A Voz da Jurema

Volume 1, edição 1
Setembro /2013
T E M P L O D E U M B A N D A C A B O C L O D A S 7 F L E C H A S E P A I F E R R E I R A D E A R U A N D A

Os mestres da Jurema
Os mestres trabalham con-
forme seu local de origem, uns trabalham com er-

O Culto a Jurema Sagrada é originada no nor-

vas, outros com magias, outros com os encanta-
dos, outros com todas as forças da natureza.
Junto com os mestres existem as mestras que tam-
deste brasileiro.
Oriunda da mistura da paje- bé m trabalham de acordo
lança e o sincretismo cató li- com os ensinamentos da
co e com o tempo acabou jurema.
absorvendo a cultura um- A Ciê ncia da Jurema é um
bandista . ensinamento que só os mes-
O culto da Jurema Sagrada tres conhecem e somente
tem como fundamento a eles podem passa-los adian-
A rvore da Jurema, esta que te.
pode ser preta ou branca. Os mestres da Jurema sã o
A bebida de mesmo nome espı́ritos de pessoas ilumi-
(Jurema), é uma bebida mis- nadas que viveram nesta
ta feita a partir da casca da terra, alguns eram pajé s de
raiz da jurema, com vá rios tribos indı́genas outros ne-
temperos (cada Mestre da gros das cenzalas que co-
Jurema tem a sua receita).
Os mestres da Jurema Sagrada nheciam as rezas e benzedu-
ras de curas e etc.
A jurema faz as suas rezas
para os santos cató licos ,mestres da jurema, os Ainda há també m na Jurema o culto a Zé Pelitra
encantados (prı́ncipes dos reinos da Jurema), os que aqui é tratado como um “doutor” pois conhe-
Elementais (seres da natureza ) e també m aos ce a Magia e toda a forma de cura .
orixá s da umbanda. E por isso que os mestres recitam: “ Ajurema tem
Cada mestre da Jurema possui uma ligaçã o com a um segredo que todo mundo quer saber...
sua origem (ou reinado), alguns sã o do reino do E como casa de abelha, trabalha sem ningué m
ACAES, outros de ANGICO, outros do VAJUCA e ver!”
etc...

Nesta edição:

Orixás da Umbanda 2
Aiê iê, mamãe Oxum!
Ervas dos Orixás 2
:icasse linda e farta.
Ser Médium

Próximos Eventos
3

Homenagem a Iemanjá
Campanhas
História da Umbanda
3
N o ú ltimo dia 31 do mê s de agos- Repleta de enfeites amarelo e dou-
rados, a casa recebeu as caboclas de
to, o Templo de Umbanda Caboclo
das Sete Flechas e Pai Oxum com muita
3 alegria em uma gira
Ferreira de Aruanda,
concelebrou uma ho- de aproximadamen-
5
menagem ao Orixá te 1hora de duraçã o.
6 Oxum. Elas receberam uma
Os mé diuns da casa e coroa de :lores ama-
algumas pessoas da Oxum na beira do rio relas e brancas, das
assistê ncia colabora- mã os do dirigente
ram para que a mesa com o Ageum Pai Alberto D’Ogum.
 Página 2 A VOZ DA JUREMA

