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O CARNAVAL
DAS IMAGENS
Coleção Primeiros Passos
Um País no Ar
História da TV brasileira em três
canais
Alcir H. da Costa, Inimá F. Simões
e Maria R. Kehl
ARMAND E MICHELE MATTELART
O CARNAVAL
DAS IMAGENS
A FICÇÃO NA TV
tradução:
Suzana Calazans
revisão técnica:
Dulcília H. S. Buitoni
editora brasiliense
Copyright O by La Documentation Française, Paris, 1987.
Título original em francês: Le Carnaval des Images
Copyright O da tradução brasileira: Editora Brasiliense S.A.
Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada,
armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada,
reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer
sem autorização prévia do editor.
Matterlart, Michéle
O carnaval das imagens : a ficção na TV /
Michéle Matterlart, Armand Mattelart ; tradução
Suzana Calazans ; revisão técnica Dulcilia
H.S. Buitoni. -- 2. ed. -- São Paulo :
Brasiliense, 19986.
98-4800 — CDD-302.23450981
Índices para catálogo sistemático:
editora brasiliense s. a.
Rua Airi, 22 — Tatuapé
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Fone / Fax: (011) 218-1488
E-mail: brasilienseeditQuol.com.br
Sumário
I. A ARQUEOLOGIA DE UM GÊNERO
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Uma comunidade emocional
Falsas continuidades
A apropriação de um gênero
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Falsas continuidades
Uma tadionovela como El derecho de nacer (“O direito de
nascer”), escrita pelo autor cubano Félix Cagnet e produzida
nesses estúdios de Goar Mestre imaginados pelo personagem
de Vargas Llosa, constituiu durante inúmeros anos um traço de
união radiofônica entre todos os países do continente, antes
de ser adaptada para a televisão. Os estúdios de Havana foram de
fato um dos principais centros de irradiação do gênero. O Brasil
tomará conhecimento da novela através de adaptações de roteiros
provenientes de Cuba e da Argentina.
Será preciso esperar até 1947 para assistir ao lançamento da
primeira radionovela propriamente brasileira, Fatalidade, pela
Rádio São Paulo. Um ano antes, a Rádio Nacional do Rio de
22 A. e M. MATTELART
A apropriação de um gênero
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A ARQUEOLOGIA DE UM GENERO 29
trouxe uma inflação dos preços de compra. Assim, em abril de 1987, en-
quanto a TF1, recentemente privatizada, propunha 280 000 francos por
capítulo de Dallas, os proprietários da TV Cinq faziam subir as ofertas
a 600 000 francos. Soma sem nenhuma proporção com a taxa de audiência
dessa série em baixa (159% contra 30% em seu período de sucesso).
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11. “Quatro anos depois, a volta da novela das 10”, O Estado de $. Paulo,
18 de setembro, 1983, p. 35. Na revista Amiga (dedicada às fofocas da
tevê) de 24 de março, 1983, tinha-se a confirmação do último elemento
concernente à censura: “Os custos elevados de produção e a incerteza pro-
veniente dos cortes sistemáticos da censura haviam motivado a interrupção
dos seriados das 22-horas”. (Ver mais adiante o desenvolvimento de nossas
idéias sobre a censura.)
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66 A. e M. MATTELART
Que percurso segue o texto uma vez saído das mãos do autor?
É entregue ao diretor da produção (chamado “produtor”), ao
responsável pelos cenários, ao realizador da novela (chamado “di-
retor”). Somente a este último e aos principais atores é confiado
o script, guardado com ciúme, para evitar o risco de que o desen-
rolar da intriga seja ventilado. O departamento de som recebe
as indicações que lhe permitirão encontrar o acompanhamento
musical adequado, importantíssimo para o sucesso. (Índice dessa
importância: uma novela proporciona em média vendas de
200 000 discos LP no Brasil e de 600 000 a 1 milhão no mer-
cado internacional !.)
