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PPGHIS – Plataforma Sucupira

Excerto referente às propostas do Programa Ano referência 2020

Fim do ciclo de avaliação quadrienal

1. Programa
1.1 Articulação, aderência e atualização das áreas de concentração, linhas de
pesquisa, projetos em andamento e estrutura curricular, bem como a
infraestrutura disponível em relação aos objetivos, missão e modalidade
do programa.

Um dos mais tradicionais programas de pós-graduação em história no país há quase quatro


décadas, o Programa de Pós-Graduação em História Social, coloca-se na linha da frente da
inovação e qualidade da produção científica brasileira, estabelecendo parâmetros de adequação às
transformações da sociedade em que se insere, mantendo a continuidade e a organicidade da sua
atuação. Paralelamente à longa e consistente qualidade das suas múltiplas esferas de atuação e
intervenção como o ensino, pesquisa e extensão, o Programa tem respondido às exigências de
inovação não só no que diz respeito à novidade dos saberes produzidos e ensinados, mas à
adaptação estrutural em função das demandas do tempo presente. A tradição e a inovação
caminham lado a lado na proposta do Programa no que diz respeito à área de concentração, às
linhas e grupos de pesquisa, às propostas curriculares e ao perfil dos seus egressos. Neste item do
relatório, apresentaremos o PPGHIS, seus objetivos, seu funcionamento interno e a infraestrutura
da qual dispomos, a fim de possibilitar um olhar mais panorâmico do Programa.

1.1.1 MISSÃO E OBJETIVOS DO PROGRAMA


O Programa de Pós-Graduação em História Social está em sintonia com a missão da Universidade
Federal do Rio de Janeiro e seu Programa de Desenvolvimento Institucional, contribuindo para o
avanço científico, tecnológico, artístico e cultural da sociedade por meio de atividades de ensino,
pesquisa e extensão, no sentido da promoção de uma sociedade mais justa, democrática e
igualitária. O Programa é parte do sistema PROEX desde a criação deste, em 2007, e tem mantido
o conceito 6 na avaliação do comitê da CAPES, numa trajetória de estruturação e consolidação de
um perfil próprio de excelência. Ser um Programa de excelência implica em assumir
responsabilidades junto ao seu corpo social, mas, também, perante à comunidade acadêmica
nacional e internacional. O PPGHIS procura, assim – no quadro da excelência –, promover o
aprimoramento crítico e a diversificação da pesquisa e da formação na área da história, em
concomitância com mobilização em projetos acadêmicos e/ou cívicos, com intervenção no espaço
mais amplo do pensamento crítico sobre as condições das sociedades de hoje.

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A. OBJETIVOS
Os objetivos norteadores do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ são, desde
sua criação, a formação de docentes e pesquisadores de alto nível (mestres e doutores) nos
diferentes campos da História e, simultaneamente, contribuir para a revitalização do conhecimento
histórico através de pesquisas originais que reflitam o estado da arte dos mais relevantes debates
historiográficos no Brasil e no exterior. O Programa almeja, portanto, oferecer aos alunos um
ambiente de debate intelectual propício ao seu desenvolvimento intelectual, estimulando
discussões sobre temáticas clássicas e recentes do conhecimento historiográfico e sua inovação.
A produção acadêmica do PPGHIS se orienta hoje para seis alvos prioritários:
1) o incremento de temas de pesquisa voltados para dimensões comparativas e transnacionais
a outros contextos nacionais e/ou temas ancorados em pesquisas realizadas em outros
países, línguas e culturas;
2) a mobilização de esforços para tornar possível a presença de seus docentes e discentes em
atividades acadêmicas no Brasil e no exterior (congressos, convênios, publicações em
periódicos nacionais e internacionais, publicações de livros e coletâneas, estágios de pós-
doutoramento e de doutoramento com estágio no exterior); participação como membros
de associações nacionais e internacionais de historiadores e como pareceristas e membros
de conselhos editoriais de revistas nacionais e internacionais;
3) a promoção, através dos laboratórios vinculados ao Programa, de contínua integração entre
a graduação e a pós-graduação;
4) o estímulo à troca de saberes com a vinda regular de acadêmicos de instituições nacionais
e internacionais (ex. professores e pesquisadores visitantes, membros externos de bancas e
palestrantes) e de doutores em estágio de pós-doutoramento;
5) a constituição de redes de solidariedade entre o PPGHIS e programas com conceitos 3 e
4, em auxílio aos objetivos da PR-2 da UFRJ;
6) o estímulo a atividades de popularização da ciência, com linguagem de alta qualidade e em
sintonia com o estado mais avançado da historiografia mundial, no qual se discuta o papel
da produção acadêmica e da história na sociedade.
Na busca da realização desses alvos, o PPGHIS é hoje uma referência nacional tanto para alunos
da UFRJ quanto para egressos de outras instituições - inclusive de várias áreas afins, notadamente
antropologia, arquitetura, urbanismo, ciências sociais, pedagogia, arte, literatura, música, relações
internacionais e economia -, que têm procurado nossos cursos, seja realizando a pós-graduação,
seja fazendo nele suas disciplinas externas.
Quando o Programa de Pós-Graduação em História Social foi fundado, em 1982, a ideia de uma
“história social” ainda representava, no Brasil, uma espécie de luta contra a produção histórica
tradicional, pouco afeita a análises sociais mais amplas. Ao se afirmar como “social”, a história que
aqui se fazia aproximava-se de análises funcionais do passado, privilegiando fenômenos de longa
duração e afastando-se de quaisquer perspectivas biográficas ou próximas a um cânone nacional.
De lá para cá, o espaço da pesquisa histórica na pós-graduação ampliou-se enormemente, novos
modelos historiográficos foram criados, praticados e reformulados, fazendo com que, ao falarmos

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de “história social”, hoje, deparássemo-nos com uma expressão dotada de uma carga semântica
densa e diversa. A polissemia da expressão que nos nomeia agrada-nos, uma vez que podemos
situar nosso Programa numa evolução (certamente não linear) da disciplina, observando tanto as
modificações de um campo, como nosso papel nessas mudanças. Diversos sentidos atribuídos,
hoje, a essa noção de uma “história social” encontram-se em prática nas pesquisas desenvolvidas
no PPGHIS, merecendo a nossa atenção mais detida à relação que estabelece entre o trabalho
historiográfico e as ciências sociais. De diferentes formas, perspectivas abertas pela ciência política,
pelas tantas práticas antropológicas (como, por exemplo, a antropologia urbana e a antropologia
dos fenômenos religiosos, determinantes para estudos aqui desenvolvidos) e pela sociologia são
determinantes para os trabalhos levados adiante por nossos pesquisadores, abrindo a possibilidade
do constante aprimoramento teórico e procedimental.
Assim, tendo como área de concentração a chamada "História Social”, o Programa tem procurado
atualizar as suas linhas de pesquisa. As linhas de pesquisa existentes desde sua fundação –
Sociedade e Economia, Sociedade e Política, e Sociedade e Cultura – eram bem consolidadas e
formaram mais de 1000 mestres e doutores (1046 em abril de 2021). Entretanto, neste quadriênio,
os professores integrantes do Programa decidiram que era necessária certa ousadia para que o
PPGHIS correspondesse às diversas atividades de pesquisa, ensino e extensão já em
desenvolvimento.
Esse processo de atualização foi longo, rigorosamente democrático, e discutido intensamente pelo
corpo social do Programa durante os anos de 2018, de 2019 e, finalmente, de 2020. Os grupos de
trabalho, projetos e laboratórios de pesquisa, assim como propostas curriculares e de formação
aqui praticados foram redimensionados num novo formato do Programa.
O Programa encontra-se, hoje, no momento crucial da implementação das novas linhas temáticas,
ressalvando que a sua definição e implementação procuram responder a transformações e
demandas já em curso. Mais do que uma mudança, trata-se de uma atualização em resposta às
transformações internas com a pluralidade de pesquisas e especializações de seus integrantes e às
exigências de uma internacionalização dos quadros e saberes.
B. LINHAS DE PESQUISA
No ano de 2020 foi aprovado o desenho definitivo da nova estrutura do PPGHIS, por meio da
definição de três linhas de pesquisa, cada uma delas dividida em quatro setores temáticos, nas quais
membros, projetos e grupos de pesquisa foram reorganizados de forma equilibrada procurando
abranger não apenas a multiplicidade de incursões teórico-metodológicas de todos os integrantes,
bem como a abertura de espaço para cruzamentos e circulações. Listamos e apresentamos cada
uma delas:
A LINHA de PESQUISA (LP1.) “História das relações de poder, das instituições e das
territorialidades” abarca as formas dinâmicas e as racionalidades pelas quais o poder se constitui,
historicamente, na formação de identidades, na instituição de hierarquias e na definição de
trajetórias de mobilidade social, em tempos e espaços diversos.
O setor temático (LP1.ST1.) “Escravidão, formas de dependência e coerção” estuda e
orienta investigações que entendem a escravidão como um conceito de significados variados –
simultaneamente jurídico, econômico, político, religioso, intelectual e sociocultural. Sua prática

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está relacionada a uma ampla semântica da dominação das formas de dependência, de trabalho
compulsório e modos de coerção que provocaram o reposicionamento de instâncias da mobilidade
física e simbólica, redefinindo categorias e lugares sociais em diferentes temporalidades e espaços
geográficos. O setor (LP1.ST2.) de “Economia política e relações sociais de produção”
procura entender a íntima interseção da História Econômica com a Antropologia, a Política, a
Sociologia e demais campos das Ciências Humanas. Parte-se do pressuposto de que a economia,
em especial o processo produtivo, deve ser compreendida a partir de sociedades historicamente
definidas, nas quais se expressa como base material. A partir desta perspectiva, o setor almeja
contribuir com a reflexão e a teorização de sistemas econômicos. O setor (LP1.ST3.)
“Religiosidades, poderes e sensibilidades” dá ênfase a pesquisas sobre os poderes (a Igreja, os
reinos, etc.) e os diversos agentes e grupos que compõem as sociedades analisadas. A maioria dos
pesquisadores dedica-se à história do mundo ibero-americano e seus estudos concentram-se em
campos que cruzam História Religiosa em múltiplas dimensões, dentre as quais abarcam aspectos
da História Social e Política da Religião, História das práticas e crenças religiosas, assim como da
História Social da Igreja, sempre que possível em diálogo com as demais Ciências Sociais como a
Sociologia, a Ciência Política e a Antropologia. O setor (LP1.ST4.) “História, natureza e
territórios” reúne pesquisas voltadas às relações da história com a natureza — entendida como o
conjunto dos objetos, elementos e processos não criados ou não totalmente controlados pelos
humanos —, e a territorialidade, entendida como a espacialização da sociabilidade humana. A
leitura mobilizada pelas pesquisas procura ser menos dualista da natureza e da história humana,
observando essas realidades nos seus entrelaçamentos dinâmicos e inseparáveis.
A LINHA DE PESQUISA (LP2.) “História da cultura, da cultura científica e historiografia”
reúne estudos no âmbito da História Intelectual e das Ideias, que podem se desdobrar em outras
perspectivas, desde a História dos Conceitos, passando pela História da cultura científica, até a
sociohistória das representações e das práticas culturais.
O setor (LP2.ST1.) “Relações étnicas, raciais e de gênero” abrange estudos voltados para a
história da elaboração cultural da produção, reprodução e reinvenção de identidades e diferenças
em diversos tempos e contextos sociais, com especial atenção à problemática das relações étnicas,
raciais e de gênero. Assim, esse setor temático congrega pesquisas voltadas para o estudo das
formas históricas de subjetivação em seus temas e efeitos, em suas contradições e reconfigurações.
O setor (P2.ST2.) “História Intelectual, das Ideias e da Ciência” reúne pesquisas dedicadas
às diversas modalidades históricas de produção e reprodução das ideias e à cultura intelectual. Em
diálogo com a História Cultural, a Crítica Literária e a Filosofia, esses estudos dedicam-se às
dinâmicas sociais em que se dão as condições para o desenvolvimento de modelos de
conhecimento, em diversos tempos e espaços. O setor (LP2.ST3.) “Historiografia,
conhecimento histórico e ensino de História” abrange estudos dedicados à crítica da produção
do pensamento e do conhecimento histórico, nas dimensões teórica e prática das operações de
investigação, leitura e escrita, bem como às práticas de ensino e produção de conhecimento
pedagógico da disciplina. Os estudos contemplados no setor (LP2.ST4) “História das práticas
de representação e das formas literárias e artísticas” abordam determinados tópicos de
discussão sobre cultura escrita, oralidade, retórica e outros, no âmbito das mais diversas práticas
culturais anteriores ao paradigma literário do final da Época Moderna. Do mesmo modo, o regime
de discursos contemporâneos permite pensar a historicidade dos textos literários e a literalidade
do discurso histórico; as dimensões ética e epistemológica da Literatura e das Artes, plásticas e

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cênicas; as formas históricas do romance; e os momentos de emergência e de transformação dessas
formas narrativas, tal como conhecidas hoje.
Na LINHA DE PESQUISA (LP3.) “História das práticas e das culturas políticas”,
concentram-se pesquisas históricas voltadas para o fenômeno político, entendido a partir do
conjunto de normas, valores, conhecimentos e crenças que definem as práticas e os
comportamentos dos membros de uma comunidade nesse âmbito. Em interface, portanto, com
as discussões travadas nas duas outras linhas de pesquisa, incorpora, nas reflexões propostas,
noções afins à de cultura política, em particular às de memória e de identidade, com vistas à
abordagem de ideias, movimentos e conflitos sociais, em tempos e espaços diversos.
O setor (LP3.ST1.) “História dos conflitos, dos regimes ditatoriais e autoritarismos”
integra docentes que se dedicam ao estudo dos conflitos políticos e bélicos e dos regimes
autoritários, privilegiando as reflexões históricas acerca de seus aspectos institucionais,
políticos, econômicos, culturais e ideológicos. Debruçando-se sobre processos históricos
violentos – nas suas formas materiais e imateriais, das práticas e do cotidiano –, os
integrantes visam dar conta da historicidade dos objetos de pesquisa, englobando diferentes
perspectivas historiográficas. O setor (LP3.ST2.) “Movimentos sociais e mundos do trabalho:
experiência e representações” tem como área prioritária o estudo das experiências dos/as
trabalhadores/as e outros grupos subalternos em diversos períodos históricos. Os complexos
processos de formação de identidades são de particular interesse dos pesquisadores do grupo, com
especial atenção para a produção das diferenças de classe, raça e gênero e seu papel nas relações
sociais de dominação e exploração. O setor (LP3.ST3.) “História e violência: memória,
trauma e políticas do passado” integra pesquisas que se dedicam ao estudo da presença e do
impacto da violência produzida no mundo contemporâneo por eventos tais como o colonialismo
moderno, os genocídios, as grandes guerras mundiais, as ditaduras militares e a violência de Estado
em diferentes contextos e modalidades. O foco está nos estudos do trauma, da subjetividade, das
histórias de vida e dos sentimentos morais nas suas diversas formas de expressão: testemunhos,
depoimentos, cartas, diários, imagens. O setor volta-se também para o estudo das políticas de
memória e dos usos do passado, enfocando tanto o Estado quanto as associações civis ou os
indivíduos. O setor (LP3.ST4.) “Patrimônio, instituições e políticas públicas” estuda a
construção histórica de patrimônios e o que estes implicam para a formação de identidades
coletivas e para o debate político e social sobre os bens culturais. O conceito é entendido de forma
ampla, incluindo patrimônio material ou imaterial/intangível, espaços construídos ou
socioambientais. Em torno do conceito de patrimônio e de suas diferentes temporalidades, o setor
temático também inclui pesquisas sobre instituições de memória como museus e monumentos,
políticas públicas locais, regionais ou globais relacionadas à preservação.
Vale destacar que as ramificações das áreas temáticas refletem as tendências do ensino e da
pesquisa em História presentes, hoje, nos grandes Programas de universidades no mundo, razão
pela qual um número crescente de estudantes brasileiros e estrangeiros procuram o PPGHIS para
realizarem suas investigações de mestrado e de doutorado. Reflete, ademais, os diversos
intercâmbios acadêmicos com universidades e Centros de Estudos na França, nos Estados Unidos,
na Inglaterra, em Portugal, na Espanha, na Argentina, no Canadá e em Israel.
Nesse sentido, a reformulação das linhas de pesquisa concretiza, finalmente, a multiplicidade de
projetos de pesquisa já em desenvolvimento, bem como da oferta curricular.
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As linhas de pesquisa e seus setores temáticos, assim como os professores veiculados a esses,
podem ser vistos no website do Programa, no endereço https://ppghis.historia.ufrj.br/linhas-de-
pesquisa/ (site espelho: https://ppghisufrj.com.br/linhas-de-pesquisa/).

C. PROJETOS DE PESQUISA
A organização dos projetos de pesquisa do Programa se faz pela via dos Laboratórios e dos Grupos
de Pesquisa coordenados por professores do programa, onde estão engajados pesquisadores
especialistas, pós-doutorandos e alunos de pós-graduação e de graduação. Todos os docentes do
Programa organizam suas atividades de pesquisa e ensino em, no máximo, três projetos, e as
atividades dos discentes se vinculam, também, a esses projetos. Da mesma forma, surge da
organicidade desses a recente definição das linhas de pesquisa. Destacamos alguns projetos de
pesquisa plurianuais, que integram ensino, pesquisa e extensão com especial impacto internacional.
O Laboratório ART, Antigo Regime dos Trópicos, por exemplo, mantém uma longa colaboração
com a Universidade de Lisboa, liderada por Nuno Gonçalo Monteiro, e da qual fazem parte
também professores da Universidade de Évora e da Universidade Nova de Lisboa. Essa
colaboração já produziu convênios patrocinados por agências nacionais (CAPES e CNPq) e
internacionais (Fundação para a Ciência e Tecnologia, de Portugal (FCT). Até então, esse
Laboratório se articulava junto à linha de pesquisa Sociedade e Economia e, agora, apresenta-se de
forma mais completa na nova linha de pesquisa História das relações de poder, das instituições e das
territorialidades. Da mesma forma, essa linha também abriga projetos de história ambiental, até então
ligados à antiga linha Sociedade e Política. O PPGHIS tem vários projetos voltados a estudos sobre
natureza e sociedade, sendo a sede atual da base de dados da Sociedad Latinoamericana y Caribeña
de Historia Ambiental, a Bibliografia Online sobre História Ambiental. Ainda na área de História
Ambiental, o Programa participa do projeto interdisciplinar Occupy Climate Change! com o Royal
Institute of Technology, Estocolmo, com atividades realizadas entre 2018 e 2021, sobre respostas
comunitárias aos desafios de Mudança Climática. O projeto recebeu financiamento do conselho
de pesquisa da Suécia, FORMAS3, num total de quase 900 mil euros. Outro projeto de impacto
internacional e de longa duração, nessa mesma linha de pesquisa, é o imagineRio, da Universidade
de Rice, Texas, em conexão os laboratórios LEÁFRICA e LabHeN, História e Natureza. O
projeto imagineRio é um atlas digital pesquisável que ilustra a evolução social e urbana do Rio de
Janeiro, tal como existia e como era imaginado. Vistas, mapas históricos e plantas baixas - de
arquivos iconográficos, cartográficos e arquitetônicos - são localizados no tempo e no espaço,
enquanto seus dados visuais e espaciais são integrados em vários bancos de dados e servidores,
incluindo um repositório público de imagens, um sistema de informações geográficas, um banco
de dados relacional de código aberto e um sistema on-line de disponibilização de conteúdo.
Na linha de pesquisa História da cultura, da cultura científica e historiografia, encontramos projetos com
maioria de pesquisadores brasileiros, mas com colaboração e diálogo com professores
internacionais, como é o caso do projeto “Da consagração literária no Brasil: os casos de Machado
de Assis, José de Anchieta e Luís de Camões” iniciado sob os auspícios do CNPq, edital universal
2016. Igualmente notável é o projeto “O teatro de Nelson Rodrigues - perspectivas
historiográficas”, que recebeu recentemente financiamento da FAPERJ e que aglutina
pesquisadores de várias universidades. Toda uma área de ensino de história se organiza também

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nessa linha, como com o projeto “O Ensino de História, e a formação de professores no Instituto
de Filosofia e Ciências Sociais na UFRJ (1968-1980)”, que produziu uma tese de doutorado
agraciada com uma menção honrosa pelo Prêmio Capes de Teses de 2019, ou o projeto “North
and South: Forms of Inequality Within International Politics of Scientific Production”, em
conjunto com docentes da Universidade de Harvard, e, mais recentemente, o projeto “O
Historiador e suas Obrigações Morais: explorando terrenos entre história e ética”.
Já a linha História das práticas e das culturas políticas abriga projetos como o Projecto “Pluralism:
Democratization and Electoral Integrity in Angola and Mozambique”, financiado pela Fundação
para a Ciência e a Tecnologia e a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento e parceiros institucionais
Angolanos (Open Society Foundation Angola). Nessa mesma linha, encontram-se projetos de
grande impacto social para debates contemporâneos, como o “Vozes de Antígona: depoimentos
das mães de vítimas de violência policial no Rio de Janeiro em contexto de pós-democratização”,
realizado pelo Laboratório de Tempo Presente, e o projeto “Sindicalistas negros na "República
Sindical: relações raciais e trabalho em São Paulo e Rio de Janeiro (1945-1964)”. Também nessa
linha, há projetos inovadores na área de memória, como o projeto Memória(s) da Experiência
Portuguesa na I Guerra Mundial, recentemente premiado com a bolsa Faperj Jovem Cientista do
Nosso Estado, e o projeto “Ressentimento e justiça moral: a recepção do Julgamento de Eichmann
na imprensa judaica no Brasil e nos Estados Unidos (1961-1980)”.
O programa tem um total de 83 projetos de pesquisa em andamento, distribuídos entre seus 35
docentes, entre permanentes e colaboradores. Estes citados acima são apenas alguns, que
exemplificam, não exaustivamente, como os projetos se articulam em suas linhas de pesquisa. Eles
estão, como mencionamos, articulados aos quatorze laboratórios do Programa, dos quais cinco
são também Grupos de Pesquisa registrados no diretório do CNPq.

D. ESTRUTURA CURRICULAR
A manutenção e o aprimoramento do conceito de excelência decorrem, também, de uma proposta
curricular conectada aos projetos de pesquisa, na medida em que as atividades pedagógicas do seu
quadro docente mobilizem de forma ampla os discentes, incorporando-os aos projetos em
desenvolvimento.
A oferta planejada de disciplinas para o corpo discente materializa essa relação entre pesquisa e
ensino. A oferta de eletivas tem, por base, um planejamento que considera o perfil (ou perfis) dos
alunos recém-ingressos, buscando adequação entre o interesse dos alunos e as disciplinas ofertadas.
Cerca de 16 a 25 cursos anuais são oferecidos desde 2013, com bibliografias que incluem tanto a
historiografia clássica como a produção acadêmica mais recente, nacional e internacional. Aos
discentes é exigida a frequência de uma única disciplina obrigatória, o Seminário de Pesquisa. São
oferecidos três seminários, um para cada linha de pesquisa, devendo o discente inscrever-se
conforme a linha escolhida. A atualização das disciplinas obrigatórias ocorrerá agora que estão
aprovadas as novas linhas de pesquisa do Programa. Há a possibilidade de os alunos cursarem uma
disciplina externa de outro Programa de Pós-Graduação. Dessa forma, o PPGHIS recebe
semestralmente significativo número de alunos de outros Programas do Rio de Janeiro e do Brasil
que se valem do nosso amplo leque de oferta de disciplinas e da nossa efetiva estrutura de apoio

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ao discente. Isso tem o duplo efeito de, por um lado, aumentar a integração da comunidade
discente de pós-graduação no Rio de Janeiro e, por outro lado, reforçar nossa convicção de que o
PPGHIS é um programa com perfil diferenciado e uma importante referência para outras IES no
Brasil.
A redefinição das linhas de pesquisa do Programa dialoga com a oferta curricular implementada
ao longo do quadriênio que procura promover a multiplicidade e a diversidade de incursões
teóricas e metodológicas sobre os objetos históricos, espelhando a dinâmica de um Programa em
processo de renovação de quadros docentes e discentes. Entre 2019 e 2020, a título de exemplo e
em resposta à crise sanitária, o Programa não só manteve a oferta de debates mais clássicos sobre
instituições medievais e modernas; debates e historiografia da Ditadura Militar ou formas da
construção do estado moderno; como trouxe novas propostas, com abrangências geográficas e
temporais alargadas, no quadro dos estudos pós-coloniais, nos debates sobre emoções, trauma,
violência e memória, no diálogo entre a prática e o saber da história e das artes. Incursões
inovadoras, mobilizando os mais recentes debates da historiografia, promovendo um ensino em
rede nacional – pela colaboração nas disciplinas de especialistas de universidades do diferentes
estados do país – e internacional, por meio de disciplinas ministradas em conjunto ou com a
participação esporádica de pesquisadores atuantes fora do Brasil.
Essas disciplinas são, como se pode ver, articuladas com os projetos dos docentes e não raro
marcam incursões em novas áreas de pesquisa. Assim, disciplinas eletivas, como História e
Natureza, derivam diretamente do projeto de pesquisa “História Ambiental Comparada do
Território Brasileiro”, enquanto disciplinas como “Federalismo E Unitarismo Na Construção do
Estado Argentino” estão associadas ao projeto de pesquisa “Insolvent Republics: Risk and Ruin
for American Confederates and Argentinean Federalists in the Age of State-Building, 1848-1870.”
Em suma, trata-se de promover e divulgar, no PPGHIS, as discussões mais recentes do campo da
história não só no âmbito de uma produção nacional, mas, também, internacional, especialmente
pela integração/intervenção de especialistas estrangeiros no Programa das disciplinas ofertadas.

E. PERFIL DOS EGRESSOS titulados compatível com os objetivos do programa.


Um dos pontos fortes do PPGHIS é a atividade dos nossos egressos, que tem uma vigorosa agenda
de publicações e importante inserção no meio acadêmico nacional e internacional. Em relatório
recente da nossa Comissão de Egressos, que analisou a trajetória de doutores formados entre 2001
e 2018, destacamos os seguintes resultados: (i) a titulação média do PPGHIS, apenas em termos
dos doutores egressos, é de 73%, um número extremamente significativo; (ii) existe um amplo
número de ingressantes provenientes de outras instituições, revelando a capacidade de atração de
discentes; (iii) equilíbrio entre a quantidade de egressos formados e o quadro docente dedicado a
cada período histórico, isto é, uma coerência entre o perfil dos egressos e a área de pesquisa dos
docentes, com especial amplitude para a área de Brasil; (iv) por fim, a ampla integração dos egressos
em instituições de ensino superior (71.5%) e instituições de intervenção política e cívica –
nomeadamente Ministério das Relações Exteriores, no IPHAN, em Museus, Institutos de
pesquisa, no Colégio Pedro II, bibliotecas e na rede de ensino – revelando claramente a
interconexão entre as projetos de pesquisa realizados no PPGHIS e o campo de atuação dos

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egressos. Vale destacar, ainda, a integração internacional dos egressos atuando em universidades
estrangeiras.
A Comissão considera importante fazer uma análise similar quanto aos egressos do Mestrado. Uma
análise preliminar sugere que cerca de um terço de nossos egressos do mestrado ingressa em cursos
de doutorado, principalmente, mas não exclusivamente, em História, nos dois primeiros anos após
a obter o grau de mestre. Um proporção similar se volta para o ensino básico. O Programa tem
feito esforços para cultivar os laços com egressos de mestrado e doutorado, desenvolvendo
atividades que possam servir aos diversos perfis, tanto no ensino básico como no superior.

1.1.2 INFRAESTRUTURA MATERIAL DISPONÍVEL PARA O PROGRAMA


O funcionamento do Programa assenta numa plataforma de múltiplas ramificações infraestruturais
que apresentaremos, (i) alargada consideravelmente pela amplificação do ambiente virtual no
contexto da pandemia. (ii) Além das amplas áreas de administração, conta com espaços e
equipamentos preparados para a atividade letiva, geridos diretamente pelo Programa – no tocante
à infraestrutura amplamente informatizada. (iii) O PPGHIS ramifica-se – suas atividades de ensino,
pesquisa e extensão – na rede de laboratórios a ele associados, computando espaços,
equipamentos, acervos e recursos – adquiridos por via de editais competitivos nacionais e
internacionais – dos Laboratórios coordenados pelos docentes do PPGHIS, nos quais colaboram
discentes da pós-graduação e graduação. Por fim, (iv) tem ao seu dispor, ainda, um conjunto de
acervos físicos e virtuais de fontes primárias e bibliografia localizados no edifício sede e em outros
campi da UFRJ.
(i) O contexto de crise sanitária global exigiu a criação de estratégias em regime extraordinário e
emergencial para a concretização das atividades do Programa. A partir das diretivas de retomada
do calendário das atividades acadêmicas de ensino para o ano letivo de 2020 da Pró-Reitoria de
Pós-Graduação e Pesquisa (RESOLUÇÃO CEPG no 06, de 19 de junho de 2020), prontamente
os quadros do Programa se disponibilizaram para o planejamento do retorno às atividades por via
remota. Imediatamente, foi criada uma Comissão ad hoc Volta às Aulas, responsável por analisar as
estratégias necessárias ao retorno das unidades curriculares. Tal retorno partiu das experiências
acumuladas desde março de 2020, quando o Programa mobilizou recursos materiais e humanos
para a manutenção das atividades remotas como bancas de qualificação, mestrado e doutorado,
eventos acadêmicos e fluxo das atividades de gestão interna. O PPGHIS fez um amplo
investimento em plataformas digitais que permitiram, com eficiência, levar a cabo todas as
variantes das suas atividades. A título de exemplo, foram realizadas, aproximadamente, 82
qualificações e defesas de mestrado e de doutorado em 2020. Para efeitos de comparação, em 2019,
foram, aproximadamente, 77 bancas, o que mostra que, apesar da crise sanitária mundial, o corpo
docente e discente manteve o alto nível de desempenho. O contexto de crise apenas veio acelerar
e intensificar práticas já existentes. Um exemplo foram as disciplinas lecionadas em colaboração,
como “Pedagogias Críticas e Pensamento do Sul De-centrando e re-centrando a Teoria Social
internacional”, coordenada pelo Prof. Claudio Pinheiro em conjunto com a Profª Drª Peggy Levitt
do Wellesley College. O curso, bilíngue, combinava aulas presenciais simultâneas, em Harvard e
no PPGHIS, na sua versão em 2019, e se tornou totalmente online em 2020. Outro exemplo, o
uso intenso de videoconferências em bancas de qualificação e defesa, por sua vez, só foi possível
porque se beneficiou de experiências prévias pela participação de membros de bancas
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internacionais nos processos de avaliação do PPGHIS, uma prática que não vem só dos limites
orçamentários, mas fundamentalmente da internacionalização do Programa com propostas de
pesquisa e formação cada vez mais transnacionais. Por fim, os discentes do Programa lograram
realizar, com sucesso e remotamente, a Jornada Virtual de Estudos Históricos Professor Manoel
Salgado (novembro de 2020), sempre organizada pelos discentes do PPGHIS, e o III Encontro
Fluminense de Teoria da História e Historiografia (outubro de 2020), este ano protagonizada pelos
discentes e com largo impacto.