nossos Orixá s se fazem presen-

Orixás da Umbanda
O
s Orixá s sã o a representaçã o dos elementos
da natureza, sendo assim, cada orixá representa
uma força da natureza.
Quando cultuamos nossos orixá s, cultuamos tam-
bé m as forças elementares oriundas da á gua, da
terra, do ar, do fogo, etc. Essas forças em equilı́-
brio, produzem uma enorme energia (axé ), que
nos auxilia em nosso dia a dia, e para que nosso
destino se torne cada vez mais favorá vel.
No Brasil, erroneamente, diz-se que Oxalá é o
pai maior. Na verdade, Oxalá é um dos mais
velhos, Orixalá por ser sincretizado no Brasil
com Jesus Cristo, é cultuado como "Orixá
maior", no Brasil o mais respeitado e o mais
velho entre os Orixá s.
A grande maioria das naçõ es africanas anteri-
or a era cristã , conheciam a existê ncia de
O lorun como grande criador, ser fundamen-
tal.
Legenda da imagem ou do elemento gráfico.
Acreditamos que nosso Deus "é o todo". E o
todo é a natureza e seus integrantes (animais,
vegetais, homens, planetas, etc.);
Nota: Olorun está acima da vaidade pessoal e de
religiõ es que buscam sempre monopolizar o seu
poder.
O verdadeiro pai perdoa, ensina, ama e protege
seus :ilhos.
Portanto, nosso Deus é um pai mais
“Para chamar perfeito que qualquer outro pai... de esta associaçã o, pois real-
a atenção do Tã o perfeito e superior que que nã o quem está sobre o desı́gnio da
conseguimos associa-lo a imagens,
leitor, insira planetas, Orixá s, pessoas, etc. Nosso sua energia em seu caminho.
uma citação Deus é Universal, é um "todo" ini-
maginá vel em forma, sexo, mas,
ou frase
sentido em energia e fé . Pois tudo a
interessante ele pertence e tudo dele nasce.
do texto Orixá nã o se limita ao Africano po-
ré m, por ser a A frica o berço da civi- esteja ligado as vontades do
aqui.” lizaçã o humana, de lá nasceram as
mais antigas energias, por muitas
rami:icaçõ es e associaçõ es como
ZEUS(Gré cia) a XANGOC (Sango): Ares Deus da
Guerra (Ogum); etc... A perpetuaçã o do culto aos
tes Hoje. Pois é a mais antiga e
ú nica religiã o ancestral que
ainda se permanece viva e :iel a
origem em :iloso:ia e culto com
muita aproximaçã o ao seu ber-
ço cultural na A frica; que possui
a mais variada segmentaçã o de
cultos associados e adaptados a
culturas regionais de diversos
paı́ses, como no Brasil onde
possui na maioria de seus cul-
tos a Orixá , mesclem com espi-
ritismo, catolicismo, pajelança,
catimbó etc. Ex: a Umbanda.
E comum no Brasil associar-
mos pessoas a in:luê ncias de
um ou dois Orixá s especı́:icos,
dizendo-se que a mesma rece-
be esta energia e que isso justi-
:ica a maioria de sua conduta e
atos.
De certa forma, nã o é inverda-
mente Orixá exerce in:luê ncia a
Poré m, nã o podemos dizer que
a pessoa que está sendo regida
por determinado Orixá , que
este mesmo seja FILHO exclusi-
vo, pertencente ao mesmo e,
que por sua vez, seu destino
Orixá . Nossas vontades sã o
regidas por nossa consciê ncia, e
nossa consciê ncia alimentada
por nosso ORI (Nosso Deus/
Nosso EU) cujo as nossas esco-
lhas e atos estã o intrinsecamente ligados a
nossa personalidade e cará ter, tais quali-
dades que Orixá algum tê m o poder de
modi:icar sem que nosso Ori esteja em
harmonia com o universo.
Em resumo, quase todos os Orixá s tiveram
uma curta passagem pelo nosso mundo,
sendo muitos ancestrais divinizados que
apó s fatos heroicos ou divinos, e por pos-
suı́rem energia extrema, maior que a capa-
cidade humana poderia suportar, encanta-
ram-se e/ou retornaram ao Orun (cé u),
deixando para nó s segredos e ensinamen-
tos, encurtando a ligaçã o do material ao
espiritual. Ligaçã o essa que nó s preserva-
mos e usamos nã o só para nó s, mas tam-
bé m para as pessoas que nos procuram,
mesmo sem ter ligaçõ es diretas com a reli-
giã o. Essas ligaçõ es sã o em sua grande
maioria revelados por IFA , cujo veremos
na parte relacionado a Odú s.
Em nossa religiã o, é fundamental a inte-
graçã o com a natureza, pois quanto maior
o contato com a natureza, maior será seu
desenvolvimento, sua energia, seu axé e,
portanto, maior será o cordã o (elo) de
ligaçã o com seu Orixá aproximando mais
de Olorum (Deus criador/construtor de
todo o universo).
Orixá signi:ica també m o caminho que nos
guia em determinados pontos de nossas
vidas, caminhos revelados por Ifá onde se
faz necessá rio o devido culto para que os
que dele necessitam seguir e equilibrar
sua energia durante o tempo que perma-
necerá no aiye (terra).
Entre todos Orixá s, salientamos o de maior
e incontestá vel importâ ncia que é ORI, seu
Deus pessoal, sua identidade, sua consci-
ê ncia viva e presente, que antes de tudo
deve ser muito bem cuidada, alimentada e
equilibrada para que se possa ter a consci-
ê ncia e o equilı́brio mental para possuir ou
ser conduzido na Energia pura de Orixá
(Orixá ).
Finalizando: energia = natureza; natureza
= Orixá ; Orixá = caminho.

