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Serie Profetas e Profecias John Maclauchlan PDF
Serie Profetas e Profecias John Maclauchlan PDF
O PROFETA HOJE
Por John Maclauchlan
O termo mais antigo para profeta é roeh, vidente, uma palavra também usada
para
visão profética. O termo posterior é nabi', aquele que fala, porta-voz, profeta.
Nabi' vem de
uma raiz que significa levantar-se, vir à luz ou inchar. É relacionada com a
palavra para um
ribeiro borbulhante e com verbo jorrar, esguichar abundantes sons e palavras
(Pv18:4).
Pode ter um sentido passivo, como de "alguém que se faz borbulhar com o Espírito de
Deus,
que é inspirado", mas é mais corretamente interpretado como tendo um sentido ativo
e
contínuo: "alguém que jorra as palavras de Deus", um divulgador divinamente
inspirado, um
anunciador, um porta-voz (Êx7:1; 4:16). Portanto, há um aspecto anterior, passivo e
receptivo no profeta: ele vê. E há um aspecto ativo, comunicativo: ele fala. Ele
não é uma
boca meramente; ele tem revelação e percepção da parte de Deus, e é comissionado a
comunicar e agir como porta-voz de Deus, compartilhando de um coração cheio de
visão e
revelação.
ELE VÊ
Conclui-se que o profeta terá um papel a desempenhar sempre que Deus estiver
falando ou agindo. Através dele Deus expressa sua vontade, seus anseios e
propósito. O
profeta vê o que Deus está fazendo e dizendo antes de expressar e anunciá-lo
(Am1:1).
Deus desvenda o seu propósito ao profeta, pois sem tal revelação ele permaneceria
encoberto (Am3:7). Este desvendamento não vem necessariamente por meio de uma
palavra repentina que lhe "cai do céu", mas mais freqüentemente consiste de uma
crescente
percepção, um arraiar de revelação, pois o profeta está constantemente ouvindo a
Deus
com o coração e o ouvido de um discípulo (Is 50:4,5). Depois de ter visto e ouvido,
é natural,
ou melhor, inevitável, que ele fale, assim como é natural que o temor siga ao
rugido do leão!
(Am 3:8).
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 1
ELE DECLARA
ELE PREDIZ
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 1
O profeta fala usando conceitos comuns e ele mesmo e aos seus ouvintes.
Assim
“Sião” era o local geográfico para os judeus; agora, para a igreja, transcende
localidade
nacional. Se Sião significa a igreja manifestando o reino, os inimigos hereditários
(Egito,
Moabe, Edom, Assíria, etc.) significam os oponentes do povo de Deus, tanto
espirituais
como terrenos, e a guerra contra esses inimigos pode ser interpretada como uma
expressão
da confrontação da igreja com o mal ( Is 1:14). O princípio corporificado pela
profecia é o
central; somente os acontecimentos poderão revelar até que ponto seus detalhes são
literais. A predição do Messias montado num jumento ( Zc 9:9) expressava a sua
humildade,
e não era necessariamente uma predição concreta até que Jesus a viveu na prática
para
expressar o princípio envolvido. O resto da profecia não foi cumprido literalmente,
mas o
princípio de toda ela é válido.
ELE COMUNICA
O profeta tem um senso de história e um senso de destino. Ele tem sempre a
consciência de estar levando para frente algo que foi iniciado a muito tempo, de
estar
desenvolvendo algo já existente. Ao declarar o reino de Deus agora, ele é cônscio
de ser um
descendente direto daqueles que primeiro proclamaram este grandioso tema.
Por causa do seu senso de história e de destino, que se combina com uma
profunda
história pessoal dos tratamentos de Deus, ele se torna singularmente capaz de
comunicar
um senso de história e de destino para o povo de Deus.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 1
Ele terá que passar por experiências profundas e pessoais à medida que sua
vida é
moldada e transformada. Estas experiências muitas vezes serão entre si e Deus
somente e
podem ser incompreendidas por aqueles ao seu redor. Através disso, ele desenvolverá
uma
nova perspectiva de tudo na vida, pois estará comungando com Deus através de todas
as
coisas. Eventos mundiais e corriqueiros e sua leitura tornam-se atividades em que
Deus se
comunica com ele, dando-lhe entendimento e perspectiva divinos. Ele desenvolve o
que
podemos chamar de “consciência profética”. Por ter ele elemento de vulnerabilidade
(particularmente nos mais jovens), à medida que estas características se
desenvolvem, ele
fará bem em se relacionar de perto com alguém em quem veja uma expressão mais
madura
dessas qualidades, e se abrir e submeter sua vida a ele.