(ii) Ao longo do quadriênio, manteve-se e renovou-se a infraestrutura do PPGHIS, que, além do


espaço de gestão e secretariado, tem uso exclusivo de duas salas, destinadas às aulas, realização de
bancas e eventos do Programa, com equipamentos renovados e adequados às exigências atuais de
atividades na forma remota. O prédio do Instituto de História, localizado no centro da cidade do
Rio de Janeiro, encontra-se conectado à rede de informática da UFRJ. O Programa encontra-se
ligado à internet e à intranet da UFRJ, com acesso, portanto, ao portal CAPES, e a outros bancos
de dados aos quais a UFRJ subscreve. É permanente a política de manutenção e atualização dos
equipamentos, graças aos recursos PROEX, e ao setor de informática da UFRJ, TIC (tic.ufrj.br).
O PPGHIS renovou sua rede interna, adotando o sistema wireless, e tem realizado atualizações
periódicas em seu site (ppghis.historia.ufrj.br). Também cabe destacar, no campo da informática,
a reformulação do site da Revista Topoi, integralmente disponível em website próprio e no SCIELO.
Há, no IH, laboratório de informática para utilização dos discentes.
(iii) Os quatorze laboratórios do PPGHIS se constituem em núcleos de trabalho e de pesquisa que
funcionam integrados com a graduação do Instituto de História da UFRJ. Assumem uma dimensão
institucional, na forma como promovem a colaboração entre o corpo social – entre discentes atuais
e egressos dos níveis de graduação e de pós-graduação, professores e pesquisadores da UFRJ – e
disciplinas, mas vão além pela promoção de diálogos com instituições acadêmicas e cívicas
regionais, nacionais e internacionais. Cinco deles estão vinculados a Grupos de Pesquisa
registrados junto ao CNPq. São centros nevrálgicos nos quais se verifica uma indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão pela realização, entre outros, de atividades de natureza acadêmica
– como cursos, workshops e conferências, incluindo ações de intervenção cívica como trabalhos de
identificação e reconhecimento patrimonial –, promovendo uma compreensão crítica do meio
envolvente ao mesmo tempo que integra à produção de saber universitário saberes provenientes
de esferas não acadêmicas.
Os laboratórios oferecem disciplinas para a graduação do IH, configurando-se em espaços para a
produção e crítica de conhecimento histórico, além de proporcionar aos estudantes de graduação
a oportunidade de dialogar com outros colegas, com estudantes de pós-graduação e com
historiadores, enquanto são auxiliados por seus orientadores na construção de suas monografias
de conclusão de curso. Em contrapartida, oferecem aos estudantes de pós-graduação a
oportunidade de auxiliar e aprender por meio de atividades de orientação desenvolvidas nesse
espaço de troca. Os bolsistas de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e ouvintes interagem
sob a coordenação de um ou mais professores, por intermédio de atividades orientadas de
pesquisa, debates historiográficos, teóricos e metodológicos - características que asseguram aos
discentes e interessados em geral, efetivo intercâmbio entre a graduação e a pós-graduação. Os
laboratórios também têm um papel importante na nucleação do PPGHIS, visto que egressos do
10
Programa continuam, frequentemente, a colaborar com os laboratórios que foram importantes na
sua formação.
A maioria dos grupos, centros e programas (Laboratórios) já possui endereços eletrônicos (sites,
blogs) e um esforço está sendo feito para que todos tenham seus sites atualizados em 2021. Alguns
deles também possuem suas próprias publicações, como é o caso do NIEJ; revistas eletrônicas ou
impressas, que também fazem parte do leque de opções para divulgação da produção do corpo
docente do PPGHIS, bem como para o desenvolvimento do diálogo com outros centros de
pesquisa, no Brasil, e no mundo.
Os laboratórios do PPGHIS são os seguintes:
1. Laboratório de Estudos Africanos - LEÁFRICA
2. Laboratório de Estudos dos Mundos do Trabalho e Movimentos Sociais – LEMT
3. Laboratório de Estudos Sobre os Militares na Política
4. Laboratório de Estudos sobre Poder, Religião e Religiosidade no mundo Ibero-Americano
– SACRALIDADES
5. Laboratório de História Atlântica – LEHA
6. Laboratório de Pesquisa em Artes e Letras
7. Laboratório de Teoria e História das Mídias Medievais – LATHIMM
8. Laboratório História e Natureza
9. Laboratório IMAM- Imagem, Memória, Arte e Metrópole
10. Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em História Social – LIPHIS
11. Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos – NIEJ
12. ART - Centro de Estudos Antigo Regime nos Trópicos
13. Laboratório de Estudos do Tempo Presente – TEMPO,
14. Programa de Estudos Americanos – PEA
Mais detalhes sobre os laboratórios podem ser encontrados no site do Programa, em
https://ppghis.historia.ufrj.br/labs/ (ou site espelho https://ppghisufrj.com.br/labs/)
(iv) O PPGHIS, através dos laboratórios, abriga 13 diferentes acervos. Vários deles tiveram a
consulta presencial suspensa durante a pandemia COVID-19, mas outros podem ser acessados
virtualmente. São eles:
1. Bibliografia Online História Ambiental Latino-Americana
2. Biblioteca John Wirth
3. Catálogo Histórico de Teses e Dissertações da Área de História (1942-2000)
4. LEÁFRICA- Fontes para Pesquisa
5. Marcas da Memória I
6. Marcas da Memória II
7. Memória da História e Crise do PCB
8. Memória de Esquerda
9. Memória Social do Futebol
10. Memórias de 2013
11. Memórias Estudantis
12. Vidas Cariocas

11
13. Vozes de Antígona
Detalhes para cada um destes acervos, podem ser vistos no website
https://ppghis.historia.ufrj.br/acervos/ (ou site espelho https://ppghisufrj.com.br/acervos/)
(v) Além do conjunto de acervos físicos e virtuais sediados nos laboratórios, o Programa conta
com os fundos de fontes primárias e bibliografia localizados no edifício sede e em outros campus
da UFRJ. A Biblioteca Marina São Paulo de Vasconcellos (biblioteca-ifcs.webnode.com), do
Campus do Largo de São Francisco, que engloba o Instituto de História e o Instituto de Filosofia
e Ciências Sociais, conta com acervo que abrange aproximadamente 70.000 volumes e inclui uma
coleção de obras raras. A proximidade física do IH de grandes acervos bibliográficos e
documentais também é um grande diferencial. Destacam-se, nas proximidades, o Real Gabinete
Português de Leitura, a Biblioteca Nacional e o Arquivo Nacional. O excelente sistema
informatizado de bibliotecas da UFRJ também permite grande facilidade de consulta e acesso aos
demais acervos bibliográficos da Universidade - alguns dos quais sediam expressivas quantidades
de obras raras ou valiosas, como os da Escola de Belas Artes, da Faculdade de Letras, do Fórum
de Ciência e Cultura e da Praia Vermelha. Além dos serviços básicos de atendimento, as bibliotecas
da UFRJ contam com a Base Minerva, um sistema integrado de gerenciamento e acesso remoto a
um acervo com mais de um milhão de itens que compõem o acervo físico da instituição, bem
como acesso, de acordo com regramentos específicos, a todo o acervo digital da Universidade,
inclusive acesso a bases de dados internacionais e o Portal de Periódicos da CAPES. Também
compõem os serviços oferecidos pelo SiBI, o Depósito Legal de Teses e Dissertações, que
possibilita, por meio da Central de Memória Acadêmica, a disponibilização do acesso à produção
discente da Instituição; e o “Comut, serviço de Comutação Bibliográfica”, a partir do qual os
usuários podem obter cópias ou versões digitais de documentos não disponíveis nos acervos da
UFRJ.

12
1.2 Perfil do corpo docente, e sua compatibilidade e adequação à Proposta do
Programa.

O Corpo Docente do PPGHIS é um dos pontos mais fortes do Programa. O quadro de


professores é considerável e altamente qualificado. Entre 2017 e 2020, contamos com trinta e oito
professores, sendo hoje trinta permanentes (após a aposentadoria do professor Manolo
Florentino), seis colaboradores e um professor visitante estrangeiro, refletindo a qualidade e as
aspirações do corpo docente do Instituto de História. Estes números não dão conta, contudo, do
dinamismo do Corpo Docente do Programa. É necessário um maior detalhamento.
Durante o quadriênio tivemos os seguintes professores bolsistas PQ:

1. Andrea Daher
2. Antonio Carlos Jucá
3. Carlos Ziller Camenietzki
4. Flavio Gomes
5. Felipe Charbel
6. Jacqueline Hermann
7. João Fragoso
8. Lise Sedrez
9. Manolo Garcia Florentino
10. Marieta de Moraes Ferreira
11. Maria Paula Nascimento Araujo
12. Marta Mega
13. Monica Grin
14. Paulo Fontes
15. Roberto Guedes
16. Vitor Izecksohn

Destes dezesseis bolsistas de produtividade do CNPq, sendo um professor 1A, dois são
professores 1B, três professores 1D, e 10 professores na categoria 2. Em 2020, os professores
Maria Paula Nascimento Araujo e Carlos Ziller Camenietzki renunciaram às suas bolsas de
produtividade, por motivos diversos. Também em 2020, o professor Manolo Florentino se
aposentou. No mesmo ano, o professor Flavio Gomes ingressou no Programa.
O programa contou com seis novos docentes permanentes, em relação ao quadriênio anterior. Os
professores Claudio Pinheiro e Gabriel Castanho ingressaram em 2017, professor Paulo Fontes
foi credenciado em 2018, professores Isabele de Matos Pereira de Mello e Nuno Carlos de Fragoso
Vidal, em 2019 e, como mencionado, o professor Flavio Gomes em 2020.
Também durante o quadriênio, os professores Jacqueline Hermann, Renato Lemos e Maria Paula
Nascimento Araujo se tornaram professores titulares. E as professoras titulares Andrea Daher e
Marieta de Moraes Ferreira receberam o título de professoras eméritas da UFRJ, um
reconhecimento público da contribuição destas à comunidade acadêmica.
Em 2019, o professor Murilo Sebe Bom Meihy recebeu a bolsa FAPERJ Jovem Cientista de Nosso
Estado. Nesta última edição, em 2021, mais três professores receberam bolsas FAPERJ:
professores Sílvia Correia e Henrique Gusmão, como Jovens Cientistas do Nosso Estado, e
professor Vitor Izecksohn, como Cientista do Nosso Estado.

13
O PPGHIS oferece entre 8 e 12 disciplinas por semestre, o que permite uma rotatividade razoável
entre os docentes. Em média, professores permanentes oferecem um curso no PPGHIS a cada 2
ou 3 anos, dependendo da necessidade da sua área na graduação. A prática de disciplinas
ministradas em conjunto, de acordo com trabalhos conjuntos nas novas linhas de pesquisa, tem
dado maior flexibilidade a essa média. Professores colaboradores têm maiores limites em
orientação e oferta de disciplina.
O PPGHIS tem os seguintes professores colaboradores

• Hanna Sonkajarvi, professora do curso de Direito da UFRJ, foi cadastrada como docente
permanente em 2018. Infelizmente, motivos pessoais a levaram a pedir licença não
remunerada e a se ausentar do país, de setembro de 2019 a setembro de 2021. Em setembro
de 2019 ela solicitou mudança de seu status para professora colaboradora e tem auxiliado
o programa à distância, sempre que solicitada.
• Diogo Cabral, profissional do corpo técnico permanente do IBGE, solicitou
cadastramento como colaborador em 2017. Atualmente é professor visitante em College of
Dublin, na Irlanda. Solicitou seu desligamento do programa em 2020, apesar de ainda
participar como convidado de várias atividades, de forma remota, uma vez que sua ausência
do país deve se prologar.
• João Ohara e Vinícius Liebel foram contratados em 2019 pelo Instituto de História e
solicitaram ingresso no Programa. A Comissão de Avaliação Acadêmica sugeriu que seu
ingresso em 2020 fosse dada, inicialmente, como professores colaboradores a fim de avaliar
sua integração no Programa. Podem futuramente ser credenciados como docentes
permanentes
• Jorge Victor de Araújo Souza, professor do Instituto de História da UFRJ, em 2020,
solicitou cadastramento como colaborador visto já ser docente permanente em outro
programa. A Comissão de Avaliação Acadêmica acolheu com satisfação o pedido para
fortalecer estudos sobre comunidades indígenas e América colonial, especialmente após a
aposentadoria do professor Manolo Florentino.
• Roberto Guedes, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, tem uma
longa colaboração com o PPGHIS, marcada por projetos ligados ao laboratório ART.
Durante os anos de 2018 e 2019, o prof. Mario Peters, através de uma bolsa do Instituto
Humboldt, da Alemanha, foi professor visitante no PPGHIS, tendo ministrado uma disciplina e
participado de bancas de qualificação de discentes do PPGHIS.
Sete professores obtiveram afastamento para estágio pós-doutoral, sendo que três realizaram esses
estágios no exterior.
A dedicação dos docentes ao programa é estimada em 50% do seu tempo na universidade. Isso
não refere somente a tempos em aula, obviamente, mas atividades de gestão acadêmica, extensão
e orientação.
Dentro do Programa, os professores são encorajados a participar das várias comissões internas,
inclusive dos processos seletivos. Pelo menos dez professores colaboram na edição da Revista
TOPOI. Revista A1, recentemente considerada classificada em primeiro lugar entre as revistas
brasileiras de história pela SJR/Scopus (https://ppghis.historia.ufrj. br/ultimas-noticias/topoi-no-
alto-do-ranking-sjr/). De fato, o corpo docente do PPGHIS atua em todas as instâncias da UFRJ,
o que é também parte, em nosso entender, de suas atividades na pós-graduação. Durante o
quadriênio, o PPGHIS contava entre seus quadros a Vice-Decana do Centro de Filosofia e

14
Ciências Humanas (Monica Lima), o Vice-Diretor do Instituto de História (William Martins), o
Diretor Adjunto de Graduação e Extensão (Antonio Jucá Sampaio) e o Coordenador de
Licenciatura (Felipe Charbel). Em 2020, Jucá Sampaio foi eleito Diretor do Instituto de História,
e Marta Mega de Andrade, Vice-Diretora, ambos docentes permanentes do PPGHIS. Além destes,
é fundamental destacar o trabalho de Claudio Pinheiro no Conselho de Relações Internacionais da
UFRJ, como conselheiro responsável pelas iniciativas de cooperação Sul-Sul, e a atuação de Lise
Sedrez na coordenação do curso indisciplinar “Ciclo Desastres e Mudanças Climáticas” no Colégio
Brasileiro de Altos Estudos. Também importante, e será discutido mais tarde no que se refere ao
impacto na sociedade, Paulo Fontes assumiu, em 2019, a direção da Universidade da Cidadania,
órgão suplementar da UFRJ, ligado ao Fórum de Ciência e Cultura, cuja missão é a de promoção
do diálogo, intercâmbio e trocas entre o mundo universitário e os movimentos sociais, integrando
os saberes acadêmicos e populares.
Um outro indicador importante sobre a qualidade do corpo docente do PPGHIS diz respeito à
orientação em estágios pós-doutorais. Entre 2017 e 2020, 28 doutores realizaram ou estão
realizando pós-doutorados orientados por professores do PPGHIS (como pode ser visto em
https://ppghis.historia.ufrj.br/pos-docs/). Entre os ainda ativos, temos:
1. Andrea Cristina De Barros Queiroz, As memórias em disputa sobre a ditadura civil-militar na
UFRJ: lugares, sujeitos e comemorações, Supervisora: Marieta Ferreira
2. Bruna Dutra De Oliveira Soalheiro Cruz, A gênese de um certo Ocidente: Sigmund Freud entre
cultura, religião e civilização (1866-1939), Supervisor: Claudio Pinheiro, com bolsa CAPES.
3. Carlos Leonardo Bahiense Da Silva, Civilizações da morte: hereros, armênios e indígenas
brasileiros em cenários genocidas (1904-1979), Supervisor: Nuno Vidal
4. Celina Maria Sodre Fonseca, Stanislavski e Freud: apropriações de práticas psicanalíticas por
Constantin Stanislavski no Teatro de Arte de Moscou, Supervisor: Henrique Gusmão
5. Claudia Daiane Garcia Molet, O campesinato negro no pós-emancipação: Famílias,
alforrias e quinhões de Terras (Mostardas/RS, Século XIX), Supervisor: Flavio Gomes
6. Daniel Magalhaes Porto Saraiva, O Conselho Real das Murmurações: opinião comum, juízo
público e política no Portugal moderno (1640-1668), Supervisor: Carlos Ziller, com bolsa
CAPES
7. Daniel Pimenta Oliveira De Carvalho, A diplomacia e o público: as estratégias de publicação das
embaixadas da Restauração portuguesa na França (1642-1659), Supervisor: Carlos Ziller
8. Dennison De Oliveira, Inteligência, contrainteligência e espionagem: origens e desenvolvimento da
criptografia no brasil (1976-2020), Supervisor: Renato Lemos
9. Joao Alberto Da Costa Pinto, Para uma história institucional das práticas políticas da Intelligentsia
isebiana (1955-1964), Supervisor: Renato Lemos
10. Jose Fernando Saroba Monteiro, Fase Internacional do FIC: O Festival Internacional da Canção
e sua contribuição para a difusão da música brasileira no exterior. , Supervisora: Andrea Casa
Nova
11. Luciana Pessanha Fagundes, Canções de guerra: a mobilização brasileira na Primeira Guerra
Mundial (1914-1919), Supervisor: Marcos Bretas, PNPD
12. Margarida Maria Dias De Oliveira, Por uma história plural: experiências de (outras) formações de
professores de História (UFPB 1976/1980), Supervisora: Marieta Ferreira
13. Renato Da Silva Melo, Quilombos em Minas Gerais: resistência e história, Supervisor: Roberto
Guedes

15
14. Vinicius Kaue Ferreira, Das Sociedades Coloniais às Universidades Globais: a Circulação de
Pesquisadores Indianos em Ciências Sociais entre a Europa, o Oriente Médio e a Ásia do Sudeste,
Supervisor: Claudio Pinheiro, PNPD
Com pós-doutorado concluído no quadriênio, indicamos:
1. Alessandra Soares Santos, 2019 – 2020, O ensino de história em uma “escola-laboratório” no
contexto universitário (centro pedagógico da UFMG, 1968-1981), Supervisora: Marieta Ferreira
2. Jurandir Malerba, 2019 – 2020, Os novos bardos da nação: Narrativas históricas populares nas
comemorações do bicentenário da Independência, Supervisora: Marieta Ferreira
3. Leandro Gavião, 2019 – 2020, Raízes da América Latina: origens e fundamentos de uma
identidade, Supervisor: Fernando Castro
4. Marcello Moreira, 2019 – 2020, A prática da emulação na poesia luso-brasileira do século XVII:
Gregório de Matos e Guerra e Tomás Pinto Brandão, Supervisora: Andrea Daher
5. Marlon Jeison Salomon, 2019 – 2020, Temporalidade histórica e historiografia na França do
entreguerras, Supervisora: Andrea Daher
6. Mauro Dillmann Tavares, 2019 – 2020, O pecado da gula: discursos religiosos em Portugal dos
séculos XVII e XVIII, Supervisor: William Martins
7. Francisco Bento Da Silva, 2019 – 2020, Acre, formas de olhar e de narrar: natureza e história
nas ausências, Supervisor: José Augusto Pádua
8. Adriana Gomes, 2018 – 2019, “Julgar é a tarefa mais difícil de ser desempenhada’: a hermenêutica
jurídica do magistrado Francisco José Viveiros de Castro em sentenças criminais (1890-1900),
Supervisor: Marcos Bretas
9. Luiz Claudio Duarte, 2018 – 2019, As Forças Armadas nas Ações de Garantia da Lei e da
Ordem na Perspectiva da Escola Superior de Guerra: 2006/2016, Supervisor: Renato Lemos
10. Carlos Alberto Medeiros Lima, 2018, Um todo com a natureza: Nicolau Pereira de Campos
Vergueiro, seus escravos e a sociedade brasileira (1822-1859), Supervisor: Antonio Carlos Jucá de
Sampaio
11. Juliana Torres Rodrigues Pereira, 2017 – 2018, A condução das almas: o governo pastoral nos
Espelhos de bispos (século XVI), Supervisora: Jacqueline Hermann
12. Fernando Perli, 2016 – 2017, A divulgação histórica “ocupou as calçadas”: o acadêmico, o ensino e
o público em revistas de história, Supervisora: Marieta Ferreira
13. Bruno Leal Pastor De Carvalho, 2016-2018, A história disputada: o debate entre jornalistas e
historiadores e suas contribuições para a divulgação da história no Brasil, Supervisor: Marcos
Bretas, PNPD
14. Michel Gherman, 2015 – 2019, Encontro de Narrativas: O Caso Palestino Israelense,
Supervisora: Monica Grin, PNPD
Entre orientações, produções técnicas e bibliográficas, organização de eventos e participação em
redes e sociedades científicas, todo o corpo docente do PPGHIS tem mantido uma produção
sólida, compatível com um programa de excelência. As atividades são relacionadas à área de
concentração, história social. E exatamente a partir dessa produção intelectual, as novas linhas de
pesquisa foram pensadas. Em termos numéricos, neste quadriênio, os docentes permanentes do
programa produziram cerca de 900 itens (320 como produção bibliográfica e 567 como produção
técnica), desde divulgação científica, verbetes, organização de grandes eventos internacionais, até
livros que resultaram de pesquisas de anos, além de intenso diálogo com redes internacionais.
É importante lembrar, contudo, que um corpo docente é composto por pessoas, com diferentes
desafios que, certamente, têm um impacto sobre as atividades de pós-graduação. O PPGHIS

16
acredita que é também função de um programa de excelência compreender esses desafios e
proporcionar apoio e solidariedade para a sua superação. A pandemia somente tornou mais
evidente esse aspecto da experiência da pós-graduação, mas são componentes constantes, mesmo
em tempos melhores. Durante este quadriênio, dois professores importantes para o programa,
Marcos Bretas e Carlos Ziller, tiveram sérios problemas cardíacos. As professoras Isabele Mello,
Andrea Casa Nova Maia e Monica Lima e Souza contraíram COVID-19 e, tanto Isabele quanto
Monica necessitaram de internação. Os professores Fernando Castro, Lise Sedrez, Hanna
Sonkajarvi, Jacqueline Herman, Beatriz Catão Cruz Santos, Maria Paula Araujo e Monica Lima se
viram às voltas com cuidados de pais idosos, com doenças graves. No caso das professoras
Jacqueline, Maria Paula e Monica, esse processo se concluiu com a dolorida experiência do luto.
Durante a pandemia, vários de nossos professores (Henrique Gusmão, Nuno Fragoso, Paulo
Fontes, Vinícius Liebel, Luiza Larangeira, entre outros), descobriram a alegria e as dores de cabeça
de manter em casa crianças pequenas durante uma pandemia. E, em desafios mais promissores,
Luiza Larangeira, João Ohara e Fernando Castro se tornaram mãe e pais neste quadriênio, em
processos de maternidade/paternidade e adoção que felizmente as agências avaliadoras passam a
considerar com mais seriedade.
Essa breve análise do perfil do corpo docente do PPGHIS não pode ser concluída sem uma
menção ao professor Manolo Garcia Florentino. Florentino se aposentou em 2019 e tinha grandes
planos para a vida após a aposentadoria em trabalhos, viagens e, simplesmente, usufruir seu tempo
com a família. Esperou que seu último orientando no PPGHIS, Clemente Penna, se formasse
antes se aposentar – e a última tese orientada por Manolo Florentino foi premiada como a melhor
tese de história econômica de todo o país para 2019, pela Associação Brasileira de Pesquisadores
em História Econômica. No dia 9 de abril de 2021, foi com imensa tristeza que soubemos que
Manolo Garcia Florentino falecera.
Reproduzimos abaixo parte da nota de pesar assinada pelo Instituto de História e pelo PPGHIS.
“Como historiador, Manolo marcou definitivamente a historiografia brasileira. Demonstrou que a
escravidão e o tráfico, longe de produzirem apenas uma sociedade separada entre senhores e
escravos, geravam estruturas sociais profundamente desiguais e excludentes em diversos níveis, e
dos dois lados do Atlântico. Sua produção é indispensável para estudiosos da escravidão
transatlântica.
Como professor, formou profissionais que hoje se destacam no Brasil e fora dele, com um impacto
duradouro na comunidade acadêmica internacional. Influenciou, além disso, um número muito
maior de alunos de graduação e pós-graduação que tiveram o prazer de assistir a aulas em que
mesclava, com aguda inteligência, erudição e rigor metodológico.
Manolo Florentino deixou também marcas indeléveis nas instituições em que trabalhou e as quais
fortaleceu, ao longo de décadas como docente da UFRJ. Neste sentido, merece destaque sua
atuação no PPGHIS, como coordenador e como professor. Reconhecidamente, foi um dos
principais responsáveis pela ascensão do Programa ao grupo de excelência e sua posterior
manutenção nesse patamar.
Por essas razões, a direção do IH e a coordenação do PPGHIS se solidarizam com a família e os
amigos nesse momento de tristeza e manifestam o pesar de todo o corpo social do Instituto e do
Programa.”

17
1.3 Planejamento estratégico

O PPGHIS iniciou uma discussão sobre seu planejamento estratégico, no início de 2017, após a
avaliação quadrienal da Capes em conjunto com outras instituições da UFRJ. De fato, nosso
planejamento futuro está em consonância com o Planejamento Estratégico Institucional da UFRJ
2019-2023 – e está igualmente afetado pela pandemia de 2020.
Nos processos de autoavaliação, que serão mais bem discutidos nos próximos quesitos, analisamos
os pontos fortes e fracos do PPGHIS, identificamos as oportunidades de melhora e reconhecemos
os limites de atuação, externos ao Programa. Reestruturando os pontos anteriores em uma matriz
SWOT clássica (strengths, weaknesses, opportunities, and threats, ou Forças, Debilidades, Oportunidades
e Ameaças), teríamos o seguinte quadro, simplificado:
I. Pontos fortes
a. CORPO DOCENTE
b. PRODUÇÃO DISCENTE
c. NUCLEAÇÃO
d. INTERNACIONALIZAÇÃO
II. Pontos fracos
a. ACOMPANHAMENTO DE DOCENTES
b. APOIO AO DISCENTE
c. INTERNACIONALIZAÇÃO DO CORPO DISCENTE
III. Oportunidades
a. LINHAS DE PESQUISA
b. INOVAÇÃO
c. EGRESSOS/NUCLEAÇÃO
d. GESTÃO ACADÊMICA
e. INTEGRAÇÃO COM PROGRAMAS PRÓXIMOS
IV. Ameaças
a. PERDA DE FINANCIAMENTO
b. DIMINUIÇÃO DE BOLSAS
c. LIMITAÇÃO DE AUTONOMIA
d. CRISE DE SAÚDE DISCENTE E DOCENTE

Observando as metas da pós-graduação (pg. 164 a 169 do PDI/UFRJ), que são diretamente
pertinentes para o PPGHIS e a partir das quais se pauta também nosso processo de autoavaliação,
identificamos as seguintes:
“01) aproximar a Universidade da sociedade de maneira ampla e diversa, reforçando o papel social
e transformador do ensino e da pesquisa;
03) promover a integração das áreas de conhecimento;
05) criar uma política de inovação social;
06) ampliar a divulgação da pesquisa e da pós-graduação da UFRJ;
07) melhorar a avaliação de cursos de pós-graduação notas 3 e 4;

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08) ampliar a participação de professores estrangeiros em cursos e eventos;
09) ampliar a participação em projetos, editais de colaboração internacional e incentivar a formação
de redes de cooperação nacionais e internacionais;
10) aumentar a quantidade de professores, alunos e técnicos com experiência no exterior;
14) discutir amplamente os critérios de avaliação da pós-graduação nas diferentes áreas do
conhecimento e atuar junto à CAPES visando o aperfeiçoamento do processo de avaliação;
16) criar uma política de apoio e acompanhamento dos egressos da pós-graduação da UFRJ,
visando sua efetiva inserção social e estimulando o retorno dos estudantes às suas comunidades,
objetivando trocas de vivências e saberes.”
A partir do planejamento estratégico do Programa, enfatizamos as seguintes áreas-alvo durante
este quadriênio.
1) Seleção de mestrado e doutorado. Este é um processo iniciado em 2016, com mudanças
mais substantivas no quadro do Programa, e que continua ocorrendo com avaliações
frequentes e melhoramentos de curso. É uma tentativa de melhor compreender as
demandas de um mundo acadêmico em franco processo de inter-disciplinarização e de
internacionalização a ser considerado em nossos mecanismos de seleção. Pretende-se, com
isso, atrair um número maior de candidatos cujo perfil não se enquadra necessariamente
em modelos canônicos ainda regulados pelas questões historiográficas do século XX e
pouco articulados às mudanças em curso nos grandes centros acadêmicos internacionais.
Acima de tudo, entendendo que 86% dos formados no doutorado do Programa são afetos
à História do Brasil, segundo dados da nossa Comissão permanente de Egressos, pretende-
se incentivar intervenções historiográficas que ultrapassem os quadros nacionais de
pensamento. Estas modificações devem ser trazidas às discussões com os pares em
reuniões do Forum de Coordenadores e é uma das formas que o PPGHIS acredita poder
influenciar nos caminhos da formação de quadros na historiografia brasileira. Atende às
metas 01, 03 e 14 do PDI da UFRJ. Outra questão relativa à seleção discente pode ser aqui
apresentada a partir da recente experiência no contexto da pandemia. Nossa mais recente
seleção precisou acontecer inteiramente de modo virtual, o que atraiu muitos candidatos
de fora do Rio de Janeiro, o que indica o alcance nacional do Programa. Ficou claro que
um concurso normalmente longo e de modo presencial exige muito financeiramente dos
candidatos, o que faz com que muitos não apresentem suas candidaturas. A inscrição por
meio do site e a prova oral por videoconferência – modelo que utilizamos – apresentou
uma série de vantagens que indicam a necessidade de adaptação dos processos seletivos
aos meios digitais. Ao longo de 2021, em nosso colegiado, a questão será discutida e é
possível vislumbrar que um modelo mais inclusivo, incluindo as ferramentas digitais, será
adotado de modo definitivo pelo PPGHIS.
2) Linhas de Pesquisa. Há que se destacar, por um lado, que as linhas de pesquisa do
Programa foram estabelecidas basicamente no momento de criação do Programa; por
outro lado, é importante lembrar que as mesmas linhas de pesquisa foram muito
recentemente atualizadas de acordo com a realidade do quadro docente e com as demandas
atuais de um Programa de pós-graduação de excelência e relevante. Como já mencionado

19
em quesito anterior, o processo de atualização das linhas pesquisa exigiu grande empenho
de todo o corpo docente e discente do Programa por cerca de dois anos. Ainda estamos
em processo de implementação.
3) A integração entre a graduação de história da UFRJ e o PPGHIS merece maiores e
mais sistemáticos investimentos acadêmicos, especialmente através da iniciação científica
e dos laboratórios dos docentes de história, locais institucionais e férteis para o
desenvolvimento da já existente integração. A integração também deve ser maior com os
outros Programas de Pós-graduação do mesmo Instituto, o ProfHistória e o Programa de
Pós-Graduação em História Comparada. Se, por um lado, já temos realizado atividades
conjuntas, devemos considerar a possibilidade de oferecer disciplinas conjuntas. Propostas
para uma melhor integração precisam ser viabilizadas para que nossos melhores alunos da
graduação se sintam estimulados a prosseguir seus estudos no PPGHIS. Em outra direção,
trata-se, também, de tentar atrair estudantes do Rio de Janeiro, de outros estados e
estudantes internacionais que estão em busca de uma interlocução mais engajada com
debates críticos na historiografia brasileira. Atende às metas 03, 05 e 07 do PDI da UFRJ.
Devemos, porém, acrescentar a constante participação de alunos de graduação nas
disciplinas ofertadas no Programa, como ouvintes, e nos laboratórios de seus orientadores;
assim como a prática de estágio-docente dos discentes de pós-graduação nas disciplinas da
graduação do Instituto de História.
4) Publicação em periódicos internacionais. O PPGHIS melhorou, de 2018 para 2019,
suas publicações em periódicos internacionais, mas o carro-chefe de nossa produção
internacional ainda são as coletâneas internacionais que resultam de redes. Apesar do
desincentivo em publicar em revistas internacionais, que decorre dos custos de tradução,
de revisão, do longo tempo que transcorre, em algumas delas, entre submissão e publicação
e pela insegurança sobre como a aferição Qualis periódicos irá avaliá-las, estamos
imaginando formas de contornar esses problemas. Já temos sistemas de apoio à tradução
e revisão aos nossos docentes, assim como práticas para identificação de editais e chamadas
para dossiês internacionais. Buscamos, também, maior contato com editores para orientar
nossos professores e discentes sobre a melhor forma de abordar revistas internacionais,
com seus complexos sistemas de avaliação. Esta é uma forma de aumentar a visibilidade
internacional do PPGHIS e atrair alunos e docentes estrangeiros para trabalhos
colaborativos de longo prazo. Atende às metas 06, 08, 09 e 10 do PDI da UFRJ.
5) História pública. Embora o PPGHIS tenha uma boa inserção social e visibilidade junto
a públicos não acadêmicos, essa é uma área que pode ser ampliada. Na atual conjuntura,
os benefícios da universidade para a sociedade devem ser sublinhados, particularmente os
estudos de história. Há um questionamento de parâmetros de verdade para o qual a
universidade pública – e os profissionais da pesquisa histórica – tem muito a contribuir.
Essa não é uma questão exclusiva do PPGHIS, mas trata-se de um dever de um Programa
de excelência, que deve não só seguir, mas estabelecer regras de conduta. Os comitês que
avaliam as teses e dissertações do PPGHIS para os prêmios Ana Lugão e Manoel Salgado
são instruídos a considerar a linguagem acessível e atraente como um dos critérios para
identificar o trabalho vencedor. Em 2021, o PGPHIS deseja ampliar sua interação com o
ensino básico, com os meios de comunicação e com a sociedade civil em geral, oferecendo

20
cada vez mais sua expertise em debates sobre ciência, sobre verdades históricas, sobre o
papel do historiador, e sobre a memória – espelhando definitivamente nossa reformulação
de linhas de pesquisa, nomeadamente aquelas direcionadas ao estudo dos “usos do
passado”. Queremos também incluir os debates sobre estes temas em nossas pesquisas e
disciplinas, de forma transversal, trocando experiências entre docentes. A pandemia forçou
a urgência desse passo e docentes e discentes têm discutido como melhor apresentar suas
pesquisas e suas reflexões para uma sociedade brasileira e planetária em crise. Atende às
metas 01, 05, 06, 14 e 16.
6) Atividades de apoio a discentes. A qualidade de vida de nossos alunos é um elemento
fundamental para o Programa. Nossos alunos são também nossos futuros colegas e a ponte
para o futuro do Programa. A atual crise de saúde mental do aluno de pós-graduação,
amplamente corroborada por artigos na imprensa especializada e grande imprensa, é causa
de grande preocupação. O PPGHIS continua a chamar atenção para o problema nos
fóruns adequados e buscando recursos terapêuticos dentro da UFRJ, por exemplo.
Estamos agindo de forma proativa: criamos uma Comissão Saúde Discente e estimulamos
atividades discentes que solidifiquem redes apoio e solidariedade entre si. Atende às metas
01, 05, 14 e 16.
7) Aumento de Intercâmbios Nacionais. Consideramos importante promover a
consolidação das novas universidades públicas através da boa formação no doutorado de
seus docentes, reforçando a qualidade de seu ensino e pesquisa, conforme o perfil que o
PPGHIS vem construindo ao longo de seus quase 40 anos. Um dos nossos objetivos é
manter esse tipo de vínculo e lutar para que ele se expanda como parte das políticas de
solidariedade estimuladas pela CAPES. A diminuição de editais DINTER/MINTER foi
um duro golpe nesses planos e a perda de mobilidade física devido à pandemia, também.
Mas talvez isso nos obrigue a pensar em formas mais criativas, semi-remotas, de continuar
essa missão. Atende às metas 01, 03, 05, 06, 07 e 09.
8) Aprimoramento do sistema de gestão por comissões. Embora as comissões sejam uma
tradição no PPGHIS, desde a sua criação, neste quadriênio fizemos um esforço para que
elas ocupassem mais espaço e descentralizassem o trabalho da coordenação. Cada
comissão tem um presidente, mais dois docentes e um membro discente. Essa
reestruturação ocorreu devido ao aumento de demandas sobre as coordenações de
Programas de pós-graduação e ao entendimento que a formação de quadros para a
educação superior exige, também, uma participação desses nos modelos básicos de gestão
acadêmica. As comissões são indicadas pela coordenação, por vezes permanentes e por
vezes ad hoc, e devem ser discutidas e aprovadas pelo Colegiado. Durante este quadriênio,
estas foram as comissões em funcionamento no PPGHIS:
a. Comissão de Finanças - Define critérios de gastos para o Programa, avalia pedidos de
auxílio discente e analisa para aprovação os relatórios orçamentários da
Coordenação.
b. Comissão de Saúde Discente - Acompanha e orienta estudantes com dificuldades
devido a problemas de saúde, apresentando opções e aconselhando o Colegiado
quanto à concessão de prazos para defesa e qualificação e outras medidas
apropriadas.

