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Propriedades Rurais
Gestão de Recursos Hídricos em
Propriedades Rurais
Edição Ilustrações
Instituto Souza Cruz Ronald Teixeira
Redação Realização
Helen Janata Instituto Souza Cruz
Revisão Tiragem
Andrea Guedes 2.000 exemplares
Projeto Gráfico
Via Corporativa Edição limitada
Sumário
Apresentação.........................................................4
Um exemplo de gestão:...............................12
Experiências: ........................................................16
1. Plantio direto................................................................... 16
2. Sistema de terraceamento................................. 18
3. Proteção de nascentes....................................... 20
4. Preservação da mata ciliar............................... 26
5. Destino adequado dos resíduos................. 30
6. Destino adequado dos dejetos.................... 36
Conclusão..............................................................40
Referências bibliográficas......................... 42
4
Apresentação
D
A P R E S E N TA Ç Ã O
A P R E S E N TA Ç Ã O
6
A importância da água
A
A I M P O R TÂ N C I A D A Á G U A
Difícil acesso
água
oceanos salgada
(97,5%) Água
doce
água
doce Menos de 1% em locais
(2,5%) de fácil acesso
? Você sabia que o nosso planeta tem mais água do que terra?
A notícia triste é que, como visto na figura, quase toda a
água é salgada (97,5%). A água doce está, em sua maior parte (2,5%),
nas geleiras, lagos congelados e águas subterrâneas, sendo que menos
de 1% encontra-se disponível em locais de fácil acesso, como nascentes,
lagos, rios e lençóis freáticos.
Ciclo da água 7
Condensação
A I M P O R TÂ N C I A D A Á G U A
Precipitação
Transpiração
Infi
ltra
ção
o
açã
va po r
E
Len
çóis
de
águ
Um dado a
importante:
O volume total da água no
planeta não aumenta e nem
diminui. A água se movimenta em um
ciclo e pode ser encontrada em estado sólido (geleiras), líquido
(rios, mares e lagoas) e gasoso (água evaporando na chaleira).
A I M P O R TÂ N C I A D A Á G U A
rantir a cota diária mínima de 50 litros de água por pessoa.
11
A água no meio rural
A I M P O R TÂ N C I A D A Á G U A
para o agricultor familiar?
Ela garante a qualidade de vida da família e pos-
sibilita atividades com ganhos financeiros como
a piscicultura, irrigação de lavouras, hortas, po-
mares e a criação de todos os tipos de animais. A
distância ou proximidade de fontes de água alte-
ra o valor da propriedade, ou seja, o investimento
para melhorar o acesso à água e a garantia de
mantê-la potável valorizam a terra e tornam mais
eficiente o trabalho.
IMPORTANTE:
A
U M E X E M P LO D E G E S TÃ O
U M E X E M P LO D E G E S TÃ O
Tudo está interligado: a água, o solo, as florestas, os
animais e todas as pessoas que vivem e trabalham ali.
Esse é um dos motivos que faz Seu Paulo ser exemplo de
gestão ambiental, pois, se ele tratar mal o solo, arar morro
abaixo, cortar a mata ciliar ou lavar a bomba de agrotóxi-
cos no ribeirão, outros agricultores da microbacia serão
prejudicados por essas ações.
Vamos lá,
Agora você vai conhecer pessoal!
o próprio Seu Paulo e sua
esposa, Dona Márcia.
Eles vão mostrar como
funciona a tal da gestão
dos recursos hídricos
da propriedade...
Separação
do lixo
Compostagem
Mata
ciliar
Descarte de
agrotóxicos
Mas, se estamos falando em água... por que essa preocupa- 15
ção com o solo?
Porque o solo é responsável por filtrar e absorver a água
U M E X E M P LO D E G E S TÃ O
da chuva, possibilitando o armazenamento nos lençóis freáti-
cos. Aos poucos, essa água é liberada aos cursos d’água. Cui-
dando do solo através da manutenção da cobertura da superfí-
cie, da contenção da enxurrada nas lavouras e impedindo que o
solo fique compactado, evita-se que fortes chuvas provoquem
erosão, perda de água, solo e nutrientes, além da poluição dos
rios e demais cursos d´água.
Assim,
se protegermos as
A seguir,
nascentes, mas não cuidarmos
saiba mais sobre
do solo, não permitiremos que
os cuidados que você
a água infiltre, armazene-se e,
pode ter com o solo
como um ciclo, transborde nas
e a água em sua
nascentes novamente.
propriedade.
Biodigestor e...
