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relato de pesquisa
BRASILEIROS SOBRE O ACESSO ABERTO
À LITERATURA CIENTÍFICA
A
publicação científica em acesso aberto conhecimento como um bem público. Como
faz parte de um cenário mais amplo observa Benkler (2010, p. 217, tradução nossa),
em prol da abertura ao conhecimento “Nos últimos anos, uma coalizão diversa de
em geral (acesso aberto, dados abertos, movimentos, atores políticos e econômicos,
recursos educacionais abertos, software livre, ONGs, cientistas e outros acadêmicos, começaram
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sendo o mais utilizado (79%) dos respondentes, prestígio e respeito nos seus respectivos campos
seguido por 25% que utilizaram repositórios. que estas têm quando comparadas com aquelas
Quando perguntado se tiveram motivos para não de acesso aberto (Moore, 2011). Uma pesquisa
disponibilizar seus artigos em acesso aberto, 68% feita por Bongiovani, Gómez e Miguel (2012),
dos pesquisadores entrevistados disseram que que levantou as opiniões de 532 pesquisadores
não tiveram motivos, mas nas transcrições de argentinos em relação à publicação em acesso
algumas falas dos entrevistados naquele estudo, aberto exclusivamente em revistas, demonstrou
vários manifestaram certo receio de infringir o que estes apoiam a ideia, conhecem títulos de
copyright do artigo caso decidissem arquivá-lo revistas acesso aberto nas suas respectivas áreas,
num repositório de acesso aberto. Esta apreensão mas tal apoio “retórico” não se reflete nas suas
parece ser um sentimento quase unânime práticas de publicação, que continuam sendo nas
entre os pesquisadores de todos os estudos das revistas de assinatura.
opiniões e percepções de acesso aberto entre os Este tipo de preocupação está espelhado
pesquisadores. no estudo realizado por Park e Qin (2007) que
Swan e Brown (2005) chamaram a atenção entrevistaram 14 pesquisadores, uma mistura
para a falta de conhecimento entre pesquisadores de doutorandos e docentes, da Universidade
dos seus direitos sobre seus próprios trabalhos de Syracruse. Queriam estudar os fatores
em relação ao arquivamento, especificamente que aumentam ou diminuem a vontade dos
o fato de que 90% das editoras comerciais pesquisadores publicarem em, e usarem as
permitem arquivamento do postprint (Swan, revistas acesso aberto somente (ou seja, o foco
2006b, p.67). A apreensão acerca da questão foi exclusivamente na via dourada). Para tanto,
de copyright é frequentemente explicada como examinaram as percepções dos pesquisadores
reflexo da falta de uma leitura detalhada do relativas à qualidade, reputação, disponibilidade
acordo de transferência de copyright por parte e relevância destas revistas. Não é de se
dos pesquisadores antes de assiná-lo, mas surpreender que um resultado claro da pesquisa
Stone (2010) levantou um dado contrariando desses autores é que a percepção da qualidade
esse “senso comum”: 68% dos pesquisadores e reputação da revista afeta a disposiçãodos
do estudo afirmam ler esse acordo, mas 65% pesquisadores para publicar nela. Mas um
não concordam com aquilo que assinam, paradoxo que o estudo levantou foi que por um
acreditando que os direitos deveriam ficar com lado, a percepção que os pesquisadores têm da
o autor ou com a instituição de origem do autor. disponibilidade dos artigos em acesso aberto
O estudo de Moore (2011) com pesquisadores é positiva do ponto de vista de progresso na
da Universidade de Toronto identificou que a carreira, pois dá mais visibilidade à pesquisa,
maior parte destes não lê os detalhes do acordo e portanto, tem maior potencial para suscitar
da transferência de copyright, e simplesmente o impactos. A disponibilidade percebida também
assinam. Um resultado interessante neste estudo afeta positivamente a percebida facilidade de uso,
é que da minoria dos pesquisadores (7%) que já que os dois fatores juntos indicam conveniência
alteram o termo de copyright, a maioria (57%) é e fácil acessibilidade. Por outro lado, os autores
advinda das ciências humanas e ciências sociais. identificaram que os pesquisadores detêm uma
Mundialmente, os cientistas das Exatas percepção negativa de conteúdo mais facilmente
têm aderido ao movimento Acesso Aberto mais disponível, uma atitude que parece estar
rapidamente, e o estudo de Toronto confirma esta arraigada na sua atitude geral de terem pouca
tendência, com o arquivamento em repositórios confiança na qualidade de recursos disponíveis
de acesso aberto sendo mais comum entre os exclusivamente pela internet (Park e Qin, 2007).
