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GUIA DE ESTUDO

O Sistema Tutorial EaD

UNIDADE III
Para início de conversa

Olá Caro(a) aluno(a) fico feliz por mais uma unidade juntos.

Na unidade II observou-se que não podemos refletir sobre a EAD sem considerar os eixos interatividade e
interação. Na EAD, apesar de fisicamente distantes, alunos (as) e professores (as) aproximam-se por meio
das ferramentas tecnológicas que fornecem os encontros nos espaços virtuais de comunicação.

Vamos pensar um pouco sobre as ferramentas tecnológicas que podem facilitar a interação entre profes-
sores e alunos na Educação a Distância. Vamos lá?

Vamos verificar que tecnologias (apoiadas pelo computador) nos permitem interagir com nossos colegas?
Preparado? Então vamos adiante.

Chat: vamos conversar?

Chat é o nome popular dado às salas virtuais (locais específicos na Internet) onde pessoas se encontram e
conversam em tempo real, através de mensagens escritas, tanto participando de discussões grupais (en-
tão, você pode participar de um chat com todos os seus colegas de curso) ou de discussões particulares.

Uma grande vantagem do chat é o custo baixo (é mais barato participar de um chat do que fazer um inte-
rurbano). Se bem utilizada, esta ferramenta pode ser bastante útil para nos ajudar a tirar dúvidas, realizar
trabalhos juntamente com os colegas, etc. Entretanto, quando mal-utilizado, o chat pode fazer você des-
perdiçar muito tempo. Existem basicamente três maneiras de participar de chats na internet:

1. Uso de ferramentas como o mIRC - que você baixa para o seu computador, permitindo que você se
conecte a um dos milhares de servidores de IRC da Internet. Uma vez conectado a um servidor, você pode
acessar um canal de chat (os canais de chat são dedicados para conversas sobre temas específicos) e
conversar com pessoas que tem interesses em comum.

2. Uso dos mensageiros instantâneos, como é o caso do MSN. Nessa ferramenta, que você baixa para
o seu computador, você se cadastra em uma rede mundial. Aos poucos, você vai inserindo seus contatos
(podem ser seus amigos e familiares ou outros contatos que você pode procurar através da ferramenta).
Toda vez que você usa a ferramenta, ela lhe “diz” quem está ou não está on line naquele instante.

3. Uso de salas de chat disponíveis na Internet: você pode encontrar salas de bate-papo na Internet
que são comumente utilizadas pelos internautas.

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??? Você sabia?

Caro(a) aluno(a), Chats ou salas de bate-papo – distinguem-se dos e-mails por serem síncronos. Asseme-
lham-se às conversações espontâneas tradicionais, revelando traços de oralidade na tentativa de repre-
sentar, ou melhor, simular as interações face a face. Nos chats, o diálogo centraliza-se entre duas ou mais
pessoas, revelando a interatividade como recurso primordial na rápida troca de turnos conversacionais.

É interessante, também, observar que, por meio dos chats, os internautas podem esconder suas iden-
tidades, criando apelidos virtuais (nicknames). Esse fato está diretamente relacionado com a intersub-
jetividade nas práticas comunicativas, permitindo que os indivíduos assumam identidades diferentes,
com propósitos distintos, configurando, também, o chat como gênero polifônico (BAKNTIN), no qual o
entrecruzamento de várias vozes direciona os papéis dos interlocutores.

Marcuschi elenca vários tipos de chats, dentre os quais destacamos:

a) Chats em aberto: “inúmeras pessoas interagindo simultaneamente em relação síncrona e no mesmo


ambiente”.
b) Chat reservado: variante dos room-chats, mas com as falas pessoais acessíveis apenas aos dois
interlocutores mutuamente selecionados, embora possam continuar vendo todos os demais em aberto.
c) Chat agendado: oferece possibilidade de diversos recursos tecnológicos na recepção e envio de ar-
quivos.
d) Chat privado: “são os bate-papos em sala privada com apenas os dois parceiros de diálogo presentes”.

Fórum: socializando informações e experiências

Um fórum pode ser entendido como uma aplicação na Internet em que os participantes podem ler e postar
mensagens sobre tópicos de interesse. Diferentemente dos chats, os participantes dos fóruns não pre-
cisam estar todos on-line ao mesmo tempo. Você pode visitar o fórum de sua preferência quando quiser.

