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MÓDULO X - PROBLEMA 1
considerada uma extensão do hipotálamo. que terminam na eminência mediana, no tronco
1 Anatomia e histologia do sistema Composto por: encefálico e na medula espinal. Esses neurônios liberam
endocrinológico • Corpos mamilares: núcleos arredondados de tecido pequenas quantida- des de neuro-hormônios de
nervoso que fazem parte do hipotálamo e estão liberação ou de inibição (hormônios hipofisiotróficos),
1.1 Hipotálamo que controlam a função da adeno-hipófise.
ligados a memoria.
Região do cérebro envolvida na coordenação das
• Quiasma ótico: localiza-se na parte anterior do
respostas fisiológicas de diferentes órgãos que, em seu
assoalho ventricular.
conjunto, mantêm a homeostasia. Para desempenhar
• Tuber cinéreo: local onde o infudibulo parte para
essa função, o hipotálamo integra os sinais provenientes
sustentar a glândula hipófise, esta localizado atrás
do ambiente, de outras regiões do cérebro e de
do quiasma e tratos opticos, imediatamente anterior
aferentes viscerais e, a seguir, estimula as respostas
aos corpos mamilares
neuroendócrinas apropriadas.
• Infundíbulo
Essas respostas hipotalâmicas são mediadas, em
sua maioria, pelo controle da função hipofisária pelo 1.1.1 Núcleos hipotalâmicos
hipotálamo. Esse controle é obtido por dois mecanismos: Aglomerados ou grupos de neurônios cujas
projeções alcançam outras regiões cerebrais e também
(1) liberação dos neuropeptídeos hipotalâmicos terminam em outros núcleos hipotalâmicos.
sintetizados dos neurônios hipotalâmicos e Esse complexo sistema de conexões neuronais
transportados, através do trato hipotalâmico-hipofisário, assegura uma comunicação contínua entre os neurônios
até a neuro-hipófise, e hipotalâmicos e as outras regiões do cérebro.
(2) controle neuroendócrino da adeno-hipófise Os núcleos do hipotálamo podem ser classificados
por meio da liberação dos peptídeos que medeiam a com base em sua localização anatômica ou no 1.1.2 Irrigação
liberação dos hormônios adeno-hipofisários (hormônios neuropeptídeo principal produzido por suas células. É
hipofisiotróficos). O suprimento sanguíneo da hipófise é constituído
mais apropriado considerar os grupos de neurônios
por ramos da artéria carótida interna. As artérias
como aglomerados de neurônios, e não como núcleos
O hipotálamo constitui a parte do diencéfalo hipofisárias superiores formam o plexo capilar que
bem definidos e delineados, constituídos por um único
localizada abaixo do tálamo e entre a lâmina terminal e fornece sangue à eminência mediana. A partir dessa rede
tipo neuronal.
os corpos mamilares, formando as paredes e o soalho do de capilares, o sangue drena para veias paralelas,
Dois tipos de neurônios são importantes na
terceiro ventrículo. Nesse soalho, as duas metades do denominadas veias porta hipofisárias longas, que descem
mediação das funções endócrinas do hipotálamo: os
hipotálamo são unidas, formando uma região pelo pedículo infundibular até o plexo secundário.
magnocelulares e os parvicelulares.
semelhante a uma ponte, conhecida como eminência Os neurônios magnocelulares localizam-se
mediana, local onde os terminais axônicos dos neurônios Os peptídeos hipofisiotróficos liberados na
predominantemente nos NPV e NSO do hipotálamo e
hipotalâmicos liberam os neuropeptídeos envolvidos no eminência mediana penetram nos capilares do plexo
produzem grandes quantidades dos neuro-hormônios
controle da função da adeno-hipófise. primário.
