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CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. 6 Ed. São Paulo - Paz e Terra, 2012. Capítulo 1 - A Revolução Da Tecnologia Da Informação.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. 6 Ed. São Paulo - Paz e Terra, 2012. Capítulo 1 - A Revolução Da Tecnologia Da Informação.
Capítulo
1: A Revolução da Tecnologia da Informação.
Que revolução?
A breve, porem intensa, historia da revolução da tecnologia da informação foi contada tantas
vezes nos últimos anos que é desnecessário relata-la completamente. Todavia, é útil para
analise nos lembrarmos dos principais eixos da transformação tecnológica em
geração/processamento/transmissão da informação, colocando-os na seqüência que se
deslocou rumo à formação de um novo paradigma sociotécnico.
Foi durante a Segunda Guerra Mundial e no período seguinte que se deram as principais
descobertas tecnológicas em eletrônica, o primeiro computador programável e o transistor,
fonte da microeletronica, o verdadeiro cerne da revolução da tecnologia da informação no
século XX. Porem, defendo que só na década de 70 as novas tecnologias da informação
difundiram-se amplamente, acelerando seu desenvolvimento sinérgico e convergindo em um
novo paradigma.
Esse sistema esse sistema tecnológico, em que estamos totalmente imersos nos anos 90,
surgiu nos anos 70. As descobertas básicas nas tecnologias da informação têm algo de
essencial em comum: embora baseadas principalmente nos conhecimentos já existentes e
desenvolvidas como uma extensão das tecnologias mais importantes, essas tecnologias
representaram um salto qualitativo na difusão maciça da tecnologia em aplicações comerciais
e civis, devido a sua acessibilidade e custo cada vez menor, com qualidade cada vez maior.
Podemos dizer q a Revolução da Tecnologia da Informação propriamente dita nasceu na
década de 70, principalmente se nela incluirmos o surgimento e a difusão paralela da
engenharia genética mais ou menos nas mesmas datas e locais.
● Tecnologias da vida
Porém, no final da década de 80 e durante os anos 90, um grande impulso científico e uma
nova geração de cientistas ousados e empreendedores revitalizaram a biotecnologia com um
enfoque decisivo em engenharia genética, a tecnologia da vida verdadeiramente
revolucionaria nesse campo.
O forte impulso tecnológico dos anos 60 promovido pelo setor militar preparou a tecnologia
norte-americana para o grande avanço. A primeira Revolução em Tecnologia da Informação
concentrou-se nos Estados Unidos, e até certo ponto, na Califórnia nos anos 70, baseando-se
nos progressos alcançados nas duas décadas anteriores e sob a influencia de vários fatores
institucionais, econômicos e culturais. Mas não se originou de qualquer necessidade
preestabelecida Foi mais o resultado de indução tecnológica que de determinação pessoal.
Será que esse padrão social, cultural e espacial de inovação pode ser estendido para o mundo
inteiro? Nossas conclusões confirmam o papel decisivo desempenhado pelos meios de
inovação no desenvolvimento da Revolução da Tecnologia da Informação: concentração de
conhecimentos científicos/tecnológicos, instituições, empresas e mão de obra qualificada são
as forjas da inovação da Era da Informação. Porém, esses meios não precisam reproduzir o
padrão cultural, espacial, institucional e espacial do Vale do Silício ou de outros centros
norte-americanos de inovação tecnológica, como o sul da Califórnia, Boston, Seattle ou
Austin.
A primeira característica do novo paradigma é que a informação é sua mateira prima: são
tecnologias para agir sobre a informação, não apenas informação para agir sobre a
tecnologia, como foi o caso das revoluções tecnológicas anteriores.
O segundo aspecto refere-se à penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias. Como a
informação é uma parte integral de toda atividade humana, todos os processos de nossa
existência individual e coletiva são diretamente moldados (embora, com certeza, não
determinados) pelo novo meio tecnológico.
Em quarto lugar, referente aos sistemas de redes, mas sendo um aspecto claramente distinto, o
paradigma da tecnologia da informação é baseado na flexibilidade. Não apenas os processos
são reversíveis, mas organizações e instituições podem ser modificadas, e ate mesmo
fundamentalmente alterada, pela reorganização de seus componentes.