...tanque de
biofertilizante
Foto: Instituto Emater
16
Experiências
1. Plantio direto
E xperi ê ncias
O
sistema de plantio direto tem como principais funda-
mentos a mobilização mínima do solo (apenas na ope-
ração de plantio), a rotação de culturas e a proteção da
superfície do solo pelas culturas e pelas restevas (restos de fo-
lhas e caules que são deixados no campo após a colheita). É o
melhor sistema para a conservação dos recursos naturais, uma
vez que promove redução expressiva das perdas de solo, eleva
os níveis de matéria orgânica e de umidade.
E xperi ê ncias
d) Eliminar a compactação do solo, sistematizar as áreas que
apresentem sulcos de erosão, eliminar as plantas daninhas
de difícil controle e recuperar as áreas quimicamente degra-
dadas. Considerar que a não correção dos problemas men-
cionados resultará em demora para que os efeitos benéficos
do plantio direto se manifestem.
2. Sistema de terraceamento
E xperi ê ncias
E xperi ê ncias
no solo, a água ficará disponível por mais tempo para as plan-
tas e também irá abastecer, com qualidade e por um período
mais longo, as nascentes e rios.
3. Proteção de nascentes
E xperi ê ncias
21
E xperi ê ncias
3 4m de canos de PVC soldáveis 50mm;
3 Um tampão de PVC soldável de 50mm;
32
m de cano de PVC soldáveis 25mm;
3 6 sacos de solo peneirado sem areia e
matéria orgânica;
3 Um litro de água sanitária;
30
,50m² de tela sombrite para proteção
da saída dos canos de sobra de água.
22 Como fazer:
1. Faça a limpeza
E xperi ê ncias
dos arredores e da
parte interna da
fonte, retirando as
folhas, raízes e
lama, até encontrar
terra firme ou laje.
E xperi ê ncias
solo-cimento, evitando a infiltração.
5. Inicie a construção
do muro, colocando
uma camada
de solo-cimento
e assentando
as pedras.
Logo após
a primeira camada
de pedras, coloque
os canos de saída
de água que serão
utilizados para canalizar até a casa. Levante mais o muro
utilizando a massa solo-cimento e pedras. Na próxima camada
de pedras, coloque os canos da sobra de água.
6. Preencha a fonte
com pedras
lavadas,
colocando
primeiro as
pedras grandes,
depois as médias
e por último as
pequenas.
24
Fotos: Instituto Emater
7. Jogue água
E xperi ê ncias
sanitária ou
hipoclorito de sódio
e a cal virgem
sobre as pedras.
8. Coloque uma
camada de 5 a 10
centímetros de pedra
brita em cima das
pedras pequenas,
cobrindo toda a fonte.
9. Coloque uma
camada de massa
de 4 a 6
centímetros
de solo-cimento,
também cobrindo
toda a fonte.
10. N
o final, faça um chapisco com cimento e areia para evitar
rachadura do solo-cimento.
11. P
lante árvores nativas da região, a uma distância mínima de
2 metros da fonte de água, conforme a legislação. Nunca
plante árvores exóticas, como eucalipto, pinus ou grevília.
12. F
aça desvio na parte superior da fonte, facilitando, assim, o
escoamento da água da chuva.
25
E xperi ê ncias
13. Coloque uma tela fina nos canos de sobra de água da
fonte para evitar entrada de insetos e outros animais.
14. C
oloque um tampão no cano de tratamento e desinfecção.
16. F
aça a desinfecção da fonte a cada quatro meses da
seguinte forma:
a) Tampe as saídas de água;
b) R
etire o tampão do cano de desinfecção localizado em
cima da fonte e coloque um litro de água sanitária;
c) Deixe o reservatório da fonte subir até o último cano;
d) Abra as saídas e deixe a água escorrer pelos canos
para limpá-los;
e) Repita esse processo de escoamento de água
por três vezes.
26 4. Preservação da mata ciliar
2. E
rosão das margens dos rios, levando a terra e dificultando
a entrada de luz solar;
E xperi ê ncias
isso, há aumento da produtividade agrícola com menor custo e
garantia de um futuro melhor para a propriedade.
E xperi ê ncias
através da condução da regeneração natural: havendo condi-
ções boas de regeneração natural, ou seja, de a floresta nativa se
recuperar por si própria, podemos tomar algumas medidas que
facilitem o processo como o coroamento inicial das árvores que
regeneraram naturalmente e a roçada para rebaixamento de gra-
míneas invasoras. Em alguns casos, onde houver uma baixa va-
riedade de espécies na regeneração natural, é recomendado o
enriquecimento com o plantio de mudas de espécies nativas da
região garantindo assim uma maior biodiversidade. Outra forma
de facilitar a regeneração natural é a instalação de poleiros secos
ou vivos, que servem de ponto de descanso ou abrigo para pás-
saros silvestres disseminadores de sementes de plantas exis-
tentes na região. Os poleiros podem ser construídos através do
reaproveitamento de material existente na propriedade, como
galhadas de árvores ou varas de bambus.