ocitocina e arginina vasopressina (AVP). Os axônios não
Além disso, ela é atravessada pelos axônios dos A partir daí, são transportados até a adeno-
mielinizados desses neurônios formam o trato
neurônios hipotalâmicos que terminam na neuro- hipófise pelas veias porta hipofisárias longas até o plexo
hipotalâmico-hipofisário, a estrutura semelhante a uma
hipófise. secundário. Esse plexo consiste em uma rede de
ponte que atravessa a eminência mediana e termina na
Ela se afunila para formar a porção infundibular capilares sinusoides fenestrados, que são responsáveis
neuro-hipófise. A ocitocina e a AVP são liberadas da
da neuro-hipófise (também denominada pedículo pelo suprimento sanguíneo da hipófise anterior ou
neuro-hipófise em resposta a um potencial de ação.
hipofisário ou infundibular). Em termos práticos, a adeno-hipófise.
Devido à arquitetura fenestrada desses vasos central. Produzem o GH ou somatotrofina. São - Pars intermédia possui o cisto de Ranthke, algumas
capilares, os neuropeptídeos difundem-se facilmente da células acidófilas pois possuem vesículas eosinófilas células basófilas e cromófobas.
circulação para alcançar as células da adeno-hipófise. em seu citoplasma.
Essas células expressam receptores da superfície celular II. Células lactotróficas: Ou células PRL ou • Pars nervosa (neuro-hipófise) – As terminações
específicos, acoplados à proteína G, que se ligam aos mamotróficas. Constituem 15 a 20% das células da distais dos axônios do trato hipotálamo-hipofisário
neuropeptídeos, ativando cascatas de segundos adenohipófise. São grandes e poligonais, com terminam na pars nervosa e armazenam
mensageiros intracelulares que produzem a liberação núcleos ovais e produzem a prolactina. Quando neurossecreções produzidas por seus corpos
dos hormônios adeno-hipofisários. estão em fase de armazenamento, exibem inúmeras celulares, localizados no hipotálamo. É contínua com
O sangue da adeno-hipófise e da neuro-hipófise vesículas acidófilas, seno caracterizadas como a eminência média do hipotálamo por meio de um
drena no seio intercavernoso e, a seguir, na veia jugular células acidófilas, entretanto, ao esvazia-las, torna- delgado prolongamento de tecido nervoso, o
interna, passando para a circulação venosa sistêmica. se uma célula cromófoba. infundíbulo ou pedúnculo da hipófise. Possui células
1.2 Hipófise III. Células corticotróficas: Ou células ACTH. Também menos coradas pelo fato de tipicamente ser formada
constituem 15-20% das células da adenohipófise. por tecido nervoso (semelhante à substância branca
A adeno-hipófise, ou hipófise anterior, São células poligonais de tamanho médio com
desempenha um papel fundamental na regulação da do SNC);
núcleos arredondados e excêntricos. Produzem uma
função endócrina, por meio da produção e da liberação molécula precursora do ACTH, conhecida como - Pars nervosa Contém axônios mielínicos e suas
dos hormônios tróficos. A função da adeno-hipófise e, POMC (proopiomelanocortina). Coram-se como terminações nervosas de cerca de 100k neurônios
consequentemente, a produção dos hormônios tróficos basófilas. A POMC ainda é clivada dentro das células neurossecretores cujos corpos celulares situam-se nos
são reguladas pelo hipotálamo por meio dos corticotróficas por enzimas proteolíticas dando núcleos supra-optico e paraventricular do hipotálamo.
neuropeptídeos hipofisiotróficos liberados na eminência origem a: ACTH, MSH (hormônio 1.2.2 Anatomia funcional
mediana. melanocitoestimulante), encefalina, hormônio
Os hormônios tróficos produzidos pela adeno- A hipófise, ou glândula pituitária, é constituída
lipotrofico beta e beta endorfina. por um lobo anterior e um lobo posterior, que diferem
hipófise são liberados na circulação sistêmica, por meio IV. Células gonadotróficas: Ou células FSH e LH.
da qual alcançam seus órgãos-alvo para produzir uma em sua origem embriológica, modo de desenvolvimento
Constituem cerca de 10% das células da e estrutura.
