamou subindo os degraus. "David está aqui para vê-la!"
Eu pisei fora do caminho de Blake, e com uma voz que eu nem sequer reconheci, eu
disse: "Bem? O que você está esperando?"
Indecisão cruzou suas feições, seguido de mágoa, enquanto ela se afastava de mim e
corria escada abaixo.
"O que diabos eu estou fazendo?", Eu murmurei sob a minha respiração, ansiando
seu toque. E não apenas para me aliviar.
Ansiando por ela.
24
O bastardo ficou para o filme. Melhor parte? Por causa da minha perna, eu realmente
não podia me mover entre eles, e como meu trabalho era tecnicamente me retirar e
deixar que ele ficasse com a menina uma vez que passasse pelos últimos estágios, eu
estava preso de qualquer maneira.
Pelo menos a desculpa dele era melhor neste momento.
Ele estava a chamando pra sair.
Tecnicamente, era um convite para jantar com ele e seu pai. Aparentemente, eles
estavam relembrando os velhos tempos. Se eu tivesse que ouvir mais uma maldita
história sobre como Blake e David construíram sua própria casa na árvore, eu pegaria
um tijolo para nocauteá-lo com ele.
Até agora, eu não tinha notado qualquer movimento astuto dele. Ele não olhava pra
mim, não me mostrou o dedo novamente. De qualquer jeito, ele estava tentando ser
muito bom. Algo ali estava errado, mas demorei um pouco pra descobrir o que era.
Amizade com o inimigo.
Eu sabia-o bem.
Porque no final, ele provaria à menina que não estava mais realmente com ciúmes,
que ele só queria sua felicidade acima de tudo, blah, blah, blah.
E a real? Não importa nada, porque a menina sempre, eu digo sempre mesmo, vai
acreditar no cara que ela está a fim. Porque ele pareceria ser a pessoa que teve mais
autocontrole, enquanto o meu trabalho era sempre empurrar esse controle para a
menina. A verdade, muito raramente se mostrava na fase de cortejo. Eu sabia disso
melhor do que ninguém. Ele estava colocando o seu melhor na frente, aproveitando
algumas fraquezas que ele viu em mim.
Eu até agora nunca tinha me preocupado.
Agora só parecia injusto que ser realmente bom no meu trabalho, faria com que eu
perdesse alguém que eu realmente gostava.
"Eu vou fazer um pouco de pipoca." Eu estava em pé.
"Mas a sua perna", disse Blake.
Pelo menos ela ainda estava preocupada. Embora ela não tenha ficado de pé para se
juntar a mim, então eu não tinha certeza do quão longe essa preocupação ia. Ela estava
de banho tomado, seu tufo de cabelos castanhos molhados estava amarrado em um nó
na cabeça, e ela estava usando uma blusa folgada que revelava bastante o decote. Algo
que o bom e velho David percebeu de imediato.
"Eu posso mancar." O ciúme passou por mim quando eu notei a mão de David em sua
coxa. Eu precisava sair de lá. Rápido. "São apenas alguns metros."
Entre protestos de todos, eu fui para a cozinha, segurando-me contra a bancada.
Depois de alguns segundos de inspirar e expirar como se eu fosse um recém-nascido e
apenas aprendendo como meus pulmões trabalhavam, fui até o armário e tirei um saco
de pipoca de micro-ondas, logo ouvi passos na porta da cozinha.
"Blake, estou bem. Vá assistir ao filme."
"Não é a Blake." A voz profunda de David me sacudiu pra fora da minha festa de
piedade.
Com um sorriso malicioso muito forçado, eu pressionei "Iniciar" no micro-ondas e me
virei. "Como posso te ajudar?"
"Eu entendo." Ele assentiu. "Ela é sua agora. Mas temos uma história. Algo que você
não pode competir. Nem agora, nem nunca.”
"Humm, como é que eu vou competir com a casa na árvore?" Bati meus dedos contra
o meu queixo. "Eu aposto que o fato de eu ter um pau grande ajuda."
David deu um passo ameaçador em direção a mim, com os punhos cerrados. "Se você
tocá-la, eu juro, eu vou-"
"Me dar um soco?" Eu apontei para as suas mãos. "Cara, eu entendo. Você não pode
tê-la, então agora você a quer. Mas ela não é sua. Ela nunca vai ser sua. Não, a menos
que você me mate, o que você está convidado a experimentar agora que teremos uma luta
justa, já que eu só tenho uma perna."
"Você é um bastardo convencido." Ele zombou, toda a polidez de seu rosto tinha ido
embora, como se tivesse tirado uma máscara e revelado que ele não era exatamente o
que parecia. "O que diabos ela vê em você?"
"Oh, me desculpe. Pensei que já tivéssemos passado desta parte. Devo apenas tirar
minhas calças e mostrar? Ouvi dizer que você podia gostar de caras, mas eu não tinha
certeza de que era verdade até agora." Eu estava tentando provocá-lo, empurrar os
botões, e ver se, talvez, apenas talvez, o bom e velho David não fosse tão bom quanto nós
suspeitamos.
O peito de David bateu no meu como se ele estivesse pronto para me bater contra o
balcão da cozinha e então golpear o meu rosto. Ele podia tentar. Ele seria um fracasso,
mas ele podia tentar. Uma boa luta era só o que eu precisava.
Eu nunca tinha provocado qualquer um dos pretendentes de minhas clientes antes,
nunca fiz isso ser sobre mim, ou levei isso a sério.
Porque, até aquele momento, eu não sabia que eu tinha estado lutando com ele. Mas
eu estava. Eu estava lutando com ele.
Não. Eu balancei minha cabeça. "Você não a merece. Você nunca vai merecer."
"E você acha que você merece? Um fracassado que não consegue manter-se em suas
calças?”
"Não", eu respondi rapidamente. "Eu nunca vou merecê-la, mas pelo menos eu sei
disso. Pelo menos eu acordo com a certeza absoluta de que eu sou o sortudo.”
"Ei..." Blake entrou na cozinha, suas calças caindo baixo nos quadris, revelando uma
provocadora pele bronzeada. "Eu não sabia que fazer pipoca exigia tanto poder cerebral."
"Sim, meu bem, todas as drogas na minha adolescência fritaram meu cérebro, então,
David ofereceu a sua ajuda, mas ele estava lutando para ler a palavra ‘Iniciar’ no micro-
ondas. Graças a Deus você está aqui agora." Eu sorri presunçosamente para o cara e ele
forçou um sorriso semelhante em seu rosto, em seguida, se afastou.
"Eu tenho que correr, Blake." Ele estendeu a mão para ela e beijou sua cabeça.
"Próxima quinta-feira à noite, as sete, não se esqueça. Meu pai está realmente animado
em te ver."
"Joia." Ela sorriu quando ele saiu da cozinha.
Sua expressão passou de feliz para imparcial. "Eu acho que estou indo para a cama."
"Blake-"
"O quê?" Ela se afastou de mim. "O que você quer, Ian?"
Você. Isso é o que eu deveria ter dito. Em vez disso, eu abri minha boca e não saiu
nada.
"Era isso que eu pensava." Ela bufou. "Apenas saiba que pode ser que eu não esteja
aqui quando você descobrir o que quer."
O microondas apitou.
"Sim." Eu me encostei no balcão. "É disso que eu tenho medo."
25
"Eu odeio as manhãs." Lex deixou escapar um grande bocejo e me mandou um e-mail
com a lista de clientes para as próximas duas semanas.
"Você sempre diz isso." Eu levantei meu copo aos lábios e tomei um gole enquanto
rolava através da lista. "O que diabos é isso?"
"Uma troca." Seu rosto estava sério. "Eu não tinha certeza se você conseguiria lidar
com as mais difíceis, então eu lhe dei as clientes que só devem demorar alguns dias.
Além disso, você ainda está enrolado com a Blake.”
"Eu gostaria", eu murmurei.
"Ah." Lex revirou os olhos. "Pobre coitado. Não pode arar o campo ou até mesmo
chegar perto dele, hmm?”
"Mais ou menos isso." Eu ignorei os olhares gritantes em nossa direção. Meninas. Às
vezes havia muitas delas. Porra, se eu fechasse os olhos, eu ainda podia sentir os dedos
de Blake na frente do meu jeans. Suas mãos ágeis só precisavam chegar um pouco mais
longe.
Eu estava quase me levantando do banco quando meu alerta de mensagens disparou.
Merda.
Blake: PIRANDO!
Ian: Baixe a voz! Lex pode ouvi-la e ele odeia manhãs.
Blake: O jantar nesta semana - seu pai cancelou. Seremos apenas nós. Eu nunca
estive em um encontro antes.
Ian: Eu estarei em sua casa hoje à noite às 6hs. Peça pra Gabs te ajudar a se
arrumar. O que ela disser. Nenhuma argumentação.
Blake: Mas sua ideia de um encontro inclui vestidos muito apertados.
Ian: Eu sinto muito, você estava tentando me provocar? Fazer água na minha boca ao
mesmo tempo ver se você é boa em paquera via texto? Qual é o problema?
Blake: Eles são apertados!
Ian: E?
Blake: Eu não posso comer em vestidos apertados.
Ian: Tente.
Blake: Mas. . .
Ian: Você quer a minha ajuda ou não? Eu sou seu treinador de namoro. Pare de ser
tão argumentativa. Ah, e use o cabelo para cima.
Blake: Tudo bem, mas se eu acabar desmaiando porque eu não posso comer qualquer
coisa que não esteja no cesto de pão, eu estou te culpando.
Ian: Pode valer a pena, para ver o seu rabo apertado em um vestido apertado com
seus peitos apertados e apertado... Oh, me desculpe, perdi a noção de onde eu
estava indo com isso.
Blake: Você realmente é um porco.
Ian: Claro. Não se esqueça.
Ela não respondeu depois disso, e eu tinha trabalho a fazer pra ela ter o encontro
perfeito. Meu coração disparou no meu peito enquanto eu rapidamente procurava através
do meu catálogo de restaurantes. Ah Merda. Não era um encontro de verdade. Era um
38 Carteira de mão - é um acessório muitas vezes apresentado para ser usado à noite em festas e eventos chiques.
"Ok." Blake deixou escapar uma risada nervosa. "E você promete que eu estou bem,
ok?"
"Não, Blake." Eu levei sua mão aos lábios e pressionei um beijo no interior de seu
pulso. "Você está fenomenal."
Ela ficou vermelho brilhante.
"E se aquele bastardo não chegar a dizer estas exatas palavras, ou melhor, se ele não
te escrever a porra de um soneto, ele é indigno, entendeu?"
"Ok." Blake virou a mão e cruzou os braços. "Então, onde está o meu soneto, Ian?"
"Merda! Você ouve com muita atenção." Eu pisquei, levei-a pelas escadas e sai rápido
para o ar da noite. "Minha bela dama de... Preto," eu disse na minha voz mais alta. "A
beleza não lhe falta.39"
"Ohhh, agora você está fazendo rima."
Eu ri e abri a porta. "Mas valorize essas palavras quando nos separarmos." Eu elevei o
queixo em direção a mim. "Eu sempre vou te manter firme" Que diabos eu estava
dizendo? "No meu coração."
Sua boca caiu aberta.
Eu gostaria de poder dizer que eu apenas havia sonhado com essa merda.
Eu não havia.
Eu nunca havia feito isso antes.
Eu era um cara de ações, não de palavras.
Inferno, eu tinha quase certeza que havia acabado de escrever o meu primeiro poema
de amor a uma menina que não era nem mesmo minha namorada. Isso alguns dias
antes de ela sair caminhando em direção ao pôr do sol com outro cara.
"Isso foi bom, Ian." Ela segurou meu rosto.
Eu empurrei de volta. "Sim, bem, você me conhece. Eu sou bom quando há algo que
eu quero.”
Seu sorriso desapareceu.
Bundão, mesa pra um? Oh, olhe, uma mesa!
"Ok, é hora de eu quebrar as regras do namoro. Você vai notar que na cartilha está
rotulado 'Regras do Deus do Sexo Ian para um bem sucedido primeiro encontro’."
Blake revirou os olhos. "Engraçado, porque quando eu olhei o manual esta manhã
dizia especificamente ‘Regras de Ian para um bem sucedido primeiro encontro'."
"Hmm, a sua cópia não deve estar atualizada."
"Sim, deve ser isso." Ela soltou uma risada que deveria ter flutuado direto para fora da
janela, em vez de me bater bem no meio do rosto, roubando o ar dos meus pulmões e
fazendo-me querer queimar minha própria cartilha, esquecer as regras, e apenas ficar
com ela para mim.
"Regra número um." Eu comecei a dirigir em direção campus, tentando esquecer os
pensamentos de Blake em cima de mim. "Nunca toque no aparelho de som de um
40 É um lubrificante íntimo feito à base de água, fabricado pela Johnson & Johnson.
"Ok, agora você está me assustando."
"Bom, nada de sexo. Vá para um convento. Lex e eu vamos esgueirar chocolate e
vinho para você a cada ano no seu aniversário." Eu a alcancei através da mesa e acariciei
a sua mão. "Bênçãos, criança."
Blake me olhou, mas ela estava rindo ao mesmo tempo. "Pare!"
"Ok." Eu peguei um cardápio. "Vamos pedir antes que Julio cuspa em nossos tacos."
Nossas bebidas já estavam vazias. Ei, quando isso aconteceu? Nós dois rapidamente
decidimos uma variedade de tacos para dividir e pedimos outra rodada de bebidas.
"Ao nosso primeiro encontro." Blake ergueu o copo para o ar e brindou contra o meu.
"Ao nosso primeiro encontro," eu repeti. Mas a minha mente continuava me
lembrando de que ele também ia ser o último.
27
"Nós quebramos uma regra," Blake anunciou. "Você tomou duas margaritas e um shot de
tequila."
"Porque," eu ri e puxei-a contra mim, enterrando meu rosto em seu pescoço "você
nunca tinha tomado um shot de tequila. Eu fiquei com pena de você. Além disso, as
regras não foram feitas para serem quebradas?”
Blake olhou para mim, inclinando a boca tão perto que eu não tinha escolha, a não
ser inclinar meu rosto para baixo.
"Suas pranchas estão prontas," o funcionário anunciou.
"Espere, o quê?" Pânico cruzou o rosto de Blake. "Nós acabamos de comer uma
tonelada de comida, para não mencionar um shot de tequila, e nós temos que de alguma
forma remar durante o caminho de volta?"
"É somente um quilometro," eu disse. "Você vai ficar bem. Apenas, você sabe, tente
ficar em cima da prancha."
"Ah!" Blake me empurrou com força e agarrou o remo. "Eu nunca fiz isso antes, então
se eu me afogar, a culpa sua."
"Boca a boca. Graças a Deus pelos procedimentos de ressuscitação." Eu dei-lhe um
aceno sério. "Faça o que você tem que fazer, só não fique chateada se eu tiver que salvar
sua vida."
"Divirta-se!" O homem me entregou meu remo.
Tirei meus sapatos, coloquei-os no saco que o atendente tinha nas mãos e que eu
havia feito Lex jurar que pegaria mais tarde, e, em seguida, corri para Blake. "Dê-me
seus sapatos aqui." Eu segurei minhas mãos abertas.
"Meus saltos?"
"Sim.” Eu os puxei de seus pés. “Lex virá pegar nossas coisas mais tarde. Andar
descalço será mais fácil. Além disso, você vai estar muito ocupada ficando na posição
vertical com o seu colete salva-vidas inflado.”
"Tudo bem." Ela mexeu os dedos dos pés, agachou-se no deck e foi de joelhos para
cima da prancha.
"Equilíbrio é a chave," eu disse.
"Oh homem." Blake deixou escapar uma maldição. "Eu vou estragar o vestido da
Gabi."
"Hmm, Blake em um vestido molhado, fazendo boca a boca... Tem certeza que isso
não é um sonho?"
