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By @kakashi_copiador

Aula 01
INSS (Técnico do Seguro Social) Passo
Estratégico de Noções de Direito
Constitucional - 2023 (Pré-Edital)

Autor:
Tulio Lages

15 de Dezembro de 2022
Tulio Lages
Aula 01

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS -


PARTE 2
Sumário

Aposta Estratégica ........................................................................................................................... 1

Questões Estratégicas...................................................................................................................... 3

Caderno de "Pegadinhas" Inteligentes ......................................................................................... 16

Questionário de revisão e aperfeiçoamento .................................................................................. 26

Perguntas.................................................................................................................................... 26

Perguntas com respostas ............................................................................................................ 30

APOSTA ESTRATÉGICA
A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem cobrados em prova, considerando
o histórico de questões da banca em provas de nível semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e
nos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais1.

Dentro do assunto “Direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º da CF/88)", “Catálogo de direitos
e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art. 5º da CF/88” é(são) o(s) ponto(s) que
acreditamos ser(em) o(s) que possui(em) mais chances de ser(em) cobrado(s) pela banca.

Abaixo, destacamos os incisos do art. 5º que possuem maior incidência e, portanto, necessitam de
maior atenção:

é livre
Manifestação de pensamento
(inciso IV)
VEDADO o anonimato

1 Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios
objetivos ou minimamente razoáveis.

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independem de autorização
Criação de associações e cooperativas
(inciso XVIII)
Vedada a interferência estatal em
seu funcionamento

Os seguintes entendimentos jurisprudenciais também possuem enormes chances de serem cobrados


em prova:

"(I) A vacinação compulsória não significa vacinação forçada, facultada a recusa do usuário,
podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais compreendem,
dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados
lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes, e tenham como base evidências
científicas e análises estratégicas pertinentes, venham acompanhadas de ampla informação
sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos imunizantes, respeitem a dignidade
humana e os direitos fundamentais das pessoas; atendam aos critérios de razoabilidade e
proporcionalidade; e sejam as vacinas distribuídas universal e gratuitamente.

(II) Tais medidas, com as limitações expostas, podem ser implementadas tanto pela União
como pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, respeitadas as respectivas
esferas de competência"2.

“É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em


órgão de vigilância sanitária, tenha sido incluída no plano nacional de imunizações; ou tenha
sua aplicação obrigatória decretada em lei; ou seja objeto de determinação da União, dos
estados, do Distrito Federal ou dos municípios com base em consenso médico-científico. Em
tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos
pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar”3.

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita


com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se
dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local4”.

2
STF – ADIs 6586 e 6587.
3
STF – ARE 1267879
4 STF – RE 806.339.

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões,
mas que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas
questões.

Catálogo de direitos e deveres individuais e coletivos estabelecidos no art. 5º da


CF/88, exceto remédios constitucionais.

1. (Cespe/2016/TRE-PI/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada No que se


refere aos direitos e às garantias fundamentais, julgue.

Se uma obrigação imposta a todos contrariar convicção de natureza filosófica de determinado


indivíduo, esse indivíduo pode invocar o direito à escusa de consciência.

Comentários

GABARITO: CERTO.

Relembremos o teor do art. 5º, inciso VIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Interpretando-se esse dispositivo, temos que é possível a escusa do cumprimento de obrigação


imposta a todos em razão da convicção filosófica do indivíduo. Todavia, nesse caso, deverá ser
cumprida uma prestação alternativa, fixada em lei.

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2. (Cespe/2015/STJ/Analista Judiciário – Área Administrativa) No que concerne aos


princípios fundamentais da República Federativa do Brasil e aos direitos fundamentais,
julgue o item.

Um cidadão detém, mais que o direito, o dever de opor-se à ordem que, emanada de
autoridades públicas, se revele manifestamente ilegal.

Comentários

GABARITO: CERTO.

O cidadão possui não apenas direitos, mas, também, deveres, conforme o Título II, Capítulo I, da
CF/1988. Entre esses deveres encontra-se o de oposição à ordem manifestamente ilegal,
conforme se extrai, ilustrativamente, do art. 5º, inciso XXXIV, alínea "a", da CF/1988:

Art. 5º (...)

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

3. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Acerca do


regramento constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

Conforme a CF, são imprescritíveis o crime de racismo e o crime consistente na ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático de direito.

Comentários

GABARITO: "CERTO"

O art. 5º, incisos XLII e XLIV, da CF/1988 prevê como crimes imprescritíveis aqueles arrolados
nessa assertiva (racismo e ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático):

Art. 5º (...)

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;

(...)

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XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

4. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Acerca do


regramento constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

Não se admite a pena de morte no Brasil.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A pena de morte é admitida no caso de guerra declarada, nos termos da CF/1988:

Art. 5º (...)

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

5. (Cespe/2017/TRE PE/TJAA/Adaptada) A respeito dos direitos e deveres individuais e


coletivos, julgue a assertiva.

É livre a manifestação do pensamento, seja ela exercida por pessoa conhecida ou por pessoa
anônima.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

O art. 5º, inciso IV, da CF/1988 veda a manifestação anônima do pensamento:

Art. 5º (...)

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Isso permite que, se houver abuso no direito de manifestação do pensamento, o responsável


responda pelo agravo, conforme previsto no inciso V do art. 5º da Lei Maior:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem

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6. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) Acerca do regramento


constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, sendo vedado à lei a criação de
condições que possam limitar ou restringir o pleno desenvolvimento desse direito.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A lei pode criar condições para exercício de trabalho, ofício ou profissão, por autorização
prevista no art. 5º, inciso XIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

7. (Cespe/2015/TRE-MT/Analista Judiciário – Área Administrativa) Acerca do regramento


constitucional dos direitos fundamentais, julgue certo ou errado.

As associações podem ser dissolvidas por decreto do Poder Executivo, na hipótese de violação
de direitos fundamentais.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A dissolução das associações depende de decisão judicial transitada em julgado, sendo


insuficiente a extinção por decreto do Poder Executivo, conforme prevê a CF/1988:

Art. 5º (...)

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

8. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A vedação à existência de tribunais de exceção, bem como a admissão de foro por prerrogativa
de função, são reflexos, em certa medida, do princípio da isonomia em sua dimensão material.

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Comentários

GABARITO: CERTO

A vedação à existência de tribunais de exceção está prevista no art. 5º, inciso, da CF/1988:

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Trata-se de medida que busca o julgamento imparcial da causa, na medida em que o órgão
competente para fazê-lo será definido de acordo com regras pré-existentes.

Por outro lado, o foro por prerrogativa de função é concedido a determinados agentes que, em
razão da posição que ocupam e das atividades que desempenham, precisam de tratamento
diferenciado, para que possa cumprir seu ofício com liberdade / autonomia / independência.

Essas medidas representam aplicação do princípio da isonomia em sua dimensão material,


considerando-se que "se trata os iguais de forma desigual e os desiguais de forma desigual, na
exata medida de suas desigualdades".

9. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A liberdade de expressão é direito fundamental que viabiliza a autodeterminação do indivíduo e


guarda estreita relação com a dignidade da pessoa humana, possuindo, ademais, dimensões
instrumental e substancial, essa última compreendendo o direito aos meios adequados à
expressão e à veiculação do que se pensa e do que se cria.

Comentários

GABARITO: ERRADO

O "direito aos meios adequados à expressão e à veiculação do que se pensa e do que se cria"
ao qual alude a assertiva diz respeito à dimensão instrumental, não à dimensão substancial, da
liberdade de expressão.

10. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A liberdade religiosa é direito fundamental que, por impor a laicidade estatal, possui dimensão
unicamente negativa, vinculando o Estado a um dever de abstenção.

Comentários

GABARITO: ERRADO

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A laicidade também possui dimensão positiva, uma vez que autoriza o Estado a garantir a
liberdade religiosa dos indivíduos.

Exemplo de dimensão positiva da atuação estatal é a previsão, na CF/1988, de proteção aos


locais de culto e a suas liturgias – art. 5º, inciso VI:

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;

11. (Cespe/2015/TRE RS/Analista Judiciário – Área Administrativa) A respeito dos direitos e


garantias fundamentais previstos na CF, julgue certo ou errado.

A razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação


constituem direito fundamental autônomo e novo, introduzido na Constituição brasileira por
emenda constitucional.

Comentários

GABARITO: ERRADO

Os princípios da eficiência e do devido processo legal eram suficientes para, mesmo antes da
promulgação da EC nº 45/2004, que incluiu o inciso LXXVIII ao art. 5º da CF/1988, permitir
inferir-se que a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação é direito dos indivíduos. O dispositivo mencionado possui a seguinte redação:

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável


duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

12. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

Caso um policial militar passe, durante a madrugada, diante de uma residência e observe a
ocorrência de transação comercial de substância entorpecente, nessa situação, ele deve
aguardar o dia amanhecer para ingressar na casa e prender os criminosos.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

Na hipótese de flagrante delito, pode haver invasão da casa do morador durante o dia ou à
noite, conforme se extrai do art. 5º, inciso XI, da CF/1988:

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XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

13. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

Para realizar manifestação nas ruas do centro de uma cidade, um sindicato depende de
autorização da autoridade de segurança pública.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

A realização de manifestação em locais públicos dispensa autorização, nos termos do art. 5º,
inciso XVI, da CF/1988:

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;

Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese
de repercussão geral no seguinte sentido:

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar
para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra
reunião no mesmo local5”.