cientistas das Exatas e Engenharias, e a publicação É preocupante constatar nos resultados que a
em revistas acesso aberto mais comum para maioria dos seus entrevistados “não sabiam
pesquisadores das humanidades. As falas dos do fato que as revistas acesso aberto seguem o
pesquisadores referentes à sua percepção sobre processo de revisão pelos pares e assim, tratam o
estas revistas revelam as dúvidas que estes têm conteúdo de revistas acesso aberto como se fosse
sobre este canal como sendo viável: ao compará- simplesmente informação não-controlada da
las com as “convencionais”, de assinatura, Internet” (Park e Qin, 2007, p.77-8).
os pesquisadores falaram da maior tradição,
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mostraram que 63,6% dos respondentes são as áreas disciplinares: somente duas áreas
do sexo masculino e 36,4% do sexo feminino. tiveram um número notavelmente maior de
A distribuição dos respondentes por campo respondentes do sexo masculino: as Ciências
científico é apresentada na Tabela 1 abaixo. A Exatas e da Terra (107 homens versus 22
estratificação por área e gênero mostrou uma mulheres) e as Engenharias (62 homens versus
distribuição relativamente equilibrada entre 11 mulheres).
Fonte: Própria
Um pouco mais que 90% dos respondentes o conceito de acesso aberto, a saber: “Acesso
concorda de alguma forma ou outra (total aberto refere ao acesso gratuito a artigos
ou parcialmente) que o público em geral tem científicos publicados em revistas científicas
o direito de ter acesso aos artigos científicos de acesso aberto, online e em repositórios de
resultantes de pesquisas financiadas dos cofres acesso aberto” as respostas, como vista na
públicos. A pequena porcentagem (1,9%) Tabela 2, demonstraram que a esmagadora
daqueles respondentes que discordam totalmente maioria dos respondentes fica concentrada na
é constituída por pesquisadores das Ciência categoria de resposta “Concordo totalmente”.
Agrárias, Ciências Exatas e da Terra. A estratificação por campo disciplinar, idade
Ao solicitar que os respondentes se e gênero não indicou desvios ou correlações e
posicionassem em relação a um enunciado sobre associações.
A segunda questão procurou aprofundar acesso aberto, mais que metade (66,72%) sabe da
este conceito “intuitivo” de acesso aberto, sua existência, mas é relevante também observar
incorporando no segundo enunciado elementos que quase 33,28% (um terço) parece não ter
presentes na definição da Budapeste Open Access certeza disso. Interessante observar também que
Initiative - BOAI (2002) que explicita a questão a maior parte (66,25%) dos respondentes está a
dos direitos a reuso, cópia, redistribuição; ou seja, favor do depósito de dados brutos neste tipo de
o conceito mais “forte”. Na comparação com a repositório. Com a segmentação desse resultado
questão, notou-se que a maioria dos respondentes por área, as Ciências Agrárias evidenciam
permaneceu nas mesmas categorias, mas não a maior discordância com essa afirmação,
foi um número insignificativo deles que mudou sendo que 24,1% dos respondentes desta área
de opinião: de fato, 32% mudaram entre uma discordam totalmente, comparado com o 37%
questão e outra, gravitando um pouco mais para dos seus pares que concordam totalmente,
o lado de discordância com o conceito de acesso possivelmente apontando para esta área ser
aberto da BOAI. menos inclinada ao cenário de depósito de dados
Em relação ao conhecimento da existência primários num repositório de acesso aberto.
de uma rede interoperável de repositórios de Entretanto, este cenário de disponibilizar dados
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Gráfico 1 – Posicionamento em relação ao quesito de copyright de artigos num repositório de acesso aberto
Fonte: Própria
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Mais duas questões procuraram traçar como o famoso e prestigioso arXiv (lançado
os hábitos dos pesquisadores de usarem em 1991) da Cornell University. Interessante
repositórios de acesso aberto para o atual ou também observar que quando as respostas desta
pretendido depósito de preprints e postprints pergunta foram cruzadas com a variável de faixa
dos seus trabalhos, e comparando as respostas etária, aqueles respondentes na faixa de 70-79
das duas questões, detectamos nos resultados anos tinham mais probabilidade de responder
uma preferência pelo depósito dos postprints, “sempre”, possivelmente indicando que os
ou a versão final do artigo, e de certa forma, pesquisadores mais experientes são menos
uma aversão ao depósito do preprint, com 55% “preocupados” em depositar seus preprints,
afirmando que nunca deposita ou depositaria, e ou que se lembram da época em que preprints
14,5% respondendo “raramente” para o depósito impressos eram livremente disseminados entre
do preprint. Parece que para os respondentes, os pares científicos pelo mundo.