Ervas dos Orixás

Fonte: Http://www.mundodasmagias.com\ervas-suas-utilidades/

lignina (podendo, tistas em suas obras, embora,

H á muitos crité rios de
classi:icaçã o dos vegetais
quanto ao tipo de caule.
As ervas ou plantas herbá -
ceas sã o, na maior parte das
vezes, de:inidas de duas
formas:
· Plantas de caule macio
Ervas sagradas
ou maleá vel, normalmente
rasteiro, sem a presença de
geralmente, ser corta-
do apenas com a
unha) - ou seja, sem
ao considerar alguns casos en-
globados por elas, o leigo possa
:icar confuso.
caule lenhoso. Como exemplo, a primeira ca-
tegoria engloba muitos cactos
· Plantas cujo caule nã o
de há bito arbustivo, alguns de
sofre crescimento
porte verdadeiramente impo-
secundá rio ao longo
nente, como os saguaros dos
de seu desenvolvi-
Estados Unidos.
mento.
Ambas as de:iniçõ es estã o cor- Continua...
retas e sã o utilizadas pelos cien-
 VOLUME 1, EDIÇÃO 1 Página 3

Ser Médium
Fonte:http://www.casaluzeterna.com.br/mediunidade/mediuns-de-umbanda.html

sua vida como um mensageiro de estar pontualmente no terreiro com

Para sermos um bom mé dium, primei- Deus, dos Orixá s e Guias. Ter um com-
portamento moral e pro:issional dı́g-
sua roupa sempre limpa, conversar
sempre com o chefe espiritual do
ro nã o devemos nos envaidecer dessa
nos, ser honesto e ı́ntegro em suas terreiro quando estiver com alguma
faculdade, visto nã o ser um premio, e
atitudes. Nos dias de hoje, é difı́cil ser dú vida, problema espiritual ou ma-
sim um meio para trabalhar em bene:icio
tudo isso, mas vale a pena e pode ser terial.
de irmã os sofredores, problemá ticos ou
feito. "Deve deixar, na medida do possı́-
portadores de mal psicoló gicos.
As pessoas que sã o mé diuns devem vel, seus problemas materias sem-
A mediunidade é para servir e nã o
pre do lado de fora do terreiro", ou
ser servida.
seja, tentar entrar no terreiro com a
- Temos que ser irmã os verdadeira-
cabeça mais arejada e limpa, fazen-
mente;
do com que haja uma divisã o entre
- Nos preocuparmos com as pesso-
o material e o espiritual, embora eu
as que se encontram na nossa assis-
saiba que deixar os problemas lá
tê ncia;
fora seja difı́cil, mas nã o é impossı́-
- Ter nossas obrigaçõ es sempre em
vel.
dia;
Para termos uma boa incorporaçã o,
- Zelar por tudo que diz respeito
precisamos de alguns preparos an-
aos nossos Orixá s;
tes e durante nossos trabalhos co-
- E o mais importante ter AMOR à Legenda da imagem ou do elemento gráfico.
mo:
religiã o!
levar sempre a sé rio suas missõ es e - Tomar os banhos necessá rios;
E necessá rio que o mé dium encare o seu
ter muito amor e dar valor ao que - Fazer sempre :irmezas para os
trabalho mediú nico como uma missã o,
fazem, ter sempre boa vontade nos guias;
estudando, se preparando, sintonizando
trabalhos de seu terreiro e na vida do - Se preparar para uma boa concen-
seu coraçã o e sua mente com espı́ritos
dia a dia. traçã o;
elevados e amigos, e ai poderá cumprir
O mé dium deve tomar, sempre que - Buscar uma boa irradiaçã o;
satisfatoriamente a missã o que lhe foi
necessá rio, os banhos de descarrego - Manter uma boa vibraçã o;
con:iada.
adequados aos seus Orixá s e Guias, - Nunca passar à frente dos guias.
O mé dium deve tangir
“Para chamar a atenção do
leitor, insira uma citação ou frase
interessante do texto aqui.”
Próximos Eventos
de Setembro apartir das 16:00h. dos que puderem colaborar
O Templo de O cerimonial terá como ponto foco
a distribuiçã o de doces em home-
com a casa fazendo doaçõ es
de doces e brinquedos para
Umbanda Caboclo dar as crianças
nagem a Ibejada.
das Sete Flechas e
Salve São Cosme, São Traga as crianças para participar O Endereço do Templo é : Rua
Pai Ferreira de
Damião e Doum
deste evento em homenagem as Aristó bulo de Oliveira Gama
Aruanda irá conce-
crianças e aos Orixá s que represen- nº 69—Jd Mª Augusta—
lebrar a homena-
tam a pureza da nossa religiã o. Taubaté
gem a Sã o Cosme,
Sã o Damiã o e Doum no pró ximo dia 29 O Templo també m agradece a to-

