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FACULDADE CEARENSE
FORTALEZA
2012
DÉBORA DA SILVA LEMOS
FORTALEZA
2012
L558s Lemos, Débora da Silva.
Serviço Social na área da dependência química: uma análise
da atuação profissional do assistente social em comunidades
terapêuticas / Débora da Silva Lemos. – 2012.
106 f.
CDU 37:004
CDU 338.486.21:[004.738.5:339]
CDU 347.922.6
DÉBORA DA SILVA LEMOS
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Faculdade Cearense
____________________________________________________
Faculdade Cearense
____________________________________________________
Faculdade Cearense
A minha mãe Albaniza e ao meu irmão Rafael, pelo exemplo e
pelo apoio em todos os momentos da minha vida.
As amizades verdadeiras.
AGRADECIMENTOS
This study investigates the practice of social workers in third sector institutions that
serve drug addicts, the Therapeutic Communities, located in Fortaleza and in the
metropolitan area. We understand that studying professional practice is important in
order to contribute to the ongoing construction and maturation of Social Work in
Brazil, and the relevance of the study, in the context of addiction, is due to the fact
that this is a crosscutting theme and also, viewed as a global problem. According to
data from the Household Survey II on Psychotropic Drugs in our society, conducted
by CEBRID (Brazilian Center for Drug Information) in 2005 in the 198 largest cities in
the country, 12.3% of Brazilians aged 12 to 65 say they are dependent on alcohol.
Alcohol and tobacco are the drugs most consumed by the Brazilian population -
lifetime use, 68.7% to 41.1% alcohol and tobacco. The research also reveals that in
2001, 19.4% of respondents had used any drugs and, in 2005, that number rose to
22.8%, which corresponds to an estimated population of approximately 11,603,000
people excluding alcohol and tobacco. Regarding the data on the prevalence of
lifetime use of any psychotropic drug, there was enough variation in the five Brazilian
regions. The northeast is a region where almost a third (27, 6%) of the residents of
the 22 most populous cities in the region has made lifetime use of drugs except
tobacco and alcohol. Our research is founded in academic discussions about
professional practice in legislation and in Brazilian public policies aimed at the
problem of alcohol and other drugs, and in interviews with four social workers,
crowded in Therapeutic Communities that meet this demand. The study showed that
the Social Service has a key role in the treatment of chemically dependent, but it acts
having to overcome various institutional limitations, the main one is financial difficulty,
it ends up limiting their work, but their commitment to the chemically dependent and
their family, with the institution, with treatment and social reintegration, makes these
professionals can act in view of the security of rights.
AA – Alcoólicos Anônimos
CT – Comunidade Terapêutica
MS – Ministério da Saúde
NA – Narcóticos Anônimos
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 13
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 92
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 96
APÊNDICE.............................................................................................................. 101
13
INTRODUÇÃO
Essa temática foi escolhida devido a três motivações: a primeira foi o fato de
hoje a dependência química estar no palco das discussões devido à sua gravidade
que chamou a atenção do poder público e passou a ser considerada um problema
mundial, com um alcance cada vez maior de consequências generalizadas na vida
social das pessoas como: desagregação familiar, acidentes de trânsito, aumento da
violência e criminalidade, disseminação de doenças, inclusive a AIDS, e altos níveis
de suicídio.
1
Segundo Iamamoto (2000), a questão social manifesta-se na contemporaneidade, apresentando-se
sob múltiplas expressões. Logo, além do crescimento da pobreza, da miséria, do desemprego
estrutural, da precarização do trabalho, frequentemente abordados, também compõe esse leque, o
aumento da criminalidade, da violência, e porque não dizer do uso abusivo e indevido de drogas, que
tem provocado uma imensa gama de problemas, entre os quais a dependência, constituindo-se um
problema mundial de saúde pública. Iamamoto, inclusive, menciona “as desigualdades sociais – de
classes – em seus recortes de gênero, raça, etnia, religião, nacionalidade, meio ambiente etc.”
(IAMAMOTO, 2000, p.114), para demarcar as “roupagens distintas” que a questão social pode
assumir na contemporaneidade.
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O assistente social atua numa realidade contraditória, uma vez que para dar
respostas às demandas, sua prática é determinada tanto pelas condições histórico-
conjunturais quanto pelos limites que a realidade impõe aos profissionais. Em
decorrência disto, para entender e lidar com as alterações ocorridas na sociedade
de uma forma geral é necessário que o assistente social compreenda que não está
em um simples emprego, desenvolvendo atividades burocráticas e rotineiras, seu
papel vai além, ser profissional significa apreender a realidade, nela captar
possibilidades que possam se transformar em intervenção, de modo a criar, negociar
com a instituição e efetivar suas próprias propostas.