Introdução
Uma nova economia, informacional e global, surgiu nas duas últimas décadas. É
informacional, porque a produtividade e a competitividade de unidades ou agentes nessa
economia dependem basicamente da sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma
eficiente a informação baseada em conhecimentos. É global porque as principais atividades
produtivas estão organizadas em escala global, diretamente ou mediante uma rede de
conexões entre agentes econômicos. É informacional e global porque a produtividade é gerada
e a concorrência é feita em uma rede global de interação.
O enigma da produtividade
Foi por meio do aumento da produção por unidade de insumo no tempo que a raça humana
conseguiu comandar as forças da Natureza. Os caminhos específicos do aumento da
produtividade definem a estrutura e a dinâmica de um determinado sistema econômico. Se
houver uma nova economia informacional, deveremos identificar as fontes de produtividade
que distinguem essa economia.
O aumento da produção por hora de trabalho não era resultado de adição de mão-de-obra e
apenas ligeiramente de adição de capital, mas vinha de outra fonte, expressa como um
residual estatístico em sua equação da função de produção. Economistas, sociólogos e
historiadores econômicos não hesitaram em interpretar o "residual" como sendo
correspondente a transformações tecnológicas. Nas elaborações mais precisas, "ciência e
tecnologia" eram compreendidas em sentido amplo: a tecnologia voltada para o
gerenciamento foi considerada tão importante quanto o gerenciamento da tecnologia. Afirmar
que a produtividade gera crescimento econômico e que ela é uma função da transformação
tecnológica equivale a dizer que as características da sociedade são os fatores cruciais
subjacentes ao crescimento econômico, por seu impacto na inovação tecnológica.
Foi desse modo que a busca da lucratividade pelas empresas e a mobilização das nações a
favor da competitividade induziram arranjos variáveis na nova equação histórica entre a
tecnologia e a produtividade. No processo, foi criada e moldada uma nova economia global
que pode ser considerada o traço mais típico e importante do capitalismo informacional.
As novas tecnologias permitem que o capital seja transportado de um lado para o outro entre
economias em curtíssimo prazo, de forma que o capital está interconectado em todo o mundo.
Os fluxos de capital tornam-se globais, e ao mesmo tempo, cada vez mais autônomos vis-à-vis
o desempenho real das economias.
A mais nova divisão internacional do trabalho está disposta em quatro posições diferentes na
economia informacional/global: produtores de alto valor com base no trabalho informacional;
produtores de grande volume baseado no trabalho de mais baixo custo; produtores de
matérias-primas que se baseiam em recursos naturais; e os produtores redundantes, reduzidos
ao trabalho desvalorizado. A questão crucial é que essas posições diferentes não coincidem
com países. São organizadas em redes e fluxos, utilizando a infra-estrutura tecnológica da
economia informacional.
A posição da divisão internacional do trabalho depende das características de sua
mão-de-obra e de sua inserção na economia global. A mais nova divisão internacional do
trabalho está organizada com base em trabalho e tecnologia, mas é implementada e
modificada por governos e empreendedores.
A empresa em rede:
A economia informal é caracterizada por cultura instituições especificas, onde tal cultura
necessária para o desenvolvimento e constituição de um sistema econômico é realizada nas
lógicas organizacionais, de acordo com o conceito de Nicole Biggart:
Minha tese então parte do principio que a economia informacional surge do desenvolvimento
de uma lógica organizacional e da atual transformação tecnológica. A respeito disso podemos
citar a trajetória do industrialismo para o informacionalismo na reestruturação econômica dos
anos 80, causada pela crise de lucratividade do processo de acumulação de capital da década
de 70.
Muitas foram as transformações organizacionais, cada uma seguindo uma certa tendência que
ao todo deram impulso para a reestruturação do capitalismo vigente nos anos 70.
Uma das principais tendências da evolução organizacional foi a passagem da produção em
massa; norteada pela integração vertical, seguido da divisão social e técnica de trabalho; para
a produção flexível a qual se adequava melhor a imprevisível demanda do mercado,
qualitativa ou quantitativa, ou ainda as transformações tecnológicas e as diversificações dos
mercados. Portanto essa flexibilidade na produção traz consigo a idéia de adequação ao
mercado (flexibilidade do produto) e transformação tecnológica (flexibilidade do processo).
