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Índice

Tipos de Combinatória .................................................................................................. 2


Arranjos ........................................................................................................................ 2
Permutações. ................................................................................................................. 3
Combinações ................................................................................................................ 4
Fórmula do Binômio de Newton ................................................................................... 5
Termo Geral do Binómio de Newton............................................................................. 6
Binómio de Newton e Triângulo de Pascal .................................................................... 7

Cálculo combinatório e probabilidade | Prof. Samuel António Fernando – ESMS Pag 1


A análise combinatória ou combinatória é a parte da Matemática que estuda métodos
e técnicas que permitem resolver problemas relacionados com contagem. Muito
utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise das possibilidades e das
combinações possíveis entre um conjunto de elementos.

Tipos de Combinatória
Basicamente há três tipos de agrupamentos: Arranjos, Combinações e Permutações.

Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo, precisamos definir uma


ferramenta muito utilizada em problemas de contagem, que é o factorial.

O Factorial de um número natural é definido como o produto deste número por todos
os seus antecessores. Utilizamos o símbolo ! para indicar o factorial de um número.
Define-se ainda que o factorial de zero é igual a 1.

Exemplo
O!=1
1!=1
3!=3.2.1=6
7!=7.6.5.4.3.2.1=5040
10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3 628 800

Note que o valor do factorial cresce rapidamente, conforme cresce o número. Então,
frequentemente usamos simplificações para efectuar os cálculos de análise
combinatória.

Arranjos
Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos
mesmos.
Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte
expressão:

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Exemplo
Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e
um vice-representante de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o
representante e o segundo mais votado o vice-representante.

Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que
nesse caso, a ordem é importante, visto que altera o resultado final.

Comentário [U1]: Depois de


transformar o factorial de 20 em produto
terminamos no 18 factorial para facilitar a
simplificação o 18 factorial do
denominador.

Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.

Permutações.

As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do


agrupamento é igual ao número de elementos disponíveis.
Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de elementos é
igual ao número de agrupamentos. Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo
é igual a 1 na permutação. Assim a permutação é expressa pela fórmula:

Exemplo
Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se
sentar em um banco com 6 lugares.

Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é igual ao


número de pessoas, iremos usar a permutação:

Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas sentarem neste banco.

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Combinações

As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante,


entretanto, são caracterizados pela natureza dos mesmos.

Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p (p ≤ n),


utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo
A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma
comissão organizadora de um evento, dentre as 10 pessoas que se candidataram.

De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?

Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos não é
relevante. Isso quer dizer que escolher Maria, João e José é equivalente à escolher João,
José e Maria.

Comentário [U2]: Observe que para


simplificar os cálculos, transformamos o
factorial de 10 em produto, mas
conservamos o factorial de 7, pois, desta
forma, foi possível simplificar com o
factorial de 7 do denominador.

Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.

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BINÓMIO DE NEWTON

O Binómio de Newton refere-se a potência na forma , Onde x e y são


números reais e n é um número natural.

O desenvolvimento do binómio de Newton em alguns casos é bastante simples.


Podendo ser feita multiplicando-se directamente todos os termos.

Contudo, nem sempre é conveniente utilizar esse método, pois de acordo com o
expoente, os cálculos ficarão extremamente trabalhosos.

Exemplo
Represente a forma expandida do binómio :

Como o expoente do binómio é 3, vamos multiplicar os termos da seguinte forma:

Fórmula do Binômio de Newton


O binómio de Newton é um método simples que permite determinar a enésima potência
de um binómio.

Esse método foi desenvolvido pelo inglês Isaac Newton (1643-1727) e é aplicado em
cálculos de probabilidades e estatísticas.

A fórmula do binómio de Newton podendo ser escrita como:

(x + y)n = Cn0 y0 xn + Cn1 y1 xn - 1+ Cn2 y2 xn - 2 +... + Cnn yn x0

ou

Sendo,

Cn p : número de combinações de n elementos tomados p a p.

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n! : factorial de n. É calculado como n = n (n - 1)(n - 2) . ... . 3 . 2 . 1

p! : factorial de p

(n - p)! : factorial de (n - p)

Exemplo
Efectuar o desenvolvimento de (x + y)5:

Primeiro escrevemos a fórmula do binómio de Newton

Agora, devemos calcular os números binomiais para encontrar o coeficiente de todos os


termos.

Considera-se que 0! = 1

Assim, o desenvolvimento do binómio é dado por:

(x + y)5 = x5 + 5x4y + 10 x3y2 + 10x2y3 + 5xy4 + y5

Termo Geral do Binómio de Newton


O termo geral do binómio de Newton é dado por:

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Exemplo
Qual é o 5º termo do desenvolvimento de (x + 2)5, de acordo com as potências
decrescentes de x?