Por fim, importa mencionar a forma como foi dividida a exposição do trabalho,
lembrando ser esta divisão, sobretudo didática, necessária para facilitar a
compreensão do assunto em questão.
CAPÍTULO 1
[...] as substâncias psicoativas ilícitas não são proibidas somente pelo seu
conteúdo farmacológico, cujo potencial pode produzir danos à saúde, mas,
sobretudo pelos seus valores sociais que mudam a cada contexto histórico
e que a proibição ou a permissão da ingestão de substâncias psicotrópicas
em qualquer tempo resulta de determinantes socioculturais. Cada contexto
sociocultural, político e econômico determina o modo como o homem
relaciona-se com os produtos psicoativos, estabelecendo normas e critérios
que regulamentam essa convivência. Na contemporaneidade, o álcool é
aceito pelos países do ocidente, entretanto, abolido pelos países
mulçumanos. (OLIVEIRA, 2003, p.24).
Existe uma classificação que se baseia nas ações aparentes das drogas
sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), conforme as modificações observáveis na
atividade mental ou no comportamento da pessoa que utiliza a substância. São elas:
drogas estimulantes da atividade mental (que aceleram a função cerebral) como
anfetaminas, cafeína, crack e cocaína; drogas depressoras da atividade mental (que
reduzem a velocidade da função cerebral) como inalantes, barbitúricos, opiáceos,
ansiolíticos ou tranquilizantes e álcool; e drogas modificadoras da atividade mental
(que alteram o funcionamento cerebral) como alucinógenos sintéticos (ecstasy, LSD)
e os naturais (maconha, etc.), anticolinérgicos e outras substâncias.
Para ele, o cultivo da papoula, nome da flor de onde se extrai o ópio, tem
origem na Europa e na Ásia Menor. As plantações de dormideira, a planta originária
desta droga, também chamada de planta da felicidade, foram provavelmente as
mais antigas do planeta cultivadas no sul da Espanha, na Grécia, no noroeste da
África, no Egito e na Mesopotâmia. Na Grécia Antiga, esta droga era muito utilizada
para o tratamento de múltiplos males, inclusive os líderes políticos a consumiam em
grandes quantidades para se protegerem contra envenenamentos. De acordo com
Macrae (2001), nesta cultura, seu uso jamais foi concebido como degradante. Seus
efeitos medicinais também foram valorizados pelos romanos. Na Roma antiga, ela
foi bastante utilizada como eutanásico, além de analgésico e calmante.
Para o autor, nas religiões e culturas antigas, um caráter sagrado foi atribuído
a muitas das substâncias psicoativas, até a cristianização do Império Romano. No
contexto das práticas xamanísticas, essas substâncias consideradas sagradas,
desempenham a função de veículos que conduzem o homem ao mundo dos
espíritos ou do sobrenatural; é o meio mais rápido e eficaz de atingir tal objetivo.
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A crescente intervenção política e militar sob o pretexto da luta contra as drogas alcança com o
Plano Colômbia as características de uma guerra neocolonial. Tal situação que acentuou-se a partir
dos anos 1970, quando Nixon lançou a guerra contra as drogas, atingiu graus extremos nos anos
1980 e 1990, na entrada ao terceiro milênio parece tornar-se ainda mais grave. Diversos aspectos da
degeneração da situação social relacionam-se direta ou indiretamente ao estatuto do comércio de
drogas na sociedade contemporânea: aumento da violência urbana, do número de encarcerados e
das forças militares envolvidas com as drogas. (CARNEIRO, 2002).
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uma grande expansão, principalmente entre jovens com menos de 20 anos de idade
e de baixa renda, iniciando uma epidemia.
supõe-se que o “problema” não tem solução definitiva, mas que há necessidade de
apoio através de diversos programas sociais. Nesse caso, a política se reorganiza
periodicamente face às novas drogas, aos novos hábitos de consumo e às crises
nas relações sociais que perturbam a subjetividade do indivíduo, numa resposta
pragmática.
Depois desta data, o Brasil criou outros instrumentos legais, como o Decreto-
Lei, em 1934, reforçando a criminalização do uso e do tráfico (MORAIS, 1997) e o
Decreto-Lei nº 891, de 25 de novembro de 1938, posteriormente incorporado ao
artigo 281 do Código Penal. Esse Decreto se deu no governo de Getúlio Vargas e
versava sobre a fiscalização de entorpecentes e sobre a internação do dependente,
determinada para o “bem” da segurança pública. Sem levar em consideração a
vontade dos indivíduos, ficando à vontade dos aparelhos policiais e dos judiciários,
como o Ministério Público e as côrtes da justiça, conforme exposto no artigo 29, da
norma legal de 1938.
Compartilhando análise similar, Oliveira (2003) disserta que “esta lei norteou a
política de drogas no país [...] mas se reduzindo à inibição da oferta das substâncias
ilícitas, conforme acordado em convenções internacionais”. (OLIVEIRA, 2003, p103).
