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Máquinas Eléctricas I

Generalidades

Luis Pestana
Índice
• Generalidades • Motor de corrente continua
• Gerador de corrente – Equações de funcionamento
contínua • Motor Shunt
– Principio de funcionamento • Motor Série
– Fem gerada
• Motor compound
– Melhoria de forma de onda
– Reacção do induzido
• Arranque e Frenagem
– Comutação • Controlo de velocidade
– Formas de excitação
• Exc. Separada, Shunt, Série,
Compound
• Curvas Caracteristicas
• aplicações

Máquinas Elé
Eléctricas
DEFINIÇÕES ESSENCIAIS

• Regime: conjunto de características eléctricas e


mecânicas que identificam o funcionamento de uma
máquina rotativa em determinado instante.
• Regime nominal: conjunto de condições de
funcionamento para as quais a máquina foi
construída;
– compreende a tensão, a potência útil, a classe de serviço
em que irá trabalhar, a intensidade de corrente admissível,
o factor de potência, a velocidade, etc.
• Valor nominal de uma grandeza: valor numérico da
grandeza quando em “Regime Nominal”.
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DEFINIÇÕES ESSENCIAIS

• Potência nominal: é a potência que a máquina pode


desenvolver, quando as restantes condições são as nominais,
sem que os diversos órgãos ultrapassem os correspondentes
limites de temperatura.

• Velocidade nominal: é a velocidade (r.p.m.) do motor à


potência nominal, sob tensão e frequência nominais.

• Serviço Nominal: conjunto de valores numéricos dos


geradores e motores eléctricos, numa ordem de sucessão no
tempo, atribuídos à máquina na placa de características e que
cumprem com as condições especificadas. A duração pode ser
indicada como um termo de classificação.

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DEFINIÇÕES ESSENCIAIS

• Potência absorvida: A que é entregue ao eixo nos


geradores, aos bornes nos motores e aos bornes
primários nos transformadores.
• Potência útil: A disponível nos bornes dos geradores,
ou no eixo dos motores ou nos bornes secundários
dos transformadores.
• Rendimento: relação entre a potencia útil e a potência
absorvida.
potência ú til
Rendimento = =η
potência a bsorvida

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CARACTERÍSTICAS EM SERVIÇO

REGIMES DE SERVIÇO MAIS IMPORTANTES:

Regime S1: Regime contínuo

tn

Carga

Perdas
Elétricas
θ máx
Temperatura

Tempo

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CARACTERÍSTICAS EM SERVIÇO

REGIMES DE SERVIÇO MAIS IMPORTANTES:

Regime S2: Funcionamento a carga constante durante um período inferior ao


tempo necessário para atingir o equilíbrio térmico.

tn

Carga S2 60 min

Perdas
S2 30 min
Elétricas
θ máx
Temperatura

Tempo

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CARACTERÍSTICAS EM SERVIÇO

REGIMES DE SERVIÇO MAIS IMPORTANTES:

Regime S3: Sequência de ciclos idênticos, sendo um período a carga constante


e um período de repouso. O ciclo é tal que a corrente de arranque não altera
significativamente a elevação de temperatura.

Duração do ciclo - DC
tn tr

Carga S3 25% DC
S3 40% DC
Perdas
Elétricas
θ máx
Temperatura

Tempo

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CARACTERÍSTICAS EM SERVIÇO

REGIMES DE SERVIÇO MAIS IMPORTANTES:

Regime S4: Sequência de ciclos idênticos, sendo um período de arranque, um


período com carga constante e um período de repouso. O calor gerado no
arranque é suficientemente grande para afectar o ciclo seguinte.