resposta fisiológica, envolvendo, com mais frequência, a adenohipófise. São pequenas células ovais com
liberação de um hormônio do órgão-alvo. núcleos arredondados e excêntricos, que produzem à O lobo anterior, também conhecido como adeno-
tanto FSH quanto LH. Estão espalhadas em toda a hipófise, é maior e consiste em uma parte anterior e
1.2.1 Histologia parte distal e são basófilas. Algumas delas produzem uma parte intermédia, separadas por uma estreita fenda,
so um dos hormônios, mas como regra geral, ela é o remanescen- te da bolsa de Rathke. A parte intermédia
• Pars distalis (adeno-hipófise) – epitélio glandular
capaz de produzir ambos os hormônios. é de pouca importância na fisiologia humana. A adeno-
endócrino na forma de cordões entremeados por
V. Células tireotróficas: Ou células TSH. Constituem hipófise é uma estrutura altamente vascularizada,
capilares sanguíneos. Os hormônios produzidos por
cerca de 5% das células da adeno-hipófise. São constituída por células epiteliais derivadas do
essas células são armazenados em grânulos de
secreção. Os poucos fibroblastos presentes secretam grandes e poligonais, com núcleos redondos e revestimento ectodérmico do palato. As células
fibras reticulares que sustentam os cordões das excêntricos e produzem o TSH. São basófilas. hipofisárias que revestem os capilares produzem os
células produtoras de hormônios. hormônios tróficos: hormônio adrenocorticotrófico
- Composta por: • Pars intermedia (adeno-hipófise) – caracteriza-se (ACTH), hormônio tireoestimulante (TSH), hormônio do
por possuir muitos cistos contendo colóide e crescimento (GH), prolactina (Prl) e gonadotrofinas,
I. Células somatotróficas: Ou células GH, são mais hormônio luteinizante (LH, de luteinizing hormone) e
encontradas na parte distal e constituem cerca de revestidos por células cuboides. Os cistos são
resquícios da bolsa de Ranthke (identifica-se por hormônio folículo-estimulante (FSH).Todos são liberados
50% das células da adenohipófise. São células ovais na circulação sistêmica.
de tamanho médio, com núcleo arredondado e apresentar epitélio cúbico em volta). Apresentam
apenas células basófilas.
2 Principais tipos de glândulas e hormônios endócrina de órgãos e mediadores não atua de maneira uma ação biológica sobre uma célula-alvo. Eles podem
com o S.E, bem como seus receptores e mecanismos isolada e ESTÁ ESTREITAMENTE INTEGRADA COM OS ser liberados das glândulas endócrinas (i.e., insulina,
de ação SISTEMAS NERVOSOS CENTRAL E PERIFÉRICO, ALÉM DO cortisol), do cérebro (i.e., hormônio de liberação da
SISTEMA IMUNE (“neuroendócrino” ou corticotrofina [CRH], ocitocina e hormônio antidiurético)
O sistema endócrino tem como função: “neuroendócrino-imune”). e de outros órgãos, como o coração (peptídeo
natriurético atrial), o fígado (fator de crescimento
“Coordenar e integrar a atividade das células em todo o semelhante à insulina 1) e o tecido adiposo (leptina).
organismo por meio da regulação das funções celular e Órgão-alvo – contém células que expressam
orgânica e pela manutenção da homeostasia durante receptores hormonais específicos e que respondem à
toda a vida.” ligação de determinado hormônio com uma ação
biológica demonstrável.
E ele desempenha esse papel da seguinte forma:
• Regulação do equilíbrio do sódio e da água, além de 2.1 Tipos de glândulas
controle do volume sanguíneo e da pressão arterial.