Art. 37. Para efeito de caracterização dos crimes definidos nesta lei, a
autoridade atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida,
ao local e às condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, bem como à conduta e aos antecedentes do
agente. [...] (BRASIL, 1976).
Essa Lei criminaliza o usuário, podendo ele ser “fichado” como traficante ou
vice-versa. Não existe diferença entre pequeno, médio e grande traficante, com isso
a legislação pode tornar-se ineficiente com relação ao impedimento do tráfico, bem
como do uso.
Tinha como objetivos alocar a questão do uso de álcool e outras drogas como
problema de Saúde Pública; indicar o paradigma da redução de danos nas ações de
prevenção e de tratamento; formular políticas que possam desconstruir o senso
comum de que todo usuário de droga é um doente que requer internação, prisão ou
absolvição e mobilizar a sociedade civil, oferecendo-lhe condições de exercer seu
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Importante estratégia de saúde pública, assumida pelo Ministério da Saúde, para a prevenção das
DST/AIDS e hepatites entre usuários de drogas injetáveis desde 1994, por meio de uma cooperação
com o UNDCP – United Nations Drug Control Programme (Programa das Nações Unidas para o
Controle Internacional de Drogas). (OLIVEIRA, 2003).
4
Dispositivo assistencial de comprovada resolubilidade, podendo abrigar em seus projetos
terapêuticos práticas de cuidados que contemplem a flexibilidade e abrangência possíveis e
necessárias a esta atenção específica, dentro de uma perspectiva estratégica de redução de danos
sociais e à saúde. (BRASIL, 2003).
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Vale destacar o caráter inovador desta Lei, que são as atividades de atenção
e de reinserção social do usuário e/ou dependente de drogas, conforme o artigo
abaixo.
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Nome popularmente dado à Lei 11.705/2008, que faz uma alusão à Lei Seca dos Estados Unidos
que entrou em vigor em 1920, porém a lei americana proibia a fabricação, o comércio, o transporte, a
importação e a exportação de bebidas alcoólicas, enquanto a lei brasileira atua na perspectiva de
conscientizar a população para se beber não dirigir.
FONTE: http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/lei-seca.htm.
32
Porém, hoje nem todas as localidades têm motivos para comemorar os quatro
anos da prática da Lei Seca. Um levantamento feito pelo Correio Brasiliense em
cinco capitais brasileiras mostra que o Distrito Federal responde pela maior
proporção de motoristas flagrados embriagados. No ano passado, cerca de 70
condutores a cada 10 mil dirigiam sob influência de bebida alcoólica, enquanto no
Rio de Janeiro, o índice é de 35 pessoas para cada 10 mil.
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FONTE: http:// www.saude.gov.br.
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Desse modo, por exemplo, há indivíduos que bebem eventualmente, mas são
incapazes de controlar ou adequar seu modo de consumo. Isso pode levar a
problemas sociais (brigas, faltas no emprego), físicos (acidentes) e psicológicos
(agressividade). Diz-se que tais indivíduos fazem um uso nocivo do álcool. Por fim,
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• Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes são requeridas para
alcançar efeitos originais;
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FONTE: www.saude.gov.br.
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CAPÍTULO 2
Marx (2008), afirma que o trabalho é nada mais que “necessidade natural e
eterna de efetivar o intercâmbio material entre o homem e a natureza, e, portanto, de
manter a vida humana”. (MARX, 2008, p.50). A categoria trabalho, uma vez
compreendida na sua historicidade material e dialética, permite alcançar uma
definição de homem como ente que, para ser, necessita produzir os seus próprios
meios de subsistência material e simbólica.
O que Marx nos diz relaciona-se com o sentido mesmo do humano como ser
social, que transforma a natureza, e a partir desta transformação desenvolve um
processo de aprendizagem de seus limites e suas potencialidades enquanto ser.
Caso não seja assim, o ser humano não existe enquanto ser social, diferente dos
demais seres.
Desta forma, é a partir do trabalho que o ser humano, ser social, se diferencia
de outras formas pré-humanas na história. Somos dotados de consciência, temos a
possibilidade de planejar antes de dar forma ao objeto. Esta é a razão de o trabalho
ser a categoria ontológica central para o mundo dos seres humanos, tanto em Marx
quanto em Lukács, pois sem a transformação da natureza não há qualquer
reprodução social.
Nesse sentido, Marx (2008) fala sobre a práxis humana afirmando que “toda
vida social é essencialmente prática” (MARX, 2008, p.29). Portanto, a Práxis é o
todo que interconecta os fundamentos teóricos, filosóficos, metodológicos,
ideológicos, históricos de uma decisão. Compreende todo o contexto que envolve a
prática profissional.