"Não é engraçado, Ian!"
O atendente riu quando eu lhe entreguei o resto das minhas coisas e rapidamente
pegou a minha prancha. "Siga-me, bochechas doces."
Foi uma luta para ela no início, mas dentro de alguns minutos, por causa da atleta
que ela era... Começou uma corrida.
Foi uma daquelas corridas não ditas. O tipo que acontece sem que ninguém tenha que
dizer nada.
Eu passei à frente, em seguida, Blake, e depois eu novamente.
"O que eu ganho se eu vencer?" Eu provoquei.
Blake soltou uma gargalhada. "Por favor, quando foi que você já me superou?"
"Claro, fale mal do herói, bochechas doces. Isso não vai funcionar! Eu ainda estou
chutando sua bunda.”
A risada de Blake foi como uma carícia quando ela quase me bateu com seu remo e
depois saiu em disparada.
"Merda," eu gritei, colocando-me de costas para ela.
"Pescoço a pescoço," Blake disse quando estávamos a poucos passos da costa.
"O vencedor leva tudo!" Gritei.
Blake estava à frente por uma polegada.
Então eu fiz o que qualquer homem sensato faria.
Eu a empurrei para dentro da água.
A água estava na altura da cintura, mas foi o suficiente para encharcar
completamente o vestido.
"Eu não acredito que você fez isso!" Ela bateu na água.
"Regra número sete," eu chamei novamente uma vez que atingi a costa. "Nunca confie
num homem durante uma competição."
"Anotado!" Ela me dispensou e depois usou a escada do cais para subir. "Você
ganhou."
"Está certo... Eu ganhei." Eu me virei e meu queixo caiu, e alguns resmungos soando
como línguas estrangeiras emergiram de meus lábios.
"O que você está olhando?"
"Porra, você está ainda mais bonita molhada."
"Você é um palhaço." Ela revirou os olhos e fez seu caminho em direção a mim, as
pernas e os pés com pingos de água.
"Sim." Eu não podia mais segurar. Eu puxei-a contra mim e beijei-a com força. "Eu
sou."
Ela estremeceu em meus braços; se era por causa do frio ou do beijo eu não tinha
certeza, e eu realmente não me importava.
Eu não parei.
"Regra número oito," eu sussurrei contra sua boca. "Se o cara for para o beijo, deixe."
"Mmm, Ok." Ela retribuiu o beijo, envolvendo os braços em volta de mim, seu corpo
frio balançando contra o meu calor. Ela podia até achar que seria horrível no sexo, mas
eu sabia que, naquele momento, seu corpo estava muito consciente do que precisava
acontecer.
Sua língua estalou a minha levemente enquanto esfregava-se contra mim.
Merda.
Não fazia muito tempo que eu tinha tido uma menina.
Fazia minha vida toda que eu estava sem a menina certa.
Nós nos beijamos por segundos apenas, minutos, antes que ela se afastasse, não só
fisicamente, mas emocionalmente. E eu sabia que era o único culpado por borrar as
regras tão estupidamente bem.
Por fazê-la acreditar que era tudo apenas um jogo, quando era muito mais.
"Então, quase terminado." Blake concordou com a cabeça, em seguida, limpou a boca
com a mão. "Como estou indo até agora?"
Meu coração rachou um pouco. "Você está fantástica."
"Bom." Ela me deu um empurrão leve. "Você não só deve a Gabs um vestido, mas eu
vou chutar o seu traseiro por me empurrar para dentro da água. Quem faz isso?"
"Bastardos pretensiosos que gostam de ganhar?"
"Oh, portanto, apenas Ians. Entendi.”
Eu sorri e tirei minhas chaves. Uma vez que o SUV foi desbloqueado, peguei um
cobertor no banco de trás e entreguei a ela.
Ela olhou fixamente para ele. "Será que eu quero saber por que você tem um cobertor
no seu carro?"
Revirei os olhos. "Não pelas razões que você está assumindo."
"Ah, então você não transa com as meninas no banco de trás?"
"Não posso dizer que sim." Eu envolvi-a firmemente no cobertor. "Então, novamente,
sempre há uma primeira vez para tudo."
"Não," ela disse rapidamente.
"Ah." Eu dei um passo para trás. "Bom, você está ouvindo as regras."
"Sim," ela sussurrou. "Obrigada pela ajuda..."
"Sempre que precisar." O encontro estava terminando. Por que diabos eu estava
permitindo isso? Nós dirigimos em silêncio de volta para sua casa.
Eu desliguei o carro e olhei para a luz da varanda, torcendo para que faltasse
eletricidade, ou para sua casa, de repente, ser assaltada e então eu teria uma desculpa
para entrar com ela.
"Regra final," eu murmurei sob a minha respiração. "Se você está sentindo que o
encontro está indo bem e você quer que ele continue, você decide se deve convidar o cara
para entrar."
Blake mordeu o lábio inferior e assentiu. "Certo."
Merda. Limpei meu rosto com as mãos, em seguida, agarrei o volante. Então era isso.
Imaginei. Não havia mais nada a dizer.
"Ian?"
"Sim?" Eu resmunguei, sem olhar para ela.
"Você quer entrar?"
Meu coração gaguejou em meu peito enquanto eu lentamente virei todo o meu corpo
para encará-la. "Depende."
"Do que?" Seu sorriso era confiante, sexy.
"Você tem alguma bebida para me oferecer? Essa é tipo a próxima regra não tácita:
não os convide para entrar assumindo que vai rolar algo mais. Convide-os para uma
bebida, café, um filme de fim de noite."
"Todos os itens acima," ela disse com um aceno de cabeça. "Que tal?"
"Bem, então." Eu desliguei o carro. "Eu aceito."
28
A porta se fechou atrás de nós, cobrindo a casa com silêncio, exceto pelo barulho de
alguns motores num comercial de carro na TV. Eu tentei mesmo equilibrar a minha
respiração, mas era quase impossível.
Escuridão enchia o pequeno corredor.
"Gabs deve estar dormindo," eu disse, principalmente para preencher o
constrangimento com a minha voz.
"Serena e Gabs estão vendo um filme," ela sussurrou de volta.
"Oh." Eu apertei meus olhos fechados. Eu precisava recuar.
Blake deixou cair o cobertor no chão e virou em um movimento rápido. Seus olhos
procuraram os meus.
Estendi a mão para ela, precisando apenas tocá-la. Uma última vez. Apenas uma
última vez antes de eu deixá-la ir para David... Só uma vez antes...
Mas seus olhos eram tão esperançosos.
E ela era apenas tão sexy.
Mais que isso.
Eu tinha deixado de ser o treinador para ser o maldito cliente... Querendo
desesperadamente que a menina me notasse e que soubesse que eu faria qualquer coisa
para obter a sua atenção.
Os olhos de Blake encontraram os meus. Ela não se afastou.
A vida é cheia de escolhas. Algumas boas, outras más. Eu não tinha certeza, naquele
momento, se eu estava fazendo uma má escolha ou a primeira boa escolha em muito
tempo.
A tensão pairava no ar, enquanto que ambos continuávamos olhando um para o
outro.
Quando meus olhos se cravaram em sua boca, ela se moveu, ainda que levemente,
para mim, seu corpo me dando um pequeno indício de que eu não estava ficando louco,
que ela me queria tanto quanto eu a queria.
Sem pensar mais longe, eu bati minha boca contra a dela, vindo à tona para respirar
apenas o tempo suficiente para proferir, "Foda-se o David. Você é minha."
Minhas mãos voaram para seu vestido, puxando o material molhado por suas pernas.
Ela tropeçou fora dele, seu corpo molhado deslizando contra o meu. Meus dedos se
atrapalharam pelos seus quadris, e eu levantei-a para o ar, enquanto minha boca ainda
estava fundida com a dela, línguas torcendo, se entrelaçando. Eu não tinha certeza de
onde ela terminava e onde eu começava. Ela soltou um gemido alto que reverberou pelo
corredor quase silencioso.
As mãos dela se cravaram em minhas costas, me segurando mais apertado, mais
duro. O controle havia ido há muito tempo, eu varria minha língua sobre seu lábio
inferior, em seguida, inclinei-me para trás olhando para a boca inchada e ataquei-a
novamente a partir de um ângulo diferente. Meu pau tencionou contra meu jeans quando
seu centro balançou com força contra mim.
"Droga." Eu tropecei batendo as costas contra a parede com ela em meus braços,
depois, lentamente, comecei a subir as escadas, um degrau de cada vez. E a cada passo,
outro beijo em sua boca, em seguida, um em seu pescoço. Seus gemidos suaves iam ser
absolutamente a minha morte enquanto eu chegava ao alto e rumava para o seu quarto.
A porta bateu atrás de nós.
O quarto estava quieto.
Exceto pela minha respiração pesada.
E a dela.
Lentamente, eu a deslizei para baixo, descendo pelo meu corpo, grunhindo de prazer
quando com o atrito de suas pernas agarradas no meu jeans, fazendo-me, sem pensar,
empurrar em direção a ela.
Os olhos de Blake foram a minha boca. Lambi meus lábios em antecipação, ainda
saboreando-a, meu corpo tão quente que eu sentia como se estivesse prestes a explodir.
Tinha sido sempre assim? Quando eu tinha sido assim tão... Obcecado?
Ela estendeu a mão para mim.
Eu me inclinei para trás e sacudi meu dedo.
As sobrancelhas de Blake se elevaram. "Muito rápido?"
Comecei a rir enquanto a luz morna da lâmpada iluminava sua perfeição. "Sim, algo
do tipo. Se não pegarmos mais leve, vai ser rápido demais."
Eu não poderia dizer se ela estava corando; o quarto estava muito escuro. Mas o que
eu poderia dizer? Ela era tediosamente bonita com seu cabelo ondulado que aderia ao
seu pescoço, seu corpo perfeito, quase nu me chamando para dar uma pequena mordida
onde quer que eu queira. Para marcá-la como minha.
"Você está quase pronto agora?" Ela brincou.
"Bochechas Doces," eu alcancei suas mãos e puxei-a bruscamente contra mim "Eu
estive pronto desde que eu vi aqueles chinelos sensuais."
Rindo, ela se afastou, ou pelo menos tentou, mas eu comecei a mexer os lábios em
seu pescoço, chupando, lambendo, apenas loucamente degustando, como se eu nunca
tivesse estado com uma mulher antes. E talvez eu não tenha estado mesmo, pelo menos,
não com uma mulher como Blake. Uma que me deixasse louco por apenas respirar.
Blake estava na mais sexy lingerie que eu já vi, e minhas mãos correram pelo laço
vermelho em apreço, enquanto ela aprofundava o beijo. Seu peito arfava, espremendo
seus seios contra o meu peito. Eu podia sentir seus mamilos endurecerem.
Eu estava irracional, um animal, consumido pela sensação de tê-la.
Sabendo que ela queria a mim tanto quanto eu a queria.
Eu a soltei para que pudesse admirar plenamente a lingerie vermelha, desesperado
para ver o que eu já tinha sentido.
Seu olhar estava aquecido, mas, em seguida, a insegurança tomou conta de suas
feições.
"Oh não, não, não," rosnei, estendendo a mão para ela novamente, minha boca indo
duramente contra a dela, o meu beijo mais agressivo do que gentil, porque, inferno, eu
me sentia agressivo, como se eu fosse morrer se não pudesse estar dentro dela.
"Eu acho que preciso de mais regras," ela sussurrou uma vez que nossas bocas se
soltaram. "Para que eu saiba o que fazer."
"Não há mais regras." Eu segui o meu dedo para baixo na curva de seu peito e dei um
pequeno puxão em seu sutiã. "Regras no quarto só levam a confusão e falta de
orgasmos."
"Como você sabe?"
Merda, eu conhecia aquele olhar: ela estava começando a pensar. E pensar sempre foi
desaprovado. Pensar significava que ela seria a única sã, aquela que dizia: 'Vamos ser
apenas amigos', quando eu realmente queria levá-la nua e enchê-la ao máximo uma e
outra vez, até que eu estivesse desidratado ou perto da morte.
"Eu acho," eu deslizei minha mão por seu braço, "que é porque as mulheres se
concentram demais em pensar durante o sexo, ao invés de sentir."
Seu lábio inferior tremeu quando alcancei por trás dela e abri o fecho, minhas mãos
deslizando sobre sua pele nua, memorizando a suavidade. Eu dei um beijo no lugar em
que seu ombro e seu pescoço se encontravam.
"Sinta," eu sussurrei "tudo o que quiser. E se você disser não... Significa não."
"O que você quer dizer?"
Eu me afastei e segurei seu queixo entre os dedos. Droga, agora ela estava me fazendo
pensar, o que também não era uma boa ideia. Eu nunca havia sido acusado de
desenvolver uma consciência, até agora. "No momento em que você disser não, eu vou
cobrir você em tantas camadas de roupa quantas eu puder. E vou ficar tão longe de você
quanto é fisicamente possível. Portanto, não diga não a menos que você realmente queira
dizer isso, porque eu não vou voltar atrás se você mudar de ideia.”
"Sim," ela sussurrou.
"Eu acredito que não lhe fiz uma pergunta, bochechas doces."
Com mãos trêmulas, ela tocou as minhas laterais, então meus quadris, onde meu
jeans já estava dolorosamente pendurado baixo, e então ela estendeu a mão para o
botão. Ela fez novas definições de tortura enquanto lentamente brincava com o zíper e,
em seguida, disse: "Eu estou dizendo sim.”
"Você vai ter que ser mais específica."
Meu pau saltou com grande atenção quando seus dedos roçaram a frente do meu
jeans.
Rangendo os dentes, eu assobiei. "Você pode fazer melhor do que isso."
Eu não esperava que ela escorregasse a pequena mão para dentro de minha calça e
me agarrasse.
Mas ela o fez.
E a pequena parte do meu cérebro que me dizia que isso era uma má ideia, que iria
mudar as coisas para sempre, morreu quando ela apertou.
"Melhor?" Perguntou ela.
"Não pare de me tocar," eu disse com os dentes cerrados. Sua inocência foi
surpreendente, mas mais do que isso, a maneira inocente como ela explorou meu corpo
foi o suficiente para me deixar completamente excitado antes mesmo do sexo de verdade
começar.
Havia algo a ser dito sobre estar com a garota certa.
Esperar pelo momento certo.
Ela resmungou e, em seguida, puxou a mãozinha impertinente de volta. "Eu acho que
você deve tirar os jeans."
"Você acha?" Ergui as sobrancelhas.
Ela me lançou um olhar, em seguida, deu um maldito puxão forte nas minhas calças.
"Tire."
"Você acabou de me dar uma ordem? Em seu quarto?" Eu sorri, apreciando a forma
como suas bochechas ficavam vermelhas.
Ela estendeu a mão para mim novamente.
"Tudo o que você quiser," eu gemi. "Sou seu."
Baixei meu jeans lentamente. Eu queria fazer tudo devagar, para dar-lhe tempo para
mudar de ideia, mas também para me certificar de que ela sabia, sem sombra de dúvida
o que ela estaria recusando.
Ela suspirou alto. "Estou desapontada."
"O quê?" Eu tive que lutar para me impedir de gritar. Quando foi que uma menina
disse isso pra mim?
Ela me deu um sorriso maroto. "Eu tinha certeza de que você usava uma cueca dos
modelos antigos da Speedo"
"É isso aí." Eu a agarrei pelo bumbum e joguei por cima do meu ombro, marchando
para a cama. "O tempo de provocações acabou... Pelo menos para você.”
Eu larguei-a de costas e arrastei-me para cima de seu corpo, minha ereção dolorosa, a
minha visão borrando de necessidade.
Blake lambeu os lábios.
"Faça isso de novo," eu disse.
"O que?"
"Lamba seus lábios. Enquanto eu lambo você." Eu pisquei e baixei meus olhos para
que ela tivesse a ideia exata de onde eu iria lambê-la. "Confie em mim."