Assim, não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas,
conforme entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

14. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) Quanto aos direitos


fundamentais, julgue;

Se, em sentença judicial transitada em julgado, José for condenado ao perdimento de bens
importados ilegalmente e, durante o curso do processo, ocorrer o falecimento de José, nessa
situação, os sucessores dele receberão o patrimônio, já que é pétrea a determinação de que
nenhuma pena pode ser estendida aos sucessores do condenado.

5 STF – RE 806.339.

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Comentários

GABARITO: "ERRADO"

Nenhuma pena pode passar da pessoa do condenado, mas a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens pode ser estendida aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido, conforme o inciso XLV do art. 5º da CF/1988:

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

15. (Cespe/2015/TRT 1ª) – Adaptada Quanto aos direitos fundamentais, julgue;

O registro civil de nascimento é gratuito para trabalhadores que recebam um salário mínimo
como fonte de renda da família.

Comentários

GABARITO: "CERTO"

Vejamos o que dispõe o art. 5º, inciso LXXVI, alínea "a", da CF/1988:

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

Por outro lado, a Lei nº 9.265/1996 estendeu essa gratuidade a todos, independentemente da
condição de pobreza, tendo o STF reconhecido a constitucionalidade da mencionada extensão,
prevista no art. 1º, inciso VI, da Lei nº 9.265/1996:

Art. 1º São gratuitos os atos necessários ao exercício da cidadania, assim


considerados:

(...)

VI - O registro civil de nascimento e o assento de óbito, bem como a primeira certidão


respectiva.

16. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

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Gravação de conversa telefônica sem autorização judicial, registrada por um dos interlocutores,
é considerada prova ilícita, ante o sigilo das comunicações telefônicas, constitucionalmente
assegurado.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

O STF entende que é “inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação do direito à
privacidade quando interlocutor grava diálogo com sequestradores, estelionatários ou qualquer
tipo de chantagista” (HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ de 25.09.98), de
modo que a gravação telefônica feita por um dos interlocutores, ainda que sem autorização
judicial, é considerada prova lícita quando se tratar de legítima defesa, por exemplo.

17. (Cespe/2008/STF/AJAJ) Com relação aos direitos e garantias fundamentais, julgue o item
que se segue.

O preso tem direito à identificação dos responsáveis pelo seu interrogatório policial

Comentários

GABARITO: CERTO.

Essa afirmativa está de acordo com o art. 5º, inciso LXIV, da CF/1988:

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

18. (Cespe/2011/TRE ES/AJAJ) Julgue o item que se segue, relativo aos direitos e às
garantias fundamentais.

Uma associação já constituída somente poderá ser compulsoriamente dissolvida mediante


decisão judicial transitada em julgado, na hipótese de ter finalidade ilícita.

Comentários

GABARITO: CERTO.

As associações somente podem ser dissolvidas compulsoriamente, por decisão judicial, após o
trânsito em julgado da aludida decisão, conforme previsto no inciso XIX do art. 5º da CF/1988:

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XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

19. (Cespe/2012/TRE RJ/AJAJ) Julgue o item a seguir, relativo aos direitos sociais e de
nacionalidade previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).

Os efeitos jurídicos de sentença transitada em julgado que trate da perda da nacionalidade


brasileira não são personalíssimos, podendo-se estender, portanto, a terceiros.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Pelo princípio da intranscendência, as penalidades possuem natureza personalíssima, podendo


ser estendidas a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens, nos
termos da lei, e até o limite do valor da herança. A personalidade não se enquadra nessas
exceções, de modo que terceiros não podem ser atingidos pelos efeitos da sentença de perda
de nacionalidade – art. 5º, inciso XLV, da CF/1988:

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de


reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;

Remédios constitucionais - mandado de segurança, mandado de injunção,


habeas corpus, habeas data e ação popular (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX,
LXXI, LXXII e LXXIII da CF/88)

20. (Cespe/2016/TRE-PI/AJAA/Adaptada) No que se refere aos direitos e às garantias


fundamentais, julgue.

Não poderá ser conhecido habeas corpus impetrado em benefício alheio por indivíduo
destituído de sanidade mental que não esteja representado ou assistido por outrem.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

A legitimidade para impetração do habeas corpus é universal. O entendimento majoritário atual


é de que qualquer indivíduo pode impetrá-lo, ainda que destituído de sanidade mental e não
esteja representado ou assistido por outrem. Esse remédio jurídico está previsto no art. 5º, inciso
LXVIII, da CF/1988:

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Art. 5º (...)

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

21. (Cespe/2016/TRE MT/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Em decorrência de ausência de previsão constitucional, estrangeiro residente no país preso pela


polícia por se envolver em uma briga após assistir a jogo de futebol em estádio não poderá
impetrar o remédio do habeas corpus.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

É entendimento pacífico da doutrina e da jurisprudência que a legitimidade para impetração de


habeas corpus é universal, ou seja, qualquer pessoa pode ajuizar a ação em comento, que está
prevista no art. 5º, inciso LXVIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

22. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Em relação aos direitos políticos, o mandado de segurança coletivo e o habeas corpus são
formas de exercício direto da soberania popular, como previsto na CF.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Nos termos do art. 14 da CF, transcrito a seguir, são formas de exercício direto da soberania
popular o voto mediante plebiscito ou referendo e a iniciativa popular:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

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III - iniciativa popular.

O mandado de segurança coletivo e o habeas corpus são remédios jurídicos previstos no art. 5º,
incisos LXVIII e LXX, da CF/1988:

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

23. (Cespe/2016/TRE PI/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

A instauração de processo administrativo disciplinar contra servidor público para apuração de


==5617c==

irregularidade funcional garante ao servidor o direito de impetrar habeas corpus para impedir o
prosseguimento do processo administrativo.

Comentários

GABARITO: ERRADA.

O habeas corpus é incabível contra instauração de PAD, pois, nesse caso, o direito de
locomoção - bem da vida tutelado pelo habeas corpus - não se encontra ameaçado. Registramos
que o habeas corpus está previsto no art. 5º, inciso LXVIII, da CF/1988:

Art. 5º (...)

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

24. (Cespe/2015/TRE GO/Analista Judiciário – Área Administrativa) Julgue o item que se


segue, no que concerne aos direitos e garantias fundamentais e à aplicabilidade das
normas constitucionais.

Qualquer associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano é parte


legítima para propor ação popular que vise à anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou ao
meio ambiente.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

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O art. 5º, inciso LXXIII, da CF/1988 estabelece que a ação popular que vise à anulação de ato
lesivo ao patrimônio público ou ao meio ambiente pode ser ajuizada por qualquer cidadão, não
por associação - ainda que essa associação esteja legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano, requisito exigido para a impetração de mandado de segurança coletivo (art.
5º, inciso LXX, alínea "b", da CF/1988).

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

(...)

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

Enumeração aberta (art. 5º, § 2º da CF/88)

25. (Cespe/2015/TRT 1ª/Analista Judiciário – Área Administrativa) – Adaptada Quanto aos


direitos fundamentais, julgue;

Os direitos fundamentais dos indivíduos estão taxativamente enumerados na CF.

Comentários

GABARITO: "ERRADO"

É pacífico o entendimento de que os direitos fundamentais previstos na CF/1988 são


exemplificativos. Ademais, há previsão, na Carta Magna, de estabelecimento de outros direitos
além daqueles previstos na Lei Maior, conforme o art. 5º, § 2º, transcrito a seguir:

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Tratados e Convenções internacionais com força de emenda constitucional (art.


5º, § 3º da CF/88)

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26. (Cespe/2016/TRE MT/AJAJ/Adaptada) Julgue a assertiva a seguir.

Dado o princípio da dignidade da pessoa humana, tratado sobre direitos humanos ratificado
pelo Brasil é automaticamente internalizado na legislação pátria como emenda constitucional.

Comentários

GABARITO: ERRADO.

Para ser equivalente às emendas, o tratado sobre direitos humanos deve passar pelo
procedimento formal de aprovação nas Casas do Congresso previsto no art. 5º, § 3º, da
CF/1988:

Art. 5º (...)

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

CADERNO DE "PEGADINHAS" INTELIGENTES

Querido aluno, cada assertiva abaixo contém uma "casca de banana" – será que você
vai escorregar em alguma? (rs)

A ideia aqui é induzi-lo levemente a cometer erros, não com o intuito de desanimá-lo,
mas para que você aumente a retenção do conteúdo estudado!