Faleiros (2008) afirma que a “prática é particular, ela é específica, ela implica
sujeitos com múltiplas determinações no todo” (FALEIROS, 2008, p.89). A prática
profissional enquanto conceito é imensa, e quase indefinível em sua totalidade.
Como diz Netto (2006), o Serviço Social é uma profissão, e não uma ciência, e
desse modo lhe são privados os benefícios de conceituação ampla e definitiva,
permitida às ciências.
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Há uma intensa discussão a respeito de o Serviço Social ser considerado ou não trabalho. De
acordo com Lessa (2000), o Serviço Social não é trabalho “porque não realiza a transformação da
natureza nos bens materiais necessários à reprodução social. Não cumpre a função mediadora entre
os homens e a natureza; pelo contrário, atua nas relações puramente sociais, nas relações entre os
homens” (LESSA, 2000, p. 52). Contrariamente, Marilda Iamamoto (2010) diz que o ato de trabalho
não se reduz a relação homem x natureza, divergindo-se com Lessa. Ela traz para o debate, a
análise do trabalho na sociedade capitalista inserindo o trabalho concreto do assistente social na
divisão sócio técnica do trabalho. Para Iamamoto, na relação capital x trabalho há a materialização
das relações sociais e a personificação das coisas. O capital fetiche intensifica, assim, a exploração
do trabalho e, torna invisível a centralidade do trabalho. Porém, dados os limites dessa pesquisa não
aprofundaremos esse debate.
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Desta maneira, ele não é dono dos meios para intervir, mas produz
conhecimento científico à medida que, para atuar, necessita pesquisar sobre a
realidade, sua atuação exige uma investigação sobre a prática, portanto, o
assistente social é produtor e detentor de conhecimento e não só executor de um
saber institucional.
Com as novas exigências postas aos profissionais daquela época, pelos seus
empregadores, o Serviço Social começa um processo de questionamento da forma
como vinha desenvolvendo sua prática.
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Para Netto (2011), esse momento configurou-se como uma aproximação ao marxismo sem o
recurso ao pensamento de Marx, de forte caráter pragmático e reproduzido em manuais populares e
partidários. Nesse contexto, o tripé que sustenta a teoria marxiana foi simplificado por esquemas de
manuais: a dialética materialista é compreendida como um jogo mecânico e formal entre a tese, a
antítese e a síntese e a categoria da totalidade esvaziada por um tipo de epistemologismo e de
formalismo metodológico. A intenção de ruptura se firmou apenas nos anos de 1990, quando se
passou a ter acesso às fontes originais de Marx e Lucáks.
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Desde a edição da LDB de 1996, a educação brasileira sofreu algumas modificações. No que diz
respeito à expansão do atendimento, houve progressos em todos os níveis e modalidades de ensino.
A educação profissional, flexibilizada, teve um percurso mais tortuoso: embora a educação
continuada tenha feito progressos difíceis de mensurar, houve recuo das matrículas no nível técnico.
Houve avanços na cobertura escolar também na educação especial e na indígena, assim como se
ampliaram as oportunidades para os jovens e adultos que não puderam cursar ou concluir, na idade
esperada, o ensino fundamental e médio. As iniciativas de educação à distância, tradicionalmente
restringidas pela legislação, puderam multiplicar-se, com o apoio das novas tecnologias, em especial,
da Internet. Quanto à qualidade do ensino, os limites da LDB são mais evidentes. Porém, apesar de
seus defeitos e limitações, a LDB tem representado um marco de valor para a educação brasileira.
FONTE: http://www.senado.gov.br.
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O assistente social ainda está encontrando seu espaço e definindo seu papel
na área de álcool e outras drogas, e, para isso, depende das relações institucionais;
com isso, em alguns momentos, existe um avanço e, em outros, um retrocesso.
CAPÍTULO 3
Ainda segundo Costa et al (2010), não era necessário ter concluído o ensino
médio, ou científico na época, para ingressar na Escola. É tanto que, na primeira
turma que se formou aqui no Estado algumas alunas tinham concluído apenas a
quarta série ginasial, o que corresponde hoje ao nono ano do ensino fundamental.
Somente após o curso ser agregado à Universidade do Ceará, hoje Universidade
Federal do Ceará, e ter reconhecimento de nível superior foi que se passou a exigir
como critério de aprovação, além da seleção, a conclusão do Ensino Médio ou
Científico.
