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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DIEULY LAURORE

GYSLAYNE MELO

JOSMILAN BATES

MATEUS PERIN

RUSLAN SCHWAB

ASSOCIAÇÃO BECO DA ESPERANÇA - PROJETO DE INTERVENÇÃO

Trabalho prático apresentado ao curso de


Administração, no turno Noturno da turma N1, na
disciplina de Administração do Terceiro Setor,
ministrada pela Prof. Dra. Bárbara Galleli Dias, como
requisito necessário à obtenção de nota.
Data limite de entrega: 31/05/2023

CURITIBA
2023
I. HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO

A Sra. Maria Lúcia, conhecida hoje como "Lucia dos gatos", iniciou o recolhimento
de gatos no ano de 2.002, sendo que hoje também recolhe cães. Somente em 2.005
construiu, sozinha, os primeiros gatis nos fundos do terreno da casa em que vivia com
sua família.

Após um resgate à uma gata da Biblioteca Pública do Paraná, no ano de 2006,


quando Lúcia pediu à Helena para levá-la ao gatil, em vez de deixar presa em uma gaiola,
situação esta que acreditavam ser temporária, o Beco da Esperança surgiu acolhendo
hoje 360 animais.

Seu nome surgiu após uma voluntária dizer que ali não era um “beco sem saída”,
mas sim um Beco da Esperança para vários fatos que por ali passariam.

Hoje a Associação é mantida por doações, com projetos de apadrinhamento,


bazar, campanhas, bingos e eventos, que tiveram suas atividades suspensas pela
Pandemia.

“Quando eu era criança, fazia o enterro dos pintinhos da chácara em que eu


morava, e, desde os meus seis anos de idade minha maior afinidade sempre foi
com os gatos. E a compaixão fazia com que eu resgatasse todos. No entanto,
nunca pensei que a ONG iria acontecer depois. O importante para mim era salvá-
los. Então, eu precisava de um local para acolhê-los. E, foi assim desde sempre…!
No Beco eu pude e ainda posso realizar a minha vontade e a necessidade primária
deles. Por isso, o Beco é para mim, um sonho realizado, uma satisfação de
dedicar a minha vida a eles”.
– Maria Lucia Pascoto Verdério, Presidente do Beco da Esperança.

II. SUMÁRIO DA PROPOSTA

Este projeto tem por objetivo desenvolver ações que venham a contribuir com o
objetivo da Organização da Sociedade Civil ASSOCIAÇÃO BECO DA ESPERANÇA1,
pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF n° 27.585.988/0001-54,
representada pela presidente Maria Lucia Pascoto Verderio, desde 30 de março de 2017.

A Associação é uma entidade do Terceiro Setor que visa a proteção de animais,


especialmente cães e gatos abandonados.

Ao longo dos anos a mesma buscou dar um lar aos animais encontrados (e muitas
vezes abandonados na sua sede), inclusive promovendo o salvamento de outros, arcando
com várias despesas na sua atuação.

Desta forma, este projeto de intervenção surge com a intenção de trazer à


Associação uma otimização de seu objetivo social, apresentado no problema
pormenorizadamente descrito a seguir.

III. METODOLOGIA

Ante o crescente número de animais abandonados, o presente projeto busca

1 https://mapaosc.ipea.gov.br/detalhar/1248407/associacao-beco-da-esperanca
https://becodaesperanca.org/
estruturar de uma maneira que melhor atinja o objetivo da Associação.

Um dos problemas do Beco é a impossibilidade de visitas presenciais, uma vez


que tiveram diversos problemas com abandonos em sua porta, gerando a insegurança em
sua Presidente que impede qualquer atendimento presencial.

De modo que as entrevistas virtuais foram o meio escolhido para estruturar a


apresentação do projeto aos responsáveis, bem como conhecer os problemas da
Associação.

Como há diversos voluntários responsáveis por setores chaves da Associação, a


fim de otimizar o tempo, foram elaborados questionários aos mesmos, contando hoje
com:

● Isabela – Responsável pelo instagram;

● Isis – Tesoureira, responsável pelo Bazar;

● Bethania – Responsável pelo programa de apadrinhamento.