Vamos lá?

1. Depende da edição de leis infraconstitucionais a aplicação das normas definidoras dos


direitos e garantias fundamentais.
As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata (art. 5º, § 1º
da CF/88) e, portanto, não dependem da edição de leis infraconstitucionais.
2. Os direitos e garantias expressos na Constituição são exclusivos e taxativos.
Os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa
do Brasil seja parte (art. 5º, § 2º da CF/88).
3. O quórum de aprovação, com equivalência a uma emenda constitucional, dos tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos e civis é de três quintos dos votos, em dois
turnos, dos membros de cada Casa do Congresso Nacional.

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Apenas os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos possuem essa


característica. Eles precisam ser aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, para ter equivalência às emendas
constitucionais (art. 5º, § 3º da CF/88).
4. A submissão à jurisdição de um Tribunal Internacional ocorre se o Brasil manifestar adesão à
sua criação.
Não ocorre tal situação para qualquer Tribunal Internacional, mas apenas para se for um Tribunal
Penal Internacional a cuja criação o Brasil tenha manifestado adesão (art. 5º, § 4º da CF/88).
5. Na igualdade perante a lei, garantem-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à moralidade e à propriedade.
A moralidade não está inclusa no rol do art. 5º, caput da CF/88. O que é garantida aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País é a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.
6. Homens e mulheres possuem absoluta igualdade em direitos e obrigações.
A igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações se dá nos termos CF/88 (art. 5º,
II). Sendo assim, o próprio texto constitucional pode prever desigualdades entre eles, como a
idade mínima para aposentadoria (art. 40, § 1, III da CF/88).
7. A um indivíduo só se é permitido fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de lei.
Na verdade, a lei poderá obrigar alguém que se faça ou se deixe de fazer algo. Porém, não há
que se falar em permissão de lei como condição para que algo seja feito, pois "ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei" (art. 5º, II da CF/88).
Para Administração Pública é diferente, ela só pode fazer algo se houver previsão legal.
8. A tortura e o tratamento desumano ou degradante são vedados, salvo exceções
constitucionais.
A vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante é absoluta (art. 5º, III da CF/88),
não havendo exceções previstas na Constituição.
9. A manifestação do pensamento é absolutamente livre.
A manifestação do pensamento não é livre por absoluto, estando condicionada à vedação ao
anonimato (art. 5º, IV da CF/88).
10. O direito de resposta é assegurado, sendo proporcional ao dano.
O direito de resposta assegurado é proporcional ao agravo, não ao dano (art. 5º, V da CF/88).
Dano, resumidamente, é o prejuízo, de ordem material ou moral, causado por alguém a outrem.
No mesmo sentido, agravo pode ser resumido na ofensa que se faz a alguém, algo mais
relacionado ao íntimo.
11. A expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação é livre, podendo
haver situações em que seja necessária a licença.

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A liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação (art. 5º,


IX da CF/88), independe de censura ou licença, não havendo exceções previstas na Constituição.
12. É necessária a comunicação à autoridade competente para que se realizem cultos religiosos.
O texto constitucional assegura o livre exercício dos cultos religiosos e garante a proteção aos
locais de culto, sem a exigência de comunicação à autoridade competente (art. 5º, VI da CF/88).
13. Assegura-se, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis de
internação coletiva. Porém, tal prática é vedada nas entidades militares.
A prestação de assistência religiosa é assegurada, nos termos da lei, nas entidades civis e
militares de internação coletiva (art. 5º, VII da CF/88).
14. Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, salvo se as invocar para se eximir de obrigação legal a todos imposta ou recusar-se a
cumprir prestação fixada em lei.
A privação de direitos ocorrerá se o indivíduo as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e também recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada em lei (art. 5º, VIII da
CF/88).
Ou seja, para que ocorra a privação de direitos, os motivos são cumulativos, não alternativos.
15. A entrada sem consentimento na casa de alguém só é permitida em casos excepcionados,
como de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro. Também pode ocorrer, desde que
durante o dia, se houver determinação legal.
A possibilidade de entrada na residência de alguém durante o dia não se dá por determinação
legal, mas judicial (art. 5º, XI da CF/88).
16. O sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas é inviolável, mas não
absolutamente. A exceção pode ocorrer por ordem de autoridade judicial ou policial, para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal.
A exceção à inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas não
pode se dar por ordem da autoridade policial, apenas por ordem judicial (art. 5º, XII da CF/88).
17. O exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão é livre, não podendo norma
infraconstitucional restringi-lo.
O exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão realmente é livre, mas necessita ver
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer (art. 5º, XIII da CF/88).
18. O acesso à informação é assegurado a todos, com o resguardo do sigilo da fonte quando
necessário à investigação criminal.
O sigilo da fonte pode vir a ser resguardado quando necessário ao exercício profissional, não à
investigação criminal (art. 5º, XIV da CF/88).
19. A lei não pode restringir a liberdade de qualquer pessoa se locomover em território
nacional em tempos de paz, tanto para entrada quanto para a saída do país.

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A locomoção de qualquer pessoa no território nacional em tempos de paz é livre. Porém, tal
direito pode ser restringido, nos termos da lei (art. 5º, XV da CF/88).
20. A reunião em locais abertos ao público é permitida, desde que sem armas e não
frustrando outra anteriormente convocada. A CF/88 exige, apenas, que haja autorização da
autoridade competente.
Não é necessária uma autorização de autoridade competente para se reunir. Não devemos
confundir com o prévio aviso, que é condição para tal (art. 5º, XVI da CF/88).

Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese de
repercussão geral no seguinte sentido:

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que
seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo
local6”.

Não confundir, portanto, o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas, conforme
entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

21. Desde que para fins lícitos, a liberdade de associação é plena, sendo vedada a consituição
de associação de militares.
A vedação expressa no texto constitucional é para a associação de caráter paramilitar (art. 5º, XVII
da CF/88).
22. A criação de associações e, na forma da lei, de cooperativas não precisa de autorização.
Porém, é vedada a interferência estatal no funcionamento das primeiras.
É vedada a interferência estatal tanto no funcionamento das associações, quanto das
cooperativas, indistintamente (art. 5º, XVIII da CF/88).
23. A dissolução compulsória das associações e a suspensão de suas atividades só poderão
ocorrer após o trânsito em julgado da decisão judicial que as proferir.
Tanto a dissolução compulsória, quanto a suspensão das atividades das associações necessitam
de decisão judicial. Porém, apenas a primeira exige o trânsito em julgado (art. 5º, XIX da CF/88).
24. Ninguém poderá ser obrigado a associar-se ou a permanecer associado, salvo exceções
previstas no texto constitucional.
Não há essa exceção constitucional que obrigue alguém a se associar ou permanecer associado
(art. 5º, XX da CF/88).
25. Desde que haja autorização expressa, as entidades associativas têm legitimidade para
substituir seus filiados judicial ou extrajudicialmente

6 STF – RE 806.339.

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Judicial ou extrajudicialmente e com expressa autorização, as entidades possuem legitimidade


para representar seus filiados, não os substituir (art. 5º, XXI da CF/88).
26. O direito de propriedade e posse é uma garantia constitucional.
O que é garantido é o direito de propriedade, apenas (art. 5º, XXII da CF/88).
27. A desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, será
sempre indenizada em dinheiro, de maneira justa e prévia.
A indenização em dinheiro, justa e prévia poderá não ocorrer nos casos ressalvados pela própria
Constituição (art. 5º, XXIV da CF/88).
28. Se houver iminente perigo público, poderá o Estado usar de propriedade particular, sendo
assegurada ao seu proprietário indenização ulterior por esta utilização.
A indenização só ocorrerá em caso de dano decorrente de tal utilização. Assim, apenas o uso da
propriedade não cria essa obrigação ao Estado (art. 5º, XXV da CF/88).
29. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, poderá ser objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva se não for trabalhada pela família
ou comunidade.
Para a pequena propriedade rural não ser objeto de penhora para pagamento de débitos da sua
atividade, ela deverá cumprir o requisito de ser trabalhada pela família, apenas, não havendo a
ressalva para a comunidade. (art. 5º, XXVI da CF/88).
30. O direito de utilização, publicação ou reprodução de obras é vitalício e pertence
exclusivamente aos autores, não havendo sua transmissão sucessória.
Tal direito é transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar (art. 5º, XXVII da CF/88).
31. É assegurado aos criadores, aos intérpretes, às respectivas representações sindicais e
associativas e a quem mais participou da produção o direito de fiscalização do aproveitamento
econômico das obras que criarem ou de que participarem.
O texto constitucional prevê o direito aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas, não incluindo quem mais tiver participado da produção
(art. 5º, XXVIII, "b" da CF/88).
32. Assim como os direitos autorais, a lei assegurará aos autores de inventos industriais
privilégio vitalício para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos.
Neste caso, o privilégio será temporário, conforme indicado na lei específica (art. 5º, XXIX da
CF/88).
33. O direito de herança é garantido constitucionalmente, porém com certas restrições.
Não há indicação de restrições no texto constitucional, sendo o direito de herança garantido
plenamente (art. 5º, XXX da CF/88).