Duração do ciclo

Carga td tn tr S4 40% DC
Perdas
Elétricas
θ máx
Temperatura

Tempo

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CARACTERÍSTICAS EM SERVIÇO
POTÊNCIA EQUIVALENTE PARA CARGAS DE “ PEQUENA INÉRCIA “:

P (cv)
P4
P2
Pn
P1
P3

t1 t2 t3 t4 tn t (s)

P12 .t 1 + ......... + Pn2 .t n


Peq =
t 1 + ......... + t n

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CHAPA DE CARACTERÍSTICAS

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COMPONENTES DE UM ACCIONAMENTO

• Alimentação eléctrica
• Protecção/ Comando
eléctrico
• Motor
• Acoplamento
mecânico
• Mecanismo
impulsionado
Energia mecânica sob a forma Energia eléctrica
de movimento rotativo, sob a forma de
caracterizado por binário e tensão e corrente
velocidade

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RENDIMENTO

potência ú til
Rendimento = =η
potência a bsorvida

Pu Pa − p p
η = x100 = x100 = 1 − x100
Pa Pa Pu + p Bomba hidráulica accionada
por motor eléctrico
• = rendimento expresso
em Percentagem (%)
• Pa = potencia absorvida
(eléctrica) em Watt (W)
• Pu = potencia útil
(mecânica) em Watt (W)
• P = potencia de perdas,
em Watt (W)

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BINÁRIO, POTÊNCIA E ENERGIA

TRABALHO e
POTÊNCIA:

E = P•t [Wh, kWh, J]

Trabalho F •d
P= = [W]
Tempo t

BINÁRIO, “Torque”, “Par” (Couple), “Conjugado”


ou MOMENTO de 1 força:

T = F . b = Força x “braço” [ Nm ]

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CLASSES DE ISOLAMENTO

Temperaturas
máximas admissíveis
classe F : 155 °C
classe B : 130 °C
classe H : 180 °C

• A utilização de isolantes de classe F em máquinas de classe B


dá uma margem térmica de 25ºC, permitindo operar :
– em sobrecarga por curtos períodos de tempo,
– a temperaturas ou altitudes superiores
– com uma maior tolerância ao nível da tensão e frequência
– Permite também aumentar a vida útil do isolamento
• Uma redução de 10ºC permitirá duplicar a vida útil do isolante

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CLASSES DE ISOLAMENTO

COMPOSIÇÃO DA TEMPERATURA EM FUNÇÃO DA CLASSE DE ISOLAMENTO:

Classe de Isolamento - A E B F H

Temperatura Ambiente ºC 40 40 40 40 40

∆T = Elevação de Temperatura K 60 75 80 105 125


( método da resistência )

Diferença entre o ponto mais ºC 5 5 10 10 15


quente e a temperatura média

Total: Temperatura do ponto ºC 105 120 130 155 180


mais quente

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FACTORES DE CORRECÇÃO

• Os motores são projectados para operar a uma Temperatura


Ambiente máxima de 40ºC e uma altitude de 1000 m acima do
nível médio das águas do mar.
– Se o motor operar a temperaturas superiores, deve ser desclassificado
(“derated”) de acordo com a tabela acima.
– Quando um motor é desclassificado, os correspondentes valores de
catálogo, tais como In, Ia/In, etc., tem de ser recalculados e colocados
na chapa de carcteristicas

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VIDA ÚTIL (Tempo de Vida)
• O tempo de vida dos equipamentos eléctricos
– é limitado pela temperatura do isolamento
• maior a temperatura => menor Tv.
– diminui para metade por cada aumento de 10ºC na temperatura.
• Ex: um motor terá um Tv de 8 anos a uma temp. de 105ºC, 4 anos a
115ºC, 2 anos a 125ºC, 1 ano a 135ºC!!!!

•Factores que
contribuem para o
“envelhecimento” dos
isolantes:
– calor, tempo,
químicos, poeiras,
etc.

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CÓDIGOS DE REFRIGERAÇÃO (MOTORES)