Através de entrevista realizada com a voluntária Isabela foram verificados os


seguintes problemas, dentre os quais, Falta de arrecadação; Ausência de equipe para
divulgação; Estruturação para retorno de bingos e bazares após a pandemia; Dívidas com
veterinários; Falta de voluntários; Subaproveitamento de imóvel para a realização do
bazar; Receio da divulgação do endereço físico; Dificuldades para atendimento de
burocracias e Superlotação do gatil.

De modo que somente as entrevistas não seriam suficientes para melhor atender
tais problemas, solicitando também acesso às informações sigilosas da empresa como
balanço das doações e dívidas.
3.1. Organograma Beco da Esperança
IV. DA ESTRUTURAÇÃO DOS PROBLEMAS

Conforme acima exposto, a Associação possui uma ampla variedade de


problemas, sendo dividido no presente trabalho em três grandes grupos, para fins de
estruturação e abordagem: Má administração de recursos humanos e financeiros e a
Impossibilidade de visitas.

4.1. A Má administração de recursos humanos e financeiros

O problema mencionado se tornou visível através da entrevista realizada com a


Voluntária.

A Associação conta com centenas de animais, gerando um passivo mensal que as


arrecadações não conseguem cobrir.

Apesar de em sua estrutura contar com um Contador profissional e uma voluntária


com formação em contabilidade, a OSC possui problemas estruturais que impedem
maneiras simples de arrecadação como o programa NOTA PARANÁ. O motivo informado
é por problemas cadastrais e irregularidades burocrático-documentais.

Além do imóvel da própria Presidente ser utilizado para abrigo dos animais, a OSC
conta com uma sede administrativa própria e loca um terceiro imóvel para a realização de
bazares. Contudo, tais bazares não são realizados desde a pandemia. Ainda assim, o
aluguel continua sendo pago, tornando-se um bem subaproveitado.

Apesar de tais fatores, fora informado que a OSC possui interessados em busca de
voluntariado, contudo, as atividades que os mesmos querem acabam não se adequando
à necessidade da Associação.

As parcerias privadas também são pouco estruturadas, sendo que há somente


uma pet shop que promove a OSC mediante contrapartida: Cada pacote de ração doado
à OSC tem 10% de desconto na compra. Não há nenhum outro plano de doação ou
fidelização, como crowfunding ou programa de apadrinhamento.

De fato, o programa de apadrinhamento criado pela voluntária Bethânia é mediante


dois planos de R$ 50,00 e R$ 80,00, onde o padrinho escolhe um animal e semanalmente
recebe fotos do mesmo. A distinção de referidos planos é que no de R$ 80,00 ao padrinho
é permitido a visita ao gatil.

Assim, verifica-se que uma estruturação se faz necessária para solucionar


problemas de gestão de mão-de-obra e também reestruturação do bazar, o que serviria
não só para aproveitamento do imóvel locado, como também destinação de voluntários e
arrecadação financeira.

4.2. A impossibilidade de visitas ao local

Conforme anteriormente exposto, a impossibilidade de visitas ao gatil é um dos


maiores problemas, fulcrado na insegurança da Presidente em um maior número de
abandono de animais na sede.

Tal problema encontra-se enraizado em anos de cuidados e abrigo aos animais.


Ainda que o programa de apadrinhamento permita uma visita mensal, a mesma se
dá mediante uma série de protocolos e acompanhamento da voluntária, passando uma
má impressão que a visita é somente para quem pagar mais.

Em contrapartida, aos voluntários, que buscam justamente auxiliar no cuidado


direto dos animais, a visita não é permitida, sendo informado que somente após um certo
período de acompanhamento e confiança adquirida ao mesmo é permitido conhecer o
gatil.

Apesar de a Associação contar com um questionário prévio para evitar devoluções,


promovendo a doação responsável, outro empecilho também é a demora do traslado do
animal à residência do adotando, tendo em vista que conta com dois voluntários de
confiança que fazem o transporte dos animais. Ressalte-se que estes mesmos voluntários
também transportam rações, remédios, buscam e levam os animais às clínicas
veterinárias além de realizar a entrega ao adotante. Assim, a impossibilidade de visitas
também provoca problemas logísticos ficando a mercê da disponibilidade destes mesmos
voluntários.