Escrever uma novela é um trabalho muito árduo, que obriga
o autor a observar um ritmo intenso, de uma regularidade abso-
luta. Isto é testemunhado por todos os que fizeram a experiên-
cia. Citemos Aguinaldo Silva, autor de 111 dos 209 capítulos
de Rogue Santeiro, entre muitos outros roteiros: “Durante oito
meses, não se pode fazer outra coisa. Não se pode pensar em
outra coisa. Não se pode sair para jantar com amigos nem ir dan-
çar. Nem mesmo cair de cama. Ficar doente é o terror do autor.
Quando não se pode escrever um capítulo por dia, deve-se escre-
ver dois no dia seguinte. Escrever uma novela obriga a ter um
emprego do tempo diário absolutamente regular. Levanto-me cedo
de manhã. Escrevo até a hora do almoço. Descanso uma hora e
volto ao trabalho. Escrevo todos os dias, sete horas por dia. É
um trabalho estafante. Mas sempre trabalhei muito. Depois de
Roque Santeiro, penso em descansar durante um ano 2”,
O autor é cada vez mais frequentemente assistido por um
co-autor, e recebe o apoio de um ou dois roteiristas estagiários
e de um continuísta. (Este último zela pela coerência interna
do universo representado — linguagem, moda, mobiliário, etc.
14. Por meio do selo Som Livre, sua ramificação musical, a Globo criou
filiais da gravadora na Itália em 1982 e na França em 1986. O estúdio de
gravação da empresa no Rio de Janeiro emprega em caráter permanente
42 pessoas. Artistas do porte de Gal Costa e Gilberto Gil são seus con-
tratados.
15. Entrevista com Aguinaldo Silva, realizada em agosto de 1985 por M.
e A. Mattelart.
68 A. e M. MATTELART
Uma outra limitação, quo não faz parte do universo das refe-
tências políticas, como a censura, mas diz respeito principalmente
à lógica do produtto, é identificada pela palavra merchandising.
Trata-se de inserir mensagens comerciais no texto e na imagem
(diálogos, ambiente, personagens), transformando tudo o que
povoa o espaço de um capítulo em mídia. “Obrigados (ou quase
isso) a inserirem mensagens comerciais em seus textos, transfor-
mando seus personagens em garotos-propaganda camuflados (que
só tomam este refrigerante e aquela cerveja, só fumam tal e qual
cigarro, só compram naquela butíique, só andam em certa bici-
cleta, ou só passam suas luas-de-mel em navios de determinada
agência de viagem), os autores se vêem convertidos em subli-
minares redatores de publicidade *!,”
Publicidade e modernidade
As exigências do merchandising não nos podem fazer esquecer
aquelas, já mais clássicas, da publicidade. Existe mais uma limi-
tação para o autor de ficção: o andamento imposto pelos cortes
publicitários que intervêm quatro vezes num capítulo de novela.
A cada doze minutos, o roteirista deve providenciar “paradas
dramáticas”, cuja finalidade é manter em suspense o interesse do
público. A natureza do suspense dramático exigido pelo intervalo
publicitário é, segundo os atores, diferente na novela e na série.
Na telenovela, trata-se de criar uma expectativa (que em geral se
mostra falsa); na série, trata-se quase sempre de preparar, antes
dos comerciais, uma revelação.
Uma comparação mesmo relativamente breve com a telinha da
Globo mostra a conformidade da redação televisiva de ficção
(novela e série confundidas) ao princípio de uma programação
organizada em torno das necessidades incontornáveis da publici-
dade e das estratégias de otimização do consumo. À escrita
televisiva procede por módulos. A estória ficcional progride por
fragmentos. Cada unidade dramática tem uma duração muito
curta. Estes fragmentos fazem alternar planos sequenciais longos
com planos próximos. Esta organização do discurso televisivo
dá a impressão de módulos que fazem progredir a história se-
gundo uma aritmética do tempo perfeitamente dominada e este-
reotipada. Esse é, sem dúvida, o aspecto de grande modernidade
da prática da narrativa Globo, que faz dela um dos paradigmas
do modo cibernético de produção industrial da cultura. Os
módulos publicitários se inserem naturalmente neste espaço-tem-
po eletrônico da estória narrada.