3Rs
ar
Ou seja:
Reduza o consumo e o desperdício,
reutilize tudo o que for possível
R
ec
lic a r
e separe o restante para reciclagem!
31
E xperi ê ncias
Com boa quantidade de
resíduos orgânicos na
propriedade, é recomendável
fazer uma compostagem
(leia na pág. 32)
Foto: Jovani Puntel
32 2) Resíduos sólidos orgânicos
O lixo orgânico, ou lixo úmido, é composto por restos de ali-
mentos como frutas, verduras, grãos, carcaças e folhas. Esta
E xperi ê ncias
6. A última camada deve ser feita com palhas para melhor pro-
teção contra chuva e sol;
E xperi ê ncias
processo de fermentação que fermentação. Então, é
libera calor, é necessário necessário introduzir cinza para
controlar o aquecimento para reduzir a acidez e aumentar a
que as bactérias responsáveis fermentação;
por isso não morram;
c. Além disso, é necessário fazer o
b. O controle da fermentação é revolvimento da pilha: no
feito através da introdução de primeiro mês faz-se a cada 15
uma barra de ferro em diversas dias. Nos dois meses seguintes,
partes do monte, por 2 a 3 faz-se a cada 30 dias. Em 90
minutos. Se a barra estiver dias, o composto estará pronto
muito quente, a ponto de não para uso;
conseguir segurar, será
necessário fazer o primeiro d. Após concluído o processo,
revolvimento do material. Se ela o composto diminuirá
estiver quente, a fermentação de volume.
1. E
svazie completamente a embalagem
no tanque pulverizador; 2
2. Adicione água até ¼ da embalagem;
3. Feche a embalagem e agite por 30 segundos;
4. Despeje o conteúdo novamente no
pulverizador. 3
Como fazer:
E xperi ê ncias
1. Essas embalagens de sacos plásticos
aluminizados, multifoliados e de papel contêm
uma formulação granulada ou em pó que
não podem ser lavadas por serem flexíveis.
I DA D O
CU
armazenadas em local seguro,
fechado, no qual as crianças não
tenham acesso. Deve-se isolar a área
VENENO
com tela e colocar uma placa de
advertência com os dizeres:
“Cuidado, Veneno” ou
“Cuidado, Lixo Tóxico”.
Biodigestor
E xperi ê ncias
E xperi ê ncias
Estábulo, biodigestor de fibra
e tanque de biofertilizante Foto: Instituto Emater
Abastecimento do biodigestor
•L
evantar a quantidade de
Para instalar,
animais de que serão
recolhidos os dejetos. procure o serviço de
assistência técnica e extensão
•L
evantar a produção rural do seu município!
diária de dejetos
animais possível de
Eles poderão ajudá-lo
recolhimento. a dimensionar e a instalar um
biodigestor de acordo com
a sua produção.
•D
imensionar o potencial
de produção
do biogás.
•D
imensionar reformas necessárias de estábulos e
pocilgas para propiciar maior volume do
recolhimento dos dejetos animais.
•C
alcular a capacidade econômica para
amortização de financiamento necessário para
obras e equipamentos.
•V
erificar existência de assistência técnica local
para dimensionamento, planificação, implantação
e manutenção do sistema.
•E
fetuar orçamento de custos de implantação do
sistema de biodigestão e equipamentos
necessários.
•D
imensionar existência de vantagem econômica
em substituir gás de cozinha, lenha e adubo
químico pelo equivalente biogás e biofertilizante.
Fossas Sépticas 39
E xperi ê ncias
banheiros da casa. Elas devem estar localizadas na frente da
casa, com no mínimo 4m de distância; em um nível mais baixo
do terreno e longe dos poços ou de qualquer outra fonte de
captação de água (mínimo 30m de distância); as águas que
saem da fossa séptica devem ser lançadas em sumidouros
com a função de infiltrar o líquido no solo.
Existem
Como fazer: no mercado modelos
pré-moldados em concreto
1. Faça um buraco com o mínimo de ou PVC de fossas e caixas
de gordura que podem ser
1,0m de comprimento por 1,0m de
utilizados em substituição
largura e 1,5m de profundidade; ao solo-cimento, cabendo
ao produtor escolher
2. Umedeça as laterais e revesta as o mais econômico.
paredes do buraco com massa
solo-cimento;
A
gestão de recursos hídricos, bem como o saneamen-
conclusão
conclusão
apresentados não se encerram aqui e é recomendável que, ha-
vendo interesse, o produtor busque o devido aprofundamento.
Em caso de dúvidas na implementação das boas práticas, a
orientação é procurar auxílio em um órgão de extensão rural.
Telefone: 21.3849.9619