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FORMAS CONSTRUTIVAS NORMALIZADAS –
MONTAGEM HORIZONTAL

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ÍNDICE DE PROTECÇÃO (IP)
1.º ALGARISMO 2.º ALGARISMO
• O Índice de Protecção 0 - sem protecção 0 - não tem
IP, define a protecção da caixa 1 - contra corpos superiores a 1 - contra a queda vertical de gotas
do equipamento. 50 mm (ex. contacto de água (condensação);
O primeiro número define a involuntário da mão);
dimensão máxima do corpo que 2 - contra corpos superiores a 2 - contra a queda de gotas até 15°
12 mm (ex. dedo da mão); em relação à vertical
pode penetrar na caixa, o
segundo define o 3 - contra corpos superiores a 3 - contra a queda de gotas até 60°
comportamento em relação a 2.5 mm (ex. ferramentas, em relação à vertical (chuva);
«clips», ganchos de cabelo);
líquidos, e o terceiro número
4 - contra corpos superiores a 4 - contra as projecções de água
(raras vezes usado), a energia 1 mm (ex. fios pequenos) em todas as direcções
de impacto.
5 - contra depósito de 5 - contra as projecções de água a
– Primeiro digito protecção poeiras nocivas; alta pressão em todas as direcções
contra contactos directos e
entrada de corpos externos 6 - protecção total contra 6 - contra as projecções de água
depósitos de poeira. equivalentes a uma vaga;
– Segundo dígito protecção
contra a penetração de 7 - contra a imersão
líquidos: 8 - equipamento submersível, em
condições acordadas

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CLASSIFICAÇÃO DE MOTORES
CLASSIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS:
SPLIT - PHASE
GAIOLA DE
ESQUILO CAP. PARTIDA
ASSÍNCRONO CAP. PERMANENTE
ROTOR CAP. 2 VALORES
MONOFÁSICO BOBINADO
PÓLOS SOMBREADOS
SÍNCRONO
MOTOR C.A. REPULSÃO
UNIVERSAL

ASSÍNCRONO RELUTÂNCIA

HISTERESE
TRIFÁSICO

SÍNCRONO DE GAIOLA

DE ANÉIS
EXCITAÇÃO SÉRIE
MOTOR C.C. EXCITAÇÃO INDEPENDENTE IMÃ PERMANENTE

EXCITAÇÃO COMPOUND PÓLOS SALIENTES

IMÃ PERMANENTE PÓLOS LISOS

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PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO

• Máquinas de corrente contínua

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GERADOR ELEMENTAR

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GERADOR ELEMENTAR

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Regra da Mão Direita

e = Blv F = Bli

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Bornes das Máquinas de Corrente Contínua

• Nomenclatura a Induzido A1 – A2
utilizar nos
enrolamentos de Pólos auxiliares B1 – B2
máquinas de corrente ou de comutação
continua segundo a Enrolamento de C1 – C2
compensação
norma CEI 60034-8
Indutor série D1 – D2

Indutor paralelo E1 – E2

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GERADOR DC

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PRODUÇÃO DE FEM ALTERNADA

• A fem induzida é por natureza


alternada, só ficando continua
após rectificação
• Gerador elementar AC
(alternador) consistindo numa
espira no rótor e 1 par de pólos
no estátor
– 1 par de anéis deslizantes onde
encostam 2 escovas estacionárias
permite um circuito fechado de
corrente para o exterior
– Pode-se ligar uma carga entre as
escovas

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Diferenças entre Dínamos e Alternadores

• Os elementos dos Dínamos e Alternadores são


semelhantes e montados da mesma forma
– o principio básico de operação é também o mesmo
dado que temos um enrolamento a girar no meio
de um campo magnético, e que produz uma fem
alternada.
• As máquinas apenas diferem na forma como
os enrolamentos estão ligados ao exterior
– um alternador utiliza anéis deslizantes
– um dínamo utiliza um comutador

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Melhoria da forma de onda

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Melhoria da forma de onda

• Ao utilizarmos 4 bobinas, desfasadas fisicamente de


90º (4 ranhuras), e dividindo o comutador em 4
segmentos, melhora-se a forma da onda produzida
– A tensão varia mas nunca se anula
– As 4 bobinas são idênticas

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Melhoria da forma de onda

• As bobinas A e C (e de igual modo B e D)


cortam as linhas de fluxo em sentidos contrários.
– As polaridades de ea e ec (eb e ed) são portanto opostas
– Em todos os instantes temos:
ea+eb+ec+ed= 0 o que significa que não temos
corrente de circulação no enrolamento
– A fem captada nas escovas
varia entre ea (a 0º- fig. Ante-
rior) e ea+ ed (a 45º - posição
da figura ao lado)