Uma vantagem dos fóruns é que eles organizam as mensagens de acordo com o assunto. Assim, diferente
do chat que pode ser bem complicado de entender (se você chegar atrasado e não acompanhar a discus-
são), quando você chegar ao fórum pode ir direto e ler as mensagens que têm assuntos interessantes para
você, e responder, com calma, às mensagens.

Com o passar do tempo, grupos que frequentam um mesmo fórum39 vão formando uma comunidade
sobre o tema de interesse comum.

Interessante não é?

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WIKI: o que é isso?

O WIKI é uma aplicação web que permite que vários usuários possam construir documentos em conjunto
e de forma colaborativa. Por exemplo, em nosso curso de EAD, podemos construir relatórios de trabalho
utilizando a tecnologia de WIKI.

Exemplo

O exemplo mais famoso atualmente é a Wikipédia em que qualquer usuário (isto mes-
mo, eu e você também podemos escrever lá) pode editar um artigo e complementar as
informações disponíveis lá.

Há wikis fechados e wikis abertos. Exemplos de wikis fechados são aqueles disponí-
veis, por exemplo, em algum ambiente virtual de aprendizagem. Neste caso, apenas as
pessoas cadastradas têm acesso. Já os wikis abertos são aqueles publicados na web,
nos quais qualquer usuário na internet pode registrar sua opinião ou seus comentários,
como exemplo, temos a Wikipédia.

Grupos on line: compartilhando e interagindo

Caro(a) estudante, outra forma de interagir com colegas que tenham interesses comuns com os seus é
através dos chamados grupos. As ferramentas de grupos (como é o caso dos grupos do Google) permitem
que você se associe a um determinado grupo de interesse e participe das discussões ou visitando a pági-
na do grupo da web (como acontece com os fóruns), ou através de e-mail.

As ferramentas de grupo permitem que você escolha ou receba as mensagens via e-mail (e também enviar
e-mails para o grupo) ou visite a página do grupo e poste diretamente lá as suas contribuições. Também
você pode armazenar arquivos, postar mensagens nos fóruns de discussão e manter interatividade com
um grande número de pessoas. O grupo é importante para compartilhar experiências e socializar ideias,
construindo aprendizagens por meio da colaboração e da cooperação.

BLOG : diário virtual e outras funções

O Weblog (comumente conhecido como Blog) é uma forma de publicação virtual, que vem ganhando cada
vez mais espaço. Os Blogs têm sua origem no hábito de alguns de “logar” (isto é, anotar sempre e com
detalhes) suas atividades na Internet, opiniões sobre determinados assuntos, etc.

Guarde essa ideia!

Uma das maiores vantagens dos blogs é que você pode, de onde estiver, acessar a
Internet, fazer login na sua ferramenta de blog, atualizar seu conteúdo e publicar rapi-
dinho. Tudo isto sem precisar ter o menor conhecimento técnico! Não é interessante?

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Os Blogs funcionam como diários virtuais, de cunho público, com várias informações autobiográficas que
são disponibilizadas para qualquer internauta que tenha acesso aos Blogs no ciberespaço. A contribuição
dos leitores é muito colaborativa, por meio de recados, avisos, bilhetes, notícias, poemas, ratificando a
interatividade entre o ato de ler e o de escrever na web. A autoria compartilhada parece ser uma caracte-
rística fundamental na constituição dos Blogs, os quais se revelam como “vitrines eletrônicas”, mostrando
a privacidade dos indivíduos, por meio de dados que fazem parte do cotidiano das pessoas.

Eles representam transmutações dos diários tradicionais, revelando características similares, tais como: o
caráter autobiográfico, a inserção de imagens, desenhos, figuras para tentar traduzir alguns sentimentos,
o caráter narrativo, a dimensão cronológica (temporal), o diálogo entre ficção e realidade, etc.

No Blog, diferentemente da sua Homepage (que normalmente não é atualizada com frequência), as atu-
alizações aparecem em ordem cronológica inversa, em formato de Post. Cada post consiste de um texto
(normalmente bastante curto), que pode ser lido e discutido pelos leitores do Blog em questão. Alguns
Blogs podem ser pessoais (alguém aí já escreveu um diário?), exprimindo ideias e sentimentos do seu
autor, outros podem ser individuais ou coletivos, versando sobre diversos assuntos.