O Serviço Social no Brasil tem suas origens na primeira metade do século XX,
com suas raízes cristãs de assistencialismo, a igreja Católica controlava todo
processo de ajuda ao próximo e benefícios aos menos favorecidos, sendo
patrocinada pela ordem burguesa vigente.
campo seja fechado, são as pessoas que não querem e que não aderem, é uma
área difícil, trabalhar com a Dependência Química é trabalhar com o fracasso todo
dia”. (E3) e
Eu acho que é um campo aberto para o Serviço Social, até porque não
existe recuperação de dependente químico se não for trabalhada a
reinserção e a família, e quem faz isso geralmente é o Assistente Social,
que tem outro olhar, temos todo um cuidado voltado para o mercado de
trabalho, escolaridade, a questão da cidadania, temos uma visão bem mais
ampla desse sujeito como cidadão, para ele estar voltando pra sociedade
como um todo. (E4).
por outro” (BISNETO, 2005, p.119). Existem vários pontos comuns entre as
populações pobres e oprimidas com os transtornos mentais.
Para o mesmo, esta é uma oportunidade de ter um objeto integrado das duas
áreas, pois de uma forma dialética pode-se sintetizar dois saberes distintos.
coisa dentro do CAPS, mas ainda naquela visão “hospitalocêntrica”, o Serviço Social
é ainda um coadjuvante”. (E2). Outro entrevistado complementa essa análise.
Percebemos na pesquisa que dois dos entrevistados não têm uma opinião
formada sobre esse marco da profissão, talvez isso se deva ao fato desses
profissionais terem se graduado bem antes das discussões sobre a formulação de
um projeto profissional e do lançamento do Código de Ética de 1993, e também por
se aterem somente à prática e a teoria específica sem se aprofundarem muito nas
mudanças da realidade da profissão.
Em relação ao Código de Ética falaram que “a questão ética tem que ter, até
nessas irmandades tem o anonimato”. (E1) e “Eu tenho certo acesso, [...] nós temos
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que estar muito ligados a tudo que é novo, mas não com tanta frequência como eu
deveria, sempre temos essa coisa da prática e para estudar deixamos um pouco pra
depois”. (E3).
Eu vejo o Código de Ética com muita boa qualidade, haja vista que
precisamos sempre estar em constante debate e reformulação. Hoje tá em
pauta a questão do internamento compulsório, até que ponto é correto, é
viável. Sob a ótica dos Direitos Humanos é lógico que é errado, mas ao
mesmo tempo tem a lógica da lei, que é quando a pessoa é considerada
incapaz e começa a pôr em risco a vida dela e a de outros, não só a criança
e adolescente, como também o adulto. Mas eu acho que não deve ser
assim, ela tem que passar por uma avaliação bem criteriosa, com a
participação do Assistente Social na equipe interdisciplinar para dar esse
laudo, eu acho que deveria se tornar obrigatória a participação do
Assistente Social nas Comunidades Terapêuticas e nos serviços de saúde
que atendem dependentes químicos, porque falta muito disso, de ser visto a
questão familiar, social, o lócus onde ele mora, o que fazer. (E2).
Outro entrevistado relatou que acha que não dá para caminhar sem ética,
pois “quando você pensa em trabalhar tecnicamente é preciso ter parâmetros e
legalização para nortear suas ações, é preciso se preocupar com a questão ética até
no trabalho em equipe multidisciplinar”. (E4).
O Código de Ética dos Assistentes Sociais é uma direção para profissão. Nele
encontram-se princípios fundamentais que devem nortear as práticas destes
profissionais. São princípios que dão suporte para vencer os desafios do cotidiano.
Assumindo a defesa intransigente dos direitos humanos, recusando toda forma de
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As políticas são muito deficitárias, tem muita conversa bonita, muita notícia
que saiu bilhões [...] se pegar esses bilhões e dividir dá uma porqueira, vem
muito dinheiro, mas quando nós vemos é 70,00 ou 80,00 reais por mês pra
manter uma pessoa internada. [...] Não vou dizer que as políticas públicas
estão totalmente desinteressadas, já foi implantado no governo Lula os
CAPSad, passou a dar dinheiro para algumas clínicas que tem convênio.
(E1).
Eu acho que se constroem políticas boas, mas a meu ver muitas vezes
quem constrói o material são pessoas que não tem vivência prática e isso
atrapalha bastante, porque colocam coisas absurdas que na prática você
não consegue efetivar. É importante que hoje estejam tendo essa visão de
política pública para a atenção a Dependência Química, mas recursos ainda
são muito escassos. O Governo lança editais que são pontuais, isso se
coloca como paliativo porque eles querem números. Na parte da legislação,
eles procuraram fazer a justiça terapêutica, que seria uma boa se não fosse
à questão da obrigatoriedade, o usuário não tem adesão voluntária, não
participa do tratamento, está apenas cumprindo um acordo que fez para não
ser preso e a própria justiça não tem profissionais para acompanhar isso.
(E4).
O Governo está com dez anos de atraso nas iniciativas que está tomando
agora, muito paliativas, fazendo questão de focar no crack, quando a
questão maior não é o crack, ele está atingindo mais por causa da violência
que gera e por ter atingido todas as categorias, mas o álcool é muito mais
danoso, mas o dinheiro que o álcool arrecada né, o Governo não faz nada.