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34. A sucessão de bens de estrangeiros que se encontram no Brasil será regulada pela lei
brasileira, objetivando a aplicação mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros.
A regulação pela lei brasileira se dará desde que a lei pessoal do "de cujus" não seja mais
favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros. Ou seja, busca-se aplicar a lei mais favorável a eles
(art. 5º, XXXI da CF/88).
35. A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Estado por meio de lei complementar.
Não há a exigência de lei complementar para a promoção da defesa do consumidor por parte do
Estado, podendo a regulação ser por meio de lei ordinária (art. 5º, XXXII da CF/88).
36. É direito assegurado a todos o de receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, exceto aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança do Estado.
Além da segurança do Estado, a exceção também comporta as informações cujo sigilo seja
imprescindível para a segurança da sociedade (art. 5º, XXXIII da CF/88).
37. É assegurado, gratuitamente, a todos o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou para esclarecimento de situações de interesse pessoal.
O direito de petição é assegurado em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder, não para esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5º, XXXIV, "a" da CF/88).
38. É assegurada gratuitamente a todos a obtenção de certidões em repartições públicas
unicamente para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal e de
terceiros.
A obtenção de certidões em repartições públicas é assegurada para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal, apenas, não havendo de se falar em interesse
de terceiros (art. 5º, XXXIV, "b" da CF/88).
39. A lei não excluirá da apreciação dos Poderes Executivo e Judiciário lesão ou ameaça a
direito.
O texto constitucional fala da não exclusão de apreciação de lesão ou ameaça a direito apenas
do Poder Judiciário (art. 5º, XXXV da CF/88).
40. Não serão prejudicados pela lei o direito adquirido, o fato jurídico perfeito e a coisa
julgada.
41. Na verdade, a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada (art. 5º, XXXVI da CF/88).
42. Nenhum indivíduo será processado ou sentenciado senão pela autoridade competente,
havendo juízo ou tribunal de exceção para o caso de guerra declarada.
Não existe tal exceção, de guerra declarada, ao princípio do juiz natural, no qual há a garantia de não
existência de juízo ou tribunal de exceção, bem como de que apenas a autoridade competente poderá
processar e sentenciar alguém (art. 5º, XXXVII e LIII da CF/88).

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43. São assegurados à instituição do júri: a plenitude de defesa, a publicidade das votações, a
soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes contra a vida.
Há dois erros na assertiva: são assegurados o SIGILO das votações e a competência se dá apenas para o
julgamento dos crimes DOLOSOS contra a vida (art. 5º, XXXVIII, "a", "b", "c" e "d" da CF).
44. Não existe crime sem que haja lei anterior o definindo. Da mesma forma, as penas
também necessitam de prévia cominação legal. Ainda, a lei penal não poderá retroagir, salvo em
caso de crime doloso contra a vida.
A lei penal poderá retroagir apenas para beneficiar o réu (art. 5º, XXXIX e XL da CF).
45. Será punida pela lei qualquer discriminação atentatória dos direitos, deveres e liberdades
fundamentais.
A previsão de punição se dá para casos de discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais, apenas (art. 5º, XLI da CF/88).
46. A prática do racismo caracteriza crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia,
sujeitando o autor à pena de reclusão.
A prática do racismo, sujeita à pena de reclusa, constitui crime inafiançável e imprescritível, não
havendo de se falar em crime insuscetível de graça ou anistia (art. 5º, XLII da CF/88).
47. A prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos serão considerados crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático
constitui crime inafiançável e imprescritível, mas não é insuscetível de graça ou anistia (art. 5º, XLIII e
XLIV da CF/88).
48. A pena não passará da pessoa do condenado, não podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser estendidas aos sucessores e contra eles
executadas.
A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens podem ser estendidas aos
sucessores e também ser executada contra eles, até o limite do valor do patrimônio transferido (art.
5º, XLV da CF/88).
49. São vedadas as penas de perda de bens e de trabalhos forçados.
A pena de perda de bens não é vedada, sendo, inclusive, uma das possibilidades expressas no texto
constitucional (art. 5º, XLVI, "b" e XLVII da CF/88).
50. O texto constitucional admite a pena de morte em caso de guerra declarada e de
flagrante delito.
A excepcional admissão da pena de morte se dá apenas para os casos de guerra declarada (art. 5º,
XLVII, "a" e art. 84, XIX da CF/88).
51. Com respeito à integridade física e moral, o cumprimento da pena deverá ocorrer em
estabelecimentos diferentes, conforme a idade e o sexo do apenado, independentemente da
natureza do delito.

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Além da idade e sexo, a natureza do delito também será levada em consideração para se ter o local
onde o condenado cumprirá a sua pena (art. 5º, XLVIII e XLIX da CF/88).
52. As presidiárias mães têm assegurado o direito de permanecer com seus filhos até estes
completarem seis meses de idade.
As presidiárias têm asseguradas as condições para permanecer com os filhos durante o período de
amamentação, não até os seis meses da criança (art. 5º, L da CF/88).
53. Não ocorrerá a extradição de brasileiro, salvo se for naturalizado e em caso de crime
político ou de opinião.
A possibilidade da extradição de brasileiro existe apenas se este for naturalizado e ainda: se for crime
comum, desde que praticado antes da naturalização. Ou então em caso de comprovado envolvimento
com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, a qualquer tempo (art. 5º, LI da CF/88). Ou seja, a
regra é a não extradição, com essas exceções.
Além disso, o inciso LII do mesmo artigo prevê que não haverá extradição de estrangeiro por crime
político ou de opinião. Aqui há uma inversão, com a regra sendo a extradição, nada obstante
apresentando tal exceção.
54. Não se pode privar alguém de sua liberdade, de seus bens e deveres se não houver o
devido processo legal.
O texto constitucional fala em não privar ninguém da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal, não havendo menção a deveres (art. 5º, LIV da CF/88).
55. O contraditório e a ampla defesa são assegurados aos litigantes em processo judicial e aos
acusados em geral, sendo facultativa a concessão em processo administrativo.
A asseguração do contraditório e da ampla defesa ocorre tanto para os processos judiciais quanto para
os administrativos (art. 5º, LV da CF/88).
56. As provas obtidas por meios ilícitos serão admitidas para crimes dolosos contra a vida.
O texto constitucional assevera serem inadmissíveis, no processo, provas que advenham por meios
ilícitos (art. 5º, LVI da CF/88).
57. Até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória ninguém poderá ser preso
definitivamente.
O texto constitucional não fala em prisão, mas sim que não se considerará ninguém culpado até o
trânsito em julgado da condenação (art. 5º, LVII da CF/88).
58. O civilmente identificado também será submetido a identificação criminal.
Sendo o indivíduo identificado civilmente, não se submeterá a sê-lo criminalmente, salvo hipóteses
legais (art. 5º, LVIII da CF/88).
59. A ação penal privada poderá ser proposta se o Ministério Público desistir da ação pública.
A ação privada é admitida em caso de a ação pública não ser intentada no prazo previsto em lei (art.
5º, LIX da CF/88).
60. Só é possível restringir, por lei, a publicidade dos atos processuais quando for necessário
para a defesa da intimidade e para fins de investigação criminal.

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A restrição por lei da publicidade dos atos processuais somente ocorrerá em casos em que a defesa da
intimidade ou o interesse social assim o exigirem (art. 5º, LX da CF/88).
61. Não se pode prender alguém, a não ser em flagrante delito e por ordem judicial escrita e
fundamentada, salvo em casos de transgressão ou crime militar. Ainda, se a lei admitir a
liberdade provisória, ninguém será preso ou mantido na prisão desde que paga a fiança.
Os requisitos para que se possa prender alguém são alternativos, não cumulativos: ou por flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, não se exigindo esta
para os casos de transgressão militar ou crime militar (art. 5º, LXI da CF/88). Ademais, havendo
possibilidade de liberdade provisória, ninguém poderá ser levado ou mantido preso,
independentemente de fiança (art. 5º, LXVI da CF/88).
62. A prisão e o local onde se encontra o preso serão comunicados imediatamente à sua
família, ou à pessoa por ele indicada, e ao delegado competente, o qual relaxará a prisão de
imediato se esta for ilegal.
A comunicação da prisão e do local onde está o preso será para sua família ou pessoa indicada e ao juiz
competente, não ao delegado. Novamente, quem relaxará a prisão em caso de ilegalidade será a
autoridade competente (art. 5º, LXII e LXV da CF/88).
63. São direitos do preso: permanecer calado, a assistência religiosa e de advogado e a
identificação dos responsáveis pela denúncia de seu crime.
O preso tem direito de permanecer calado, a assistência da família e de advogado e à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial, não pela denúncia do crime (art. 5º,
LXIII e LXIV da CF/88).
64. O não pagamento voluntário e escusável de obrigação alimentícia permite que ocorra a
prisão civil por dívida.
A prisão civil por dívida se dá pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentar
(art. 5º, LXVII da CF/88).
65. A quem comprovar o recebimento de até um salário mínimo, o Estado prestará assistência
jurídica integral e gratuita.
A assistência jurídica será prestada pelo Estado a quem comprovar insuficiência de recursos, não o
recebimento de até um salário mínimo (art. 5º, LXXIV da CF/88).
66. O condenado por erro judiciário ou que ficar preso por tempo menor do que o fixado na
sentença será indenizado pelo Estado.
A indenização estatal ocorrerá para os condenados por erro judiciário ou que tenham ficado presos
por tempo além do previsto em sentença (art. 5º, LXXV da CF/88).
67. As ações de habeas corpus, habeas data e mandado de segurança são gratuitos. Ademais,
para os reconhecidamente pobres, também há a gratuidade para o registro civil de nascimento e
a certidão de casamento.
A CF/88 garante a gratuidade do habeas corpus e do habeas data, porém não do mandado de
segurança. Para os reconhecidamente pobres, a gratuidade do registro de civil de nascimento e a
certidão de óbito é garantida pela CF/88, mas não há tal garantia de gratuidade para a certidão de
casamento (art. 5º, LXXVI e LXXVII da CF/88).