21
c. Comissão de Internacionalização - Define e coordena o plano de internacionalização do
Programa. Orienta os docentes sobre publicações internacionais e promove os
processos seletivos para Bolsas Sanduíche no Exterior e para PNPD. Quando
instada, oferece apoio à Comissão de Avaliação Acadêmica.
d. Comissão de Egressos - Responsável pelo contato e acompanhamento de egressos do
programa.
e. Comissão de Bolsas - Avalia o desempenho dos alunos através dos relatórios anuais e
semestrais (para bolsistas), e compõe para a Coordenação a ordem de precedência
para o recebimento de bolsas desses. Além disso, promove o processo seletivo para
as Bolsas por Critérios Sócio-Econômicos.
f. Comissão de Avaliação Acadêmica – Responsável pelo credenciamento,
descredenciamento e acompanhamento dos docentes, através de avaliações anuais.
g. Comissão de Planejamento - A comissão de planejamento é responsável pelo
planejamento das atividades do Programa, em especial pela gestão de eventos e de
avaliação de solicitações de apoio à publicações de livros.
h. Comissão de Gestão – Capes/PROEX - A CG/PROEX é composta por pelo menos
três membros, quais sejam, o(a) coordenador(a) do PPG, um representante do
corpo docente e um representante do corpo discente, indicados por seus pares. No
PPGHIS, ela é tradicionalmente composta pelos ex-coordenadores, o atual
coordenador, seu substituto eventual, além do representante discente.
i. Comissão ad hoc Sucupira Quadriênio - Auxilia a Coordenação do Programa na
produção do relatório Sucupira de avaliação quadrienal para a CAPES em 2021.
Ativa de setembro de 2020 a maio de 2021.

As Comissões do Programa, assim como seus participantes, podem ser vistas no website do
programa: https://ppghis.historia.ufrj.br/comissoes-do-programa/ (ou site espelho
https://ppghisufrj.com.br/comissoes-do-programa/)

Várias destas iniciativas já foram colocadas em ato e os resultados são avaliados periodicamente
pelo Programa, como pode ser visto no próximo quesito.

22
1.4 Os processos, procedimentos e resultados da autoavaliação do Programa,
com foco na formação discente e produção intelectual.

Procurando manter os parâmetros de excelência, o PPGHIS tem avançado na construção e


aprimoramento de mecanismos de autoavaliação, buscando adequar-se a modelos exigidos por
agências de avaliação – notadamente a CAPES – e mantendo vivo, internamente, a contínua crítica
das múltiplas práticas aplicadas. O programa, nos últimos anos, tem buscado uma
profissionalização dos procedimentos de gerenciamento, seja da infraestrutura e pessoal, seja da
atividade acadêmica. Esta última é conduzida no respeito do Regulamento do Programa, mas
também na forma de uma administração integrada de Comissões, constituídas por coordenação,
docentes e discentes, procurando que a comunicação de seu corpo social seja sistemática e
produtiva.
Este processo é acompanhado pelas atividades da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFRJ, em
especial a partir de 2019. A coordenação participa com assiduidade de trocas formais e informais
com outros coordenadores de pós-graduação da UFRJ, cerca de 100, assim como do Fórum de
Coordenadores da ANPUH. Concordamos com o Grupo de Trabalho de Autoavaliação da
Programas de Pós-Graduação da UFRJ, que considera:
“Aprende-se, ao trabalhar com avaliação, a importância de se pensar a prática, de refletir sobre a
prática, de encontrar lições na prática e derivar dela ações concretas, iluminadas pela teoria, seja
ela de qualquer paradigma. Aceitando como verdadeiro que a avaliação induz ações, valores e
comportamentos, a autoavaliação, com mais força poderá ser indutora de ações reflexivas. É a
ação reflexiva que faz sentido quando se pensa a prática e os problemas enfrentados pelos
docentes. Resgatando Paulo Freire (1988), a prática de pensar a prática é a melhor maneira de
pensar certo.”
O Programa também desenvolveu sistemas de autoavaliação próprios preferencialmente
direcionados à eficiência da gestão de recursos, ao melhoramento da formação discente e ao
incremento da produção intelectual. Destacamos aqui três mecanismos importantes de
autoavaliação
1) De saída, merece destaque o fortalecimento da Comissão de Avaliação Acadêmica, que
analisa os pedidos de credenciamento de novos docentes e o desempenho de docentes já
cadastrados. Os professores do PPGHIS atuam sistematicamente em atividades fora do programa,
que, em termos gerais, dizem respeito à participação em bancas de concursos para professores e
de defesas em outras IES; emissão de pareceres para periódicos acadêmicos nacionais e
internacionais, emissão de pareceres para as diversas agências de fomento à pesquisa no Brasil e
em outros países; contributo para a imprensa por meio da publicação de artigos e entrevistas;
colaboração com editoras mediante a emissão de pareceres; realização inúmeras palestras,
conferências e aulas-magnas em diversas instituições, em cursos à distância, além de atuação na
direção de importantes instituições de pesquisa. Nossos docentes desenvolvem pesquisas de ponta,
quase todas com financiamento das agências de fomento, aglutinando estudantes da graduação e
da pós-graduação. A excelência tanto na docência quanto na pesquisa dos professores do PPGHIS
é amplamente reconhecida por seus pares. O sistema de credenciamento de novos membros é
cuidadoso e rigoroso, e o programa se esforça por estabelecer uma base de apoio ao novo docente,

23
uma vez credenciado. A participação de professores colaboradores, que podem ou não se tornar
efetivos, permite ao Programa uma maior flexibilidade para propor novos caminhos de pesquisa e
atividades acadêmicas. Nesse sentido, esta comissão, ao proceder à análise das candidaturas, coloca
em prática um processo de autoavaliação, na medida em que procura ponderar a adequação dos
novos quadros à demanda do programa e do seu corpo social. Cabe destacar que a renovação do
quadro docente vem trazendo novo ânimo ao programa e isso se reflete no clima de colaboração
e de espírito público manifestado pelos professores do PPGHIS. Claro que esta renovação e
diversidade também traz desafios que estamos enfrentando com discussões no colegiado,
buscando decisões democráticas e o envolvimento de todos na gestão do futuro do programa. A
Comissão não se ocupa somente da avaliação individual dos docentes, portanto, mas permite uma
visão geral do Programa em suas atividades de pesquisa, ensino e extensão.
2) Seminários periódicos. O PPGHIS realizou o Seminário interno “Prazer, sou PPGHIS”, de
setembro a novembro de 2019, que ofereceu um vigoroso impulso para que o PPGHIS pudesse
conhecer internamente suas pesquisas, e repensar sua estrutura e organização. O Seminário teve
um lugar central na redefinição das linhas de pesquisa. O Programa decidiu que este seminário de
autoavaliação acontecerá a cada dois anos, com participação de docentes e discentes. O seminário
foi gravado e os registros serão usados como forma de divulgação do trabalho do programa para
a sociedade brasileira. O PPGHIS se destaca no panorama geral dos programas de pós-graduação
do país em função de seu corpo docente, em cujos quadros encontram-se especialistas com
capacidade de irradiação intelectual e de produção de conhecimento. O alcance e a diversidade da
produção do seu corpo docente colocam o programa em uma situação privilegiada. A Pandemia
pode ter afetado a periodicidade do Seminário, que deveria acontecer em 2021. Mas os professores
estão comprometidos com o modelo, e a PR-2 solicitou o envio das gravações para talvez sugerir
os seminários internos para outros programas.
3) Acompanhamento de discentes. Um espaço da reunião mensal do Programa é voltado para
a discutir a evolução das trajetórias discentes, com a participação dos representantes discentes.
Não se trata simplesmente da discussão de prazos de qualificação e defesa, mas principalmente da
troca de experiências e de problemas que podem ser comuns a vários estudantes. A partir desta
experiência foi criada, por exemplo, a Comissão de Saúde Discente.
A implementação de rotinas regulares de registro permitiu detectar a notável produção
intelectual do corpo discente que reflete um campo temático de grande diversidade e ancorado em
debates teórico-metodológicos e historiográficos dos mais relevantes no Brasil e no mundo. Esta
produção discente é também reconhecida por meio de prêmios e menções honrosas recebidas com
regularidade. Quanto aos egressos, o levantamento, realizado agora pela Comissão Permanente de
Egressos (2020), do desempenho dos doutores e mestres por nós formados permite ver que o
PPGHIS está presente em universidades de excelência dentro e fora do país. Nossas pesquisas
preliminares indicam alto grau de nucleação e de empregabilidade, na pós-graduação, na graduação
e na educação básica.
Como resultado de uma constante autoavaliação, o PPGHIS promoveu, nos últimos anos,
mudanças nos processos seletivos de mestrado e doutorado, inclusive com a criação de sistemas
de cotas (de vagas) para negros, indígenas ou pessoas com deficiência física e cotas (de bolsas) por
critérios socioeconômicos em 2017, para a seleção de 2018. Se os resultados destas políticas e
mudanças ainda devem ser analisados, o processo em si já foi uma vitória. Ao longo de dois a três
24
anos, o colegiado se debruçou sobre essas demandas, discutiu, criou comitês de estudo, apresentou
e implementou propostas, refletiu sobre os resultados, fazendo mudanças e adequações – tudo
com transparência e seriedade.
A comunicação entre docentes, discentes, egressos e técnicos administrativos é fundamental neste
processo de autoavaliação. Uma primeira forma de comunicação é diretamente com a
representação discente. Representantes discentes são 20% da Comissão Deliberativa (Colegiado)
do Programa, com direito a voz e voto, como se lê no Regulamento do Programa
(https://ppghis.historia.ufrj.br/regulamento-do-programa-de-pos-graduacao-em-historia-social/
ou no site espelho https://ppghisufrj.com.br/regulamento-do-programa-de-pos-graduacao-em-
historia-social/).
O Programa tem uma sala própria de coordenação, com uma política de portas abertas para alunos,
e dois técnicos-administrativos experientes que dialogam diretamente com os discentes. Durante
a pandemia, no entanto, a comunicação teve que buscar outros espaços de contato. Os e-mails
institucionais foram, obviamente, o mecanismo mais imediato. Coordenadores e técnico-
administrativos buscam responder aos alunos em 48 horas, por este sistema. Mas buscamos
também usar redes sociais, como Facebook e Twitter, para uma comunicação mais ágil e imediata.
Finalmente, nosso website foi completamente refeito em 2020, em grande parte respondendo a
demandas de comunicação que se tornaram críticas durante a pandemia.
Consideramos, a partir de nossos processos de autoavaliação, que os seguintes desafios se
colocam para o programa no próximo quadriênio:
1) Linhas de Pesquisa. Como já indicado, nos últimos anos, o Programa dedicou-se à
reformulação de suas linhas de pesquisa, o que foi feito a partir de um intenso trabalho coletivo.
Com a linhas já definidas e aprovadas, o desafio com o qual nos deparamos é o de sua
implementação, envolvendo docentes e discentes neste processo, o que, certamente, vai exigir
algumas reformulações e ajustes. De todo modo, fica a percepção de que um primeiro passo foi
dado no sentido de adequar melhor as linhas de pesquisa do programa ao trabalho por aqui
realizado e à diversidade das multivalências do seu corpo social.
2) Relação número corpo discente/corpo docente: Consciente do seu papel na formação de
quadros qualificados para a pesquisa de história no Brasil, o PPGHIS tem, paulatinamente, tentado
aumentar o número de mestrandos e doutorandos matriculados - não obstante mantenha alto nível
de exigência em seus processos seletivos - e continuará empenhado nesta senda. Isto é um desafio
que temos tentado responder com as modificações no processo seletivo. É importante que nos
perguntemos se estamos atraindo os mais promissores alunos. Processos seletivos devem ser
rigorosos, mas também direcionados. Um processo seletivo rígido pode excluir alunos bem
capacitados, ao mesmo tempo que admite alunos que talvez sejam bem-sucedidos na prova de
seleção tradicional, mas que não estão necessariamente preparados para o mestrado ou o
doutorado. Acreditamos que as modificações dos últimos anos tenham nos colocado na estrada
correta, embora esta avaliação só possa ser feita ao longo do tempo.
3) Acompanhamento de docentes: O acompanhamento de docentes é tradicionalmente um
aspecto frágil do nosso programa. A criação de uma Comissão de Avaliação Acadêmica buscou
responder a esta fragilidade, embora ainda haja ajustes a serem feitos nos processos avaliativos –

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entrevistas, acompanhamento de produção, orientação para professores júniores. A Comissão
também tem responsabilidades sobre credenciamento e descredenciamento de professores, assim
como definição do perfil de professores colaboradores e permanentes. Mais detalhes sobre a
Comissão de Avaliação Docente podem ser vistos no quesito anterior. Deve-se notar, no entanto,
que o ano de 2020, com sua atipicidade em função da pandemia, ampliou nossas atividades de
acompanhamento docente por um lado, na medida em que buscávamos formas de auxiliar os
docentes neste período, por outro interrompeu as avaliações para fins de descredenciamento, que
deverão ser retomadas em 2021.
4) Apoio ao discente: Com a perspectiva de novos cortes de bolsas de mestrado e doutorado,
por condicionantes externas ao programa, há cada vez mais dificuldades aos novos alunos. Temos
visto uma maior dificuldade para atrair alunos de fora do Rio de Janeiro, pois, mesmo com bolsa,
sua capacidade de manutenção numa cidade cara como o Rio de Janeiro é muito limitada. São
problemas estruturais para os quais é preciso atentar e produzir respostas, para que o impacto de
um programa importante possa se manter. Torna-se visível uma contradição: queremos incorporar
mais alunos, mas isso termina por acirrar a competição por bolsas e deixar alunos com dificuldades
na sua atuação pela falta de bolsas. Associado indiretamente a isso, é importante mencionar que
tem crescido muito o número de casos de problemas de saúde, especialmente de natureza
psicológica. Em 2019, para cada dez solicitações de prorrogação de prazo de qualificação ou defesa,
seis foram por razões documentadas de saúde mental. O PPGHIS tem levantado esta questão
junto ao fórum de coordenadores de programas de pós-graduação da ANPUH e há consenso de
que o problema é generalizado. Há poucos recursos na universidade para responder a esta
demanda, e os sistemas de bolsa/tempo de graduação são mais rígidos do que o desejável – trata-
se de um quadro dramático que não pode ser resolvido exclusivamente ou apenas pelo PPGHIS.
Trata-se de uma questão mais ampla e de política universitária e pública. Para procurar dar conta
– mesmo que de forma limitada -, dentro do programa foi criada a Comissão de Saúde Discente,
que começou seus trabalhos em 2020. Esta tem uma composição especialmente diversificada,
integrando de forma destacada discentes, pós-doutorandos e docentes, no sentido de a tornar mais
sensível às especificidades da realidade vivenciada pelo quadro estudantil atual. Ainda, destacamos
que a Comissão se esforça especialmente pela procura de meios de apoio à saúde mental do corpo
do social do programa. O agravamento das condições de saúde mental não difere muito de um
quadro de precariedade e esgotamento que afeta pesquisadores de todo o mundo.
Além disso, estimulamos nossos discentes a criar redes de apoio internas, que acreditamos serão
ainda mais necessárias em tempos de pandemia. Diversificamos o tipo de apoio discente em 2020,
antes da pandemia limitado a apoio em presença de congressos, para outros tipos de atividades, e
apoiamos a realização de eventos discentes, mesmos virtuais, exatamente para contrabalançar o
impacto do necessário isolamento social nos alunos.
É inevitável algum grau de evasão em qualquer programa acadêmico. Durante o quadriênio,
efetuamos o jubilamento de sete alunos, por motivos de saúde e luto em família – ainda que, em
2020, com apoio da UFRJ, tenhamos interrompido qualquer tipo de processo de jubilamento
durante a pandemia. Tanto quanto possível, o Programa busca apoiar discentes que passam por
momentos críticos, ampliando prazos quando há documentação médica pertinente, e apoiando a
relação de orientadores e orientandos. Infelizmente, este apoio pode vir a ser penalizador quando
afeta o tempo médio de titulação, mas ainda assim acreditamos ser importante.

26
5) Internacionalização do corpo discente: O PPGHIS mostrou excelentes índices de
internacionalização dos docentes, mas ainda temos que incrementar a internacionalização do corpo
discente. Temos alguns alunos internacionais, e estamos ativamente divulgando mais o Programa
no exterior, através de acordos de cooperação, para ampliar este número. Os alunos do PPGHIS
aproveitam entusiasticamente as oportunidades de bolsas sanduíche, mas elas são poucas em
relação à demanda, e não há um panorama de aumento. As PSDE foram interrompidas pela
pandemia em 2020 e a situação é incerta para 2021. Desde 2018 o Programa tem investido neste
aspecto. Primeiro, criamos uma rede informal com outros programas de pós-graduação no Rio de
Janeiro para divulgar mutuamente cursos e disciplinas em língua estrangeira, de forma a multiplicar
e não duplicar esforços. Segundo, estabelecemos na sede do PPGHIS, em 2018 e 2019, um curso
de inglês para ciências humanas para nossos alunos. Infelizmente em 2019 o governo federal
cancelou este programa, que tinha enorme sucesso entre nossos alunos. Terceiro, disponibilizamos
pequenas quantias para apoio a viagens de pesquisa, pelos alunos, se necessário, para o exterior.
Quarto, e mais importante, a nossa comissão de internacionalização designou um aluno para
localizar e divulgar oportunidades de bolsas e de estudos financiados no exterior. Dois de nossos
alunos obtiveram bolsas Erasmus em 2019, como resultado desta iniciativa. É importante frisar
que, com a pandemia iniciada em 2020, parte desse fluxo internacional foi interrompido, como a
ida de alunos para pesquisa em bibliotecas e arquivos estrangeiros. O trabalho da Comissão de
Internacionalização do programa assumiu definitivamente essa meta, na medida em que seus
integrantes atuam em áreas de ensino e pesquisa fundamentais para captação de alunos
internacionais (por exemplo, África e Ásia). Entretanto, a intensificação das atividades remotas fez
com que o contato de membros do programa com pesquisadores e grupos de trabalho estrangeiros
pudesse se intensificar neste período.

1.4.1 CRITÉRIOS DE CREDENCIAMENTO


O PPGHIS estabeleceu novas normas de credenciamento, descredenciamento e acompanhamento
de docentes em fins de 2017, as quais são revistas periodicamente. O processo atual enfatiza o
papel da Comissão de Avaliação Acadêmica, mencionada anteriormente, que trabalha em sintonia
com a Coordenação do Programa, mas com forte autonomia.

O credenciamento de novos membros do colegiado é um processo que ocorre em etapas. O


Programa anuncia o interesse em credenciar novos professores, de acordo com seu planejamento
estratégico (que atendam, por exemplo, a uma maior conexão com a graduação, com
internacionalização, com áreas da historiografia a serem incentivadas, etc.). Não há uma
data específica para o credenciamento de docentes, que pode acontecer a qualquer momento que
a Comissão Deliberativa do Programa assim o decidir. O(a) interessado(a) em credenciar-se no
Programa deverá apresentar sua candidatura à Comissão Acadêmica, com os seguintes
documentos:

• um projeto de pesquisa,
• seu currículo Lattes,
• uma carta, na qual constem as razões do interessado para ingressar no Programa; sua
inserção em grupos e/ou redes de pesquisa nacionais/internacionais; e a projeção de sua
produção para os próximos 2 anos, incluindo o atual.

27
A partir da avaliação desta documentação, a Comissão de Avaliação Acadêmica emite um parecer
a ser votado no Colegiado do Programa, com a apreciação dos seguintes pontos: trajetória,
produção passada e perspectiva de produção futura, inserção acadêmica e adequação ao
planejamento estratégico do Programa. A comissão deve declarar se recomenda ou não o
credenciamento do(a) candidato(a). Caso indique o credenciamento, também informa se será como
permanente ou colaborador. De posse do parecer, a coordenação submete a apreciação do mesmo
pelo Colegiado. Cabe ao Colegiado aprovar, reprovar ou modificar o parecer.

Os professores colaboradores têm os mesmos direitos e deveres dos permanentes, com exceção
da capacidade de orientação, que fica limitada a 2 (duas) orientações de mestrado e 1 (uma) de
doutorado. São obrigados, também, a lecionar um curso a cada três anos.

O acompanhamento de docentes acontece por meio de reuniões individuais nos meses de


novembro e dezembro. Estas atividades são realizadas pela Comissão de Avaliação, em conjunto
com a Coordenação do Programa, tendo como base os questionários respondidos pelos docentes
para a avaliação anual do Programa.

Os parâmetros de produtividade dos docentes permanentes são definidos de acordo com o rigor
que se espera de um programa de excelência, mas não são simplesmente quantitativos – embora
eles acompanhem métricas estabelecidas pela Área de História da CAPES. Membros permanentes
do Colegiado devem demonstrar efetiva produção bibliográfica em altos estratos, atividades de
inserção social, internacionalização, nucleação e uma agenda de pesquisa ativa, além de exercer
funções de orientação e ensino. O Programa também espera que os membros permanentes e
colaboradores tenham participação ativa na gestão do Programa, através de suas comissões.

A Comissão de Avaliação, juntamente com a Coordenação do Programa, avalia essas entrevistas


tanto individualmente, para considerar as contribuições de cada docente, quanto no seu conjunto,
para obter uma perspectiva do funcionamento coletivo do Programa. Situações inesperadas –
lutos, maternidade, problemas de saúde, ou uma pandemia – podem alterar as demandas junto aos
docentes, o que é decidido entre a Comissão de Avaliação e a Coordenação do Programa.

Estas informações encontram-se disponíveis no website do programa, em


https://ppghis.historia.ufrj.br/credenciamento-de-docentes/ (ou no site espelho
https://ppghisufrj.com.br/credenciamento-de-docentes/)

1.4.2 DISTRIBUIÇÃO DE BOLSAS

O PPGHIS conta, atualmente, com 40 bolsas de doutorado (11 CNPq, 28 CAPES e 1 FAPERJ)
e 29 bolsas de mestrado (11 CNPq, 16 Capes e 2 FAPERJ), respectivamente válidas para um
máximo de 48 e 24 meses. As bolsas CNPq não foram ainda confirmadas para 2021, devido às
modificações do modelo de concessão de bolsas da agência.

Na medida em que os alunos encerram os períodos de vigências de suas bolsas, essas são
redirecionadas às novas turmas e aos alunos veteranos ainda não contemplados com bolsas, numa
divisão equitativa.

A Comissão de Bolsas é responsável por avaliar a trajetória de todos os alunos veteranos a cada
ano, e classificá-los de acordo com seu desempenho, para que possam concorrer a essas bolsas. As
bolsas já destinadas podem ser revogadas e direcionadas a outros alunos caso o desempenho dos
discentes não corresponda, sem justificativa, ao que o PPGHIS espera de seus alunos. Portanto, a

28
cada ano, o número de bolsas disponíveis pode variar, e o Programa considera importante a
divulgação desses dados.

Desde 2018, como parte da instalação de ações afirmativas, o PPGHIS destina 20% de suas bolsas
CAPES e CNPq, em cada nova turma admitida, a candidatos aprovados no processo seletivo, mas
de acordo com critérios socioeconômicos. Para isso, os candidatos devem preencher um
“questionário socioeconômico”, que pode variar de ano a ano. Para 2021, em virtude do corte de
bolsas, o Colegiado decidiu que a proporção de bolsas distribuídas com estes critérios para os
novos alunos seria de 25%.

Trata-se de um questionário dedicado a efetuar uma avaliação preliminar da situação


socioeconômica dos estudantes que ingressarão em nosso Programa. O preenchimento do
questionário só precisa ser realizado por aqueles que, em função de suas trajetórias de vida e de
seu perfil socioeconômico, não tenham condições de cursar o mestrado ou o doutorado sem uma
bolsa de estudos. Em datas e horários previamente fixados e divulgados, a Comissão de Bolsas do
PPGHIS entrevista aqueles que enviarem o questionário devidamente preenchido. A Comissão
decide, então, quantos e quais alunos deverão receber bolsas de estudo pelo critério
socioeconômico, e em que ordem, de acordo com as decisões do PPGHIS/UFRJ relativas a essa
seleção e ordenamento.

Os critérios para análise da situação socioeconômica são os seguintes: trajetória pessoal e familiar,
inclusive do ponto de vista ocupacional, e composição familiar; trajetória escolar pessoal e da
família, inclusive acesso a formas de assistência estudantil; renda pessoal e renda familiar/conjugal,
inclusive acesso pessoal ou familiar a políticas de assistência social; formas de apoio econômico
familiar/conjugal; ter ou não dependentes, quantos e quais, e grau de dependência; trajetória e
situação de moradia; gastos significativos com doenças ou situações de saúde
crônicas/permanentes; redes profissionais e perspectivas de trabalho remunerado.

A ordem de distribuição das bolsas, dentre os alunos que tenham sido escolhidos para serem
priorizados em função do critério socioeconômico terá como ponto de partida: alunos priorizados
pelo critério socioeconômico e considerados casos especialmente críticos. Essa ordem terá início
por: 1) alunos considerados casos especialmente críticos; 2) demais alunos priorizados pelo critério
socioeconômico.

Estas informações encontram-se disponíveis no website do programa, assim como o último


questionário aplicado, em https://ppghis.historia.ufrj.br/bolsas-e-auxilios/ (ou no site espelho
https://ppghisufrj.com.br/bolsas-e-auxilios/)

29
2 Formação

2.1 Qualidade e adequação das teses, dissertações ou equivalente em relação


às áreas de concentração e linhas de pesquisa do Programa.

A qualidade das teses e dissertações do PPGHIS é reconhecida nacionalmente, como se pode ver
pelas premiações obtidas. Neste quadriênio, as seguintes teses foram receberam prêmios externos:

2020 - Daniel Dutra Coelho Braga, orientado por José Augusto Pádua, teve sua tese com o título
“Colonialidade nos trópicos: a América meridional e as viagens de volta ao mundo da Marinha francesa (c.1815–
c.1852)” escolhida como a melhor tese em história da ciência pela SBHC.

2020 - Clemente Gentil Penna, orientado por Manolo Garcia Florentino, recebeu o prêmio de
melhor tese de história econômica de todo o país, pela Associação Brasileira de Pesquisadores em
História Econômica, com o trabalho intitulado “Economias Urbanas: capital, créditos e escravidão na
cidade do Rio de Janeiro, c.1820-1860” .

2019 - Aryana Lima Costa, orientada por Marieta de Moraes Ferreira, recebeu Menção Honrosa
no Prêmio CAPES de tese pela seu trabalho “De um curso d’água a outro: memória e disciplinarização do
saber histórico na formação dos primeiros professores no curso de História da USP”.

2018 - Vinicius Miranda Cardoso, orientado por Beatriz Catão Cruz Santos, recebeu o primeiro
lugar pelo seu trabalho O Padroeiro Principal da terra: poderes locais e o culto político-religioso a São Sebastião
no Rio de Janeiro, c.1680-c.1763, no Prêmio Afonso Carlos Marques dos Santos do Arquivo Geral da
Cidade do Rio de Janeiro,

2018 – Bruno Capilé, orientado por Lise Sedrez, recebeu menção honrosa pelo seu trabalho Os
Muitos Rios do Rio de Janeiro: transformações e interações entre dinâmicas sociais e sistemas fluviais na cidade do
Rio de Janeiro (1850-1889) no Prêmio Afonso Carlos Marques dos Santos do Arquivo Geral da
Cidade do Rio de Janeiro,

2017 – Pedro Teixeirense, recebeu o Prêmio de Pesquisa Memórias Reveladas, com sua tese de
doutorado “A invenção do inimigo: história e memória dos dossiês e contra-dossiês da ditadura militar brasileira
(1964-2001)”, na qual foi orientado pelo Prof. Carlos Fico.

(Ver no site do programa https://ppghis.historia.ufrj.br/premiacoes-externas/ ou


https://ppghisufrj.com.br/premiacoes-externas/)

Todas as teses e dissertações são vinculadas às linhas de pesquisa do Programa e, como no caso
dos projetos de pesquisa, foram um dos elementos que levamos em consideração para a atualização
das linhas de pesquisa.

As bancas de mestrado e doutorado, tanto na defesa como na qualificação, precisam não só de


membros externos mas também de suplentes externos. Bancas sem membros externos não são
aprovadas pelo Colegiado do Programa. Esta norma encontra-se no Regulamento do Programa
de Pós-Graduação em História Social (https://ppghis.historia.ufrj.br/regulamento-do-programa-
de-pos-graduacao-em-historia-social/), praticamente desde a criação do Programa, nos artigos 82
(para mestrado) e 89 (para doutorado).

30
Teses e dissertações podem ser aprovadas condicionalmente e, nesse caso, um membro da banca
é responsável por verificar se as condições foram posteriormente atendidas pelo discente. São
casos raros. Docentes não encorajam alunos a prosseguir ao processo de defesa antes de cuidadosa
revisão dos textos. Teses e dissertações também podem ser aprovadas, aprovadas com distinção
ou aprovadas com louvor. Este último conceito, em reconhecimento da excelência do trabalho, é
atribuído com parcimônia, somente para produções realmente excepcionais.

As teses e dissertações aprovadas com louvor são então enviadas a uma banca composta
exclusivamente por professores externos ao Programa, para serem candidatas aos prêmios Melhor
Dissertação de Mestrado Ana Lugão Rios e Melhor Tese de Doutorado Manoel Luiz Salgado
Guimarães. Estes prêmios foram criados em 2012 pelo PPGHIS e mantidos desde então, para
reconhecer os melhores trabalhos entre os nossos alunos, e para celebrar a memória de dois
importantes professores, já falecidos, que ajudaram a criar o PPGHIS.