Como queremos T5 (5º termo), então 5 = k +1 ⇒ k = 4.

Substituindo os valores no temos geral, temos:

Binómio de Newton e Triângulo de Pascal


O triângulo de Pascal é um triângulo numérico infinito, formado por números
binomiais.

O triângulo é construído colocando-se 1 nos lados. Os demais números são encontrados


somando os dois números imediatamente acima deles.

Representação do triângulo de Pascal


Os coeficientes do desenvolvimento de um binómio de Newton podem ser definidos
utilizando o triângulo de Pascal.

Desta maneira evita-se os cálculos repetitivos dos números binomiais.

Exemplo
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Determine o desenvolvimento do binómio (x + 2)6.

Primeiro é necessário identificar qual linha iremos usar para o binómio dado.

A primeira linha corresponde ao binómio do tipo (x + y)0, desta forma, usaremos


a 7ª linha do triângulo de Pascal para o binómio de expoente 6.

(x + 2)6 = 1x6 + 6x5.21 + 15x4.22 + 20x3.23 + 15x2.24 + 6x1.25 + 1x0.26

Assim, o desenvolvimento do binómio ficará:

(x + 2)6= x6 + 12x5 + 60x4 + 160x3 + 240x2 + 192x + 64

PROBABILIDADES

O cálculo de probabilidades iniciou-se no século XVII, com Pascal e Femat, quando


estudavam questões ligadas aos jogos de azar. O cálculo das probabilidades actualmente
o ramo fundamental da Matemática para o estudo da Estatística.

2. Elementos da teoria das probabilidades

Para que se possa efectuar qualquer cálculo utilizando a teoria das probabilidades, são
necessários dois elementos:

Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados possíveis de um experimento


aleatório;

Evento: é qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou seja, qualquer que seja


, onde E é o evento e U, o espaço amostral. Representamos o espaço amostral e
os eventos por letras maiúsculas.

Exemplo:

1. Lança-se uma moeda e lê-se a figura da face voltada para cima. Pede-se:

a) O espaço amostral;

b) O número de elementos do espaço amostral;

c) O número de elementos dos eventos.

Fenómenos aleatórios

Um fenómeno é aleatório se a sua realização depende inteiramente do acaso.

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Exemplos
1.O aparecimento de “cara”, ou (coroa) no lançamento de uma moeda ao ar.
2. O aparecimento do ponto 5 na face superior no lançamento de um dado.
E sobre os fenómenos aleatórios que vai incidir todo o estudo das
probabilidades.

Acontecimentos - espaço de acontecimentos

Na queda de uma moeda lançada ao ar, apenas pode verificar-se dois resultados
distintos: Cara ou Coroa

O conjunto dos resultados é U = {cara, coroa}.

O conjunto de todos os casos possíveis relativos a uma prova é chamado por espaço de
acontecimentos. Chamamos acontecimento a qualquer subconjunto do espaço de
acontecimentos.

Exemplo:

1. "Sair cara" no lançamento de uma moeda é um acontecimento.

Operação com Acontecimentos.

Acontecimento contrário

O acontecimento contrário ou complementar de A é o acontecimento que consiste na


não verificação de A, isto é, é o conjunto complementar de ̅ . ou seja é constituído por
todos os resultados do espaço que não pertencem a A, e representa-se por ̅.

̅ e ̅

Exemplos:

1. A: sair Cara no lançamento de uma moeda é o acontecimento.


2. ̅: sair Coroa no lançamento de uma moeda é o acontecimento contrário

Acontecimento união

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O acontecimento união de dois acontecimentos A e B é o acontecimento que consiste na
verificação de, pelo menos, um dos acontecimentos.

o acontecimento união de A e B é o conjunto reunião de A com B. Representa se por


.

Exemplo:

1. No lançamento de um dado, sair número par é um acontecimento reunião dos


acontecimentos "sair 2', "sair 4" e “sair 6” { } { } { } { }

Acontecimento intersecção

O acontecimento intersecção de dois acontecimentos A e B consiste na realização


simultânea dos dois acontecimentos.

O acontecimento intersecção representa-se por

Exemplo:

i. No lançamento de um dado, “sair 2” é um acontecimento intersecção dos


acontecimentos
{ } { } { } { }

{ }

Acontecimento certo

O acontecimento certo relativo a uma prova é aquele que se verifica sempre que se
realiza a prova.

