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Capítulo 4

1ª Lei Termodinâmica:
DEM - ISEC - Sistemas Fechados -
Enunciado da 1ª Lei da Termodinâmica (Lei da conservação de
Termodinâmica

energia):

• A energia não pode ser criada nem destruída, apenas pode mudar de
forma.
ou de outro modo,

• Durante uma interacção entre um sistema e a sua vizinhança, a


quantidade de energia ganha pelo sistema, é igual à perdida pela
vizinhança.
Luísa
Pais Vaz
• A energia pode atravessar as fronteiras de um sistema fechado, em

4-1 forma de Calor(Q) ou de Trabalho(W).

Formas Mecânicas de Trabalho

• Como referido anteriormente,

DEM - ISEC
2
W=F×s ou W   Fds , caso a força não seja constante.
1
Termodinâmica

1. Trabalho de compressão ou de expansão:

Wb  F.ds  P.A.ds  P.dV

2
Wb   P.dV
Luísa 1
Pais Vaz

4-2

1
Formas Mecânicas de Trabalho

Diagrama P-V da expansão anterior:

DEM - ISEC
2
Wb   P.dV
1
Termodinâmica

2 2
Área  A   dA   PdV  Wb
1 1

• Comparando estas expressões, chega-se à conclusão de que a área


Luísa por baixo da curva do diagrama P-V, é igual em magnitude, ao trabalho
Pais Vaz realizado durante um processo de expansão ou compressão de um
sistema fechado.
4-3

Transformações de sistemas fechados


p p

p1 1 p2 2

DEM - ISEC V2 V1
re = rc =
V1 V2

2 1
Termodinâmica

p2 p1
W (+) W(-)

V1 V2 V V2 V1 V

a) Expansão b) Compressão

• Trabalho será realizado pelo sistema (considerado positivo)


quando a transformação for uma expansão, ou seja, quando o
sistema sofrer um aumento de volume.
• Trabalho será fornecido ao sistema (considerado negativo) quando
a transformação for uma compressão, ou seja, quando o sistema
Luísa
Pais Vaz
sofrer uma diminuição de volume.
• re - razão de expansão ou taxa de expansão
4-4
• rc - razão ou taxa de compressão

2
Formas Mecânicas de Trabalho

• Alguns processos típicos:


DEM - ISEC

a) Volume constante: P 1 2
W   PdV  0
Termodinâmica

2
1

b) Pressão constante P 2 1

Luísa V
Pais Vaz 2 2
W   PdV  P  dV  PV2  V1 
4-5 1 1

Transformações Isobáricas e Isocóricas


Transformação Isocórica: volume mantém constante
p

DEM - ISEC p1 1

dV = 0  W = 0
Termodinâmica

p2 2 Q = U
V1 =V2 V

Transformação Isobárica: pressão mantém constante

p 1=p2=p
1 2
W  p.(V2  V1)
Área =
Luísa
Pais Vaz = p.(V2-V1)

V1 V2 V
4-6

3
Formas Mecânicas de Trabalho
mRT
c) Temperatura constante, gás ideal: P
V
DEM - ISEC
Termodinâmica

2 2
mRT PV  mRT
W   PdV   dV
1 1
V ou
Luísa
com
Pais Vaz V2 C
W  mRT ln P
4-7 V1 V

Transformações Isotérmicas

Transformação Isotérmica: temperatura mantém constante


Não é possív el apresentar a imagem.

DEM - ISEC
T

Q  12 T.dS
Termodinâmica

T1 =T2 1 2

Q  T.S2  S1 
S1 S2 S

Luísa
Pais Vaz

4-8

4
Formas Mecânicas de Trabalho

c) Processo politrópico: PVn = Const, com C e n constantes


DEM - ISEC
Termodinâmica

2 2
C
W   PdV   n
dV
1 1
V

Luísa
mRT2  T1  V2
Pais Vaz
W , n 1 W  mRT ln , n 1
1 n V1
4-9

Transformações politrópicas

p.V n  C , com C e n constantes


Não é possív el apresentar a imagem.