Neste quadriênio, as comissões julgadoras foram compostas por:

• 2017 – Leonardo Marques (UFF), Jorge Victor de Araújo Souza (UFRJ) e Regiane Augusto
de Mattos (PUC-Rio)
• 2018 - Rodrigo Farias de Sousa (IH/UFRJ), Isabel Cristina Leite (UFF) e Jonas W.
Pegoraro (UnB)
• 2019 – Giselle Martins Venâncio (UFF), Leandro Duarte Rust (UnB), e Luis Augusto
Farinatti (UFSM)
• 2020 (Ana Lugão - Mestrado) – Wilton Silva (Unesp), Anita Luchesi ( Leibniz Centre for
Contemporary History Potsdam), João Júlio Gomes dos Santos Júnior (UECE)
• 2020 (Manoel Salgado – Doutorado) - Cláudia Maria Ribeiro Viscardi (UFJF), Fernando
Cauduro Pureza (UFPB) e Paulo Henrique de C. Pachá (UFRJ)

Receberam o Prêmio Melhor Dissertação de Mestrado Ana Lugão Rios os seguintes alunos:

• 2020, Denise da Silva de Oliveira, “Já escolheu seu disco?”: Fonografia, Ouvintes e a Discoteca
Pública do Distrito Federal
• 2019, Vanessa de Mendonça Rodrigues dos Santos, A Memoria Apostolorum: formas de devoção
aos mártires e a organização da comunidade de fé cristã no Ocidente (Roma, século III)
• 2018, Jacques Ferreira Pinto, A paralaxe do outro: medidas de alteridade entre África e Ásia no
primeiro relato de viagem de um brasileiro no Japão no século XIX.
• 2017, Pedro Brandão de Sousa Culmant Ramos, Homens de confiança: moral, antiescravismo e o
abolicionismo inglês na supressão do tráfico brasileiro de escravos (1836-1846).

Além destes, receberam menções honrosas os alunos:

• 2020, Natasha Augusto Barbosa, Os Jardins Suspensos do Morro da Babilônia: o Mutirão


Reflorestamento na perspectiva da, História Ambiental Urbana (1985-2015)
• 2019, Felipe Bernardo da Silva Goebel, O alvorecer do sistema da moda no reinado de Luís XVI
e Maria Antonieta: novos atores sociais e novos estilos.

31
Receberam o Prêmio Melhor Tese de Doutorado Manoel Luiz Salgado Guimarães os seguintes
alunos:

• 2020, Patrícia Ramos Geremias, “Como se fosse da família”: arranjos formais e informais de criação
e trabalho de menores pobres na cidade do Rio de Janeiro (1860-1910)
• 2019, Daniel Dutra Coelho Braga, Colonialidade nos trópicos: a América meridional e as viagens de
volta ao mundo da Marinha francesa (c.1815-c.1852)
• 2018, Aryana Lima Costa, De um curso d’água a outro: memória e disciplinarização do saber histórico
na formação dos primeiros professores no curso de História da USP. A tese recebeu Menção Honrosa
do Prêmio Capes de Teses 2019.
• 2017, Pedro Krause Ribeiro, Um figurão da República das Letras: Raul Pederneiras – sua
(auto)biografia, sua singularidade, sua metacaricatura.

Além destes, receberam menções honrosas os alunos:

• 2020, Maria Cristina Portella Ribeiro, Angola e Brasil: convergências identitárias na construção de
um pensamento nacionalista angolano (1789-1830)
• 2019, Hélida Santos Conceição, O sertão e o Império: as vilas do ouro na capitania da Bahia –
1700-1750
• 2018, Bruno Capilé, Os muitos rios do Rio de Janeiro: Transformações e interações entre dinâmicas
sociais e sistemas fluviais na cidade do Rio de Janeiro (1850-1889).
• 2017, Silvana Alves de Godoy, Mestiçagem, guerras de conquista e governo dos índios. A vila de São
Paulo na construção da monarquia portuguesa na América (Séculos XVI e XVII)

Histórico dos prêmios Ana Lugão e Manoel Salgado estão disponíveis no nosso website, em
https://ppghis.historia.ufrj.br/premio-melhor-dissertacao-de-mestrado-ana-lugao-rios/ e
https:// ppghis.historia.ufrj.br/premio-melhor-tese-de-doutorado-manoel-luiz-salgado-
guimaraes/

Para esse item de avaliação, estamos indicando as quatro teses que receberam o prêmio Manoel
Luiz Salgado, pelo nosso programa, e a tese que recebeu o prêmio de melhor tese de história
econômica de todo o país, pela Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica.

São, portanto, as seguintes são as teses indicadas:

• Aryana Lima Costa (2018), De um curso d’água a outro: memória e disciplinarização do saber histórico
na formação dos primeiros professores no curso de História da USP
• Clemente Gentil Penna (2019), “Economias Urbanas: capital, créditos e escravidão na cidade do Rio
de Janeiro, c.1820-1860”
• Daniel Dutra Coelho Braga (2019), Colonialidade nos trópicos: a América meridional e as viagens
de volta ao mundo da Marinha francesa (c.1815-c.1852)
• Patrícia Ramos Geremias (2020), “Como se fosse da família”: arranjos formais e informais de criação
e trabalho de menores pobres na cidade do Rio de Janeiro (1860-1910)
• Pedro Krause Ribeiro (2017), Um figurão da República das Letras: Raul Pederneiras – sua
(auto)biografia, sua singularidade, sua metacaricatura

32
2.2 Qualidade da produção intelectual de discentes e egressos.

Mestrandos e doutorandos do PPGHIS são avaliados periodicamente, através de relatórios anuais,


com documentação comprobatória, enviados à Comissão de Bolsas. Estes relatórios são enviados
aos orientadores, que escrevem pareceres, também enviados à mesma comissão. Bolsistas devem,
além disso, escrever um relatório semestral. (O formulário do relatório anual pode ser visto no site
do Programa (https://ppghis.historia.ufrj.br/formularios/)
Esses relatórios nos permitem acompanhar a trajetória dos alunos e intervir, quando necessário. A
Comissão então classifica os discentes pela sua produção, assiduidade nas disciplinas, e avanços na
produção da tese e dissertação. Esta classificação permite aos alunos concorrer a bolsas de estudo,
mesmo que não tenham sido contemplados no momento de ingresso do programa. Há, portanto,
um grande incentivo para que nossos alunos mantenham uma significativa produção técnica e
bibliográfica. Estas normas, inclusive a pontuação dos relatórios, são apresentadas aos alunos
assim que entram no Programa e estão também disponíveis no website
(https://ppghis.historia.ufrj.br/normas/).
O Programa também incentiva a produção dos alunos através de apoio financeiro, auxílios
discentes de uma diária, cerca de seis por semestre, que podem ser usados para participar de visitas
de pesquisa em arquivos fora do Estado do Rio de Janeiro ou de encontros científicos, também
fora do Estado do Rio de Janeiro. Estas regras foram ligeiramente flexibilizadas durante a
pandemia, mas as condições para solicitar o auxílio à Comissão de Finanças estão disponíveis no
website (https:// ppghis.historia.ufrj.br/bolsas-e-auxilios/corpo-discente-auxilios/).
Para obtenção do auxílio para viagem de pesquisa (fora do Estado do Rio de Janeiro), é necessária
a apresentação dos seguintes documentos: carta do orientador atestando a relevância da pesquisa e
do acervo para a pesquisa em andamento; plano de trabalho a ser desenvolvido, com previsão de
prazo para realização da pesquisa. Para obtenção do auxílio para participação em evento (fora do
Estado do Rio de Janeiro), é necessária a apresentação dos seguintes documentos: carta do
orientador atestando a importância da participação do aluno naquele evento; carta de aceite dos
organizadores do evento; e texto ou resumo ampliado da apresentação.
Os resultados destes incentivos e apoio são extremamente satisfatórios. Em termos de qualidade,
nossos discentes publicam não só em revistas discentes, mas também, especialmente os
doutorandos, em revistas bem avaliadas, como Mundos do Trabalho, e mesmo revistas internacionais,
como Paleorosia. Ancient Rus in time, in personalities, in ideas. Quanto à quantidade, no quadriênio, a
produção completa do programa, somando produtos técnicos e bibliográficos, chegou a 2887
itens. Destes, 1884 itens resultam do trabalho de discentes e egressos, sendo 787 relativos à
produção bibliográfica e 1097 à produção técnica. Infelizmente, uma vez inseridos na plataforma
Sucupira, não conseguimos distinguir entre os produtos de egressos e produtos de discentes. Um
cálculo aproximado atribuiria, inclusive pela dificuldade que tivemos em obter a produção de
egressos a partir do momento em que foi solicitado na plataforma, em 2020, cerca de 75% desta
produção aos discentes e um quarto aos egressos, ou seja, cerca de 1400 itens da produção total
do programa seria trabalho de discentes, ou 350 itens por ano.
Claramente, tal estimativa não responde à questão sobre o percentual de discentes que participam
da produção intelectual. Para isto, devemos verificar os relatórios da Comissão de Bolsas. Em
2017, 2018 e 2019, a média de alunos que apresentou ao menos um produto naquele ano (seja
apresentação em congresso, artigo publicado em anais ou revista, ou outro), ficou entre 87%

33
(doutorado) e 81% (mestrado). Em 2020, esta média oscilou por conta da pandemia, ficando em
74% para doutorado e 70% para mestrado.
Em relação à produção de egressos, nossas formas de aferimento são frustrantemente imperfeitas.
Tentamos obter a produção de nossos egressos recentes de três formas diferentes. Em primeiro
lugar, fizemos uma chamada aberta aos egressos que tenham se formado a partir de 2014. Em
segundo lugar pedimos aos docentes que enviassem mensagens aos seus antigos orientandos. Em
terceiro lugar, buscamos na Plataforma Lattes as produções que pudessem caber no quadriênio.
Os três métodos têm problemas, em particular para uma análise quantitativa. Orientadores, por
vezes, perdem o contato de orientandos; e-mails mudam; alunos que mudam de país ou de carreira
não atualizam a Plataforma Lattes; as informações da Plataforma são por vezes insuficientes ou
mal preenchidas e não podem ser incluídas na Plataforma Sucupira – que, por sua vez, não é capaz
de importar produção discente ou de egressos. Os métodos são particularmente difíceis para
identificar a produção de mestres. Em primeiro lugar, um percentual significativo ingressou em
cursos de doutorado, inclusive no PPGHIS. Sua produção deve ser considerada como discente
(do curso em que estão?) ou como egressos (do mestrado do PPGHIS). Em segundo lugar, muitos
dos nossos mestres se dedicam à educação básica, do que temos muito orgulho. Isso significa, no
entanto, que muitos deixam de alimentar a Plataforma Lattes, mesmo que façam excelentes
trabalhos técnicos que poderiam ser incluídos nesse item.
Mesmo assim, se nossa estimativa anterior sobre a produção discente está correta, conseguimos
inserir algo como 200 itens de egressos. Isto não significa a produção de 200 egressos, visto que
vários deles informaram mais de um artigo ou produto. Podemos apenas fazer um cálculo
(novamente aproximado) e sugerir que conseguimos localizar talvez 100 egressos (uma média de
2 produtos por egresso que respondeu). Se considerarmos que o PPGHIS titula cerca de 39 alunos
por ano, o número de egressos do programa entre 2012 (cinco anos antes do início do quadriênio)
e 2020 (último ano do quadriênio) é da ordem de 350.
O total de titulados pelo Programa no quadriênio, de acordo com a Plataforma Sucupira, é de 156
egressos.
Abaixo, as indicações dos trabalhos de nossos discentes para esta avaliação (serão repetidos e
explicados em destaques).

• CRUZ, Jerônimo Aguiar Duarte. Terra de Pardo: entre forros, reinóis e lavouras de cana -
Campo Grande, Rio de Janeiro, 1720-1800. Afro-Asia, n. 61, 2020, doi:
http://dx.doi.org/10.9771/aa.v0i61.33808
• KNACK, Diego. Ditadura e Corrupção. A Comissão Geral de Investigações e o confisco
de bens de acusados de enriquecimento ilícito no Brasil (1968-1978). 1. ed. Rio de Janeiro:
Arquivo Nacional, 2018. 188p .
• CORRÊA, C. P.. Tráfico negreiro, demografia e famílias escravas em Santa Luzia, Minas
Gerais, século XIX. 1. ed. Curitiba: Prismas, 2017. v. 1. 234p .
• CORREA, L.. A marcha do Onze de Setembro em Santiago: disputas de memória através
do espaço urbano. Revista Latino-Americana de História, v. 9, p. 11-31, 2019.
• PIRES, Isabelle. Centenário da Lei de Acidentes de Trabalho: análise sobre acidentes em
fábricas de tecidos do Rio de Janeiro na Primeira República. Mundos do Trabalho, v.11,
2019, https://doi.org/10.5007/1984-9222.2019.e66124

34
Abaixo, as indicações dos trabalhos de nossos egressos para este quadriênio (serão repetidos e
explicados em destaques).

• COSTA, Aryana. A Escola Uspiana de História: panorama das contribuições da


história da historiografia para um tema clássico. Revista Brasileira de História, São Paulo,
v. 40, n. 85, p. 121-145, 2020.
• DE SÁ, Luiz César. A autoridade entre os antigos. Revista de História da Unisinos, v. 23,
p. 215-230, 2019.
• PEREIRA, Lucas Carvalho Soares de Aguiar. Prostituição e polícia: mulheres e
homens na mira do policiamento moral em Belo Horizonte, MG, Brasil (c.
1920/1930). História (São Paulo) [online], v. 38, 2019, https://doi.org/10.1590/1980-
4369e2019049.
• MÜGGE, M. H.. Antes do mito: soldados-cidadãos da Guarda Nacional do Rio
Grande de São Pedro (1850-1873). Varia Historia, v. 34, p. 123-164, 2018.
• ARANHA, Patricia. Geografia como profissão: campo, autorrepresentação e historiografia (1934-
1955). Stuttgart: Heinz, 2020.
Além destes trabalhos individuais, contudo, devemos destacar dois trabalhos importantes
realizados pelo corpo discente do PPGHIS. O primeiro é a Jornada de Estudos Históricos
Professor Manoel Salgado, um evento anual e gratuito, organizado pelos discentes do PPGHIS da
UFRJ. O principal objetivo do evento é fomentar o debate entre as pesquisas dos pós-graduandos
em História ou áreas afins. Por isso, são organizadas mesas-redondas que reúnem pós-graduandos
que pesquisam temas congêneres e um professor especialista no assunto, que atuará como
coordenador e debatedor. Os coordenadores são professores convidados, normalmente de outra
instituição, que alcançaram notoriedade em suas respectivas áreas de pesquisa. Ao fim da Jornada,
os participantes têm a oportunidade de publicar seus textos nos Anais Eletrônicos (ISSN 2448-
3575), hospedados no site oficial do evento. A equipe é renovada todos os anos.
O segundo é a edição de revista discente Ars Histórica, uma publicação científica discente do
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(PPGHIS – UFRJ). Ela é on-line, de acesso aberto (open access), de periodicidade semestral, avaliada
como Qualis B4 (quadriênio 2013-2016) na área de História e áreas correlatas. A revista trabalha
com avaliação por parecer duplo-cego (peer review) e submissão gratuita. Todo o trabalho de edição,
organização, diagramação e organização de dossiês é realizado pelos discentes, com apoio do
PPGHIS. A revista está hospedada na base de periódicos oficial da UFRJ
(https://revistas.ufrj.br/index.php/ars/index).
Anexamos aqui o relatório escrito pelos editores da revista sobre seu trabalho neste quadriênio.
“Em dezembro de 2020, a Revista Ars Historica, publicação semestral de artigos, resenhas e notas
de pesquisas editoradas pelo Corpo Discente do Programa de Pós-Graduação em História Social
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHIS-UFRJ), completou dez anos de atividade
ininterrupta. Nesses dez anos, a Revista contou com a circulação de um grande número de
estudantes do PPGHIS e uma série de estratégias de publicação foram adotadas, principalmente
no que se refere às questões financeiras, com significativa redução de seus gastos a partir da gestão
das editoras-chefes Millena Farias e Mareana Barbosa (2019). A fim de minimizar os custos,
optamos por contratar uma empresa de editoração (Lupa Editoração) e por revogar o contrato
com o designer responsável pelas capas, função exercida no interior do próprio Comitê Editorial.
Deste modo, o serviço de revisão passou a ser feito por laudas com discriminação de todo o
conteúdo e de maneira profissional pela empresa contratada. Como consequência, o custo de

35
editoração anual da revista caiu para algo em torno de R$ 2300, contemplando as duas edições
lançadas em 2020. A verba antes aplicada na Revista foi transformada em cotas e disponibilizadas
ao apoio das atividades discentes do Programa.
Neste mesmo ano de 2020, apesar do transtorno causado pela pandemia, a revista continuou ativa.
O novo site é um passo concreto para a profissionalização da revista, iniciado em parceria com a
coordenação do PPGHIS para a migração da revista para o Portal de Periódicos da UFRJ e sua
transição para a base Open Journal System (OJS), o qual foi aceito com sucesso. Atualmente, sob
a gestão de Luis Henrique dos Santos e Eric Carvalho, prosseguimos na composição dos volumes
semestrais com artigos aceitos no processo editorial.
Em suma, a experiência de trabalho na Ars Historica permite aos alunos do PPGHIS um maior
conhecimento do processo editorial de artigos científicos em revistas acadêmicas nas áreas das
Ciências Humanas, especialmente no Brasil, mesmo que não só. Além disso, elencamos a
participação das antigas editoras-chefes Millena e Mareana no corpo assessor da Revista Topoi,
também do PPGHIS-UFRJ. Dessa maneira, a atuação de estudantes do Programa no processo
editorial de uma revista acadêmica indexada possibilita aos seus membros uma visão mais ampla
da atividade acadêmica de historiadores no Brasil.”

2.3 Destino, atuação e avaliação dos egressos do Programa em relação à


formação recebida.

2.3.1 ESTRATÉGIAS DE ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS


Tendo em vista as necessidades institucionais de prestação de contas do PPGHIS em 2019 e em
2020, o colegiado do Programa instituiu uma comissão permanente para analisar o desempenho
profissional e acadêmico dos egressos do PPGHIS. De fato, conhecer a trajetória dos profissionais
que passaram por nosso programa de formação é peça fundamental para a avaliação das estratégias
adotadas, para a sua eventual reformulação e readaptação às condições sempre muito dinâmicas
da vida intelectual e institucional. Soma-se a isso a importância de publicizar os resultados de um
longo trabalho de formação de quadros de excelência para a docência nos diversos níveis de ensino
e para o trabalho em instituições de pesquisa no Brasil e no exterior.
De fato, a reitoria da UFRJ tem discutido opções para o acompanhamento de egressos em
graduação e pós-graduação para toda a universidade. Nosso esforço, nesse sentido, serve não
somente à avaliação quadrienal da CAPES como também à nossa comunidade na UFRJ, como um
modelo que pode ser replicado.
Como explicado anteriormente, buscamos manter uma conexão ativa com nossos egressos por
vários canais. Inicialmente, pelos laços que se criam entre orientadores e egressos. Muitos de
nossos egressos trabalham ainda nos laboratórios, grupos de pesquisa, e publicam em conjunto
com seus antigos mentores. De forma mais sistemática, a coordenação envia e-mails generalizados
de assuntos que possam interessar aos egressos, como possibilidades de emprego, eventos, notícias
relevantes para o que chamamos de corpo social do PPGHIS (egressos, discentes, docentes e
técnicos administrativos). Finalmente, a Comissão de Egressos propriamente dita estabelece um
sistema de trabalho junto à plataforma Lattes que nos permite uma visão geral, não individualizada,
do nosso universo de egressos.

36
Nesse item, apresentamos o relatório da Comissão de Egressos, que traz os primeiros resultados
dos trabalhos da comissão e reafirma o compromisso com a continuidade do trabalho. Este
relatório será também incluído como PDF em anexos, visto que o sistema de formulários da
Plataforma Sucupira não comporta gráficos.
A comissão iniciou seus trabalhos no final de 2019, composta inicialmente por Carlos Ziller
Camenietzki, Fernando Castro e Letícia Gomes. O esforço contou também com a colaboração de
Pedro Cavalcante, assistente administrativo da nossa secretaria, que conseguiu levantar elementos
essenciais para a análise. Mais recentemente, em agosto, ingressou na comissão o professor Vitor
Izecksohn. Os dados disponíveis nos permitiram selecionar inicialmente apenas o grupo dos
doutorandos que concluíram seus estudos no PPGHIS até 2018. A urgência de termos um balanço das
trajetórias dos nossos doutores, somada às limitações técnicas e ao acúmulo de trabalho típico dos
períodos de fim de ano acabaram pesando sobre a amostra da análise. Tanto pior, a chegada da
pandemia da COVID-19 atingiu gravemente todo o conjunto da universidade e os trabalhos da
comissão não escaparam ilesos. Os problemas decorrentes da situação excepcional e o acúmulo de
trabalho do presidente da comissão retardaram demasiadamente a análise, impondo um atraso
significativo à elaboração desse relatório final. Apesar dos percalços, o levantamento, a análise e as
conclusões iniciais seguem para apreciação de todos os colegas, estudantes e servidores do
PPGHIS.

A) METODOLOGIA
Para o levantamento das informações aqui apresentadas, a Comissão consultou os documentos
disponíveis na secretaria do Programa e buscou informações dos currículos dos egressos na
Plataforma Lattes e, eventualmente, em outros serviços de busca e raspagem de dados (como o
Escavador). As informações foram todas consolidadas em uma tabela de Excel e submetidas a
uma análise detida dos índices gerais (flutuações no número de matrículas e de egressos,
financiamento, proporção de ingressantes e egressos em relação ao sexo, etc.), das quais os
resultados são apresentados neste relatório.
Uma vez concluído esse primeiro trabalho de levantamento e análise, a Comissão passa agora a
uma nova etapa, em que estamos trabalhando no desenvolvimento de um sistema mais robusto
para coleta, armazenamento e análise de dados, com uma interface amigável e uso de tecnologias
de banco de dados (MySQL). A partir de então, temos por objetivo o aprimoramento da ficha de
dados, a análise exaustiva dos egressos do doutorado e o início da análise dos egressos do mestrado.
Esperamos compartilhar os resultados tão em breve quanto possível, tendo em vista o cenário da
pandemia.

B) PERFIL DOS EGRESSOS


Entre 2001 e 2018, o PPGHIS teve 341 alunos inscritos no doutorado e 249 teses defendidas
(dispostos em série cronológica nos gráficos 1 e 2), sugerindo um índice de conclusão do curso de
doutorado em torno de 73%. É possível fazer ajustes no cálculo, levando em consideração que o
doutorado leva pelo menos 4 anos entre o ingresso e a conclusão, bem como a tendência de
crescimento no número de matrículas e de concluintes. Assim, levando em conta que 256 alunos
se matricularam no doutorado entre 2001 e 2014, e que 209 teses foram defendidas entre 2005 e
2018, temos um índice de conclusão de cerca de 81%. Trata-se de um índice muito bom, tendo

37
em vista a instabilidade dos programas de financiamento e as inúmeras dificuldades por que passam
os doutorandos das ciências humanas no país.

35

30

25

20

15

10

Gráfico 1: Matrículas no período de 2001 a 2018.

20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0

Gráfico 2: Egressos no período de 2001 a 2018.

Sobre a flutuação e tendência dos números, é importante destacar alguns elementos que aparecem
com clareza. Em primeiro lugar, o número de ingressantes entre 2001 e 2010 permanece estável,
por volta de 15 ingressantes por ano, e passa a apresentar tendência de alta entre 2011 e 2016,
período em que cerca de 25 novos doutorandos ingressaram no Programa por ano. 2017 e 2018
foram anos sucessivos de queda, trazendo o número de novas matrículas de volta aos números
mais antigos. É difícil especular sobre os motivos dessas flutuações sem que tenhamos ampliado

38
nosso escopo de análise, o que só deve acontecer conforme for possível retomar as atividades
presenciais.
A proximidade dos números de ingressantes com os dos concluintes em um prazo de quatro a
cinco anos já era esperada em função da duração típica do doutorado. Assim, a média mais elevada
de ingressantes entre 2011 e 2016 se vê traduzida no número mais elevado de teses defendidas
entre 2015 e 2018. Cientes de que o pequeno universo de amostragem limita o alcance de qualquer
conclusão, esperamos que os desenvolvimentos futuros dos trabalhos da comissão nos permitam
entender melhor ambas as flutuações.
Enquadrando os dados de egressos pelo recorte de sexo (gráfico 3), o PPGHIS apresenta uma
proporção de 54,2% de egressos do sexo masculino (média de 7,5/ano) para 45,8% do sexo
feminino (média de 6,33/ano). Ainda que não seja uma disparidade média tão grande, ela sugere a
importância de examinarmos mais detidamente a distribuição de gênero entre nossos doutorandos,
levando também em consideração números de ingressantes e de desistentes. Alguns dos anos que
merecem atenção especial são os de 2007, 2008, 2009, 2012, 2014 e 2018, em que mais de 60%
dos egressos eram do sexo masculino, uma diferença que só se apresenta inversamente no ano de
2016, quando 64% dos ingressantes eram do sexo feminino. Para compreendermos melhor o
significado desses números, precisamos ainda confrontá-los às proporções de sexo dos
ingressantes e a outros fatores, como financiamento, para que possamos averiguar se há uma
disparidade de gênero no que se refere às desistências, possíveis motivações e, quem sabe,
possibilidades de intervenção do Programa. Um exame preliminar dos dados sugere, no entanto,
que a proporção dos sexos entre ingressantes é bastante próxima daquela dos egressos – entre os
ingressantes, 55,4% do sexo masculino e 44,6% do sexo feminino. Assim, de maneira ainda
bastante inicial, parece-nos não haver indícios de disparidade de sexo no que se refere às
desistências.

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

Masc Fem

Gráfico 3: proporção de egressos por gênero.

39
Outra dimensão interessante dos dados é a origem acadêmica dos egressos (tabela 1). Não foi
possível localizar as informações sobre a graduação e o mestrado de 16 (6%) e 13 (5%) egressos,
respectivamente. Além desses, 5 egressos se graduaram e 7 fizeram o mestrado fora do Brasil. Dos
229 egressos dos quais dispomos das informações sobre o mestrado, somente 90 (39,4%) foram
titulados na UFRJ, enquanto 139 (60.6%) foram titulados por outras universidades. Quanto à
graduação, dos 228 egressos dos quais temos as informações, somente 54 (23,7%) se graduaram
na UFRJ, enquanto 174 (76,3%) se graduaram em outras universidades. Consideramos tais índices
bastante positivos, indicando tanto o interesse no programa por parte de alunos formados por
outras instituições quanto a abertura do PPGHIS para receber tais candidatos.

Ano Egressos M - UFRJ M - Outras G - UFRJ G - Outras


2001 13 8 3 3 7
2002 9 7 1 5 5
2003 7 2 4 0 7
2004 11 8 3 7 4
2005 14 3 10 4 8
2006 9 3 5 1 7
2007 13 1 12 2 10
2008 16 8 6 1 13
2009 19 7 12 4 14
2010 7 5 2 1 6
2011 18 2 16 3 15
2012 13 6 5 3 8
2013 16 7 9 2 14
2014 13 7 4 5 7
2015 17 3 14 3 13
2016 17 2 13 2 13
2017 19 6 11 3 14
2018 18 5 9 5 9
Tabela 1: origem acadêmica dos egressos

No quesito financiamento, 67% dos egressos do doutorado contaram com bolsa durante o
doutoramento. Entre as 169 bolsas concedidas, 68,6% (116) vieram da CAPES, 20,7% (35) do
CNPq, 7,1% (12) da Faperj e 3,6% (6) de outras fontes. O apoio financeiro na forma de bolsas de

40
estudo é peça central da pós-graduação no Brasil e qualquer ação que afete a atribuição dessas
bolsas aos programas de pós-graduação tem impacto direto nos resultados da formação.
Sessenta e três dos 249 egressos realizaram estágio de pesquisa (sanduíche) durante o doutorado –
cerca de 25% do total. Ainda que faltem mais detalhes e mais informações sobre os estágios dos
egressos, consideramos o índice aquém do desejável. Entendemos que é importante que os
doutorandos realizem parte de suas formações em outras instituições, incluindo disciplinas e
seminários em outros programas em instituições brasileiras, de maneira que sejam expostos a
outras e novas discussões teórico-metodológicas e que construam suas redes de contatos
profissionais. Parte importante da próxima etapa dos trabalhos da comissão envolve a análise da
relação entre esse índice, a disponibilidade de bolsas para o estágio no exterior e a divulgação de
oportunidades de financiamento proporcionadas por agências internacionais.
Finalmente, 178 dos 249 egressos do doutorado no PPGHIS entre 2001 e 2018 estão empregados
em Instituições de Ensino Superior – um índice de aproximadamente 71,5%. Entre os outros
28,5%, constam instituições de prestígio, como o Ministério de Relações Exteriores, o IPHAN, a
Fiocruz, o Colégio Pedro II e outros. Ainda não é possível avaliar o tempo entre a titulação e o
ingresso na carreira, entre outros motivos, em função da dificuldade de acesso às informações dos
alunos após a conclusão do doutorado. Independentemente disso, esse índice reforça a posição do
PPGHIS como um programa de pós-graduação de excelência, responsável por formar quadros
altamente qualificados para a atuação em outras IES e em instituições de pesquisa. Em termos
geográficos, a grande maioria dos egressos permanece no Rio de Janeiro (119, ou 47,7%) ou em
Minas Gerais (29, ou 11,6%). Em seguida aparecem Rio Grande do Sul (12), Bahia (8), Ceará (7),
Rio Grande do Norte (7), Tocantins (7), Roraima (7) e Distrito Federal (6). Destes, os números
para Tocantins, Rio Grande do Norte e Roraima são resultado de convênios celebrados há alguns
anos entre o programa e as universidades dos respectivos estados.

C) PERFIL DAS PESQUISAS E PRODUÇÃO DOS EGRESSOS


Das 249 teses analisadas, 213 (85,5%) tinham por recorte geográfico o Brasil – incluindo o período
colonial (que, formalmente, seria referente ao Império Ultramarino Português) e trabalhos
comparados com outros contextos. O dado não é surpreendente, levando em conta o acesso mais
fácil às fontes e ao idioma, bem como o parco financiamento para pesquisas no exterior, o que
certamente tem seu peso nos números referentes aos estágios de pesquisa no exterior.
No recorte cronológico, 79,5% dos trabalhos tiveram por foco os séculos XIX, XX e XXI – dos
quais, 58 trabalhos (23,3% do total de 249 teses) trabalharam períodos entre 1950 e os dias atuais.
Ainda carecemos de outras informações e de estudos de história da historiografia recente (ou de
sociologia do conhecimento) que nos permitam explicar satisfatoriamente essa ênfase no
contemporâneo, embora possamos supor que o acesso mais fácil às fontes também seja um fator.
A produção intelectual dos egressos do PPGHIS é bastante significativa. Destacamos
particularmente que entre aqueles que se titularam no período analisado, 9 são bolsistas de
produtividade do CNPq atualmente – 3,6% do total dos egressos. Consideramos que se trata de
um bom índice, levando em conta que as bolsas de produtividade são limitadas e altamente
concorridas. O levantamento dos dados também retornou um número de 846 livros publicados
pelos 249 egressos, número excessivamente alto e que seguramente está inflado pelo
preenchimento incorreto do currículo Lattes. O presidente da Comissão fez uma rápida verificação
por amostragem e constatou diversos problemas desse tipo, comprometendo nossa análise e

41
tornando obrigatória uma checagem manual dos dados coletados da plataforma. A produção de
artigos e capítulos apresentou números mais críveis, retornando uma média geral de 14 artigos e 4
capítulos por ano, considerados os 249 egressos e os diferentes períodos desde a titulação (19 anos
para os titulados em 2001, 18 para os titulados em 2002 etc.). A verificação manual futura deve
nos auxiliar a corrigir os problemas e chegar a informações mais sólidas.

D) AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS


Este primeiro levantamento dos nossos egressos indica a importância de realizarmos uma análise
completa dos resultados do que fazemos em termos da formação intelectual. Essas informações
serão valiosas para a tomada de decisões internas no Programa e podem se tornar referência para
outros Programas, colocando o PPGHIS na dianteira do processo de valorização e publicização
do árduo e importante trabalho que realizamos. Nossa experiência já nos permitiu identificar os
diversos pontos que afetam negativamente a coleta dos dados (como o preenchimento inadequado
do currículo Lattes por parte dos egressos), bem como a viabilidade (ou inviabilidade) de acessar
certas informações.

