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Material Teórico
Limites 2
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Limites 2
·· Introdução
·· Limites Infinitos e no Infinito
·· Assíntotas
·· Propriedades de Limites Infinitos
·· Limites Fundamentais
Estamos iniciando nossos estudos sobre Cálculo Diferencial. A proposta desta Unidade é o
estudo de Limite de uma função real de uma variável envolvendo o infinito.
Com relação aos conteúdos, dividimos em:
»» Limites infinitos e no infinito;
»» Assíntotas;
»» Propriedades de limites infinitos;
»» Limites fundamentais.
Ao término deste estudo, desejamos que você seja capaz de interpretar e determinar o limite
de uma função real de uma variável quando sua variável independente tende ao infinito,
pela análise do gráfico da função e utilizando métodos específicos, além de reconhecer
alguns limites fundamentais.
Para ajudar, realize a leitura dos textos indicados, acompanhe e refaça os exemplos resolvidos,
além de treinar com as atividades práticas disponíveis e suas resoluções ao final do conteúdo.
Finalmente, e o mais importante, fique atento às atividades propostas e ao prazo para sua realização.
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Unidade: Limites 2
Contextualização
No estudo do Cálculo Diferencial, o estudo de taxas de variação instantânea é fundamental.
Uma das taxas de variação instantânea importante é o coeficiente angular da reta tangente a
uma curva em um determinado ponto.
Entretanto, a palavra tangente tem diferentes significados na Matemática, embora relacionados.
Primeiramente, na geometria, a reta tangente é aquela que passa por uma curva em um
único ponto, sem cortá-la, como podemos ver nas figuras a seguir.
tangente
normal
P
raio tangente
a
a
F F’
β
Hip
ote
nu
Cateto
sa
α
A Cateto B
Por exemplo, seja o ângulo α formado entre os lados AB e BC. Neste caso, a tangente será:
med AC
tg α =
med AB
6
Além disso, podemos estudar a função tangente na trigonometria. Segue o gráfico da função
f(x)= tg x.
-3π -π 0 π 3π x
2 2 2 2
y r
s
y = f(x)
Q
y0+∆y0
∆y0
P α
y0 S
∆x0
β
0 x0 x0+∆x0 x
Considerando o gráfico da função y = f(x) e o ponto P, temos que a reta r é tangente a curva no
ponto P. E o coeficiente angular desta reta tangente é tg β . E o coeficiente angular da reta secante que
passa pelos pontos P e Q é tg α = ∆y 0
∆x 0
7
Unidade: Limites 2
É importante notar que uma reta que seja tangente a uma curva em um determinado ponto
pode cruzar a curva em outros pontos.
y
y = f(x)
P0 O ponto P0 é considerado
o ponto de tangência, mas a
reta tangente intercepta o
0 x gráfico noutro ponto.
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Introdução
Na unidade anterior, determinamos o valor do limite de uma função, quando o valor da variável
independente se aproxima de um número real, sendo esse valor do limite um número real.
Vamos estudar, nesta Unidade, o que são os limites infinitos e os limites no infinito, bem
como assíntotas horizontais e verticais.
Vamos calcular alguns valores de f(x) para alguns valores de x e colocá-los em uma tabela
para podermos, considerando o gráfico da função, responder à questão proposta.
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Unidade: Limites 2
1
x f ( x) =
x
1 1
0,5 2
0,1 10
0,01 100
0,001 1000
0,0001 10000
↓ ↓
0 +∞
1
x f ( x) =
x
-1 -1
-0,5 -2
-0,1 -10
-0,01 -100
-0,001 -1000
-0,0001 -10000
↓ ↓
0 -∞
10
E escrevemos: limx → 0 − f ( x) = −∞ .
Vale salientar que -∞ não é um número. Além disso, embora tenhamos indicado que
−
limx → 0 f ( x) = −∞ esta notação é uma maneira particular de expressar que este limite não existe
e que os valores de f(x) decrescem sem limitação.
E, como estes limites laterais são diferentes, escrevemos que não existe lim f (x)
x→0
Definição
Seja f uma função definida em um intervalo aberto, contendo o número a, podendo a função
não ser definida para o valor a. Então, escrevemos que limx → α f ( x) = +∞ , quando para todo
número positivo M existe um número positivo δ tal que, se |x – a| <δ, então f(x) >M.
11
Unidade: Limites 2
Mas, vamos considerar, agora, os valores de x cada vez maiores. O que será que acontece
com o valor de f(x)?
Calculemos alguns valores de x e de f(x) e montemos uma tabela com estes valores.
1
x f ( x) =
x
1 1
10 0,1
100 0,01
1000 0,001
1000 0,0001
10000 0,00001
↓ ↓
+∞ 0
1
x f ( x) =
x
-1 -1
-10 -0,1
-100 -0,01
-1000 -0,001
-10000 -0,0001
-100000 -0,00001
↓ ↓
-∞ 0
12
E escrevemos: limx → −∞ f ( x) = 0 .
Definição
Seja f uma função definida em um intervalo aberto]a,+∞[. Então, escrevemos que
lim → +∞ f ( x) L quando os valores de f(x) podem ficar arbitrariamente próximos de L se
tomarmos x suficientemente grande.
