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● Introdução:
Video Games sempre fizeram parte da vida de todos os que se deixaram tocar por eles.
Eles foram parte importante da construção de muitos, e assim desenvolveram a
sociedade e como ela se reconhece.
Você não precisa estar 100% infiltrado no universo gamer para sacar que aquele ali é um
ambiente composto, em sua maioria, por homens.
É uma questão quase que cultural e que permeia a infância de muita gente, né?!
"Menino joga vídeo game e menina brinca de boneca".
No entanto, cada vez mais vemos gamers LGBTQIA + ocupando esse espaço,
representado e incentivando seus iguais a fazerem o mesmo. Com muita luta e militância, o
mercado vem mudando e se tornando cada vez mais inclusivo, mesmo que a passos lentos.
● PARTE 1:
A primeira representação LGBTQ+ nos games foi registrada em 80, com o início das
narrativas textuais em jogos de consoles e computadores, modificações feitas por fãs
começaram a trazer personagens LGBTQ+ para esse universo, a adaptação do filme
musical “The Rocky Horror Picture Show”(1975), que tem um personagem o Frank N.
Furter autoproclamado homem travesti e pansexual (alienígena) do Transexual Planet, na
galáxia da Transilvânia.
E chegou aos consoles com o nome “Richard O’Briens’ The Rocky Horror Show
Game”(1985) , trazendo os personagens LGBTQ+ presentes nos filmes para o mundo
pixelado pela primeira vez na história.
No jogo Você pode escolher Brad ou Janet como seu personagem enquanto vagueia pelo
castelo.
● PARTE 2:
A sociedade conservadora dos séculos anteriores era muito focada em manter um padrão
na construção social e qualquer coisa que saísse desse padrão deveria ser repudiado.
Todos tinham seus papéis e comportamentos dentro de caixas pré-fabricadas. Por isso não
só jogos de inclusão LGBTQIA+ foram um choque grande, jogos com protagonismo
feminino como Metroid ( centrado na caçadora de recompensas Samus Aran que protege a
galáxia dos Piratas Espaciais e suas tentativas de obter o poder de criaturas parasitas,
chamadas de Metroid.)
● PARTE 3:
● PARTE 4:
Por muitas vezes esses diálogos estão tão escondidos que, se o jogador não ler
atentamente a uma linha de diálogo, passar por um local diferente do mapa ou decidir não
investir seu tempo jogando naquele momento da história do jogo, o conteúdo com
personagens LGBTQIA + sequer será acessado pelo jogador.
● PARTE 5:
Um exemplo é o caso da personagem Birdo do jogo Super Mario Bros 2 (Nintendo, 1988),
onde no manual do jogo é informado que ela prefere ser chamada de “Birdetta” e que
“ele pensa que é uma mulher”.
Apesar de ser uma representação feita de maneira negativa, ela está escondida no manual
do jogo, que raramente os jogadores param para ler. Após controvérsias com o manual, a
Nintendo censurou essa descrição, e a personagem Birdo é representada no sexo
feminino desde então, sem associação com a comunidade LGBTQ+.
Agora um jogo que todos conhecem: a franquia Grand Theft Auto, onde o jogador pode
encontrar diversos personagens LGBTQ+ nas ruas enquanto explora a cidade e encontra,a
maioria, representações negativas no jogo.
● PARTE 5.1:
No jogo Grand Theft Auto V (O jogo mais lucrativo da história)pode se encontrar, mulheres
transsexuais em situação de prostituição e sendo abordadas com falas transfóbicas pelos
protagonistas como:
● PARTE 5.2:
Em sua busca pelas vestimentas femininas o protagonista precisa encontrar uma parte
numa academia de fisiculturistas e a outra parte em uma casa de banho japonesa.
Nesses locais o protagonista dialoga com diversos NPCs, todos homens musculosos e sem
camisa que “tiram proveito” dele, flertando e até tomando banho juntos.
● PARTE 6:
Antigamente havia alguns games que procuravam retratar os LGBTs de modo positivo.
O primeiro com uma protagonista lésbica veio em 1989 e se chama Caper in the
Castro, lançado para disquetes, onde você assume o papel de uma detetive chamada
Tracker McDyke e deve descobrir quem capturou seu amigo, a drag queen Tessy
LaFemme.
Desenvolvido por Ralph, ele disse em uma entrevista que se inspirou na comunidade LGBT
de São Francisco, onde foi muito bem recebido.