Como Segunda tendência a ser estudada, temos vigente aumento do poder econômico das
pequenas e médias empresas, bem compatíveis com o processo de produção flexível. Mesmo
estando ainda sob o controle tecnológico e financeiro das grandes empresas estão dando essas
ultimas o dinamismo necessário na nova conjuntura econômica global.
Citaremos também a formação de redes entre pequenas empresas com gerenciamento das
grandes empresas e as alianças entre empresas de grande porte em relação a parte do mercado.
Sendo essas duas tendências resultado da interação entre as mudanças organizacionais e a
tecnologia da informação (digitalização das telecomunicações, transmissão em banda larga e
melhoria nos computadores em rede), uma mistura que gerou a "empresa em rede", que
processa e gera informações para melhor adaptação para o mercado mundial.
A diferença básica entre esses modelos de empresas em rede esta fundamentalmente no papel
do Estado na economia. Por exemplo: no Japão o Estado foi responsável pelo inicio da
industrialização (zaibatsus de origem feudal) e hoje da um suporte a essa industria através da
facilitação de emprestimos bancarios, política de apoio fiscal e acordos internacionais, sendo
o Japão o grande influenciador de Coréia e Taiwan; já na China o Estado sempre teve um
papel inconstante, onde ora requisitava a indústria ora impelia á elas rigorosos impostos,
dando pouco incentivos às indústrias e fazendo essas últimas voltarem-se para as famílias,
apesar de muitos progressos atuais serem devidos a planos econômicos governamentais.
Mas até que ponto as empresas em rede modificaram a economia global, e as multinacionais?
A resposta é simples, hoje as multinacionais fugiram do seu antigo modelo vertical, e
apresentam-se ou como a principal dentre outras empresas em rede, ou formam alianças de
cooperação entre elas, o que mesmo assim não mais lhe dão o titulo de centro da economia
global, pois o mercado voltou a ser imprevisível movido por estratégias e descobertas
redirecionadas por redes globais de informação.
Portanto podemos definir que o atual estágio do capitalismo é definido por alterações
causadas pelo informacionalismo, surgido a partir das mesmas necessidades que norteiam até
hoje a vida do capitalismo: espirito empresarial de acumulação, e o constante apelo ao
consumismo, e tudo isso acompanhado pela evolução tecnológica, seja nas telecomunicações
ou nos softwares; concorrência global de mercado, grau de intervenção estatal; características
das 3 ultimas que regem o coração da atual economia mundial, ""empresa em rede"
Para o autor em qualquer processo de transicao historica, uma das expressoes de mudanca e a
transformacao da estrutura ocupacional ou seja a transformacao das categorias ocupacionais e
do emprego. O proprio pos-industrialismo detecta o aparecimento de uma nova estrutura
social a partir da mudanca de produtos para servicos, pelo surgimento de profissoes
administrativas e especializadas, pelo fim do emprego rural e industrial e pelo aumento do
conteudo de informacao no trabalho das economias mais avancadas. Porem para o autor o
problema e que essas formulacoes trazem uma especie de lei natural das economias e
sociedades que devem seguir um unico caminho na trajetoria da modernidade lideradas pela
sociedade norte-americana. O autor traz uma abordagem diferente ja que ele enxerga uma
variacao historica de modelos de mercado de trabalho segundo as instiruicoes, a cultura e os
ambientes politicos especificos de cada pais. Para isto ele examinou a evolução do mercado
de trabalho dos paises do G-7 entre 1920 e 1990. Todos eles estão num estagio avancado de
transicao a sociedade informacional logo podem ser vistos com o surgimento de novos
modelos de mercado de trabalho; ao mesmo tempo possuem cultura e sistemas intitucionias
muito diferentes o que nos permite, segundo o autor, verificar a dita variacao historica. A
partir desta analise o autor conduz a sua pesquisa no sentido de mostrar que outras sociedades
em outros niveis de desenvolvimento não necessariamente teriam que seguir a trajetória dos
países do G-7.
(b) A atividade economica mudaria de produção de bens pra prestacao de servicos. Quanto
mais avancada a economia, mais seu mercado de trabalho e sua produção seriam concentrados
em serviços.
