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Aula prática de Direito Comercial 21Nov

Letras e Livranças
LEI UNIFORME RELATIVA ÀS LETRAS E LIVRANÇAS
DL 26 556, de 30 de Abril de 1936
(Actualizado Artº 48º (Juros) até 2003-03-27)

LETRAS E LIVRANÇAS

CASO N.º 13
António sacou uma letra de câmbio aceite por Bernardo. Por seu turno, Carla garantiu o aval
da referida letra através de assinatura na face anterior da mesma e com a expressão “bom
para aval”, mas não indicando por quem se deu o referido aval.
A letra bancária é um título de crédito que contém uma ordem de pagamento. Trata-se, por
isso, de um documento escrito e assinado pelas partes que contém um crédito em dinheiro e
que se movimenta por endosso (assinatura no verso do título). No caso em apreço
consideramos que a letra foi corretamente preenchida nos termos do art.º 1 da LEI UNIFORME
RELATIVA ÀS LETRAS E LIVRANÇAS. Por conseguinte uma das características da letra bancária
é que possa agir em conformidade com a lei permite que o portador da letra possa cobrar o
direito que emerge de um título de crédito. Desta característica da legitimação decorre que o
portador não precisa de provar o direito de uma vez que esta se presume, por isso o devedor,
o sacado, não pode recusar o pagamento de uma letra bancária ao portador, e se livrar em
incumprimento contratual.

O saque é um negócio cambiário através do qual a letra nasce tornando-se então em novo
negócio jurídico que possibilita a existência de um título de crédito, é uma declaração
unilateral e abstrata feita pelo remetente do título, sacador, tem por conteúdo expresso uma
ordem de pagamento dirigida ao sacado para que este pague uma quantia pecuniária, à ordem
do portador ou á ordem deste. Implicitamente trata-se de uma promessa de pagamento, na
medida em que caso o sacado não pague a letra, a que se obrigou, o próprio sacador o fará.
Diz-nos o art.º 9 O sacador é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra. No
entanto trata-se de uma garantia parcial na medida que Bernardo poderia exonerar-se da
garantia de aceitação, toda e qualquer cláusula pela qual ele se exonere da garantia do
pagamento considera-se como não escrita. Letra não aceitável em que o secador se
desresponsabiliza por qualquer recusa do aceite por parte do sacado. O aceite é um negócio
jurídico de natureza unilateral, e abstrata pelo qual o sacado aceita a ordem de pagamento
que lhe foi dirigida ao sacador, e só obriga a pagar a outrem tornando o sacado obriga-se apelo
aceite a pagar a letra art.º 28, em sub-hipotese o sacado recusar o aceite através do protesto
de falta de aceite om portador da letra fica legitimado a exigir de imediato o pagamento
integral do mesmo, ao sacador e aos demais obrigados, em dia do regresso segundo art.º 43,
Assim António deverá propor ação no tribunal nos termos conforme efeitos do art.º 46.

Artigo 17.º

As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções
fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a
menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do
devedor.
Regra geral: as letras circulam livremente, têm de ser pagas sob pena em se colocar em crise
estes princípios constantes nos títulos de créditos, só poderá haver algum tipo de oposição
caso haja má-fé por parte de algum dos impedintes.

Artigo 17.º

As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções
fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a
menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do
devedor.

2) Se António transmitisse a letra a Fernando, poderia Bernardo invocar os “problemas”


derivados da relação subjacente?

Uma vez mais temos aqui o art.º17, bastante relevante, temos de densificar os principio dos
títulos de crédito, principio da literalidade e o principio da universalidade e caraterizar o
endosso.

Artigo 17.º

As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções
fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a
menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do
devedor.

3) Suponha que António e Bernardo, deixando a letra em branco, celebraram um acordo de


preenchimento da mesma. Caso não haja cumprimento desse acordo de preenchimento,
pode Bernardo recusar o pagamento da letra?
Art.º 10
Se uma letra incompleta no momento de ser passada tiver sido completada contrariamente
aos acordos realizados, não pode a inobservância desses acordos ser motivo de oposição ao
portador, salvo se este tiver adquirido a letra de má-fé ou, adquirindo-a, tenha cometido uma
falta grave.
Independente de ter sido preenchido de forma contrária ao próprio acordo, isto motivo
responsabilidade contratual nos termos do art.º 798 e ss, acordo de preenchimento é um
contrato.
4) Analise a posição de Carla no caso de Bernardo se recusar a pagar a letra por ele aceite.

Do aval
Artigo 30.º

O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é
dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra.

Art.º 30 e ss é um negócio jurídico cambiário através do qual os avalistas garantem o


pagamento da letra por parte dos avalisados, de acordo com o art.º 31, o aval é escrito na
própria letra ou numa folha anexa utilizando a expressão bom para aval, sendo assinado pelo
dador no final. O aval deve indicar a pessoa por quem se dá, na falta desse indicação, no caso,
entender-se-á pelo sacado de acordo com art. º31. A nível de responsabilidade de acordo com
o art.º 32 e art.º 47 o dador de aval, a Carla é responsável da mesma maneira que a pessoa por
ela afiançada e os avalistas são solidariamente responsáveis a par dos demais subscritores para
com o portador pelo pagamento da letra ou livrança de acordo com art.º 37/1/2.

Classificar a posição de Carla, enquanto avalista art. º30 e ss, analisar o art.º 32, no fundo o
dador de aval é responsável da mesma maneiro que a pessoa por ele a afiançada e a sua
obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nulo por qualquer
razão que não seja um vício de forma. Art.º 47 no fundo nos refere que os sacadores
aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos solidariamente responsáveis para
com o portador.

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