“Em 1988 eu me mudei do sul Califórnia para São Francisco. Fiquei impressionado e muito
grato com a liberdade que a comunidade LGBT tinha na cidade. Queria devolver um pouco
para a comunidade e também criar um modo de levantar dinheiro para instituições de
caridade que auxiliavam os portadores de AIDS” – disse em entrevista.
No entanto, Ralph teve que lançar uma versão alternativa do game, desta vez chamada de
Murder on Mainstreet, censurando toda a temática LGBT por “questões comerciais”.
O jogo era o mesmo, mas a orientação sexual da protagonista não era mais explícita, nem
que quem foi raptado foi uma drag.
● PARTE 7:
Primeira personagem de gênero não binário (fluído) da história dos games, uma das vilãs
do jogo, Flea é referenciada no jogo pelos pronomes masculinos mas se veste com roupas
femininas e antes da sua batalha, fala a icônica frase:
● PARTE 7.1
Sua história pessoal nunca havia sido muito abordada nos jogos, ela só foi ter uma chance
de mostrar interesse em outra mulher em Mortal Kombat X. E em Mortal Kombat 11, ela
finalmente pôde ter o seu final feliz, cuidando de seu filho junto de sua amada Tanya em
uma realidade alternativa.
Poison - Final Fight (1989) e Street Fighter
Tendo sua primeira aparição em Final Fight, Poison é uma mulher transexual poderosa.
Final Fight é um jogo beat-'em-up (comumente conhecido no Brasil como "briga de rua",
onde a personagem vai passando pelo estágio conforme luta com inimigos) e são
geralmente vistas poucas mulheres nesse tipo de jogo, principalmente na época em que
foi lançado.
Poison foi apresentada como uma vilã forte que saltava para escapar de ataques e usava
uma voadora para atacar.
A princípio, Poison seria uma mulher cis, mas temendo ações judiciais afirmando que no
jogo havia espancamento de mulheres, a Capcom a registrou como transexual, o que
continua errado, pois trans ou cis, Poison continua sendo uma mulher.
● PARTE 7.2:
LOL É um dos maiores fenômenos culturais do mundo dos jogos, lotando estádios ao redor
do mundo para ver partidas.
Entre suas centenas de personagens, entre eles as mais variadas características como
suas terras natais, idiomas conhecidos, se são humanos ou não... inclusive sua
sexualidade.
Era impossível que todos fossem héteros e ao longo do tempo a Riot Games vem
representando e acolhendo a comunidade LGBTQIA + por meio de contos, mostrando as
histórias.
Neeko é uma vastaya (espécie híbrida de animais selvagens e humanos) que possui
atração por outras personagens femininas e, conforme divulgado por um funcionário da Riot
Games, ela é lésbica.
A Leona, uma grande paladina dos Solari, que teve seu amor pela herege Diana revelado.
Ambas são mulheres lésbicas que protagonizaram contos, contando sobre sua juventude, e
curtas animados, mostrando como suas desavenças ideológicas lhe mantém afastadas.
É uma história trágica com momentos doces que marcou os jogadores LGBTQIA+ do
eSport.
Definitivamente essa não é uma das melhores influências para a comunidade, mas com
certeza é muito importante que haja esse tipo de inclusão, independente do jogo.
● PARTE 7.3:
A franquia de jogos The Sims, que é uma das franquias de jogo com mais vendas na
história, é um jogo de simulação da vida real que permite que o jogador construa casas e
crie personagens que podem construir famílias, e tudo que possa aproximar esse
personagem da vida real.
Esse jogo permite, desde sua primeira edição, que os personagens criados engajem em
relações homoafetivas e, em suas edições mais recentes, permite criação de personagens
transexuais, além de não limitar a escolha de vestimentas ao gênero. Os relacionamentos
dos NPCs que circulam na cidade são gerados automaticamente e podem existir casais
LGBTQ+ na vizinhança.
Inclusive, uma das histórias mais incríveis do The Sims 3 é a de que, no ano 1999, duas
NPC se beijaram em uma demonstração programada. Isso causou um rebuliço na indústria
e atirou pedras no lançamento do jogo, que estava na corda bamba.
Gibraltar é um gigante com uma força enorme — mas também um homem gay, que
decidiu ajudar os outros depois que foi resgatado de um desastre junto com seu namorado.
● PARTE 7.4:
Overwatch ganhou o prêmio de Jogo do Ano em 2016, o que trouxe grande reputação ao
FPS da Blizzard.
Uma das personagens LGBTs mais icônicas dos últimos tempos, Ellie da franquia The
Last of Us possui bastante visibilidade no mundo gamer.