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68. A garantia da razoável duração do processo e dos meios que garantam a celeridade de
sua tramitação não existe para o âmbito administrativo.
O texto constitucional assegura a razoável duração e os meios que garantam a celeridade de
tramitação processual para todos, em âmbito constitucional e administrativo (art. 5º, LXXVIII da
CF/88).
69. A concessão do habeas corpus ocorrerá quando um indivíduo, por ilegalidade ou abuso
de poder, sofrer ou se sentir ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
expressão.
O habeas corpus tutela a liberdade de locomoção, não a de expressão (art. 5º, LXVIII da CF/88).
70. O mandado de segurança protege o direito líquido e certo quando não for possível a via
do habeas corpus, habeas data e mandado de injunção.
O caráter residual do MS é apenas para casos de não amparo por habeas corpus e habeas data. O
mandado de injunção não está presente nesta lista no texto constitucional (art. 5º, LXIX da CF/88).
71. O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por partido político com
representação em mais da metade das Assembleias Legislativas
A exigência do MS coletivo para partidos políticos é a representação no Congresso Nacional, não nas
Assembleias Legislativas (art. 5º, LXX, "a" da CF/88).
72. O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por associação legalmente
instituída e em funcionamento há pelo menos dois anos.
O período mínimo de funcionamento das associações para que possam impetrar o MS coletivo é de um
ano, não dois (art. 5º, LXX, "b" da CF/88).
73. O mandado de injunção será concedido quando a ausência de norma regulamentadora
prejudique as prerrogativas inerentes à nacionalidade, liberdade e cidadania.
O mandado de injunção está relacionado à ausência de norma que inviabilize o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania,
não sendo mencionada a liberdade (art. 5º, LXXI da CF/88).
74. A concessão do habeas data ocorrerá para garantir ao indivíduo que o impetra o
conhecimento de informações pessoais presentes em registros de caráter público ou privado.
O habeas data está relacionado a informações pessoais presentes em registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público, não de caráter privado. (art. 5º, LXXII, "a" da CF/88).
75. A ação popular poderá ser proposta por qualquer pessoa visando a anular lesão à
moralidade administrativa e ao patrimônio público, incluindo-se, aí, o patrimônio dos membros
dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas.
A ação popular poderá ser proposta por qualquer cidadão, não qualquer pessoa. Ainda, ela visa, dentre
outras, a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe (art. 5º,
LXXII, "b" da CF/88).
Não se inclui em tal patrimônio, assim, o patrimônio particular dos membros de quaisquer dos
poderes, do Ministério Público ou dos Tribunais de Contas.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo, proporcionar
uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de perguntas que exigem
respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma autoexplicação mental de alguns pontos do conteúdo, para consolidar
melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim, ao
resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do conteúdo, mas
muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor os
diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido na
sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar a
resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

Teoria geral dos direitos fundamentais

1. Qual a diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos?


2. Quais são as principais características dos direitos fundamentais? Explique cada uma delas.
3. Quais são as três gerações de direitos fundamentais classicamente identificadas pela
doutrina?
4. As gerações de direitos fundamentais substituem umas às outras?

Direitos fundamentais na CF/88

5. O que são direitos fundamentais? E garantias fundamentais?


6. Qual o princípio-matriz de todos os direitos fundamentais?
7. Os direitos fundamentais podem ser legalmente restringidos de maneira ilimitada?
8. O que são as eficácias vertical e horizontal dos direitos fundamentais?

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9. Há hierarquia entre direitos fundamentais? Como resolver conflitos entre eles?


10. De acordo com art. 5º, § 1º, da CF/88, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata. O que isso significa?
11. O rol de Direitos Fundamentais previsto no Título II da CF/88 é exaustivo?
12. O que se faz necessário para que os tratados internacionais de direitos humanos obtenham
status de emenda constitucional no ordenamento jurídico brasileiro?
13. Qual o status dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos aprovados
pelo rito ordinário?
14. Qual o status dos tratados e convenções internacionais sobre outros temas que não direitos
humanos?
15. Quais são os requisitos para que o Brasil se submeta à jurisdição de Tribunal Internacional,
nos termos da CF/88?

Catálogo dos direitos e deveres individuais e coletivos – art. 5º, caput e


incisos I a LXXVIII da CF/88

16. Qual o rol de direitos fundamentais básicos previsto no caput do art. 5º da CF/88?
17. O direito à vida abrange apenas a vida extrauterina?
18. O direito à vida é absoluto?
19. O que determina o princípio da igualdade (art. 5º, inciso I da CF/88)?
20. Qual a diferença entre “igualdade na lei” e “igualdade perante a lei”?
21. A CF/88 preocupou-se com a vedação ao tratamento desumano ou ao degradante?
22. A CF/88 prevê algum limite ao direito de resposta?
23. A liberdade de expressão é absoluta?
24. A Administração Pública pode realizar prestação religiosa?
25. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), instauradas em qualquer esfera de
governo, podem determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal?
26. Qual o conceito de “casa” para fins de aplicação do princípio da inviolabilidade domiciliar
(art. 5º, XI da CF/88)?
27. É possível adentrar à casa, sem consentimento do morador, para prestar socorro, durante a
noite?
28. Quais os requisitos que possibilitam a interceptação das comunicações telefônicas?
29. Todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições
legais para o seu exercício, com base no inciso XIII, art. 5º da CF/88?
30. A liberdade de locomoção no território nacional vigora em qualquer circunstância?
31. É possível a realização de “Marcha de Maconha”, desde que possua finalidade pacífica,
ocorra em local aberto ao público, não frustre outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local e seja previamente autorizada pela autoridade competente?
32. Qual o órgão público responsável por autorizar a criação das associações?

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33. Qual função deverá ser atendida pela propriedade?


34. Caso a autoridade competente use propriedade particular, no caso de iminente perigo
público, deverá indenizar o proprietário?
35. A pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para
pagamento de débitos estranhos à sua atividade produtiva?
36. A CF assegura a competência do júri para o julgamento dos crimes culposos contra a vida e
a intimidade, sendo que a votação deve ser aberta?
37. De acordo com o inciso XXXIX do art. 5º da CF/88, "não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal". A "lei" prevista no dispositivo deve ser
considerada em sentido estrito ou amplo?
38. É possível a definição de crimes por meio de medida provisória?
39. A lei penal pode retroagir, mesmo que acabe prejudicando o réu?
40. Qual a pena a ser aplicada ao crime de racismo?
41. Quais são os crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, nos termos da CF?
42. Quem deve responder pelos crimes hediondos?
43. A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático é previsto como que tipo de crime na CF/88?
44. O que assevera o princípio da intransmissibilidade da pena?
45. Quais as penas previstas pela CF quando trata da individualização da pena? O rol é
exaustivo ou exemplificativo?
46. Quais as penas vedadas pela CF?
47. De acordo com a CF/88, quais são os fatores a serem considerados para distinguir os
estabelecimentos em que serão cumpridas as penas?
48. O que a CF/88 fala sobre a integridade física e moral dos presos?
49. O que a CF/88 fala sobre as presidiárias cujos filhos estão em período de amamentação?
50. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em caso de crime de furto cometido após a
naturalização?
51. Quais espécies de crime não podem fundamentar extradição de estrangeiro, por expressa
vedação constitucional?
52. Qual a diferença entre devido processo legal nos aspectos formal e material (art. 5º, LIV da
CF/88)?
53. O que a Constituição assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral?
54. O que a CF/88 assevera sobre as provas obtidas por meios ilícitos?
55. A partir de quando uma pessoa poderá ser considerada culpada?
56. A lei pode prever hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já foi
identificado civilmente?
57. É possível restringir-se a publicidade dos atos processuais?
58. No caso de flagrante delito, é necessária ordem judicial para que seja efetuada a prisão?