Mais e mais ele “verá” e verá mais e mais. À medida que vê, ele falará e
começará a
comunicar o peso do coração de Deus aos que estão ao seu redor. Por ver mais e mais
claramente, ele introduzirá conceitos que serão novos parar os seus ouvintes, e
começará a
dar direção em situações diversas, pois, ele vê as coisas de modo diferente daquele
que
olha somente para o exterior. Mais e mais experimentará a direção do Espírito, e
uma
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 1
consciência que sua vida é orientada em todas as coisas por Deus. A paixão que o
consome
será a mesma do Espírito Santo (Jo 16:14): a liberação e expressão da glória de
Jesus
Cristo na igreja e através da terra.
HOMENS DO ESPÍRITO
O Espírito Santo e o profeta são inseparavelmente ligados. Profecia divina é
sempre o
resultado da inspiração do Espírito de Deus, não simplesmente a criatividade
independente
do espírito humano. O Espírito “vem sobre” um homem para que profetize (Nm 24:2),
ou, de
um modo mais forte, “cai sobre” ele (Ez 11:5). Alternativamente, a “mão do Senhor”
pode vir
sobre um homem ( 2 Rs 3:15) e resultar em profecia (Ez 1:3).
O MINISTÉRIO DO PROFETA
Por Graham Perrins
Apesar da sua importância, tem-se escrito pouco para encorajar e treinar tal
ministério. Há pouco para ajudar-nos a compreender qual seria a sua relevância no
contexto
do século XX.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 1
Será que Deus nos deixou sem a palavra encarnada de forma viva e relevante
para
nós hoje? Não há quem possa trazer o dinamismo da vida do reino para agir sobre as
rochas de incredulidade e superstição? Tem-se afirmado que os profetas desmamaram
Israel da idolatria. Infelizmente, creio que não se pode dizer o mesmo da igreja.
Falta-nos
um longo caminho a percorrer.
Apesar de tudo, não temos motivo para desânimo. Há uma crescente preocupação
para ver este ministério estabelecido entre nós. Vozes estão se levantando. Vozes
que
conclamam a igreja ao comprometimento total à vontade de Deus, não às tradições dos
homens. Vozes que não pregam verdades de segunda mão, mas a palavra que nos levará
à
maturidade como filhos de Deus. Vozes que apresentam a esperança da igreja e o
juízo do
mundo com um som definido, proclamando Jesus Cristo ressurreto e prestes a voltar.
A palavra de Deus é potente e dinâmica. Ele o disse e assim foi. Ele falou e
os
mundos foram formados. O que não era veio à existência.
Quando Israel viajava rumo à sua herança, foi-lhes dito que bênçãos ou
maldições
viriam sobre eles e os alcançariam ( Dt 28:2,15,45). A idéia é que a palavra
proferida para o
povo de Deus os perseguirá até alcançá-los e dominá-los com o seu conteúdo. A
oração de
Paulo era que a palavra de Deus se propagasse e fosse glorificada (2 Ts 3:1).
Isaías registra
a avaliação que o próprio Deus faz da sua palavra: “Assim será a palavra que sair
da minha
boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo
para que a
designei “ (Is 55:11). Deus tem falado, está falando, e há de falar outra vez. Sua
palavra é
inexorável e corre velozmente para alcançar os seus objetivos (Sl 147:15 ; 19:4).
Quão
grandiosa é, e ao mesmo tempo, quão temível !
Habacuque relata uma visão que recebeu e a ordem que lhe foi dada a respeito
dela:
“Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa
correndo.
Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para
o
fim, e não falhará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará” (Hc
2:2,3).
Estes versículos parecem sugerir que Deus retém algumas palavras, semelhante
a
um corredor que se restringe na última volta, esperando para liberar toda sua
energia e
recursos no trecho final. “Estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo
do fim”
(Dn 12:9). Seu potencial total ainda não foi liberado. Os significados mais
profundos não
foram revelados. A vontade final de Deus não foi cumprida.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 1
Profecia é um dos dons do Espírito Santo. Devemos nos aproximar dele como
Moisés
se aproximou da sarça ardente – sem sapatos, pois o lugar é santo. Como ocorre com
todos
os dons de Deus ao homem, é Deus quem escolhe tanto o dom como o homem.