Para o autor a distincao entre as economias dentro do processo historico deve ser visto não
como a distinção entre uma economia industrial e uma pos-industrial, mas entre duas formas
de producao industrial, rural e de servicos baseadas em conhecimentos. Em outras palavras o
conhecimento sempre foi e será imprescindivel na evolucao das economias o que acontece e
que o seu uso em diferentes epocas gera diferentes processos economicos.
Ja a segunda afirmacao (b), o autor rebate com com o fato de que muitos servicos dependem
de conexao direta com a industria e tambem com a importancia da atividade industrial no
PNB dos países ricos.
Alem disso pra ele o conceito de servicos e ambiguo se nao erroneo ja que este conceito
abarca tudo o que nao é agricultura, mineracao, construcao, empresas de servicos publico ou
industria. Alem do que muitos processos cruciais da era da informacao não permite a
distincao entre "bens" e "servicos agregados" como por exemplo softwares, agropecuária com
base em biotecnologia dentre outros.
Para Manuel Castells e preciso se fazer um exame mais aprofundado no conteudo real destas
classificacoes antes de caracterizar o nosso futuro como uma republica da elite instruida.
De 1920-70 e 1970-90 podemos ter uma distincao analitica entre os dois periodos durante o
primeiro período as sociedades em exame tornaram-se pos-rurais, enquanto no segundo
período elas tornaram-se pós-industriais. Ou seja houve queda do emprego rural no primeiro
caso e queda do emprego industrial no segundo.
Em seguida o autor faz uma analise na evolução historica do setor de servicos nesses paises
do G-7, essencial pra entendermos todo este processo.
O autor ressalta alguns pontos importantes da nova estrutura ocupacional dentre eles a
diversidade do emprego, dentro deste fator uma ressalva importante e a variação da proporcao
da mao-de-obra semiqualificada no setor de servicos principalmente nos EUA, Canada e na
Alemanha, bem menor no Japao, Franca e Italia, países que de certa forma preservam mais as
atividades tradicionais como a rural e comerciais. Isso se deve ao fato do modelo
norte-americano caminhar para o informacionalismo mediante a substituicao das antigas
profissoes pelas novas. O modelo japones tambem caminha para o informacionalismo, mas
segue um rota diferente: aumenta o número de novas profissoes mas as antigas são
redefinidas; ja os países europeus seguem um misto das duas tendencias.
Por falar em tendencia uma certa aponta para o aumento do peso relativo das profissoes mais
claramente informacionais (administradores,profissionais especializados e tecnicos), bem
como das profissoes ligadas ligadas a servicos de escritorio em geral (inclusive funcionários
administrativos e de vendas).
Tendo primeiro falado da diversidade, Manuel Castells também aponta uma outra tendência
que é a maior presença de conteúdo informacional na estrutura ocupacional das sociedades
avancadas, apesar de seus sistemas culturais/sociais. Dessa forma o perfil profissional das
sociedades informacionais, de acordo com sua emergencia historica, sera muito mais diverso
que o imaginado pela visão seminaturalista das teorias pós-industrialistas, direcionadas por
um etnocentrismo norte-americano que nao representa toda a experiencia dos Estados Unidos.
O autor analisou os EUA e o Japao em termos de suas projecoes de emprego e para os EUA a
estrutura futura do mercado de trabalho combina intimamente com o projeto original da
sociedade informacional:
.o emprego industial continuara a declinar, embora em ritmo mais lento, sendo reduzido aos
elementos principais da categoria de artíficies e trabalhadores do setor de engenharia. A maior
parte do impacto da producao industrial sobre o emprego sera tranferida aos serviços voltados
para a industria;
.Os serviços relacionados à producao, bem como à saude e educacao lideram o crescimento
do emprego em termos percentuais, tambem se tornando cada vez mais importantes em
termos de numeros absolutos;
Segundo o livro, há de fato, um mercado global para uma fracao minuscula da forca de
trabalho composta por profissionais com a mais alta especializacao. No texto o autor
apresenta diversos dados em diferentes paises e épocas mostrando que embora haja problemas
de imigração em diveros paises ricos, não significa que exista uma globalizacao da forca de
trabalho. Contudo, afirma o autor, há uma tendência histórica para a crescente
interdependencia da forca de trabalho em escala global por
Em cada caso o papel exercido pela tecnologia da informacao e o meio indispensavel para as
conexoes entre os diferentes segmentos da forca de trabalho nas fronteiras nacionais.