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59. Quem deve ser comunicado sobre a prisão de um indivíduo? Em quanto tempo essa
comunicação deve ocorrer? O que deve ser objeto dessa comunicação?
60. O que a Constituição fala sobre a prisão ilegal?
61. É possível a prisão por dívida? Em quais casos?
62. O direito à assistência jurídica gratuita e integral é aplicável apenas às pessoas físicas que
comprovarem insuficiência de recursos?
63. O que a Constituição assegura ao condenado por erro judiciário, bem como ao que ficar
preso além do tempo fixado na sentença?
64. O que a CF/88 assegura de forma gratuita a) apenas aos reconhecidamente pobres; b) a
todos?
65. Qual o prazo de duração de um processo assegurado pela Constituição?

Remédios constitucionais (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII e LXXVII)

66. Qual o direito protegido pelo habeas corpus?


67. O habeas corpus possui característica repressiva ou preventiva?
68. Qual a legitimidade ativa do habeas corpus? E a passiva?
69. Qual a finalidade do mandado de segurança?
70. O mandado de segurança possui natureza civil ou penal?
71. É possível a concessão de medida liminar em mandado de segurança?
72. É cabível mandado de segurança contra lei?
73. Quais as espécies de direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo?
74. Qual a finalidade do mandado de injunção?
75. Quem são os legitimados ativos do mandado de injunção?
76. O mandado de injunção coletivo é previsto de forma expressa na Constituição?
77. Quais os pressupostos para o cabimento do mandado de injunção?
78. É possível mandado de injunção para suprir falta de norma regulamentadora
infraconstitucional?
79. Qual a finalidade do habeas data, conforme previsto na CF/88? Qual sua legitimação ativa?
80. Suponha que Fernando tenha o objetivo de conhecer as informações relativas a ele
existentes no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), uma entidade privada.
Considere que tal banco de dados possua caráter público. Fernando poderia, como medida
inicial, ingressar com habeas data no Poder Judiciário para atingir seu objetivo?
81. Qual a finalidade da ação popular, conforme previsto na CF/88?
82. O que é “cidadão” para fins de propositura de ação popular?

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Perguntas com respostas

Teoria geral dos direitos fundamentais

1. Qual a diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos?

A expressão "direitos fundamentais" é utilizada para tratar dos direitos de pessoas previstos no
ordenamento jurídico de um dado país, enquanto a expressão "direitos humanos" é utilizada para se
referir de forma universal aos direitos do homem, portanto, sem levar em conta quaisquer normas de
qualquer país.

2. Quais são as principais características dos direitos fundamentais? Explique cada uma delas.

Universalidade: abrangem todos os indivíduos, de modo indiscriminado;

Historicidade: são fruto de conquistas acumuladas ao longo da história;

Inalienabilidade: não podem ser transferidos, alienados a outrem;

Imprescritibilidade: não desaparecem com o decurso do tempo;

Irrenunciabilidade: não podem ser renunciados, dispostos, pelos seus titulares, via de regra;

Relatividade (ou limitabilidade): não possuem natureza absoluta, sendo limitados por outros direitos
fundamentais previstos constitucionalmente;

Complementaridade: não devem ser interpretados isoladamente, mas sim como um conjunto único.

Concorrência: são passíveis de exercício em conjunto, de maneira cumulativa;

Efetividade: a atividade do Estado deve estar voltada à efetivação dos direitos fundamentais; e

Inviolabilidade: não podem ser inobservados pelas leis e pelos agentes públicos.

3. Quais são as três gerações de direitos fundamentais classicamente identificadas pela


doutrina?

São os direitos de primeira, segunda e terceira :

Primeira geração: direitos que caracterizam um dever de abstenção estatal aos indivíduos, a fim de
livrá-los da ingerência abusiva do Estado. Realçam o princípio da liberdade, com foco no homem
individualmente considerado, consagrando direitos civis e políticos.

Segunda geração: direitos que caracterizam uma obrigação de fazer estatal em prol da população, por
meio de políticas e serviços públicos, com a finalidade de proporcionar igualdade e bem-estar à
população. Realçam o valor-fonte igualdade, consagrando direitos econômicos, sociais e culturais.

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Terceira geração: direitos que transcendem os interesses individuais para se preocupar com a
coletividade, consagrando direitos transindividuais, supraindividuais, de titularidade coletiva ou
difusa. Realçam o princípio da fraternidade, consagrando os direitos difusos e os coletivos.

4. As gerações de direitos fundamentais substituem umas às outras?

Não, os direitos da geração seguinte se acumulam com os das gerações anteriores, que permanecem
plenamente eficazes.

Direitos fundamentais na CF/88

5. O que são direitos fundamentais? E garantias fundamentais?

Os direitos fundamentais são os direitos da pessoa humana declarados constitucionalmente, são os


bens e vantagens protegidos pela Constituição, em si mesmo considerados.

Por outro lado, as garantias fundamentais são os instrumentos previstos na Constituição para
proteger aqueles bens, ou seja, são instrumentos por meio dos quais é assegurado o exercício dos
direitos fundamentais, bem como sua pronta reparação, nos casos em que tais direitos forem violados.

6. Qual o princípio-matriz de todos os direitos fundamentais?

Princípio da dignidade da pessoa humana7 (art. 1º, inciso III da CF/88).

7. Os direitos fundamentais podem ser legalmente restringidos de maneira ilimitada?

Não, as restrições impostas pela lei devem razoáveis, proporcionais, preservando a essência do direito
a ser objeto de restrição (“teoria dos limites dos limites”).

8. O que são as eficácias vertical e horizontal dos direitos fundamentais?

A eficácia vertical implica que os direitos fundamentais aplicam-se às relações entre os particulares e
o Estado ("relações verticais").

Por sua vez, a eficácia horizontal implica que os direitos fundamentais também incidem nas relações
privadas (“relações horizontais”).

No Brasil, os direitos fundamentais possuem tanto eficácia vertical, quanto eficácia horizontal.

9. Há hierarquia entre direitos fundamentais? Como resolver conflitos entre eles?

Não há hierarquia entre direitos fundamentais, de modo que na hipótese de conflito entre dois ou mais
deles, o intérprete deve efetuar uma ponderação, valendo-se do princípio da concordância prática (ou
da harmonização).

7 Lenza, 2016, p. 1164.

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10. De acordo com art. 5º, § 1º, da CF/88, as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais possuem aplicação imediata. O que isso significa?

Significa que essas normas são aplicáveis desde já no limite do possível, até onde haja condições para
seu atendimento por parte das instituições – inclusive o Poder Judiciário não pode deixar de aplicá-las,
caso provocado em uma situação concreta nelas garantida.

11. O rol de Direitos Fundamentais previsto no Título II da CF/88 é exaustivo?

Não, há outros direitos fundamentais espalhados pelo texto constitucional, como o direito ao meio
ambiente (art. 225) e o princípio da anterioridade tributária (art.150, III, “b”).

Além disso, o Brasil possui um sistema aberto de direitos fundamentais, já que é possível haver outros
direitos fundamentais decorrentes dos princípios constitucionais por ela adotados ou da assinatura de
tratados internacionais pela República Federativa do Brasil, consoante art. 5º, § 2º da CF/88.

12. O que se faz necessário para que os tratados internacionais de direitos humanos obtenham
status de emenda constitucional no ordenamento jurídico brasileiro?

Devem ser aprovados em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos por três quintos dos votos
dos respectivos membros (art. 5º, § 3º da CF/88).

13. Qual o status dos tratados e convenções internacionais de direitos humanos aprovados
pelo rito ordinário?

Possuem status de norma supralegal: situam-se hierarquicamente logo abaixo da Constituição e acima
das demais normas do ordenamento jurídico.

14. Qual o status dos tratados e convenções internacionais sobre outros temas que não direitos
humanos?

Status de lei ordinária.

15. Quais são os requisitos para que o Brasil se submeta à jurisdição de Tribunal Internacional,
nos termos da CF/88?

Requisitos:

a) O Brasil deve ter manifestado adesão à criação do Tribunal Internacional;

b) O Tribunal deve ter natureza penal.

Catálogo dos direitos e deveres individuais e coletivos – art. 5º, caput e


incisos I a LXXVIII da CF/88

16. Qual o rol de direitos fundamentais básicos previsto no caput do art. 5º da CF/88?

Direito à vida; direito à liberdade; direito à igualdade; direito à segurança; e direito à propriedade.

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Frase mnemônica para guardar o rol do dispositivo: "ProLiVIg-Se ".

Pro = propriedade;

Li = liberdade;

V = vida;

Ig = igualdade;

Se = segurança.

