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ATIVIDADE INDIVIDUAL

Matriz de atividade individual

Disciplina: Riscos Socioambientais Módulo: 5

Aluno: Leandro Antonelli Correa Turma: 3

Tarefa:

Faça uma avaliação de viabilidade para o futuro empreendimento. Lembre-se de


observar os aspectos socioambientais em sua análise.

A avaliação de viabilidade de um empreendimento visa analisar e compreender os riscos econômicos,


sociais e ambientais, bem como potenciais impactos, que podem resultar da concepção, construção,
operação e encerramento (descomissionamento). É essencial para promover a sustentabilidade a longo
prazo dos empreendimentos, atendendo não apenas a requisitos legais, mas também a expectativas
sociais e ambientais crescentes.
Considerando empreendimentos industriais e com potencial de impacto socioambiental, é necessária
realização de licenciamento ambiental, com avaliação de possíveis efeitos do empreendimento sobre as
comunidades locais, incluindo questões como deslocamento de populações, empregos, acesso a
serviços básicos, segurança e qualidade de vida, e avaliação de potenciais impactos ambientais do
projeto, considerando fatores como qualidade do ar, qualidade da água, gestão de resíduos, uso de
recursos naturais, conservação da biodiversidade e alterações no ecossistema.
Deve-se realizar o diagnóstico socioeconômico da região de entorno da área do futuro
empreendimento, fazer a identificação de vulnerabilidades, oportunidades de desenvolvimento e a
compreensão das dinâmicas locais. Deve-se também buscar o envolvimento das partes interessadas,
como comunidades locais, organizações não governamentais, clientes, fornecedores e outros que
possam ser afetados pelo projeto. Desta forma, é possível avaliar e desenvolver estratégias para
mitigar impactos negativos e, quando possível, compensar ou beneficiar as comunidades locais. Isso
pode incluir programas de desenvolvimento social, compensações ambientais e ações para promover a
sustentabilidade. Ou concluir pela necessidade de alterações no projeto, ou ainda, pela inviabilidade do
mesmo.
Considerando a descrição do projeto de construção de uma nova fábrica de produtos farmacêuticos, é
necessária a avaliação da comunidade vizinha ao terreno proposto e suas características, incluindo o
tipo de ocupação e de moradias, demografia, condições de vulnerabilidade, educação, saúde,
saneamento e transporte, visando mitigar impactos negativos e promover a inclusão e o bem-estar.
Deverá ser avaliada também as condições, restrições e riscos ambientais do terreno e da região do
entorno, associados à possível contaminação de solo no terreno adquirido, ausência ou deficiência de
infraestrutura de saneamento básico (água, esgoto, resíduos e drenagem), áreas de proteção
ambiental próximas, exigências legiais e exigências técnicas de órgãos de regulação e de licenciamento
ambiental.
Essas avaliações socioambientais demandam estudos e levantamentos técnicos, possíveis obras não
previstas (adequação, implantação, mitigação ou remediação), por iniciativa própria ou por exigência
do licenciamento ambiental, e custos que, associados ao valor de investimento previsto, podem tornar
o empreendimento inviável economicamente.

Determine se no processo de licenciamento ambiental será necessário apresentar um


EAR ou um PGR. Justifique sua resposta.

Considerando a Norma Técnica P4.261 da CETESB (2011), tem-se que “o método para tomada de
decisão quanto à necessidade de apresentação de Estudo de Análise de Risco (EAR) ou de Programa
de Gerenciamento de Risco (PGR) é embasado na periculosidade da substância, na quantidade da
substância e na vulnerabilidade do entorno do empreendimento objeto de aplicação da norma”.
A periculosidade de cada substância é avaliada a partir de
propriedades como inflamabilidade e toxicidade. Para as substâncias
de interesse (vide itens 6.1.1 e 6.1.2), a partir das quantidades
armazenadas e das condições de armazenamento, é possível
encontrar nos anexos D e E tabelas com distâncias denominadas de
referência (dr). A decisão quanto à necessidade de apresentação de
EAR ou de PGR é tomada comparando-se dr com a distância da
população de interesse (dp) mais próxima, a partir do centro de cada
recipiente (CETESB, 2011).