Em cada um dos casos acima o autor traca as consequencias sobre a mao-de-obra global dos
investimentos de multinacinais e de capital em outros países. Assim, embora nao haja um
mercado de trabalho global unificado, ha na verdade, interdependencia global da forca de
trabalho na economia informacional.
Em resumo como tendência geral, não há relação estrutural sistematica entre a difusão das
tecnologias da informação e a evolução dos níveis de emprego na economia como um todo.
Empregos estão sendo extintos e novos empregos estão sendo criados, mas a relação
quantitativa entre as perdas e os ganhos varia entre empresas, indústrias, setores, regiões e
países em função da competitividade, estratégias empresariais, políticas governamentais,
ambientes institucionais e posição relativa na economia global.
O autor mostra dados de países do G-7 onde aponta pra uma maior flexibilidade no atual
cenário informacional, flexibilidade em termos de jornada de trabalho, crescimento do
trabalho autônomo, mobilidade geográfica, situação profissional, segurança contratual e
desempenho de tarefas.
E chega a uma conclusão importante que de modo geral há uma transformação do trabalho,
dos trabalhadores e das organizações de nossas sociedades e que certamente a forma
tradicional de trabalho com base em emprego de horário integral, projetos profissionais bem
delineados e um padrão de carreira ao longo da vida estão extintos de forma lenta, mas
indiscutível.
O autor faz uma introdução dizendo que o crescimento dos investimentos globais não parece
ser o causador destruidor de empregos no Norte, ao mesmo tempo em que contribui para a
criação de milhoões de empregos nos países recém industrializados.Todavia, o processo de
transição histórica para uma sociedade informacional e uma economia global é caracterizado
pela deterioração generalizada das condições de trabalho e de vida para os trabalhadores. Essa
deterioraçào assume formas diferentes nos diferentes contextos: aumento do desemprego
estrutural na Europa; queda dos salários reais; aumento da desigualdade, a instabilidade no
emprego nos Estados Unidos; subemprego e maior concentração de força de trabalho no
Japão; "informalização" e desvalorização da mão-de-obra urbana recém-incorporada nos
países em desenvolvimento; e crescente marginalização da força de trabalho rural nas
economias subdesenvolvidas e estagnadas. Para Castells essas tendências são resultado da
reestruturação atual das relações capital-trabalho, com a ajuda das poderosas ferramentas
oferecidas pelas novas tecnologias da informação e facilitadas por uma nova forma
organizacional: a empresa em rede.
E estas mesmas tendências apontam para uma maior desigualdade social onde ricos ficam
mais ricos e os pobres mais pobres assim estamos vivendo numa sociedade dualizada com
uma grande camada superior e também uma grande camada inferior, crescendo em ambas as
extremidades da estrutura ocupacional, portanto encolhendo no meio, em ritmo e proporção
que dependem da posição de cada país na divisão do trabalho e de seu clima político. Mas,
sem dúvida nenhuma - conclui o autor -, o trabalho informacional desencadeou um processo
mais fundamental: a desagregação do trabalho, introduzindo a sociedade em rede.
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O autor se propoe a analisar as consequencias em nossas culturas que essa realidade virtual
pode trazer.
O autor comeca se perguntanto de o porque de a televisao ter tido uma aceitacao tao grande a
ponto de tudo girar em torno dela...e ai utiliza teorias de varios estudiosos como McLuhan
segundo o qual a televisao criou uma nova Galaxia de comunicacao. Para o autor a lei do
minimo esforco parece ser plausivel pra explicar o motivo de tanta aceitacao por parte da
televisao ou seja as pessoas diante da tv nao precisam pensarem pra assimilar o que ela
transmite.
O impacto social da televisao funciona no modo binario:estar ou nao estar. Desde que uma
mensagem esteja na televisao, ela podera ser modificada, transformada ou mesmo subvertida.
Mas em uma sociedade organizada em torno da grande midia, a existencia de mensagens fora
da midia fica restrita a redes interpessoais,. portanto desaparecendo do inconsciente coletivo.
