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UNIVERSI TERRARUM ORBIS ARCHITETONIS AD GLORIAN INGENTIS ORDO AB CHAO

Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil


INSPETORIA LITÚRGICA - 1 ª REGIÃO DO PARANÁ
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Val de Ponta Grossa – Paraná
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A Lenda de Enoch

Grau 13º Cavaleiro do Real Arco

Novembro/2018

Ir Marcio Antonio Frare


Grau 13º - Nº cadastro 86442
E-mail: marcioantoniofrare@gmail.com
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Rua Lagoa Santa, 89 – Jardim Estrela do Lago – CEP 84.000-000 – Ponta Grossa - PR
A lenda de Enoch é a alegoria sobre a qual se assentam os ensinamentos do Grau Treze,
intitulado Cavaleiro do Real Arco.
Quem foi Enoch?
Enoch (ou Enoque) – ‫חנוך‬, Chanoch ou Hanokh – é o nome dado a um dos
personagens bíblicos mais peculiares e misteriosos das Escrituras. Segundo os escritos judeus, nasceu
na sexta geração depois de Adão, sendo filho de Jarede e pai de Matusalém. Viveu no ano de 3470
antes da Era Vulgar e seu nome em hebraico significa “aquele que muito viu, aquele que muito sabe”.

A Lenda
Enoch estava tão possuído pelo amor a Deus que durante um sonho a Divindade apareceu
diante dele e revelou Seu Verdadeiro Nome. Nesse sonho, Enoch se viu no cume de uma montanha
que de tão alta parecia tocar o céu, lá teve a visão do Inefável Nome de Deus, que estava talhado em
um triângulo de ouro e Deus disse-lhe seu verdadeiro nome proibindo-lhe de pronunciá-lo. Então ele
cai da montanha e é tragado por um precipício no qual vislumbra um templo com nove arcos
superpostos, cada qual com sua abóbada e embaixo do último viu a mesma placa triangular brilhante.
Inspirado por essa visão decidiu construir um Templo subterrâneo dedicado a Deus com a
forma que havia sonhado. Em Canaã, encontrou o local ideal para sua obra e assim iniciou a
construção, que foi finalizada por seu filho Matusalém. Que conforme descrito por seu Pai instalou
abaixo do nono arco, um pedestal de alabastro e sobre ele um cubo de ágata e pedras preciosas onde
em um dos lados fora incrustada a placa triangular de ouro em que Enoch havia entalhado o Nome
Inefável de Deus.
Em um outro sonho Deus havia revelado a Enoch que um castigo cairia sobre a humanidade
na forma de um dilúvio. Sabedor disso e temendo que o conhecimento das artes e das ciências
desaparecesse, resolveu construir duas colunas, uma de mármore para resistir ao fogo e outra de
bronze para resistir ao dilúvio, as quais colocou sobre o local do Templo subterrâneo. Na coluna de
mármore gravou a indicação do templo e do precioso tesouro que nele se encerrava; na de bronze
gravou os princípios das Artes Liberais. Advindo o dilúvio a coluna de bronze resistiu, conservando-se
os conhecimentos das ciências, porém com na de mármore perdeu-se as indicações do Templo e de
seu ‘tesouro’. Assim a placa com o Nome Inefável de Deus ficou perdida.
Algumas gerações depois, Deus revelou a Moisés o conhecimento de Seu Nome e permitiu que
somente o fosse revelado a seu irmão Aarão. Moisés mandou fazer uma placa gravada com o Nome
Inefável de Deus e a guardou dentro da Arca da Aliança, a qual ficaria dentro do Sanctum Sanctorum
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e somente lá Seu Nome poderia ser pronunciado. Até que em uma guerra com o Rei da Síria a Arca foi
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extraviada, ficando perdida no meio de uma selva, onde sua chave era guardada por um feroz leão.
Um dia um sacerdote levita conseguiu que o leão mansamente lhe entregasse a chave e assim tiveram
acesso à palavra perdida. Depois, em outra guerra entre levitas e filisteus - os filisteus tomaram a Arca
da Aliança, e sem saber do que se tratava derreteram a medalha de ouro a fim de construir uma estátua
em nome de um Deus pagão. E novamente o Nome de Deus foi perdido.
Passadas outras gerações, o profeta Samuel teve uma visão na qual ele vê o Nome de Deus e
o comunica ao Rei Davi e este ao seu filho Salomão.
Salomão, após a morte de Hiram, determinou a construção de um edifício para a administração
da justiça, coincidentemente no lugar onde Enoch havia construído seu Templo. A fim de iniciar as
obras, Salomão enviou Adoniram, Johaben e Stolkin para examinar o terreno e acabaram por encontrar
a entrada do Templo. Adentrando nele, exploraram seu interior e foram se aprofundando até que
finalmente descobriram um cubo de ágata com uma placa de ouro onde estavam gravados caracteres
ininteligíveis. Levaram então o achado a Salomão, que com admiração, disse-lhes: "Assim se realiza a
promessa que Deus fez a Noé, Moisés e ao velho rei Davi, meu pai, de que um dia o Seu Verdadeiro
Nome seria encontrado inscrito sobre uma placa de ouro". Regozijando-se com a boa sorte dos três
descobridores, conferiu-lhes o título de Cavaleiros do Real Arco.