2.3.2 TRAJETÓRIAS DE EGRESSOS


Conforme solicitado, indicamos abaixo as trajetórias de seis egressos. Buscamos
exemplos tanto do curso de doutorado como do curso de mestrado. Para chegar a estes nomes, a
Comissão de Egressos consultou os docentes do PPGHIS e verificou as trajetórias nos currículos
da Plataforma Lattes. Os critérios para seleção destas seis trajetórias foram prêmios recebidos;
publicações; atuação em universidades de prestígio; diversidade de produção; participação em
bancas; e diversidade dos orientadores.
A) Com titulação entre 2016 e 2020:

1) Patrícia Aranha

É pós-doutoranda em História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da


Universidade de São Paulo, doutora em História pelo Programa de Pós-graduação em História
Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2017), mestre em História das Ciências pelo
Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde - Fiocruz (2011) e graduada em
História pela Universidade Federal Fluminense (2008). Foi pesquisadora na State University of
New York e na Casa de Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de História do Brasil Republicano,
principalmente nos seguintes temas: políticas de conhecimento e imaginação geográfica no Brasil;
geografias femininas e história das mulheres geógrafas; institucionalização e profissionalização da
geografia como campo científico; história do ensino de História e Geografia, e história das
Universidades no Brasil. Suas obras mais significativas são:

• ARANHA, PATRICIA. O IBGE e a consolidação da geografia universitária brasileira.


L’IBGE et la consolidation de la géographie universitaire brésilienne. Terra Brasilis (Nova
Série). Revista da Rede Brasileira de História da Geografia e Geografia Histórica, v. 3, p.
1-15, 2014.

42
• ARANHA, PATRICIA. Geografia como profissão campo, autorrepresentacao e
historiografia (1934-1955). 1. ed. Stuttgart: Akademischer Vlg Stgt, 2020. 218p .
• BELTRAO, Kaizô ; ARANHA, PATRICIA ; GOES, R. R. . Evidências do ENADE e de
outras fontes ? mudanças no perfil do geógrafo graduado. 1. ed. Rio de Janeiro: Fundação
CESGRANRIO, 2018. v. 1. 116p .
• ARANHA, PATRICIA. Um divórcio em dois tempos: a separação do curso universitário
de Geografia e História. In: Marieta de Moraes Ferreira. (Org.). Universidades e ensino de
história. 1ed.Rio de Janeiro: FGV Editora, 2021, v. , p. 20-40.
• ARANHA, PATRICIA. Geografias Femininas: papel do gênero na Geografia brasileira.
Jornal da USP, 05 set. 2018.

2) Jean Carlos Pereira da Costa

É mestre em Histoire du Cinéma pela Université Paris 1 - Panthéon-Sorbonne (UFR 03) e em


História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (IH/UFRJ). Também é graduado em
Comunicação Social, com habilitação em Rádio e TV, pela Escola de Comunicação da UFRJ
(ECO), com período sanduíche na Universidade do Porto, em Portugal. Atualmente, é doutorando
em Territoires, sociétés et développement, mention Histoire et Civilisations na École des Hautes
Études en Sciences Sociales (EHESS). Também trabalha como editor, sobretudo de
documentários, atuando nos seguintes temas de pesquisa: Cinema e ciências sociais, documentários
autobiográficos, filmes de arquivo e cinema amador, montagem e narrativa, patrimônio e
preservação audiovisual, Cinema e História. Suas obras mais significativas são:

• COSTA, Jean C. P.; ALVIM, L.B.A.M. . Tempo, montagem e narrativa: notas sobre o
reemprego de imagens de arquivo no gênero documentário. Maracanan, v. 12, p. 274-288,
2016.
• COSTA, Jean C. P.; ALVIM, L.B.A.M. . Arquivos, filmes de família e autobiografia em
Santiago (2007), de João Moreira Salles. Doc On-Line: revista digital de cinema
documentario, v. 19, p. 321-337, 2016.
• COSTA, Jean C. P.. Montagem, memória e arquivo: uma análise do documentário Babás
(2010), de Consuelo Lins. In: António Costa Valente. (Org.). Avanca | Cinema 2018.
1ed.Avanca: Cine-Clube de Avanca, 2018, v. 1, p. 434-443.

3) Erica Lôpo de Araújo

É professora Adjunta do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco.


Possui doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016), mestrado
em História pela Universidade Federal Fluminense (2011) e graduação em História pela
Universidade Federal da Bahia (2009). Venceu o Prêmio Katia Mattoso de História (2018) e é
autora de "A arte de mandar: Trajetória de um nobre português a serviço do Império - Bahia,
Portugal, Goa, séc. XVII" (2019). Tem experiência docente na área de História das Américas e
História do Brasil Colonial. Desenvolve pesquisa acerca do Império Português, atuando
principalmente, nos seguintes temas: práticas políticas, trajetória, poder, vice-reinado, Estado da
Índia, Estado do Brasil e reino de Portugal. Suas obras mais significativas são:

• LÔPO DE ARAÚJO, ÉRICA. D. Vasco de Mascarenhas: nobreza e trajetória de serviços


(1626-1640). REVISTA MARACANAN, v. 1, p. 36-55, 2018.

43
• LÔPO DE ARAÚJO, Érica. A Restauração na Bahia: Um estudo sobre as relações entre
os poderes de centro e o poder local (1640-1668). Dia-logos (Rio de Janeiro), v. 4, p. 26-
39, 2010.
• LÔPO DE ARAÚJO, Érica. A ascensão de um governador-geral e um 'quase' ouvidor
geral na Bahia em meados do século XVII.. In: 2º Encontro de Novos pesquisadores em
história, 2010, Salvador. Anais eletrônicos do 2º Encontro de Novos pesquisadores em
história. Salvador, 2010. p. 128-143.
• LÔPO DE ARAÚJO, Érica. O Retorno do Tribunal da Relação e o governo do Conde de
Óbidos: um relacionamento conflituoso (Bahia, 1663-1666). In: Encontro Internacional
de História Colonial: Cultura, Poderes e Sociabilidades no Mundo Atlântico (Séc. XVI-
XVIII), 2010, Recife. Anais do III Encontro Internacional de História Colonial, 2010.

B) Com titulação entre 2011 e 2015:

1) Thiago Nascimento Krause

Possui graduação em História na UFF (2007), mestrado no PPGH da mesma universidade (2010)
e doutorado no PPGHIS/UFRJ (2015). No mestrado estudou as possibilidades de ascensão social
dos vassalos luso-brasílicos através do serviço à Coroa Portuguesa, especialmente no contexto da
guerra contra os neerlandeses na América, e suas consequências para a relação entre Coroa e elites
da Bahia e Pernambuco. Sua dissertação foi publicada pela editora Annablume em 2012. No
doutorado investigou a elite baiana do século XVII: sua composição, atuação e relacionamento
com a Coroa, procurando examinar o caso brasileiro em um enquadramento comparativo tanto
no império português quanto atlântico. Atualmente pesquisa a história global de Salvador (1549-
1763) em conjunto com Christopher Ebert (CUNY/Brooklyn College). É Professor Adjunto de
História do Brasil Colonial do Departamento de História da Unirio e membro permanente do
Programa de Pós-Graduação em História da mesma universidade. A tese de doutorado, os
programas de curso, artigos e demais produções acadêmicas estão disponíveis em
https://unirio.academia.edu/ThiagoKrause. Suas obras mais significativas são:

• KRAUSE, THIAGO NASCIMENTO. De homens da governança à primeira nobreza:


vocabulário social e transformações estamentais na Bahia seiscentista. Revista de Historia
(USP), v. 170, p. 201-232, 2014.
• KRAUSE, Thiago. Compadrio e escravidão na Bahia seiscentista. AFRO-ÁSIA (UFBA.
IMPRESSO), v. 50, p. 199-228, 2014.
• KRAUSE, THIAGO NASCIMENTO. A formação de uma classe dominante: a gentry
escravista na América Inglesa Continental (Chesapeake & Lowcountry, c. 1640-c. 1750).
História Unisinos, v. 17, p. 12-23, 2013.
• KRAUSE, Thiago; FRAGA, Joana . 1640: a Restauração, da História Local à História
Global.. 1. ed. Lisboa: Público & Tinta-da-China, 2019. v. 1. 100p .
• FRAGOSO, João ; GUEDES, Roberto ; KRAUSE, Thiago . A América portuguesa e os
sistemas atlânticos na época moderna: monarquia pluricontinental e Antigo Regime. 1. ed.
Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2013. v. 1. 184p .
• FRAGOSO, João ; GUEDES, Roberto ; KRAUSE, Thiago . A América portuguesa e os
sistemas atlânticos na época moderna: monarquia pluricontinental e Antigo Regime
(ebook). 1. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 2013. v. 1. 184p .

44
• KRAUSE, Thiago. Em busca da honra: a remuneração dos serviços da guerra holandesa e
os hábitos das Ordens Militares (Bahia e Pernambuco, 1641 ? 1683). 1a. ed. São Paulo:
Annablume, 2012. v. 1. 290p .

2) Jonas Vargas

Possui Graduação (2004) e Mestrado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (2007) e Doutorado pelo Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (2013). Foi Professor Substituto do Departamento de História da UFSM
(2007-2009), Professor Colaborador do PPG-História da UFRGS (2013-2015) e Investigador
Visitante Júnior no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (2012). Possui
experiência na área de História econômica e História social da política no século XIX. Recebeu
menção honrosa no Prêmio de melhor Tese de Doutorado (2013/2014) promovido pela Anpuh
Nacional. Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de História da Universidade Federal
de Pelotas e pesquisa a história das elites políticas e econômicas do Brasil e da região platina no
século XIX e XX, História Política do Brasil Império e Republicano e História da escravidão
africana no Brasil. Suas obras mais significativas são:

• VARGAS, Jonas M.. Os segredos da carne: o mercado atlântico das carnes secas e salgadas
e a influência da matriz irlandesa de fabricação no extremo sul da América Latina (c. 1780
? c. 1820). ANOS 90 (ONLINE) (PORTO ALEGRE), v. 24, p. 153-182, 2017.
• VARGAS, Jonas M.; FARINATTI, Luis Augusto E. . 'Elites regionais, guerra e
compadrio': a família Ribeiro de Almeida e suas redes de relações (Rio Grande do Sul,
c.1816 - c.1844). Topoi (Rio de Janeiro), v. 15, p. 389-413, 2014.
• VARGAS, JONAS MOREIRA. Abastecendo plantations: A inserção do charque
fabricado em Pelotas (RS) no comércio atlântico das carnes e a sua concorrência com os
produtores platinos (século XIX). História (São Paulo. Online), v. 33, p. 540-566, 2014.
• VARGAS, Jonas M.. Os Barões do charque e suas fortunas: um estudo sobre as elites
regionais brasileiras a partir de uma análise dos charqueadores de Pelotas (Rio Grande do
Sul, séc. XIX). 1. ed. São Leopoldo: OIKOS, 2016. v. 1. 340p .
• VARGAS, Jonas M.. Entre a paróquia e a Corte: os mediadores e as estratégias familiares
da elite política do Rio Grande do Sul (1850-1889). 1. ed. Santa Maria: Editora da
Universidade Federal de Santa Maria, 2010. v. 1. 291p .

3) Bruno Leal

É professor "Adjunto A" de História Contemporânea do Departamento de História da


Universidade de Brasília (UnB) e do Programa de Pós-Graduação em História desta mesma
universidade. É também professor-colaborador do Programa de Pós-Graduação em História
Pública da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Conselheiro da ANPUH-DF, fundador e
editor do portal Café História, especializado em divulgação científica de história. É doutor em
História Social (UFRJ, 2015), mestre em Memória Social (UNIRIO, 2009), especialista em História
Contemporânea (PUCRS, 2010), graduado em História (UERJ, 2006) e Comunicação Social
(UFRJ, 2006). Foi professor do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense
(UFF). Fez estágio pós-doutoral em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

45
(UFRJ). Pesquisa História Pública e Divulgação Científica. Também desenvolve pesquisas sobre
crimes nazistas e justiça no pós-guerra, com especial ênfase no destino dos criminosos nazistas.
Foi cocoordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos e Árabes da UFRJ, o NIEJ
entre 2011 e 2018, sendo hoje pesquisador associado do mesmo. É membro da Rede Brasileira de
História Pública e da Associação das Humanidades Digitais. Suas obras mais significativas são:

• CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. As fichas consulares de estrangeiros no site


FamilySearch. In: Rogério Rosa. (Org.). Possibilidades de pesquisa em História. 1ed.São
Paulo: Contexto, 2017, v. 1, p. 31-54.
• CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Dos Pedalinhos da Lagoa aos Crimes Nazistas: O
Caso Herberts Cukurs no Rio de Janeiro (1946-1956). In: XXVI Simpósio Nacional de
História (ANPUH), 2011, São Paulo. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História,
2011.
• CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. A Contra-História: Negacionismos e Negacionistas
do Holocausto. In: V Semana de História Política, 2010, Rio de Janeiro. V Semana de
História Política - II Seminário Nacional de História: Política, Cultura e Sociedade. Rio de
Janeiro, 2010.
• CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Discursos de Memória na Imprensa Brasileira - Uma
Análise do Discurso da Folha Online sobre o Holocausto. In: VI Simpósio de História da
Universidade Salgado de Oliveira, 2009, São Gonçalo (Rio de Janeiro). Anais do VI
Simpósio de História: Revoluções, Repúblicas e Utopias, 2009.
• CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. A Contra-História: Negacionismos e Negacionistas
do Holocausto. In: V Semana de História Política, 2010, Rio de Janeiro. V Semana de
História Política - II Seminário Nacional de História: Política, Cultura e Sociedade. Rio de
Janeiro, 2010.
• CARVALHO, Bruno Leal Pastor de. Discursos de Memória na Imprensa Brasileira - Uma
Análise do Discurso da Folha Online sobre o Holocausto. In: VI Simpósio de História da
Universidade Salgado de Oliveira, 2009, São Gonçalo (Rio de Janeiro). Anais do VI
Simpósio de História: Revoluções, Repúblicas e Utopias, 2009.

46
2.4 Qualidade das atividades de pesquisa e da produção intelectual do corpo
docente no Programa.

A qualidade das atividades de pesquisa de todo o nosso corpo docente é motivo de orgulho para
todos nós no PPGHIS. Os destaques serão indicados diretamente na plataforma, visto que a
indicação de quatro produtos dos 31 Docentes Permanentes não seria possível aqui. Há uma
variação grande em termos quantitativos – alguns professores se dedicam preferencialmente a
trabalhos que resultam de longos anos de pesquisa em redes (em produção bibliográfica), e outros
a produtos extremamente necessários de divulgação científica, como podcasts, e entrevistas (na
parte de produção técnica).
Relativo à produção técnica, declaramos que todos os Docentes Permanentes têm produção
técnica indicada, relacionada com as linhas de pesquisa, frequentemente voltada para atividades de
extensão. Esta é, aliás, uma exigência do Instituto para progressão de docentes. Como nos
destaques, os professores deram preferência a indicar seus produtos bibliográficos, aproveitamos
esse espaço para sublinhar a diversidade dos trabalhos técnicos produzidos pelos docentes do
PPGHIS.
Todos os professores indicaram como trabalhos técnicos suas apresentações de trabalho e
produção de pareceres para revistas. Isso é parte fundamental do trabalho acadêmico e de serviço
à comunidade de historiadores. Nossos professores produziram pareceres técnicos avaliando
artigos para os periódicos como a Revista Almanack; Revista Cantareira; Revista Brasileira de História;
Revista História Unisinos; Aletria: Revista de Estudos de Literatura; Revista de Estudos Judaicos; Revista
Estudos Históricos; Revista História da Historiografia; Revista História (São Paulo); Revista Inventário; Revista
Varia Historia; Revista de Estudos Empíricos em Direito (REED); Revista do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro; Oxford Research Encyclopedia of Latin American History; Temporalidades; Revista Análise Social –
Lisboa; Revista Religião & Sociedade; Revista Estudos Históricos; Revista Outrora; Pandaemonium Germanicum
e Revista Antíteses, entre muitos outros.
Além de revistas, docentes do PPGHIS, como Jacqueline Hermann, Beatriz Catão Cruz Santos e
William Martins escreveram pareceres técnicos para a CAPES, CNPq e Fapesp. Felipe Charbel
escreveu também pareceres para o concurso de teses, dissertações e monografias realizado pela
Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (2020) e Jacqueline Hermann participou
do comitê de seleção das melhores teses da USP.
Considerando trabalhos de largo alcance, a professora Monica Lima participou da equipe que
produziu o relatório técnico Cais de Valongo: A Construção Coletiva de uma Proposta de Patrimônio
Mundial, apresentado à UNESCO.
Em apoio a universidades e programas de pós-graduação no Brasil, Antonio Jucá Sampaio foi
consultor externo PIBIC para a UERN, enquanto Gabriel Castanho contribuiu para o Programa
Instagram Poiema da UFPeL, em episódios com o título “Emoções tem história”.
Aliás, a pandemia em 2020 acelerou um trabalho de divulgação científica de trabalhos do PPGHIS,
por meio da participação dos docentes em podcasts, entrevistas, mesas redondas virtuais etc.
Temos, assim, a professora Andrea Casa Nova Maia em um programa do YouTube, Politiquês - O
Coronelismo (2018); professora Beatriz Catão Cruz Santos no programa "Santo de casa faz milagre":
O culto de São Sebastião e as pestes na cidade do Rio de Janeiro” (2020); professor Claudio
Pinehiro numa entrevista internacional sobre Decolonialismo (2019); professor Flavio Gomes na

47
mesa redonda virtual Histórias Negras (promovido pela editora Companhia das Letras em 2020);
professor José Augusto Pádua em um podcast da BBC London, “What is Covid doing to the
Amazon?”; professora Marieta de Moraes Ferreira em uma entrevista sobre “A importância da
História da África”; o professor Vitor Izecksohn no Canal Fiocruz sobre “Guerra do Paraguai”;
professor Murilo Sebe Bon Meihy no programa Sem Fronteiras, respondendo sobre Israelenses e
Palestinos: A Paz Impossível?; entre outros. O professor Renato Lemos foi entrevistado no YouTube
com alto número de visualizações sobre "A aliança empresarial-militar: o caso do IPES (Instituto
de Pesquisas e Estudos Sociais) e do GPMI (Grupo Permanente de Mobilização Industrial)", em
2020. A professora Isabele Mattos, não contente com seus próprios trabalhos técnicos, criou uma
série de lives para os professores do Instituto de História, inclusive do PPGHIS, de divulgação
científica em plena pandemia.
Além de apresentações pontuais, deve ser sublinhado o trabalho técnico continuado, como a
manutenção de website e podcasts de Mundos do Trabalho, pelo professor Paulo Fontes, ou a
manutenção de 14 acervos de história oral, pela professora Maria Paula Nascimento Araujo
(https://ppghis.historia.ufrj.br/acervos/)
Nossos professores também criaram importantes cursos de extensão, em particular para
professores do ensino básico. Felipe Charbel organizou um minicurso, na UERJ, O Diário Como
Romance, em 2019. A Professora Emérita Andrea Daher criou, numa colaboração entre
UFRJ/UnB em 2020, as Oficinas de História Das Práticas Letradas. Professores Sílvia Correia,
Gabriel Castanho e Luiza Larangeira produziram várias edições de um curso sobre o uso de
documentos primários na sala de aula para professores.
Também ligadas ao ensino básico, a professora Monica Lima desenvolveu, junto à Fundação
Roberto Marinho, um projeto com o título "Racismo: Uma Questão de Todos Nós - Caderno do
Professor", enquanto a professora Monica Grin trabalhou para desenhar um “Currículo de história
judaica para escolas judaicas”.
Outro tipo de trabalho técnico bastante explorado pelos professores do PPGHIS foi a organização
de eventos nacionais e internacionais, ligados às suas linhas de pesquisa. Professor Henrique
Gusmão organizou o I Seminário de História de Historiografia do Teatro. Professor Fernando
Castro, então vice-presidente da Associação Nacional de Professores de História da América
Latina e Caribe, organizou o XIII Encontro Internacional da ANPHLAC. Professora Isabele Melo
organizou e coordenou o Simpósio Temático História Colonial Brasileira: Novas Abordagens, na
XIV Semana de História Política da UERJ. Professor João Fragoso participou da equipe
organizadora do evento internacional “Petições e o Atlântico Revolucionário (C. 1760 - C. 1840).
Lise Sedrez co-presidiu a organização do 3rd World Congress of Environmental History, que
acontece somente a cada cinco anos, e Sílvia Correia organizou, junto com docentes da Casa Rui
Barbosa e da USP, o simpósio internacional Tempos de violência: o fim da Primeira Guerra Mundial e o
início de uma era. Dentro da própria UFRJ, William Martins foi um dos organizadores da imensa e
inclusiva 8ª Semana de Integração Acadêmica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (SIAC),
em 2017.
Esta é apenas uma mostra da diversidade de trabalhos técnicos de todo o corpo docente durante
o quadriênio, de modo algum exaustiva. Deveríamos incluir também trabalhos de tradução e
múltiplos trabalhos de editoria, como os dos professores Lise Sedrez e Marcos Bretas.
Mas, mesmo se não exaustiva, esta mostra não poderia deixar de lado a contribuição de todo o
corpo docente para a Revista Topoi, em especial dos professores Luiza Larangeira, Sílvia Correia

48
e Henrique Gusmão. Em um dado momento, a Topoi mobiliza um terço dos professores do
Programa, seja como editores adjuntos ou como editores de resenha, como é o caso atual da
professora Marta Mega.
Finalmente, indicamos aqui alguns casos especiais na escolha de destaques:

• Flavio Gomes, ingressou no PPGHIS em 2020.


• Hanna Sonkajarvi, ingressou no PPGHIS em 2018, e precisou solicitar afastamento por
motivos pessoais em 2019, passando para professora colaboradora.
• Isabele Mello, ingressou no PPGHIS em 2019.
• Manolo Florentino, se aposentou em 2019.
• Nuno Fragoso, ingressou no PPGHIS em 2019.
• Paulo Fontes, ingressou no PPGHIS em 2018.

49
2.5 Qualidade e envolvimento do corpo docente em relação às atividades de
formação no Programa.

Os professores do PPGHIS são instados a oferecer um curso a cada três anos como mínimo. A
disponibilidade dos docentes depende, porém, das necessidades das áreas em que os mesmos
professores atuam junto aos cursos de graduação e da presença em outros programas de pós-
graduação. O PPGHIS tem uma proximidade muito grande com o PROFHistória, cujo projeto
nacional foi de fato idealizado por professores do PPGHIS, e vários de nossos docentes atuam
também neste Programa. Assim, alguns professores podem dar cursos com mais frequência no
PPGHIS que outros. Todos, porém, deram ao menos um curso neste quadriênio. A única exceção
que deve ser explicada é o caso da professora Isabele de Matos Pereira Mello. Tendo ingressado
no Programa em 2019, seu curso fora programado para 2020.2. A pandemia, no entanto, mudou
nossas prioridades. Como Diretora Adjunta de Extensão, a professora Isabele foi extremamente
importante para o Instituto de História e para o PPGHIS na programação de atividades de
extensão que ajudassem a conectar alunos e professores em distanciamento social à instituição.
Daí a criação do ciclo de lives Brasil: Reflexões e Análises Históricas, que contou com episódios
com cinco professores do PPGHIS, e que tem seu próprio canal no YouTube
(https://www.YouTube.com/channel/UCJb1PsLBbfl-dVvkPfoUcbg). Nestas circunstâncias,
concordou-se que a professora adiaria seu curso para outra oportunidade.
Durante o período de debate sobre as novas linhas de pesquisas, professores foram incentivados
a promoverem cursos com dois ou três docentes, de acordo com os setores temáticos que estavam
sendo desenhados. Todas as ementas do quadriênio podem ser encontradas no ementário do
PPGHIS, disponível no website: https://ppghis.historia.ufrj.br/ementario/
Em relação a orientações, os professores são também incentivados a manterem de dois a oito
orientações em um dado momento. Em alguns casos, os professores podem superar esse número,
quando um orientando precisa de um pouco mais de tempo antes da defesa, e outro aluno já foi
aceito para orientação. Isso aconteceu com alguma frequência durante a pandemia. A coordenação
tem acompanhado estes casos com a devida atenção para garantir que não haja prejuízo ao aluno
ou sobrecarga do docente.
Em outros casos, professores que ingressaram recentemente no Programa tendem a ter menos
orientações nos primeiros anos. É o caso do professor Claudio Pinheiro, que ingressou no Instituto
de História em 2016, e no PPGHIS em 2017, e que passou a ter suas primeiras orientações em
2020. Também é o caso dos professores Nuno Fragoso e Isabele Mello. Os professores Paulo
Fontes e Flavio Gomes, embora tenham ingressado no Programa durante este quadriênio, tem
uma história mais longa na graduação e foram rapidamente procurados por alunos ingressantes
para orientação.
O programa recomenda que os professores mantenham até três projetos de pesquisa, além de
algum projeto de extensão. Isso nem sempre é possível, visto que projetos de pesquisa podem
estar interligados com projetos anteriores, ou que alguns projetos de pesquisa têm dinâmica e
tempo de duração particulares, como os de composição e manutenção de acervos.
Finalmente, sublinhamos que todos os professores do PPGHIS têm atividades ligadas à docência
e orientações na graduação, com exceção das duas professoras eméritas, Andrea Daher e Marieta
de Moraes Ferreira, que, após suas aposentadorias, atuam somente na pós-graduação.

50
3 Impacto na Sociedade
3.1 Impacto e caráter inovador da produção intelectual em função da natureza
do programa – 40%
O Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ é um dos mais consolidados do país
e por isso mesmo tem uma natureza múltipla, que desafia definições. Por um lado, tem uma
inegável capacidade de nucleação e seus egressos estão, como vimos, distribuídos em universidades
de todo o Brasil. Por outro lado, tem uma forte imagem internacional, tanto na América Latina
quanto na historiografia mundial em geral, o que é refletido por suas obras relevantes. Finalmente,
o PPGHIS tem um impacto grande na formação de professores e no estudo do ensino de história,
e sua produção também reflete isso.
Escolher cinco produtos intelectuais entre os quase mil produzidos por nossos docentes
permanentes neste quadriênio, entre produção técnica e bibliográfica, foi uma tarefa árdua.
Entre as produções de altos estratos, nossos professores publicaram em revistas nacionais e
internacionais de excelente reputação e o impacto destas publicações só será identificado em alguns
anos. A entrevista concedida por Claudio Pinheiro, realizada pelo nosso pós-doutorando Vinicius
Kauê, e publicada em 2020 por uma das mais importantes revistas de antropologia existentes, a
American Anthropologist (A1), por exemplo, propõe importantes considerações sobre Teoria Social,
e tem sido vista quase como um manifesto. Resenhas fundamentais como a de Flavio Gomes na
American Historical Review (A1), em 2020, ou Gabriel Castanho na revista Médievales, também uma
das mais importantes na área, tem uma sobrevida na historiografia que mereceria ser mais estudada.
São publicações inovadoras, que movimentam o debate na academia e estimulam trocas
importantes.
Exatamente por entender que o papel de um programa de excelência também é nutrir novos
talentos, o PPGHIS tem produzido importantes livros autorais de jovens professores, como os de
Henrique Buarque de Gusmão (A Arte Romanesca do Ator: Constantin Stanislavski na Cultura do
Romance, 2020), Luiza Larangeira da Silva Mello (Depois da Queda. A Cultura Norte-Americana na Obra
de Henry James, 2020) e Murilo Sebe Bon Meihy, (Leão, o Africano: A África e o Renascimento Vistos por
um Árabe, 2017).
Ao mesmo tempo, o Programa tem núcleos consolidados, com vastas e importantes redes
internacionais, com obras coletivas de alta qualidade que resultam destes trabalhos. Obras como
Um Reino e suas Repúblicas no Atlântico - Comunicações Políticas entre Portugal, Brasil Angolanos Séculos
XVII e XVIII (2017), de João Fragoso; A Living Past: Environmental Histories of Modern Latin America
(2018) de José Augusto Pádua; The Great Convergence: Environmental Histories of BRICS (2018), de Lise
Sedrez; Tempo e Espaços de Violência: A Primeira Guerra Mundial, a Desconstrução dos Limites e o Início de
uma Nova Era, de Silvia Adriana Barbosa Correia; e Empresariado e Ditadura no Brasil, de Renato Luis
do Couto Neto e Lemos, são todas produtos dessas redes e já poderiam, facilmente, representar o
programa.
Finalmente, obras representativas não o são isoladamente. Debates recorrentes nos setores
temáticos do PPGHIS cultivam um ambiente intelectualmente estimulante e resultam em obras
fundamentais para a historiografia brasileira. Afinal, essa foi uma das motivações para a atualização
das linhas de pesquisa. Os laboratórios e projetos de pesquisa voltados para os estudos de
Sacralidades, de Ensino de História, de Escrita de História, de Memória, geraram obras como
Passado Presente: Usos Contemporâneos Do "Passado Colonial" Brasileiro (2017) de Andrea Viana Daher;
Ordens Terceiras no Mundo Luso-Brasileiro (Séculos XVI-XIX) (2019), de William de Souza Martins; Da

51
Trajetória à Biografia: Descaminhos de um Bastardo Candidato a Rei de Portugal (2020), de Jacqueline
Hermann; o número especial Brazilian Labour History: New Perspectives in Global Context (2018) de
Paulo Roberto Ribeiro Fontes; e o volume Universidade e Ensino de História, de Marieta de Moraes
Ferreira. Este grupo de obras poderia, igualmente, representar o Programa.
A Comissão Gestora do PPGHIS, que se debruçou sobre este espinhoso dilema, optou por
critérios que identificassem a ampla diversidade de nosso programa. Obras coletivas e obras
autorais, de autores jovens e de professores titulares, do início e do fim do quadriênio, que
englobassem algumas das áreas de pesquisa que dão maior visibilidade ao PPGHIS e que
representassem os trabalhos realizados nas três novas linhas de pesquisa. Sem deixar de reconhecer
a excelência de tantas outras, decidimos pelas obras abaixo, que serão devidamente marcadas e
justificadas na seção de Destaques da Plataforma Sucupira:

• Um Reino e suas Repúblicas no Atlântico - Comunicações Políticas entre Portugal,


Brasil Angolanos Séculos XVII e XVIII (2017), de João Fragoso;
• A Arte Romanesca do Ator: Constantin Stanislavski na Cultura do Romance (2020),
Henrique Buarque de Gusmão;
• A Living Past: Environmental Histories of Modern Latin America (2018) de José
Augusto Pádua;
• Duas Guerras nas Américas: Raça, Cidadania e Construção do Estado nos Estados
Unidos e Brasil (1861-1870) (2020), de Vitor Izecksohn
• Tempo e Espaços de Violência: A Primeira Guerra Mundial, a Desconstrução dos
Limites e o Início de uma Nova Era (2018), de Sílvia Adriana Barbosa Correia

52
3.2 Impacto econômico, social e cultural do programa.