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FEM Induzida (E)
• Aumentando o nº de bobinas e de laminas, a fem “E”
da máquina terá uma ondulação menor (< ripple).
• A fem induzida em cada condutor “e” depende da
indução B e da velocidade de rotação

e = Blv
– Como a densidade de fluxo
cortado varia de ponto para
ponto, a fem E depende da
posição das bobinas em cada
instante

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Linha Neutra, Reacção do
Induzido e Comutação

Luis Pestana
Zonas Neutras
• São zonas à superfície do rótor onde a Indução é nula
– Nas zonas neutras, não há fem induzida B=0
– As espiras são atravessadas por um máximo de fluxo, mas a
variação de fluxo a que estão sujeitas é nula.
• As escovas, pressionam o colector, e quando em
contacto com as laminas da uma mesma bobina que
passa na zona neutra:
– curto-circuitam a bobina
– Mas não há fem induzida na bobina
dado que não corta linhas de fluxo
(nesse instante).
– Não há circulação de corrente no
curto-circuito “bobina-escovas”

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Zonas Neutras
• Se as escovas forem colo-
cadas fora das zonas neutras
– A fem induzida será menor
– As escovas serão percorridas
por elevadas correntes de
curto-circuito, causando
chispas (faíscas)

• As escovas têm de ser colocadas nas


zonas neutras, porque:
– O curto-circuito ocorre quando a
fem induzida nas espiras é nula
– É nas zonas neutras que se capta + fem

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Zonas Neutras

• Em vazio
– A linha neutra magnética está coincidente com a linha
neutra geométrica (a meio caminho entre os pólos)
• Em carga
– A reacção do induzido desloca a linha neutra magnética.
• O deslocamento “ ” é função da corrente no rótor

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Reacção do Induzido

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Reacção do Induzido

• Enrolamentos de
compensação e pólos
auxiliares de comutação

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A REACÇÃO DO INDUZIDO

• A reacção do induzido
provoca:
– Saturação magnética
em certas zonas
– Menor indução noutras
– Em média a Indução B
é menor =>Menor fem
induzida total

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EFEITO DO CAMPO NA FEM INDUZIDA

• fem induzida mais forte


em certas zonas de
influência dos pólos (fluxo
aditivo) do que noutras
(fluxos opostos)
• A fem máxima da máquina deixa
de ser na linha neutra geométrica e passa
a ser na linha neutra magnética

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Reacção do induzido

• Consequências
– Se a máquina não está saturada (zona linear da curva de
magnetização) => A fem não se altera porque o fluxo é
constante ( = c.te)
– Com saturação => menor B => efeito desmagnetizante =>
menor fem gerada
– Elevação da tensão em laminas consecutivas do colector
junto das zonas dos pólos em que há reforço do campo =>
chispas no colector
– Deslocamento da linha neutra: avanço (gerador)/ atraso
(motor) => chispas no colector devido a curto-circuito de
comutação
– Solução 1: deslocar as escovas da linha neutra geométrica
para a linha neutra real (operação complexa – manobra
correctiva)

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Formas de compensação da reacção do induzido

• Solução 2: neutralizar a reacção do induzido com enrolamentos


de compensação
– Condutores alojados em ranhuras nos pólos e ligados em série com o
circuito exterior
– A corrente circula no enrolamento de compensação em sentido oposto ao
induzido provocando um campo de sentido oposto
– Solução cara e aumenta as perdas no cobre => máquinas de elevada
potência
• Solução 3: Pólos auxiliares
de comutação
– Melhoram a comutação e eliminam
o deslocamento da linha neutra
– São colocados na linha neutra
geométrica e ligados em série
com o induzido
– Produzem campo magnético oposto ao do induzido
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Comutação
• É a troca de polaridade das espiras (em comutação)
relativamente aos terminais da máquina
– Ocorre no momento em que as
escovas tocam em duas laminas
consecutivas -> espiras em curto-circuito
– Há inversão do sentido da corrente
nas espiras (passagem das espiras
de 1 via ou caminho para a via
seguinte).
• O efeito de auto indução atrasa o processo

e provoca:
– arco eléctrico (má comutação) proporcional
à corrente do induzido
– Deterioração de escovas e laminas do colector

• Solução: Pólos auxiliares de comutação


– Induz na espira uma fem contrária à de auto-indução
tornando a inversão da corrente + linear => não há arco