A historia do Minitel
Castells diz o porque do Minitel ter feito tanto sucesso. Atras do sucesso do Minitel havia
duas razoes fundamentais: a primeira era o comprometimento do governo frances com o
experimento. A segunda era a simplicidade de uso e a objetividade do sistema de faturamento
bem-organizado que o tornaram acessivel e confiavel ao cidadao comum.
Depois de toda essa evolucao o sistema comeca a cair devido as limitacoes naturais como
meio de comunicacao. Sob o aspecto tecnologico o Minitel contava com uma tecnologia de
tranmissao e video muito antiga, cuja revisao poria um fim a seu apelo basico como um
dispositivo eletronico gratuito. Alem disso nao se baseava em computadores pessoais mas em
terminais burros, dessa forma limitando substancialmente a capacidade autonoma de
processamento de informacao. Sob o aspecto institucional, sua arquitetura, organizada em
torno de uma hieraquia de redes de servidores, com pouca capacidade de comunicacao
horizontal, era muito inflexivel para uma sociedade culturalmente sofisticada como a
francesa, visto que havia novas esferas de comuinicacoes alem da Minitel. A solucao obvia
adotada pelo sistema frances foi oferecer a opcao paga de ligar-se a internet em ambito
mundial. Com isso, o Minitel ficou dividido internamente entre um servico de burocratico de
informacao, um sistema de servicos empresariais em rede e uma entrada subsidiaria para o
vasto sistema de comunicacao da constelacao da internet.
A constelacao da Internet
Manuel Castells comeca o topico falando do crescimento acelerado da internet desde a sua
cocepcao ate os dias de hoje podendo chegar algum dia a marca de 600 milhoes de usuarios
conectados em todo o mundo.
O autor enumera ainda os produtos tecnologicos oriundos nessa nova cultura que ele chama
de contracultura como o surgirmento do modem, correio eletronico e por ai vai!
Vale a pena ressaltar a contribuicao dada por muitos e muitos pesquisadores e estudantes
universitarios de universidades americanas e europeias.
A sociedade interativa
O autor tenta tracar o perfil do internauta com base em pesquisas feitas nos Estados Unidos e
Europa e segundo estas pesquisas o usuarios sao pessoas bem instruidas e de maior poder
aquisitivo dos paises mais instruidos e mais ricos e, frequentemente nas areas metropolitanas
e maiores e mais sofisticadas.
Embora a internet pareca ser menos penetrante do que a grande midia, tudo tem leva a crer
que a sua expansao se dara rapidamente e nao so na elite como em todas as classes sociais.
Castells analisa ainda o impacto que essas mudancas trazem para a nossa cultura como o fato
da pessoa se sentir mais a vontade mandando um email anonimo do que conversar
pessoalmente com uma pessoa.
Multimidia, estende o ambito da comunicacao eletronica para todo o dominio da vida: de casa
a trabalho, de escolas a hospitais, de entretenimento a viagens.
Ressalta a corrida que os paises ricos tiveram em medados da decada de 90 no sentido de
modernizarem-se no aspecto de novas tecnologias relacionadas a conteudos multimidia, mas a
grande resposta mesmo veio da iniciativa privada que impulsionou o desenvolvimento de
novas tecnologias e permitiu que o seu acesso fosse se multiplicando.
Para o autor nao se trata de dizer se um sistema multimidia vai ser analisado ou nao(sera) mas
quando, como e sob quais condicoes nos diferentes paises, porque o significado cultural do
sistema sera profundamente modificado pelas caracateristicas do momento e pela forma da
trajetoria tecnologica.
Finalmente, talvez a caracteristica mais importante da multimidia seja que ela capta em seu
dominio a maioria das expressoes culturais em toda a sua diversidade. Seu advento e
equivalente ao fim da separacao e ate da distincao entre midia audiovisual e midia impressa,
cultura popular e cultura erudita, entretenimento e informaca, educacao e persuasao. Todas as
expressoes culturais, da pior a melhor, da mais elitista a mais popular, vem juntas nesse
universo digital que liga, em um supertexto historico gigantesco, as manifestacoes, passadas e
futuras da metne comunicativa. Com isso, elas constroem um novo ambiente simbolico.