Eu ainda podia distinguir o rubor de suas faces no escuro. Droga, eu queria que sua
resposta fosse para sempre este olhar arregalado de inocência.
"O que você quer dizer quando diz...?"
Ignorei seus protestos embaraçados. Eles morreram em meus lábios enquanto eu a
trabalhava em um frenesi aquecido que a fez pegar em meus cabelos e puxá-los com
tanta força que eu rosnei. Minha boca arrastou para cima e para baixo em seu pescoço,
então mais para baixo, e, finalmente, eu senti o sabor dela pela primeira vez. O
verdadeiro sabor dela. Seus quadris empurraram.
"O que você está fazendo?"
"Eu achei que seria óbvio." Eu pressionei minhas mãos contra seus quadris para
evitar que ela, de alguma forma, me desse um olho roxo. "Eu estou fazendo amor com
você, com minha boca."
Outro gemido de Blake enquanto seu corpo se contorcia, e, em seguida, suas mãos
estavam puxando contra a minha cabeça com tanta força que eu comecei a rir contra ela,
o que naturalmente a fez gemer mais alto.
"Claro que você seria exigente na cama," eu murmurei depois que ela flutuou para
longe em um orgasmo. Eu subi na cama e olhei para ela com diversão. "Você ainda está
dizendo que sim?"
"O que foi isso?" Seus olhos estavam vidrados, os lábios inchados. Deus, eu poderia
apenas devorá-la. Na verdade, eu estava pensando em fazer exatamente isso, logo que ela
estivesse pronta.
"Oh, isso?" Eu pisquei o olho, em seguida, beijei-a sensualmente na boca, ainda
sentindo seu sabor e não querendo que aquele gosto fosse embora, com medo de que
depois desta noite ele se fosse. "Isso foi uma rodada."
"Quantas rodadas serão?" Seus olhos estavam esperançosos.
"Para você?" Eu me afastei. "Tantas quantas você puder suportar. E depois... Mais."
"Ian?"
"O que?"
"Eu quero fazer você se sentir assim."
"Você faz." E isso era verdade. Eu estava tomando conta de uma ereção, também
conhecida como bola azul41 e ela me fazia sentir assim, apenas permitindo-me dar prazer
a ela, trazendo-a a beira da loucura.
Blake apoiou-se sobre os cotovelos, em seguida, estendeu a mão para mim. "Eu quero
que você se sinta assim... Agora mesmo."
"Blake..." Eu queria sexo. Eu sempre quis sexo. Dela? Eu queria infinitas horas de
sexo. Mas... Em algum lugar ao longo do caminho, eu tinha caído completamente para
mais do que apenas a promessa de encher seu corpo apertado. Eu queria mais. Eu
queria algo além do físico, e isso estava me assustando.
Porque ela deveria dizer não para mim. Eu não a merecia. Talvez fosse isso, eu sabia
que não a merecia.
"Agora." Ela me puxou contra ela, e meu corpo resistia em resposta. Eu quase a
empalei por acidente, algo que nunca tinha acontecido comigo antes.
Eu me coloquei entre suas coxas, cada parte de mim latejando, doendo.
"Blake..."
Ela estava se agarrando em mim, me tocando em todos os lugares, me deixando louco
enquanto beijava ao longo do meu pescoço.
Eu pairava sobre ela, posicionando-me, alternando entre querer preenchê-la ao
máximo, e querendo recuar e trancá-la no banheiro. "Você tem que ter certeza."
"Por favor." Ela mordeu o lábio. "É você, eu quero você." Suas mãos puxaram meu
cabelo enquanto ela puxava minha cabeça para baixo, capturando meus lábios entre os
seus. Maldição, ela aprendia muito rápido. Principalmente, considerando que algumas
semanas atrás ela ainda não tinha beijado ninguém. "Ian..."
"Eu odeio David," eu admiti. Por que diabos eu estava dizendo o nome dele na cama?
"Ok." Ela me beijou novamente e novamente e novamente.
Eu me perdi em seus beijos.
Eu permiti.
Nossas bocas se fundiram enquanto eu moía seus lábios mais e mais. A sensação de
suas unhas correndo para cima e para baixo nas minhas costas era o êxtase mais puro.
Eu alcancei entre nossos corpos, pressionando a palma da mão contra o seu núcleo.
Blake deixou escapar um pequeno gemido.
Eu empurrei para trás e olhei em seus olhos. "Regra número nove."
Vagamente, ela olhou para mim. "Eu pensei que você tivesse dito que regras na cama
impediam os orgasmos?"
"Regras," eu disse com minha voz rouca, enquanto me perguntava como iria
mencionar preservativos a ela. Eu nunca tinha estado em uma situação como esta antes,
Duas horas depois eu finalmente saí da casa de Blake, de banho tomado e pronto para
atender Vivian no HUB. Era a segunda reunião, durante a qual eu iria revisar nossa
programação e ver se ela estava ok. Com sorte, se eu conseguisse dar uma boa olhada no
cara que ela estava interessada, isso me ajudaria a determinar quão rápido ele passaria
pelas etapas.
Vivian estava sentada no Subway, mastigando suas unhas e olhando fixamente para
um dos funcionários. Ele era um pouco baixo, usava a viseira do Subway para trás, e
disse: "Ei," mais vezes do que alguém deve dizer isso dentro de um período de cinco
minutos.
"Ei," Eu provoquei, sentando-me em frente a ela.
"Ele ainda não sabe o meu nome," ela murmurou baixinho.
Eu ignorei isso. "Será que você saiu da casa dos seus pais?"
Sua atenção ainda fixa no cara, ela balançou a cabeça e continuou a falar comigo sem
fazer contato visual, o que foi meio assustador. "Fui morar com um amigo, bem perto do
campus. Eu até mesmo cortei o cabelo."
"Eu vi." Ela também descobriu o batom vermelho e todas as maneiras que se podem
conseguir em seus dentes por não aplicá-lo corretamente. "Vivian..."
Ela ainda estava olhando para John.
Bem. Ela queria sua atenção? Eu iria chamar sua atenção.
"Sua cadela!" Eu pulei ficando em pé e jogando minha cadeira para o chão. Alunos
atordoados olharam para nós. "Eu não posso acreditar que você dormiu com ele! Na
minha festa? Na minha casa! EM MINHA CAMA!”
A boca de Vivian caiu aberta enquanto ela olhava entre a fila do Subway, que
subitamente estava muito quieta, e eu. A arte de fazer sanduiche tinha parado
oficialmente.
"Ian, o que está fazendo?" Ela perguntou.
"Um, terminando com você. O que parece que estou fazendo?" Acenei com as minhas
mãos no ar. "Você dormiu com o meu irmão!" Eu não tinha tal irmão. "Durante a minha
festa de aniversário!" Meu aniversário foi em novembro. "O que? Você não achou que eu
iria descobrir?”
As lágrimas encheram seus olhos.
"Ian..." Elas começaram a escorrer sobre suas bochechas.
"Ei, cara." John se aproximou e colocou a mão no meu braço.
"Não me toque!" Eu me afastei.
"Calma, ei, apenas relaxe." Ele ofereceu um sorriso calmo. "É só que, Vivian aqui," eu
sabia que ele sabia seu nome: "parece muito assustada. E o que quer que tenha
acontecido, não é legal lavar a roupa suja na frente de uma plateia.”
"Sabe o que mais não é legal?" Eu estava fervendo. "Ela." Eu apontei um dedo na
direção de Vivian. "Ela me fez querê-la tão desesperadamente que estive até mesmo
considerando perdoá-la por fazer o impensável. Ela só é..." Eu olhei para longe. "Ela é
linda."
John olhou para Vivian. Orei para ela manter a boca fechada, porque o batom em
seus dentes faria o oposto de atraí-lo. Então, novamente, talvez ele gostasse de acidentes
de trem. "Sim, ela realmente é," disse ele.
Eu sabia o que ele viu; a menina comum mais batom vermelho. Seu rosto ainda
estava vermelho, fazendo seus lábios parecerem carnudos. Seus olhos estavam
arregalados, eles pareciam enormes e o novo corte de cabelo a fez parecer como se ela
tivesse acabado de transar, o que, naturalmente, me deu a minha ideia brilhante.
Não era apenas ciúme que fazia um cara se mover.
Era o simples fato de outro cara ter descoberto um tesouro que tinha passado por ele
durante anos, e ele nunca tinha dado uma segunda olhada.
Todos os caras queriam ser o primeiro.
Queríamos ser Christopher Columbus, Lewis e Clark - você entendeu.
Ele sempre seria o segundo, depois de mim. Ou isso era o que ele pensava. O que
significava que ele iria tentar com duas vezes mais empenho, apagar a memória de seu
primeiro.
Porra, eu era brilhante.
"Olha." Eu corri minhas mãos pelo meu cabelo, tentando parecer estressado. "Vivian,
podemos conversar lá fora?"
Ela assentiu com a cabeça, lentamente ficando em pé. Fiquei contente de ver que ela
tinha ouvido o meu conselho e pelo menos estava vestida como alguém de sua idade.
Jeans skinny legais e uma blusa preta com costas nadador que a fazia parecer mais
velha do que doze anos.
"Ei." John agarrou o braço de Vivian e sussurrou algo em seu ouvido. Ela assentiu,
abaixou a cabeça e saiu comigo.
Uma vez lá fora, eu a guiei para o banco e sentei.
"Aquilo foi... "
"Shh." Eu segurei o dedo nos seus lábios. "Dê-lhe alguns minutos. Ele vai ficar
olhando para fora, e se falarmos de imediato, vai parecer que estamos consertando as
coisas. Se ficarmos em silêncio, nós dois vamos parecer... Sem esperança. Temos que
parecer sem esperança.”
Vivian balançou a cabeça e cruzou os braços.
Depois de cinco minutos, eu virei para ela. "Desculpe por envergonhá-la."
Ela encolheu os ombros e sorriu para si mesma. "Ele me disse para encontrá-lo
quando ele sair do trabalho. Disse que traiu sua namorada na escola e sabe o quão ruim
é se sentir culpado por algo que é inteiramente culpa sua.”
"Hmm... Interessante. Isso não estava em sua pasta, o que basicamente significa que
sou mais brilhante do que eu achei que fosse.”
Ela chegou mais perto de mim.
"Não, não." Eu ri e botei mais distância. "De agora em diante, estamos frios, distante.
Ainda meio juntos, mas... Apenas pelas aparências."
"Certo." Ela cruzou as mãos no colo. "Então eu devo encontrá-lo?"
"Claro. Seja uma chata, reclame, diga-lhe que não é verdade, porque não é, mas diga
que eu me recuso a acreditar em você, porque eu tenho problemas de confiança. Diga
que é mais provável que tudo tenha acabado o que realmente frustra você, desde que eu
era o melhor sexo que você já teve. "
"O quê?" Ela corou vermelho brilhante. "Eu não posso dizer isso."
"Nós fizemos as coisas de trás para frente." Dei de ombros. "Normalmente eu os deixo
enciumados primeiro e, em seguida, eles oferecem um ombro para chorar quando as
coisas vão para o inferno. Mas estamos mudando as coisas. Diga-lhe que você está
chateada porque você vai sentir minha falta na cama. Diga que eu era incrível. Diga que
à noite, você grita meu nome, apenas para acordar sozinha."
"Eu não posso acreditar que estamos tendo essa conversa." Ela começou a balançar
para trás e para frente, os olhos dardejando entre mim e a grama, as bochechas ainda
coradas. "Eu não posso... Dizer essas coisas.”
"Você pode." Eu verifiquei meu telefone. "Você irá. E uma vez que tiver dito tudo isso
você vai embora, diga a ele que está exausta, não tem dormido bem. Ele vai querer o seu
telefone. Dê a ele. Ele vai lhe enviar uma mensagem de boa noite. Não responda a
mensagem antes das três da madrugada. Ele vai retornar a mensagem, acredite. E
quando ele fizer e perguntar o que você está fazendo, diga que você está inquieta."
Eu dou uma olhada no histórico de John. Eles tinham em torno de 80 por cento de
chance de se darem bem. Isto é, se ele parasse de se atrapalhar durante a aula e
realmente terminasse sua lição de casa e a entregasse em tempo. Vivian estudava uma
tonelada.
"Você tem quaisquer provas chegando?"
"Sim, em bio.”
"Ótimo. Ele está em bio, certo?”
Outro aceno.
"Diga-lhe que a única coisa que afasta sua cabeça para longe de tudo que está
acontecendo é estudar... Ele vai se oferecer para vir e estudar com você. Dê-lhe um dia e,
em seguida, deixe que ele venha. Mande uma mensagem pra mim no momento em que
ele entrar na sua casa, e eu vou te enviar mensagens durante toda sessão de estudo para
que você pareça distraída. Ria de alguns dos meus textos e, em seguida, suspire e bata o
seu livro fechado. Ele vai dizer que você merece o melhor e vai te perguntar se você já
pensou em estar com outra pessoa. E neste ponto é muito importante que você ouça
cada maldita palavra que eu disser.”
"Eu sinto que isso está acontecendo muito rápido." A respiração dela pegou
velocidade, como se ela estivesse pronta para desmaiar.
Oh, bom, outra hiperventiladora. Eu não tenho tempo para esta merda hoje. Blake
estaria terminando o treino de vôlei em breve, e eu tinha planos para aquela boca, as
pernas, bem, cada parte dela.
"Você quer ele, certo?"
"Sim."
"Bom, então diga a ele que você nunca esteve com mais ninguém. Diga-lhe que você
só beijou...?" Eu esperei por sua resposta.
"Dois caras," ela balançou a cabeça, confiante.
Bom, ela estava pegando o jeito dele.
"Ótimo," eu disse. "O primeiro foi na escola?" Eu estava adivinhando.
Um aceno de cabeça e, em seguida, um encolher de ombros. "Bem, nós dois
estávamos na escola. Eu não tenho saído muito desde que cheguei à faculdade.”
"Sinto muito."
"Pais superprotetores," ela bufou. "Eles controlam tudo. É apenas mais fácil, às vezes,
se acomodar e deixá-los tomar conta de tudo.”
"Você se mudou, então agora você está bem, certo?"
"Sim." Ela sorriu. "Ok, dois caras, e depois? Como eu saberei se sou boa em beijar? E
se eu não for boa o suficiente?”
A menina tinha um ponto.
Eu levantei um dedo. "Segure esse pensamento."
Agarrando meu celular com a minha mão, eu disquei o número de Lex. Ele respondeu
ao primeiro toque. "Diga-me que você está andando ao lado da fonte em poucos
segundos."
"Estou vendo você agora."
"Preciso de você."
"Ótimo."
Ele desligou.
Vivian franziu a testa enquanto Lex caminhou ao redor da fonte e veio em nossa
direção. Eu amava observar a reação das meninas para ele. Ele tinha um porte de um
jogador de futebol, mas tinha o cérebro... Eu não sei, um gênio do mal? Era quase como
se soubesse exatamente quais componentes químicos eram disparados em seus
pequenos corpos hormonais quando ele sorria na direção delas. Ele sabia exatamente a
quantidade de pressão para adicionar a cada beijo, para causar uma explosão.
Certo. No passado, eu tive momentos em que eu queria matá-lo e dissecar o seu
pequeno cérebro bizarro. Agora era apenas interessante de assistir.
"Você chamou?" Ele enfiou as mãos nos bolsos.
Eu dei um aceno indiferente na direção de Vivian. "Ela precisa saber como fisgar um
cara com o beijo."
"Certo." Ele colocou sua bolsa no chão. "Nós vamos fazer isso aqui?"
Olhei em volta. "Sim, mas talvez seja melhor ficar mais atrás das árvores para que
John não veja."