Sua sexualidade foi explorada no segundo título da saga, onde, infelizmente, muitas
pessoas acabaram criticando o jogo e dizendo que isso não deveria ser abordado, o que
causou um certo burburinho na época de seu lançamento.
A protagonista é muito forte e resistente, passando por diversas lutas e perdas durante sua
jornada, é satisfatório ver alguém com a história de Ellie representando a comunidade.
Ellie é lésbica e possui uma relação com Dina, que é uma mulher bissexual.
“Jogos sobre um personagem ou enredo com o qual você se identifica podem ser um
grande passo para desmistificar determinados preconceitos. Além disso, a oportunidade de
colocar-se no lugar desse avatar e de vivenciar a trama acontecendo ao redor de suas
ações é algo muito poderoso”.
● PARTE 8:
HORA DE DOCUMENTÁRIO:
Agora vamos mostrar um, mini documentário LGBTQIA+: eSports de Todas as Cores,
lançado no dia Internacional do Orgulho LGBT de 2019 celebrado em 28/06,
Discute como a estereotipação e o preconceito afetam esse público no cenário gamer
nacional, mostrando a jornada de jogadores profissionais, narradores, streamers e criadores
de conteúdos que fazem parte da comunidade LGBTQ+ e lutaram contra o preconceito
abrindo caminho para que o cenário de eSports no Brasil se torne cada vez mais inclusivo e
menos opressivo.
● PARTE 9:
APÓS DOCUMENTÁRIO:
Nesse documentário mostra claramente tudo que a comunidade passa, suas lutas e
batalhas!
● PARTE 10:
Os números são ainda mais expressivos ao se tratar do Brasil. Segundo dados do Brasil
Game Show, o país representa a terceira posição mundial de jogadores, cerca de 60
milhões de pessoas.
Carla Ferreira, gamer há 7 anos, acredita que, na verdade, os LGBTs, bem como outras
minorias, sempre fizeram parte da comunidade gamer.
“O que eu percebo é que, com o passar do tempo, a resistência contra a opressão vem
aumentando. Com isso, as pessoas se sentem mais confortáveis em mostrar quem elas são
de verdade”, observa.
Além disso, o crescente interesse por canais de gaymers no YouTube também indica uma
busca maior por diversidade e representatividade por parte do público:
● PARTE 11:
EMPRESAS INCLUSIVAS
Criado com a proposta de ilustrar o consumo da comunidade LGBT+, o termo pink money
foi, com o passar do tempo, utilizado para explicar a própria evolução das empresas em
relação às pautas de diversidade.
Durante o mês de junho, o Mês do Orgulho da comunidade LGBT+, são bem comuns as
campanhas e ações de marketing de empresas a favor desse grupo, com posicionamentos
de inclusão e contra o preconceito.
Entretanto, conforme os debates sobre diversidade vão sendo ampliados, sobretudo nas
redes sociais, cresce também a percepção do público a respeito do que é uma ação
genuína e do que é efeito apenas para tentar atrair o pink money, ou seja, os consumidores
da comunidade LGBTQIAP+, sem vínculo direto com sua causa.
● PARTE 11.1
EXEMPLOS DE HOMOFOBIA:
Não é de hoje que a comunidade gamer é conhecida por não ser receptiva às minorias, seja
por gênero, orientação sexual e até raça.
Fonte: “Free to Play? Hate, Harassment, and Positive Social Experiences in Online Games”, Liga Antidifamação (ADL), 2019
● PARTE 12.1
No começo de maio de 2019, a plataforma XBOX personalizou suas fotos de perfil em rede
social com as cores que simbolizam o movimento LGBT, que tem em junho o mês oficial de
orgulho.
A postura, embora tenha obtido muito mais reações positivas, também registrou ofensas
agudas. No Facebook o desconforto da empresa foi ainda maior, dado que os “Super Fãs”
também se posicionaram contra a ação.
A Sega passou igualmente pela mesma turbulência. A ilustração de Sonic ostentando uma
bandeira com as cores do arco-íris, gerou revolta de muitos.
A postagem tinha por objetivo apoiar o Dia Internacional contra Homofobia, Bifobia,
Intersexualidade e Transfobia.
● PARTE 12.2:
O ano de 2019 tem sido palco para muitos episódios de violência contra o movimento
LGBTQ+. Embora conte com o apoio dos gigantes da indústria, a causa tem sofrido
diversos ataques.
● PARTE 13:
Diversos projetos no Brasil incentivam pessoas da comunidade LGBTQI+ nos jogos online,
seja divulgando streamers, realizando eventos e ações voluntárias. O objetivo é ser uma
ponte de jogadores com interesse em comum: jogar de boa sem ser discriminado.