Por fim, tais empecilhos acabam por agravar a superlotação do gatil, uma vez que
a exposição em feiras de adoção também ficam na dependência do traslado dos
voluntários.

4.3. Análise SWOT

Essa análise SWOT destaca os pontos fortes do abrigo, como a equipe dedicada, a
reputação positiva e as instalações adequadas. Também identifica as fraquezas, como a
falta de recursos financeiros, espaço limitado e visibilidade reduzida. Além disso, aponta
as oportunidades de colaboração, educação, expansão de serviços e parcerias, e as
ameaças relacionadas a questões financeiras, legislativas, econômicas e de saúde. Com
base nessa análise, o abrigo pode desenvolver estratégias para alavancar seus pontos
fortes e superar as fraquezas.

A Análise SWOT ou Análise FOFA (Forças,


Oportunidades, Fraquezas e Ameaças em
português) é uma técnica de planejamento
estratégico utilizada para auxiliar pessoas ou
organizações a identificar forças, fraquezas,
oportunidades, e ameaças relacionadas à
competição em negócios ou planejamento de
projetos.

Segundo CHIAVENATO (2003) Análise SWOT é um sistema simples para


posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão. De
acordo com Chiavenato o objetivo da matriz é cruzar oportunidades e ameaças dentro do
ambiente externo das organizações e ter uma analise de pontos fortes e fracos. É
utilizado como um indicador para demostrar a situação organizacional e assim
desenvolver ações de melhorias, sendo um acrônimo do idioma inglês: Forças
(Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças
(Threats). Estas análises de cenário se dividem em:
l Ambiente interno (Forças)– Equipe dedicada e comprometida de voluntários
que cuidam dos gatos e administram o abrigo. - 20 anos de casa e reputação positiva na
comunidade local por fornecer um ambiente seguro e carinhoso para os gatos. Muitos
seguidores no instagram - Instalações e recursos adequados para abrigar e cuidar dos
gatos (porém com superlotação), como comida, areia e suprimentos médico

l Ambiente interno (Fraquezas)–Falta de recursos financeiros para sustentar as


operações do abrigo e cobrir despesas como aluguel, serviços públicos e cuidados
veterinários. - Espaço e capacidade limitados e incapaz de alojar mais animais. - falta de
voluntários para demandas especificas. - Visibilidade e alcance limitados para possíveis
adotantes, doadores e apoiadores devido à falta de marketing, presença na mídia social
ou envolvimento da comunidade, não divulgam o local, limpeza do ambiente e excesso de
animais fazendo com que a vigilância possa multa-los a qualquer momento, dívidas com
clínicas, acordos feitos sem um objetivo de ganho mútuo.

l Ambiente externo (Oportunidades) –Colaborar com empresas ou


organizações locais para arrecadar fundos, conscientização e apoio para a missão e
atividades do abrigo. - Participar de eventos, feiras ou festivais de adoção para mostrar os
gatos e atrair potenciais adotantes. - Educar o público sobre os benefícios da adoção de
gatos, posse responsável de animais e bem-estar animal por meio de mídias sociais,
boletins ou workshops. - Expandir os serviços ou programas do abrigo para incluir
recursos adicionais, como clínicas de castração/esterilização, consultas de comportamento
ou orfanato. - Construir parcerias com outros grupos de bem-estar animal, clínicas
veterinárias ou pet shops para compartilhar recursos, conhecimentos e referências. -
Aumentar a visibilidade e alcance por meio de plataformas online, página do Facebook ou
conta do Instagram, utilizar o site já existente para divulgar produtos e animais para a
adoção. Essas oportunidades podem ser aproveitadas para aumentar os pontos fortes do
abrigo, abordar os pontos fracos e mitigar as ameaças que o abrigo enfrenta.

l Ambiente externo (Ameaças) – Disputas por verba caso participe de alguma


licitação; - Mudanças na legislação que possam afetar o funcionamento do abrigo; - Crise
econômica que possa afetar as doações e patrocínios; - Problemas de saúde nos gatos
que possam afetar a reputação do abrigo.