Ele puxou Vivian levantando-a e levou-a de volta para as árvores, em seguida, colocou
suas duas mãos em seus ombros. "Você está pronta?"
"Espere." Ela olhou para trás e para frente entre nós e sussurrou com voz trêmula: "O
que está acontecendo?"
"Primeiro dia do resto de sua vida." Lex assentiu seriamente. "Pense nisso como
educação sexual, só que... Melhor."
"Eu sei sobre os pássaros e as abelhas."
Lex sorriu, olhando-a de cima a baixo em descrença. "Com certeza."
"Quem é você?" Ela perguntou, colocando as mãos nos quadris.
"A segunda metade do todo." Lex apontou para mim.
"Você é gay?" Disse ela.
Ele puxou-a perto dele. "Venha se esfregar em mim e descubra querida."
Revirei os olhos. "Vivian, deixe, Lex vai te ensinar como beijar. Eu não posso fazer
isso, por que..." Eu fiz uma careta. Tecnicamente, eu poderia fazê-lo. Eu só... Não queria.
Parecia traição, mesmo que fosse apenas trabalho. Merda, eu me perguntava se strippers
pensavam a mesma coisa a cada noite em que elas tiravam a sua calcinha.
"Ele desenvolveu uma vagina," Lex disse amavelmente. "Além disso, ele pode até ter
um rabo crescendo nele, pode até ter me superado na cama, não temos realmente feito
uma pesquisa nos últimos tempos, mas isso? Isso eu sei que sou bom. Então se anime
tesouro, porque eu estou prestes a mudar a sua vida.”
"A pesquisa foi falsificada," argumentei.
Lex pressionou sua boca contra a dela suavemente, em seguida, puxou de volta.
"Agora, antes de eu beijá-la novamente, eu vou lamber o meu lábio inferior. Nota, eu
disse lamber, não babar. Um pingo apenas, de modo que os nossos lábios deslizem um
através do outro. E, em seguida, apenas uma pequena provocação." Ele lambeu os lábios
e beijou-a novamente, desta vez demorando em seu lábio inferior antes de outro beijo.
Em seguida, sua língua deslizou para fora, encontrando a entrada de sua boca antes que
ele puxasse de volta.
Seus olhos estavam fechados, e ela inclinou-se para frente enquanto Lex começou a
falar novamente. "Agora, quando você tem a pressão correta na parte de baixo, certifique-
se de manter suas mãos acima de sua cintura. Elas nunca devem estar para baixo, elas
nunca estão puxando sua cabeça, simplesmente devem tocar os bíceps do cara, de leve,
quase como se você estivesse tentando se controlar. Entendeu?"
Vivian não parecia confiante, mas ela balançou a cabeça e depois se inclinou e beijou
Lex.
Quando ela terminou, ela deu um passo para trás e esperou.
"Bom." Lex franziu a testa. "Talvez deva hesitar um pouco mais, certifique-se que você
está tocando pelo menos um ponto erótico do meu corpo."
"Ponto erótico?" Vivian fez uma careta.
Lex suspirou como se estivesse ensinando matemática a um aluno da primeira série.
"Peitoral, pau, quadris, cotovelos, ombros, coxas. Mas, neste caso, eu disse não abaixo da
cintura, então toque em meu cotovelo. Ou se você realmente quiser ir muito além, vá em
frente e toque na coxa.”
"Sua coxa." Ela assentiu com a cabeça. "Ok, então estamos sentados?"
Lex gemeu. "Meu, eu realmente não tenho tempo para isso."
Eu intervi. "Vivian, se você estiver em pé, vá para o bíceps. Deste jeito." Eu a puxei em
meus braços. "E se vocês estiverem sentados, sim, toque de leve em sua coxa. Mas não
apalpe. Um raspão de leve é a forma como você toca uma flor; um apertão é como você
pega uma bola de stress.”
"Flores, não bolas." Ela assentiu com a cabeça. "Entendi."
Lex começou a rir. "Tudo bem, meu trabalho aqui está feito. Divirtam-se, crianças.”
Ele saiu assobiando enquanto as meninas ficaram olhando para ele.
"Você acha que dá conta disso?" Eu cruzei os braços. "Porque nós estamos correndo
contra o tempo, e eu tenho coisas para fazer."
"Sim." Se ela balançasse a cabeça mais uma vez, sua cabeça ia cair.
"Não balance mais a cabeça. Dê respostas mais curtas. Diga "sim" em vez de "yep.”
Sempre responda com frases completas - você não tem mais dezesseis. E não concorde
com a cabeça. Se você acena, ele pode não ouvir a sua voz. E nós precisamos que ele
ouça a sua voz. Queremos torturá-lo quando ele está na cama. Sozinho. Entendeu?"
Ela assentiu com a cabeça, em seguida, parou e disse: "Sim.”
"Boa menina. Você tem meu número. Mensagens curtas.”
Eu andei em direção ao meu carro. Eu estava me atrasando para o jantar, mas isso
não importava. Eu só queria ver Blake.
Inferno, eu nem sequer precisava de sexo.
O que significava que algo estava seriamente errado comigo.
31
"Eu acho que você deveria fazer de conta que está com gripe," eu disse, enquanto Blake
corria em torno de seu quarto para ficar pronta para o seu jantar com David. Eu a tinha
atrasado tanto quanto eu poderia. Primeiro no chuveiro, em seguida, antes que ela se
vestisse. E agora, quando ela deslizou em saltos, tudo que eu conseguia pensar era nela
usando aqueles saltos comigo, nua. "Pensando bem.” Inclinei a cabeça. "Use estes para
mim esta noite?"
Blake riu e ficou com as pernas bambas. "Então, como eu estou?"
Suspirei e fechei os olhos. "Linda."
"Você não está nem olhando."
"Porque olhar para você me irrita. Faz eu me lembrar de que ele vai olhar para você, e
cada vez que eu penso sobre ele na mesma droga de sala com você, eu quero cortar a
mão dele, atirar nele e enterrá-lo no quintal de Gabs. "
"Isso é muito específico."
Eu gemi. "Você não tem ideia" Eu caminhei até ela, "tão específico quanto realmente
poderia ser.” Quer um exemplo? Eu tenho vários. Eu belisquei seu lábio inferior e puxei a
alça de seu vestido preto furtivo para baixo do ombro, beijando o local onde a alça tinha
estado e tentando empurrar o material mais abaixo.
"Oh não, você não vai." Blake sacudiu o dedo para mim. "Pense nisso desta maneira,
quanto mais cedo eu sair com ele e dizer-lhe o quão feliz estou com você, mais cedo
podemos botar toda essa coisa de David atrás de nós. Além disso, como eu disse, ele é
um amigo.”
"Exatamente o meu ponto. Você dorme com seu amigo, todas as noites.”
Blake suspirou. "Ian, confie em mim. Eu quero você. Não ele."
Foi nesse momento que eu percebi que ela me tinha pelas bolas de uma forma muito
preocupante, porque, pela primeira vez em anos eu estava inseguro. Temeroso de que
nossa relação fosse muito nova e ela tinha o padrão para o que era confortável.
Com medo do que ela iria resolver ficar com ele.
Então, novamente, o que me fazia melhor do que David?
Merda. E se ela fosse resolver por estar comigo, não ele? E se eu estava segurando-a
de volta? E se...
E é por isso que pessoas como eu nunca deveriam namorar, porque caras como eu
tem muitas preocupações. Caras como eu ajudam meninas a conseguir caras como
David. Eu sabia exatamente o que ele iria fazer para conquistá-la. Eu sabia exatamente
como ele responderia a cada risada, cada suspiro. Droga. Era como enviá-la para fora
desarmada. Ela não estava pronta para a batalha, e não quando ele vinha com as pilhas
de memórias da infância de David contra mim.
Eu realmente deveria ter olhado através dos resultados de compatibilidade que Lex
tinha me dado. Pelo menos então eu saberia quem era o melhor homem, mesmo que o
fato de que pudesse ser ele, fizesse meu peito apertar com raiva.
Se ela era para ser dele, ela seria.
Mas ela estava comigo.
"Ian?" Blake acenou na frente do meu rosto. "Você está bem?"
"Vá," Eu bufei. "Eu não vou levá-la para o jantar como o namorado porra-louca que
não pode confiar em sua menina. Sério, vá. Eu vou, hum, eu vou te ver hoje à noite?”
"Sim." Ela fez uma careta. "Eu vou parar na sua casa depois. Isso ainda está bem?”
"Claro." Forcei um sorriso, em seguida, beijei-a rapidamente na bochecha. "Só não
deixe ele te tocar. Qualquer lugar. Nem mesmo nas suas costas, o que significa que ele
está pensando em tocar sua bunda, ok?”
"Prometo." Ela levantou a mão. "Vá assistir a um filme, relaxe. Talvez deva fazer algum
trabalho de casa."
"Ah.” Como eu queria fazer estatísticas, enquanto ele esta olhando para baixo do seu
vestido e imaginando-a nua. Como o inferno. "Boa ideia."
"Confia em mim?" Ela disse em uma voz de esperança.
"Sim."
Ela me deixou parado ali em seu quarto, perguntando-me como diabos eu tinha ido de
ser um cara que estava confiante em todas as áreas de sua vida, para um cara se
perguntando se tinha feito um enorme lapso de julgamento, dando-lhe uma chance.
Porque o minuto em que você está em um relacionamento, como realmente nele, você
tem o potencial para falhar.
E eu não falho.
Foi por isso que depois da minha lesão eu me esforcei tanto.
Foi também por isso que eu não corria riscos, por isso que eu não namorava. Eu
amava as mulheres. Amava. E eu gostava de sexo imensamente.
Mas o sexo sempre foi apenas sexo.
Agora eu estava ligado a Blake.
Merda.
A primeira coisa na lista? Eu iria abrir a maldita pasta, conferir as estatísticas, olhar
para as análises detalhadas e tomar uma decisão, mesmo que isso me matasse. Além
disso, o quão ruim poderia ser? Eu não era um cara horrível, e as coisas estavam indo
muito bem com Blake. Eu tinha certeza que o programa tinha nos determinado uma alta
porcentagem. Inferno, talvez até algum lugar nos noventa por cento.
Mas eu iria continuar saindo com ela se eu descobrisse que estávamos condenados
desde o início? Mesmo se eu realmente gostasse dela?
O pensamento assombrou-me todo o caminho de casa.
32
Lex tinha deixado os resultados na sala de estar, onde ele normalmente fazia o seu
trabalho. A mesa da sala de jantar estava limpa, exceto por algumas pilhas de pastas de
arquivos e os sempre presentes MacBook Pro de Lex.
Puxei uma das cadeiras de metal e sentei meus olhos nunca deixando a pilha. Merda,
não era como se fosse resultados do teste de paternidade. Era apenas um número.
Um número que iria me dizer uma vez por todas se eu era o colonizado ou o
colonizador.
Droga.
Bati meus dedos contra a mesa, em seguida, com uma maldição, me empurrei para
trás na cadeira e fiquei de pé, pairando sobre o laptop, ainda olhando, mas tendo
dúvidas. O que isso realmente me mostraria? Se eu estivesse errado, se ela realmente
estivesse melhor com David, então... Se eu realmente gostava dela, eu a deixaria ir,
certo? Por que eu iria querer machucá-la? Eu tinha começado Wingmen Inc. para
pessoas exatamente como ela.
Para protegê-la de caras como eu, daqueles que eram jogadores. É isso o que
realmente estava acontecendo agora?
"Oh merda," eu resmunguei.
Eu fui me transformando em um franguinho, pensando em cada resultado possível,
analisando todos os ângulos da situação. Então, basicamente, eu era como Lex.
"Então você vai ler o resultado?” A voz de Lex interrompeu o meu olhar para o seu
laptop, fazendo-me amaldiçoar novamente e quase empurrar o computador para o chão.
"Ainda não decidi." Eu cruzei os braços. "O que você está fazendo em casa?"
"Eu moro aqui." O rosto de Lex estava apertado. "A menos que você esteja me
chutando para fora, o que você pode fazer depois de uma leitura rápida."
"Tão ruim assim?" Os arquivos zombaram de mim com todo o seu brilho
organizacional. Havia uma guia para cada cliente, e eu podia ver o meu nome. Eu
realmente não queria ver o meu nome.
"Duas doses de uísque ruim." Lex começou a se movimentar em torno da cozinha,
armários bateram e então de repente um copo de uísque foi empurrado na minha mão e
ele estava pegando a pilha de papéis com o rótulo, "Ian Hunter."
"Dê uma olhada," disse ele. "Não diga que eu não avisei. Mas se isso ajuda, então eu
sou totalmente a favor. "
"Como o inferno é que isto vai ajudar?" Joguei de volta toda a bebida, fazendo uma
careta quando a secura queimava como o fogo na minha garganta. "Traga a garrafa."
Lex trocou meu copo pelo meu arquivo e caminhou de volta para a cozinha. O arquivo
era grosso, e segurando-o fiquei pensando em todas as coisas de merda que eu já tinha
feito com meninas no meu passado. Eu não podia acreditar que meu furtivo companheiro
de casa tinha mantido um registro apenas para o caso de eu decidir ser estúpido o
suficiente para me apaixonar por alguém.
"Diga-me a verdade," eu disse uma vez que Lex voltou com a garrafa, bem como um
copo cheio. Eu ignorei o vidro e passei a garrafa para longe dele antes que ele pudesse
argumentar. "Você gravou toda essa merda sabendo que um dia eu finalmente pularia
para o penhasco da terra dos comprometidos? Ou você estava apenas olhando para as
nossas clientes?”
"Curioso." Lex puxou uma cadeira. "Porque parece que você está me perguntando se
isso é pessoal ou empresarial."
"E a classe inteira de ética empresarial, de repente, foi jogada na minha cabeça.
Obrigado por isso.”
Lex sorriu, tirando a garrafa da minha mão. "Para ser honesto, eu fiz isso para as
nossas clientes, porque no fim, são elas que importam, não nós. Eu inseri suas
informações no momento em que vi as coisas começarem a mudar entre você e Blake.
Inferno, no instante em que percebi a demora. "
"Explique outra vez?"
"Não se faça de idiota. Isso não parece certo em você." Lex revirou os olhos. "A demora.
Você retardou. Você se encostou. Cada músculo em seu corpo ficava tenso quando ela
entrava na sala, você apertava seus punhos quando David entrava na sala, e seus olhos
faziam aquela coisa estreita estranha onde parece que você está apenas tentando
concentrar-se ou talvez fazer estatísticas na sua cabeça quando na verdade você está
apenas fazendo tudo em seu poder para não matar o bastardo que por azar você está
encarando." Lex inclinou a garrafa para trás e tomou um gole gigante.
"Eu quero dizer isso da forma mais cortês possível, Lex, mas se você fosse uma garota,
eu tenho certeza que o conhecimento que você tem sobre mim só faria com que você
parecesse um perseguidor."
"E eu não sei?" Ele soltou uma gargalhada. "Eu não posso fazer nada se eu sou um
gênio. Minha bênção, minha maldição.”
"Certo." Uma dor de cabeça começou a latejar entre minhas têmporas. "Tudo bem, é
como um Band-Aid. Eu só vou puxar rápido e olhar."
"Eu posso ler os resultados em voz alta na minha voz sexy se isso ajudar."
"Você tem uma voz sexy? Sem brincadeira?" Eu ri, roubando a garrafa novamente e
tomando um gole menor desta vez.
"Sim, uma das minhas conquistas disse isso esta manhã, embora eu ache que ela
estava apenas tentando me convencer a voltar para a cama, em vez de saltar para fora de
sua janela, porque a minha casa estava inundando."
Olhei em volta. "Uau, sim, eu vejo o que você quer dizer. Tanta água. Ainda bem que
temos um seguro.”
"Ei, isso foi exatamente o que eu disse."
"Você é um filho da puta, você sabe disso, certo?"
"Diz o cara cujo cão morreu quantas vezes no ano passado?"