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Tipos de Excitação Magnética

Classificação

Luis Pestana
Excitação de máquinas de Corrente Contínua
•Tipos de excitação

•Auto-excitação •Excitação Separada

•Shunt •Série •Compound •Fonte externa •Imanes permanentes

•aditiva

•Hiper-compound

•Isso-compound

•Hipo-compound

•diferencial

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Excitação de máquinas de Corrente Contínua

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Geradores de Excitação Separada

• Utilizam-se electroímanes
em vez de imanes perma-
nentes para criar o campo
magnético.
– É necessária uma fonte
externa de alimentação, a que se dá o nome de
excitação separada ou independente (baterias ou
outro gerador)
E0
Rx – reostato de campo

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Geradores de Excitação Separada
caracteristica interna (ou de vazio)
• Gerador em vazio, rótor a velocidade constante
• É uma medida do acoplamento magnético
entre o estátor e o rótor
• Idêntica à curva de magnetização
– Histerese
– Saturação magnética
– Magnetismo remanescente

Máquinas Elé
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Geradores de Excitação Separada

Aplicações típicas

•Tacógrafos
•Tensão proporcional à
velocidade de rotação
•Amplificador (ampli-dínamo)
•Entrada – tensão de excitação,
saída tensão do dínamo

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Característica externa

Excitação separada
Queda devido à reacção do
induzido

Queda devido às resistências do


induzido e de contacto das
escovas com o colector

U=E-ri.I- -2ue

E – força electromotriz induzida


U – tensão aos terminais
ri – resistência do induzido
ue- queda de tensão por escova, na resistência de contacto escova-colector
– queda de tensão devido à reacção do induzido
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Gerador Shunt
Indutor em paralelo com o induzido
(auto - excitação)
– elimina a necessidade de fonte
externa.

Processo (cumulativo)
de auto – excitação
•O fluxo remanescente induz uma pequena fem no induzido enquanto este
roda
•A fem produz uma pequena corrente de excitação (Ix – na figura)
•Esta, cria uma fmm e reforça o fluxo remanescente (aumenta)
•O fluxo aumentado, cria + fem, e logo + corrente
•A fem cresce até estabilizar limitada pela saturação magnética e pelo
valor do reóstato de campo

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Gerador Shunt

Controlo de Tensão
Obtém-se por regulação do
reóstato de campo

Controlo da fem E0 do gerador Shunt

• A fem E0 em vazio, é determinada


pela curva de magnetização e pela
resistência do circuito indutor

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Processo Cumulativo da auto - excitação

CONDIÇÕES DE
EXCITABILIDADE

• Magnetismo remanescente
• 1as correntes induzidas têm de reforçar
magnetismo remanescente
– Ligações (bem efectuadas, não interrompidas)
– Sentido de rotação
• Resistência de carga
– Shunt (> que valor critico)
– Série (< que valor critico)

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Gerador Shunt

Característica externa
• Num gerador Shunt a tensão
aos terminais “cai” mais
rapidamente que num
gerador de excitação
separada
– A corrente de excitação na
maq. de exc. Separada
permanece constante e
independente da carga – Para um gerador em auto-excitação, a
– A corrente de excitação numa queda de tensão interna é cerca de
máquina shunt é função da 15%, num gerador de excitação
tensão aos terminais separada não chega a 10% da tensão
– Cargas crescentes => U nominal
baixa => i excitação
decresce (iexc decresce com a
carga)
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Gerador Compound

• O gerador compound
é similar ao Shunt, mas
compensa a queda de
tensão interna com a
utilização de um indutor
série.
– O indutor série é
composto por poucas
espiras de fio grosso, dado
que vai ser percorrido pela
corrente do Induzido
– A resistência do indutor
série é assim muito baixa

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Gerador Compound

Circuito equivalente
• Em vazio, a corrente no indutor série é zero
– Apenas o indutor shunt produz fmm e fluxo.
• Com o aumento de carga
– A tensão aos terminais desce, mas como agora a corrente de carga atravessa o
indutor série:
• Este produz + fmm e com o mesmo sentido do indutor Shunt.
• O fluxo aumenta com o aumento de carga

Máquinas Elé
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Gerador Compound Diferencial

• No gerador compound diferencial, o campo


criado pelo indutor série é de oposição ao do
indutor shunt
– Em carga, a tensão desce drasticamente,
relativamente ao valor de vazio
– Aplicações típicas – soldadura
– Limita a corrente de curto-circuito

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Comparação de Características
• Característica externa das várias configurações de geradores de corrente continua.