Tem muitas políticas que são inadequadas, elas não contemplam tudo.
(E2).
precarização do trabalho do Assistente Social, como por exemplo: alta carga horária,
trabalho voluntário, salários baixos, não identificação com a profissão, etc.
Um dos entrevistados reclama dos baixos salários que são pagos pelo
Governo do Estado aos profissionais que atuam na área da dependência química.
Nós temos um convênio com a STDS que garante nossos salários em dia
todo mês, os profissionais dessa área, principalmente ligados ao Estado,
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Nossos salários são pagos pela instituição, são todos funcionários, não
temos voluntários. O tratamento não é pra ser um atendimento pontual, é
sistemático, você cria uma relação de confiança com as pessoas, é preciso
dar uma sequencia. Já foram feitas tentativas de trabalhar com voluntários,
mas como eles não recebem ajuda de custo, então o trabalho acaba não
sendo uma prioridade para eles e o recuperando fica esperando, por isso a
instituição procura manter um profissional em cada setor pra garantir que o
atendimento seja sistemático. (E4).
De acordo com Bravo; Matos (2006), o problema não reside no fato dos
assistentes sociais buscarem estudos na área da saúde ou em outras áreas, mas no
fato de que, ao adquirir conhecimentos específicos, os profissionais passam a
exercer outras atividades (direção de unidades de saúde, coordenação, gestão e
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Às vezes acontece algum grupo que eu vou auxiliar a psicóloga, quando ela
me pede ajuda, mas não é sempre. Às vezes trabalhamos juntas na
organização de alguma comemoração que precisa trazer as famílias. Às
vezes alguma dificuldade que percebo e passo pra ela ou ela pra mim. Nós
tentamos manter esse relacionamento e esse diálogo, principalmente para
tentar resolver e ajudá-los. (E3).
Aqui sempre foi muito tranquilo esse trabalho em equipe, aqui sempre teve
uma equipe multidisciplinar, as áreas são bem definidas, um não se mete na
área do outro, nós sempre entendemos que precisa da ajuda do outro.
Estudo de caso tem toda semana, fora isso quando há necessidade a
equipe é chamada para fazer reunião imediata e resolver qualquer
pendência que aconteça. As altas terapêuticas, os acompanhamentos, tudo
é feito por decisão da equipe, então é muito rico esse trabalho aqui. (E4).
Esse modelo de tratamento visa recuperar e resgatar o ser humano num todo,
buscando a sua reinserção e reabilitação social, com uma melhor qualidade de vida.
Tem como meta o resgate da autoestima, incentivando de modo permanente a
autodisciplina nos internos.
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Os Doze Passos de A.A. consistem em um grupo de princípios, espirituais em sua natureza que, se
praticados como um modo de vida pode expulsar a obsessão pela bebida e permitir que o sofredor se
torne íntegro, feliz e útil. São eles: 1. Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que
tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas; 2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós
mesmos poderia devolver-nos à sanidade; 3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos
cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos; 4. Fizemos minucioso e destemido inventário
moral de nós mesmos; 5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano,
a natureza exata de nossas falhas; 6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse
todos esses defeitos de caráter; 7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas
imperfeições; 8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos
dispusemos a reparar os danos a elas causados; 9. Fizemos reparações diretas dos danos causados
a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem;
10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados, nós o admitíamos
prontamente; 11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente
com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em
relação a nós, e forças para realizar essa vontade; 12. Tendo experimentado um despertar espiritual,
graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes
princípios em todas as nossas atividades. FONTE: www.alcoolicosanonimos.org.br
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12
FONTE: http://www.dependenciaquimica.inf.br.
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sua realidade, mas nem sempre são identificadas por verbalizações, necessitando
dedicar atenção ao que não é visível, o que não é dito e o que não está aparente.
Uma vez por mês tem reunião com os familiares e nos dias de visita que
são aos sábados e domingos, procuramos melhorar as relações. Nós temos
um formato de entrevista inicial que aprofunda os dados sobre os residentes
com os familiares e fazemos um atendimento com os familiares, porque a
tendência é que eles se tornem co-dependentes. (E2).
Reúno-me com essas famílias nas sextas à tarde pra trabalhar com elas
questões ligadas à Dependência Química, trabalhamos vídeos, textos,
rodas de conversa, grupo de autoajuda tem dinâmicas, slides. Gosto muito
de ouvi-las, todo mundo partilha, chora, é fantástico, trabalhamos a questão
da co-dependência, explicamos sobre cada uma das drogas pra eles
conhecerem. (E3).