3.2.1 INSTITUIÇÃO PÚBLICAS E PRIVADAS


Para estimar o impacto do PPGHIS na sociedade brasileira, sugerimos o uso de indicadores
diversos, visto a múltipla natureza do Programa.
Um indicador importante é a presença de docentes em comissões julgadoras de instituições
públicas, concursos públicos para seleção de professores em instituições de ensino superior e
comitês de pareceristas para instituições de fomento à pesquisa. Aqui, destacamos o trabalho de
William de Souza Martins como membro do júri Comissão especial de licitação para julgamento
das monografias inscritas no Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa (2019) e de Luiza Larangeira
na banca examinadora do Programa de Incentivo à Produção do Conhecimento Técnico e
Científico na Área da Cultura da Fundação Casa de Rui Barbosa. Organismos públicos
internacionais também solicitam a colaboração de nossos docentes. Neste contexto, Sílvia Correia
serviu como avaliadora para a Comissão Fulbright em Portugal (desde 2013), Paulo Fontes como
avaliador de projetos para a Comisión Sectorial de Investigación Científica de la Universidad de la
Republica, no Uruguai (2020), e Claudio Pinheiro elaborou pareceres para o Mecila Center,
vinculado ao Ministério da Educação e Ciência da Alemanha (2020).
O serviço às agências de fomento à pesquisa, como CAPES, CNPq, Faperj e outras é visto como
particularmente importante, como um serviço à própria comunidade acadêmica na qual o
Programa se insere, inclusive porque tantos de seus docentes são, eles também, beneficiários de
bolsas de produtividade. Durante este quadriênio, os professores Carlos Ziller, Lise Sedrez, Maria
Paula Araujo, João Fragoso, Marta Mega e outros produziram pareceres para o CNPq. João
Fragoso e Beatriz Catão Cruz Santos também escreveram pareceres para a Capes, quando
convidados, sendo que Vitor Izecksohn foi membro da Comissão de Avaliação do Qualis
Periódicos para a área de História (CAPES) e membro da Comissão de Análise e Julgamento do
Concurso MD/CAPES sobre Defesa Nacional - CDTDN - Prêmio Tiradentes, em 2020. Marta
Mega, William Martins e Jacqueline Hermann, por sua vez, fazem parte da equipe de avaliadores e
pareceristas para a FAPESP há vários anos.
Professores do PPGHIS também contribuíram com seu trabalho em bancas para seleção de
docentes em instituições como Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal
de São João Del-Rei, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO), Universidade Federal Fluminense (UFF),
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, além da própria UFRJ,
entre outras, o que mostra o reconhecimento do seu exercício entre pares. Com este mesmo olhar,
destacamos a participação da professora Maria Paula Nascimento Araujo e da professora emérita
Andrea Daher em bancas de progressão para professor titular de profissionais da UERJ, UFF e da
UNIRIO.
Ainda considerando agências públicas, um serviço importante foi o Relatório técnico (Dossiê) de
candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio Mundial para o IPHAN, em 2017, que contou com
a participação da profª Monica Lima e Souza. No mesmo ano, Lima e Souza trabalhou junto ao
Ministério das Relações Exteriores para a realização de um Curso para Diplomatas dos Estados -
Membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

53
Em conexão com instituições privadas, editoras buscam em especial a expertise de nossos
professores, para pareceres sobre manuscritos e políticas editoriais. Lise Sedrez, desde 2007, é
editora de uma série de livros, Latin American Landscapes, pela Arizona University Press e,
ocasionalmente, analisa manuscritos para a Editora Manguinhos. Marieta de Moraes Ferreira
ocupa, há vários anos, a posição de consultora na Editora da Fundação Getúlio Vargas.
Ocasionalmente, professores prestam assessoria a empresas privadas, em circunstâncias
específicas. Sublinhamos, neste caso, a participação do professor Flavio Gomes no debate sobre
inclusão junto ao CITIGROUP, para discutir a importância da escravidão na manutenção do
capitalismo e do racismo no Brasil, a partir do convite do grupo para debater inclusão do negro
nas atividades produtivas e em cargos de decisão do banco.
Outro indicador importante para o impacto social, econômico e cultural do Programa é identificar
a presença de seus docentes em projetos interinstitucionais. Nesse sentido, identificamos, por
exemplo, o trabalho de Flavio Gomes tanto no Projeto interinstitucional de Arqueologia Histórica
UFRJ-UFMG, apoiado pela FAPEMIG e FAPERJ, como no projeto interinstitucional de História
da Saúde e das Doenças da Escravidão UFRJ-FIOCRUZ, apoiado pelo CNPQ, FAPERJ e
FIOCRUZ.

3.2.2 EDUCAÇÃO BÁSICA


A preocupação do PPGHIS com a educação básica tem sido uma constante desde sua criação. De
fato, não é por acaso que a rede de Mestrados Profissionais de História, voltados explicitamente
para a formação de professores da educação básica, contou na sua fundação com docentes do
PPGHIS. O trabalho de Marieta de Moraes e Monica Lima e Souza nesse processo de criação da
rede de Mestrados Profissionais é celebrado pelos chamados ProfHistórias em todo o Brasil.
Durante o quadriênio, seis docentes do PPGHIS atuaram no ProfHistória.
De fato, o ensino de história, em particular na educação básica, é tão importante para o PPGHIS
que um dos setores temáticos da nova Linha de Pesquisa “História da cultura, da cultura científica
e historiografia” tem o título “Historiografia, conhecimento histórico e ensino de História”. Este
setor se dedica à crítica da produção do pensamento e do conhecimento histórico, nas dimensões
teórica e prática das operações de investigação, leitura e escrita, bem como às práticas de ensino e
produção de conhecimento pedagógico da disciplina.
Com este mesmo olhar, Marieta de Moraes organizou o seminário “O Ensino Médio e a
implementação dos Itinerários Formativos”, junto à Fundação Getúlio Vargas. Sobre o mesmo
tema, realizou uma palestra, organizada pela Secretaria Estadual de Educação da Bahia para
professores da educação básica.
Na produção de material paradidático, temos vários professores envolvidos em projetos diversos.
Monica Lima e Souza elaborou o texto-base para história em quadrinhos publicada pelo GPTEC
– Grupo de Pesquisa em Tecnologia, Educação e Cultura do IFRJ (Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia), instituição federal de ensino técnico nível Ensino Médio. O grupo de
pesquisa é certificado pelo CNPq. Esse trabalho recebeu o Prêmio Paulo Freire de Iniciativas
Inovadoras em 2019, entregue aos professores do IFRJ que coordenam o grupo. A mesma
professora colaborou com a Fundação Roberto Marinho/Gerência de Educação para a revisão de
conteúdo do livro 'Racismo: uma questão de todos nós', que foi livro distribuído em escolas
públicas que participam de programas da Fundação.

54
Atividades de pesquisa de docentes do PPGHIS acabam por constituir recursos didáticos
importantes para profissionais do ensino básico. Atividades e publicações do site do Laboratório
de Estudos de História dos Mundos do Trabalho (LEHMT-UFRJ), coordenados pelo professor
Paulo Fontes, por exemplo, são destinadas ao grande público em geral e a docente de educação
básica em particular, como a seção mensal “Chão de Escola” que tem como principal objetivo
promover o diálogo entre a pesquisa realizada na universidade no campo da história social do
trabalho e o conhecimento produzido por professores/as e alunos/as em sala de aula na Educação
Básica.
A conexão com a educação básica acontece, também, através de consultorias especializadas e de
projetos de extensão. Monica Grin atuou como consultora, por exemplo, para a Confederação
Israelita do Brasil, tanto na elaboração de currículo de História Judaica para escolas judaicas, como
para um debate sobre o “O Ensino do Holocausto e a nova BNCC”, este último apresentado ao
Conselho Nacional de Educação em 2018. Além disto, o Instituto de História tem ao menos três
projetos coordenados por professores do PPGHIS voltados explicitamente para a educação básica:
Curso de Introdução aos Usos de Documentos Históricos em Sala de Aula, Curso de Ensino à
Distância em Estudos Judaicos; e o projeto História Ambiental para Todos.
Uma parte significativa de nossos alunos, mestrandos e doutorandos, já exercem atividades no
ensino básico ou de pré-vestibulares comunitários durante o curso, praticamente o único vínculo
trabalhista que lhes é permitido quando bolsistas, com autorização expressa dos orientadores. Da
mesma forma, muitos de nossos egressos escolhem o ensino básico como carreira preferencial,
seja no mestrado ou no doutorado. Em particular, destacamos o trabalho de dois doutores egressos
de 2018 do PPGHIS, Jocelito Zalla, professor efetivo do Colégio de Aplicação da UFRGS, onde
coordena o projeto de Educação de Jovens e Adultos, e de Thiago Broni de Mesquita, professor
na Escola de Aplicação da UFPA, onde coordena o Projeto GAHIA (Games, História e
Aprendizado) que envolve alunos do 6º ano da EA/UFPA na produção de jogos voltados para o
ensino de História.
O PPGHIS participa entusiasticamente do projeto “Conhecendo a UFRJ”, um evento para alunos
de ensino médio conhecerem a Universidade, seus projetos e cursos. De 2017 a 2020, inclusive na
última versão exclusivamente virtual, os professores do PPGHIS têm se mostrado bastante
presentes, como em 2019, quando Isabele Mello foi uma das principais palestrantes.
Finalmente, muitas das atividades de maior visibilidade dos docentes do PPGHIS em entrevistas,
material audiovisual e mídias sociais são frequentemente usadas em sala de aula. Mais detalhes
sobre essa produção podem ser vistos no item relativo à inserção social.

3.2.3 SOCIEDADE CIVIL


A colaboração entre o PPGHIS e entidades da sociedade civil acontece principalmente pela ação
de seus docentes, em várias instâncias. Em primeiro lugar, pelo serviço que esses oferecem junto
a sociedades científicas e associações profissionais, ou no serviço junto aos conselhos consultivos,
assim como em atividades específicas.
Seria impossível fazer uma lista completa das afiliações institucionais, nacionais e internacionais,
dos docentes do PPGHIS nas quais eles oferecem serviços valiosos. Sugerindo apenas alguns
exemplos, destacamos o trabalho de Claudio Pinheiro nos conselhos de instituições como The
Latin American Knowledge Platform on Asia, The African Association of Asian Studies (A-Asia),
the International Council of ICAS (the International Convention of Asia Scholars), e do Centro

55
Internacional Celso Furtado de Desenvolvimento e diretor-geral da Sephis Foundation (Holanda);
a presença de Flavio Gomes no conselho executivo da ASWAD - The Association for the Study
of thev Worldwide African Diaspora; as contribuições de Lise Sedrez no CODIE (Committee on
Diversity, Insertion and Equity) da American Society for Environmental History; entre outros.
Fernando Castro serviu como vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisadores e
Professores de História das Américas (ANPHLAC), e Andrea Casa Nova Maia é atual presidente
da Associação Brasileira de História Oral, além de membro do Conselho Consultivo da Associação
Nacional de História Seção Regional RJ, Anpuh-Rio. Não menos importante, mencionamos a
presença de José Augusto Pádua no Comitê Científico do Museu do Amanhã, desde 2015, onde
se decide sobre a programação acadêmica do Museu, e no Comitê Avaliador do programa 'Amanhã
em Pesquisa', do mesmo museu.
Os docentes do PPGHIS também participam como convidados em eventos específicos de
instituições similares, de acordo com sua especialidade. Identificamos, neste sentido, a
contribuição de Felipe Charbel e Luiza Larangeira Mello no Concurso de Teses, Dissertações e
Monografias realizado pela Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (2020); a
presença de Claudio Pinheiro como Secretário-geral do prêmio ICAS em língua portuguesa e
espanhola, o maior prêmio internacional de publicações sobre Ásia (2017-2019), assim como sua
participação na comissão julgadora do VIII Prêmio Lévi-Strauss 2020, pela Associação Brasileira
de Antropologia; e o trabalho de Monica Grin na avaliação de projetos para a Mecila Junior
Fellowship (2020).
Além daqueles voltados para a educação básica, já mencionados no item anterior, os professores
do PPGHIS também dirigem cursos de extensão abertos para um público mais amplo, em
colaboração com organizações da sociedade civil. Cabe destacar aqui o curso oferecido por
Jacqueline Hermann para a Casa do Saber; os cursos de curta duração de História ambiental
ministrados por José Augusto Pádua no Instituto de Estudios Ecologistas del Tercer Mundo
(Quito – Equador) e no Instituto de Pesquisas Ecológicas (Serra Grande – BA), e também o curso
para agentes sanitários “Percurso Formativo de Desenvolvimento Comunitário: pensando o Brasil
nas periferias”, organizado junto ao Serviço Social do Comércio, que contou com a participação
de Lise Sedrez.
A colaboração com a sociedade civil não acontece, entretanto, somente pela participação individual
dos professores. O curso de extensão História Ambiental para Todos, organizado pelo Laboratório
História e Natureza, tem uma parceria institucional com a Cooperativa do Morro da Babilônia e
os discentes e egressos do Laboratório tem considerável autonomia para desenvolveram sub-
projetos. De fato, a partir do trabalho do Laboratório, os egressos de doutorado, Bruno Capilé, e
de Mestrado, Natascha Otoya e Natascha Barbosa, entre outros, criaram um curso virtual de
história ambiental que já está na sua segunda edição.

3.2.4 MEMBRO DE CONSELHO EDITORIAL


O PPGHIS considera que a participação ativa no debate historiográfico é um dos papeis
fundamentais de um programa de excelência, tanto em periódicos já consolidados como em
publicações que atendem campos mais especializados e incipientes. Somente com rigor acadêmico
e um corpo editorial presente é possível combater a proliferação dos chamados “periódicos
predatórios”. Durante o quadriênio, os professores do PPGHIS participaram do corpo editorial
dos seguintes periódicos: Albuquerque; Ambiente e Sociedade; Boletim Historiar; Cadernos de Estudos
Africanos; Cadernos de Língua e Literatura Hebraica; Ecología Política; Environment and History; Handbook

56
Religion and Urbanity (Online); História (São Paulo); Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña;
História, Ciências, Saúde-Manguinhos; History in Africa; Ibero-America Global; International Labor and
Working Class History; Journal Global Environment; Oecology: International Review of Environmental History;
Perseu: História, Memória e Política; Revista Aedos – Revista do Corpo Discente do Programa de Pós-graduação
da UFRGS; Revista Áfricas (UNB); Revista Contemporánea (Universidad de la Republica, Uruguay); Revista
de Estudos Judaicos e Islâmicos; Revista de História (UFMS); Revista de História da Pontifícia Universidade
Católica de Pernambuco; Revista de História Regional; Revista do Arquivo Público do Estado de São Paulo;
Revista do Tempo Presente; Revista Eletrônica Discente História.com; Revista Eletrônica do NIEJ; Revista em
Tempo de Histórias; Revista Especiaria; Revista Estudos Ibero-Americanos ; Revista Latino-Americana de
História ; Revista LOCUS; Revista Sankofa (USP); Revista Tempo; Revista Tempo, Espaço e Linguagem; The
Americas; Unicamp História; Webmosaica; entre outros. Também sublinhamos a participação de
docentes do PPGHIS na editoria das revistas de divulgação científica Ciência Hoje e Ciência Hoje para
Crianças.
O Programa apoia algumas publicações importantes, de nicho, como a revista discente Ars
Historica e os Anais Eletrônicos (ISSN 2448-3575) da Jornada de Estudos Históricos Professor
Manoel Salgado, além da Revista Eletrônica Niej e a revista Militares na Política, ambas produzidas
por laboratórios vinculados ao PPGHIS.
Indiscutivelmente, porém, a maior contribuição do PPGHIS na esfera editorial é a manutenção da
Topoi. Revista de H istória (A1), que em 2021 foi considerada a primeira entre as revistas
brasileiras de história, segundo o ranking SJR (Scimago Journal & Country Rank-Arts and
Humanities), da Scopus, e a sexta para a América Latina no mesmo ranking
(https://ppghis.historia.ufrj.br/ultimas-noticias/topoi-no-alto-do-ranking-sjr/).
ATopoi. Revista de H istória (https://revistatopoi.org/), publicação quadrimestral, tem como
objetivo central estimular os debates acadêmicos através de artigos, entrevistas, resenhas, traduções
e ensaios de crítica histórica. Fundada em 2000, TOPOI está aberta a diversos os campos
disciplinares, especialidades, períodos e temas históricos. Através do incentivo à produção de
textos originais, pretende estimular os debates acadêmicos, divulgando conclusões e experimentos
da pesquisa contemporânea em história, trazendo para o público acadêmico os novos resultados
intelectuais alcançados pelos estudiosos mais qualificados das humanidades. Publicada em versão
impressa por mais de oito anos, TOPOI assumiu, a partir do número 17, volume 9 (julho-
dezembro de 2008), um novo suporte, apresentando-se então como revista eletrônica baseada nos
princípios do livre acesso. Nos últimos anos, TOPOI tem publicado, prioritariamente, artigos de
autores externos ao PPGHIS, sendo forte impulsionadora da exogenia.
Coordenado pela professora Luiza Larangeira, desde agosto de 2019, o corpo editorial de Topoi
é, atualmente, composto por dez professores do PPGHIS: uma editora-chefe, uma editora
executiva (responsável pelo processo de indexação da revista); cinco editores associados
(responsáveis pela seleção de pareceristas e pela condução do processo de avaliação dos textos),
uma editora de resenhas e dois editores responsáveis por assessorar o trabalho e orientar o comitê
em casos polêmicos (uma vez que esses dois colegas possuem ampla experiência em editoração de
revistas e atuam há muitos anos na vida universitária). Isso significa que quase um terço dos
membros permanentes do programa estão envolvidos na produção de TOPOI. A equipe técnica
é composta por uma secretária de redação, doutoranda do PPGHIS; pela preparadora e revisora
dos textos em português; pelo revisor de abstracts e textos em inglês; pela tradutora e revisora de
espanhol e pela diagramadora e pela equipe de apoio editorial e divulgação, composta por três
membros do corpo discente do PPGHIS.

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Anexamos no quesito “Outras Informações” o relatório do quadriênio para a Topoi, Revista de
História, como redigido pela sua Editora chefe.

3.2.5 AÇÕES AFIRMATIVAS


O PPGHIS esteve presente no debate sobre ações afirmativas na pós-graduação da UFRJ desde
que este se iniciou. A docente Monica Lima, inclusive, foi Presidente da Comissão de Avaliação
do Prêmio Ações Afirmativas da UFRJ em 2018 e proferiu palestras em curso de formação da
Comissão de Heteroidentificação da UFRJ.
Neste quadriênio, em 2017, o Colegiado do PPGHIS aprovou as seguintes práticas de Ações
Afirmativas:

“1. Da reserva de vagas. Propõe-se um percentual de até 20% (vinte por cento) das vagas para
estudantes graduados negros, indígenas e/ou pessoas com deficiência, nos termos da legislação em
vigor.

1.1 Entende-se por negro e indígena aquele que se autodeclarar como negro ou indígena;

1.2 Entende-se por pessoa com deficiência aquela que atender às determinações estabelecidas na
Lei Federal nº 7.853/1989 e pelos Decretos Federais nº 3.298/1999 e nº 5.296/2004;

2. Do processo seletivo.

Nota de corte menor (6,0 – seis), nas diversas etapas do processo seletivo, para todos os candidatos
optantes.

3. Da distribuição de bolsas.

3.1 Reserva-se 20% (vinte por cento) das bolsas para estudantes comprovadamente carentes,
graduados na rede pública ou na rede privada de ensino superior, levando em consideração fatores
como: renda familiar, residir fora do estado do Rio de Janeiro, ter realizado o ensino básico
integralmente em escolas públicas.

3.2 Entende-se por estudante carente graduado da rede privada de ensino superior aquele que, para
sua formação, foi beneficiário de bolsa de estudos do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES),
do Programa Universidade para Todos (PROUNI) ou qualquer outro tipo de incentivo do
governo;

3.3 Entende-se por estudante carente graduado da rede de ensino público superior aquele assim
definido de acordo com os critérios estabelecidos pelo PPGHIS, que deverá levar em consideração
o nível socioeconômico do candidato e disciplinar como se fará a prova dessa condição, valendo-
se, para tanto, dos indicadores socioeconômicos utilizados por órgãos públicos oficiais.”

O sistema de ação afirmativa para o processo seletivo do programa, como já mencionado, foi
implantando já para a primeira turma após a aprovação das práticas em 2018. Ainda precisamos
fazer um estudo avaliativo mais detalhado sobre o impacto da adoção destas medidas após 4 anos
de implementação.
Ao mesmo tempo, o PPGHIS destina 20% de suas bolsas CAPES e CNPq, em cada nova turma
admitida, de acordo com critérios socioeconômicos. Para isto, os candidatos devem preencher um

58
“questionário socioeconômico” que pode variar de ano a ano. Para o ano de 2021, tendo em vista
o corte de bolsas, o Programa decidiu excepcionalmente ampliar este percentual para 25%, para
garantir que ao menos um aluno entre quatro pudesse usufruir de uma bolsa nesta categoria.
O apoio financeiro, ainda que fundamental, pode não ser suficiente para a retenção de alunos.
Desde 2018, a coordenação tem manifestado sua preocupação com o que chamamos de uma crise
de saúde mental na pós-graduação, não só vista na administração cotidiana do programa como
corroborada por ampla literatura especializada. A pandemia agravou enormemente esse quadro.
Em 2020, a coordenação criou a Comissão de Saúde Discente, composta por docentes, discentes
e pós-doutorandos, para oferecer algum tipo de apoio nesta crise. A Comissão acompanha e
orienta estudantes com dificuldades devidas a problemas de saúde, apresentando opções, e
aconselhando o Colegiado quanto à concessão de prazos para defesa e qualificação, e outras
medidas apropriadas.
O PPGHIS foi pioneiro nessa iniciativa, e temos compartilhado essa experiência com
coordenadores de programas de pós-graduação em vários ambientes, incentivando-os a
implementar propostas similares. Estamos convencidos de que, mesmo desconsiderando os
óbvios desdobramentos da pandemia COVID-19, a crise da saúde mental dos nossos discentes
terá um enorme impacto no desenvolvimento do ensino superior no Brasil.

3.3 Internacionalização, inserção (local, regional, nacional) e visibilidade do


programa.

3.3.1 INTERNACIONALIZAÇÃO
Internacionalização é parte de trajetória institucional do PPGHIS ao longo dos seus 39 anos.
Em 2014, o PPGHIS criou uma Comissão de Internacionalização, inicialmente para gerir
acordos institucionais de cooperação e editais pertinentes, mas que desenvolveu estratégias e
políticas de cooperação internacional e reconfigurou as condições institucionais para nossa
internacionalização.
Em 2016, a Comissão elaborou um Plano de Internacionalização que readequava as prioridades
de visibilidade e impacto internacional a metas quadrienais do PPGHIS. Priorizamos a mobilidade
científica, incluindo a circulação de nossos docentes, com ênfase em ações duráveis; a recepção de
pesquisadores estrangeiros; e a qualificação de discentes (bolsas sanduíche; cotutela; e pós-
doutorandos com perfil internacional). Em 2018, assumimos o compromisso de que acordos
institucionais combinariam as dimensões de ensino, pesquisa e extensão. Investimos em ações de
longa durabilidade, que construíssem pontes entre o PPGHIS e instituições respeitadas nas áreas
de ensino, e que enfatizassem nosso compromisso com a formação de quadros científicos de alta
qualidade. A partir de 2020, ampliamos essa perspectiva para que os novos acordos institucionais
incluíssem atividades de pesquisa que se traduzam em ações de ensino de história.
O PPGHIS optou, portanto, por políticas de internacionalização que valorizem o conjunto de
ações do Programa, além dos produtos e realizações individuais de nossos docentes. Isso significa
que nossas medidas para avaliar a internacionalização incluem pesquisa e produção intelectual, mas
também as condições institucionais para a internacionalização, com o objetivo de uma nova geração
de profissionais, comprometida com a redução de desigualdades estruturais da universidade.

59
A estrutura básica Plano de Internacionalização do PPGHIS organiza-se a partir de a) metas que
incluem avaliações quadrienais internas observando a progressiva institucionalização de ações de
visibilidade e impacto internacional, regional e local; b) atividades de expressão internacional,
tornando-nos uma referência global para a produção historiográfica brasileira em diversos temas;
c) um plano concebido a partir de eixos Norte-Sul Global, de orientações regionais (valorizando
conexões nas Europa, Américas do Norte e Latina, Caribe, África e Ásia); d) plano regional e local
que visa compartilhar redes e especialidades com outros PPGs.
Nesse item, enfatizamos os resultados desse planejamento mostrando suas dimensões
quantitativas e qualitativas. Para maiores detalhes, porém, sugerimos a análise da tabela de dados
de internacionalização, Anexo 1, na Plataforma Sucupira.
Para uma visão geral desses resultados, ressaltamos os seguintes fatores:
• Docentes e discentes do PPGHIS receberam bolsas da CAPES, CNPq, do Ministério da
Educação (Alemanha), da Fundação para Ciência e Tecnologia (Portugal), da Fundação
Volkswagen (Alemanha), British Academy (Inglaterra), Kings College (Inglaterra), Fondation
Maison Sciences de l'Homme (França), Swedish Research Council (Suécia), Programa Erasmus
Mundus etc.
• Docentes permanentes produziram 320 publicações, entre livros monográficos, volumes
organizados, artigos em periódicos ou capítulos de livros, artigos em jornais, traduções e outros
tipos de produção bibliográfica, em 8 idiomas e 24 países diferentes. Publicações no exterior
contabilizaram 23% do total para todo o quadriênio, ou seja, 73 publicações por editoras
sediadas no exterior.
• Discentes, egressos (contatados) e pós-doutorandos publicaram 340 artigos em periódicos,
capítulos em livros ou livros inteiros. Destes, 25 são por editoras sediadas no exterior. Esse é
um número considerável para jovens profissionais, ainda sem redes consolidadas.
• Docentes permanentes participaram em cerca de 130 eventos científicos em 30 países.
• Contamos onze estadias de ensino no exterior como professores/pesquisadores visitantes e
12 orientações e participação em bancas de pós-graduação no exterior
• O Instituto de História passou a representar cerca de 15% do total de acordos
internacionais da UFRJ.
O PPGHIS tem acordos oficiais com as seguintes instituições:
1. Universidade de Coimbra (Portugal)
2. Universidade de Lille (França)
3. Universidade Nelson Mandela (África do Sul)
4. Wellesley College e Harvard University (US)
5. Universidad de Buenos Aires (Argentina)
6. Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique)
7. World History Association (US)

Para fazer frente às demandas crescentes de discentes, desenvolvemos iniciativas inéditas como o
programa piloto inglês para historiadores/as, em 2018, em colaboração com o extinto Programa
Inglês Sem Fronteiras, então promovido pelo Governo Federal. Com apoio financeiro do
PPGHIS, o programa foi oferecido a todos os estudantes do Instituto de História, inclusive os de
graduação.
Sumário do Plano de Internacionalização (2016)
Objetivos

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• Projetar a produção do PPGHIS no exterior
• Atrair visibilidade internacional, visando a celebração de acordos e a recepção de pesquisadores
• Estabelecer parcerias para produção de pesquisa inovadora e transnacional.
Metas

• Melhorar a competitividade internacional do diploma do PPGHIS, desenvolvendo acordos de


co-titulação
• Ampliar o perfil institucional de publicações internacionais
• Oferecer disciplinas em língua estrangeira
• Desenvolver cooperação internacional Sul-Norte, bem como Sul-Sul e Sul-Norte-Sul.
• Garantir a presença de nossos pesquisadores em conselhos de associações internacionais
• Desenvolver novos mecanismos para mensurar a internacionalização
• Facilitar a criação de projetos internacionais interdisciplinares.
Ações Precisas

• Curso de inglês para historiadores, 2018-2019


• Disciplina em língua estrangeira com Harvard/Wellesley College em 2019 e 2020
• Cursos de docentes permanentes em universidades estrangeiras (EUA, Equador, Uruguai,
Alemanha e Africa do Sul)
• Acordos de co-tutela com Universidade de Lille e Universidade de Coimbra
• Definição de revistas de quadrantes altos e alto fator de impacto internacional, com custeio de
tradução de artigos
• Estabelecimento de acordos de cooperação com instituições do Sul-Global

Abaixo, apresentamos dados quantitativos e qualitativos que resultaram do desenvolvimento desse


Plano de Internacionalização no quadriênio.

A. Acordos institucionais de co-tutela e/ou dupla titulação

1. Universidade de Lille (França), André Luiz Caruso (doutorado), 2020-2022.


2. Universidade de Coimbra (Portugal), Priscilla Piccolo Neves (doutorado), 2020-2022
3. Universidade de Coimbra (Portugal), Leonardo Leal Chaves (doutorado), 2020-2022

B. Co-orientações

1. Nora Horisberger (doutorado), Universidade de Colônia, Alemanha, com Claudio


Pinheiro
2. Katharina Damm (doutorado), Universidade de Potsdam, Alemanha, com Claudio
Pinheiro
3. Priscila Carvalho (doutorado), Inter-university Doctoral Programme in History, Lisboa, com
Claudio Pinheiro
4. João Guilherme Paranhos Miceli (mestrado), Estudios Latinoamericanos, Universidad de la
Republica, Uruguay, com Renato Lemos

C. Disciplinas em língua estrangeira

Em 2019, o PPGHIS ofereceu seu primeiro curso em língua estrangeira, em parceria com o
Wellesley College e Harvard University. Inicialmente, o curso funcionou somente em inglês, e
combinava aulas presenciais simultâneas em Harvard e na UFRJ com espaços de debate virtuais

61
através de plataformas como Zoom e Skype. Em 2020, o curso foi reconfigurado e oferecido com
outro conteúdo. Foram incorporados alunos de graduação, o que produziu uma maior integração
com o IH.
O modelo foi apresentado no Fórum de Coordenadores da ANPUH, como uma experiência
replicável.
De-Centering and Re-centering Social Theory: Critical Pedagogies and Southern Social
Thinking (2019)
De-Centering Social Theory: Critical Pedagogies and Southern Intellectual Attitudes
(2020)
Wellesley College e Harvard University (US)
Prof. Claudio Pinheiro (PPGHIS/IH) e Profa. Peggy Levitt: Luella LaMer Slaner Professor in
Latin American Studies; Professor and Chair, Department of Sociology, Wellesley College, and
Associate, Weatherhead Center for International Affairs, Harvard University.

D. Discentes Estrangeiros

O PPGHIS possui regras específicas para a seleção de candidatos estrangeiros que optem por não
participar do processo seletivo regular. Desde 2014, o website contém páginas em inglês
explicando as peculiaridades desse processo seletivo, em datas adequadas ao oferecimento de
bolsas internacionais para favorecer a participação de candidatos estrangeiros.
Neste quadriênio, já temos um egresso cujo processo seletivo foi realizado dessa forma. Há outras
duas egressas que participaram do processo seletivo regular, sendo-lhes permitida a escrita da
prova em língua estrangeira, inclusive a tese final de doutorado. São eles

• Filipe Pitrosse, moçambicano, que defendeu Os Grupos Dinamizadores: Os Alicerces Políticos


da Frelimo Na Sociedade Moçambicana (1974-1990), orientado por Monica Grin.
• Jhoana Gregoria Prada Merchan, venezuelana naturalizada brasileira, que defendeu a tese
Asesinas por pasión: infanticidas en Río de Janeiro, 1841-1936, em 2018, orientada por Marcos Bretas
• Paula Arana Vargas, colombiana, que defendeu a tese Memoria y libertad: las insurgencias de la
población africana frente a la esclavitud en Antioquia y el sur de Cartagena, Nuevo Reino de Granada (siglos xvi
- xvii), em 2019, orientada por Monica Lima e Souza
Além destes, o PPGHIS também recebeu quatro discentes visitantes estrangeiros, três para bolsas
sanduíche e um para visita técnica, vindos da Argentina, Chile e Holanda. As estadias de dois deles
tiveram que ser abreviadas/canceladas, em função da função da pandemia internacional de Covid-
19.
Para o próximo quadriênio, estamos preparando palestras de nossos docentes permanentes em
outras universidades como forma de convidar a aplicação de candidatos/as estrangeiros, ampliar
nossa cooperação internacional em co-tutela e co-orientação e no processo de mentoria de
estudantes estrangeiros.

E. Projetos de pesquisa internacionais

Ao longo do quadriênio 2017-2020, tivemos 10 docentes do PPGHIS ligados a 26 projetos de


pesquisa com instituições estrangeiras. Esses projetos, sediados em 14 países diferentes, também
envolvem estudantes de graduação, mestrado e doutorado. Quinze destes projetos de pesquisa têm
62
financiamento internacional proveniente de diferentes fundações públicas e privadas, entre elas:
British Academy, COST-Europe, DFG (Alemanha), Fondation Maison Sciences de l'Homme,
FCT (Portugal), MacArthur Fund, Swedish Research Council Formas, e Volkswagen Stiftung, além
de fundos internos das universidades Osnabruck University (Alemanha), Nelson Mandela
University (África do Sul), Rice University (US). Dois tem financiamento nacional, com
participantes estrangeiros.
Docentes permanentes do PPGHIS também estão envolvidos em iniciativas de pesquisa com
instituições estrangeiras desenvolvidas a partir de 19 Redes de Pesquisa consolidadas, normalmente
descentralizadas. Esses projetos promovem a formação de jovens pesquisadores, a organização de
congressos e seminários e outras atividades.

F. Internacionalização para discentes

A inserção internacional dos discentes acontece em atividades de pesquisa, qualificação e


mobilidade no exterior. Identificamos 34 iniciativas que indicam a internacionalização da pesquisa
e do perfil de nosso corpo discente, que incluem bolsas de mobilidade, de treinamento, de estágio
pré-doutoral e visitas técnicas. No total, essas ações levaram 29 estudantes a 26 instituições em 10
países diferentes.
Durante o quadriênio (excetuado o ano 2020, em função da pandemia), tivemos um total de 26
discentes que usufruíram de bolsas sanduíche ou bolsas de mobilidade e treinamento para nove
países (Alemanha, Canadá, Colombia, Espanha, França, Italia, Portugal, UK). Além destes, 4
discentes participaram de visitas técnicas na Alemanha, França, Colômbia e Argentina.