Procissão à Imagem de Iemanjá em Caraguatatuba

saı́da as 15:00h e retornam ve já o

J á está se tornando uma tradi- no domingo pela manhã che-
gando em Taubaté pró ximo
seu lu-
gar no
çã o o Templo de Umbanda Cabo-
ao 12:00h. ô nibus
clo das Sete :lechas e Pai Ferreira
Se você é devoto de Iemanjá pois sã o
de Aruanda, participar das home- Iemanjá a Rainha do mar
e també m gostaria da opor- poucos
nagens à nossa Mã e Iemanjá em
tunidade de ir junto com os assen-
Caraguatatuba-SP.
mé diuns umbandistas da tos dis-
Os mé diuns contratam um ô nibus
casa fazer as suas homena-
no Sá bado normalmente com ponı́veis para a assistê ncia.
gens a Rainha do mar reser-
 T e m p lo d e U mb and a Segurança. O nosso Templo precisa de ajuda!
Seja um Patrocinador do Jornal
A VOZ DA JUREMA Como todos
Estamos à procura de parceiros para
estão consta-
divulgação
tando quando
Tel: 12 - 981449776 chegam no
Email: tumqpzp@gmail.com Templo, agora
os muros estão
O Jornal A VOZ DA JUREMA é com sistema de
um veículo de divulgação sem proteção bem
como o interior
fins lucrativos do Templo de
da casa.
Umbanda Caboclo das Sete
Isto aconteceu
Flechas e Pai Ferreira de Aruan- devido à uma
série de inva- Colaborem com as rifas do Templo
da com veiculação através da
sões que ocor-
assistência que frequenta a casa reram no templo, todas com uma nova rifa; com isso conseguimos
e demais locais afiliados e sim- furtos. arrecadar 15% do montante necessário.
patizantes. O Dirigente, Pai Alberto D’O- Agora estamos rifando uma Imagem de
gum empenhou todo o caixa São Jorge (Ogum) que será cruzada e bezi-
do templo e parte de sua ren- da para a proteção da pessoa que ganha-la

Seja um
da para proteger o patrimônio .
do templo e ainda faltam hon-
dor ! Pedimos a todas as pessoas que frequen-
Colabora
rar com mais dispezas.
tam a casa que colaborem nos ajudando
Para tal, a casa está fazendo pois a nossa meta é arrecadar 100% do
uma série de rifas. montante que ainda falta para garantir a
Iniciou-se com a rifa do edre- segurança de nossa casa.
dom de casal que saiu para
uma médium da casa e a mes-
ma doou, novamente, para

História da Umbanda
Fonte: Texto extraı́do da Sociedade Espiritualista Mata Virgem
Colaborem com as
Algué m da famı́lia sugeriu que "isso
era coisa de espiritismo" e que era
melhor levá -lo à Federaçã o Espı́rita
de Niteró i, presidida na é poca por
responsá veis pela sessã o procura-
vam doutrinar e afastar o espı́rito
desconhecido, que desenvolvia uma
argumentaçã o segura.
Um mé dium vidente perguntou: −
"Por quê o irmã o fala nestes ter-
mos, pretendendo que a direçã o
aceite a manifestaçã o de espı́ritos
que, pelo grau de cultura que tive-
ram, quando encarnados, sã o clara-
mente atrasados? Por quê fala deste
desencarnados.”
O vidente retrucou: −"Julga o irmã o que al-
gué m irá assistir a seu culto" ? perguntou com
ironia. E o espı́rito já identi:icado disse:
− "Cada colina de Niteró i atuará como porta-
voz, anunciando o culto que amanhã inicia-
rei".
Para :inalizar o caboclo completou:
− "Deus, em sua in:inita Bondade, estabeleceu
na morte, o grande nivelador universal, rico
ou pobre, poderoso ou humilde, todos se
tornariam iguais na morte, mas você s, ho-