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Associação de Geradores

• Em série (para obter + tensão)


• Em paralelo (para obter + corrente)

Máquinas Elé
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Associação de Geradores

Paralelo de Dínamos tipo Série

• O paralelo de Dínamos de tipo série é instável.


– Para se poder efectuar o paralelo é necessário utilizar uma
barra de equilíbrio (compensação)
• Esta barra tem de ser ligada do lado dos 2 indutores série (ver
figura à direita), de modo a que dê um reforço de corrente no
indutor, em caso de falha momentânea

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Associação de Geradores

Paralelo de Dínamos tipo Shunt


• Internamente Estável

• Distribuição de carga
– O de menor “queda interna” suporta + carga

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Associação de Geradores

Paralelo de Dínamos tipo Compound


• A associação em
paralelo de geradores
de tipo compound,
pela presença do
indutor série, que traz
instabilidade ao
conjunto, necessita
de barra de equilíbrio
para se poder pôr a
funcionar

Máquinas Elé
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Motores de Corrente Continua

Considerações Gerais

Luis Pestana
Motores de Corrente Continua

Características principais
• Máquinas versáteis na conversão electromecânica de
energia
• Custos de aquisição e manutenção + elevados do que
máquinas equivalentes AC
– Têm especial aplicação quando se requer uma característica
Binário – velocidade de qualidade superior e com elevada
eficiência numa gama alargada de velocidades.
– Em declínio a favor de VEV’s (ASD’s) associados a
máquinas AC

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua

Aplicações principais
• Velocidade variável, no fabrico do aço
(laminadoras) e do papel (tracção), onde a
capacidade de controlar a velocidade e o
posicionamento são importantes
• Aplicações em tracção; ex: comboios
eléctricos.
– Momentaneamente operados como geradores para
frenagem eléctrica.

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Eléctricas
Motores de Corrente Continua

U > E’

E>U

(E) (U)

• No funcionamento como Motor, o sentido das correntes é contrário ao


sentido como gerador
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Motores de Corrente Continua

Características mecânicas

Luis Pestana
Motores de Corrente Continua

Excitação Separada

• Os enrolamentos da armadura (induzido) e de campo


(excitação) estão electricamente separados, e são
alimentados por fontes distintas
– Permite o controlo total da corrente de excitação e da
corrente da armadura

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Motores de Corrente Continua
Excitação Separada – característica de Binário - velocidade
• As características do motor shunt e de exc.
Separada são idênticas se supusermos tensão
de alimentação constante. (apenas se poupa 1
fonte com a máquina shunt)

Motor exc. separada Motor exc. Shunt Caracteristica mecânica de um motor de exc. Separada
(ou shunt)

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Eléctricas
Motores de Corrente Continua

Força Contra Electromotriz (E’)

U = E’ + Ri.I +
U = k.n. + Ri.I + U

U − Ri.I
n=

• Velocidade “n” do motor:


• Proporcional à tensão aplicada
• Inversamente proporcional ao fluxo
por pólo
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Motores de Corrente Continua
Potência Transformada e Binário desenvolvido
A potência eléctrica é i
transformada em mecânica R ie
U L
no Induzido E
Peléctrica = E’.I = Pmecânica = T. Ce

J

K .n.φ .I K .φ .I
E'
.I Cr
T= = = .φ .I
= K'
ω 2.π .n 2.π

T= k’. .I

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Motores de Corrente Continua
Caracteristica mecânica
T = K '.φ .I
de U − Ri . I
n=

Podemos obter:
T
Ri .
U K 'φ U Ri
ω = − = − .T

'
K 'φ K φ (K φ )
' ' 2

Originando uma
característica mecânica
linear

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua

• As Características Binário – Velocidade


formam uma série de linhas direitas
– Aumento de binário faz
descer a velocidade
– Se Iexc= c.te, => ( = c.te),
então a velocidade apenas
depende da corrente no Induzido
• O Binário Máximo é controlado
limitando a corrente no Induzido