As forças e fraquezas são determinadas pela situação atual da empresa e


relacionam-se, quase sempre, a fatores internos. Estas são particularmente importantes
para que a empresa rentabilize o que tem de positivo e reduza, através da aplicação de
um plano de melhoria, os seus pontos fracos. Já as oportunidades e ameaças são
antecipações do futuro e estão relacionadas a fatores externos, que permitem a
identificação de aspectos que podem constituir constrangimentos (ameaças) à
implementação de determinadas estratégias, e de outros que podem constituir-se como
apoios (oportunidades) para alcançar os objetivos delineados para a organização.

4.4. Árvore de Problemas

Segundo CORAL, OGLIARI e ABREU (2009, p. 109) a Árvore de problemas é uma


ferramente que serve para identificar causas e consequências de uma situação que
precisa de solução, tendo por objetivo encontrar as causas dos problemas para
desenvolver projetos que as eliminem.

Na árvore de problemas nós estruturamos ela da seguinte forma, a raiz do


problema nós identificamos a falta de qualificação na gestão, como alguém não que não
está devidamente preparado para assumir a liderança nas finanças, ou a falta de fluidez
nas informações como não saber que existia um contador.
Isso parte para o problema central que seria a má gestão de recursos humanos
(como exemplo, alguém formado em administração não está na área financeira da ONG)e
financeiros (como a limitação de captação de recursos ou o “desperdiço” de recursos,
como um galpão alugado há meses e inutilizado) e a limitação de visitas.

Como consequências (algumas já citadas como exemplo no decorrer do texto), a


falta de voluntários, possível problemas com a vigilância sanitária, estruturação da equipe
e superlotação de animais, dificultam o melhor desempenho da ONG.
4.5. Mapa da empatia

Já a ferramenta "Mapa da Empatia", faz parte de uma linha de raciocínio


denominada Design Thinking, que consiste em olhar para o todo antes de inovar.

A técnica utilizada é a em quatro quadrantes na parte superior e duas colunas na


inferior. No quadrante de cima, coloque “O que pensa e sente?”; embaixo, adicione “O
que fala e faz?”; no quadrante esquerdo “O que ouve?” e no direito “O que vê?”. Na
coluna da esquerda as dores e na direita os ganhos.

O QUE É: A razão de ser de qualquer organização está no público-alvo que ela atende.
Seja qual for a denominação utilizada (clientes, usuários ou beneficiários), não há modelo
de negócio que sobreviva sem resolver problemas e/ou satisfazer do seu público-alvo.

Não que “olhar com os olhos do cliente” seja o único insumo para montar um
modelo de negócio ou que tudo o que for dito pelos clientes deva ser levado ao pé da
letra, mas sim quer dizer que um negócio de sucesso precisa de um entendimento
profundo dos seus clientes, o que inclui os ambientes pelos quais eles circulam, suas
rotinas diárias, suas preocupações e suas aspirações.

O “Mapa de Empatia”, criado pela empresa XPLANE 2, é uma ferramenta que


permite compreender cada segmento de clientes de uma forma visual, estabelecendo
hipóteses claras a respeito das necessidades, comportamentos e outros atributos das
pessoas e/ou organizações atendidas por um determinado modelo de negócio.

COMO FUNCIONA:

O mapa da empatia é uma ferramenta utilizada para entender melhor o público-alvo de


um produto ou serviço. Ele é dividido em seis seções: "O que ele vê?", "O que ele ouve?",
"O que ele pensa e sente?", "O que ele fala e faz?", "Quais são suas dores?" e "Quais são
seus ganhos?". Cada seção representa uma área de interesse para entender o
comportamento e as necessidades do público-alvo. Ao preencher cada seção do mapa, é
possível ter uma visão mais completa e empatia do público-alvo, o que pode ajudar a criar
soluções mais efetivas e satisfatórias para suas necessidades.