Para o empreendimento em questão, as substâncias de interesse apresentadas foram o hidrogênio, o


GLP e o álcool isopropílico.
Considerando o hidrogênio, na referida norma técnica, o mesmo possui tabela própria de referência na
página 101 do Anexo E. A quantidade de armazenamento informada é de 10 cilindros de 3 m³ de
capacidade cada, totalizando 30.000 m³ ou 30.000 kg e, de acordo com a tabela de referência, para
essa massa, a distância de referência (dr) é de 253 metros. Ao verificar a distância da população de
interesse (dp) mais próxima ao local proposto para armazenamento de hidrogênio, tem-se a
comunidade vizinha, em terreno a leste, com residências dentro do círculo de raio (dr) de 253 metros.
Seguindo a norma técnica (CETESB, 2011), “uma vez obtidas a distância de referência (dr) e a
distância à população de interesse (dp), deve-se compará-las, sendo que, quando houver a presença
de população de interesse dentro dos limites determinados pela distância de referência (dr) e Np> 25
pessoas, deve-se realizar Estudo de Análise de Risco (EAR) e Programa de Gerenciamento de Risco
(PGR)”.
Avaliando as imagens de satélite, é possível identificar ao menos 20 imóveis dentro do raio de 175
metros do local proposto para armazenamento de hidrogênio, sendo considerada demografia média de
4 pessoas por imóvel, tem-se população de minimamente 80 pessoas (Np) dentro do círculo de raio
(dr) e, desta forma, torna-se necessária a realização de Estudo de Análise de Risco (EAR) e de
Programa de Gerenciamento de Risco (PGR).
Considerando o GLP, na referida norma técnica, o mesmo possui tabela própria de referência na página
99 do Anexo E. A quantidade de armazenamento informada é de um tanque de 10.000 kg e, de acordo
com a tabela de referência, para essa massa, a distância de referência (dr) é de 120 metros. Ao
verificar a distância da população de interesse (dp) mais próxima, tem-se a mesma comunidade
vizinha, em terreno a leste, porém com as residências fora do círculo de raio (dr) de 120 metros. Neste
caso, considerando o GLP isoladamente, seria necessário somente a realização do PGR.
Considerando o álcool isopropílico, não há referência para o mesmo na Norma Técnica P4.261 da
CETESB (2011).
Desta forma, devido às condições verificadas em relação ao armazenamento de hidrogênio, é
necessária a realização de Estudo de Análise de Risco (EAR) e de Programa de Gerenciamento de Risco
(PGR).

Escolha uma ferramenta para ser o balizador do relatório de sustentabilidade da


empresa e justifique a sua resposta.

Os indicadores Ethos referem-se a uma série de instrumentos e critérios desenvolvidos pelo Instituto
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, uma organização brasileira dedicada a promover práticas
empresariais sustentáveis e socialmente responsáveis. São utilizados para avaliar o desempenho social,
ambiental e ético de organizações (INSTITUTO ETHOS, 2024).
Esses indicadores permitem que as organizações avaliem seu desempenho em áreas críticas