T=k’. .I

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Enfraquecimento de campo
• Os variadores de velocidade
operam na zona de Indução B
nominal (joelho da curva de
magnetização)
– A Velocidade máxima obtém-se
por redução de fluxo
• Reduz o binário
– A potência mecânica útil é
aprox. constante na região de
enfraquecimento de campo
– A queda de tensão na resistência
do induzido torna-se mais
significativa (pq há menos E’)

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Enfraquecimento de campo
• A velocidade máxima é limitada por considerações
mecânicas
– E também por uma maior dificuldade de comutação sem
faíscas
• Usado com frequência em tracção eléctrica, em que:
– A baixa velocidade
• O fluxo é mantido constante (elevado) e controla-se a tensão no
induzido, para binário máximo, consegue-se o máximo de aceleração
e de frenagem
– a alta velocidade
• Reduz-se o fluxo, com tensão de alimentação constante
(com consequente redução de binário)

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Curvas características

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Inversão do sentido de rotação

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Formas de variação de velocidade
• Por variação de tensão
• Por variação da
resistência do induzido
• Por variação de fluxo

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua

• Sistema de variação
de velocidade
Ward-Leonard

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Eléctricas
Motores de Corrente Continua

• Controlo de
velocidade

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Característica real binário-velocidade

Problemas de ventilação

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Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Regimes de operação

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Frenagem

Funcionamento normal Frenagem reostática


(ou dinâmica)

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Frenagem

Funcionamento normal Frenagem por Contra -


Corrente

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores de Corrente Continua
Frenagem

• A contra – corrente é
mais eficaz (menor
tempo de paragem)
• Reostática – mais
utilizada, devido à
simplicidade

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores especiais

• Motor universal

Máquinas Elé
Eléctricas
Motores especiais - Motor PCB

Espiras
do rótor

escovas

electroímanes

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência
Resumo
• O que é a electrónica de Potência
• Rectificadores
• Conversores
• Inversores
• Aplicações no controlo de motores
• Eficácia / rendimento dos controladores
electrónicos

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência
Função: “controlar o fluxo de energia eléctrica,
em tensão e corrente adequando-as à
carga.”
Permite:
Converter AC em DC -> rectificadores
Converter DC em AC -> inversores
Converter DC em DC ou AC em AC -> conversores
Controlar a frequência de fontes de alimentação
Controlar a tensão e corrente de saída de fontes de
alimentação AC e DC
Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência
Elementos utilizados nos Diagramas de Blocos
Indutores Condensadores

------------------------------------------------------
Semicondutores

Diodos Interruptores

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência
Componentes passivos: Indutores e Condensadores

Indutores: V= L di/dt
• A corrente num indutor não pode variar instantaneamente

Condensadores: i = C dv/dt
• A tensão num condensador não pode variar instantaneamente

Os componentes passivos são essenciais ao


funcionamento da electrónica de potência

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência
Rectificador simples, com 1 só
diodo

Máquinas Elé
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Controlo electrónico

Electrónica de Potência

Rectificador de onda completa

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência
Rectificador monofásico de onda completa
Condensador de
estabilização de
tensão

Vdc = 2.Vac

Exemplo: Vdc = 325.2V


Vac = 230V

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência
Rectificador trifásico de onda completa
Vdc = 2.Vac

Exemplo:
Vac = 400V

Vdc = 565.6V

Exemplo de aplicação: excitação “brushless”


de alternadores

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência

fm1 fm3

U
Ualim I

fm2 fm4

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência M
Τ

fm1 fm3

E’
U
Ualim
Efonte I
M
fm2 fm4

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência G
Τ

fm1 fm3

E
U
Efonte
Ualim I
G

fm2 fm4

Máquinas Elé
Eléctricas
Controlo electrónico

Electrónica de Potência
Τ

fm1 fm3

E’
U
Efonte
Ualim I
M

fm2 fm4

Máquinas Elé
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