2 XPLANE, uma empresa de Visual thinking, fundada em 1993 por Dave Gray. http://xplane.com/
Analisando o mapa da empatia apresentado observa-se a importância de cuidar
dos gatos abrigados e como a comunicação entre voluntários e visitantes pode ajudar a
melhorar o trabalho da organização. Também é mencionado o desafio enfrentado pela
falta de recursos financeiros e espaço para abrigar todos os gatos.

Assim como o papel do adotante e como ele pode visitar o abrigo para conhecer os
gatos disponíveis para adoção. É enfatizado que a interação com os animais pode
influenciar no cuidado e na interação com eles. O desejo de oferecer cuidado melhor aos
gatos abrigados, conseguir mais recursos, encontrar lares para os felinos, conscientizar
sobre adoção responsável, trabalhar em ambiente agradável e sentir-se valorizado são
alguns dos pensamentos e sentimentos que podem surgir durante o processo de adoção.

Também destaca a preocupação com a superlotação de gatos em abrigos e a


importância de encontrar um gato que se adapte ao estilo de vida do adotante. Também
são mencionadas as formas de ajudar o abrigo, como doar dinheiro/recursos, oferecer-se
como voluntário e compartilhar informações sobre o abrigo e os gatos disponíveis.

Nele pode-se abordar a importância da esterilização e castração para controlar a


população de gatos e evitar o abandono. Também é mencionada a necessidade de adotar
responsavelmente e fornecer um lar amoroso e cuidados adequados para o gato.

Em geral, o mapa da empatia é uma visão geral das atividades relacionadas a um


abrigo de gatos e a importância da adoção responsável. Ele destaca a necessidade de
cuidar dos gatos abrigados, encontrar lares amorosos para eles e conscientizar as
pessoas sobre a importância da adoção responsável e do cuidado adequado dos animais.

Algumas das preocupações mencionadas incluem a falta de recursos financeiros e


espaço para abrigar todos os gatos.

V. REFERENCIAL TEÓRICO

A fim de aprimorar a gestão da Associação, analisou-se a literatura no tocante a


reestruturação de ONGs (FEICHAS, 2006), onde foi demonstrado que se fez necessário
"formular e implementar um sistema de gestão, através da aplicação de instrumentos de
planejamento, gerenciamento e avaliação de programas e projetos; capacitar os
formadores e assessores para o entendimento e a aplicação desses conceitos e
instrumentos", coadunando-se com a proposta escolhida para o presente trabalho.

Para tal reestruturação, verificou-se a necessidade de formação de uma equipe de


coordenação e suporte para o processo, com a definição de mecanismo de
implementação:
"É importante no processo de preparação do Planejamento Tático:
Formar uma equipe de coordenação e suporte para o processo;
Definir os de controle e acompanhamento;
Definir procedimentos para avaliação e revisão permanente da ação;
Definir os mecanismos de implementação.
Um dos instrumentos utilizados para a definição do Planejamento Tático é a
análise SWOT, Strenghts (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities
(Oportunidades) e Threats (Ameaças)." (PEREIRA, BIANCARELLI e DEPRAZ.
2013)

Verifica-se que a própria análise SWOT já foi elaborada no presente trabalho,


servindo de escopo para uma apresentação aos voluntários para a conscientização
organizacional e tentativa que os mesmos contribuam com sua vivência para mitigar as
fraquezas.

Saliente-se que para obter maior confiabilidade é necessário que a ONG tenha a
definição clara dos seus objetivos, pois eles atraem o interesse das pessoas que querem
participar para ajudar, os doadores. Além disso, os objetivos permitem que o Governo
declare a entidade como de utilidade pública, garantindo notoriedade e confiança à
organização (FERNANDES, 2006).