SKYPE: a interatividade por meio da voz

O Skype é uma aplicação de interação síncrona, que nos permite interagir com os colegas por meio de voz
- o skype utiliza a tecnologia VOIP (Voz sobre IP - que podemos entender como a capacidade de transmitir
voz pela Internet).

Você pode falar, via voz, com outro usuário (é possível fazer uma ligação para mais de um usuário ao mes-
mo tempo) que também esteja utilizando o Skype (isto não te custará nada, só mesmo o custo do acesso
à Internet), ou ligar para um telefone em qualquer lugar do mundo via Skype. Nesse caso, há um custo
associado, mas certamente é menor do que o telefone normal.

Além da comunicação via voz, o Skype também permite chats e envio de arquivos (como acontece no MSN).

Redes de Relacionamento

No ciberespaço, as redes de relacionamento estão se multiplicando rapidamente. As mudanças rápidas


nas estratégias de relacionamento on line criam novas redes sociais que são constantemente atualizadas.

Na maior parte das vezes, vamos rapidamente nos inserindo nos espaços sociais das redes da web e
estabelecemos novas formas de comunicação/interação, compartilhando experiências com um numero
cada vez mais ilimitado de internautas. Nesse contexto dinâmico, precisamos acompanhar as rápidas
mudanças que surgem diariamente no ciberespaço, a fim de aprendermos as facilidades dos desafios
tecnológicos.

No mundo dinâmico da EAD, as redes sociais podem ser utilizadas com diversas finalidades, tais como:
divulgar e compartilhar experiências significativas, promover maior interação entre alunos/professores,
fornecer informações rapidamente sobre novidades no campo da EAD e dos recursos tecnológicos, trocar
informações sobre livros e leituras preferidas, etc.

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A seguir, veja algumas das principais redes de relacionamento disponíveis na Internet.

Facebook é uma rede internacional de relacionamento, por isso prioriza a língua inglesa. Para conhecer
um pouco mais sobre o Facebook, acesse clicando aqui.

O Flickr é uma rede social cujo objetivo principal é compartilhar fotos com outras pessoas. Muitos fotó-
grafos amadores e profissionais utilizam essa rede para divulgar suas fotos e também para compartilhar
suas experiências. Quer conhecer um pouco mais sobre o Flickr, então, acesse clicando aqui.

Formspring é um programa para as pessoas realizarem perguntas. Apresenta também os seguidores


(followers), como ocorre no twitter. Acesse clicando aqui.

Fotolog é uma espécie de blog que prioriza a divulgação de fotos, ou seja, funciona como um fotoblog.
Você posta fotos diariamente e pode escrever algo, como um blog mesmo. Conheça um pouco mais sobre
o Fotolog, acesse clicando aqui.

Looklet é uma rede social internacional, por meio da qual você pode criar looks de moda e outras pes-
soas podem votar e dar suas opiniões. Atualmente, muitas pessoas estão utilizando o Looklet como uma
ferramenta importante para saber a opinião das pessoas sobre moda. Assim, antes de sair de casa com
aquela primeira roupa que você pegava no armário, agora você pode contar com a ajuda dos internautas
que votam sobre o visual mais adequado para você. Acesse clicando aqui e conheça um pouco mais sobre
essa nova rede social.

Meadiciona é uma das mais recentes redes de relacionamento. É uma página que reúne todas demais
redes sociais. Meadiciona serve para facilitar quando alguém quiser lhe encontrar em alguma dessas
redes. Então, o que está esperando? Acesse logo e procure os seus amigos nas redes sociais da Internet.
Boa pesquisa!

Skoob é um site sobre livros e preferências de leituras. Você adiciona os livros que leu, comenta, dá
nota, faz resenhas, adiciona os livros que quer ler, os que você abandonou, os que você quer trocar, etc.
Além disso, você concorre a livros e pode comprá-los no site mesmo. A rede social Skoob pode ser uma
ferramenta importante para estimular a prática da leitura dos alunos (as), por exemplo.