DEM - ISEC
Termodinâmica

p1.V1  p 2 .V2
Luísa
Pais Vaz p.V n  C W
n 1
4 - 10

5
Transformações hiperbólicas
Caso particular da transformação politrópica, em que n=1  p.V  C
DEM - ISEC p p

p1 1 p2 2
Termodinâmica

p.V=C p.V=C

2 1
p2 p1

V1 V2 V V2 V1 V

a) Expansão hiperbólica b) Compressão hiperbólica

Wexp  p.V.ln re
V2
W  p.V.ln
Luísa
Pais Vaz

V1 1
Wcomp  p.V.ln
4 - 11
rc

Transformações adiabáticas e isentrópicas


• Transformação adiabática (caso particular da transf. politrópica)  Q = 0
• Transformação isentrópica  S = constante
DEM - ISEC
T T

2'
Termodinâmica

1 2
pA pA

pB 2' pB
2 1

S1 = S2 S2' S S1 =S2 S2' S

a) Transf. adiabática b) Transf. adiabática

Luísa
Transf. Isentrópica (transformação adiabática reversível)
Pais Vaz Linha 1-2’ da fig a) - Expansão adiabática irreversível Aumento de
 entropia do
Linha 1-2’ da fig b) - Compressão adiabática irreversível sistema
4 - 12

6
1ª Lei da Termodinâmica

Também conhecida como Princípio da Conservação de


DEM - ISEC Energia, que diz:
Termodinâmica

• “Aenergia não pode ser criada nem destruída,


apenas pode mudar de forma”.

Luísa
Pais Vaz

4 - 13

1ª Lei da Termodinâmica

Balanço de Energia
DEM - ISEC
• Depois do que já foi discutido anteriormente, podemos exprimir
a 1ª Lei nos seguintes termos:
Termodinâmica

“O aumento ou diminuição da energia total de um sistema


durante um processo, é igual à diferença entre toda a
energia que entra e toda a energia que sai do sistema,
durante o processo.”

 Energia total   Energia total   Variação de 


     
 que entra no    que sai do    energia total 
 sistema   sistema   do sistema 
Luísa      
Pais Vaz

4 - 14
Ein - Eout= Esist

7
1ª Lei da Termodinâmica

Variação da Energia de
DEM - ISEC
um Sistema, Esist
Variação de energia do sistema = Energia no estado final - Energia no
estado inicial
Termodinâmica

Esist = Efinal - Einicial = E2 - E1

A energia pode existir de várias formas, energia interna (latente,


sensível, química, nuclear,etc), cinética, potencial, eléctrica,
magnética…
• a soma de todas estas formas de energia constitui a energia total
de um sistema.
• assim podemos concluir que a variação da energia total de um
sistema, será igual à soma da variação de cada uma destas
Luísa
formas de energia, assim temos:
Pais Vaz

4 - 15 E = U + EC + EP

1ª Lei da Termodinâmica

• Onde:
• U – variação da energia interna
U  m u2  u1 
DEM - ISEC

• EC – variação da energia cinética


• EP – variação da energia potencial
1
 
Termodinâmica

EC  m vc22  cv12 • u – energia interna especifica (kJ/kg)


2
• c – velocidade (m/s)
EP  m g  z2  z1  • z – distância (m)
• m – massa (kg)
• Para Sistemas Estacionários:

z1 = z2  EP = 0

Luísa V1 = V2  EC = 0
Pais Vaz

E = U
4 - 16

8
1ª Lei da Termodinâmica

Mecanismos de Transferência de Energia, Ein e Eout


DEM - ISEC - A energia pode ser transferida de um sistema para outro de 3 formas:

• Calor: A energia transferida para um sistema (ganho de calor) aumenta


Termodinâmica

a energia das moléculas, ou seja aumenta a energia interna do sistema.


Quando o sistema perde energia passa-se exactamente o contrário.

• Trabalho: Uma interacção de energia entre um sistema e a sua


vizinhança, e que não seja causada por uma diferença de temperatura, é
trabalho. O trabalho transferido para um sistema aumenta a sua energia,
enquanto que o trabalho transferido de um sistema (trabalho feito pelo
sistema) diminui a sua energia.

• Fluxo de massa: O fluxo de massa, para dentro e para fora de um


Luísa sistema, serve como um mecanismo adicional de transferência de
Pais Vaz
energia. Quando entra num sistema, aumenta a energia do mesmo
(massa é energia) e quando deixa um sistema, provoca-lhe uma
4 - 17 diminuição da energia. (cap. 5)

1ª Lei da Termodinâmica

Podemos escrever o balanço de energia do seguinte modo:


DEM - ISEC

Esist = Ein -Eout = (Qin-Qout) + (Win-Wout) + (Emassa,in -Emassa,out) [kJ]


Termodinâmica

ou ainda, de um modo mais geral:

Ein -Eout= Esist [kJ]

Luísa Transfer. líquida de energia por Variação na energia interna,


Pais Vaz calor, trabalho e transfer. de massa potencial, cinética, …..