A novela combina, pois, duas temporalidades — princípio de
alternância de tempos longos e breves. Tempos longos: é voltar
Um monopólio em ação
Um gênero em crise?
53. Entrevista com Irene Ravache, Lua Nova, CEDEC, vol. 1, n.º 4, ja-
neiro-março, 1985, p. 45.
54. Conversa com Orlando Sena, dezembro, 1985. Assinalemos que Sônia
Braga e Nélson Xavier são atores feminino e masculino muito populares.
A ARQUEOLOGIA DE UM GÊNERO 91
: do MATTREARE:
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10. Ver E. Laclau, Politics and ideology in marxist theory, Londres, New
Left Boows, 1977. G. Germani, Política y sociedad en una época de tran-
sición, Buenos Aires, Paidos, 1965.
Observemos entretanto um dos méritos da sociologia funcionalista,
que por intermédio de Gino Germani se envolveu no estudo do populismo
— ter assinalado desde os anos 60 a importância dos meios de comunicação
de massa nesta passagem da “sociedade tradicional” à “sociedade moderna”,
como instrumentos de difusão do que este autor chamava os “valores e as
atitudes trazidos pela revolução das esperanças crescentes”, a aspiração ao
desenvolvimento e a uma economia de consumo de massa.
11. Ver os capítulos 6 e 8 (terceira parte) da presente obra.
O VÍNCULO SOCIAL 107
O impacto de um gênero :
dança. Para melhor ou para pior, ela será aquilo que for seu
povo. Claro que a televisão é fantasiosa. Ela evita o confronto
direto com a sua realidade, porque há problemas políticos envol-
vendo esse confronto. O trabalhador não é analisado na tele-
visão. Quando muito, sua situação é discutida no teatro ou no
cinema por um público que já sabe o que vai ouvir e que não
está interessado em mudanças profundas. O autor de texto de
telenovela no Brasil é também parte de uma elite, de uma classe
média, e como tal acaba por refletir seus próprios valores *”.
Ele não é o único a pensar que se o folhetim começa a fati-
gar uma parte do público, com seus estereótipos imutáveis, é
porque este aspira a uma visão menos superficial da vida social.
" Hoje, na aurora da Nova República, esta representação social
e a linguagem televisiva que ela formalizou suscitam um debate
mais aberto do que no passado. Certas idéias latentes começam
a se desenvolver publicamente a partir do círculo dos autores e
diretores. As tendências alternativas, as pesquisas de uma nova
linguagem já experimentada em algumas linhas de produção e
em certas novelas encontram o clima de abertura propício para
seu florescimento. Sem sucumbir ao antigo reflexo de fazer uma
interpretação mecanicista da inter-relação entre o contexto polí-
tico e a criação cultural, não se pode negar que O questionamento
”
lação. A novela foi uma das peças mestras dessa unanimidade com
uma sociedade onde se acentuava, ao correr dos anos, o regime
de dupla velocidade que fazia com que uns vivessem efetiva-
mente no ritmo da modernização e outros estagnassem num ho-
rizonte cada vez mais limitado social e financeiramente. Ainda
que, na busca de mecanismos de sobrevivência, estes últimos
criassem suas próprias formas de resistência cultural.