É interessante, pois cada internauta pode construir a sua estante virtual, colocando os livros lidos, as
obras prediletas. Também a prática da produção textual pode ser estimulada por meio da elaboração de
resenhas das obras lidas.

Já pensou como os(as) professores(as) poderiam estimular a leitura por meio dessa rede social? Que tal
acessar clicando aqui ? Vamos lá, não fique fora dessa rede!

Twitpic é uma galeria de fotos (parece com o Flickr), mas é ligada ao Twitter. Tudo que você postar lá,
fotos ou comentários, irá ser redirecionado ao Twitter. Acesse clicando aqui.

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Twitter é um microblog de 140 caracteres. Onde você pode “seguir” as pessoas e vice e versa. É a rede
que está na moda e é onde as notícias correm mais rápido. Acesse clicando aqui.

Veja algumas dicas para participar do twitter:

“Mensagens que você envia pelo Twitter não podem ter mais de 140 caracteres ou o tama-
nho aproximado de uma manchete de jornal. O que significa que elas são realmente fáceis
de ler e escrever.

Mensagens no Twitter são públicas, como posts de blogs, e você não precisa dar permissão
para as pessoas lerem o que foi escrito. Isso significa que você pode vir a conhecer muitas
pessoas interessantes no Twitter”.

Fonte: “Desvendando o Twitter”, livro de Tim O’Reilly e Sarah Milstein, 2009.

Fique atento!

Meu caro(a), você notou quantas redes de relacionamento estão se multiplicando rapidamente? Você
participa de alguma das redes mencionadas anteriormente? Você já utilizou alguma rede social destas?
Que tal socializar suas experiências em um fórum de discussão sobre as redes sociais de relacionamento
na Internet?

Agora é o momento de continuarmos refletindo sobre as tecnologias usadas no contexto da EAD. Vamos
refletir um pouco sobre softwares educativos? Vamos lá?

Software Educativo

Podemos chamar de software educativo a qualquer software, cujo propósito seja o de ajudar no processo
de ensino/aprendizagem. Então, um software aplicativo, como o MSexcel, pode ser considerado edu-
cativo? Pode sim, se usado em sala de aula para ajudar a ensinar Estatística, por exemplo. No entanto,
existem softwares criados com o fim específico de ensinar algum conteúdo. Nestes casos, é fundamental
que tenham uma fundamentação pedagógica clara e que sejam tecnicamente bem elaborados.

A seguir, vamos discutir um pouco sobre os tipos de software educativo que podem ser encontrados.

Softwares de referência: são aqueles que apresentam informações a respeito de assuntos diversos,
como as enciclopédias e os dicionários. Lembra quando discutimos sobre EAD e concluímos que uma das
principais diferenças entre a EAD e a abordagem mais tradicional de ensino é a autonomia do aluno? Na
EAD, o(a) aluno(a) é o responsável principal pelo seu aprendizado e deve estar sempre pronto a buscar
novas oportunidades de construir o seu conhecimento. Neste sentido, as enciclopédias e os dicionários
podem ser muito úteis.

Software de apoio pedagógico: são aqueles que contribuem para o reforço de conteúdos apresentados
ou funcionam para a introdução de novos conteúdos. Podem ser:
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• De exercício e prática - propõem atividades tipo acerto/erro; um exemplo deste tipo de sof-
tware é o Solfege. Um software livre para treinamento em teoria musical e ritmo. Você já usou algum
software deste tipo? Qual?
• Simulação - permite a visualização virtual de situações reais. Um exemplo deste tipo é o CE-
LESTIA. O Celestia é um software para aprendizagem de astronomia, que nos permite “viajar pelo
espaço”. Bem real e barato!
• Jogos educativos - têm o objetivo de divertir, porém exigem conhecimentos de determinados
conteúdos. Exemplo: xadrez, quebra-cabeça, etc.
• Tutoriais - este tipo de software47 orienta o usuário para uma interação mais produtiva, per-
mitindo o controle do grau de dificuldade e da sequência. Pode ser bastante útil, quando estamos
inseridos em uma abordagem de EAD – porque além da prática, permite que revisitemos os conteúdos
mais complexos quantas vezes quisermos.
Como estes exemplos, há muitos outros e você, como vê a utilização de cada um destes tipos no contexto
da EAD?

??? Você sabia?