• Regulação do equilíbrio do cálcio e do fosfato para
preservar as concentrações no líquido extracelular 2.2 Classificação dos tipos de hormônios
necessárias à integridade da membrana celular e à Com base em sua estrutura química, os
sinalização intracelular. hormônios podem ser classificados em proteínas (ou
• Regulação do balanço energético e controle da peptídeos), esteroides e derivados de aminoácidos
mobilização, da utilização e do armazenamento da (aminas).
energia para assegurar o suprimento das demandas A estrutura do hormônio é que determina, em
metabólicas celulares. grande parte, a localização do receptor hormonal;
• Coordenação das respostas contrarreguladoras
hemodinâmicas e metabólicas do hospedeiro ao As aminas e os hormônios peptídicos ligam-se a
estresse. receptores situados na superfície celular, enquanto os
• Regulação da reprodução, do desenvolvimento, do hormônios esteroides têm a capacidade de atravessar as
crescimento e do processo de envelhecimento. O sistema endócrino é constituído essencialmente membranas plasmáticas, ligando-se a receptores
No sistema endócrino: por três componentes básicos: intracelulares. Uma exceção a essa generalização é o
hormônio tireoidiano, um hormônio derivado de
Determinado
Libera um Exercer um Glândulas endócrinas – carecem de ductos e, por aminoácido, que é transportado na célula para sua
mensegeiro efeito sobre
orgão (exp.:
hipófise)
químico Na Circulação um orgão alvo isso, secretam seus produtos químicos (hormônios) no ligação a um receptor nuclear.
(hormônio) distante
espaço intersticial, a partir do qual passam para a
circulação. Diferentemente dos sistemas cardiovascular, A estrutura do hormônio também influencia sua
renal e digestório, as glândulas endócrinas não têm meia-vida.
conexão anatômica e estão distribuídas por todo o
Na atualidade, o sistema endócrino é definido
corpo. A comunicação entre os diferentes órgãos é As aminas são as que apresentam meia-vida mais curta
como uma REDE INTEGRADA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS,
assegurada pela liberação de hormônios ou (2 a 3 minutos), seguidas dos polipeptídeos (4 a 40
de DIFERENTES ORIGENS EMBRIOLÓGICAS, que liberam
neurotransmissores. minutos), dos esteroides e das proteínas (4 a 170
hormônios, incluindo desde pequenos peptídeos a
Hormônios – produtos químicos, liberados pela minutos) e dos hormônios tireoidianos (0,75 a 6,7 dias).
glicoproteínas, QUE EXERCEM SEUS EFEITOS EM
célula em quantidades muito pequenas, que exercem
CÉLULAS-ALVO PRÓXIMAS OU DISTANTES. Essa rede
2.2.1 Hormônios proteicos ou peptídicos biológicas e das taxas de depuração dos hormônios estrogênios derivados dos androgênios. O hormônio é
Constituem a maioria dos hormônios que são glicoproteicos na circulação. sintetizado e atua intracelularmente na mesma célula
sintetizados na forma de pré-pró-hormônios e sofrem 2.2.2 Hormônios esteroides que o produz.
processamento pós-tradução, sendo armazenados em Derivam do colesterol e são sintetizados no córtex 2.3.2 Transporte dos hormônios
grânulos secretores antes de sua liberação por exocitose, da suprarrenal, nas gônadas e na placenta. Os hormônios liberados na circulação podem
por meio de um processo que lembra a liberação dos São lipossolúveis, circulam no plasma ligados às circular em sua forma livre ou ligados a proteínas
neurotransmissores das terminações nervosas. pro- teínas e atravessam a membrana plasmática para se carreadoras, também conhecidas como proteínas de
ligarem a receptores intracelulares citosólicos ou ligação que atuam como reservatórios e prologam a
nucleares. meia-vida do hormônio.