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relacionadas à sustentabilidade, responsabilidade social e ética nos negócios e contribui para as
empresas alinharem suas práticas com princípios éticos e valores que promovem a responsabilidade
social corporativa.
Ao fornecer uma estrutura para avaliação, os indicadores Ethos possibilitam a identificação de áreas
que precisam de melhorias. Isso favorece a implementação de ações corretivas e promove a melhoria
contínua das práticas corporativas e contribui para a transparência e a prestação de contas, pois as
empresas podem comunicar publicamente suas práticas socioambientais com uma metodologia já
reconhecida.
O uso desses indicadores pode fortalecer o engajamento com partes interessadas, como clientes,
investidores, colaboradores e comunidades locais, que estão cada vez mais interessadas nas práticas
de responsabilidade social das empresas e pode ajudar as empresas a se alinharem com padrões
internacionais de sustentabilidade e responsabilidade social, o que pode ser relevante para operações
continentais ou globais.
Investidores socialmente responsáveis podem dar preferência a empresas que demonstram um
compromisso claro com práticas éticas e sustentáveis, tornando-se uma vantagem na atração de
investimentos.
Ao avaliar aspectos éticos e socioambientais, os indicadores Ethos auxiliam na identificação e na gestão
de riscos relacionados a reputação, regulação e outros, podendo fortalecer a imagem da marca, pois os
consumidores estão cada vez mais conscientes e valorizam empresas que demonstram
responsabilidade socioambiental.
Conclui-se que os indicadores ETHOS contribuem para o desenvolvimento de práticas empresariais
mais sustentáveis, éticas e socialmente responsáveis e, como a empresa está se preparando para
tentar entrar no ISE B3, os indicadores são uma ótima ferramenta para ser o balizador do seu relatório
de sustentabilidade.

Considerando a necessidade de realização de um financiamento para a construção do


empreendimento, selecione um banco e verifique quais são as suas exigências para
conceder o empréstimo.

Observe as informações apresentadas no enunciado e, complementarmente, determine


os programas, as obrigações e as preocupações que a empresa deve apresentar e
cumprir.

Após avaliação de alternativas, optou-se pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), pela
referência em financiamento no Brasil.
No BNDES, um pedido de financiamento passa por diversas fases de avaliação, com o envolvimento de
diferentes equipes e decisões tomadas de forma colegiada e o fluxo para solicitação de financiamento
direto no BNDES, de uma forma geral, compreende as etapas de Habilitação, Solicitação de Apoio
Financeiro, Análise, Contratação e Acompanhamento, até os efetivos desembolsos dos recursos
financeiros (BNDES, 2024).
Na Habilitação, são analisados os aspectos cadastrais e de crédito dos clientes, grupo econômico e
garantidores. Concluída a habilitação, a etapa de Solicitação de Apoio Financeiro é iniciada com o
recebimento da solicitação encaminhada pelo cliente. Uma vez recebida a solicitação, a equipe
responsável faz uma avaliação preliminar da aderência do projeto às Políticas Operacionais e de Crédito
do BNDES, e avalia se o material recebido contém as informações mínimas requeridas para o início da
análise. Havendo aderência e estando disponíveis as informações mínimas, se inicia a etapa de análise
(BNDES, 2024).
Na etapa de Análise, são aprofundados diversos aspectos da proposta de financiamento, como por
exemplo: projeto, empresa, licenciamento ambiental, viabilidade econômico-financeira, garantias
oferecidas, aspectos jurídicos, regularidade fiscal e previdenciária. Ao final da análise, a proposta de
aprovação ou não do financiamento é comunicada ao cliente (BNDES, 2024).
Após a aprovação, inicia-se a etapa de Contratação e é formalizado o contrato de financiamento entre
o BNDES e o cliente. Inicia-se então a etapa de Acompanhamento, na qual os recursos do
financiamento são disponibilizados ao cliente e é verificado o cumprimento das disposições aplicáveis e
a evolução física e financeira do projeto financiado (BNDES, 2024).
O BNDES possui linhas de financiamento por meio de crédito ASG - Ambiental, Social e Governança,
para planos de negócio empresariais, com incentivo ao desenvolvimento sustentável. O crédito é livre e
possui bonificação pelo cumprimento de metas relacionadas aos seguintes objetivos ASG:
- apoiar o esforço das empresas na redução da emissão de gases de
efeito estufa;
- estimular uso de tecnologias e insumos sustentáveis;
- ampliar o uso de energia limpa;
- promover ações voltadas à Economia Circular;
- fortalecer ações de Responsabilidade Social Corporativa, e
- contribuir para a melhoria da infraestrutura das escolas públicas
(BNDES, 2024).