Ressalte-se que entre as OSCs é comum não haver nenhum tipo de capacitação
para gestores, situação que indica a precariedade da Gestão de Pessoas no Terceiro
Setor, mostrando que o envolvimento pessoal do líder é, na percepção dos entrevistados,
o principal fator para qualificá-lo à gestão de uma ONG. Por conseguinte, para que o
desenvolvimento de competências aconteça é necessária a combinação do ambiente e de
outros fatores, que influenciarão ou não este desenvolvimento:

“A mobilização de competências não pode ser isolada do contexto particular de


seu exercício e os indivíduos devem ter a possibilidade de colocá-las em prática,
ou seja, eles devem “poder agir””. (LE BOTERF, 2003)

A promoção de uma reunião de toda alta cúpula para o debate e apontamento de


sugestões segue o conceito de organizações, sendo instituições sociais e a ação
desenvolvida por membros dirigidas a objetivos, projetadas como sistemas de atividade e
autoridade, deliberadamente estruturados e coordenados, atuando de maneira interativa
com o meio ambiente que as cerca (MORAES, 2004), afirmando-se assim que os
objetivos e recursos são fatores determinantes que definem as organizações, fazendo-se
compreender que a sociedade que cerca o homem é feita de organizações e que são elas
que fornecem os mecanismos para se conseguir o atendimento das necessidades
humanas.

Assim, haja vista que a Presidente não promove qualquer tomada de decisão
burocrática, jurídica ou contábil, deixando a cargo das voluntárias, faz-se necessário a
conscientização da mesma e sua organização, fomentando uma atuação como gestora
para a comunicação entre setores visando um objetivo comum, alinhando-se para maior
eficácia, Nas palavras de MAXIMIANO (2007, p. 115):

“eficiência realiza tarefas de maneira inteligente, com o mínimo de esforço e com o


melhor aproveitamento possível dos recursos [...] eficácia é o conceito de
desempenho que se relaciona com os objetivos e resultados”

Promoveu-se assim as seguintes sugestões:

● Adequação de pendências burocráticas para angariação de bens junto à


Receita Federal e Correios para o bazar, uma das fontes de recurso contínuas da
Associação;
● Estruturação para captação de recursos pelo Nota Paraná;

● Medidas para mitigar o furo de caixa, promovendo o acompanhamento para


a adequação de informalidades fiscais (contrato de locação que não é declarado,
compras sem nota fiscal, prestação de serviços à Associação em que é emitido
recibo e não nota fiscal);
● Estruturação do endereço eletrônico que está abandonado, bem como
Instagram para dar maior visibilidade à Associação, o que promoveria não só maior
captação de voluntários, em especial que estejam cursando áreas exatas
(administração, contabilidade, etc) para promover medidas técnicas mais
adequadas a longo prazo;

Apesar do apontamento de todos os problemas e possíveis soluções, a Presidente


da instituição optou somente pela implementação do programa Nota Paraná.

Em contrapartida, as voluntárias também apoiaram a assessoria de marketing para


o Instagram, com aumento no volume de adoções, doações e vendas.

VI. PROPOSTA DE SOLUÇÃO


6.1. Proposta técnica

Uma vez que a Presidência não atua diretamente na gestão da Associação, as


propostas para a implementação foram repassadas e tratadas diretamente às Voluntárias
e ao Contador, que dispõe da assinatura digital do Beco da Esperança, o que permitiria
que a estruturação fosse realizada através do mesmo, independente da Presidência.

Não obstante, também propôs-se um acompanhamento com metodologias


técnicas para o aumento no volume de Adoções, Doações e Vendas através do
Instagram.

Tendo o Contador o assinador digital para as solicitações junto ao Nota Paraná e


demais órgãos públicos, e, a Voluntária o acesso direto ao Instagram, as propostas
ofertadas foram aceitas e iniciadas de imediato.

6.2. Plano de implantação

No tocante ao programa Nota Paraná fora consultado junto aos Cadastros


Federais, Estaduais e Municipais as certidões necessárias para a regularização de
referido cadastro.

Uma vez que as certidões pretendidas são públicas e disponíveis de forma virtual,
puderam ser prontamente emitidas dando maior celeridade ao plano, verificando a
existência de uma pendência junto ao Município de Curitiba, referente à Taxa de Serviço
(Alvará) do período de 2017.

Tal procedimento permitiu ao Contador emitir as devidas guias para recolhimento


do tributo, promovendo a Voluntária responsável pelo Financeiro o pagamento do Tributo.