A vitamina D e seus metabólitos também são O hormônio livre ou não ligado constitui a forma
considerados hormônios esteroides. ativa, que se liga ao receptor hormonal específico. Por
2.2.3 Hormônios derivados de aminoácidos conseguinte, a ligação de um hormônio a sua proteína
carreadora serve para regular a atividade hormonal,
Sintetizados a partir do aminoácido tirosina e estabelecendo a quantidade de hormônio livre para
incluem as catecolaminas noradrenalina, adrenalina e exercer uma ação biológica.
dopamina, além dos hormônios tireoidianos, que As proteínas carreadoras são, em sua maioria,
derivam da combinação de dois resíduos do aminoácido globulinas sintetizadas no fígado. Por isso alterações na
tirosina que são iodados. função hepática pode resultar em anormalidades nos
2.3 Mecanismo de ação dos hormônios níveis de proteínas de ligação, podendo afetar
2.3.1 Efeito indiretamente os níveis totais dos hormônios.
Recrutamento e ativação de
proteínas adicionais
Início a cascata de
sinalização distal
A maioria desses receptores consiste em atravesse a membrana plasmática, ou, como no caso do
polipeptídeos simples, embora alguns deles, como o hormônio tireoidiano, seja transportado ativamente para
receptor de insulina, sejam constituídos por dímeros dentro da célula.
consistindo em dois pares de cadeias polipeptídicas. A distribuição do receptor hormonal intracelular
A ligação do hormônio a receptores de superfície não ligado pode ser citosólica ou nuclear.
celular resulta em rápida ativação das proteínas
citosólicas e em respostas celulares. Pela fosforilação A formação do complexo hormônio-receptor com
proteica, a ligação do hormônio a receptores de receptores citosólicos
superfície celular também pode alterar a transcrição de
genes específicos por intermédio da fosforilação dos
fatores de transcrição.
Provoca uma mudança de conformação
EXP.: fosforilação do fator de transcrição, a proteína de
ligação do elemento de resposta ao AMPc (CREB, de
cAMP response element binding protein), pela proteína-
quinase A em resposta à ligação do receptor e à ativação
Possibilita a entrada do complexo hormônio-receptor no
da adenilato-ciclase. Esse mesmo fator de transcrição
núcleo e sua ligação a sequências específicas de DNA
(CREB) pode ser fosforilado por cálcio-calmodulina após a O receptor de hormônio tireoidiano não ocupado
ligação do hormônio ao receptor de tirosina-quinase e a liga-se ao DNA e reprime a transcrição. A ligação do
ativação da PLC. hormônio tireoidiano ao receptor possibilita a ocorrência
de trans- crição gênica. Por conseguinte, o receptor de
Por conseguinte, a ligação do hormônio a Para regular a transcrição gênica. hormônio tireoidiano atua como repressor na ausência
receptores de superfície celular pode deflagrar uma do hormônio, porém a ligação hormonal o converte em
resposta imediata quando o receptor está acoplado a um Uma vez no interior do núcleo, os receptores um ativador, que estimula a transcrição de genes
canal iônico, ou pela rápida fosforilação das proteínas regulam a transcrição pela ligação, em geral na forma de induzíveis pelo hormônio tireoidiano.
citosólicas pré-formadas, podendo ativar também a dímeros, a elementos de resposta hormonal normal- O receptor de esteroides, como aquele usado por
transcrição gênica por meio de fosforilação dos fatores mente localizados em regiões reguladoras de genes-alvo. estrogênio, progesterona, cortisol e aldosterona, não é
de transcrição. Em todos os casos, a ligação do hormônio leva à capaz de se ligar ao DNA na ausência do hormônio. Após
localização nuclear quase completa do complexo a ligação do hormônio esteroide a seu receptor, o
hormônio-receptor. receptor dissocia-se das proteínas chaperonas associadas
II. Receptores intracelulares
a ele. O complexo hormônio-receptor (HR) é translocado
Pertencem a superfamília dos receptores de EXP.: Os receptores intracelulares não ligados podem para o núcleo, onde se liga a seu elemento de resposta
esteroides. estar situados no núcleo, como no caso dos receptores do específico no DNA, dando início à transcrição gênica
Eles consistem em fatores de transcrição que hormônio tireoidiano. O receptor do hormônio
possuem locais de ligação para o hormônio (ligante) e o tireoidiano não ocupado reprime a transcrição de genes. à Regulação dos receptores hormonais
DNA e que funcionam como fatores de transcrição A ligação do hormônio tireoidiano ao receptor ativa a Os hormônios podem influenciar a responsividade
regulados por ligantes (hormônios). transcrição gênica. da célula-alvo pela modulação da função dos receptores.