Você sabia que as tecnologias e dispositivos móveis estão auxiliando a aprendizagem a distância?

Atualmente já se aborda o Mobile Learning (aprendizado móvel) como uma estratégia importante para
garantir mobilidade na EAD a qualquer hora e em qualquer lugar. O celular, por exemplo, pode ser utilizado
como uma ferramenta importante para o aprendizado móvel. A portabilidade, a rapidez na navegação e
a convergência digital são características interessantes do celular para garantir a interatividade na EAD.

A Web 2.0 e Wikipédia no conceito de aprendizagem colaborativa

O conceito da Web.2.0 surge pela primeira vez em 2004, com o objetivo de criar uma sustentabilidade
teórica para as mudanças que estavam ocorrendo na rede mundial de computadores. Em artigo publicado
em 2005, O´Reilly inicia uma série de reflexões sobre um fenômeno que estava acontecendo nos últimos
anos, com o surgimento do Napster em 1999, o Blogger no mesmo ano e a criação da Wikipédia em 2001.

Meu caro(a), podemos afirmar que com o surgimento destas ferramentas na rede, observamos uma mu-
dança de paradigma que deu origem ao conceito de escrita colaborativa. Apesar dos inúmeros questio-
namentos acerca da terminologia, não resta dúvida de que as características da web existentes hoje são
muito diferentes da web que existia em 2000.

Os espaços para a produção e publicação de conteúdos, facilmente realizados pelos internautas, eram
muito limitados até o surgimento destas novas ferramentas, existindo de fato, uma necessidade de mu-
danças para que o internauta superasse uma atuação passiva, transformando-se em um colaborador ativo
do ciberespaço.

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Lévy sintetiza esta necessidade ao afirmar que, o uso crescente das tecnologias digitais e das redes de
comunicação interativa acompanha e amplifica uma profunda mutação na relação com o saber. Ao pro-
longar determinadas capacidades cognitivas humanas (memória, imaginação, percepção), as tecnologias
intelectuais com suporte digital redefinem seu alcance.

E algumas vezes até mesmo sua natureza. As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, apren-
dizagem cooperativa e colaboração em rede oferecida pelo ciberespaço colocam novamente em questão
o funcionamento das instituições e os modos habituais de divisão do trabalho, tanto na empresa como
nas escolas.

Palavras do Professor

Caro(a) estudante, estabeleça uma relação entre as ferramentas que você usa na Internet e o conceito de
Web 2.0. Em que aspectos você enquadraria sua prática como usuário da Internet neste conceito?

Segundo Cobo e Pardo, a educação é uma das disciplinas mais beneficiadas com o surgimento das novas
tecnologias, especialmente as relacionadas com a Web 2.0. Por esta razão é fundamental conhecer e
aproveitar a bateria de novos dispositivos digitais que abrem inexploradas potencialidades.

Alguns autores já usam o termo “aprendizagem 2.0” e um dos principais benefícios destas novas aplica-
ções da web, de uso livre que simplificam tremendamente a cooperação entre pares, responde ao princí-
pio de não requerer do usuário uma alfabetização tecnológica avançada.

Estas ferramentas estimulam a experimentação, reflexão e geração de conhecimentos individuais e co-


letivos, favorecendo a construção de um ciberespaço de inter criatividade que contribui para criar um
espaço de aprendizagem coletiva.

Guarde essa ideia!

É interessante observar que as possibilidades de aprendizagem colaborativa com a Web 2.0 surgem como
uma resposta à tradicional estrutura estática da Internet com poucos emissores e muitos receptores
(como a televisão), começando a adotar uma nova plataforma onde as aplicações são fáceis de usar e
permitem que haja muitos emissores, muitos receptores e uma quantidade significativamente mais alta
de intercâmbios e cooperação.

Esta mudança no número de emissores e receptores permitiu o surgimento das redes colaborativas de co-
nhecimento, onde vários assuntos são colocados em discussão, e novos paradigmas para a compreensão
das mudanças na sociedade do conhecimento são estruturados de forma contínua.

Mais fundamental do que o uso estrutural destas ferramentas é a sua concepção de colaboração e com-
partilhamento, elementos que ainda não estão internalizados na prática do professor como deveriam.
Neste aspecto, o conceito de aprendizagem colaborativa embora bem estruturado do ponto de vista aca-
dêmico, ainda está em estágio embrionário em sua aplicação pedagógica nas escolas. 8
??? Você sabia?