Em um segundo momento, a regularização dos cadastros Federais, Estaduais e


Municipais para que as doações retornem, estruturando um fluxo de caixa para a
contratação de pessoal qualificado para a urgência acerca da regularização econômica.

Para aumentar o engajamento propôs-se a criação de um roteiro de postagens


utilizando chat GPT, e agendamento das postagens pelo instagram, dessa forma é
possível perder pouco tempo e ter constância nas postagens, o ideal é postar todos os
dias.
Para um aumento do número de seguidores propôs-se a utilização da ferramenta
acima para solicitar as principais Hashtags para determinado objetivo, dessa forma as
postagens vão aparecer para não seguidores também.

Por fim, a implementação destas ferramentas, direcionando ao site da Associação,


culminaria em um aumento do número de vendas, monetizando as visitas através de
parceria com o Google.

6.3. Recursos

Os recursos necessários para a implementação de tal planejamento são mais de


ordem humana, tecnológica e financeira.

Os esforços conjuntos do presente grupo, com o Contador e Voluntárias se faz


imprescindível para a implementação das propostas elencadas.

Um mínimo aparato tecnológico se faz necessário para a utilização das


ferramentas do ChatGPT e Instagram, sendo utilizado o computador pessoal da
Voluntária em questão.

Por fim, o recurso financeiro para a manutenção do Contador, bem como


adimplemento dos encargos tributários para quitação dos tributos é imprescindível para
manter as responsabilidades fiscais em dia, evitando assim a suspensão do Nota Paraná.

6.4. Resultados esperados

Espera-se que com essas etapas a Associação já esteja apta para a angariação de
notas pelo sistema do Nota Paraná, podendo não só aproveitar um saldo positivo a
receber, como também a participação dos sorteios de referido programa.

Um indicador seria o próprio balanço patrimonial, emitido mensalmente pela


contabilidade, analisando-se um acréscimo do passivo circulante.

Para uma análise qualitativa, poderia ser analisado o reflexo no desempenho dos
voluntários e Presidência após a implementação de tais mudanças. Hoje todos estão
cientes das dificuldades e riscos pelos problemas analisados, podendo a implementação
da solução beneficiar suas aspirações, atitudes e valores.

6.5. Riscos ou problemas esperados e medidas preventivo-corretivas

Dentre os riscos para a implementação de tais medidas, teríamos a negativa dos


entes da Federação para a regularização do cadastro, eventualmente com a cobrança
judicializada majorada com os encargos de praxe (multas, sucumbência, custas de
cartório, etc).

Outro risco é referente as ações trabalhistas que também podem negativar o CNPJ
da Associação. Tal situação não pode ser remediada uma vez que a informalidade é
comum na prestação dos serviços, atualmente, mesmo com as ações trabalhistas
propostas e acordos formulados, a OSC hoje conta com três empregados informais.

Com relação aos problemas voltados à tecnologia e Instagram há a mudança de


Voluntário responsável, podendo ser alocado alguém que não tenha o conhecimento
técnico necessário para a gestão do ChatGPT e Instagram, diminuindo o número de
visualizações, engajamento dos visitantes e por consequência queda da monetização
pelo Google e vendas no site.

Não obstante, o maior risco é a manutenção da informalidade da Associação,


gerando um passivo crescente que não é escoado, podendo provocar execuções judicais
(Trabalhista, Tributária e Previdenciária), dos quais não conseguiria suportar.

VII. BIBLIOGRAFIA

AUSTIN, J. et al. Parcerias sociais na América Latina: lições da colaboração entre


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FEICHAS, Susana A. Q. Proposta de reestruturação organizacional de uma ONG e


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LACOMBE, Francisco José; HEILBORN, Gilberto Luiz José. Administração - Princípios


e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003

LE BOTERF, Guy. Desenvolvendo a competência dos profissionais (3a ed.), Porto


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Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131501/.

MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução


Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.

MORAES, Anna Maris Pereira. Introdução à Administração. São Paulo: Prentice Hall,
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Organizações Não Governamentais. Planejamento e elaboração de projetos. Editora
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Problemas como ferramenta para avaliação do impacto da mudança. Revista de
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