A formação do complexo hormônio-receptor e a As células-alvo têm a capacidade de detectar alterações
ligação ao DNA resultam em ativação ou repressão da no sinal hormonal em uma variedade de intensidades de
transcrição gênica. A ligação a receptores hormonais estímulo.
intracelulares requer que o hormônio seja hidrofóbico e
Isso requer que a célula seja capaz de sofrer um interação é a upregulation dos receptores adrenérgicos A liberação de hormônios por um órgão
processo reversível de adaptação ou dessensibilização, dos miócitos cardíacos após elevação sustentada dos endócrino com frequência é controlada por outro
por meio do qual: níveis de hormônio tireoidiano. hormônio.
Quando o resultado consiste na estimulação da
3 Controle da liberação dos hormônios
A exposição prolongada a determinado hormônio diminui liberação hormonal, o hormônio que exerce esse efeito é
a resposta a mudanças na concentração hormonal (mais A secreção hormonal envolve a síntese ou a denominado trófico, como no caso da maioria dos
do que à concentração absoluta do hormônio) ao longo produção do hormônio e sua liberação da célula. hormônios produzidos e liberados pela adeno-hipófise.
de uma faixa muito ampla de concentrações hormonais. A liberação periódica e pulsátil dos hormônios é
de suma importância na manutenção da função EXP.: A regulação da liberação de glicocorticoides
Por exemplo, a ligação do hormônio a receptores endócrina normal e nos efeitos fisiológicos exercidos pelo ACTH.
de superfície celular pode induzir a endocitose e o sobre o órgão-alvo. Os hormônios também podem suprimir a
sequestro temporário em endossomas. Essa endocitose Podem ser identificados três mecanismos gerais liberação de outro hormônio.
de receptores induzida pelo hormônio pode levar à como reguladores comuns da liberação hormonal.
destruição dos receptores nos lisossomos, um processo 3.1 Controle neural EXP.: A inibição da liberação do hormônio do
conhecido como dowregulation do receptor. crescimento pela somatostatina.
O controle e a integração pelo sistema nervoso
Em outros casos, a dessensibilização resulta de
central constituem um componente- chave da regulação A inibição hormonal da liberação de hormônios
uma rápida inativação dos receptores, como, por
hormonal, mediado pelo controle direto da liberação desempenha um importante papel no processo de
exemplo, em consequência da fosforilação do receptor.
hormonal endócrina pelos neurotransmissores. regulação da liberação hormonal por retroalimentação
A dessensibilização também pode ser causada
O controle neural também desempenha um negativa.
pela alteração em uma proteína envolvida na transdução
importante papel na regulação da liberação endócrina Além disso, os hormônios podem estimular a
de sinais após a ligação do hormônio ao receptor, ou
perifé- rica dos hormônios. Certos órgãos endócrinos, liberação de um segundo hormônio em um mecanismo
pela produção de um inibidor que bloqueia o processo
como o pâncreas, recebem um influxo simpático e conhecido como anteroalimentação (retroalimentação
de transdução.
parassimpático, que contribui para a regulação da positiva), como no caso do aumento de LH mediado pelo
Além disso, um hormônio pode exercer uma
liberação de insulina e glucagon. O controle neural da estradiol na metade do ciclo menstrual
dowregulation ou diminuir a expressão dos receptores
liberação de hormônios é mais bem exemplificado pela
de outro hormônio e reduzir a eficiência desse último 3.3 Regulação por nutrientes ou íons
regulação simpática da glândula suprarrenal, que
hormônio.