Fazem da virtualidade nossa realidade.
O autor usa ate da definicao do dicionario das palavras real e virtual pra mostrar que na
verdade nao existe muita diferenca entre real e virtual e a influencia de um sobre o outro e um
verdadeiro binomio tal que a televisao e a nossa realidade.
O espaco de fluxos
Introducao
Espaco e tempo sao as principais dimensoes materiais da vida humana. vamos analisar o
espaco e o tempo nao sob o aspecto fisico mas o significado social do espaco e do tempo.
Servicos avancados sao financas, seguros, bens imobiliarios, consultorias, relacoes publicas,
marketing, seguranca, coleta de informacoes, gerenciamento de sistemas de informacao,
P&D, inovacao cientifica dentre outros.
O autor analisa o fluxo de capital e de servicos avancados por diversas regioes e paises,
mostrando como tem ocorrido essa descentralizacao, concluindo entao que a dita cidade
global nao se trata de um lugar mas um processo. Um processo por meio do qual os centros
produtivos e de consumo de servicos avancados e suas sociedades auxiliares locais estao
conectados em uma rede global embora, ao mesmo tempo, diminuam a importancia das
conexcoes com suas hinterlandias, com base em fluxos de informacao.
O autor relata a organizacao do novo espaco industrial com o advento da industria de alta
tecnologia. Esse espaco caracteriza-se pela capacidade organizacional e tecnologica de
separar o processo produtivo em diferentes localizacoes, ao mesmo tempo em que reitegra sua
unidade por meio de conexoes de telecomunicacoes e da flexiblilidadee precisao resultante da
microeletronica na fabricacao de componentes, desta forma podemos apontar o seguinte
aspecto:
Mas como esta nova ordem afentarao as cidades? Dados dispersos parecem indicar que os
problemas de transporte, em vez de melhorar, piorarao porque o aumento das atividades e a
compressao temporal possibilitados pela nova organizacao em rede transforma-se em maior
concentracao de mercados em certas areas e em maior mobilidade fisica de uma forca de
trabalho, antes confinada a seus locais de trabalho durante o expediente.
Desta forma a comunicacao mediada por computadores esta se difundindo pelo mundo todo,
embora apresente uma geografia extremamente irregular, assim, alguns segmentos das
sociedades de todo o globo, invariavelmente concentrados nos estratos superiores das
sociedades, interagem entre si, reforcando a dimensao global do espaco de fluxos.
Cada vez mais as pessoas trabalham e administram servicos de suas casas; a "centralidade da
casa" e uma tendencia importante da nova sociedade. Porem nao significa que o fim da
cidade, pois locais de trabalho, escolas, hospitais, escolas, complexos medicos, postos de
atendimento ao consumidor, areas recreativas, ruas comerciais, shopping centers, estadios de
esportes continuarao a existir. E as pessoas deslocar-se-ao entre todos estes lugares na medida
em que possuem mais tempo disponivel e cada vez mais com mobilidade crescente.
Contudo nao ha duvida de que o layout da forma urbana passa por grande tranformacao. Mas
esta transformacao nao segue um padrao unico, universal: apresenta variacao consideravel
que depende das caracteristicas dos contextos historicos, territoriais e institucionais.
Assim como a cidade industrial nao foi uma copia de Manchester, a cidade informacional nao
sera uma copia do Vale do Silicio, apesar disso algumas caracteristicas transculturais
predominam entre as cidades, o autor defende que a cidade informacional nao e uma forma
mas um processo, um processo caracaterizado pelo predominio estrutural do espaco de fluxos.
A ultima fronteira suburbana dos Estados Unidos
O autor faz um relato de como tem surgido cidades bastantes peculiares nos Estados Unidos
devido a era da informacao sao cidades com: muito espaco pra aluguel de escritorios, tenha
mais empregos do que dormitorios, seja percebido pela populacao como um lugar, nao
parecesse com uma cidade trita anos atras. E o que Joel Garreau captou em areas ao redor de
Boston, Nova York, Detroit, Atlanta, Phoenix,Texas sul da California e chamou de Edge City.