Há, evidentemente, algumas pessoas que têm mais de um dom, mas estas são
muito
raras. Os dons de Deus, os dons do Espírito, são pesados, carregados de profundas
responsabilidades. Isso é porque nunca foram designados meramente para si mesmo,
mas
devem sempre ser usados em favor de outros.
Qualquer pessoa pode receber o dom de profecia, se Deus assim quiser, mas
devemos lembrar que é um dom que vem dele e que nós mesmos nunca o podemos
produzir. De todos os dons do Espírito, a profecia é o mais sério. O profeta é como
um
pedaço de barro nas mãos de Deus. Ele recebeu palavras de Deus para transmitir aos
homens!
Aqueles que recebem tal dom devem se preparar para serem reduzidos à
escória do
mundo. Verdadeira profecia não é facilmente aceita pelos homens dos nossos tempos.
O
homem moderno faz o que quer, quando quer, como quer. Quando encontra uma verdade
que não deseja aceitar, ele pode reagir com violência. Sua primeira reação é bater
na
pessoa que está anunciando a verdade.Ninguém deve considerar o dom de profecia como
algo leviano. Devido às milhares de contradições em que os cristãos de hoje são
obrigados
a viver, é bom que aquele que tem ou pensa ter o dom de profecia ache um orientador
espiritual. Não há nenhum caminho mais ilusório do que atribuir a sim mesmo o dom
de
profecia.
Considere um ser humano que tem as palavras de Deus para passar adiante aos
seus semelhantes. Sua língua torna-se uma ponte entre Deus e nós. Ele mesmo se
torna
quase inexistente por estar tão impregnado de Deus.
Considere os profetas antigos. Todos eles tinham medo. Todos clamavam: “Ah,
Senhor Deus! Eis que não sei falar, pois sou apenas uma criança. Só sei falar: ‘Ah,
ah, ah’.”
Não temos penetrado hoje nas imensas profundidades da seriedade desse dom.
Não
temos compreendido plenamente que Ana realidade é Deus nos compelindo a falar as
suas
verdades nas nossas línguas modernas. Às vezes tratamos a profecia de maneira muito
leviana. Parece que não reconhecemos agonia de um profeta. Na verdade, não há
profeta
que não tenha experimentado agonia.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 1
Mas a sarça ardente ainda está no nosso meio. Sempre estará. A voz de Deus há
de
ecoar nos ouvidos daqueles que ele escolheu. Quando ouvimos tal palavra
interiormente
tiramos os nossos sapatos
porque o lugar e o momento são sagrados.
Este livreto foi traduzido de uma série de artigos publicados originalmente nos
números 1, 2
e 3 da revista “Proclaim”.
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O PROFETA ELIAS
Por John Maclauchlan
Malaquias se refere a Elias como precursor do Senhor (Ml 4:5), e Jesus disse
que
João Batista, a quem ele chamou de maior entre os homens, era “Elias que estava
para vir”
(Mt 11:14). Elias representa todo o corpo profético quando aparece com Moisés junto
a
Cristo na sua transfiguração (Mt 17:3). Outra vê junto com Moisés, as
características de
Elias são claramente percebidas na companhia trará um testemunho profético para a
terra e,
ao entrar na ressurreição do corpo, liberará o reino de Deus entre os homens (Ap
11:11-17).
O elo entre Elias e Moisés é visto de muitas maneiras, e não se deve esquecer
que
ambos eram profetas. Talvez maior elo, entretanto, seja que coube a Elias restaurar
a
teocracia que Moisés fundou em Israel (1 Rs 18:30-39).
Podemos concluir que Elias permanece como figura dos profetas de Deus de
todas as
gerações, e especialmente dos tempos de restauração designados a inaugurar o
governo de
Deus na terra. Ele é também claramente uma figura da companhia remanescente do
tempo
do fim que há de realizar essa liberação e vitória. Assim, ao examinarmos suas
características, estamos procurando homens e igrejas com essas mesmas
características
nos nossos dias.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 2
chegar ao lugar onde não há distinção entre a palavra de Deus e a do profeta. Como
já
afirmamos, Elias nos é apresentado nesta estatura. Isto exemplifica tão claramente
a
autoridade do profeta, agindo em nome do Senhor. Encontramos o mesmo em Ageu, onde
“a voz de Iavé” e as “palavras do profeta Ageu” são equiparadas, porque “Iavé... o
tinha
mandado” (Ag 1:12).