Percebemos nas entrevistas que esta não é uma prática muito utilizada pelos
entrevistados, que a documentação utilizada para registrar o cotidiano profissional é
a mesma utilizada pelos outros profissionais que fazem o acompanhamento dos
residentes, é uma espécie de “prontuário de acompanhamento de evolução”
disponibilizado pela instituição.
Tem umas coisas que nós criamos inclusive uma delas é bastante
avançada que dar conta do cotidiano nas diversas atividades e outra parte
que é uma avaliação qualitativa em relação ao avanço dele da recuperação.
Nós avaliamos a prática dele, o interesse, a responsabilidade, a ajuda ao
próximo e aí fazemos o acompanhamento. Não são todos os profissionais
que usam esse material, só os monitores, eles fazem lançamento em uma
folha de acompanhamento que é escrito se ele saiu para algum lugar,
cometeu alguma indisciplina, as sanções que são estabelecidas por eles
mesmos no acordo de convivência, então tudo isso é registrado na ficha
dele. (E2).
Nós temos duas formas de registro, existe um prontuário único, que é uma
exigência da própria regulamentação no contexto do funcionamento da
Comunidade Terapêutica, o acesso é aberto aos profissionais que lidam
com os recuperandos, tem várias observações nesse prontuário único.
Cada setor tem seu prontuário específico, pois existem informações que eu
não posso colocar no prontuário único, o Serviço Social tem um formulário
específico de acompanhamento da família e do recuperando, pois tem a
questão do sigilo, só podemos passar para os outros setores informações
extremamente necessárias e que de fato vai ser benefício para o
recuperando. (E4).
armários, todo o resto foi doado e reciclado, não temos patrimônio nenhum,
o presidente e dono do sítio é motorista da prefeitura e o outro sou eu, o
técnico, o dinheiro sai do nosso bolso. Então a grande dificuldade é essa,
até hoje só temos convênio com a Prefeitura de Fortaleza que paga
R$12.000,00 por mês, é a única subvenção que temos. Alguns dos
residentes contribuem com a menor mensalidade do Ceará que é R$500,00,
a grande maioria não paga esse valor só dar o que a família pode que é
R$200,00 ou R$300,00, o nosso limite de cota social é de 20% que daria 7,
mas estamos com 11 que não pagam nada, não é um trabalho filantrópico,
mas é sem fins lucrativos mesmo, eu vivo do salário que ganho como
licenciado no Pará. (E2).
A estrutura física não é ideal porque existe uma limitação financeira, nós
sobrevivemos de doações, quem mantêm hoje a instituição é a sociedade
civil, não temos convênio que esteja mantendo a instituição, algumas
empresas doam alimentos, colégios fazem gincana e doam alimentos,
pessoas doam em espécie através do telemarketing e é isso que está nos
mantendo. As famílias que vem pra cá não são obrigadas a pagar nada, não
existe um valor de mensalidade, o que elas fazem é contribuir de alguma
forma com qualquer gênero alimentício, como também em espécie com
R$50,00 ou R$100,00, é um valor simbólico, pois a maioria dos nossos
recuperandos vem de situação financeira difícil. (E4).
13
FONTE: http://www.previdencia.gov.br.
87
levantamento de todas as metas que foram trabalhadas e as que não foram de cada
cliente. Não tem um instrumento pra fazer essa avaliação”. (E1).
Nós temos uma prática, não só do Serviço Social, mas como coordenação,
de avaliar como estamos e como podemos melhorar. Essa casa faz parte
de uma Associação e por parte dela fazemos o planejamento estratégico do
que vamos fazer durante todo o ano e também avaliamos o planejamento
estratégico do ano anterior, o que foi cumprido e o que não foi, é mais em
nível de instituição mesmo. Aqui de vez em quando nos sentamos quando
há uma necessidade, nós tentamos sempre melhorar, fazer um trabalho de
qualidade que atinja os meninos, porque é difícil, mas nós tentamos, então
é só quando aparece uma necessidade real, até porque é tudo tão intenso
que não temos tempo. (E3).
Ao final das entrevistas, cada Assistente Social ficou livre para deixar uma
mensagem para quem tivesse acesso a essa pesquisa. Percebemos algumas coisas
importantes nessas falas, principalmente quando se trata da paixão pelo que faz e
da dedicação com os dependentes químicos em recuperação.