Você sabia que os recursos online da Web 2.0, além de otimizarem a gestão da informação, também
favorecem a formação de redes de inovação e conhecimento com base na reciprocidade e na coopera-
ção? Pois é, a renovação permanente dos conhecimentos não só exigem novas competências no uso das
tecnologias, mas também habilidades e orientação para o processamento cada vez maior dos volumes de
informação (COBO e PARDO).

A formação dos professores através da modalidade à distância, permite um processo de consolidação da


cultura digital. A modalidade à distância, por sua concepção e estrutura, já absorve o aluno dentro desta
sociedade informacional, que obrigatoriamente fará uso das ferramentas tecnológicas, que vão sendo
aprimoradas ao longo de sua aprendizagem. Ao contrário do professor da escola pública que pode esco-
lher utilizar ou não as tecnologias disponíveis, ao estar como aluno do curso de graduação, ele é obrigado
a familiarizar-se com estas ferramentas, sendo condição básica para o avanço em seus estudos.

O que fazemos nos ambientes virtuais é um exemplo de aprendizagem colaborativa? A educação a distân-
cia não privilegia esta forma de aprendizagem?

O que você acha? Vamos adiante?

Educação e Novas Tecnologias

Neste aspecto, não se trata de transpor o ensino presencial para um modelo virtual com todas as li-
mitações e problemas de uma sala de aula convencional, mas sim, empreender uma nova estrutura de
aprendizado, completamente distinta da que utilizávamos no modelo anterior ao surgimento da sociedade
de informação.

Essas mudanças na condução de um processo de formação docente desdobram-se na prática educativa


individual, e à medida que são multiplicadas, podemos ter uma amplitude ainda maior no impacto destas
práticas. Constatamos que as escolas, sobretudo nos bolsões de exclusão distantes dos grandes centros,
ainda não absorveram os elementos inerentes a um novo modelo de sociedade informacional.

São modelos educativos que ainda privilegiam a memorização, que praticam avaliações quantitativas e
excluem o aluno muito cedo do ambiente escolar. São propostas de educação baseadas no principio for-
dista da massificação e reprodução da força de trabalho. Os professores e alunos desta realidade social
e econômica não percebem em seu cotidiano os efeitos da globalização e da sociedade de informação.
O pouco que conseguem absorver desta realidade não é apropriado em seu benefício, mas sim utilizado
como mais um elemento de exclusão.

A formação dos professores na modalidade a distância, incorpora elementos essenciais da aprendizagem


colaborativa promovendo uma mudança paradigmática fundamental.

Meu Caro(a) aos poucos vem aumentando o número de visitas recebidas o que significa indiretamente
mais usuários com contribuições a fazer, e assim, possivelmente, um aumento no número de artigos escri-
tos a partir de pesquisas feitas por usuários em serviços como o Google, Yahoo! ou Netscape.
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Leitura complementar

Para lhe auxiliar em seus estudos, que tal você fazer uma leitura acessando este link?

Espero que goste.

O hipertexto: um novo olhar sobre a textualidade e a importância


do hipertexto na sociedade informacional

O tema hipertexto é tratado de forma intensa nos cursos e tem sido um ponto chave no debate sobre a
leitura e o uso da tecnologia na sociedade informacional. Embora faça parte do conteúdo de novas tecno-
logias aplicados em outras licenciaturas, acreditamos ser essencial apresentar esta discussão de forma
mais aprofundada para os alunos do Curso na modalidade a distância.

Nos parece impossível para o professor de Língua Portuguesa hoje, não conhecer as modificações que as
novas tecnologias estão provocando na construção de gêneros textuais e da própria aquisição do letra-
mento.

O tema, bastante controverso, vem sendo debatido de forma intensa em encontros nacionais e interna-
cionais, encontramos autores que afirmam que o hipertexto surge junto com o livro, já que até mesmo a
Bíblia seria um exemplo de hipertexto, pois permite uma leitura não seqüencial, até comparações com a
estrutura física de uma biblioteca. Não pretendemos detalhar aqui os inúmeros posicionamentos acer-
ca do tema, abordamos o hipertexto a partir dos conceitos de Pierre Lévy, Ingedore Koch e Xavier, mas
apontamos os demais autores para que os leitores possam fazer as suas pesquisas e determinar suas
escolhas, da forma mais hipertextual possível.