G. Publicações internacionais

No presente quadriênio (2017-2020), mais de 20% das publicações das publicações de docentes
do PPGHIS foram em línguas estrangeiras e/ou em periódicos e livros internacionais, publicados
em 21 países diferentes (incluindo o Brasil), em comparação com os 10% existentes no
quadriênio anterior. Houve maior variedade de publicações e de idiomas. Além disto, nossos
docentes integram os conselhos editoriais de 17 periódicos internacionais.
Isso indica uma diversificação de nossas redes de interlocução, que tem se traduzido em novos
diálogos institucionais e novas redes de pesquisa local, regional, nacional e internacional, com
publicações tanto em contextos hegemônicos do Norte, quanto em academias do Sul Global.
A alta qualidade das publicações também é significativa. Essas revistas incluem, por exemplo:
American Anthropologist, American Historical Review, Annual of European Sociology, History
Compass, International Review of Social History, International Review of Social History,
International Labor and Working-Class History, Portuguese Studies, World History Bulletin etc.
A maioria destes é de ranking Q1, Q2, Q3 e Q4 na base Scopus e de ranking A1 e A2 na base
Qualis-Capes (altos estratos). Quanto às nossas publicações em contextos do Sul Global, muitos
desses são plataformas centrais de públicos leitores de línguas acadêmicas não-hegemônicas, como
no caso dos Journal Idafat: The Arab Journal of Sociology (Líbano, em árabe), Revista Política
Latinoamericana (Argentina), Boletín del Centro de Estudios de Teoría y Crítica Literaria
(Argentina), Environmental Humanities (Austrália), Asian Studies Review (Coreia, em coreano)
Cuadernos Judaicos (Chile), Trashumante, Anuario IEHS (Argentina), entre outros.

63
O conjunto das iniciativas institucionais (coletivas e individuais, de docentes e discentes), incluem
o engajamento com a Cooperação Sul-Norte, Sul-Sul ou Sul-Norte-Sul, a partir de um
compromisso com a horizontalização de iniciativas e que leve em conta práticas eticamente
relevantes. Ao adotar tais práticas, divergimos de um modelo de práticas institucionais que
associava internacionalização a processos de distinção, em detrimento da cooperação.

H. Recepção de Docentes e Visitantes Estrangeiros

Entre 2017 e 2020, o PPGHIS recebeu 44 docentes e pesquisadores visitantes estrangeiros, vindos
de 21 países. Estas visitas e estadias tiveram objetivos variados, incluindo visitas técnicas para a
assinatura de acordos de cooperação, minicursos, palestras, conferências e participação em bancas
de avaliação.
Destacamos a presença do Prof. Dr. Mario Peters (Universidade de Hanover, Alemanha) que
esteve conosco por dois anos, participando de atividades, ofertando cursos e participando de
bancas de avaliação. Outros professores visitantes por períodos mais curtos e atribuições mais
restritas, foram Wolfgang Heuer, FU-Berlin, Alemanha, 2019; Jean-Michel Carrié, École des
Hautes Études en Sciences Sociales, França, 2019; Arieh Saposnik, Ben Gurion University, Israel,
2019; João Paulo de Avelãs Nunes, Universidade de Coimbra, Portugal, 2018 e 2019. Além desses,
os seguintes professores participaram de palestras, minicursos, missões técnicas e seminários no
PPGHIS durante o quadriênio.

• Alberto del Castillo Troncoso , UNAM, México, 2017


• Amy Chazkel, Columbia University, Estados Unidos, 2017
• Anja Johansen, University of Dundee, Escócia, 2017
• Cristiana Schettini, Universidad Nacional de San Martín, Argentina, 2017
• Ernestine Carreira, Aix Marseille, França, 2017
• Gerhard Lubich , Ruhr-Universität Bochum, Alemanha, 2017
• Gonçalo Rocha Gonçalves , Instituto Universitário de Lisboa, Portugal, 2017
• Maria João Vaz , Instituto Universitário de Lisboa, Portugal, 2017
• Marina Miraglia, Universidad Nacional de San Martín, Argentina, 2017
• Martín Albornoz Crespo, Universidad Nacional de San Martín, Argentina, 2017
• Paul Knepper , Central Washington University, Estados Unidos, 2017
• Annette Becker , Paris-Nanterre, França, 2018
• Anthony Bogues, Brown University, Estados Unidos, 2018
• Antoine Lilti , EHESS, França, 2018
• Ariel Goldstein , Universidade de Buenos Aires, Argentina, 2018
• Dorothea von Mücke , Columbia University, Estados Unidos, 2018
• Geri Augusto, Brown University, Estados Unidos, 2018
• Giovanni Levi , Universidade Ca’Foscari, Italia, 2018
• James Green, Brown University, Estados Unidos, 2018
• Jay Winter , Yale University, Estados Unidos, 2018
• João Paulo de Avelãs Nunes, Universidade de Coimbra, Portugal, 2018
• Paul Gardullo, Smithsonian Institute, Estados Unidos, 2018
• Paul Thompson , Universidade de Essex, Inglaterra, 2018
• Piroska Nagy, Universidade do Québec, Canadá, 2018
• Quentin Deluermoz , Univeridade de Paris 13, França, 2018

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• Roger Chartier , EHESS, França, 2018
• Salvatore Settis, Getti Institute e Museu do Louvre, Estados Unidos, 2018
• Sophie Oluwole, Universidade de Ibadan, Nigeria, 2018
• Sören Brinkmann , Universidad del Norte, Colombia, 2018
• Béatrice Picon-Vallin , CNRS, França, 2019
• Jonathan Pitches, University of Leeds, Inglaterra, 2019
• Katherine Benson, Universidade de York, Inglaterra, 2019
• Natalia Karpovskaya, Universidade do Sul da Russia, Rússia, 2019
• Nitin Varma, Humboldt University, Alemanha e Índia, 2019
• Barbara H. Rosenwein, Universidade Loyola, Estados Unidos, 2020
• Dominique Iogna-Prat, EHSS , França, 2020
• John McNeill, Georgetown University, Estados Unidos, 2020
• Jordi Camps i Sòria, MNAC - Museu Nacional d'Art de Catalunya, Espanha, 2020
• Orion Klautau, Universidade Tohoku/Sendai, Japão, 2020
• Vincent Debiais, EHESS, França, 2020
• Wanessa Colares Asfora, Universidade de Coimbra, Portugal, 2020

I. Presença de Pesquisadores do PPGHIS no exterior

O PPGHIS valorizou o envio de docentes e discentes ao exterior, quer para a participação em


atividades de a) curta duração – como missões, visitas técnicas, reuniões de pesquisa e cooperação;
b) impacto científico – eventos científicos, workshops e palestras; c) impacto em políticas
científicas – membros de conselho científico, conselheiros de associações internacionais; d) longa
duração e construção de laços profissionais – docência e co-orientação.
No quadriênio
a) Pós-doutoramento: 2 docentes permanentes e um professor colaborador
a. Líbano, 2018-2019, Murilo Bon Meihy, American University of Beirut
b. Portugal, 2019-2020, Sílvia Correia, Universidade Nova de Lisboa
c. França, 2020, Vinicius Liebel (professor colaborador), Universidade Paris III
b) Orientação e co-orientação: 4 docentes permanentes atualmente envolvidos/as em
atividades de co-tutela/co-titulação ou co-orientação de seis discentes, em cinco diferentes
instituições no exterior.
c) Atividades Acadêmicas: 16 docentes permanentes, desenvolvendo 96 atividades
acadêmicas no exterior, incluindo a oferta de cursos regulares, a participação em seminários,
mini-cursos, palestras a convite, bancas, comissões docentes e outros processos seletivos.
d) Professor visitante: 2 docentes permanentes, Vitor Izecksohn e Claudio Pinheiro, atuaram
como professores visitantes em 4 instituições diferentes, na Alemanha, Estados Unidos e
África do Sul.
e) Atividades científicas: 9 docentes permanentes participaram de mais de 24 atividades
científicas com instituições parceiras em 12 países diferentes, como visitas técnicas, grupos de
pesquisa, grupos de trabalho, organização de eventos, comissões avaliadoras, comitês
científicos etc.
f) Congressos científicos: 19 docentes permanentes participaram de 60 congressos ou
conferências internacionais em 22 países.

65
3.3.2 INSERÇÃO SOCIAL
A natureza múltipla do PPGHIS – com forte presença internacional e como centro dinâmico de
atividades locais – estabelece uma ponte entre o local e o global, assim como entre a academia e a
sociedade em geral. O PPGHIS promove este diálogo múltiplo através de atividades estratégicas
(algumas delas já mencionadas): organização de eventos em sede, abertos ao público; projetos de
extensão em parceria; cursos de extensão; manutenção de acervos; redes nacionais e regionais de
pesquisa; divulgação científica em lives, podcasts, blogs e jornais.

A. Eventos em sede

O PPGHIS participou da organização de quase 40 eventos acadêmicos com a presença de


participantes nacionais e estrangeiros, realizados nas dependências do IH ou virtualmente em
função da pandemia COVID-19. Entre eles, mencionamos como exemplos: “Judeus e
antissemitismo em Portugal na primeira metade do século XX”, “Seminário Internacional 50 anos
de 1968”, “Classical Art in contemporary settings. Two exhibitions at the Prada Foundation”,
“Catalunha contra Espanha: o desafio separatista”, “A ascensão da ‘direita radical’ brasileira no
contexto internacional”, “Faire de l’Histoire: une vie sensible dans la cité”, “I Seminário de História
e Historiografia do Teatro”, “Circuito pela democracia: 55 anos do golpe de 1964”, “Tecnologías
de la Información Geográfica para cartografía histórica”, “I Encontro Fluminense de Teoria da
História e Historiografia”, “Eram os medievais violentos? Uma história da competição social
(séculos VI-XII)”, “IV Semana de História da UFRJ: ‘Epistemologias dissidentes e investigação
histórica em tempos anti-intelectuais’”, “Encontro orí”, e “II Jornada do Núcleo Interdisciplinar
de Estudos Judaicos”.
Tais atividades contaram com palestrantes, professores e pesquisadores de importantes
universidades e centros de pesquisa como as estrangeiras Universidade de Córdoba, Universidade
de Buenos Aires, Universidade do Norte – Barranquilla, Universidade de Coimbra, Universidade
Livre de Berlim, Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais – Paris, Colégio de França,
Universidade do Québec em Montreal, Universidade de Harvard, Universidade de Paris
III/CNRS, Universidade de Leeds, Universidade Nacional de General Sarmiento, Universidade
Ben Gurion do Negev-Israel, Universidade do Minho, Universidade NOVA de Lisboa, Instituto
Universitário de Lisboa, Universidade Loyola – Chicago, Museu Nacional de Arte da Catalunha –
Barcelona e Universidade Tohoku – Sendai; e as nacionais UnB, UNIRIO, USP, UESB, UFPI,
UFU, UEL, UFMG, UERJ, UEPB, UFMT, UNICAMP, UFF, UFRRJ, PUC-Rio, UFOP, UEMG,
UFRGS, UNICAMP, UFRRJ, UFRPE e UFPE. Nossos eventos foram realizados em parceria
com outros programas de pós-graduação da UFRJ e de outras IES, bem como por outras
instituições ou organizações sociais e culturais, como USP, Unicamp, FAPESP, Instituto Italiano
de Cultura, Fórum de Ciência e Cultura, PPG de Sociologia e Antropologia (UFRJ), PPG do
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPUR), Associação dos Docentes da UFRJ, Escola
de Letras da UNIRIO, Universidade de Buenos Aires, Editora Sagga, UnB, UFF, Núcleo
Interdisciplinar de Estudos Migratórios /UFRJ; Programa Sephis; LATHIMM, PEM, PPG em
História Comparada/UFRJ, DHEEAA/FLUC e CEIS20 da Universidade de Coimbra, ANPUH-
Rio, Café História, site História da Ditadura, O Globo, Universidade da Cidadania (UFRJ),
Instituto Brasil-Israel, Escola de Música Villa-Lobos e Colégio Pedro II.
A realização desses eventos, em conjunto, corresponde a três aspectos importantes de um
programa de pós-graduação de excelência 1) a capacidade de atrair especialistas renomados; 2) o
desafio de responder academicamente às demandas sociais da atualidade; 3) o compromisso em

66
tornar visíveis para a sociedade os mecanismos de debate da academia. Mesmo durante a pandemia,
e apesar das imitações sanitárias impostas ao longo de 2020, o PPGHIS manteve sua tradição de
promoção de eventos, como no “XI Encontro Internacional A Imagem Medieval: história e teoria”
organizado pelo LATHIMM-UFRJ, realizado inteira e exclusivamente de modo sincrônico, com
cerca de 280 inscritos, oriundos de mais de 80 instituições nacionais e internacionais sediadas em
11 países, entre escolas, universidades, centros de pesquisa, museus, bibliotecas, etc. A pandemia
forçou o PPGHIS a avançar com a divulgação via redes de seus eventos, o que, de certa forma,
ampliou a presença de um público leigo.
A atuação de palestrantes, professores e pesquisadores se apresentou em 4 modalidades: A)
conferências e palestras únicas; B) a organização de encontros, jornadas de estudo, ciclos de
debates e seminários; C) a organização de cursos de curta duração voltados à formação discente
em metodologias e temas renovados de pesquisa em História; D) o apoio do PPGHIS às iniciativas
discentes no campo da pesquisa, tanto para graduação quanto para a pós-graduação.

B. Colaboração com entidades da Sociedade Civil

Os Laboratórios do PPGHIS, frequentemente em projetos de extensão, desenvolvem


frequentemente colaborações com entidades da Sociedade civil. O LabHeN, por exemplo, tem
uma presença significativa no Morro da Babilônia, trabalhando em parceria com a Coop Babilônia,
responsável pelo reflorestamento da área. O Núcleo de História Oral mantém o projeto Vozes de
Antígona, em parceria com a Sub-Comissão da Verdade na Democracia do Estado do Rio de
Janeiro, com a Clínica do Testemunho e com a Rede de Familiares de Vítimas de Violência de
Estado. O projeto teve por objetivos constituir um acervo áudio visual de depoimentos, e fornecer
apoio documental ao trabalho desenvolvido pelas instituições parceiras que atuam na defesa dos
Direitos Humanos.
Uma atuação importante do PPGHIS tem sido nas atividades da Universidade da Cidadania,
ligado ao Fórum de Ciência e Cultura/UFRJ, e dirigido por Paulo Fontes. Sua missão é promover
diálogo, intercâmbio e trocas entre o mundo universitário e os movimentos sociais, integrando os
saberes acadêmicos e populares. No ano de 2020, com a criação do podcast Rádio Cidadania,
foram entrevistadas 30 lideranças de movimentos sociais e personalidades da sociedade civil,
criando um painel rico da diversidade, dos desafios e das ações dos movimentos sociais brasileiros
em um ano que combinou uma crise sanitária sem precedentes com uma continuada crise
econômica e política. Lideranças de movimentos nacionalmente conhecidos como MTST
(Guilherme Boulos), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Sonia Guajajara) foram
entrevistadas, assim como movimentos e coletivos mais localizados, o Movimento de População
de Rua (Maralice dos Santos) e Círculo Laranja (Felipe Luthier). As entrevistas incluíam sempre
um/a professor/a da UFRJ, especialista na temática abordada em cada depoimento, inclusive
alguns do PPGHIS.

C. Cursos de extensão

O PPGHIS estimula a organização de cursos de extensão, vários deles voltados para a formação
de professores do ensino básico, como o “Introdução aos Usos de Documentos Históricos em
Sala de Aula” e “Ensino à Distância em Estudos Judaicos”, mas também cursos voltados para um
público amplo, como o promovido pelo SESC, Formativo de Desenvolvimento Comunitário: pensando o
Brasil nas periferias; o curso “América portuguesa – questões teóricas e debates atuais”; o curso
“Mudanças climáticas e outros desafios do Antropoceno”, promovido pelo CBAE – UFRJ; e o curso

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“Encontros e Reencontros: História e Cultura de África e Diásporas”, organizado pela União dos
Estudantes Africanos e da Diáspora. As aulas do curso online Emancipações e Pós Abolição
(https://www.YouTube.com/watch?v=9UCKh84T3Zg), por exemplo, tiveram uma média de 5
mil visualizações.
Incluímos aqui, também, aulas especiais em instituições da sociedade civil com agendas de interesse
em comum, como a aula inaugural do curso de pós-graduação “História Cultural Africana e Afro-
brasileira”, promovido pelo Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos para apoiar a
preservação do Cemitério dos Pretos Novos, além de outras colaborações com esta instituição.

D. Redes nacionais e Grupos de Pesquisa Externos

Além das redes internacionais, o PPGHIS participa ativamente de redes regionais e nacionais,
como:
1. Memória Digital: Arquivo e Documento Histórico no Mundo Contemporâneo, Unicamp
2. Grupo de Pesquisas História Ambiental – ANPUH
3. Ecclesia - Grupo de Estudos de História do catolicismo (UNIRIO)
4. Núcleo de Estudos Contemporâneos, Universidade Federal Fluminense
5. Laboratório de História Econômica e Social (LAHES), UFJF
6. Laboratório de Pesquisa em Conexões Atlânticas, PUC-Rio
7. Núcleo de Estudos da Política e História Social, UFRRJ
8. H_MODERNA Rede Brasileira de estudos em História Moderna

E. Divulgação Científica

A divulgação científica é um serviço fundamental para um programa de excelência, e o PPGHIS


encoraja seus docentes a buscar formas inovadoras de alcançar públicos diversificados. Isto
acontece certamente via publicações, e veículos como Ciência Hoje e Ciência Hoje para Crianças,
onde estamos presentes no Conselho Editorial, são fundamentais.
Mas rádio, televisão e podcasts também têm um papel importante, e nossos docentes participam
significativamente destes veículos. Há entrevistas assim em sites e podcasts da agência Lusa, da
BBC World News, na Deutschland Radio, no podcast Mais Lisboa, na Rádio Televisão Portuguesa
(RTP3), entre outros.
Os próprios docentes têm buscado criar novos espaços de divulgação, através da construção de
podcasts e blogs, individuais e coletivos. Dois blogs importantes aqui são o “Conversa de
Historiadoras” e o “huMANAS Pesquisadoras em rede” (também com podcast).
Os laboratórios são particularmente ativos em divulgação científica. Os alunos do LabHeN
divulgam seus encontros online no website, e criam versões ilustradas de suas apresentações orais
para um público leigo. O Laboratório de Estudos de História dos Mundos do Trabalho concebeu
seu website como uma plataforma de divulgação científica em história social do trabalho. O site
inclui uma série de seções como “Labuta” (vídeos), “Vale Mais” (podcast), “Lugares de Memória
do Trabalho” (pequenos artigos de divulgação), “Chão de Escola” (material específico para
professores/as do ensino fundamental e médio), entre outras. O Laboratório Imagem, Memória,
Arte e Metrópole criou um programa de entrevistas com renomados historiadores sobre temas de
História do Brasil Republicano, que podem ser tanto material didático para salas de aula como para
história pública. (Vejam em https://ppghis.historia.ufrj.br/labs/). O LEÁFRICA produz o

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Programa de Rádio Sikiliza África, veiculado semanalmente pela Rádio UFRJ e disponível em formato
podcast em diversas plataformas de streaming como Spoty e ListenNotes.

A pandemia Covid-19 modificou nossas formas de inserção social. Acervos não podem mais ser
acessados presencialmente, o espaço físico do Programa não pode mais hospedar eventos, e
caminhadas didáticas pela cidade, como as promovidas pelo LEÁFRICA e o LabHeN, tiveram
que ser interrompidas. Ao mesmo tempo, ampliou-se a criação de materiais audiovisuais que
podem ser posteriormente consultados. Um processo sem dúvida já existente, mas que foi
acelerado pela pandemia, e que criou novos vocábulos, com os anglicismos live, webinar e videocast.
Com foco no período de pandemia, alguns títulos de lives com docentes do PPGHIS são "A
profissionalização do ofício do historiador e seus reflexos ", “Marieta de Moraes Ferreira: Uma
trajetória em (o que hoje chamamos) história pública” (FGV), “África, escravidão, racismo e
negacionismo”, “Passados sensíveis e reparação da escravidão”, “Entrevista com Sueli Carneiro”,
“Arte, negros, racismo e preconceito”, Ciclo de Lives :"Brasil: Reflexões e Análises Históricas",
“Conversa com João Fragoso: Micro-História – Brasil Colonial – Antigo Regime nos Trópicos”,
“Desigualdade Social & Economia: Rupturas e Continuidades”, "Meio Ambiente, Cidades e
Crise", entre outros.

3.3.3 VISIBILIDADE
O PPGHIS mantém um website próprio desde 2008 que, a partir de 2014, se tornou um
instrumento importante para comunicação entre o corpo social do PPGHIS e parceiros do
Programa. O website então apresentava nossos docentes, linhas de pesquisa, publicações, e
mantinha algumas páginas estratégicas em inglês. Neste quadriênio, investimos em uma
reformulação completa do website.
O site, hoje, inclui as novas linhas de pesquisa, biografias atualizadas, regimento do programa,
normas, formulários, um mapa global com as ações do PPGHIS no mundo etc. Inclui também
um novo modelo de tradução, que eventualmente nos permitirá manter o site completamente
bilíngue. Ao longo deste relatório, procuramos indicar as páginas do site referentes a cada item
discutido, quando pertinente.
A atual estrutura do site é a seguinte:
I. Pós-Graduação
A. Apresentação - informações básicas sobre o programa, histórico e área de
concentração
B. Comissões do Programa – listagem, funções e contatos das comissões ativas e
desativadas
C. Secretaria Acadêmica
1. Avisos
2. Normas – orientações para discentes, estrutura curricular, equivalência de notas
e conceitos, instruções sobre composição da tese/dissertação, sistema de
avaliação de relatórios anuais etc.
3. Regulamento – regulamento completo e atualizado do PPGHIS.
4. Formulários – documentos úteis para discentes, docentes e potenciais
candidatos ao programa
5. Bolsas e Auxílios – informações sobre as políticas de auxílios discente e docente,
disponibilidade de bolsas, e políticas de ação afirmativa

69
6. Atas/Colegiado – atas públicas das reuniões mensais do colegiado, desde 2017
7. Relatórios anuais – Informes qualitativos submetidos pelo Programa à
Plataforma Sucupira, desde 2017.
D. Ingresso
1. Editais – todos os editais publicados pelo PPGHIS
2. Inscrições – inscrição online no processo seletivo, ativada somente durante o
período de inscrições
3. Processo Seletivo – normas sobre os processos seletivos de mestrado e
doutorado, para brasileiros e candidatos internacionais, bolsas sanduíche e
PNPD
4. Estágio Pós-Doutoral – instruções e documentação necessária para solicitar
admissão em estágio pós-doutoral
5. Credenciamento de Docentes – normas sobre credenciamento,
acompanhamento e descredenciamento de docentes
E. Prêmios – notícias sobre prêmios e distinções recebidos por discentes e docentes do
Programa, inclusive os prêmios Ana Lugão - Melhor Dissertação e Manoel Salgado -
Melhor Tese
F. O que tem de novo - notícias recentes e importantes para o programa, e arquivo.

II. Pessoas
A. Secretaria - nomes, horários, e contatos dos técnicos administrativos.
B. Corpo Docente - nomes, biografias e principais informações sobre o corpo docente
C. Corpo Discente
D. Egressos– nomes dos egressos do programa, de acordo com o curso
(Mestrado/Doutorado) e ano de titulação. Para mestrado, estão incluídos os titulados
até 2017, e doutorado até 1997. Este mapeamento ainda está em progresso.
E. Pós-Docs - nomes, currículo Lattes, título de projeto e supervisor de pós-doutorandos,
ativos e inativos, até 2017

III. Disciplinas
A. Calendário Acadêmico – datas de início e fim de atividades do Programa, em
conformidade com o decidido pela UFRJ
B. Grade Horária – horários das disciplinas do semestre em curso, com informações sobre
datas de inscrição para discentes internos e externos
C. Ementário - programas das disciplinas oferecidas pelo programa, distribuídas por ano,
até 2013
D. Disciplinas atuais – programas das disciplinas oferecidas no semestre em curso.

IV. Pesquisa
A. Linhas de Pesquisa - nova estrutura das linhas de pesquisa
1. História das relações de poder, das instituições e das territorialidades – proposta
teórica, divisão de setores temáticos, e lista de professores vinculados.
2. História da cultura, da cultura científica e historiografia - proposta teórica,
divisão de setores temáticos, e lista de professores vinculados.
3. História das práticas e das culturas políticas - proposta teórica, divisão de setores
temáticos, e lista de professores vinculados.

70
B. Laboratórios – laboratórios/grupos de pesquisa, profissionais responsáveis e link para o
site próprio, quando ativo.

C. Banco de teses - link de acesso às dissertações e teses produzidas no programa, via Base
Minerva e Catálogo de Teses da CAPES
D. Acervos – listagem e breve descrição dos acervos mantidos pelo Programa.
E. Calendário de Atividades
1. Defesas – informações sobre defesas e qualificações públicas, com título do
projeto, data e composição das bancas. Por segurança, os links para as sessões
não são divulgados
2. Eventos – informações sobre eventos organizados ou com participação de
docentes

V. Publicações
A. Livros – links para alguns livros autorais ou coletâneas organizadas por nossos docentes
B. Topoi – link direto para a revista
C. Ars Histórica – link direto para a revista
D. Revista Eletronica Niej – link direto para a revista
E. Revista Militares e Política – link direto para a revista (temporariamente inativo)
F. Jornada Manoel Salgado – link direto para a revista (temporariamente inativo)

VI. Internacional
A. Mobilidade - informações básicas sobre mobilidade no Programa
B. Convênios - mapa de atividades de docentes e discentes do PPGHIS no mundo
C. A Universidade no Mundo - conceito de internacionalização proposto pelo PPGHIS.
D. International Applicants - instruções para candidatos estrangeiros.

Um incêndio ocorrido na Reitoria da UFRJ em abril de 2021 tirou do ar vários sites da


Universidade mantidos naqueles servidores, inclusive o nosso. Temporariamente, conseguimos
transferir o conteúdo integralmente para um site-espelho, tendo já retornado para nosso espaço
virtual institucional. Alguns sites de laboratórios e publicações vão necessitar de completa
reestruturação, porém.
Em relação a redes sociais, o Programa mantém uma página no Facebook
(https://business.facebook.com/PPGHIS.UFRJ/), criada em julho de 2012, com 6.095
seguidores. Esta rede que foi extremamente importante para a divulgação dos processos seletivos
dos últimos três anos. O último edital para o processo seletivo de 2021 atingiu um público de
55.000 usuários e gerou 7.900 interações. Temos também um perfil em Twitter
(https://twitter.com/PpghisUfrj), iniciado em outubro de 2019, com quase 900 seguidores, e
crescendo rapidamente. Estamos planejando uma reformulação dos canais YouTube e Instagram,
ainda subutilizados.
A Topoi. Revista de História, assim como o Laboratório História e Natureza e o Laboratório
de Estudos de História dos Mundos do Trabalho, entre outros, têm seus próprios perfis em redes
sociais, extremamente ativos, em especial no Twitter. O Núcleo de Estudos de História Oral, via
o Laboratório do Tempo Presente, tem um canal YouTube
(https://www.YouTube.com/channel/UCvzwmgdVdNvgmjhuS02js1w) que iniciou
recentemente e já conta com 1.400 inscritos.

71
A visibilidade do Programa também deriva da participação dos docentes na organização de
eventos científicos. Vários destes já foram indicados em outros setores do relatório (produção
técnica e inserção social, por exemplo). À guisa de conclusão, listamos aqui alguns eventos de
alto impacto organizados por professores do PPGHIS:

• 3rd World Congress of Environmental History, org. por Lise Sedrez. Brasil, International
Consortium for Environmental History Organizations, 2019.
• Asian Studies in Latin America, org. por Claudio Pinheiro. Tailândia, ICAS 10,
International Convention of Asia Scholars., 2017
• Conferência Internacional Tempos de Violência: A I Guerra Mundial e o início de uma
Era, org. por Sílvia Correia. Brasil, Fundação Casa Rui Barbosa/USP/PPGHIS, 2018.
• Guerras Globais – Impactos Locais. A I Guerra Mundial na Argentina e no Brasil, org. por
Sílvia Correia. Buenos Aires/Brasil, PPGHIS (UFRJ); Universidad Buenos Aires;
UNDEF, 2020.
• I Seminário de História de Historiografia do Teatro, org. por Henrique Buarque de
Gusmão. Brasil, PPGHIS, 2019
• Latin America Platform on Asian Studies, org. por Claudio Pinheiro. México, El Colegio
de Mexico, 2019
• Petições e o Atlântico Revolucionário (c. 1760 - c. 1840), org. por João Fragoso. Portugal,
ICS-Universidade de Lisboa, 2019
• Rethinking Asian Studies in the Global South and beyond I & II, org. por Claudio Pinheiro.
Holanda, ICAS 11, International Convention of Asia Scholars, 2019
• “XI Encontro Internacional A Imagem Medieval: história e teoria”, org. por Gabriel
Castanho. Brasil, LATHIMM, PPGHIS-IH (UFRJ); DH (USP), 2020.

72
4 Histórico e contextualização do programa

Durante este quadriênio, o curso de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro completou
80 anos, em 2019. Também com quase quatro décadas de existência, o PPGHIS foi fruto desta
trajetória pioneira no ensino superior brasileiro. Criado em 1982, o PPGHIS segue sendo um dos
mais tradicionais programas de pós-graduação em história no país e sempre na linha de frente da
inovação e da qualidade na produção acadêmica brasileira. Até abril de 2021, o PPGHIS contava
com 1046 defesas realizadas, 604 de mestrado e 442 de doutorado. O Programa iniciou o mestrado
em 1982 e o doutorado em 1992 e acolheu importantes nomes da historiografia brasileira, atuando
como professores ou como alunos, elaborando suas dissertações e teses. Ainda hoje é possível
verificar o impacto do PPGHIS, que se faz presente, através de seus ex-alunos, em inúmeras
universidades no país e no exterior. PPGHIS é parte do PROEX desde 2007, quando este foi
instituído.
O programa viu, neste período, profundas transformações no perfil dos alunos, na demanda pela
pós-graduação. Se inicialmente a demanda era de professores já atuantes no ensino fundamental e
médio, visando aprimorar e/ou atualizar sua formação, aos poucos transformou-se na busca por
uma formação mais completa por parte dos recém-graduados. Igualmente, houve significativas
transformações no seu corpo docente, com a aposentadoria de uma geração de lideranças
acadêmicas reconhecidas, o que altera sua relação com a Universidade e com a pós-graduação, e
abre o caminho para uma saudável renovação do quadro.
A Universidade brasileira se expandiu nos últimos anos, e se espalhou de forma mais democrática
pelo território nacional. O perfil de seus alunos também se alterou significativamente,
particularmente em áreas como a História. Essa nova Universidade, com um perfil ainda por ser
definido, tem reflexos também na pós-graduação, que experimentou o mesmo processo de
expansão – numérica e territorial – trazendo consigo alunos diferentes. Como vamos recebê-los,
e que transformações isso acarretará à formação superior são temas importantes dos debates que
vamos travando.
Concretamente, nos últimos dez anos, experimentamos inicialmente uma expansão da demanda
pelo mestrado. Ao mesmo tempo, essa expansão foi seguida por um aumento do número de
programas de mestrado disponíveis. Isto significa que, ainda que a demanda seja sólida, há uma
certa competição entre os programas, em particular na cidade do Rio de Janeiro, onde há uma
concentração de programas de mestrado em história. Neste quadro, é normal que o mestrado se
faça na mesma instituição em que se deu a graduação. Uma parte significativa dos nossos ingressos
(45% dos aprovados na seleção em 2021) é composta por alunos que cursaram a nossa graduação.
Em contraste, o doutorado do PPGHIS atrai candidatos de todo o Brasil. Na seleção de 2021
apenas 26% tinham obtido a graduação na UFRJ, e apenas 17% eram egressos do mestrado do
PPGHIS.
As comissões de Seleção de Mestrado e Doutorado são renovadas a cada ano. A seleção de novos
discentes é talvez uma das mais importantes atividades do Colegiado, ocupando boa parte do
segundo semestre letivo. As seleções de mestrado e doutorado, independentes, mas que acontecem
simultaneamente, implicam a divulgação de edital de seleção, inscrições, análise de projetos, provas
e, finalmente, inscrições. O PPGHIS tem buscado, desde 2016, um refinamento do seu processo
seletivo para que seja mais justo e mais adequado aos novos perfis discentes. Até 2015, o PPGHIS

73
era um dos poucos programas que não exigia provas escritas presenciais na seleção de doutorado.
O processo tradicional, um pouco antiquado, impunha à comissão de seleção um trabalho
volumoso, e não necessariamente proveitoso para o programa, com uma quantidade considerável
de projetos de pesquisa para serem avaliados. Após várias rodadas de debate, o colegiado aprovou
em 2016 um sistema seletivo que introduziu uma prova, com bibliografia sucinta, mas que
distribuía o trabalho de avaliação dos projetos de pesquisa entre todos os membros do colegiado.
O candidato pode escolher um leitor preferencial, e a comissão de seleção define outros dois, de
modo que cada projeto tem três pareceres de especialistas que decidem se o candidato passa para
a próxima fase, a prova escrita. Após a prova escrita, o candidato presta uma prova oral (entrevista),
e as provas de proficiência em línguas. Com poucas alterações, esse sistema foi usado nos
processos seletivos para 2017 e 2018. Foi considerado um sucesso pela maioria absoluta dos
membros do colegiado, e um sistema similar foi adotado para o mestrado nos processos seletivos
de 2019 e 2020. A pandemia em 2020 alterou completamente esse sistema e exigiu uma enorme
flexibilidade do corpo docente para atender à situação inédita.
O Programa de Pós-graduação em História Social iniciou o ano de 2021 com um corpo docente
bastante articulado com a academia e a sociedade brasileiras, como pode ser visto nesse relatório.
Durante este quadriênio, sua atuação junto à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, aos órgãos
colegiados do UFRJ e a outros programas de pós-graduação, tanto internos quanto externos à
UFRJ, foi cada vez mais presente, o que aumentou significativamente a visibilidade do programa
no contexto do ensino superior no Brasil.
Finalmente importa ressaltar o esforço do Programa em manter a revista TOPOI, considerada
uma das melhores revistas na avaliação Qualis. Foi nossa opção manter uma revista no mais alto
padrão profissional, não só no conteúdo, mas também na formatação e projeto gráfico. A
produção da TOPOI, na qualidade e rigor que exigimos, absorve uma parte significativa de
recursos humanos e financeiros do Programa. Ao mesmo tempo, temos consciência – e orgulho -
da importância da revista no debate historiográfico em geral, e consideramos que esta é uma das
responsabilidades de um programa de excelência. Sob a direção de Henrique Gusmão até setembro
de 2019 e depois de Luiza Larangeira, a revista ampliou seu alcance com indexações, e participa de
alguns dos mais importantes debates acadêmicos no Brasil. Em 2021, foi considera em primeiro
lugar entre as revistas brasileiras de história na base de dados SCOPUS, e a sexta na América
Latina, na mesma classificação.
O Programa conta com os recursos humanos e materiais para conduzir-se bem nessa nova etapa,
mantendo seu compromisso com o ensino e a pesquisa de alta qualidade que sempre apresentou.
Por sua história, pelos historiadores que aqui passaram e pela excelente produção que sempre
apresentou, temos certeza de que o PPGHIS continuará a exercer um papel importante na linha
de frente da produção historiográfica brasileira.