é isso que eu tenho feito e que me motivou a não ter desistido, então é
sempre semear, e se não colhermos, outra pessoa vai colher. Os meninos
quando chegam aqui são pedras brutas, mas após eles serem trabalhados,
serem polidos, aparece a pérola, ela existe lá dentro, o ser humano nasce
bom porque ele vem de Deus, quando vem pra esse mundo é que ele se
desvirtua, mas eles são pedras muito preciosas. Amém. (E3 – grifos
nossos).
estereotipada que a sociedade tem de que quem usa crack não tem mais
jeito, ele é um ser humano e precisa conviver com isso. É muito
interessante trabalhar nessa área, te torna uma pessoa melhor, por isso
eu não poderia deixar de responder essa entrevista, porque é muito bom ver
que alguém está interessado em debater sobre Dependência Química. (E1
– grifos nossos).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com uma pesquisa divulgada em setembro deste ano pelo Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), sobre os gastos sociais do Governo
Federal nos últimos 16 anos, observa-se um salto significante de investimentos no
governo Lula (2003-2010). O gasto do governo federal com políticas sociais
aumentou 172% entre 1995 e 2010. Com relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a
parcela da área social passou de 11,24%, em 1995, para 15,54%, em 2010. Esse
crescimento de 4,3 pontos percentuais foi distribuído, principalmente, para a
previdência social e para políticas de assistência social (IPEA, 2012).
No entanto, para que esse trabalho seja realizado com qualidade, se faz
necessário todo uma estrutura e um aparato legal, assim não dependendo apenas
do profissional. Precisamos de políticas públicas mais atuantes na área da
dependência química; uma legislação que perpasse todos os fatores relacionados à
vida do ser humano, não só baseadas na repressão; boas condições de trabalho
oferecidas pelas instituições aos profissionais; entre outras. Assim, o assistente
social terá sua atuação totalmente voltada para a perspectiva da garantia de direitos.
Ao final dessa trajetória, entendemos que nosso propósito com essa pesquisa
foi alcançado. Revelamos o perfil do profissional de Serviço Social que atua em
Comunidades Terapêuticas, assim como sua relação com os outros saberes que
compõem a equipe multiprofissional, mostramos a importância da fundamentação
teórica, do constante aprimoramento e de uma análise sistemática da sua prática
95
Além de todos esses resultados obtidos, esta pesquisa contribui também para
nosso crescimento pessoal e profissional, pois a área da dependência química, em
especial as Comunidades Terapêuticas, se revelou um campo de atuação bastante
rico e desafiador, um pouco diferente das experiências vivenciadas no estágio
supervisionado.
REFERÊNCIAS
COSTA, Liduina farias Almeida da; BEZERRA, Leila Maria Passos de Souza; PIO,
Maria da Conceição. (Org.). Fragmentos do passado e do presente: 60 anos do
Serviço Social no Ceará. Fortaleza: EdUECE, 2010.
MARX, Karl. O Capital: Crítica da Economia Política. 3. ed. São Paulo: Edipro,
2008.
______. Ditadura e Serviço Social: uma análise do serviço social no Brasil pós-64.
16. Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
Documentos Oficiais
______. Lei nº 6.368. Lei de Prevenção e Repressão ao tráfico ilícito e uso indevido
de substâncias entorpecentes, de 21 de outubro de 1976.
APÊNDICE
102
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
1. Idade e religião.
5. O que acha desse campo de atuação. Aberto ou fechado para o Serviço Social.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
PRÁTICA PROFISSIONAL
AVALIAÇÃO
19. Existe uma avaliação periódica da sua prática profissional? Como é feita essa
análise? É uma prática institucional ou do setor de Serviço Social?
20. Poderia deixar uma mensagem no final dessa entrevista que fosse importante
para as pessoas que terão acesso a essa pesquisa.
104
I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome ______________________________________________________________
Endereço ___________________________________________________________
E-mail ______________________________________________________________
Devo esclarecer que não há nenhum tipo de dano que possa prejudicar
qualquer participante ou instituição, inclusive será guardado o anonimato, e que os
benefícios oriundos deste estudo poderão conduzi-lo a melhor compreensão do agir
cotidiano, resultando numa melhoria dos serviços prestados para a dependência
química.
____________________________________________
O Sr. (Sra.) está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa que tem
como finalidade analisar a atuação profissional do Assistente Social em
Comunidades Terapêuticas. Para isto, será necessário a participação de
profissionais de Serviço Social que atuem em instituições que tratem da
Dependência Química.
Ao participar deste estudo o Sr. (Sra.), permitirá que a pesquisadora utilize
suas informações para a realização desta pesquisa. Entretanto, os dados obtidos
serão mantidos em sigilo, somente a pesquisadora e o orientador (a) terão
conhecimento dos dados.
O participante tem a liberdade de desistir a qualquer momento do estudo caso
julgue necessário, sem qualquer prejuízo. A qualquer momento poderá pedir
maiores esclarecimentos sobre a pesquisa através do telefone da pesquisadora do
projeto.
O maior benefício para o participante será a sua contribuição pessoal para o
desenvolvimento de um estudo científico de grande importância, onde a
pesquisadora se compromete a divulgar os resultados obtidos.
Após estes esclarecimentos, solicito o seu consentimento de forma livre para
participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem:
____________________________________________
Assinatura do participante