Exemplo:

1. No lançamento de uma moeda “sair cara ou coroa” é um acontecimento certo


2. No lançamento de um dado com faces numeradas de 1 a 6 “sair um número
menor que 7” é um acontecimento certo
Acontecimento impossível

O acontecimento impossível relativo a uma prova é aquele que nunca se verifica sempre
que se realiza aprova

Exemplos:

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1. No lançamento de um dado com faces numeradas de 1 a 6, "sair número 8" é
um acontecimento impossível.
2. Na queda de uma moeda lançada ao ar, (sair cara e coroa) é um acontecimento
impossível.

Acontecimentos disjuntos

Dois acontecimentos A e B dizem se disjuntos quando a sua intersecção é um


acontecimento impossível. Isto é A e B são disjuntos se .

Observações:

Um acontecimento e o seu contrário são sempre incompatíveis, mas dois


acontecimentos incompatíveis não são, em necessariamente, contrários.

Definição frequêncista da probabilidade

O conceito de frequência relativa estudada na estatística está directamente ligada ao


conceito de probabilidade.

Exemplo:

1. Vamos determinar a frequência relativa do acontecimento “aparecimento do


número 5, no lançamento de um dado perfeito numerado de 1 a 6".

Observa o quadro de resultados experimentais.

Número de frequências Frequência absoluta (fa) Frequência relativa (fr)


99 20 0,2020
200 42 0,21
500 87 0,174
800 157 0,196
1000 184 0,184
1500 250 0,166
2000 334 0,167

A experiência constata que a frequência relativa reaproxima de a medida que se

aumenta ao número de lançamentos. Isto é, as frequências relativas tendem a estabilizar-


se num valor determinado.

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A constatação que retiramos do exemplo leva-nos a enunciar a probabilidade do
seguinte modo: Num grande número de provas, a frequência relativa de um
acontecimento tende a estabilizar-se em torno de número que coincide com a sua
probabilidade.

Definição axiomática do conceito de probabilidades num espaço finito

A noção empírica da probabilidade ligada ao conceito de frequências relativas é


inaceitável do ponto de vista de rigor matemático. Toda via, foi baseando se na noção
frequêncista que Komogrov, em 1933, estabeleceu rigorosamente a axiomática do
cálculo de probabilidades.

Seja U o espaço de acontecimentos e P(U) o conjunto das suas partes, chama-se


conjunto de partes de um conjunto ao conjunto de todos os seus subconjuntos.
Denomina se Probabilidade uma aplicação de P de P(U) no conjunto [10,11] de
números reais que obedece aos seguintes axiomas:

 [ ]

Corolários:

1. A probabilidade do acontecimento contrário de outro acontecimento obtém-se


subtraindo 1 A probabilidade do acontecimento de que ele é contrário.

2. A probabilidade de um acontecimento impossível é zero.

3. Se A, B e C são acontecimentos incompatíveis dois a dois, então:

4. Se A e B são dois acontecimentos incompatíveis quaisquer, então:

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Definição clássica (lei de Laplace)

Quando lançamos uma moeda equilibrada, aceitamos que qualquer uma das suas faces
tem exactamente a mesma possibilidade de aparecer que a outra. Isto é, a probabilidade
do acontecimento A é a mesma do . Dizemos, então, que os acontecimentos
elementares são equiparáveis.

Lei de Laplace

“Se os acontecimentos elementares são equiparáveis e incompatíveis dois a dois, a


probabilidade de um acontecimento A é igua1 ao quociente entre o número de casos
favoráveis aos acontecimentos e o número de casos possíveis”.

Exemplos:

1. Vamos calcular a probabilidade de que, num lançamento de um dado perfeito


com as faces numeradas de 1 a 6, se obtenha:
a) Um número par.

{ } -o número de casos favoráveis é 3.

{ }- o número de casos possíveis é 6.

{ }

{ }

2. Extrai-se uma carta, ao acaso, de um baralho de 52 cartas. Vamos calcular a


probabilidade de que:
a) A carta extraída seja um rei.

Num baralho há 4 reis. Por isso, o número de casos favoráveis é 4. O número de


casos possíveis são as 52 cartas do baralho.

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b) A carta extraída seja copas.

Num baralho há 13 copas, por isso:

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Bibliografia

CHILAÚLE Arone, MACHANGO Orlando, Matemática 12ª classe, texto editores


2ªed, Maputo, 2013.
VUMO José Pedro: Pré-universitário Matemática 12; 1ªed, Longman Moçambique;
Maputo 2010

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