se um repositório de acesso aberto existe Em termos de hábitos de publicação
para disponibilizar os artigos científicos, é entre os participantes, para o enunciado
para disponibilizar somente as versões finais “Considero/aria a possibilidade de publicar
(postprints), que já passaram pelo processo meus trabalhos em revistas acesso aberto”,
de revisão por pares. Os respondentes com os resultados, mostrados no Gráfico 2,
maior tendência de depositar uma versão de revelam que 18% dos respondentes não
preprint num destes repositórios, são aqueles consideraria publicar seus trabalhos em tais
oriundos das Ciências Exatas e da Terra, com revistas, comparado com 42% que “sempre”
48% dos respondentes desta área distribuída e “frequentemente” considera tal publicação,
entre as categorias de respostas de “sempre”, além do 40% que respondeu “às vezes”.
“frequentemente” e “às vezes”. Possívelmente Esta porcentagem de 40% para “às vezes” é
esta postura comparativamente um pouco significativa, porque poderia indicar que o
menos “conservadora” em relação ao depósito fato de ser acesso aberto ou convencional não
de preprints dos pesquisadores das Exatas se seja um critério que o autor-pesquisador usa
deve à cultura mais arraigada do depósito e para optar por um título para a submissão de
compartilhamento de preprints em repositórios de artigos, ou poderia indicar desconhecimento
acesso aberto disciplinares e bem estabelecidos, de revistas/títulos em acesso aberto.
Fonte: Própria
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Percepções de pesquisadores brasileiros sobre o acesso aberto à literatura científica
dizem que fariam: na prática, muitos repositórios respondentes detêm conhecimento dos princípios
de acesso aberto no mundo contém poucos e ações de acesso aberto, bem como manifestam
artigos e manuscritos porque são poucas as IESs apoio a estes. Foi identificado uma aceitação e
que fiscalizam e fazem cumprir os mandatos adesão ao acesso aberto (mesmo que implícita,
(institucionais e de agências de fomento). por vezes) em termos do seu comportamento
A estratificação dos resultados (por faixa informacional em relação à busca e uso (leitura
etária, gênero, ou área disciplinar) segue a e citação) da informação científica livremente
mesma distribuição que a não estratificada, mas disponível via canais de acesso aberto, e
os respondentes das Engenharias demonstraram sobretudo, encontrando-a via o uso do buscador
uma maior tendência de não concordarem com a Google Acadêmico (que constitui, além de
obrigatoriedade para disponibilizar sua produção outras coisas, um portal à rede interoperável de
em acesso aberto, enquanto as Sociais Aplicadas e repositórios de acesso aberto). Também revelam
Humanas tendem na direção contraria, enquanto práticas e aceitação de publicação em revistas
o resto da amostra se mantém equilibrada. acesso aberto, mas sempre com a ressalva de
Uma possível explicação desta tendência que dada a oportunidade, optam pelos títulos
das Engenharias se sintonizarem menos com com maior fator de impacto, resultado este em
políticas obrigatórias de acesso aberto é que total consonância com pesquisas semelhantes
estas áreas produzem mais resultados sigilosos, realizadas em outros países, e que nos lembra
com potencial aplicação no setor industrial, que trata-se de uma comunidade de pessoas
como um dos respondentes das Engenharias verdadeiramente “global” em termos de
mencionou ao qualificar seu apoio pleno para o compartilhamento de valores comuns. As
acesso aberto, no campo de respostas abertas: “O revistas com JIFs maiores fazem parte central do
uso do acesso aberto em minha opinião pessoal sistema de recompensa na comunidade científica
não pode ser generalizado visto que muitas das que acaba constituindo um ciclo perpétuo que
pesquisas envolvem segredos industriais de reforça o status quo dando maior valor para o
seus investidores. No entanto, um sistema de artigo revisado pelos pares que aparece numa
acesso aberto, com a atual conjuntura de acesso revista com alto fator de impacto. Mas podemos
a web facilitaria a divulgação do conhecimento arriscar dizer que tal prestígio vale muito mais,
e aceleraria o processo de desenvolvimento” para os participantes desta pesquisa, para o
(RespEng11) lado “produtor” da cadeia de comunicação,
A maioria dos comentários desse campo pois traz os benefícios profissionais na carreira
aberto no fim do questionário dizia respeito às acadêmica. Este fator parece não ter afetado
percebidas limitações das revistas acesso aberto: sua percepção do uso de informação livremente
são de “má-qualidade”, os corpos editoriais disponível, encontrado via Google Acadêmico.