A produção da TV brasileira desde o fim dos anos 70 foi
obrigada a considerar a pressão permanente exercida por essa
dualidade social, esta forma de apartheid. A experimentação das
minisséries é um dos testemunhos desta consciência *. Porque
com elas os autores se sentem mais livres para trabalhar os uni-
versos do maravilhoso poético ou dos diversos realismos: social,
mágico, policial. O risco que comportavam para o projeto con-
sensual não escapou evidentemente ao aparelho de censura, que
não cessou de adiar, mutilar e principalmente de recomendar sua
dança. Para melhor ou para pior, ela será aquilo que for seu
povo. Claro que a televisão é fantasiosa. Ela evita o confronto
direto com a sua realidade, porque há problemas políticos envol-
vendo esse confronto. O trabalhador não é analisado na tele-
visão. Quando muito, sua situação é discutida no teatro ou no
cinema por um público que já sabe o que vai ouvir e que não
está interessado em mudanças profundas. O autor de texto de
telenovela no Brasil é também parte de uma elite, de uma classe
média, e como tal acaba por refletir seus próprios valores *”.
Ele não é o único a pensar que se o folhetim começa a fati-
gar uma parte do público, com seus estereótipos imutáveis, é
porque este aspira a uma visão menos superficial da vida social.
Hoje, na aurora da Nova República, esta representação social
e a linguagem televisiva que ela formalizou suscitam um debate
mais aberto do que no passado. Certas idéias latentes começam
a se desenvolver publicamente a partir do círculo dos autores e
diretores. As tendências alternativas, as pesquisas de uma nova
linguagem já experimentada em algumas linhas de produção e
em certas novelas encontram o clima de abertura propício para
seu florescimento. Sem sucumbir ao antigo reflexo de fazer uma
interpretação mecanicista da inter-relação entre o contexto polí-
tico e a criação cultural, não se pode negar que O questionamento
lação. A novela foi uma das peças mestras dessa unanimidade com
uma sociedade onde se acentuava, ao correr dos anos, o regime
de dupla velocidade que fazia com que uns vivessem efetiva-
mente no ritmo da modernização e outros estagnassem num ho-
rizonte cada vez mais limitado social e financeiramente. Ainda
que, na busca de mecanismos de sobrevivência, estes últimos
criassem suas próprias formas de resistência cultural.
A produção da TV brasileira desde o fim dos anos 70 foi
obrigada a considerar a pressão permanente exercida por essa
dualidade social, esta forma de apartheid. A experimentação das
minisséries é um dos testemunhos desta consciência *. Porque
com elas os autores se sentem mais livres para trabalhar os uni-
versos do maravilhoso poético ou dos diversos realismos: social,
mágico, policial. O risco que comportavam para o projeto con-
sensual não escapou evidentemente ao aparelho de censura, que
não cessou de adiar, mutilar e principalmente de recomendar sua
9. Entrevista com Dias Gomes, Voz de Unidade, São Paulo, 3-9 de agosto,
1982, nl:
10. Entrevista com Doc Comparato, realizada por M. e A. Mattelart.
11. “Como vender de tudo através da novela”, art. cit.
O VÍNCULO SOCIAL 121
O retorno da emoção
Essa rádio não aparenta ser moderna, ao contrário, se parece bem mais
com uma rádio dos anos 50. Desejando captar a audiência de uma vasta
população, de jovens inclusive, não deixa de programar radionovelas (nota-
damente El derecho de nacer) que relembram o estilo, a atmosfera, o tom
que elas tinham na década de 50, antes da revolução.
28. J. Lonchampt, “Les guitares de Cuba”, Le Monde Aujourd'bui, 11-12
de maio, 1986, p. IV.
O VÍNCULO SOCIAL 135
30. I. Bulit, “Mi carta de libertad”, Bobemia, Havana, n.º 35, 31 de agosto,
1984, pp. 21-22.
O VÍNCULO SOCIAL 137
32. S. Cruz, “La esclava: victoria por forfait”, Juventud Rebelde, Havana,
26 de agosto, 1984, p. 5.
O VÍNCULO SOCIAL 139
Pensando o dispositivo
17. É preciso agradecer ao filósofo Etienne Allemand por ter também in-
terpretado e estendido à televisão a noção do dispositivo de Foucault, em
sua obra Pouvoir et télévision (Paris, Antropos, 1980).