Refletindo sobre o que nos mostra a Lenda de Enoch e a nossa caminhada maçônica, observo
que no Grau de Mestre, iniciamos nossa busca pela Verdade que simbolicamente denominamos como
a ‘Palavra Perdida’ (Nome de Deus) e nos Graus Inefáveis continuamos nessa senda; agora no Décimo
Terceiro Grau, somos apresentados à Lenda de Enoch e nos deparamos com as inúmeras vezes em que
Deus nos brindou com a revelação de Seu Verdadeiro Nome e pelos mais variados motivos O
perdemos. Fazendo uma analogia com nossa vida, Deus nos brinda com a Verdade, porém vamos
paulatinamente perdendo esse conhecimento, bem como a consciência de nossa natureza divina.
Depois de iniciados, nossa esperança se renova pois tomamos consciência dessa perda e iniciamos a
nossa busca voltando-nos para nós mesmos, em nosso trabalho de lapidação e autoconhecimento.
Vamos ̶ assim como fizeram Adoniram, Johaben e Stolkin ao adentrar no Templo de Enoch ̶ ̶ nos
aprofundando em nosso templo interior camada após camada onde ao cabo temos a esperança de
encontrar a expressão do verdadeiro Deus que nos habita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Clausen H. C. – Comentários sobre Moral e Dogma. Supremo Conselho do Grau 33


do R.’.E.’.A.’.A.’. da Maçonaria. Jurisdição Sul – EUA – 1974;

Filho, D.S. de O. – A Lenda de Hiram nos Graus Inefáveis do R.'. E.'. A.'.. A.'.: O
Templo de Salomão. São Paulo – SP – Madras, 2013;

Pucci, F.C. de L. - Graus Filosóficos do R.'. E.'. A.'.. A.'. Comentários - Graus
Inefáveis. Disponível em:
http://inspetoria.org/inspetoria/trabalhos/pucci/graus_filosoficos_livro_ir_pucci_23_12
_2016.pdf. Último Acesso em 20/11/2018;

Ritual do Gr.’.14; Sup.Cons.do Gr.’.33 do R.’.E.’.A.’.A.’. da Maçonaria para a


República Federativa do Brasil – Rio de Janeiro – RJ – 2012.

Autorizo a publicação deste trabalho - por quaisquer meios, impresso ou eletrônico,


a qualquer tempo, bem como na Biblioteca Digital da Inspetoria (CENAL da 1ª Inspetoria
Litúrgica do Paraná), e DECLARO que sou plenamente responsável pela autenticidade do
mesmo.

Ponta Grossa, 20 de Novembro de 2018

assinatura: ____________________________
IrMarcio Antonio Frare
Grau 13º - Nº Cadastro 86442
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