74
5 Oferta e Demanda de vagas 2020

5.1 Número de vagas ofertadas no ano – Mestrado


30

5.2 Número de inscritos no ano – Mestrado


164

5.3 Número de aprovados no ano – Mestrado


40

5.4 Número de vagas ofertadas no ano – Doutorado


30

5.5 Número de inscritos no ano – Doutorado


90

5.6 Número de aprovados no ano – Doutorado


33

75
6 Impacto do COVID nas ações do programa

Como não poderia ser diferente, o PPGHIS foi profundamente afetado pela pandemia COVID-
19 em 2020 até o presente. As aulas na UFRJ foram suspensas em meados de março e só retomadas
para a pós-graduação em início de agosto. Eventos nacionais e internacionais foram suspensos e,
eventualmente, a partir do segundo semestre, convertidos em virtuais. Licenças, estágios pós-
doutorais, bolsas sanduíche, foram também suspensos, tanto de nossos alunos quando de discentes
que seriam recebidos pelo nosso Programa.
O Programa mostrou uma impressionante agilidade em responder às demandas do seu corpo
social, mesmo nessas condições críticas. Fomos capazes de manter defesas e qualificações, um
processo seletivo bastante alterado, completar a atualização das nossas linhas de pesquisa e apoiar
discentes e docentes em suas atividades de pesquisa, ensino e extensão.
Não é possível, no entanto, sentir alegria alguma por esse sucesso quando ainda estamos lidando
com luto. Três professoras do Programa contraíram COVID, duas delas com gravidade e ainda
lutam com as consequências da doença, como miocardia e necessitando de fisioterapia respiratória
constante. Não temos ideia de quantos dos nossos alunos tiveram COVID, mas muitos reportaram
perdas em suas famílias nesse período, fortes angústias e extrema insegurança sobre a situação
sanitária e profissional.
Listamos abaixo algumas considerações sobre a experiência de pandemia.
Em primeiro lugar, tivemos a perda de nosso local de trabalho. Desde março de 2020, o prédio
sede do PPGHIS encontra-se praticamente interditado. Não temos acesso aos nossos acervos,
nossas bibliotecas, nossos registros de discentes e mesmo nossos equipamentos.
Em segundo lugar, a UFRJ, pelo seu tamanho e pelo seu papel de protagonismo no combate à
pandemia, teve dificuldades de atender a todos os setores e suas demandas. Processos burocráticos
físicos tiverem que ser forçosamente convertidos em digitais, com pouco treino e sem muito
tempo de adaptação. Alguns procedimentos, como emissão de diplomas e cadastramento de pós-
doutorandos, foram simplesmente interrompidos e só agora retornam aos poucos. Um problema
grave foi a desconexão entre os calendários acadêmicos de graduação e pós-graduação,
basicamente pelos anos de 2020 e 2021.
Em terceiro lugar, tínhamos grandes preocupações sobre como nossos discentes, docentes e
técnicos administrativos teriam condições de realizar trabalho remoto. Em particular, não
tínhamos uma clara ideia sobre o acesso à internet pelos nossos alunos. A UFRJ, felizmente, foi
capaz de fazer um levantamento e oferecer acesso via chips de celulares, para alunos que
solicitassem. A logística para entrega destes chips, porém, foi mais uma tarefa que recaiu sobre a
coordenação do Programa.
Além do acesso à internet, outra grande preocupação sobre nossos discentes era a suspensão das
aulas por um período que chegou a cinco meses, com grande isolamento. Ainda não temos como
aferir o impacto disso na evasão estudantil, mas os professores reportam que vários alunos que
sofriam com seus estados de saúde mental, tiveram o quadro agravado. Encorajamos os
professores a, mesmo sem aulas, manter um contato constante com os alunos, em orientação e
mantendo as datas e prazos de defesa e qualificação. Isso se devia menos à necessidade de manter
prazo -– seguindo diretriz da UFRJ, suspendemos as exigências formais a respeito - e mais a um
esforço de evitar isolamento e alienação dos discentes, ao menos tanto quanto possível. Isso é

76
particularmente importante quanto aos calouros que ingressaram em março de 2020 e tiveram
menos de duas semanas de aulas presenciais. Os sentimentos de comunidade e de pertencimento,
fundamentais para a experiência acadêmica, ficaram seriamente comprometidos.
Além disso, tínhamos consciência de que a grande maioria de nossos alunos teria que rever seus
projetos de pesquisa integralmente. Com os arquivos públicos e bibliotecas fechados, vários
acervos interditados e uma imensa limitação quanto à realização de entrevistas de história oral,
vários projetos de mestrado e talvez doutorado encontram-se inviabilizados. Nossos docentes
estão trabalhando com estes problemas individualmente, mas talvez seja necessária uma
abordagem coletiva.
Os dois técnicos administrativos também tiveram enormes dificuldades em se adaptar às novas
realidades. Por um lado, o material físico da secretaria do PPGHIS (scanner, impressoras, internet,
computadores modernos, arquivos) não estava mais disponível. A universidade não podia ressarcir
os gastos que tinham em casa para realizar suas obrigações profissionais. O PPGHIS tentou aliviar
estas condições, flexibilizando os horários de trabalho e fornecendo, quando possível, o
equipamento portátil disponível para que pudessem trabalhar em casa.
A isto se soma também as preocupações dos nossos técnicos com suas famílias e pais enfermos.
Infelizmente, uma das nossas funcionárias mais antigas terminou por perder ambos os pais entre
novembro de 2020 e fevereiro de 2021, após dolorosos períodos de internação.
Quanto aos docentes do PPGHIS, temos enorme orgulho da sua disponibilidade e colaboração
durante a pandemia. Muitos não só se reinventaram, como auxiliaram os colegas no processo.
Alguns dos nossos professores sêniores sentiam uma insegurança natural quanto às aulas remotas
e foram prontamente assistidos por colegas, que criaram uma comissão ad hoc para preparar a volta
às aulas. O Programa apoiou com a assinatura de três softwares para conferências virtuais, mas
foram alunos e professores que familiarizaram outros docentes com webinars, streaming e outras
experiências de um mundo pandêmico.
O balanço final, no entanto, é deveras preocupante. Pesquisas internacionais de rede, projetos
interinstitucionais, e planejamentos de pesquisa de docentes estão dramaticamente atrasados. Por
sua vez, os professores reportam que seus orientandos estão enfrentando dificuldades emocionais
e de saúde no desenvolvimento de seus estudos. Por conseguinte, há enorme insegurança sobre a
continuidade dessa situação no Brasil em comparação com o resto do mundo.
Em particular, docentes com filhos pequenos e com pais idosos tem sofrido níveis de estresse
extremamente altos. Com as creches e escolas fechadas, as dificuldades de trabalho em casa são
imensas. Ao mesmo tempo, pequenos contratempos e os cuidados cotidianos com idosos, como
visitas médicas de rotina, podem assumir dimensões inesperadas no contexto da pandemia,
especialmente quando redes profissionais e sanitárias de apoio se encontram em situação de
colapso.
Estatisticamente, este quadro afeta mais mulheres do que homens na academia. A literatura
especializada indica como o cuidado com crianças e com pais idosos tem um impacto maior sobre
mulheres docentes do que homens. No caso específico do PPGHIS, nossos docentes masculinos
levam muito a sério suas reponsabilidades domésticas e familiares, até onde pudemos verificar. Se
por um lado isto é um bom sinal de mudanças comportamentais, por outro lado, nossos docentes
pais de crianças pequenas também têm tido grandes dificuldades em conciliar tempo pessoal e
tempo profissional neste período. Não temos dados para analisar com maior segurança como essa
questão tem afetados alunos e alunas do PPGHIS.

77
7 Outras Informações

Relatório Sucupira
2016-2020
TOPOI. Revista de História

1. A Topoi

ATopoi. Revista de H istória (https://revistatopoi.org/), publicação quadrimestral, tem como


objetivo central estimular os debates acadêmicos através de artigos, entrevistas, resenhas, traduções
e ensaios de crítica histórica. Fundada em 2000, TOPOI está aberta a diversos os campos
disciplinares, especialidades, períodos e temas históricos. Através do incentivo à produção de
textos originais, pretende estimular os debates acadêmicos, divulgando conclusões e experimentos
da pesquisa contemporânea em história, trazendo para o público acadêmico os novos resultados
intelectuais alcançados pelos estudiosos mais qualificados das humanidades. Publicada em versão
impressa por mais de oito anos, TOPOI assumiu, a partir do número 17, volume 9 (julho-
dezembro de 2008), um novo suporte, apresentando-se então como revista eletrônica baseada nos
princípios do livre acesso. Nos últimos anos, TOPOI tem publicado, prioritariamente, artigos de
autores externos ao PPGHIS, sendo forte impulsionadora da exogenia.
A partir de 2017, a revista tornou-se quadrimestral, e passou a publicar mais artigos por ano –
cerca de 32 artigos inéditos, além de resenhas, entrevistas, traduções e documentos –, divididos
em três números, além de aumentar seu compromisso com a profissionalização do processo de
edição de seus textos. Um dos nossos grandes desafios é manter a qualidade de seu processo
editorial diante desse aumento, o que exige mais recursos para, por exemplo, as diferentes revisões
pelas quais passam nossos textos, e um maior número de professores do PPGHIS envolvidos no
processo de editoração. O considerável aumento do número de submissões, nos últimos anos –
recebemos e avaliamos mais de 100 manuscritos apenas em 2020 – gerou a necessidade ampliação
do corpo editorial, nos últimos anos.
Em 2021, a TOPOI foi classificada em primeiro lugar entre as revistas brasileiras de história,
segundo o ranking SJR (Scimago Journal & Country Rank-Arts and Humanities), da Scopus, e a
sexta para a América Latina no mesmo ranking.
(https://www.scimagojr.com/journalrank.php?area=1200&country=BR&type=j&category=1202)
Coordenado pela professora Luiza Larangeira, desde agosto de 2019, o corpo editorial de Topoi
é, atualmente, composto por dez professores do PPGHIS: uma editora-chefe, uma editora
executiva (responsável pelo processo de indexação da revista); cinco editores associados
(responsáveis pela seleção de pareceristas e pela condução do processo de avaliação dos textos),
uma editora de resenhas e dois editores responsáveis por assessorar o trabalho e orientar o comitê
em casos polêmicos (uma vez que estes dois colegas possuem ampla experiência em editoração de
revistas e atuam há muitos anos na vida universitária). Isto significa que quase um terço dos
membros permanentes do programa estão envolvidos na produção de TOPOI. A equipe técnica
é composta por uma secretária de redação, doutoranda do PPGHIS; pela preparadora e revisora
dos textos em português; pelo revisor de abstracts e textos em inglês; pela tradutora e revisora de

78
espanhol e pela diagramadora e pela equipe de apoio editorial e divulgação, composta por três
membros do corpo discente do PPGHIS.
O compromisso de ampliar constantemente seu público, mantendo a alta qualidade acadêmica de
suas publicações, criou alguns importantes desafios para revista. No último quadriênio, o principal
deles foi sua internacionalização e aumento de seu fator de impacto, a que estão sendo
dedicados nossos maiores esforços. Assumimos três importantes estratégias visando à
internacionalização da revista: ampliação da indexação, criação de dossiês temáticos e investimento
na divulgação. No momento, somos indexados no Scielo, SCOPUS, Web of Science, o que vem
ampliando o público leitor e começa a diversificar o tipo de texto que nos é submetido, com
aumento de propostas de publicação de textos escritos por pesquisadores estrangeiros, e de textos
não apenas em português, como também em inglês e espanhol. A partir de 2021, teremos a
publicação anual de um dossiê temático, sobre temas historiográficos que vêm mobilizando
atualmente a comunidade acadêmica.

2. Internacionalização

Desde sua criação, TOPOI comprometeu-se não apenas com a difusão da produção de
conhecimento histórico não somente no âmbito da comunidade acadêmica brasileira, como
também internacional. Roger Chartier, Paul Lovejoy, Frank Ankersmit, Paul Thompson, Stuart
Schwartz estão entre os diversos historiadores estrangeiros que contribuíram para a revista com
artigos inéditos, entrevistas e debates. Além dessas importantes contribuições, TOPOI publica
periodicamente traduções inéditas de artigos ou capítulos de livro, como o intuito de disponibilizar
para os estudantes brasileiros boas traduções de textos relevantes no campo historiográfico.
TOPOI aceita, atualmente, artigos escritos em quatro idiomas: português, inglês, espanhol e
francês. Visando a maior difusão internacional da revista, pretendemos estimular cada vez mais a
publicação de artigos em inglês, para atrair leitores e autores estrangeiros.
Nos últimos anos, temos nos dedicado a ampliar as estratégias de internacionalização e de aumento
do fator de impacto da revista, com o objetivo de produzir debates transnacionais, incentivando
não apenas a publicação na revista de artigos inéditos de pesquisadores estrangeiros como também
buscando alcançar maior visibilidade para a nossa produção historiográfica. Para tanto, temos
buscado expandir a indexação da revista, vamos iniciar a publicação de números temáticos anuais
e temos ampliado a divulgação dos números de TOPOI nas redes sociais.

2.1. Indexação

A partir de 2020, a professora Silvia Correia assumiu a editoria executiva de TOPOI com o intuito
de dedicar-se exclusivamente ao processo de internacionalização e indexação da revista. Desde
2015, a revista está associada à Scientific Eletronic Library Online (Scielo). Em 2019, iniciou-
se uma campanha de indexação direcionada às bases de indexação internacional de referência.
Nossa candidatura foi aceita pela SCOPUS e o processo de indexação completou-se em 2020,
obtendo em 2021 o excelente resultado reportado acima. Também neste ano, passamos a integrar
a “Core Collection” da Web of Science, além da Web of Science (via Scielo Citation Index).
Esse processo foi fundamental para aumentar o fator de impacto da revista. Foram feitas também
importantes atualizações de nas bases do Directory of Open Access Journals (DOAJ) e do

79
Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina,
el Caribe, España y Portugal (Latindex).
No momento, decorrem novas candidatura para a indexação da Topoi em plataformas de relevo,
nomeadamente Redalyc – cuja avaliação de candidaturas estão estagnadas em função da
Pandemia – e EBSCO. Ainda em 2021, planejamos iniciar o processo de idexação pela CrossRef
e REDIB.
O investimento no processo de indexação, que tem sido feito desde finais de 2019 apesar das
dificuldades acrescidas pelo contexto pandémico, tem no seu cerne uma aposta na
internacionalização da revista, na medida em que a agregação e avaliação das revistas às plataformas
de renome torna-a atrativa para um espectro de autores além da académica brasileira. Percebemos,
no entanto, que este é um caminho longo a fazer, mas que já apresenta encorajadores resultados.

2.2. Dossiês temáticos

A partir do número 48, volume 22, a ser publicado entre setembro e dezembro de 2021, TOPOI
publicará, anualmente, um dossiê temático. A adoção dos dossiês temáticos tem como objetivos:
a) incentivar a internacionalização da revista, atraindo autores e pareceristas estrangeiros e
diversificando perspectivas; b) abrir espaço para debates historiográficos de temas relevantes no
campo atualmente; c) e, consequentemente, contribuir para a ampliação da indexação da revista.
Os temas dos dossiês são definidos pelo Comitê Editorial de TOPOI, que convida dois
professores doutores externos (um brasileiro e um estrangeiro) para coordená-los. Futuramente,
pode-se vir a adotar a publicação de editais para de dossiês. Os coordenadores dos dossiês podem
propor, inicialmente, um número mínimo de artigos, mas o site da TOPOI também publica uma
chamada de artigos para os dossiês. Os coordenadores dos dossiês são incentivados a mobilizar
redes de especialistas internacionais na seleção de artigos e pareceristas. Todos dos artigos
publicados nos dossiês devem ser aprovados após avaliação por pares no sistema duplo-cego. No
entanto, o número em que sairá o dossiê publicará também artigos recebidos em fluxo contínuo,
mantendo a singularidade da revista, que, desde seu número inicial, compromete-se com a
diversidade temática e das perspectivas teórico-metodológicas dentro do campo disciplinar da
História.
O tema escolhido para o primeiro dossiê temático, a ser publicado no número correspondente aos
meses de setembro a dezembro de 2021, foi Pandemias na América Latina e no Caribe em
Perspectiva H istórica e Global, coordenado pelos professores Gilberto Hochman (Fiocruz)
e Anne-Emanuelle Birn (Universidade de Toronto). O dossiê publicará artigos que vão além
dos temas médicos e científicos e que examinem o impacto social, econômico, político e cultural
das epidemias e pandemias na sociedade. O dossiê busca atrair trabalhos que desenvolvam novas
perspectivas teóricas, metodológicas e heurísticas sobre a história de epidemias e pandemias no
Brasil, em outros países da América Latina e no Caribe e suas interconexões com o Sul Global,
bem como com o Canadá e os EUA.
A chamada para esse dossiê começou a ser divulgada em agosto de 2020 e recebemos submissões
entre 1º de novembro de 2020 e 25 de fevereiro de 2021. Os artigos submetidos encontram-se, no
momento, em processo de avaliação por pares, no sistema duplo-cego.

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2.3. Divulgação

TOPOI mantém um site (https://revistatopoi.org/site/) com todo o histórico da revista e com


informações destinadas aos autores e leitores interessados no periódico. Atualmente, nosso site
pode ser acessado em português e inglês. Clicando em um artigo, nossos autores são direcionados
para a plataforma Scielo, o que garante que o acesso aos nossos textos seja medido num espaço
virtual único e amplia as possibilidades de visibilidade da revista. Nos últimos anos, o site foi
reformulado com o intuito de intensificar a visibilidade da revista e facilitar o acesso ao seu
conteúdo. As informações sobre a revista, normas de submissão, composição do comitê editorial
e todos o conteúdo da revista desde o seu primeiro número podem também ser acessados através
da página de TOPOI na Scielo (https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=2237-
101X&lng=en&nrm=iso).
Paralelamente, buscamos ampliar a divulgação de nossos textos nas redes sociais. A partir de
agosto de 2020, TOPOI passou a contar com uma equipe de divulgação, composta pela editora-
chefe e três membros do corpo discente do PPGHIS. Elaboramos um plano de intensificação e
ampliação da divulgação por e-mail e, sobretudo, pelas redes sociais com o objetivo de aumentar
a visibilidade da revista entre pesquisadores, departamentos e Programas de Pós-Graduação
nacionais e internacionais e, consequentemente, aumentar nosso fator de impacto. Além de nossa
página no Facebook, criamos perfis de TOPOI no Instagram e no Twitter, formando algumas
parcerias com outras páginas de prestígio na área de História (como a ANPUH – a Associação de
Pesquisadores Universitários em História – e o perfil de divulgação Café História) e revistas
acadêmicas bem qualificadas na área de História, que compartilham novos números da revista ou
textos específicos.

3. Adesão a boas Práticas editoriais e divulgação de nossos princípios de ética

Na aba “Submissão” do site de Topoi, bem como na seção “Instrução aos autores”, na página da
revista na Scielo, estão divulgadas as normas de submissão da revista. A submissão de trabalhos
está sujeita à aprovação prévia do Comitê Editorial da revista e avaliação através do sistema duplo-
cego. Os artigos são avaliados por, no mínimo, dois pareceristas ad hoc, externos e anônimos. Caso
haja divergência entre eles, o trabalho é enviado a um terceiro avaliador. A aceitação final depende
de recomendação dos pareceristas, da efetivação, pelo(s) autor(es), das alterações necessárias e da
aprovação final pelo Comitê Editorial.

TOPOI utiliza o sistema de submissão e avaliação online ScholarOne. Os artigos publicados na


revista são submetidos em fluxo contínuo. As resenhas chegam até nós através do fluxo contínuo
ou de encomendas, de acordo com o interesse do Comitê em colocar em debate algumas obras
que consideradas relevantes no ambiente da produção historiográfica. TOPOI também publica,
ainda que eventualmente e em quantidade muito menor (dois artigos por ano, no máximo), artigos
de autores convidados, desde de que sejam de excepcional qualidade. Nestes casos, os artigos
também passam pela avaliação do Comitê Editorial.
A rejeição imediata pelo editor-chefe é muito rara. As rejeições imediatas mais comuns são de
ordem técnica, realizadas pela secretária da revista, que avalia se o texto encontra-se de acordo
com as regras da revista.

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TOPOI adere a um conjunto de boas práticas editoriais e lançou, recentemente, a partir do diálogo
e parceria com outras revistas, um conjunto de princípios éticos que devem orientar o trabalho de
autores, editores e pareceristas. Os princípios éticos da revista encontram-se na aba “Ética”, do
site de Topoi (https://revistatopoi.org/site/principios-eticos/). Para garantir que autores,
pareceristas e editores sigam esses princípios, TOPOI aplica mecanismos de controle da
originalidade dos manuscritos submetidos, detectores de plágio e exige que qualquer tipo de
conflito de interesse seja declarado por aqueles envolvidos no processo de avaliação.
Desde seu ingresso na Scielo, estamos vinculados ao sistema DOI e todos os textos publicados na
revista possuem um número DOI. Em 2018, passamos a exigir que os autores registrem seu
ORCID no momento da submissão do manuscrito. Todos os textos publicados em Topoi
apresentam, em nota de rodapé: a) as datas de submissão e aceite; b) filiação institucional dos
autores e e-mail profissional; c) ORCID do autor; d) número DOI do texto.

4. Singularidade de TOPOI

Comprometida com o estímulo e ampliação do debate acadêmico, TOPOI publica, além dos
artigos, resenhas e traduções, ensaios historiográficos ou review essas, traduções, entrevistas e
documentos. No número 43 (2020), foi publicado um ensaio historiográfico, escrito por Antonio
Carlos Jucá de Sampaio, apresentando um balanço da obra do historiador português Antonio
Manuel Hespanha e sua influência na historiografia brasileira.
Na seção “Entrevistas”, publicamos entrevistas com intelectuais de renome nacional e
internacional, disponibilizando a seus leitores discussões sobre temas, áreas de atuação e trajetórias
profissionais de grande interesse para o campo da historiografia e das humanidades. Nos últimos
quatro anos, publicamos uma série de entrevistas sobre História Oral, como historiadores com
significativas contribuições nesse campo disciplinar e metodológico, como Paul Thompson (n. 40,
2019); com Ronald Grele, também sobre História Oral (n. 45, 2020); e com Marieta de Moraes
Ferreira, professora emérita do Instituto de História da UFRJ e titular do PPGHIS, sobre sua
trajetória como historiadora que contribuiu para não apenas para os estudos ligados à História
Oral, no Brasil, como para a constituição da área de pesquisa especializada no Ensino de História
e formação dos Programas de Pós-graduação profissionais na área de história, ProfHistória (n. 40,
2019). Além dessa série, publicamos também entrevistas com Alberto Mussa, sobre o ofício do
escritor (n. 32, 2016) e com John Thornton, sobre sua atuação como pesquisador de História da
África, da escravidão e do tráfico atlântico de negros escravizados (n. 42, 2019).
Finalmente, na seção “Documento”, foram publicados, no último quadriênio, textos de grande
interesse para os campos da historiografia e das humanidades. No número 41 (2019) de TOPOI,
sob o título “Uma história das práticas letradas: homenagem a Andrea Daher”, publicou-se textos
de Roger Chartier, Hélio Seixas Guimarães, Marcello Moreira, proferidos em um evento em
homenagem à professora Andrea Daher, emérita do Instituto de História da UFRJ e professora
titular do PPGHIS, além do discurso de Andrea Daher proferido na cerimônia de emergência. No
número 43 (2020), publicamos o documento intitulado “Discurso sobre o sistema e a vida de
Vico”, prólogo que Jules Michelet escreve para sua tradução da Ciência Nova de Giambattista Vico
e que publicou em 1836. No número 45 de TOPOI, publicamos um documento do século XVI,
“Lições para ser um cronista do rei”, composto por Pedro de Navarra e publicado inicialmente
em 1565. Além das traduções desses documentos, publicamos, no número 44 (2020), uma versão
para o português do texto “Quando o historiador é pai e filho”, de Ivan Jablonka.

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5. Números:

Publicados 2017 2018 2019 2020 Total


Artigos originais 25 25 29 32 111
Entrevistas -- -- 3 2 5
Documentos 1 -- -- 2 3
Traduções -- -- -- 1 1
Ensaios -- -- -- 1 1
historiográficos
Resenhas 6 6 6 7 25
Opinião & 1 -- -- -- 1
Comentário

6. Comitê editorial, conselho editorial e equipe técnica

No último quadriênio, TOPOI foi coordenada por quatro editores-chefes, todos professores
membros do colegiado do PPGHIS: Lise Sedrez; Antonio Carlos Jucá de Sampaio; Henrique
Buarque de Gusmão e Luiza Larangeira da Silva Mello. No entanto, do Comitê Editorial de
TOPOI participaram muitos dos professores do PPGHIS, nas funções de editores associados
e editores de resenha, entre eles, os professores Felipe Charbel Teixeira, Murilo Sebe Bon
Meihy, Gabriel de Carvalho Godoy Castanho e Fernando Luiz Vale Castro. Atualmente,
compõem o Comitê os professores Silvia Correia (editora-executiva); Marieta de Moraes
Ferreira e José Augusto Pádua (editores consultores); Marta Mega de Andrade (editora de
resenhas); William Martins, Paulo Fontes, Vinícius Liebel e Hanna Sonkajarvi (editores
associados).
No entanto, não apenas membros do corpo docente como também do corpo discente do
PPGHIS integram o corpo editorial de TOPOI. Nos últimos quatro anos, atuaram como
secretários de redação os alunos de doutorado ora egressos Luiza Nascimento de Oliveira Silva
e Elion Campos e, atualmente, a doutoranda Isabelle Pires. A equipe de apoio editorial, que
atua nos setores de indexação, divulgação e manutenção do site da revista, é composta pelas
doutorandas Mareana Barbosa, Millena Farias e Mylena Porto.

6.1. Corpo editorial de TOPOI: composição atual

Comitê Editorial
Luiza Larangeira da Silva Mello (Editora-chefe) — Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Instituto de História (IH), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Silvia Adriana Barbosa Correia (editora executiva) — Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Instituto de História (IH), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Hanna Sonkajarvi — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Faculdade Nacional
de Direito (IH), Rio de Janeiro (FND), Brasil.
João Ohara — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de História (IH),
Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
José Augusto Pádua — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de
História (IH), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

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Marieta de Moraes Ferreira — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto
de Histó- ria (IH), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Paulo Fontes — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de História
(IH), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Vinícius Liebel — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de História
(IH), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
William de Souza Martins — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de
História (IH), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

Editora de Resenhas
Marta Mega de Andrade

Secretária de Redação
Isabelle Pires

Equipe Técnica

Preparação e revisão: Agnes Rissardo - Nanquim Serviços Editoriais


Tradução e revisão para/do inglês: Matthew Johnson
Tradução e revisão para/do espanhol: Jhoana Prada Merchán
Paginação: Luciana Inhan
Apoio Editorial e divulgação: Mareana Barbosa, Millena Farias e Mylena Porto

Conselho Editorial
Alberto da Costa e Silva — Academia Brasileira de Letras (ABL); Ministério das Relações
Exterio- res/ Itamaraty, Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Andrea Daher — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto de História
(IH), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Caio Boschi — Pontifícia Universidade Católica (PUC-Minas), Departamento de História,
Belo Horizonte (MG), Brasil.
Eduardo Viveiros de Castro — Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Programa
de Pós- -graduação em Antropologia Social (PPGAS), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Evaldo Cabral de Mello — Ministério das Relações Exteriores/Itamaraty, Rio de Janeiro
(RJ), Brasil. Francisco Bethencourt — King’s College London, Department of History,
Londres, Inglaterra. Francisco José Calazans Falcon — Universidade Salgado de Oliveira
(Universo), Programa de Pós- -graduação em História, São Gonçalo (RJ), Brasil.
Ilmar Rohlo de Mattos — Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), Departamento de
Histó- ria, Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
Jacques Revel — École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS)/Centre de
Recherches Historiques (CRH), Paris, França.
João Adolfo Hansen — Universidade de São Paulo (USP), Departamento de Letras, São
Paulo (SP), Brasil.
João José Reis — Universidade Federal da Bahia (UFBA), Departamento de História,
Salvador (BA), Brasil.
José Carlos Chiaramonte — Universidad de Buenos Aires (UBA)/Instituto Ravignani,
Buenos Aires, Argentina.
Maria Helena Pereira Toledo Machado — Universidade de São Paulo (USP),
Departamento de História, São Paulo (SP), Brasil.

84
Maria Stella Martins Bresciani — Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
Departamento de História, Campinas (SP), Brasil.
Peter Burke — University of Cambridge, Emmanuel College, Cambridge, Inglaterra.
Renato Janine Ribeiro — Universidade de São Paulo (USP), Departamento de Filoso a,
São Paulo (SP), Brasil.
Ronaldo Vainfas — Universidade Federal Fluminense (UFF), Departamento de História,
Niterói (RJ), Brasil.
Silvia Hunold Lara — Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Departamento de
História, Campinas (SP), Brasil.
Silvia Regina Ferraz Petersen — Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
Departa- mento de História, Porto Alegre (RS), Brasil.
Stuart B. Schwartz — Yale University, Department of History, New Haven, Connecticut,
Estados Unidos da América.

7. Indexadores atuais:

Scientific Electronic Library Online (SciELO);

Directory of Open Access Journal (DOAJ);

Web of Science (SciELO Citation Index);

Web of Science(WoS Core Collection);

SCOPUS;

Periódicos Capes;

Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América


Latina, el Caribe, España y Portugal (Latindex);

Portal para periódicos de livre acesso na Internet / Ministério da Ciência, Tecnologia


e Inovação (LiVre!);

Citas Latinoamericanas en Ciencias Sociales y Humanidades (CLASE);

Sumários de Revistas Brasileiras.

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