4 - 18

9
1ª Lei da Termodinâmica

Para um ciclo:
DEM - ISEC
Termodinâmica

• Estado final é idêntico ao estado inicial:

Luísa
Pais Vaz
Esist = E2 -E1 = 0  E2 = E1  Wliq = Qliq
4 - 19

1ª Lei da Termodinâmica
• Nas análises normais, as direcções e magnitudes do calor e
trabalho são conhecidas.
DEM - ISEC
• Quando tal não acontece, é prática comum, assumir que o
calor é transferido para dentro do sistema (na sua quantidade
total) e que o trabalho é realizado pelo sistema (também na sua
Termodinâmica

quantidade total).
• Se obtivermos quantidades negativas para calor ou para o
trabalho, simplesmente quer dizer que a direcção assumida está
errada e deve ser trocada.

• Ou seja, o calor transferido para um sistema menos o trabalho


realizado pelo sistema é igual à variação de energia do sistema:

Luísa
Pais Vaz
Q - W = E
4 - 20

10
1ª Lei da Termodinâmica

Existem várias formas de escrever a 1ª lei, para


DEM - ISEC
sistemas fechados:
Termodinâmica

• Forma geral: Q - W = E

• Forma estacionária: Q - W = U

• Por unidade de massa: q - w = e

Luísa
• Forma diferencial: q - w = de
Pais Vaz

4 - 21

Calor Específico

• Calor Específico: é definido como a energia necessária, para aumentar


DEM - ISEC
a temperatura de uma substância com 1 kg de massa, em 1 grau.

• Em termodinâmica estamos interessados em dois tipos de calores


Termodinâmica

específicos:
- calor específico a pressão constante, Cp

- calor específico a volume constante, Cv

Que podem ser escritos do seguinte modo:

u h
Luísa Cv    e C p   
Pais Vaz  T  v  T  p
4 - 22

11
Calor Específico

DEM - ISEC
Termodinâmica

Luísa Nota: Tanto o Cp como o Cv, são expressos em função de outras


Pais Vaz propriedades, deste modo também são propriedades, como tal,
dependem apenas do estado, que em geral é especificado por
4 - 23
duas propriedades intensivas.

Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais

• Gás ideal: Pv = RT

DEM - ISEC

• Foi demonstrado por Joule que: u = u(T) →


Termodinâmica

• Entalpia: h = u + Pv h = u + RT
- como R é constante e u = u(T) h = h(T)

Para gases perfeitos, u e h dependem apenas da temperatura,


por consequência Cp e Cv dependem também apenas da
temperatura.

Luísa
Pais Vaz • Então : Para uma dada temperatura, u, h, Cp e Cv terão valores
fixos independentemente dos valores de pressão e de volume
4 - 24 específico.

12
Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais
• Lei de Joule

E
Experiência de Joule
DEM - ISEC
A – Vaso de cobre c/ ar p=22atm
B – Vaso de cobre (vácuo)
A B
C – Válvula
Termodinâmica

D – Recipiente com água


C D
E – Termómetro
• Depois de alcançado o equilíbrio térmico abriu-se a válvula C, permitindo a
passagem de ar do vaso A para o vaso B.
• volume duplicou e a sua pressão diminuiu (passou a metade da inicial).
• temperatura da água manteve-se constante.
Não houve realização de trabalho  expansão livre → W=0
Não houve transf. de calor  temperatura da água não se alterou → Q=0
Luísa
Pais Vaz Como Q = ∆U + W  ∆U = 0

Lei de Joule: A energia interna de um gás perfeito só é função da sua


4 - 25 temperatura, sendo independente das variações de pressão e de volume.

Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais

Calor Específico a Volume Constante, cv de um gás é a


quantidade de calor necessária para fazer variar de um grau (ºC
DEM - ISEC ou K) a temperatura da unidade de massa desse gás, mantendo-
se o volume constante durante essa transformação.
Termodinâmica

Calor recebido ou rejeitado pelo gás = m.cv(T2-T1)

Transformação isocórica (W=0), a equação de energia para


sistemas fechados fica:
∆U = Q
ou seja,
Luísa ∆U = m.cv(T2-T1)
Pais Vaz

4 - 26

13
Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais

Calor Específico a Pressão Constante, cp de um gás é a


quantidade de calor necessária para fazer variar de um grau (ºC
DEM - ISEC ou K) a temperatura da unidade de massa desse gás, mantendo-
se a pressão constante durante essa transformação.
Termodinâmica

Calor recebido ou rejeitado pelo gás = m.cp(T2-T1)

Além disso, como se trata de uma transformação isobárica:

W= p(V2-V1)

Então a equação de energia para sistemas fechados fica:

Q = H2-H1= m(h2-h1)
Luísa
Pais Vaz ou seja,
∆U = m.cp(T2-T1)- m.R(T2-T1)
4 - 27

Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais

 u   h 
• Recordando: Cv    e Cp    (kJ/kgK)
 T  v  T  p
DEM - ISEC

• A variação diferencial da energia interna e da entalpia será dada


por:
Termodinâmica

du = Cv(T) dT
dh = Cp(T) dT

• A integração das expressões não é fácil, porque não temos a


relação de Cp e Cv com a temperatura.