Fiz uma careta. "Não mais do que dez. Completamente diferente."
"Cara, você mata cães imaginários. Pelo menos eu invento uma desculpa sobre um
possível desastre na casa."
"Tudo bem." Eu levantei minhas mãos. "Eu não vou discutir com você. Eu só vou ler,
processar e, em seguida," um profundo suspiro sacudiu meu corpo "ficar bêbado.”
"Certo." Lex levantou "Talvez esperar para beber mais da garrafa até que você tenha
lido e entendido completamente todos os cálculos, certo?"
Eu balancei a cabeça e empurrei a garrafa para longe. Eu tomei uns dois goles, talvez,
quase nada relevante, mas ainda assim, talvez eu gostaria de sair para dar uma volta
mais tarde, você sabe, saltar de um penhasco.
A primeira página não foi tão ruim.
Então, novamente, nela só tinha o meu nome, idade, altura e peso. Merda, não seria
surpresa para mim se Lex tivesse o meu número de segurança social também.
Na página seguinte tinha informações de Blake, tudo o que eu já sabia.
E a terceira página tinha nossos resultados.
Seu cruzamento com David tinha sido no percentil oitenta. Eu tive esse número de
pânico memorizado. Inferno, o estúpido gráfico de barras foi cimentado em minha mente
como um pesadelo que voltava cada vez que eu fechasse os olhos.
Cinquenta.
O número era assustador. Nosso cruzamento foi no percentil cinquenta. Entorpecido,
eu continuei lendo.
Ficou abaixo da média nas seguintes áreas: capacidade de comprometimento e
histórico de relacionamento, e acima da média em promiscuidade sexual.
Engolindo o nó gigante na minha garganta, eu continuei lendo.
Dois meses.
Nosso programa ainda deu um cronograma para o término do relacionamento.
Enfiei os papéis de lado. Eu não precisava ler mais. Curiosidade era uma puta
malvada, então eu peguei o arquivo de David e comecei a ler.
Sem brincadeira.
Eu fechei a pasta e verifiquei meu relógio.
Ela tinha estado em seu encontro durante uma hora. E eu estava sentado em casa, a
caminho de ficar bêbado e sentindo pena de mim mesmo por causa de alguns números
estúpidos.
Sem pensar, peguei minhas chaves e marchei em direção à porta.
"Oh não, você não." A voz de Lex ecoou pelo corredor. "Eu vou dirigir. Eu só tomei
uma bebida. Você tomou... Quem sabe quantas. Onde estamos indo?"
Eu me recusei a responder.
"Ah, que bom, uma emboscada? Parece divertido. Estou dentro."
"Você não tem lição de casa ou algo assim?" Eu passei por ele e agarrei o meu casaco.
"Qualquer coisa?"
Seu sorriso caiu. "Não."
"O quê?" Meus olhos se estreitaram. "Você nunca está em casa em uma noite de
quinta-feira, ou qualquer outra noite. O que está acontecendo?"
"Nada." Sua resposta foi rápida, e sua mandíbula se apertou no lugar como se ele
estivesse tentando quebrar uma linha inteira de dentes. "Largue."
"Ok." A dor bateu na minha cabeça. "E nós estamos indo para U Village. Ele a levou
para jantar no Pasta and Co."
"Ah." Lex riu, depois ficou sério. "Oh, você está falando sério? Pasta and Co?"
"Nem todo mundo é um especialista em sedução, graças a Deus."
"Massa. A pior comida para encontros, ao lado de costelas.”
"Mais uma vez, agradeço a Deus por isso."
Lex parou na porta. "Olha, você realmente acha que isso é uma boa ideia? Tanto
quanto eu sou contra qualquer tipo de relacionamento em que você estiver, e realmente
fica comprometido com uma pessoa, isso pode acabar mal se você ficar espionando ela.”
"Super heróis não espiam. Nós... Fazemos check-in."
"E como o vilão de seu herói, eu só iria arrombar, então quem sou eu para falar?"
"Exatamente."
33
Espionagem não parecia errado para mim até que acabamos no meu SUV, parecendo
como dois caras tentando roubar um banco.
"No canto mais longe," disse Lex baixando os binóculos. "Ela está de frente para ele,
não sentado do outro lado, mas lado a lado. O bastardo tem habilidades, afinal. Quer
ver?"
"Não." Eu olhava para frente. "A última coisa que eu quero ver é o quão perto dela ele
está sentado, ou se ele vai estrategicamente deixar cair o guardanapo no chão para que
possa ter uma desculpa para colocar sua cadeira mais perto."
"É assustador,” Lex disse em voz baixa, “como você conhece bem o sexo masculino."
"O guardanapo caiu?"
"Sim."
"Cadeira se aproximando?"
"Isso aí."
"Merda." Eu esfreguei os olhos, minha visão borrando com dor de cabeça. "Ele
provavelmente vai inclinar-se e dizer que não pode ouvi-la muito bem por causa da
multidão. Haverá outro arrastar de cadeira até que eles estarão coxa com coxa, dando-
lhe apenas uma polegada de sua mão para cobrir sua perna nua. Melhor zona erótica
para um encontro.”
Lex ficou em silêncio. E, em seguida, "Porra, cara, você deveria escrever um livro... Ele
está franzindo a testa, ele parece estar se desculpando... Outro arrastar de cadeira, mas
eu não posso ver por baixo da mesa."
"Ele está tocando. É claro que ele vai tocá-la."
"Não fique imaginando."
"Porque, eu errei alguma coisa até agora?" Eu atirei.
Lex não respondeu, e eu ainda não conseguia olhar. Olhar pareceria como a gota
d'água, uma traição. Eu disse que confiava nela, então, pelo menos, usando Lex eu
estava mantendo minha promessa. Mais ou menos.
"Então Superman, qual é o próximo passo?" Lex perguntou depois de alguns segundos
de silêncio.
Meu telefone tocou.
Era um texto de Blake.
Franzindo a testa, eu o abri e senti meu corpo inteiro tenso.
Blake: Jantar acabou. Pedindo sobremesa, então eu vou estar em casa. Não se
preocupe.
"Lex?" Eu fiz uma careta para o telefone, raiva bombeamento através de mim
enquanto eu contemplava batendo o telefone. "Será que eles já comeram?"
"Eu vejo o pão na mesa... mas nenhum prato principal. Espere, espere." Ele ficou em
silêncio novamente, e depois continuou: "O garçom parou, mas David o dispensou com
um aceno.”
Balançando a cabeça, eu disparei um texto de volta para Blake.
"Mais dois," disse DJ, o amigo de David, com seus dedos levemente tocando a barra
enquanto David fez um alto gemido gigantesco e empurrou o peso para cima. "Mais um!"
As pernas de David quase saíram do chão.
Toda a equipe de basquete era tão inepta na elevação de pesos? Ou apenas David?
Parecia que ele estava usando cada célula de seu corpo para tentar levantar a barra. Ele
faria o meu dia, se o bastardo soltasse um peido e alguém twitasse isso. Oh, as hashtags
que eu poderia inventar com uma história destas. Eu já estava irritado que David
estivesse fora de hora por ali, malhando durante o meu horário. Fazer o que.
Voltei as minhas flexões e ouvi mais gritos da direção de David.
"Boa série, boa," disse o DJ. Ouvi tapinhas nas costas, e provavelmente um tapa na
bunda. Eu não perdi essa parte organizada da cultura esportiva. O levantamento de peso
e o treinamento eram quase como uma religião. Não era saudável, era uma das coisas
que eu agradecia por estar afastado, mesmo que não fosse isso que eu teria,
originalmente, escolhido para mim.
Eu tinha terminado a minha última flexão e cai sobre o tapete, controlando minha
respiração, esperando minha frequência cardíaca baixar, quando um par de chinelos
entrou diretamente na minha linha de visão.
Chinelo Adidas, modelo 1992, preto e branco em um tamanho 38.
Lentamente, levantei minha cabeça, então me empurrei para uma posição sentada
sobre o tapete. "Sim?" Eu mantive minha voz baixa, irritada. Isso não era difícil de
retirar, já que eu estava exausto de meu treino e extremamente chateado. Amor ou não
amor, ela ainda tinha beijado outro cara.
Traidora havia traído.
Ponto.
Os cabelos ondulados de Blake estavam puxados em um rabo de cavalo baixo, e ela
estava usando óculos de aro preto. Eu não tinha ideia de que ela ainda usava óculos.
Uma quantidade generosa de barriga estava aparecendo, graças a seus shorts de
basquete de cintura baixa e ao apertado top rosa.
Eu só podia imaginar quantos caras começaram a empilhar pesos neste exato
momento na esperança de impressioná-la, não percebendo que ela não era do tipo de
ficar impressionada com isso. Eu deveria saber.
Atletas viam através de merdas assim, especialmente quando você não podia nem
mesmo puxar a maldita barra fora do rack.
"Blake," David gritou do outro lado do ginásio.
Eu cerrei meus dentes e tentei me impedir de perder a cabeça. Por que diabos ela
estava aqui?
"Ouça." Blake ignorou David e se inclinou para baixo, a voz baixa. "Eu preciso falar
com você sozinho."
"Você não recebeu meu e-mail?" Eu fiquei de pé abruptamente e girei meu pescoço.
"Nós estamos encerrados. Terminados."
"Não, nós não terminamos." Seu lábio inferior tremeu quando ela colocou a mão no
meu antebraço. "Ian, eu te amo. Sinto muito sobre o beijo. Eu posso explicar. Não era
sobre você. Eu estava confusa."
"Não me diga," eu disse com uma risada oca. "Olha, você nos fez um favor."
"Oh?" Era a sua vez de olhar chateada quando tirou a mão e cruzou os braços,
pressionando seus seios altos o suficiente para dar a qualquer cara olhando, algumas
fantasias sexuais por horas.
"Sim." Eu rapidamente puxei os braços dela para baixo e os prendi em seus lados.
Melhor. "Nossa taxa de sucesso projetada... Não era boa. Então, se você quiser ter uma
chance de cinquenta por cento" Eu dei de ombros e balancei a cabeça em direção a um
David que vinha se aproximando "você deve ir para aquele que você queria o tempo todo.”
Porra, como eu nunca tinha percebido o quão estúpido sua caminhada era? Linhas
retas, amigo, linhas retas.
Os olhos de Blake se estreitaram. "Tudo isso mudou. Você sabe disso."
"É o sexo," expliquei. "Uma reação química ocorre que faz com que você se prenda
emocionalmente a uma pessoa quando tiver relações sexuais. Em alguns dias isso vai se
desgastar. Eu vou fazer isso; dar um tempo.”
"Ian," disse ela novamente, desta vez com mais desespero. "Eu estou dizendo que eu te
amo, e você está me afastando. Você não se importa nada comigo? Nem mesmo um
pouquinho?"
Sim. Eu me importava muito. E nesse momento, independentemente do que ela disse,
independentemente de como se sentia sobre mim, eu sabia que ia ter de fazer a escolha
para ela.
Porque não valia a pena o risco. Ela valeu a pena, com certeza. Mas eu? Eu não.
Era uma merda ter zero de crença em mim mesmo, mas o que eu faria se eu a
machucasse? E se, nesta situação, eu fosse o seu Jerry, o marido da minha irmã? O cara
que ela se contenta, apenas para não ficar sozinha?
"Ian?" Lágrimas estavam em seus olhos.
"Vá." Eu dei um passo para trás. "Seu namorado está esperando por você."
"Meu namorado está de pé na minha frente."
"Não mais," eu sussurrei, tomando um último olhar demorado naqueles lábios,
naqueles olhos. Eu tive que desviar o olhar. "Seja feliz."
"Você está?"
"Estou o quê?" Minha cabeça se virou em atenção. David tinha apenas cinco pés de
distância de nós agora, e ganhando.
"Feliz?"
"Será que isso importa?" Perguntei, quando David serpenteou seu braço ao redor
Blake e tentou puxá-la para um beijo.
"Para mim, sim."
"Ian!" David estendeu a mão livre. "É bom ver você, cara."
Olhei para sua mão, em seguida, inexpressivamente encontrei seu olhar,
descaradamente ignorando sua suposta oferta de amizade, porque tudo o que ele estava
fazendo era tentar me dar à sacudida do vencedor. Aquele que disse: Oh ei, desculpe,
você perdeu, você bastardo patético, mas aqui está uma medalha de participação para
todos os seus problemas. Sem ressentimentos, certo? Oh, OS - você que ensinou a ela
aquele negócio do arco na cama? Obrigado, cara. Muito obrigado.
"Inferno," eu disse sob a minha respiração e falsifiquei o melhor sorriso que pude
reunir. "Vejo vocês mais tarde. E David?"
Inacreditável. Ele ainda estava sorrindo. "Sim?"
"Trate-a bem."
"Oh." Seus olhos baixos enquanto beijava o topo de sua cabeça. "Eu já fiz isso... Noite
passada."
Os olhos de Blake se arregalaram.
E antes que eu soubesse o que estava acontecendo, eu estava lançando-me em todo o
tapete e socando o rosto dele com meu punho.
Repetidamente.
"Ian," Blake gritou com os braços fortes envolvidos em torno de meu peito e me
empurrou para longe do corpo de David no chão. Tentei ir atrás dele novamente.
"Cara." DJ me segurou com mais força. "Deixa pra lá, homem. Apenas deixe disso."
"Seu filho da puta!" Eu gritei. "Desrespeite-a daquele jeito de novo e eu vou te matar!"
David zombou com os dentes manchados de sangue. "Eu estava brincando." Ele bateu
levemente seu nariz já com hematomas. "Nossa, homem, era uma piada."
Uma piada? Quem brincava sobre ter sexo com uma menina na frente dela? A culpa
roía meu peito, porque realmente, quantas vezes eu tinha feito exatamente a mesma
coisa?
"Ian," Blake me chamou.
Eu não podia sequer olhar para ela.
Com uma maldição, eu deixei a sala de musculação em meio à multidão que assistia
com curiosidade horrorizada.
"Ian!" Blake me alcançou e agarrou meu braço. "Não é o que você pensa."
"Diga-me." Eu nem sequer reconhecia mais minha própria voz. "Foi antes ou depois?"
"O quê?" Ela parecia confuso.
"Você disse a Lex que você me amava. Isso foi antes ou depois de você transar com
ele?"
"Nunca!" Blake me empurrou. "Você está falando sério agora? Como isso foi de beijar a
sexo?"
"Eu não sei. Diga-me você. Basicamente, eu te ensinei tudo Blake."
"Inacreditável!" Ela me empurrou mais duro. "Eu digo que te amo, e não só você me
empurra em direção a ele, mas você me acusa de dormir com ele também?"
"Não é como se você não quisesse, eu tenho certeza," eu murmurei.
Uma sensação de ardor passou através da minha bochecha quando sua mão foi
voando para o meu rosto.
"Acabamos?" Perguntei, evitando-a.
"Sim. Acabamos. Feito." Ela correu de volta para a sala de musculação, e eu continuei
minha caminhada da vergonha para o meu carro.
Engraçado, há algumas semanas, o que aconteceu, apenas teria sido a configuração
perfeita para fazer com que o cara finalmente notasse a menina. Inferno, nem mesmo eu
poderia ter escrito um final tão bom.
O único problema?
Não era ficção.
Não era uma armadilha.
Era a vida.
Quem disse que, "se você ama algo, você precisa deixá-lo ir," claramente nunca tinha
sido apaixonado antes. No entanto, isso era exatamente o que eu estava fazendo.
Deixando-a ir.
Para o homem melhor.
Que, pela primeira vez na minha vida, eu percebi. . . Não era eu.
35
"Ian? Você está me ouvindo? Nós nos beijamos. Foi fantástico..."
Inferno, mesmo se ele fosse o pior beijo de sua vida, ele ainda teria sido incrível,
porque quando você está apaixonado ou quando você realmente gosta de alguém, você
pode muito bem justificar qualquer coisa.