Mas a base desta grande autoridade era uma experiência total com a palavra de
Deus
e uma subordinação a ela. A palavra de Deus vem ao profeta (1 Rs 17:2). Ele
realmente
ouve de Deus e não confia nos substitutos da sabedoria, experiência, treinamento ou
conhecimento. Ele não “prepara uma palavra”, mas ele tem a palavra de Deus. Isso é
absolutamente fundamental, pois se baseia na própria natureza de Deus e é essencial
ao
cumprimento do seu propósito.
Deus cria pela sua palavra. Tudo que vemos é Deus se expressando (Gn 1). Ele
criou
o homem como o aspecto mais alto desta expressão de si mesmo, na sua própria forma
de
aparência (Gn 1:26). O homem foi designado a viver pela contínua auto-expressão de
Deus
(Mt 4:4), da mesma forma que a criação é sustentada por ela (Hb 1:3). Viver ouvindo
e
obedecendo à palavra de Deus é o contrário de independência e pecado. É o contrário
de
planejar seu próprio curso confiando num discernimento pessoal do bem e do mal. O
elemento profético é essa progressiva auto-expressão de Deus, dirigindo e ativando
o seu
povo para o seu alvo.
Portanto, se o profeta não ouvir a voz de Deus (seja ela tranqüila e suave
como for) (1
Rs 19:12), ele não será profeta de Deus, não importa que outras manifestações ele
venha
experimentar. Mas não devemos exteriorizar a palavra de Deus; não devemos ser
literalistas. É uma questão de espírito e vida (Jo 6:63). Elias recebeu direções
pela palavra
de Deus (1 Rs 19:15-17), mas não cumpriu literalmente esta palavra. Ele designou
(não
“ungiu”) Eliseu e Eliseu cumpriu as comissões a respeito de Jeú e Hazael (2 Rs
8,9). Só Jeú
foi literalmente ungido e Eliseu não “matou” ninguém literalmente.
Às vezes, pode ser necessário o profeta buscar a Deus repetidas vezes para
ver
mudança de eventos (1 Rs 17:21). Estes não irão necessariamente mudar de maneira
automática na sua presença, mas ele terá que ativamente produzir a mudança.Sabendo
o
que Deus deseja, ele traz o poder dele para agir na situação. Pelos resultados
obtidos, seu
ministério é reconhecido como sendo válido (1 Rs 17:24). A verdadeira prova de um
profeta
é se sua palavra se cumpre (cf. Dt 18:18-22), isto é , se ela criativamente molda o
futuro. A
prova não é a capacidade de prever, mas o poder para produzir resultados. A palavra
de
Deus é acontecimento; “Haja...e houve”.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 2
Embora conclame o povo à total fidelidade a Iavé (1Rs 18:21), ele não tem
receio de
chamar o povo para aproximar-se de si mesmo para ouvir o que Deus tem para dizer (1
Rs
18:30). Isso faz nos lembrar das palavras de Paulo: “Sede meus imitadores, como
também
eu o sou de Cristo” (1 Co 11:1). Em tudo isso, sua motivação é que Deus seja
conhecido, e
que ele seja reconhecido simplesmente como o servo de Deus, como alguém que agiu
conforme o mandamento de Deus (1 Rs 18:36).
A profunda preocupação do seu coração é pelo povo de Deus, pois para ele a
sua
função é restaurá-lo e libertá-lo ( 1 Rs 18:31). Ele traz a palpável presença de
Deus para
eles ( 1 Rs 18:22-24), e dirige-os na erradicação da religião falsa ( 1 Rs 18:40 ).
Derruba a
idolatria do sectarismo e da adoração por credos, e expõe a mentira da ortodoxia.
Ele não está acima da experiência de ver a pressão das circunstâncias abrir
o
caminho para a direção de Deus ( 1 Rs 17:7,8 ). Mas ao perder sua perspectiva ( 1
Rs 19:10
), ele experimenta a persistência de Deus em acompanhá-lo através da sua fraqueza e
desespero ( 1 Rs 19:5-8 ). Até mesmo a maneira como Deus o liberta é profética
( pois cada
detalhe da sua vida serve para exemplificar a vontade de Deus ). Os quarenta dias
que
foram preparatórios para a sua chegada na “caverna”, e a sua chegada na mesma
caverna
de Êxodo 33:22, são acontecimentos paralelos com a vida de Moisés. No fim, Deus
restaurou a sua perspectiva e percepção. Capacitou o sue vidente a ver as cosias
como
realmente são ( 1 Rs 19:18 ).