Analogamente, seja f uma função definida em um intervalo aberto ]-∞,a[. Escrevemos que
lim f ( x ) = L quando os valores de f(x) podem ficar arbitrariamente próximos de L se tomarmos
x →−∞
x suficientemente grande em valor absoluto, mas negativo.
Assíntotas
1
Analisemos novamente o gráfico da função f ( x) = .
x
13
Unidade: Limites 2
Definimos como assíntota vertical de uma curva y = f(x) a reta x = a se um dos limites ocorrer:
Definimos como assíntota horizontal de uma curva y = f(x) a reta y = L se um dos limites ocorrer:
limx → +∞ f ( x) = L limx → −∞ f ( x) = L
Podemos verificar que esta função possui duas assíntotas verticais x = 1 e x = -1 e uma
assíntota horizontal y = 1.
Exemplos
1. Para a função g cujo gráfico é dado a seguir, determine.
a. limx→0- g(x)
b. limx→0+ g(x)
c. limx→0 g(x)
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d. limx→2- g(x)
e. limx→2+g(x)
f. limx→2 g(x)
g. limx→ –2- g(x)
h. limx→ –2+ g(x)
i. limx→ –2 g(x)
Resolução
a. limx→0- g(x) = -∞
b. limx→0+ g(x) = +∞
c. limx→0 g(x) não existe
d. limx→2- g(x) = -∞
e. limx→2+ g(x) = +∞
f. limx→2 g(x) não existe
g. limx→–2- g(x) = -∞
h. limx→–2+ g(x) = -∞
i. limx→–2 g(x) = -∞
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Unidade: Limites 2
2. Determine as assíntotas horizontais e verticais da função h(x) dada pelo gráfico a seguir.
Resolução
A assíntota horizontal é y = 0 e as assíntotas verticais são x = 0, x = –2 e x = 3.
c. limx→ –9 f(x)
f. limx→ –3 f(x)
g. limx→3- f(x)
h. limx→3+ f(x)
i. limx→3 f(x)
16
Resolução
a. limx→ –9- f(x)= -∞
b. limx→ –9+ f(x) = +∞
c. limx→ –9 f(x) não existe
d. limx→ –3- f(x) = -∞
e. limx→ –3+ f(x) = -∞
f. limx→ –3 f(x) = -∞
g. limx→3- f(x) = +∞
h. limx→3+ f(x) = +∞
i. limx→3 f(x) = +∞
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Unidade: Limites 2
x f(x) = x2
10 100
1.000 1.000.000
100.000 10.000.000.000
↓ ↓
+∞ +∞
2
Assim, percebemos que limx → +∞ x = +∞ .
Montemos, agora, uma tabela com os valores de x tendendo a -∞.
x f(x) = x2
-10 100
-1.000 1.000.000
-100.000 10.000.000.000
↓ ↓
-∞ +∞
2
Assim, percebemos que limx → −∞ x = +∞ .
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Vejamos outro exemplo. Vamos calcular os limites no infinito para a seguinte função f(x) = x2 – 2x + 2.
Para o lim x →+∞ ( x2 − 2 x + 2), não podemos aplicar a Lei 1 e 2 e separar nos limites
limx → +∞ x 2 − lim 2 x + lim 2 , pois não podemos definir ∞-∞ por ∞ não ser um número real.
x →+∞ x →+∞
limx → +∞ ( x 2 − 2 x + 2) = +∞ limx → −∞ ( x 2 − 2 x + 2) = +∞
x2 − 2
Consideremos, agora, a função f ( x) =
x +1
e estudemos seu gráfico.
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Unidade: Limites 2
x2 − 2 x2 − 2
Ao analisarmos este gráfico, percebemos que lim = +∞ e que lim = −∞ . Mas, como
x →+∞ x +1 x →−∞ x + 1
Para calcularmos este tipo de limite, limite no infinito de uma função racional, utilizaremos os
1
resultados dos limites da função f ( x) = x e, por isso, vamos dividir o numerador e o denominador
por x, pois, como o maior expoente de x do numerador é 2 (x2 – 2) e o maior expoente do
denominador é 1 (x + 1), escolhemos o menor expoente entre esses dois, ou seja, dividimos por
x tanto o numerador quanto o denominador.
x2 2 0
−
x2 − 2 x x = lim x = +∞
lim = lim
x →+∞ x + 1 x →+∞ x 1 0 x →+∞ 1
+
x x
Pois
1
lim x →+∞ =0
x
x2 − 2
Agora, vejamos o que acontece com o limite da função f ( x) = , quando x→ -∞.
x +1
Adotemos o mesmo procedimento, dividindo o numerador e o denominador por x.
x2 2 0
−
x2 − 2 x x = lim x = −∞
lim = lim
x →−∞ x + 1 x →−∞ x 1 0 x →−∞ 1
+
x x
Pois
1
lim x →−∞ =0
x
Uma segunda situação de limite infinito no infinito pode ser estudada para a seguinte função
2 x3 + 3x − 5
f ( x) = 3
7 x − 5x2 + 3
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Neste caso, como os maiores expoentes de x do denominador e do numerador são iguais,
então iremos dividir as expressões do numerador e do denominador por x elevado a este
expoente comum, ou seja, dividir por x3.