 2

 Δu  u  u   Cv (T)dT
 du  Cv (T) dT 2 1
1
Luísa
  
 dh  C p (T) dT
Pais Vaz 2
 Δh  h  h   C (T)dT
 2 1
1
p

4 - 28

14
Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais

DEM - ISEC
Termodinâmica

Luísa
Pais Vaz

4 - 29 • Variação do calor específico (a pressão constante) de vários gases ideais, com a temperatura.

Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais

• Existem expressões analíticas, na forma de polinómios de 3º grau, que nos


permitem determinar os calores específicos de alguns gases perfeitos, em função
DEM - ISEC da temperatura (essas expressões são apresentadas na tabela A-2c). Deste
modo, podemos efectuar a integração das expressões (du e dh), mas só no caso
de alguns gases.
Termodinâmica

• A baixas pressões, o comportamento de todos os gases reais aproxima-se do dos


gases ideais.

• Os calores específicos de gases reais a baixa pressão, designam-se por Cp0 e Cv0
e são chamados de calores específicos de gases ideais.

• Da figura anterior, podemos fazer algumas observações:

1) O calor específico de gases com moléculas complexas é mais elevado e


aumenta com a temperatura.

2) A variação de Cp0 com a temperatura é muito suave e pode ser considerada


Luísa linear em intervalos de temperatura pequenos.
Pais Vaz
3) O Cp0 de gases monoatómicos não varia com a temperatura, logo u e h
pode ser facilmente determinado por integração directa das expressões.
4 - 30

15
Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais

• Tendo em conta o que foi dito na 2ª observação:


- o calor específico, que é função da temperatura, pode ser
DEM - ISEC substituído por um calor específico médio (Cv,m e Cp,m), determinado
para uma temperatura média, em intervalos de temperatura
pequenos.
Termodinâmica

Luísa
Pais Vaz

4 - 31

Energia Interna, Entalpia e Calores Específicos de Gases Ideais

• Deste modo a integração das expressões é directa, a variação da energia


interna e da entalpia é dada por:
DEM - ISEC
 2



Δ u  u 2  u 1  1 C v (T)dT  C v,m (T2 - T1 ) (kJ/kg)

Termodinâmica

2
 Δh  h  h  C (T)dT  C (T - T )


2 1 1
p p, m 2 1 (kJ/kg)

• Nota: As relações u = CvT e h = CpT, são válidas para qualquer


tipo de processo, seja a volume constante, pressão constante ou não.

• Resumindo, existem 3 modos de determinar u e h, para gases


perfeitos:

Luísa 1) Usando tabelas.


Pais Vaz
2) Usando as expressões de Cv(T) e Cp(T) (tab. A-2c) e integrando-as.

4 - 32 3) Usando Cv,m e Cp,m.

16
Relação entre Cp e Cv, para Gases Ideais

• h = u + Pv  h = u + RT (Pv = RT)
DEM - ISEC

• dh = du + RdT 
Termodinâmica

CpdT = CvdT + RdT 

Cp= Cv + R  R = Cp – Cv (kJ/kgK)

Cp
Luísa • Razão de calor específico: K
Pais Vaz Cv

4 - 33

Energia Interna, Entalpia e Calores específicos de Sólidos e Líquidos

• Considerando sólidos e líquidos como substâncias incompressíveis,

DEM - ISEC

Cp = Cv = C , esta igualdade está demonstrada no capitulo 11.


Termodinâmica

• Variação da energia interna:


du = Cv(T) dT = C(T) dT
2
u  u2  u1   C (T)dT  Cm (T2 -T1 ) (kJ/kg)
1

• Variação da Entalpia:
h = u + Pv
Luísa
Pais Vaz dh = du + Pdv + vdP = du + vdP (Pdv=0, sub. imcomp.)
 h =  u + v  P  Cm  T + v  P
4 - 34

17
Energia Interna, Entalpia e Calores específicos de Sólidos e Líquidos

• Para Sólidos: (o termo vdP é insignificante)

DEM - ISEC

h = u  CmdT = h2 -h1 = Cm(T2-T1)


Termodinâmica

• Para Líquidos:
1) A pressão constante, (P = 0):

h = u = CmdT

2) A temperatura constante, (T =0):


Luísa
Pais Vaz h = vP = h2-h1 = v (p2-p1)

4 - 35

18

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