Bem, é claro que ele tinha gosto de café. Ele trabalha na Starbucks! Dã, ele bebe café!
Ian, seu bobo. Oh, não, ele queria bater os dentes nos meus. Não foi sem querer!
Ele disse que estava ansiando por mim durante anos. Anos! Você pode suportar isso?
Não, eu realmente não posso. Por favor, pare de falar.
Ou o meu favorito: Ele disse que mais baba torna as coisas melhores, porque a boca
seca pode matá-lo durante o oral. Eu juro.
Certo, e bolas vão cair se você não tiver relações sexuais antes dos quarenta.
Realmente não. Vá pesquisar.
"Ian!" Vivian estalou os dedos na minha frente. "Depois do beijo, como é que eu ainda
o mantenho interessado?"
Sim, eu precisava parar de sonhar acordado sobre certa garota e certo cara que eu
podia ver estavam atualmente andando de mãos dadas em direção ao HUB.
"Você...” Frenético com a visão, eu peguei a mão de Vivian. "Merda, Vivian, um beijo é
bom, mas o segundo beijo é o que lhes diz que o primeiro não foi um acaso. Então, desta
vez, deixe-o beijá-la, mas dê-lhe alguns sinais mistos. Não pode ser muito fácil.”
"Ok." Ela fez uma careta. "Então, talvez sentar-se mais distante dele?"
David riu de alguma coisa que Blake disse. Ela estava usando jeans e um top curto
que mostrava sua pele bronzeada, droga!
"Ian," Vivian rosnou.
"Certo." Sem pensar, eu puxei Vivian no meu colo, bloqueando minha visão de David e
Blake. "Seja brincalhona com ele, e quando ele se inclinar, puxe para trás, assim."
Inclinei-me, ela se afastou e sorriu.
Eu me senti oco. Vazio. "Bom trabalho, Vivian. Apenas certifique-se de que é um beijo
brincalhão, e então ele pode ficar apaixonado. Mas nada de amasso. Isso não é para o
segundo beijo ou mesmo o terceiro. Mantenha-o querendo. Quando você vai vê-lo
novamente?"
"Bem." Vivian se contorcia no meu colo. Droga, seu bumbum era ossudo - dê à
menina um cookie ou algo assim. Eu amo os corpos das mulheres, mas comam pelo
amor de Deus. "Nós temos que estudar hoje à noite."
"Lugar público. Em seguida, vão a algum lugar depois para beber, e então diga que
você precisa de uma pausa.”
"Entendi." Vivian se contorceu mais.
Blake e David devem ter ido.
"Ok, temos que ir." Eu a tirei do meu colo, então ficamos de pé no momento em que
David e Blake se viravam para mim. Pela aparência de sua boca, ele a estava beijando,
ou tentando arrancar os lábios do seu rosto. Mas ela não parecia satisfeita; se alguma
coisa, ela parecia irritada.
Bem feito, princesa; você conseguiu dar a seu coração o que ele desejava. Agora, pare
de me encarar.
“Antiga cliente?" Vivian apontou com a cabeça para eles.
"Mais ou menos." Eu fiz uma careta e peguei meu telefone. "Mande-me uma
mensagem com sua localização esta noite, e eu vou sair em segundo plano para me
certificar de que você precise de alguma ajuda."
"Ok." Vivian concordou. "Você realmente leva o seu trabalho a sério, não é?"
David mostrou-me o dedo pelas costas de Blake. Eu sabia que havia algo de errado
com aquele bastardo!
"Você não tem ideia."
"Obrigada, Ian!" Vivian pulava fora enquanto eu fazia uma nota mental para cortar os
freios de David, você sabe, quando Blake não estivesse no banco do passageiro. Eu não
iria prejudicar um fio de cabelo dela. Mas David? Vamos apenas dizer que eu queria
cortá-lo, membro por membro.
"Blake nos pagou," Lex anunciou quando eu entrei em casa e coloquei todas as minhas
coisas da escola sobre a mesa.
"Eu fiz a coisa certa." Eu estava dizendo muito ultimamente. Na minha cabeça
enquanto tomava banho. Antes de dormir, quando eu ainda sentia o cheiro dela em meus
lençóis, independentemente de quantas vezes eu os lavasse. Antes da aula, depois da
aula. Então, basicamente, tornou-se o meu novo mantra. Eu fiz a coisa certa.
Exatamente sete horas mais tarde, eu ainda estava repetindo isso para mim enquanto
estava deitado no sofá e me perguntava o quanto de pizza um homem poderia consumir
antes que ele realmente comesse até a morte.
Seria menos doloroso do que se afogar?
Será que Lex lamentaria? Ou simplesmente lucraria com o fato de eu ter tido uma
overdose de pizza e conseguiria fazer o Domino dar o nome de uma pizza em minha
homenagem?
Pensamento profundo. Era nisso o que a minha vida tinha se transformado. Bem,
nisso, em nada de banhos, excesso de comida e reprises de Game of Thrones.
Em um momento de fraqueza completa, enviei um texto para Blake.
Blake: Você me largou para o meu próprio bem e me rejeitou quando eu disse que te
amava. Vá. Para. O. Inferno.
"Você não parece alto como uma pipa." Blake fez uma careta, batendo a porta do carro
atrás dela e puxando para baixo o vestido de malha cinza que mal cobria sua bunda. Mal
cobriu, a propósito e eu ofereci uma oração de agradecimento. Tentei parecer
embriagado, o que era difícil, considerando que eu queria beijá-la e realmente comer seus
lábios.
"Eu estou alto." Eu assenti. "Muito louco. Ei, quer uma bebida?"
"Não," ela disse, fervendo, e bateu na minha mão. "Eu não quero uma bebida. Eu não
sou mais sua namorada, lembra? E a única menina que você tem como amiga tentou
matá-lo em seu sono."
"Gabs exagera nessa história toda vez que ela conta isso. Eu não estava dormindo, eu
estava fingindo.”
"Então, o ferimento a faca era falsa também? E o sangue?”
Eu estremeci, lembrando-me do dia em que Gabi acidentalmente me esfaqueou no
braço depois de tentar me assustar no Dia das Bruxas. "Estamos ficando sem assunto.”
Blake fez uma careta. "Basta entrar no carro para que eu possa conduzir sua bunda
bêbada pra casa. Eu não posso acreditar que eu realmente vim. O que há de errado
comigo?" Ela estava fazendo aquela coisa bonita de falar consigo mesma, e mastigando a
unha do polegar como se ele pudesse responder a sua pergunta.
"Nada." Eu lhe dei uma boa olhada, meus olhos se demorando em suas pernas. "Sério,
nada. Isso é um problema."
"Como é que é?" Ela esticou seus quadris, colocando as mãos sobre eles. Eu segurei
meu gemido, que foi difícil. Quase tão difícil quanto não beijá-la, e em seguida, jogá-la
por cima do meu ombro.
"Fofa. Será que Gabs lhe ensinou esta coisa de cabeça giratória?" Eu ri.
"Nossa, você está bêbado. Da última vez que conversamos você quase matou David e
conseguiu quebrar simultaneamente meu coração no processo. Eu te odeio agora, mas
felizmente você não vai se lembrar de nada amanhã."
"Não, bêbado não." Eu a conduzi em direção ao bar, enquanto ela tentava me arrastar
de volta para o carro. "Mas eu tenho uma confissão a fazer."
"Oh?" Ela parou de lutar.
"E eu percebo que isso não é romântico, mas..." Dei de ombros, "Eu te amo."
Blake parou. "Você acabou de jogar fora um "eu te amo"? Enquanto está chapado?"
"Eu menti sobre estar chapado," Eu ofereci desajeitadamente. "E sim, eu acabei de
dizer isso, porque é verdade. Porque em um mundo complicado, onde um ex-jogador da
NFL decidiu mudar o mapa da cena de namoro, ele de alguma forma se perdeu e caiu de
bunda por amor com uma de suas clientes.”
Blake não parecia convencida.
Eu também não estaria. Merda, aqui estava eu, distribuindo conselhos de
relacionamentos durante todo o ano passado, e não consegui nem mesmo fazer um
discurso convincente!
"As estatísticas me disseram que nós dois não éramos um bom par. Lex alterou os
dados, mas apenas em cinco por cento. Nós ainda temos apenas cinquenta e cinco por
cento de chance de dar certo. E você quer saber a verdade?"
Ela assentiu com a cabeça. "Se você for capaz de chegar a uma coisa dessas."
"Eu desesperadamente," eu a puxei contra meu corpo. "Quero você. Preciso de você.
Imploro por você." Agarrei-a pela parte de trás da cabeça e a empurrei para mim. Nossos
lábios se encontraram com força, a minha língua deslizando contra a dela antes de se
retirar. "Mas eu estava com medo."
"Ian Hunter? Com medo?" Seu lábio inferior tremeu. "Eu não acredito nisso." Ela
agarrou-se a mim agora, com as mãos segurando a minha camisa.
"David estava nos oitenta por cento," eu admiti, sentindo a necessidade de falar toda a
verdade. "E os números não mentem, eles nunca erram. Eu estava com medo de que
você se acomodasse comigo, enquanto seria ele que você sempre desejaria.” Senti meu
corpo apertar com a injustiça da situação. "Pronto. Falei. Confessei toda minha
insegurança agora. Se você me der licença, eu vou ficar bêbado até cair e esquecer que
apenas te contei que posso sentir medo quando se trata de relacionamentos."
Ela me pegou pela camisa e me puxou de volta. "Oh não, você não vai. Você não pode
simplesmente fazer discursos épicos e dar o fora como um furacão.”
"Não era épico," eu disse. "E eu nunca dei o fora. Eu fiz de conta, mas não dei o fora.
Às vezes eu tenho saído de fininho do quarto de uma menina, e eu não acho que eu
tenho que explicar o porquê por trás disso.”
Os olhos de Blake ainda estavam cheios de lágrimas. "Prove isso."
"Você quer que eu saia de fininho?"
"Prove seu amor." Suas sobrancelhas arqueadas em desafio. "Quero que prove isso
para mim. Você fez um discurso épico, você me disse que me amava de volta, e talvez eu
possa de alguma forma, entender o método para a sua loucura. Mas, tanto quanto eu sei
você só não quer que David fique comigo. Como eu sei que eu pertenço a você? "
Eu pensei sobre isso por um minuto. "Honestamente?"
Ela assentiu com a cabeça.
"Você não saberá. Você nunca poderá saber. Assim como as estatísticas me
derrubaram." Eu suspirei, lutando para não franzir as sobrancelhas, me faltam palavras
também. Inferno, eu acho que falta a todo mundo de vez em quando. É como se, ao
mesmo tempo eu quisesse ser eloquente e minha língua decidisse ficar colada ao céu da
minha boca."
Fiz uma pausa, nervoso sobre como convencê-la a respeito de como me sentia. "Eu
posso entrar nas calças de qualquer mulher que eu queira" Blake resfolegou, menos nas
suas. Eu podia virar as costas, entrar naquele bar e sair com qualquer uma, menos com
quem eu realmente quero... Provavelmente porque quando as palavras realmente
significam alguma coisa, quando têm algo poderoso por trás delas, elas sempre, e eu
quero dizer sempre, caem por terra. Minhas ações eu dei de ombros e agarrei sua mão,
elas falham também.
"Você vai ter momentos de dúvida, especialmente considerando o tipo de negócio em
que estou. No final do dia, a única coisa que realmente vai estar do nosso lado é o fato de
que nós nos amamos. Nós não estamos prometendo tempo. Não estamos prometendo que
vai ser perfeito. E eu não posso prometer que vou fazer direito na primeira tentativa.
Quero dizer, olhe para a bagunça que eu já fiz.” Mas eu a trouxe pra junto do meu peito
"Eu juro isso." Meus lábios roçaram os dela. "Vai ser só você Blake, que eu levarei para
casa à noite, que eu quero acordar ao lado todas as manhãs.” “Eu te amo. E se você me
der tempo, eu vou provar isso. Cada minuto de cada dia em que me permitir estar com
você.”
"Uau." Blake enxugou os olhos. "Isso foi..."
"Anda," a voz de Lex disse de algum lugar atrás de nós. "Beije-o para que vocês
possam ir para casa. Além disso, se David se chapou, então..."
"David está aqui?" Blake saltou longe de mim.
"Ah, sim, isso." Eu assenti. "Então David está aqui."
"Eu entendi isso," ela disse com os dentes cerrados. "Não que isso importe, já que não
estamos namorando."
"Vocês não estão?" Eu disse.
Lex riu sombriamente.
"Você!" Eu virei e dei-lhe um olhar mortal "é um bastardo doente. Você sabia?"
Ele deu de ombros, e eu me virei de volta para Blake.
"David é um idiota," disse Blake. "Quando eu lhe disse que eu não poderia sair com
ele porque eu estava apaixonada por outra pessoa, ele disse: O que o amor tem com isso?
Eu só quero transar com você, agora que você está gostosa."
Lex e eu olhamos para ela, pasmos.
"Bem, então." Dei de ombros. "Eu acho que eu não preciso atraí-lo para o bar para
que você possa ver por si mesma o quão longe nosso jovem David caiu. Tenho certeza que
ele está com uma prostituta, possivelmente duas. Se você quiser mesmo descobrir, tudo
o que você precisa fazer é chamar a polícia." Eu levantei o meu telefone.
Blake começou a rir. "Parece divertido. Eu poderia aceitar uma bebida depois de tudo
isso."
"Maricas," Lex tossiu.
Revirei os olhos. "Espere, Lex."
"Ah." Ele me deu um tapa nas costas. "Não, obrigado. Eu amo a minha vida. Não
haverá nenhuma espera de menina para me varrer fora de meus pés."
"Espero que não, uma vez que você tem um pau. Isso realmente não é como as coisas
funcionam."
"Meninos?" Blake limpou a garganta. "Quem vai comprar minha primeira bebida?"
"Essa honra vai para o seu namorado." Lex me deu um tapa nas costas. "Acho que
vou sair com Gabs por um tempo... Divirta-se."
"Espere, o quê?" Apertei os olhos. "Você odeia Gabs."
"Oh, eu disse sair?" Lex riu. "Eu quis dizer torturar. Ouvi dizer que ela está em casa
sozinha esta noite, e ela ainda odeia palhaços. Coincidentemente eu tenho uma peruca
de palhaço e um chifre na parte de trás do meu carro. Quais são as chances, certo?"
"Não vá levar um tiro, homem." Eu bato meu punho no dele.
"Sem promessas." Acenou-nos fora e caminhou em direção a um táxi esperando.
"Para odiar tanto alguém, ele realmente gasta muito tempo... Irritando ela." Blake
observava Lex.
Deixei escapar um suspiro. "Tem sido assim por muito tempo, e ele vai continuar a ser
assim. É melhor simplesmente ignorá-los," eu disse, acariciando seu pescoço enquanto
nós atravessávamos a multidão.
Com certeza, David estava bem em frente e no centro, dançando com algumas garotas
bêbadas.
"Você cheira bem," eu disse.
Blake riu, então se virou abruptamente e pressionou sua boca contra a minha
enquanto eu acenava para o bartender.
"Duas doses de tequila!" Eu gritei, ao vir à tona para respirar. Então eu girei Blake na
minha frente, parando-a para que ela pudesse assistir ao show grátis que David estava
dando.
Inclinei-me e murmurei em seu ouvido: "Admita, você quer bater nele." David estava
balançando seu quadril para frente e para trás na garota mais baixinha. Como ele era
muito alto e ela era tão baixinha, era como se ele estivesse tentando encaixar o seu
minúsculo pênis em sua axila. "Talvez eu devesse fazer um diagrama para ele ou algo
assim."
Blake se inclinou contra mim.