Leitura complementar

Clique aqui, essa leitura pode lhe auxiliar.

As origens do hipertexto

A ideia de hipertexto surgiu com Vannevar Bush, em 1945, a partir da concepção de que a mente humana
não funciona de forma hierarquizada, mas sim através de associações, saltando de uma representação
para outra ao longo de uma rede intrincada (Lévy). O termo hipertexto foi criado por Ted Nelson em 1965,
para definir o novo modo de produzir textos, permitido pelos avanços tecnológicos. Para o autor, o hiper-
texto possibilita novas formas de ler e escrever, um estilo não linear e associativo, onde a noção de texto
com uma seqüência lógica de primeiro, segundo, terceiro, ou capítulo um, dois, três, é completamente
desestruturado.

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Caro(a) aluno(a), poderíamos adotar como noção de hipertexto o conjunto de informações textuais, poden-
do estar combinadas com imagens (animadas ou fixas) e sons, organizadas de forma a permitir uma leitura
(ou navegação) não linear, baseada em indexações e associações de idéias e conceitos, sob a forma de
links. Os links são as conexões entre as informações disponíveis em outras janelas.

Para Lévy o hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas,
imagens, gráficos, sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertexto
e cada nós pode conter uma rede inteira. Para o autor, ao entrar Educação e Novas Tecnologias em um
espaço interativo e reticular de manipulação, de associação e leitura, a imagem e o som adquirem um
estatuto de quase-textos.

Para Resumir

Para caracterizar o hipertexto, Lévy recorre a seis princípios (Metamorfose, Topologia, Exterioridade, He-
terogeneidade, Mobilidade e Multiplicidade), que proporciona uma visão panorâmica, que, organiza, re-
sume e amplia a ideia de rede que se pretende construir. Veja a caracterização resumida destes princípios
abstratos:

1. Princípio da metamorfose: a rede textual está em constante construção e renegociação;

2. Princípio de heterogeneidade: os nós e as conexões de uma rede hipertextual são heterogêneos


(imagens, sons, palavras, conexões lógicas, afetivas etc);

3. Princípio da multiplicidade: qualquer nó ou conexão pode revelasse como sendo composto por
toda uma rede indefinidamente;

4. Princípio da exterioridade: a rede não possui unidade orgânica, nem motor interno, sua composi-
ção depende de um exterior indeterminado, da conexão com outras redes;

5. Princípio da topologia: nos hipertextos tudo funciona por proximidade, por vizinhança, o curso dos
acontecimentos é uma questão de topologia, de caminhos;

6. Princípio da mobilidade dos centros: a rede não tem centro, possui permanentemente diversos
centros.

Pode-se dizer que a ligação (link) é o conceito básico mais importante no hipertexto. No hipertexto liga-
ções são marcas que conectam um nó com outro. Quando uma ligação é ativada, um salto é feito para o
ponto associado pela ligação, que pode ser uma palavra, frase ou nó inteiro do mesmo documento ou de
outro. As ligações são geralmente representadas por pontos na tela que indicam a origem ou o destino
das ligações.

Podem ser palavras ou frases em destaque (negrito, itálico ou cores), mas também podem ser gráficos ou
ícones. As ligações podem produzir diferentes resultados:

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• Transferir para um novo tópico;
• Mostrar uma referência;
• Fornecer informações adicionais: como nota de rodapé, definição ou anotação;
• Exibir uma ilustração, esquema, foto, definição ou sequência de vídeo;
• Exibir um índice;
• Executar outro programa de computador, como, por exemplo, programa de entrada de dados ou
rotinas de animação.
O conceito e a estrutura do hipertexto

Xavier propõe um conceito de hipertexto como um modo de enunciação digital, oriundo da sociedade da
informação, e define como características do hipertexto a imaterialidade, ubiquidade, (hiper)intertextuali-
dade e multissemiose. Ou ainda, virtualidade, imaterialidade e ubiquidade, já que o hipertexto é intangí-
vel, onipresente e atemporal na rede; interatividade, considerando o tipo de interação viabilizada pelo hi-
pertexto, hiperintertextualidade, por dialogar com outros textos na web, multissemiose e deslinearidade.