Traca as diferencas entre o espaco das cidades europeias das americanas de maneira geral a
primeira se mostra mais conservadora em relacao a mundancas apresentando um centro
urbano que conserva a sua historia, por outro lado tem surgido novas areas de uma populacao
mais jovem que nao consegue dinheiro pra entrar mo espaco mais urbano e acabam vivendo
em periferias bem diferenters das americanas e verdade. O suburbio europeu por incrivel que
pareca ainda representa o local tanto da producao industrial tracional como das novas
industrias de alta tecnologia.
O fator decisivo dos novos processos urbanos, na Europa e em outros lugares, e o fato de o
espaco urbano ser cada vez mais diferenciado em termos sociais, embora esteja
funcionalmente interrelacionando alem da proximidade fisica.
Espaco e a expressao da sociedade. Uma vez que nossas sociedades estao passando por
transformacoes estruturais, e razoavel sugerir que atualmente estao surgindo novas formas e
processos espaciais.
Do ponto de vista da teoria social, espaco e o suporte material de praticas socias de tempo
compartilhado. O autor define ainda espaco de fluxos como sendo a organizacao material das
praticas sociais de tempo compartilhado que funcionam por meio de fluxo.
Este e um capitulo bastante teorico senao confuso e de nao facil assimilcao, para o autor o
espaco de fluxos pode ser descrito pela combinacao de tres camadas que juntas constituem o
espaco de fluxos sao elas:
.A terceira e ultima refere-se a organizacao espacial das elites gerenciais dominantes(e nao
das classes) que exercem as funcoes direcionais segundo as quais este espaco e articulado.
Se o espaco de fluxo realmente for a forma espacial predominante da sociedade em rede, nos
proximos anos a arquitetura ;e o design provavelmente serao rede finidos em sua forma,
funcao, processo e valor.
O autor analisa a arquitetura sob o ponto de vista do espaco de fluxos e chega e mostra alguns
casos particulares onde esta relacao esta muito inimamente ligada como a restauracao de uma
estacao de metro na Espanha ou a construcao de um aeroporto tambem neste pais onde
passageiros tem a impressao de estarem sozinhos dada o design do local sozinhos quer dizer:
nas maos unicamente da compahia aerea.
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É comum observarmos hoje que programas cada vez mais sofisticados comandam as tomadas
de decisões econômicas, sendo alinhadas com fusos horários diferentes para possibilitarem
em tempo real, seja qual for a parte do mundo, o ganho da empresa. Nesse contexto é que a
"empresa em rede" vivência o tempo não como uma maneira cronológica de produção em
massa, mas sim como algo a ser processado e utilizado como termômetro de suas inovações.
Exemplos: o ajuste das empresas às novas necessidades do mercado em um curto intervalo de
tempo; a contratação de profissionais cada vez mais flexíveis, ou seja, capazes de direcionar
bem suas horas de trabalho, e ainda a diminuição no tempo de serviço dos funcionários, bem
como a contratação de mais mão-de-obra para distribuição das horas de produção diária.
O aspecto do ritmo biológico ou ciclo biológico foi quebrado pela ""sociedade em rede"" que
desde já muda a fisionomia do meio em que vive; seja fazendo mudar o tempo de serviço,
criando uma nova camada da terceira idade contendo velhos não só cronologicamente, mas
pessoas ditas impossibilitadas de se flexibilizarem em relação ao mercado; transformando a
reprodução como algo possível em qualquer idade, mediante as modernas técnicas de
fertilização; ou ainda pelo grande avanço da medicina, tentando colocar a morte como algo
controlável e distante, uma luta baseada na prevenção e na esperança.
No ponto de vista das guerras, conforme os aparatos bélicos foram evoluindo com armas
nucleares e demais meios de destruição em massa, mais difícil se tornou o confronto armado
entre as nações desenvolvidas que passaram a ver as guerras do seguinte ponto de vista:
menor numero possível de mortos, utilização somente de um exército profissional, um
conflito rápido, longe dos olhos da mídia e com o menor gasto possível. Para a sociedade
informacional que visa o lucro, as guerras a muito deixaram de ser lucrativas, a não ser
quando as potências exploro conflitos menores, dentro de nações menos desenvolvidas,
funcionando agora como fornecedores, sem perdas humanas e com muitos ganhos financeiros.