Eu assobiei um suspiro, e ela empurrou sua bunda contra mim quando encontrou
meu olhar por cima do ombro. "Sim, porque se alguém sabe o plano de jogo para
marcar... É você."
"Eu adoro quando você cumprimenta minhas proezas sexuais... Faça de novo." Eu
beijei o pescoço dela enquanto suas mãos chegavam as minhas costas. Ela tentou se
virar, mas eu mantive-a presa no lugar, então me movi lentamente para que ela ficasse
de frente para o bar. "Mãos sobre a madeira."
Ela me alcançou por trás dela.
"Beleza." Eu puxei a orelha com os dentes. "Madeira errada, querida."
Lentamente, ela avançou suas mãos longe de mim e as colocou na parte de cima do
bar.
"Se curve."
Ela congelou, em seguida, olhou de volta para mim. Estamos em público, ela sinalizou
com a boca.
"Exatamente." Meu corpo aqueceu. Não, ele loucamente começou a cantarolar com a
consciência. "Apenas uma pequena prévia, só para mim. Ninguém mais está assistindo,
não com o que o David Exibido está fazendo.”
Ela olhou para trás, e assim eu também.
Com certeza, todos os olhos estavam colados à catástrofe ocorrendo ao longo do outro
lado da sala. Pobre axila da garota ia ter uma impressão de pênis nela, juntamente com
um ralado de zíper. Tão triste, tão triste o amanhecer para ela..
"Tudo bem." Lentamente, Blake se inclinou sobre o bar e pegou nossos drinques. A
vista era linda. Vi apenas o menor indício de nádega, o suficiente para me fazer querer
me transformar em um exibicionista.
"Lindo." Eu apertei sua bunda antes de lentamente a virar, pegar um copo e brindar
contra o copo dela. "A um novo começo?"
"E finais felizes."
"E assim a virgem se transforma na vagabunda. Meu trabalho aqui está feito."
"Diz o prostituto."
"Que vai pra casa com você," retruquei. "Agora, vamos embora. Eu tenho algumas
ideias que envolvem cordas e fitas de amarar."
Os olhos de Blake se arregalaram. "Ian!"
"O quê?" Eu disse com um encolher de ombros. "Eu estava falando sobre reformas na
casa, você menina, menina suja."
Um rubor manchou suas bochechas.
"Agora, vamos sair daqui antes que eu pegue você no banheiro mais próximo. Tenho
que manter as coisas elegantes, se você estiver preocupada."
"Eu não sei..." Blake parou de andar. "Eu poderia ir para o banheiro."
"Hmm." Eu continuei levando-a para fora. "Talvez na próxima vez... Mas hoje à noite?
Eu quero você em uma cama... Não vou confessar meu amor por você e, em seguida,
levá-la em um banheiro, não importa o quão sexy você esteja neste vestido que eu
realmente não me lembro de comprar para você."
"É da Gabi."
"Às vezes eu a amo."
"E, às vezes, em ocasiões muito raras, ela te ama."
Rindo, eu beijei Blake na cabeça e sussurrei: "Vamos para casa."
37
Nunca na minha vida uma viagem de carro havia demorado tanto. Não ajudou que
algumas ruas abaixo da minha de repente estavam em obras e, então o trajeto que
deveria ter tomado alguns minutos levou perto de vinte.
"Você está bem?"
"Não." Meu corpo inteiro estava apertado, dolorido.
"Ian?"
"Hmm?" Eu me virei para olhar para Blake. Suas mãos estavam dobradas no colo, o
vestido de malha era quase indecente de tanto que ele avançou até as coxas. Estendi a
mão para agarrar a mão dela, mas ela se afastou. "O que está errado?"
"Eu o beijei de volta."
"Merda." Lá se foi a nossa noite divertida. "Blake, eu realmente, realmente não quero
falar sobre ele. Está feito. Um momento de fraqueza..."
"Momento de fraqueza?" Ela começou a rir. "Não, foi mais como, se eu o tivesse
beijado de volta para ter certeza."
"Certeza?" O trabalhador da construção civil me sinalizou para prosseguir. Nós
estávamos nos movendo na velocidade de uma tartaruga sobre uma ponte. Eu não
conseguia olhar para Blake mais, mas eu podia sentir a sua apreensão como se fosse a
minha própria. "Ter certeza de quê?"
"Dos meus sentimentos."
Estávamos quase na minha casa. Eu roubei um olhar de soslaio para ela. "Seus
sentimentos por David?"
"Não." Ela engoliu em seco. "Meus sentimentos por você."
"Blake, sem ofensa, e eu quero dizer isso da maneira mais agradável possível, mas o
que diabos você estava pensando?"
"Eu não estava!" Ela jogou as mãos para o ar. "Eu só... Eu queria ter certeza. Você foi
meu primeiro... Tudo... E eu simplesmente não sabia... Eu estava caindo muito rápido.”
"E então ele se inclinou, e eu pensei, bem, pelo menos eu vou saber com certeza que
eu amo Ian." Ela engoliu em um enorme fôlego, em seguida, terminou suavemente,
"Porque eu... Eu te amo."
"E ainda assim," eu entrei na garagem e desliguei o carro, "ele beijou você."
Blake suspirou profundamente. "Eu deixei ele me beijar. Eu não o afastei em primeiro
lugar, porque eu estava tão chocada com o quão horrível aquilo era, o quão errado tudo
parecia. A maneira como ele beijou foi..."
"Por favor." Eu levantei a minha mão, enquanto meu estômago dava nós. "Poupe-me
os detalhes."
"Ele tinha um gosto engraçado."
"Você não me ouviu quando eu disse pra me poupar dos detalhes?" Eu puxei as
chaves da ignição. "Eu acho... Talvez eu possa entender por que você deixou que isso
acontecesse, mas, Blake, aquele beijo durou pelo menos sete segundos. Acredite em mim,
eu contei."
"Foi uma verdadeira tortura," ressaltou. "E quando estávamos terminando, ele limpou
a boca."
"Bem, merda." Eu ri. "Muita saliva?"
"Talvez ele fosse um tritão em outra vida, e a única maneira que ele pudesse
sobreviver em terra seca era mantendo o máximo de líquido dentro de sua boca."
"Acredite ou não, essa conversa não está me deixando ligado bochechas doces."
"E eu?" Blake jogou as mãos para o ar. "Eu tenho que viver com isso na memória."
"Eu acho," eu comecei, inclinando-me sobre o console, "que tenho algumas ideias
sobre como nós podemos... Acabar com estas memórias."
"Ah, é?" Ela sorriu, agarrando-me pela parte de trás da cabeça e forçando nossas
bocas juntas. "Você sempre tem um gosto bom."
Eu me afastei. "Eu sou Ian Hunter. Claro que sim."
"Convencido."
"Para você?" Beijei-a mais duro. "Cada segundo do dia."
Entramos na casa com as roupas intactas, mas no minuto em que a porta bateu atrás
de Blake, seus sapatos saíram voando pela minha cabeça, e seus braços já estavam a
meio caminho pra fora de seu vestido enquanto ele se amontoava em volta da cintura.
Era quase impossível tirar os olhos de seus seios redondos, que pela primeira vez não
eram abrangidos por um sutiã esportivo rosa, mas sim, lindamente acomodados debaixo
de um pedaço enorme preto de renda – que provavelmente eu estaria tirando com os
dentes mais tarde. Ela deslizou lentamente o vestido da cintura, seus olhos observando
os meus. Ele deslizou por suas coxas nuas e depois chegou aos tornozelos. Lambi meus
lábios em antecipação.
"Ansioso?" Eu sorri, apreciando o show particular mais do que ela jamais iria
perceber.
"Hmm?" Ela virou-se, o vestido ainda em seus tornozelos. "Não, só não gosto de perder
tempo." Ela chutou o vestido para o lado e tirou o sutiã, em seguida, muito rapidamente
saiu de dentro de suas calcinhas sexys.
O luar brilhou na sala de estar, lançando um brilho sensual através de seu corpo. O
cabelo ondulado caía em cascatas ao redor de seus ombros, dando-lhe uma aparência de
sonho, etéreo.
"Vou te contar." Andei em direção a ela. "Eu te amo não importa o que você veste –
shorts de basquetebol, elásticos de cabelo, chinelos Adidas. Apenas me prometa que você
sempre vai vir para a minha cama nua."
Ela lambeu os lábios. Um rubor matizando suas bochechas. "Mas e se eu tiver algum
lingerie muito sexy?"
"Bem, eu acho que eu posso fazer exceções." Eu puxei um pedaço de seu cabelo,
fazendo-o acariciar seus seios do jeito que eu queria. "Mas só em ocasiões especiais."
"E quais seriam estas ocasiões?" Suas sobrancelhas se ergueram enquanto ela
balançava os braços em volta do meu pescoço.
"Natal." Eu balancei a cabeça, beijando o canto da boca. "Ano novo."
"Hmm, eu posso lidar com isso."
"Ainda não acabei." Eu pressionei um dedo nos seus lábios e continuei falando. "Dia
dos Namorados, Dia dos Presidentes, Dia da Marmota." Ela riu contra a minha mão. "Dia
da Bandeira claro!"
"Claro," ela sussurrou contra a minha boca.
"Quatro de Julho." Eu olhava. "Por causa dos fogos de artifício."
"Quaisquer outros dias?"
"Quartas-feiras." Eu adicionei. "Segundas-feiras também."
"Então, todos os dias?"
"Quase. Que tal se eu fizer um calendário, e nos dias que dizem 'nua', você tem que
estar nua. Os outros dias eu vou te dar um passe livre e você pode ser tão criativa quanto
quiser."
"Parece-me que você está programando o sexo?"
"Não é? Porque me parece que eu estou agendando o recreio, mas eu posso ver como
sua mente inocente poderia ter se confundido.” E, claro, eu dei um beijo em seus lábios,
desenhando-os "aniversários são sempre especiais."
"Naturalmente."
"Vou enviar-lhe instruções sobre o strip-tease e o sabor de bolo que eu quero que você
salte fora."
"Você é muito mandão."
"Eu gosto de coisas boas." Eu abaixei minhas mãos para seus quadris e a puxei
contra mim. "Isso é tão ruim?"
"Não." Sua cabeça caiu para trás. "É muito, muito bom."
"Ora, muito obrigado." Eu ri sombriamente enquanto a beijava na boca de novo, o
calor do beijo quase tocando fogo as minhas roupas enquanto eu segurava os seios,
então me inclinei e sacudiu-lhe o mamilo com a língua.
"Chega." Blake puxou a minha camisa. Eu joguei-a sobre a minha cabeça. Meu jeans
seguiu atrás, ficando pendurado em meus sapatos quando eu tropecei com ela para o
sofá e a puxei pra cima de mim. "Nada de boxers?" Disse ela.
"Não há necessidade," eu disse, sorrindo. "Leva muito tempo para tirá-las."
Seus atraentes olhos azuis passaram por cima de mim, parando na minha cintura.
Ela levantou a mão e apertou-a contra meu quadril, então avançou mais baixo.
"Explorando?" Eu provoquei.
Ela assentiu com a cabeça, em seguida, agarrou-me com uma mão.
Meus joelhos enfraqueceram brevemente antes de um grunhido estrangulado escapar
entre meus lábios. Seu toque era elétrico, como se os dedos pulsassem ondas de energia
através de minha pele. Os lábios inchados pressionados juntos em concentração.
"Chega disso," minhas terminações nervosas saltaram em resposta a sua fascinação
extasiada com meu corpo, "ou eu vou me envergonhar, e ninguém quer isso."
Os olhos de Blake bruscamente se voltaram para os meus. "Eu posso pensar em
alguma coisa que eu quero."
"Ah, é?" Eu relaxei meu aperto na cintura e trouxe minhas mãos atrás da cabeça em
um movimento relaxado. "E o que seria? Bolo?"
"Sim, Ian." Ela abaixou-se sobre mim, sua pele queimando quase dolorosamente
quando seu corpo fez contato com o meu. "Eu quero bolo."
"Pode esquecer." Meus olhos se sentiram preguiçosos, drogados pela forma hipnótica
de como ela mudou-se acima de mim. "Mas eu tenho algumas outras ideias."
"Bom." Ela sorriu.
Ela relaxou visivelmente.
Movimento ruim.
Em questão de segundos, eu nos virei para o chão, o tapete macio e espesso pegando
em nossos corpos enquanto rolávamos por alguns segundos e depois paramos comigo em
cima, ela na parte inferior. "Melhor do que o bolo... Deixe-me provar você," eu disse antes
de abaixar a cabeça para um dos seios, prendendo o mamilo, e rolando a minha língua
em torno dele.
"Ian!" Blake riu e, em seguida, se contorceu debaixo de mim enquanto colocava os
tornozelos em torno de minhas costas.
"Shh, estou tendo um momento aqui."
"Com meus peitos?"
"Nós realmente nunca tivemos um tempo a sós, sabe? E é importante não mostrar
favoritismo no quarto, isso é outra regra." Eu soprei contra a pele onde os meus lábios
tinham estado. "Caso você estivesse pensando."
"O que você está fazendo comigo?" Ela gemeu.
"Tudo o que eu posso possivelmente fazer sem morrer de desidratação ou nos colocar
na cadeia. Tudo bem pra você?" Eu me mudei para o outro mamilo. "Porque eu gostaria
de continuar esta conversa por aqui." Eu lambi para o vale de seus seios. "Você já
terminou de falar?"
Ela se calou.
Exceto para os gemidos que saíam daquela boca inchada dela.
Tocar Blake era como saltar direto para um incêndio, apenas para perceber que em
vez de queimá-lo, as chamas o infundiam com uma necessidade que não pode ser
cumprida, não importa quão duro você tente. Cada beijo teve que ser seguido por outro,
todos os gostos de sua pele, a mistura de sal e mel, só me fizeram mais voraz. Eu nunca
tinha experimentado esse tipo de necessidade antes, o que me deixou mais frenético na
minha tentativa de cobrir cada polegada de seu corpo com a minha boca.
Blake estendeu a mão para mim, mas eu bati as mãos dela, em seguida, prendi seus
braços acima da cabeça. "Eu não acabei."
"Eu já!" Ela se contorceu debaixo de mim.
"Você está perto."
"Tão perto."
"Então deixe ir." Eu mantive os pulsos fixados com uma mão enquanto enfiava minha
mão livre para baixo do seu quadril, meus dedos pairando exatamente onde eu sabia que
ela queria.
"Ian!"
Sorrindo, mudei-me de joelhos, em seguida, a virei de costas e a trouxe lentamente no
meu colo.
"Opa," disse Blake. "O que é...?"
Nossos corpos unidos.
Sua cabeça caiu para trás contra o meu ombro, e os meus lábios se moviam contra o
pescoço dela na mesma cadência que nossos corpos batiam juntos, cada impulso
reunindo-se com outro beijo.
As mãos de Blake agarraram meus pulsos enquanto eu empurrava seu corpo de volta
contra o meu. Suas pálpebras se fecharam enquanto eu nos deixava a beira do orgasmo,
apenas para parar.
Seus olhos se abriram subitamente. "Ian, eu não vou implorar."
"E eu não gosto da garota que eu amo fechando os olhos enquanto eu a assisto gozar
em meus braços."
Seus olhos ficaram abertos enquanto eu empurrei nela descontroladamente, gemendo
enquanto seu corpo se apertou firmemente em torno de mim. Ela caiu contra mim,
desossada, enquanto eu deslizei minhas mãos para baixo da sua silhueta, tendo a
sensação de que sua pele de veludo era quase suave demais para ser real.
"Você me ama," ela sussurrou.
"Eu amo."
"Diga-me," sua voz estava áspera, "foi à maleta ou as sandálias?"
"Ambos." Eu ri. "Definitivamente ambos."
38
Nós caminhamos para a cama depois de parar momentaneamente na cozinha e pegar o
maior número de lanches que pudemos.