17. O direito à vida abrange apenas a vida extrauterina?

Não, abrange também a vida intrauterina.

18. O direito à vida é absoluto?

Não, é relativo, já que a CF/88 admite a possibilidade de pena de morte em caso de guerra declarada
(art. 5º, inciso XLVII).

19. O que determina o princípio da igualdade (art. 5º, inciso I da CF/88)?

Que seja dado tratamento igual aos que estão em condições equivalentes e desigual aos que estão em
condições diversas, dentro de suas desigualdades.

20. Qual a diferença entre “igualdade na lei” e “igualdade perante a lei”?

A igualdade "na lei” diz respeito ao tratamento isonômico na elaboração da lei, enquanto a igualdade
"perante a lei" impõe que a lei já elaborada e em vigor seja aplicada a todos sem discriminação.

21. A CF/88 preocupou-se com a vedação ao tratamento desumano ou ao degradante?

Ambos os tratamentos, junto com a tortura, foram objeto de preocupação (e vedação) por parte da
CF/88 (art. 5º, inciso III).

22. A CF/88 prevê algum limite ao direito de resposta?

Sim, o direito de resposta deve ser proporcional ao agravo (art. 5º, inciso V da CF/88).

23. A liberdade de expressão é absoluta?

Não, apesar de ser vedada a censura, a liberdade de expressão é limitada por outros direitos
fundamentais, como, por exemplo, a inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indivíduo.

24. A Administração Pública pode realizar prestação religiosa?

Não, em razão do Brasil ser um Estado laico. A assistência religiosa prevista no inciso VII do art. 5º da
CF/88 possui caráter privado, de incumbência dos representantes habilitados de cada religião.

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25. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), instauradas em qualquer esfera de


governo, podem determinar a quebra de sigilo bancário e fiscal?

Não, somente as CPIs federais e estaduais possuem essa prerrogativa.

26. Qual o conceito de “casa” para fins de aplicação do princípio da inviolabilidade domiciliar
(art. 5º, XI da CF/88)?

O conceito de “casa” é abrangente, englobando a) qualquer compartimento habitado; b) qualquer


aposento ocupado de habitação coletiva; e c) qualquer compartimento privado não aberto ao público,
onde alguém exerce profissão ou atividade pessoal.

27. É possível adentrar à casa, sem consentimento do morador, para prestar socorro, durante a
noite?

Sim, para prestar socorro, é possível adentrar à casa a qualquer hora, sem consentimento do morador,
conforme redação do art. 5º, XI da CF/88.

28. Quais os requisitos que possibilitam a interceptação das comunicações telefônicas?

Conforme art. 5º, inciso XII da CF/88: a) ordem judicial; b) existência de investigação criminal ou
instrução processual penal; c) lei que preveja as hipóteses e a forma em que esta poderá ocorrer.

29. Todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições


legais para o seu exercício, com base no inciso XIII, art. 5º da CF/88?

Não. Nesse sentido, o STF entende que só é possível exigir-se inscrição em conselho de fiscalização
profissional quando houver de potencial lesivo na atividade.

30. A liberdade de locomoção no território nacional vigora em qualquer circunstância?

Não, a locomoção é livre apenas em tempo de paz e, além disso, pode ser restringida por meio de lei
(art. 5º, inciso XV da CF/88).

31. É possível a realização de “Marcha de Maconha”, desde que possua finalidade pacífica,
ocorra em local aberto ao público, não frustre outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local e seja previamente autorizada pela autoridade competente?

Na verdade, não há necessidade de autorização, mas sim de prévio aviso à autoridade competente,
conforme art. 5º, inciso XVI da CF/88.

Sobre o requisito de prévio aviso à autoridade competente, o STF emitiu recentemente tese de
repercussão geral no seguinte sentido:

“A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é


satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que

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seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo
local8”.

- Não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas, conforme
entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

Os demais requisitos foram atendidos, quais sejam:

a) ocorrer de maneira pacífica;

b) ausência de armas;

c) realização em locais abertos ao público;

d) não poderá frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local;

e) prévio aviso à autoridade competente, sendo desnecessária autorização.

Assim, cuidado para não confundir o “prévio aviso” (necessário, nos termos da CF/88, com ressalvas,
conforme entendimento do STF) com “autorização” (desnecessária)!

Vale lembrar que o STF já considerou válida a realização de tal tipo de reunião ("Marcha da
Maconha"), desde que sejam atendidos os requisitos constitucionais e não ocorra a incitação, o
incentivo ou o estímulo ao consumo de entorpecentes na sua realização9.

32. Qual o órgão público responsável por autorizar a criação das associações?

Nenhum! É desnecessária autorização do poder público para a criação das associações e, na forma da
lei, de cooperativas (art. 5º, XVIII da CF/88).

33. Qual função deverá ser atendida pela propriedade?

Função social (art. 5º, XXIII da CF/88).

34. Caso a autoridade competente use propriedade particular, no caso de iminente perigo
público, deverá indenizar o proprietário?

Só se houver dano é que haverá indenização ulterior (art. 5º, XXV da CF/88).

35. A pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para
pagamento de débitos estranhos à sua atividade produtiva?

Sim, conforme leitura do art. 5º, XXVI da CF/88, os requisitos constitucionais para a garantia de
impenhorabilidade da pequena propriedade rural:

8 STF – RE 806.339.
9 STF – ADPF 187.

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a) deve ser trabalhada pela família; e

b) o débito deve decorrer da atividade produtiva da propriedade.

Assim, se o débito é estranho à atividade produtiva, não há garantia da impenhorabilidade.

36. A CF assegura a competência do júri para o julgamento dos crimes culposos contra a vida e
a intimidade, sendo que a votação deve ser aberta?

Não, a competência abrange apenas crimes dolosos contra a vida, sendo assegurado o sigilo das
votações, conforme art. 5º, XXXVIII, alíneas “b” e “d” da CF/88.

37. De acordo com o inciso XXXIX do art. 5º da CF/88, "não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal". A "lei" prevista no dispositivo deve ser
considerada em sentido estrito ou amplo?

Deve ser considerada em sentido estrito, ou seja, lei formal editada pelo Poder Legislativo (princípio
da reserva legal em matéria penal).

38. É possível a definição de crimes por meio de medida provisória?

Não, em razão da vedação prevista no art. 62, § 1º, I, “b” da CF/88.

Obs: preocupe-se com tal informação apenas caso em seu edital esteja previsto o conteúdo abordado nos
dispositivos mencionados.

39. A lei penal pode retroagir, mesmo que acabe prejudicando o réu?

Não, só é possível a retroatividade da lei penal para beneficiar o réu (art. 5º, XL da CF/88).

40. Qual a pena a ser aplicada ao crime de racismo?

Pena de reclusão (art. 5º, XLII da CF/88).

41. Quais são os crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, nos termos da CF?

Tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, e os crimes hediondos (art. 5º, XL
da CF/88).

42. Quem deve responder pelos crimes hediondos?

Os mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem (art. 5º, XLIII da CF/88).

43. A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático é previsto como que tipo de crime na CF/88?

Como crime inafiançável e imprescritível (art. 5º, XLIV da CF/88).

44. O que assevera o princípio da intransmissibilidade da pena?

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Assevera que a pena só pode ser cumprida pelo condenado, não por terceiros (art. 5º, XLV da CF/88).

45. Quais as penas previstas pela CF quando trata da individualização da pena? O rol é
exaustivo ou exemplificativo?

As penas previstas são (art. 5º, XLVI da CF/88):

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos.

Frase mnemônica para guardar o rol do dispositivo: "Priva + PerMulta + SuPre".

Priva = privação ou restrição da liberdade;

Per = perda de bens;

Multa = multa;

Su = suspensão ou interdição de direitos;

Pre = prestação social alternativa.

O rol previsto na CF/88 é não exaustivo ("entre outras"), de modo que a lei poderá criar novas penas.

46. Quais as penas vedadas pela CF?

Conforme art. 5º, inciso XLVII da CF/88, são vedadas as penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis.

Frase para ajudar a memorização: "O banimento cruel força a morte perpétua", de modo que:

banimento = de banimento;

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cruel = cruéis;

força = de trabalhos forçados;

morte = de morte, salvo em caso de guerra declarada; e

perpétua = de caráter perpétuo.

47. De acordo com a CF/88, quais são os fatores a serem considerados para distinguir os
estabelecimentos em que serão cumpridas as penas?

Os fatores são (art. 5º, XLVIII da CF/88):

a) natureza do delito;

b) idade do apenado;

c) sexto do apenado.

Frase mnemônica para ajudar a memorização: "Ida De Sexta"

Ida = idade do apenado;

De = natureza do delito;

Sexta = sexo do apenado.

48. O que a CF/88 fala sobre a integridade física e moral dos presos?

A CF/88 assegura aos presos o respeito à integridade física e moral (art. 5º, XLIX).