Mas o tempo se cumpriu no momento exato, e Elias foi orientado sobre o seu
sucessor ( 1 Rs 19:16; 19:19-21 ). Muita ênfase precisa ser dada ao
comissionamento,
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 2
Olhando adiante para esta consumação, vemos que a hora está chegando quando
o
santuário de Deus alcançará uma estatura mensurável ( Ap 11:1 ). O átrio exterior
será
lançado “fora” e “calcado aos pés”, o mesmo destino que Jesus descreveu para o sal
que
perdeu seu sabor. Neste contexto, um ministério com as mesmas características de
Moisés
e Elias será liberado na terra.
Se quisermos crer nisso, Deus está agora (mais uma vez) enviando o profeta
Elias
antes do seu grande e terrível dia. A obra de restauração do povo de Deus está
começando
agora. A promessa da consumação está para se cumprir. Que esta geração seja a que
vai
realizar a vontade de Deus. Que o propósito de Deus, conforme revelado em Elias,
seja
cumprido!
JESUS O PROFETA
Por John Maclauchlan
Por muito tempo enfatizado a continuidade que existe entre o Velho e o Novo
Testamentos, e entre o ministério profético dos dois. Não houve uma cessação
repentina de
profecia vetero-testamentária, seguida por um silêncio e finalmente o começo de uma
forma
totalmente distinta de profecia neotestamentária. Isso fica muito evidente se
partirmos da
natureza de Deus como um Deus que fala. Ele nunca deixou de agir assim. O registro
histórico não sustenta a opinião que a profecia em época alguma tenha morrido.
Mesmo
sem tal evidência, poderíamos basear nossa confiança na continuidade da profecia
por ser
isto um aspecto essencial da natureza revelada de Deus.
Não podemos, então, fazer uma divisão entre profecia do Velho e do Novo
Testamentos, mas devemos rejeitar a obsessão dispensacionalista em destruir a
continuidade que é a característica singular de um Deus que é constante. Contudo,
há uma
certa distinção entre profecia do Velho Testamento e profecia do Novo. Há algo a
mais, algo
novo, no Novo Testamento. Isso não nos deve surpreender, pois Jesus veio e trouxe
aos
homens algo superior àquilo que já tinham experimentado. Sustentamos a ênfase na
continuidade entre o Velho e o Novo Testamentos, mas neste artigo pretendemos dar
atenção maior para a diferença entre a profecia antes de Jesus e o ministério
profético que
foi desvendado nele e que nos foi transmitido.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 2
A despeito de toda essa aclamação, Jesus não enfatizava seu papel profético,
nem o
faziam os seus discípulos; não houve um caso onde eles endossassem o que foi dito.
As
atribuições do povo nunca foram usadas por eles. A razão disto pode ser encontrada
na
natureza da expectativa escatológica dos judeus. Esperavam um profeta no tempo do
fim
que fosse um sinal do reino de Deus que estava para vir, que fosse uma voz
expressando a
palavra do reino e que levasse o propósito de Deus a cumprir-se. Entretanto,
aclamar Jesus
como tal seria perder sua transcendência e majestade; seria diminuir o seu papel.
Por essa
razão, embora o povo saudasse Jesus como “o profeta”, ele próprio aplicou este
título
categoricamente a João Batista. João era o mensageiro enviado por Deus para
preparar o
caminho do Senhor ( Mt 11:10 citado de Ml 3:1 ); João era Elias que havia de vir
( Mt 11:14 ).
Além disso, Jesus enfatizou que João era o maior de todos os homens antes
dele,
mas o menor no reino dos céus é maior do que ele! ( Mt 11:11 ). João era mais que
um
profeta, porém o ministério profético que existe em Jesus transcende o de João,
assim como
João transcendeu a todos que foram antes dele. Jesus trouxe o reino de Deus aos
homens;
o ministério profético que faz parte da expressão deste reino é maior do que todos
os seus
antecessores. Mas essa grandeza transcendente está enraizada na pessoa e
transcendência de Jesus, e não na superioridade pessoal do profeta individual. O
indivíduo
pode não ser maior que Elias, mas o papel, função e expressão o serão, pois que
emanam
do torno do Cristo de Deus ( Ef 4:10,11 ).
palavra de Deus é: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi” ( Mt
17:5
). Mais do que qualquer pessoa antes dele, aqui está alguém que precisa ser ouvido.
Rejeitá-lo é estar fora do povo de Deus ( At 3:23 ).