O desenvolvimento das técnicas de vigilância da audiência parece ter
que aproximar a televisão do modelo do panóptico. Com a demanda dos
investidores publicitários, as medidas de audiência tornam-se cada vez mais
sofisticadas, procurando não só contabilizar a taxa de presença, mas também
o nível de atenção dos telespectadores. Sob o título “L'audience sous
haute surveillance”, uma jornalista do Libération relatava como, graças a
pequenas câmaras instaladas dentro dos aparelhos de TV, os pesquisadores
do Departamento de Sociologia da Universidade de Oxford haviam estu-
dado o comportamento de seus congêneres diante da telinha (Libération,
21 de novembro, 1986). As experiências dos grandes institutos de sonda-
gem dos Estados Unidos (Arbitron, Nielsen) com o intuito de elaborar um
sistema de medida personalizada caminham na mesma direção. Citemos
por exemplo o peoplemeter, sistema de medida baseado num computador
acoplado ao aparelho de televisão, a detecção por infravermelhos ou por
uma fita metálica para medidas sensíveis (o palpeur), etc.
DESESTATIZAR O PENSAMENTO 161
13. D. Bell, The end of ideology, Nova York, Collier, 1960 (tradução bra-
sileira: O fim da ideologia, tradução de Sérgio Bath, Brasília, Ed. Univer-
sidade de Brasília, 1980); The coming of the post-industrial society, Nova
York, Basic Books, 1973.
14. U. Eco, “Apostila a el nombre de la rosa”, in Análisi, Barcelona,
maio, 1984, p. 27.
DESESTATIZAR O PENSAMENTO 181
O neoliberalismo em tecria
16. Ver Chin Chuan Lee, Media imperialism reconsidered. The homoge-
nizing of television culture, Beverly Hills, Sage, 1980. Nesta obra, este
autor se refere sobretudo a Formosa.
17. Ver principalmente E. Katz e T. Liebes, “Once upon a time, in Dallas”,
Intermedia, Londres, maio, 1984. Nesse mesmo ano, esta tese havia ido
apresentada no colóquio de Teleconfronto, Chianciano, Itália.
* A palavra “deslocamento” está usada aqui no sentido de “desviar-se do
verdadeiro sentido”. (N. da Revisora Técnica.)
DESESTATIZAR O PENSAMENTO 183
frente, com 3/4 dos programas, sendo que as importações entre países
latino-americanos representam 12%. Quanto à Europa Ocidental, está
presente apenas com 4% dos programas importados (estudo realizado por
T. Varis, La circulation internationale des émissions de télévision, Paris,
Unesco, 1986). Segundo a mesma fonte, em 1983, 17% da programação
das emissoras francesas era de origem estrangeira. Nos Estados Unidos,
as importações constituíam apenas 29% da programação total. Duas exce-
ções importantes: a emissora estatal PBS e o SIN (em língua espanhola).
DESESTATIZAR O PENSAMENTO 187
E E al ade dn ES ;
p a aos Pd E D
8. À Construção de um Povo-Público
Um gênero suspeito
15. Ver sobre este ponto o capítulo “L'évolution d'un rapport: Intellec-
tuels/culture médiatique”, in À. e M. Mattelart, Penser les médias, op. cit.
16. Entrevista com A. Le Brun a propósito de Les cháteaux de la subver-
sion (Gallimard, 1986), in Libération, 18 de março, 1986.
DESESTATIZAR O PENSAMENTO 199
O desafio pós-moderno
Rir EEE
TE To dE sociólogo
“comunicação da Europa, Michele e Armand IVETUcIEia
conhecedores profundos da cultura e da política latino-
americanas, fornecem aqui elementos teóricos
fundamentais para a eo E a entre
ANO) (e eia
PO Comunicação, Sociologia