N
José de Souza. No dia 15 de novem-
bro, o jovem Zé lio foi convidado a
participar da sessã o, tomando um
o :inal de 1908, Zé lio Fer-
lugar à mesa.
Tomado por uma força estranha e
nandino de Moraes, um jovem rapaz
alheia a sua vontade, e contrariando
com 17 anos de idade, que preparava
as normas que impediam o afasta-
-se para ingressar na carreira militar
mento de qualquer dos componentes
na Marinha, começou a sofrer estra-
da mesa, Zé lio levantou-se e disse:
nhos "ataques". Sua famı́lia, conheci-
"Aqui está faltando uma :lor". Saiu da
da e tradicional na cidade de Neves,
sala indo ao jardim e voltando apó s
estado do Rio de Janeiro, foi pega de
com uma :lor, que colocou no centro
surpresa pelos acontecimentos.
da mesa. Essa atitude causou um
Esses "ataques" do rapaz,eram ca-
enorme tumulto entre os presentes.
racterizados por posturas de um
Restabelecidos os trabalhos, mani-
velho, falando coisas sem sentido e
festaram-se nos mé diuns kardecistas
desconexas, como se fosse outra
espı́ritos que se diziam pretos escra-
pessoa que havia vivido em outra
vos e ı́ndios.
é poca. Muitas vezes assumia uma
O diretor dos trabalhos achou tudo
forma que parecia a de um felino
aquilo um absurdo e advertiu-os
lé pido e desembaraçado que mostra-
com aspereza, citando o "seu atraso
va conhecer muitas coisas da nature-
espiritual" e convidando-os a se
za.
retirarem.
Apó s examiná -lo durante vá rios dias,
Apó s esse incidente, novamente uma
o mé dico da famı́lia recomendou que
força estranha tomou o jovem Zé lio e
seria melhor encaminhá -lo a um
atravé s dele falou: −"Porque repelem
padre, pois o mé dico (que era tio do
a presença desses espı́ritos, se nem
paciente), dizia que a loucura do
sequer se dignaram a ouvir suas
rapaz nã o se enquadrava em nada
mensagens. Será por causa de suas
que ele havia conhecido. Acreditava
origens sociais e da cor ?"
mais, era que o menino estava ende-
Seguiu-se um diá logo acalorado, e os
moniado.
modo, se estou vendo que me dirijo mens preconceituosos, nã o contentes em
neste momento a um jesuı́ta e a sua estabelecer diferenças entre os vivos, procu-
veste branca re:lete uma aura de
ram levar essas mesmas diferenças até mes-
luz? E qual o seu nome irmã o? mo alé m da barreira da morte. Porque nã o
− "Se querem um nome, que seja
podem nos visitar esses humildes trabalhado-
este: sou o Caboclo das Sete Encru-
res do espaço, se apesar de nã o haverem sido
zilhadas, porque para mim, nã o
pessoas socialmente importantes na Terra,
haverá caminhos fechados."
també m trazem importantes mensagens do
− "O que você vê em mim, sã o
alé m?"
restos de uma existê ncia anterior.
No dia seguinte, na casa da famı́lia Moraes, na
Fui padre e o meu nome era Gabriel
rua Floriano Peixoto, nú mero 30, ao se aproxi-
Malagrida. Acusado de bruxaria fui
mar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam
sacri:icado na fogueira da Inquisi-
reunidos os membros da Federaçã o Espı́rita
çã o em Lisboa, no ano de 1761. Mas
para comprovarem a veracidade do que fora
em minha ú ltima existê ncia fı́sica,
declarado na vé spera; estavam os parentes
Deus concedeu-me o privilé gio de
mais pró ximos, amigos, vizinhos e, do lado de
nascer como caboclo brasileiro."
fora, uma multidã o de desconhecidos.
Anunciou també m o tipo de missã o
AY s 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete
que trazia do Astral:
Encruzilhadas. Declarou que naquele momen-
− "Se julgam atrasados os espı́ritos
to se iniciava um novo culto, em que os espı́ri-
de pretos e ı́ndios, devo dizer que
tos de velhos africanos que haviam servido
amanhã (16 de novembro) estarei
como escravos e que, desencarnados, nã o
na casa de meu aparelho, à s 20
encontravam campo de atuaçã o nos remanes-
horas, para dar inı́cio a um culto em
centes das seitas negras, já deturpadas e
que estes irmã os poderã o dar suas
dirigidas em sua totalidade para os trabalhos
mensagens e, assim, cumprir mis-
de feitiçaria; e os ı́ndios nativos de nossa
sã o que o Plano Espiritual lhes
terra, poderiam trabalhar em benefı́cio de
con:iou. Será uma religiã o que
seus irmã os encarnados, qualquer que fosse a
falará aos humildes, simbolizando a
cor, a raça, o credo e a condiçã o social.
igualdade que deve existir entre
A prá tica da caridade, no sentido do amor
todos os irmã os, encarnados e