Meu quarto era coberto de cinzas e pretos, masculino, mas não tão masculino que
uma menina iria se sentir como se não fosse bem-vinda, o que era estranho, já que eu
nunca tinha dado boas-vindas a ninguém, exceto Blake na minha cama.
ESPN soava em toda sua glória na grande TV de tela plana em frente à cama. As cores
da tela faziam um show de luz caleidoscópica através do edredom branco. Blake fez o
caminho mais curto para a cama e caiu em seu centro. Quando as cores cintilaram em
seu rosto, fazendo Blake parte do show, minha garganta ficou seca e eu tive um
"momento." Oh meu deus, ela estava realmente aqui, realmente comigo. A fantasia
tornou-se a realidade.
Eu estava mesmo decidido?
"Você tem almofadas," Blake perguntou quando pegou uma caixa de biscoitos Ritz.
Claro que sim, eu estava completamente decidido. Um sorriso puxou meus lábios.
"E você só percebeu isso agora?" Peguei os travesseiros e joguei-os para fora da cama.
Quatro deles pousaram na minha poltrona de couro preto, enquanto o outro quase
acertou a cômoda.
"Eu percebi isso antes." Blake mastigou um biscoito. "Mas só agora estou
mencionando. Foi você ou Gabs?"
"Tudo eu, Bochechas Doces." Eu pisquei e roubei o biscoito da mão dela. "Não parece
que eu posso decorar?"
Ela me olhou de cima a baixo e franziu a testa. "Eu acho que sim, mas por que tê-los
se você nunca trouxe as meninas aqui? Quer dizer, almofadas fazem a cama parecer
convidativa."
"Uau, é como se você tivesse entrado na minha cabeça," resmunguei. "Elas não
parecem ameaçadoras, se é isso que você quer dizer."
"Exatamente!" Blake bateu o local entre nós. "Quase como, 'Oh, ei, isso não é um caso
de uma noite’. Tenho almofadas. “Os caras de uma só noite tem almofadas?"
"Claro que não." Eu balancei a cabeça. "É assustador que você está pegando as coisas
assim. Ei, quer um emprego?"
"Montar você não é um trabalho, me desculpe."
"Droga!" Eu roubei outro biscoito da mão dela enquanto ela fuzilava na minha direção
e, em seguida, empurrava a caixa em meu rosto.
"Pare de roubá-los de meus dedos. Pegue na caixa como um ser humano normal ou
eu não vou deixar mais você tocar meus seios."
"Peitos. Chame-os de peitos. ‘Seios' é o que um estudante do ensino médio diz," o
tempo todo ficando envergonhado de que a simples menção da palavra lhe dá uma ereção
na frente da classe toda, enquanto ele está dando um discurso sobre sua avó favorita.
A expressão horrorizada de Blake disse tudo. "Por favor, me diga que você não fez
isso."
"Pergunte a Lex se eu inventei. Mas só faça isso quando eu não estiver na sala. Eu
odiaria levar um soco de novo.”
Blake começou a rir e me entregou o biscoito que ela estava mastigando. "Por isso,
você não tem que roubar o biscoito."
"Essa é minha garota." Eu mastiguei e estendi a mão para a garrafa de vinho que
tínhamos trazido para o quarto. "Mas, falando sério, quer um emprego?"
"Ian... "
"Não fale Ian pra mim. Porra, é como se Gabi tivesse te ensinado a como dizer meu
nome do jeito mais demorado possível, pra me fazer sentir culpado como o inferno antes
mesmo de eu pedir um favor! "
"Portanto, é um favor?"
"Não realmente." Eu fiz uma careta. "Mais como uma joint venture42. Importa-se de
me ouvir?" Eu levantei a garrafa. "Eu vou te dar uma dose dupla."
Blake hesitou, depois estendeu a mão para o copo. "Dupla pra mim."
"Se a senhora quiser uma dupla, a senhora recebe uma dupla." Eu derramei o vinho
quase até a borda e entreguei a ela. "Então, eu estive pensando."
"Isso é fascinante, Ian, continue. Quais são os grandes pensamentos que ocorrem aqui
em baixo?" Ela apontou para o meu pau.
"Engraçado." Revirei os olhos. "É como se agora que você já fez o seu conhecimento,
você não se preocupasse mais com humilhação pública. Bom saber. Vou guardar estas
informações para mais tarde." Eu me servi de um copo de vinho e me recostei contra a
cabeceira. "Eu realmente não posso continuar a trabalhar da maneira que estou agora.
Agora que tenho uma namorada e eu estou em um relacionamento sério, se todos
ficarem sabendo que nós dois estamos juntos, a Wingmen Inc. não vai funcionar, então
eu preciso pensar num plano diferente."
"Hmm." Blake tomou um gole de vinho em silêncio, sua expressão ilegível. Após seu
segundo gole, ela disse: "Bem, você ainda pode oferecer conselhos e ajudar as meninas
através dos degraus. Na maioria das situações, deve ser suficiente. Quase como um
ônibus da vida. Eu costumava te chamar de treinador de namoro, por isso, você tem
isso."
"Sim." Eu fiz uma careta. "E Lex provavelmente poderia fazer o trabalho mais pesado,
já que ele é completamente solteiro e provavelmente irá morrer sozinho."
"Tenho certeza que ele aprecia o seu otimismo sobre o seu futuro."
"Da última vez, ele concordou. Confie em mim, ele me abraçou com uma alegria
assustadora que eu tenho certeza que só é igualada por rapazes púberes quando
assistem reprises de Baywatch43."
"Tenho certeza que ele não vai se importar, então." Blake olhou para ESPN e franziu a
testa, em seguida, se inclinou para frente e franziu a testa ainda mais. "Humm, Ian? Será
que eles ainda mostram histórias de você?"
"O que? Por quê?" Eu olhei para a TV. Eles estavam mostrando reprises dos jogadores
mais promissores do ano passado.
42 Joint venture é uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais empresas já existentes com o
objetivo de iniciar ou realizar uma atividade econômica comum, por um determinado período de tempo e visando, dentre
outras motivações, o lucro.
43 foi uma série televisiva norte-americana de sucesso sobre salva-vidas que patrulhavam as mais lotadas praias de Los
Angeles, na Califórnia. A série durou de 1989 até 1999 (e 1999-2001 como Baywatch Hawaii).
Eu tinha visto as imagens mil vezes.
E cada vez era uma merda.
Mas isso não aconteceu agora.
Eu costumava desligá-lo, sair andando, ir malhar, ficar bêbado, ou apenas tentava me
concentrar em outra coisa, mas com Blake na minha cama, comendo biscoitos, foi tudo
muito menos doloroso. A fincada se foi, e no lugar do buraco que tinha estado lá uma
vez. . . Eu a tinha.
Atingindo-lhe a mão, eu apertei-a e, em seguida, virei para a TV.
"Uau," Blake assistiu com extasiada fascinação, "você é incrível!"
"Eu era um defensor. Duramente o quarterback," eu disse, embora meu peito
estufasse um pouco mais quando seus olhos se arregalaram com o próximo jogo.
A voz do locutor ESPN se sobressaiu e explicou quais jogadores estavam sendo
cotados e quais eram suas pontuações e, em seguida, meu nome apareceu novamente.
"Ian Hunter, candidato Heisman." Blake apertou minha mão com mais força. "O
jogador mais promissor jogou apenas dois jogos antes de um acidente encerrar sua
carreira, mas tenho certeza de que dez milhões de dólares de bônus de assinatura
ajudaram a aliviar a dor um pouco." Os locutores riram enquanto a boca de Blake caiu
aberta em estado de choque absoluto.
"Seu filho da puta!" Ela lançou a si mesma e seu vinho para mim. "Você vale dez
milhões de dólares, e você cobra mais de duas centenas de dólares por dia!"
"Em minha defesa", eu disse, rindo, "se eu cobrar muito pouco parece que eu não
valorizo a minha experiência. E nós não descontamos qualquer um dos seus cheques.
Mas se você está puta, talvez devêssemos reconsiderar as cobranças da Wingmen Inc.?"
"Você acha?" Ela jogou as mãos para o ar. "Quero dizer, você não quer fazer nada
como caridade, mas é evidente que você não precisa do dinheiro."
"Mesmo sem a NFL, eu não teria precisado do dinheiro," eu disse devagar, com
cautela, preocupado que poderíamos estar entrando em território complicado.
"Oh, bem, seus pais?"
"Deixaram-me esta casa e algumas outras." Dei de ombros, não estava totalmente
pronto para deixá-la saber meu patrimônio. Porque qual era o ponto? Era dinheiro. E
tinha sempre feito eu me sentir vazio.
Futebol tinha me dado alguma coisa.
Mas Blake tinha me dado muito mais.
Um sorriso irônico provocou seus lábios para cima. "Desculpe-me por entrar em
pânico."
É difícil dizer exatamente que emoção tomou conta de mim com suas palavras, mas
eu acho que foi alívio. Eu nunca poderia deixá-la. Lex sabe que eu estava começando a
analisar meus sentimentos como uma menina.
Ela fez uma careta e apontou para uma mancha de vinho tinto no edredom branco. "E
pena que eu arruinei o seu edredom."
"Eu vou fazer você trabalhar duro." A confiança voltara, eu balancei a cabeça e enviei-
lhe um sorriso maroto. "Trabalho duro. Quarto de estilo. Interessa?"
"Por quanto tempo?" Seus olhos se estreitaram.
"Para sempre."
"Hmm, é melhor eu começar agora, então."
"Ótimo." Eu bebi o meu vinho e, em seguida, sussurrei: "De joelhos, bochechas doces."
EPÍLOGO
Eu os fiquei assistindo.
Mas eles não sabiam disso.
Eu não tinha certeza se isso tornava tudo mais ou menos inadequado. Não que eu
desse a mínima. Pelo menos quando sóbrio eu não dou a mínima.
Mas eu era uma merda de cara.
E lá estavam eles.
Beijos, abraços. De mãos dadas. Eu queria seriamente nada mais do que bater a
minha garrafa de cerveja sobre a cabeça de Ian, dar-lhe uma boa sacudida, em seguida,
gritar: "Que diabos você está fazendo se enroscando com a vida perfeita?"
Ele teve tudo.
Mesmo após o acidente ele ainda tinha tudo, mulheres, sexo, mais mulheres. Eu
mencionei o sexo? Porque ele tinha um monte dele.
E agora? Ele estava dando tudo. Para quê? Um pedaço de bunda? Como se ele não
tivesse escolha privilegiada no campus?
"Que perdedor," Eu bufei, embora parte de mim se sentisse como se estivesse de
alguma forma perdendo, mesmo que eu estivesse claramente no topo do meu jogo.
Quando a bartender me deslizou outra cerveja, ela se inclinou e seus peitos
empertigados estavam perto de saltarem para fora de seu top. "Noite difícil, Lex?"
"Será que isso importa," eu disse com um sorriso largo "quando você sabe que vai
acabar ferrando tudo ainda mais?"
Ela sorriu. "O que te faz tão arrogante?"
"Olhe para você," eu disse. "Dois minutos, e você já está falando sobre o meu assunto
favorito."
Suas sobrancelhas se arquearam. "Mesmo bêbado você é bom."
"Bebê..." Eu estava de pé, colocando minhas mãos firmemente no bar e inclinando-me
para que eu pudesse escovar meus lábios contra sua orelha. "Eu sou o melhor."
"Hmm." Ela assentiu com a cabeça. "Meu descanso é em cinco minutos."
"Claro que é." Suas pausas eram sempre em cinco minutos, como se elas nunca
tivessem feito isso antes. Eu estava mais acostumado com garotas gritando durante o
sexo do que ouvir meu próprio nome. Mas, faria o que quer que fosse que as fizesse se
sentirem melhor sobre serem fodidas no corredor de algum bar barato.
Eu senti um tapa nas minhas costas enquanto Ian caiu sobre a banqueta ao meu
lado, seguido por Blake.
"Assim..." Disse Ian, seus olhos indo entre mim e Blake. "Eu tenho uma ideia."
"Estou bêbado. Vamos ter você e suas ideias amanhã." Eu olhei para a bartender
quente sobre a minha cerveja. "Além disso, em cinco minutos eu estou me dando bem."
"Você está sempre se dando bem em cinco minutos, às vezes dez. Precisa aprender a
durar mais tempo, cara." Ian bateu no meu rosto duas vezes. "De qualquer jeito, não é o
ponto. Foco."
Meus olhos borraram enquanto eu olhava para o rosto dele. "Você tem três minutos.
Ela está me dando olhares de sexo, e eu estou entediado."
"Quando você não está entediado?"
"Quando eu estou fazendo sexo."
Blake limpou a garganta. "Sinto muito que ele tenha perguntado."
"Com ciúmes?" Eu pisquei para ela.
Ian me deu um soco no braço. "Desculpe," eu ofegava. "Bêbado, lembra?"
"Gabs está aqui," Blake revelou.
"Devagar." Ian balançou a cabeça, em seguida, olhou para o céu. "Você não poderia,
pelo menos, lidar com esta linda gatinha que nós dois conhecemos e que realmente
precisa pagar sua faculdade e precisa de um emprego. Oh, ei, olha, nós temos uma
vaga!'"
"Gabs." Eu podia sentir o gosto do seu nome em minha língua, como se ela fosse uma
pequena bala de menta ardida que eu tinha acabado de acidentalmente ingerir. "Inferno.
Não."
Fiquei de pé.
"Espere." Ian agarrou meu braço, puxando-me de volta para a banqueta. "Ela tem que
pagar cinco mil dólares em mensalidades antes do final do semestre. É uma maneira fácil
para ela de ganhar dinheiro, e você disse que queria sair e começar a aceitar clientes
cara. Então por que não? Qual é o problema?”
"Oh, eu não sei." Eu bebi minha cerveja, em seguida, bati no peito algumas vezes para
aliviar o ar. "Ela poderia me matar? Atropelar-me com seu carro? Envenenar meus
cigarros? Oh." Eu bati meus dedos. "Além disso, ela me odeia. E eu a odeio. É um ódio
mútuo, que funciona muito bem para nós dois, por isso," fiquei em pé "Desculpe, mas
não vai rolar."
Ian se mexeu na sua cadeira, trocou olhares com Blake, e ela olhou para baixo em
suas mãos apertadas.
"Ah, merda, o que você fez?"
"Eu meio que," Ian agitou a mão no ar ,"já disse a ela que seria legal."
A cerveja rolou no meu estômago, então ameaçando voltar a sair.
"Sem chance no inferno que eu estou treinando ela," eu cuspi. "Não. Sem. Chance. Eu
vou literalmente estrangulá-la até a morte."
"Grande," disse uma voz feminina disse atrás de mim. "Então o sentimento é mútuo."
Virei-me, lentamente, e fiquei cara a cara com o meu inimigo, a única garota que eu,
seriamente, não poderia evocar qualquer coisa que não fosse ódio e desgosto, não
importa o quão sexy a bunda dela fosse. "Oh baby." Eu inclinei-me e mordi a parte
externa da orelha dela só para irritá-la. "Você sabe que eu poderia juntar a parte de
estrangular se eu pudesse ter meu pau dentro de você ao mesmo tempo. Eu ouvi dizer
que você curte isso."
Aconteceu tudo de uma vez.
A garrafa de cerveja voando sobre minha cabeça.
O joelho na virilha.
E então a dor lancinante quando caí no chão, com o diabo em cima de mim, seu
calcanhar quente como o inferno pressionado com força contra meu peito.
"Sim." Ian assentiu. "Eu acho que esta nova parceria vai funcionar muito bem. Você
não acha?”
"Ótimo," disse Gabi.
"Sim," eu grunhi enquanto toda a cerveja que eu tinha consumido ameaçou voltar
para cima e fazer uma aparição através de seus saltos vermelhos brilhantes. "Perfeito.
Ótimo."