Para aprovação do crédito ASG são exigidas contrapartidas mínimas ao cliente:


- Apresentação da Política de Responsabilidade Socioambiental do
Cliente e publicação no site.
- Incorporação de focos prioritários de atuação em Educação e
Diversidade na Política de Investimento Social do Cliente, caso já não
haja tal previsão, e publicação no site.
- Apresentação de Relatório de Sustentabilidade no modelo de
Relatório Global Reporting Initiative (“GRI”) ou Sustainability
Accounting Standards Board (“SASB”) e publicação em seu site
(BNDES, 2024).

Desta forma, considerando um financiamento do BNDES para implantação da fábrica de produtos


farmacêuticos, torna-se necessário que o empreendedor adote ações socioambientais que demonstrem
o compromisso da empresa com a responsabilidade social e a sustentabilidade.
Deverá realizar a avaliação de impacto socioambiental detalhada para identificar os possíveis impactos
do projeto na comunidade local, meio ambiente e recursos naturais.
Estabelecer um programa de engajamento com a comunidade local, incluindo reuniões públicas,
consultas e ações para garantir a participação e a compreensão da população sobre o projeto. Priorizar
a contratação de mão de obra local e implementar programas de capacitação e treinamento para a
população local, criando oportunidades de emprego qualificado e desenvolvimento de habilidades.
Desenvolver programas de saúde e bem-estar para os colaboradores e a comunidade local,
promovendo melhorias nas condições de vida.
Implementar práticas sustentáveis de gestão de resíduos e efluentes, assegurando a conformidade
com regulamentações ambientais e contribuindo para a preservação do meio ambiente. Adotar
tecnologias e práticas que visem à eficiência energética na operação da fábrica, reduzindo o consumo
de recursos naturais e as emissões de gases de efeito estufa. Garantir o uso responsável de recursos
naturais, como água e matérias-primas, buscando alternativas sustentáveis sempre que possível.
Obter o SGA e buscar certificações ambientais e sociais reconhecidas, como ISO 14001 (Gestão
Ambiental) e certificações específicas do setor farmacêutico, para demonstrar o compromisso com
práticas sustentáveis. Elaborar relatórios de sustentabilidade transparentes, destacando as práticas
socioambientais adotadas pela empresa.
Estabelecer parcerias com organizações não governamentais (ONGs) e outras entidades sociais ou

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ambientais para desenvolver e apoiar projetos que beneficiem a comunidade e o meio ambiente.
Desenvolver uma política clara de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e integrada às práticas
cotidianas da empresa.
Ao adotar essas ações socioambientais, a empresa não apenas contribui para a obtenção de
financiamento, mas também constrói uma reputação sustentável e fortalece seu posicionamento no
mercado, facilitando a entrada pretendida no ISE B3.

Referências bibliográficas.
[Caso faça uso de fontes de pesquisa, liste-as de acordo com os referenciais da ABNT]

BNDES. Financiamentos. 2024. Disponível em: <


https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/guia/etapas/ >. Acesso em: 20 jan.
2024.
BNDES. Crédito ASG. 2024. Disponível em: <
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/bndes-credito-asg >. Acesso
em: 20 jan. 2024.
CETESB, Norma Técnica P4.261 - Risco de Acidente de Origem Tecnológica - Método para decisão e
termos de referência, 2ª Edição, Dez/2011. Disponível em: <
https://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/normas/11/2013/11/P4261.pdf >. Acesso em: 20 jan. 2024.
INSTITUTO ETHOS de Empresas e Responsabilidade Social. Indicadores Ethos ASG. 2024. Disponível
em: < https://indicadoresethos.ethos.org.br/ >. Acesso em: 20 jan. 2024.

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