funciona como gânglio simpático mo- dificado, Em todos os casos, o hormônio específico regula a
recebendo o influxo neural direto do sistema nervoso concentração do nutriente ou do íon no plasma, direta
Os receptores hormonais também podem sofrer
simpático. ou indiretamente. Entre os exemplos de regulação da
upregulation que envolve um aumento no número de
3.2 Controle hormonal liberação hormonal por nutrientes e íons, destacam-se o
receptores hormonais específicos e, com frequência,
controle da liberação de insulina pelos níveis plasmáticos
ocorre quando os níveis prevalentes do hormônio se
de glicose e o controle da liberação do paratormônio
encontram baixos durante certo período.
pelos níveis plasmáticos de cálcio e fosfato.
O resultado consiste em aumento de
responsividade aos efeitos fisiológicos hormonais no
tecido-alvo, quando os níveis dos hormônios são
restaurados, ou quando se administra um agonista do
receptor.
Um hormônio também pode upregulate os
receptores de outro hormônio, aumentando sua
eficiência no tecido-alvo. Um exemplo desse tipo de
Em vários casos, a liberação de determinado estabilidade por manter um parâmetro fisiológico (p. ex.,
hormônio pode ser influenciada por mais de um desses glicose sanguínea) dentro de uma escala normal.
mecanismos. Por exemplo, a liberação de insulina é Uma alça de retroalimentação positiva, na qual o
regulada por nutrientes (níveis plasmáticos de glicose e hormônio X aumenta os níveis do componente Y e o
de aminoácidos), por mecanismos neurais (estimulação componente Y estimula a secreção do hormônio X,
simpática e parassimpática) e por mecanismos confere instabilidade. Sob o controle de alças de
hormonais (somatostatina). retroalimentação positiva, um estímulo é recebido e
A função final desses meios de controle é fazer o amplificado. Por exemplo, as alças de retroalimentação
sistema neuroendócrino se adaptar a mudanças do positiva controlam os processos que levam à ruptura de
ambiente, integrar sinais e manter a homeostasia. um folículo através da parede ovariana ou à expulsão de
A responsividade das células-alvo à ação feto do útero.
hormonal, com a regulação da liberação de hormônio, Existem duas configurações básicas das alças de
constitui um mecanismo de controle por retroalimentação negativas dentro do sistema
retroalimentação. endócrino: uma alça de retroalimentação de resposta
A redução ou a inibição do estímulo inicial é fisiológica direcionada (mencionada simplesmente como
denominada retroalimentação negativa. “retroalimentação de resposta direcionada”) e uma alça
A estimulação ou a intensificação do estímulo de retroalimentação direcionada do eixo endócrino:
Grande parte do sistema endócrino é organizada
original é conhecida como retroalimentação positiva.
em eixos endócrinos, cada eixo consistindo em
A alça de retroalimentação de resposta
hipotálamo, hipófise e glândulas endócrinas periféricas.
A integridade do sistema assegura que as direcionada é observada em glândulas endócrinas que
Desta forma, a alça de retroalimentação direcionada do
alterações adaptativas nos níveis de hormônios não irão controlam os níveis de glicose sanguínea (ilhotas
eixo endócrino envolve uma configuração em três níveis.
levar a distúrbios patológicos. Além disso, o mecanismo pancreáticas), níveis sanguíneos de Ca++ e Pi (glândulas
de controle desempenha um importante papel nas paratireoides, rim), osmolaridade e volume de sangue
1º nível Neurônios neuroendócrinos
adaptações a curto e a longo prazo a mudanças do (hipotálamo/neuro-hipófise), e Na+, K+ e H+ sanguíneos hipotalâmicos
ambiente. Podem ser identificados três níveis: (zona glomerulosa do córtex suprarrenal e células
atriais).
Na configuração da resposta direcionada, a
secreção de um hormônio é estimulada ou inibida por Hormônios de liberação