Dicas

Ingedore Koch estabelece uma caracterização para o hipertexto que pode facilitar a identificação mais
rapidamente:

• Não linearidade ( geralmente considerada a característica central);


• Volatilidade, devido à própria natureza (virtual) do suporte;
• Especialidade topográfica, por se tratar de um espaço de escrita/leitura sem limites definidos, não-
-hierárquico, nem tópico;
• Fragmentaridade, visto que não possui um centro regulador imanente;
•Interatividade, devido à relação contínua do leitor com múltiplos autores praticamente em superpo-
sição em tempo real.

O papel do hipertexto na educação

Meu caro(a), para Chaiben, a instrução baseada em hipertexto oferece ao aprendiz um controle quase
completo sobre as atividades de aprendizagem, particularmente sobre a escolha do caminho a ser se-
guido através do material educacional, o que atribui ao mesmo uma responsabilidade maior sobre o seu
próprio aprendizado.

A questão da leitura é essencial quando discutimos as novas relações do leitor com o texto no virtual. Mas
como contextualizar a aprendizagem na leitura e na escrita diante de um novo contexto informacional? A
leitura ficaria prejudicada? As crianças e adolescentes “desaprendem” a norma culta nas novas relações
com o texto no mundo virtual? Leia a seguir o texto de Pan e Vilarinho sobre as questões do hipertexto e
a leitura.
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O hipertexto pressupõe não apenas uma nova forma de apresentar um texto, mas uma modificação na
forma de nos relacionarmos com a informação, através de associações, saltando de uma representação
para outra ao longo de uma rede intrincada de nós e links que podem ser palavras, páginas, imagens, grá-
ficos, sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertexto e cada um de
nós pode conter uma rede inteira. O uso do hipertexto modifica a relação do leitor com o texto e influencia
também os processos de aquisição da leitura e da escrita já que as crianças e jovens estão utilizando a
tecnologia com cada vez mais intensidade.

Para Pesquisar

Leia o material na integra clicando aqui.

Espero que goste, é um material de boa qualidade que pode render muito em seus
estudos.

O professor precisa conhecer a lógica hipertextual e através da sua compreensão es-


tabelecer novas formas para lidar com as concepções de linguagem que já fazem parte
da realidade dos seus alunos.

Palavras do Professor

Espero que você tenha aproveitado este terceiro guia de Sistema Tutorial para EAD.

O objetivo principal deste módulo foi fornecer algumas orientações teórico-práticas sobre a utilização do
acompanhamento e suporte on-line no contexto dinâmico da Educação a Distância.

Você observou a importância de identificar as principais tecnologias usadas na EAD? Pois é, além disso,
você teve a oportunidade de ampliar as reflexões sobre interação e interatividade na EAD, percebendo
que podemos nos comunicar usando os processos de comunicação síncrona e assíncrona.

Você estudou diversas concepções teóricas sobre tecnologia e conheceu vários tipos de tecnologias que
são amplamente utilizadas em cursos na modalidade a distância (materiais didáticos impressos, materiais
didáticos audiovisuais, softwares, videoconferência, áudio conferência, web conferência, entre outras).

Além disso, você também observou a importância de algumas ferramentas para pesquisa na Internet, tais
como: bibliotecas digitais, publicações eletrônicas de artigos científicos, etc.

Foi possível perceber a importância do bloco de notas para registrar os dados de suas pesquisas na Inter-
net. Além disso, você também percebeu a importância do uso das ferramentas interativas associadas ao
Gmail, como, por exemplo, o bate-papo virtual (GTalk). Ultimamente as ferramentas de e-mail têm sido
caracterizadas pela interatividade, facilitando a comunicação entre os usuários, além de também fornecer
outros recursos para registros de pesquisas (bloco de notas), compartilhamento de documentos e arqui-
vos, bem como o dinamismo na interação síncrona (Gtalk). A produção textual tem se revelado como uma
prática muito requisitada no contexto atual. 13
Espero que você tenha aproveitado bastante este momento, em breve estaremos na quarta e última uni-
dade para finalizar apenas uma das etapas do seu curso.

Até lá!

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