"Os comentários só foram escalando de 'ah, é mulher, por isso é horrível assim' e 'é mulher,
você não tinha nem que estar jogando isso'. Eu não sabia o que responder, tentei me
manter na partida, mas me retirei me sentindo extremamente mal e chorando" - Disse em
entrevista
Pensando em uma maneira de evitar outros ataques e manter um ambiente seguro, Ekat e
mais três amigos decidiram criar o Vale, comunidade que ajuda pessoas LGBTQIA+ dentro
do cenário de Valorant.
-diz a gamer.
Assinando o projeto com os nomes dos personagens, os administradores auxiliam
jogadores e streamers da comunidade LGBTQI+ a formar um canal de comunicação para
receber denúncias.
Ekat afirma que, por se tratar de um game online novo, acredita que isso facilite a criar um
ambiente mais inclusivo.
Tanto Ekat quanto os membros do Vale esperam uma resposta da Riot Games, pois
acreditam que facilite nas denúncias que os administradores recebem diariamente.
● PARTE 13.1
Projeto Fierce
Criado em 2018, o Projeto Fierce (que vêm da gíria "feroz" usadas pelas drags queen no
programa RuPaul's Drag Race) encoraja mulheres e pessoas LGBTQIA+ que sofrem
discriminação, preconceito e assédio dentro dos games e eSports.
A ideia do coletivo surgiu após o episódio em que uma jogadora trans recebeu comentários
homofóbicos e machistas por estar no competitivo de CS:GO (Counter Strike: Global
Offensive).
"Eu senti a necessidade de fazer algo pra mudar, tanto para tentar mudar a concepção da
comunidade, que até hoje é algo difícil, mas não impossível para melhorar o dia dela e de
pessoas que sofrem esse tipo de coisa também."
Através do Projeto Fierce, Juliana participa de palestras e workshops sobre a temática como forma de
“conscientizar pessoas sobre gênero, orientação sexual e entre demais assuntos do universo
Atualmente, o Projeto Fierce conta com a fundadora, de Recife (PE), e outras nove
pessoas espalhadas pelo Brasil e Argentina, que produzem conteúdo online, design e
eventos (tanto online quanto offline) voltados para a comunidade.
● PARTE 14:
Como eu disse antes, não adianta só disponibilizar jogos com personagens representativos
se os jogadores continuam sofrendo discurso de ódio por outros jogadores dentro do próprio
produto, certo?
Embora alguns jogos tenham mecanismos de denúncia, muitas interações online ocorrem
de forma anônima, levando muitos jogadores a limitar sua exposição devido ao assédio.
Para combater isso, é essencial compreender a legislação e conhecer nossos direitos. Os
agressores devem entender que estão cometendo crimes passíveis de proteção.
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
● PARTE 15:
O estereótipo dos personagens LGBTQ+ nos anos 1980 a 1990 era basicamente a grande
maioria eram representados de forma estereotipada ou negativa.
Homens gays, por exemplo, quase sempre apareciam como pessoas muito afeminadas e
fracas, enquanto mulheres lésbicas eram “masculinizadas” ao extremo.
Mesmo jogos que tentavam trazer uma representação mais positiva, muitas vezes
precisavam lançar versões alternativas sem esses elementos por questões comerciais.
Esse é o caso de Caper in the Castro, de 1989, que tinha uma mulher lésbica como
protagonista, cuja orientação sexual não é mencionada na versão alternativa.
● PARTE 15.1:
“AI, EU NÃO SOU GAY E NÃO SOU OBRIGADO A JOGAR COM PERSONAGEM GAY.”
Você não é negro e não é obrigado a jogar com personagem negro, mas eles existem você
querendo ou não. Quantas vezes um negro teve que jogar com um personagem branco pois
não havia outra escolha? Quantas vezes eu não tive que jogar com personagem masculino
pois não havia personagem feminina alguma no jogo? Quantas vezes uma pessoa
homossexual teve que jogar com um personagem hétero? Ao menos agora estamos
abrindo opções para todos, ou seja, estamos incluindo ao invés de segregar.
Portanto, se você não é gay e não quer jogar com personagem gay, tudo bem: você tem um
leque infinito de personagens héteros para escolher. Mas, por favor, não queira que só você
possa escolher um personagem com o qual se identifica, porque TODOS merecem o
mesmo direito.
Assim como você, esse público também consome quadrinhos, jogos, assiste seriados e
filmes. E assim como você, ele também merece se sentir representado em todas essas
mídias com o devido respeito que ele (e todo mundo) merece.
FIM.