são “questionáveis”, são revistas “fakes” e Em alguns dos comentários individuais, muitos
“predatórias” (que enviam convites para publicar respondentes reclamaram da importância
em e-mails não-solicitados), e isto diminui a sua exagerada atribuída ao indicador fator de
credibilidade na percepção dos pesquisadores impacto, e apontam para as agências como
e potenciais autores. Evidentemente, esses CAPES e CNPq como tendo responsabilidade
comentários não se referem às revistas do para reforçar tal importância.
SciELO, que não adotam tais práticas. É Embora acessando, utilizando e publicando
lamentável que uma minoria de revistas acesso em acesso aberto, os respondentes pareceram
aberto que seguem tais práticas duvidosas acabe demonstrar mais reservas no que diz respeito
“representando” a categoria inteira no imaginário ao depósito (e/ou arquivamento) dos seus
dos pesquisadores. trabalhos em repositórios de acesso aberto (p.ex.
em Repositórios Institucionais), e sobretudo,
dos seus preprints (versão em manuscrito
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS submetida à revista científica escolhida). Se a
rede mundial e interoperável destes repositórios
Os resultados desta pesquisa com os constitui uma “vitrine” para a pesquisa sendo
pesquisadores da comunidade científica do desenvolvida e potencialmente publicada, os
Brasil apontaram que a grande maioria dos cientistas brasileiros mostram cautela em relação
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à divulgação e disponibilização imediata dos seus divulgar seus manuscritos sem comprometer a
resultados e publicações nesse canal, embora possibilidade destes serem aceitos na revista para
também tenham demonstrado um alto nível de qual foi submetido. De certa forma, tal tipo de
conhecimento das vantagens para seus grupos de pré-divulgação faria parte de políticas de acesso
pesquisa em termos da visibilidade advindas de aberto (ou de mandatos), e os resultados também
tal disponibilidade imediata. apontaram que a maioria dos participantes
Esses resultados apontam a necessidade não são contra tais tipos de políticas, se forem
de focar o desenvolvimento de processos instituídas pelos órgãos de fomento à pesquisa.
informativos e bem direcionados na promoção
(advocacy) das ações institucionais e nacionais
em torno do acesso aberto. Os pesquisadores
precisam saber que podem depositar seus Agradecimentos:
preprints, seus dados brutos da pesquisa, usar Agradecemos o CNPq pelo financiamento
licenças abertas para garantir atribuição de concedido à primeira autora, processo nº
autoria, consultar a base de SHERPA-RoMEO, e 401875/2011-3
ABSTRACT: The research aimed to explore how various dimensions of open access to scientific literature is per-
ceived by Brazilian researchers, also identifying their habits of publication, as well as use and citation
of sources in open access. The methodological approach was quantitative, using a survey developed in
the open software, Lime Survey, and consisting of 29 closed questions, responded by 643 permanent
doctors from Brazilian universities distributed in all subject areas. Surveys completed by researchers
from 31 Institutes of Higher Education and Research Institutes in Brazil were received. Stratification
by area showed a relatively balanced distribution between knowledge fields, with the largest percent-
age being from the Health Sciences (21%), followed by the Physical and Earth Sciences (20.1%) and
the lowest percentage of 1.1% from Linguistics, Literature and Arts. The results indicate that the vast
majority of participating researchers has knowledge of, and support for, open access principles and
some projects promoting it, especially in relation to open access journal publishing, which also reflects
in their usage habits and citation of such sources. Comparatively, the knowledge and use of open
access repositories is smaller, and there seems to be some confusion regarding copyright status of
archived articles in repositories. It was evident that the researchers believe that only postprints should
be available in repositories. Ignorance identified regarding the compatibility between publication in
“conventional” subscription journals, and deposit of the same article in open access repositories indi-
cates the need for greater informative initiatives to clarify these aspects.
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