2 x3 3x 5 3 05 0
3 + − 2 + − 3
2 x + 3x − 5 x 3
x 3
x 3
x 2
x = lim 2 = 2
lim 3 = lim = lim
2
x →+∞ 7 x − 5 x + 3 x →+∞ 7 x 3
5x 2
3 x →+∞ 7 − 5 + 3 0 x →+∞ 7 7
0
− 3 + 3
x3 x x x x3
Pois
1
lim x →+∞ =0
x
3x 4 2 x 2 x 7 2 01 0 7 0
+ 4 − 4+ 4 3+ 2 − 3 + 4
3x 4 + 2 x 2 − x + 7 x 4
x x x x x x = lim 3 = 0
lim = lim = lim
5 2
x →+∞ 6 x + 3 x − 19 x →+∞ 5 2
6 x 3 x 19 x →+∞ 3 0 19 0 x →+∞ 6 x
+ − 6 x + −
x4 x4 x4 x2 x4
Pois
1
lim x →+∞ =0
x
Desta forma, podemos concluir que, quando temos um limite no infinito de uma função
racional para calcular, dividimos o numerador e o denominador pelo menor dos expoentes dos
polinômios do denominador e do numerador. E, principalmente, se os maiores expoentes forem
iguais, o valor do limite será a razão entre os coeficientes destes maiores expoentes.
Se o maior expoente estiver no numerador, o limite será infinito, podendo ser +∞ ou -∞, que
deverá ser calculado. E, finalmente, se o maior expoente estiver no polinômio do denominador,
o limite no infinito será zero.
Estudemos mais um caso.
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Unidade: Limites 2
( x2 + 1 − x ).
lim (
x →+∞
2
x + 1 − x) = lim
x →+∞
x2 + 1 + x
( )
x 2 + 1 + x = lim
x →+∞
x2 + 1 − x2
x2 + 1 + x
= lim
x →+∞
1
x2 + 1 + x
Pois
1
lim x →−∞ =0
x
j. g ( x)
lim =0
x →c h ( x)
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Limites Fundamentais
Abordaremos dois limites fundamentais:
a. lim
sen x
=1
x →0 x
Não tínhamos, ainda, abordado nenhum limite envolvendo uma das funções trigonométricas
e não iremos apresentar a demonstração deste limite, que pode ser encontrada em diversos
livros didáticos. Mas, vamos apresentar uma aplicação.
1 − cos x
Calculemos o limite lim =multiplicando
1 o numerador e o denominador pelo
x →0 x
conjugado (1 + cos x).
Pois
2
lim = − cos2 x = sen x
x →∞
Não tínhamos, ainda, abordado nenhum limite envolvendo uma função exponencial e nem
o número real e = 2,71828182…. Vale ressaltar que este limite é verdadeiro para x tendendo
a +∞ e -∞. E não iremos apresentar a demonstração deste limite, que pode ser encontrada em
diversos livros didáticos. Mas, vamos apresentar uma aplicação.
Calculemos o limite lim
a x − 1 . Vamos utilizar uma estratégia para resolver este limite,
x →0 x
fazendo uma troca de variáveis:
u = ax - 1
ax = u + 1
Apliquemos o logaritmo nos dois
lnax = ln (u + 1) membros da equação e lembremos que
x.lna = ln (u + 1) lnax = x lna
ln ( u + 1)
x=
ln a
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Unidade: Limites 2
ax −1 u ln a ln a
lim = lim = lim = lim
x →0 x u → 0 ln ( u + 1) u →0 1 u →0 1
.ln ( u + 1) ln ( u + 1) u
ln a u
1 1
Agora, façamos outra troca de variáveis: t = ou u = . Neste caso, como u tende a 0, temos
u t
que t tende a ∞.
Assim, realizando estas trocas na última expressão de limite:
ln a ln a ln a
lim 1
= lim t
= lim = ln a, pois ln e = 1
t →∞ ln e
u →0
ln ( u + 1)
t →∞
1
u
ln + 1
t
Pois
t
1
lim 1 + = e
t →∞ t
ax −1
Portanto, lim = ln a , com a uma constante positiva. E quando tomamos a = e, este limite
x →0x
ex −1
pode ser escrito como: lim = ln e = 1 .
x →0 x
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Material Complementar
Para pesquisar e aprofundar seus estudos sobre Limites consulte o site e as referências a seguir.
Sites
»» http://www.somatematica.com.br/superior/limites/limites4.php
»» https://pt.khanacademy.org/math/differential-calculus/taking-derivatives/secant-line-
slope-tangent/v/slope-of-a-line-secant-to-a-curve
»» http://www.omatematico.com/Novo/NIVELSUPERIOR/Limites/limites.html
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Unidade: Limites 2
Referências
LARSON, R.; HOSTETLER, R. P.; EDWARDS, B. H. Cálculo. v.1. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
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Anotações
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