49. O que a CF/88 fala sobre as presidiárias cujos filhos estão em período de amamentação?

A Constituição assegura às presidiárias condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação (art. 5º, L da CF/88).

50. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em caso de crime de furto cometido após a
naturalização?

Não, já que no caso de crime comum, a extradição só é possível caso o crime tenha sido praticado antes
da naturalização (art. 5º, LI da CF/88).

51. Quais espécies de crime não podem fundamentar extradição de estrangeiro, por expressa
vedação constitucional?

Crime político ou de opinião ("não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião", conforme art. 5º, LII da CF/88).

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52. Qual a diferença entre devido processo legal nos aspectos formal e material (art. 5º, LIV da
CF/88)?

Aspecto formal: devem ser asseguradas às partes garantias jurídico-processuais mínimas para fazer
valer seus interesses e defender seus direitos.

Aspecto material: as decisões proferidas no âmbito do processo devem ser efetivamente justas,
razoáveis, proporcionais, desprovidas de arbitrariedade.

53. O que a Constituição assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral?

Assegura o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV da
CF/88).

54. O que a CF/88 assevera sobre as provas obtidas por meios ilícitos?

Que elas são inadmissíveis no processo (art. 5º, LVI da CF/88).

55. A partir de quando uma pessoa poderá ser considerada culpada?

A partir do trânsito em julgado de sentença penal condenatória (art. 5º, LVII da CF/88).

56. A lei pode prever hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já foi
identificado civilmente?

Sim, já que a lei poderá trazer hipóteses de identificação criminal mesmo quando o indivíduo já foi
identificado civilmente, nos termos do art. 5º, LVIII da CF/88.

57. É possível restringir-se a publicidade dos atos processuais?

Sim, desde que por lei, quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem art. 5º, LX da
CF/88.

58. No caso de flagrante delito, é necessária ordem judicial para que seja efetuada a prisão?

Não, no caso de flagrante delito, não se exige ordem judicial (art. 5º, LXI da CF/88).

Sem flagrante delito, regra geral, só pode efetuar-se prisão por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente. Exceções (pode prender mesmo sem ordem judicial):

a) Transgressão militar;

b) Crime propriamente militar.

Já quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança, não é possível efetuar-se prisão (art.
5º, LXVI da CF/88).

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59. Quem deve ser comunicado sobre a prisão de um indivíduo? Em quanto tempo essa
comunicação deve ocorrer? O que deve ser objeto dessa comunicação?

O juiz competente e a família do preso ou a pessoa por ele indicada (art. 5º, LXII da CF/88).

A comunicação deve ser imediata, dela devendo ser objeto a notícia da prisão em si, bem como o local
em que se encontra o preso.

60. O que a Constituição fala sobre a prisão ilegal?

Que ela deve ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (art. 5º, LXV da CF/88).

61. É possível a prisão por dívida? Em quais casos?

A Constituição prevê que, via de regra, não é possível a prisão por dívida, exceto em duas situações:

a) a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia;

b) do depositário infiel (cuidado aqui!).

Nada obstante, a prisão do depositário infiel não é mais aplicável no ordenamento jurídico brasileiro
em razão da ratificação, pelo Brasil, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e da
Convenção Americana sobre Direito humanos – Pacto de San José da Costa Rica.

Portanto, a única hipótese de prisão civil por dívida admitida atualmente é a que ocorre em virtude do
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.

62. O direito à assistência jurídica gratuita e integral é aplicável apenas às pessoas físicas que
comprovarem insuficiência de recursos?

Não somente a tais pessoas físicas, mas também às jurídicas que comprovem hipossuficiência.

63. O que a Constituição assegura ao condenado por erro judiciário, bem como ao que ficar
preso além do tempo fixado na sentença?

Assegura indenização por parte do Estado (art. 5º, LXXV da CF/88).

64. O que a CF/88 assegura de forma gratuita a) apenas aos reconhecidamente pobres; b) a
todos?

a) Apenas aos reconhecidamente pobres: o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art. 5º,
LXXVI da CF/88).

Nada obstante, a lei não está impedida de estender tal direito a outros cidadãos que não sejam
reconhecidamente pobres.

b) A todos: as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania (art. 5º, LXXVII da CF/88).

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65. Qual o prazo de duração de um processo assegurado pela Constituição?

A CF/88 não estipula um prazo específico, apenas assegura que a duração do processo será "razoável",
além dos meios que garantam celeridade na sua tramitação.

Remédios constitucionais (art. 5º, incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII e LXXVII)

66. Qual o direito protegido pelo habeas corpus?

Direito de locomoção.

67. O habeas corpus possui característica repressiva ou preventiva?

O habeas corpus pode ser tanto repressivo (para devolver ao indivíduo a liberdade de locomoção que
já foi perdida) quanto preventivo (para resguardar o indivíduo de uma eventual perda da liberdade de
locomoção).

68. Qual a legitimidade ativa do habeas corpus? E a passiva?

O habeas corpus possui legitimidade universal, podendo ser impetrado por qualquer pessoa física ou
jurídica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério Público.

Por sua vez, o legitimado passivo é a autoridade coatora, seja ela de caráter público ou um particular.

69. Qual a finalidade do mandado de segurança?

Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD (caráter residual) – art. 5º, LXIX da
CF/88.

70. O mandado de segurança possui natureza civil ou penal?

O mandado de segurança tem natureza civil, embora possa ser utilizado em processos penais.

71. É possível a concessão de medida liminar em mandado de segurança?

Sim, entretanto, há exceções previstas em lei10, quais sejam, quando a liminar tenha por objeto a:

a) compensação de créditos tributários;

b) entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;

c) reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a


extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

72. É cabível mandado de segurança contra lei?

10 Lei 12.016/2009, art. 7º, § 2º.

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Sim, desde que seja uma lei de efeitos concretos (jamais lei em tese – de caráter geral e abstrato).

73. Quais as espécies de direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo?

a) direitos coletivos, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja


titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação
jurídica básica;

b) direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum e da


atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do
impetrante.

74. Qual a finalidade do mandado de injunção?

Suprir omissão total ou parcial de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.

O MI coletivo, especificamente, presta-se à proteção dos direitos, das liberdades e das


prerrogativas pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou
determinada por grupo, classe ou categoria11.

75. Quem são os legitimados ativos do mandado de injunção?

Qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira).

No caso de mandado de injunção coletivo12:

a) partido político;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação constituída e em funcionamento há


pelo menos um ano;

c) Ministério Público;

d) Defensoria Pública.

76. O mandado de injunção coletivo é previsto de forma expressa na Constituição?

Não, o mandado de injunção coletivo passou a ser previsto de forma expressa na Lei 13.300/2016,
embora o STF já reconhecesse sua possibilidade antes disso, mesmo diante do silêncio da CF/88.

11 Lei 13.300/2016, art. 12, parágrafo único.


12 Lei 13.300/2016, art. 12, incisos I a IV.

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77. Quais os pressupostos para o cabimento do mandado de injunção?

São os três pressupostos seguintes:

a) Falta (total ou parcial) de norma que regulamente uma norma constitucional programática
propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva;

b) Nexo de causalidade entre a omissão do Poder Público e a impossibilidade de exercício, por parte
do impetrante, de um direito inerente à nacionalidade, à soberania ou à cidadania;

c) O decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora, sem que tenha sido
editada.

78. É possível mandado de injunção para suprir falta de norma regulamentadora


infraconstitucional?

Não! O mandado de injunção somente repara falta de regulamentação de direito previsto na


Constituição Federal.

79. Qual a finalidade do habeas data, conforme previsto na CF/88? Qual sua legitimação ativa?

Finalidade:

a) assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de


registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) retificar dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Legitimação ativa: qualquer pessoa (física ou jurídica, nacional ou estrangeira).

80. Suponha que Fernando tenha o objetivo de conhecer as informações relativas a ele
existentes no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), uma entidade privada.
Considere que tal banco de dados possua caráter público. Fernando poderia, como medida
inicial, ingressar com habeas data no Poder Judiciário para atingir seu objetivo?

Não. Embora seja possível que uma entidade privada possua banco de dados de caráter público, o
habeas data só pode ser impetrado após o indeferimento do pedido de informações de dados pessoais,
ou da omissão em atendê-lo13.

Assim, primeiro Fernando deve solicitar as informações ao SPC e, somente em caso de negativa ou de
omissão da entidade poderia, posteriormente, ingressar com o habeas data no Judiciário.

81. Qual a finalidade da ação popular, conforme previsto na CF/88?

Anular ato lesivo:

13 Lei 9.507/1997, art. 8º.

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a) ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe;

b) à moralidade administrativa;

c) ao meio ambiente; e

d) ao patrimônio histórico e cultural.

82. O que é “cidadão” para fins de propositura de ação popular?

Cidadão é a pessoa natural no gozo da capacidade eleitoral ativa, ou seja, um brasileiro nato ou
naturalizado no gozo de seus direitos políticos.

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