ELE É O VERBO
Jesus é “o Verbo” ( Jo 1:1 ), não “o profeta”! Ele não somente profere a
palavra, ele é
a palavra! Ele inaugura a era de encarnação profética. Muitos profetas e homens
justos
ansiaram por esses dias, pela substância e manifestação daquilo que sentiam tão
fortemente nos seus espíritos. Mas Jesus não anseia pó isso; ele o encarna. Estando
entre
os homens, ele disse: “O reino de Deus está entre vós”. Ele é o rei. Ele não é um
proclamador de esperança ou de predições, mas é ele próprio a concretização
expressa por
toda verdadeira profecia, e para qual toda profecia aponta. Daí as Escrituras:
“Todos os
profetas... profetizaram até João” ( Mt 11:13 ); “ Começando por...todos os
profetas ( Jesus )
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24:27,44).
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 2
como o Cristo, o Filho de Deus. Seu ministério profético parte de um novo lugar de
revelação, realidade e glória.
O alcance da nossa expectativa deve ser mais alto que de qualquer geração
anterior.
Recebamos de toda maneira possível encorajamento e estímulo do exemplo dos grandes
profetas bíblicos; somos seus descendentes e herdeiros legítimos. Mas devemos nos
aventurar para entrar em novas áreas, reconhecendo que, embora nos sintamos fracos,
Deus deseja realizar mais em e através de nós do que jamais foi visto
anteriormente.
Este livreto foi traduzido de uma série de artigos publicados originalmente nos
números 5 e 2
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A PALAVRA PROFÉTICA
John Maclauchlan
Por definição, o profeta fala. Mas, também por definição, o profeta de Deus
é alguém
através de quem Deus fala. Ele não é profeta a fim de expressar-se a sim mesmo,
antes é o
porta-voz e representante de Deus. Ele está disponível a Deus como alguém por quem
Deus
pode se expressar. A palavra profética e a palavra de Deus. Não consiste de idéias,
pensamentos, sermões, lógica acadêmica ou conclusões. Se não consistir da palavra
de
Deus, não poderá ser classificada como “profética”.
O que é, então, a palavra de Deus? Para cada um de nós, palavras são meios
de
auto-expressão. Isto também se aplica ao Deus que nos criou. Ao falar ele se
expressa. Sua
palavra então encarna sua vontade e desejos, e de fato sua própria natureza.
Transborda
também do seu poder e contém em si mesma sua energia criativa. Assim, na criação,
Deus
disse: “Haja...” e houve! O Deus vivo determinou expressar-se numa nova dimensão, e
trouxe à existência todo o universo material. Ele o fez pela sua palavra. Já que
constituem
um aspecto da sua auto-expressão, não é de se admirar que “os céus proclamam a
glória de
Deus”. Se considerarmos a criação, veremos que palavras para Deus são dispendiosas.
Evolvem consumo de energia, de criatividade, e até mesmo do seu próprio ser. A
extensão
total deste dispêndio foi revelada quando Deus nos falou no seu Filho. Neste ato de
redenção Deus expressou seu amor através da própria morte. Verdadeiramente Jesus á
a
Palavra de Deus.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
As palavras de Jesus foram designadas, não para informar, mas par comunicar.
Transmitiam vida quando recebidas espiritualmente num nível mais alto que o
entendimento
mental. Ele se dispunha a explicar suas palavras, mas somente àqueles que já as
tinham
recebido pela fé ( Mt 13:16-18 ). Para aqueles que não correspondiam
espiritualmente às
suas palavras, ele não dava nenhuma esperança de receberem compreensão ou benefício
delas ( Mt 13:10-15 ).
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
(Lc 1:38). Essa resposta permitiu que a palavra sobre Jesus se realizasse, e
daquele
momento em diante ele começou a crescer no seu ventre.
Quando os pastores ouviram o anúncio do nascimento de Jesus, disseram: “Vamos
já
até Belém, e vejamos isso que aconteceu...” ( Lc 2:15 ). A palavra “isso” ou
“acontecimento”
nada mais era do que a palavra dita a Maria nove meses antes, e que agora havia
“acontecido”. A palavra de Deus é acontecimento.
Assim quando Deus nos fala sobre o amor, não é para tentarmos alcançar algum
parâmetro exterior e impossível. Ao contrário, é para dar-nos seu amor; é para
derramar seu
próprio amor nos nossos corações. Na própria palavra de exortação divina ao amor
está a
essência espiritual deste amor. Quando a recebemos espiritualmente, pela fé, e não
de
modo legalista, experimentamos o amor.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
palavra nas suas vidas. À medida que ouvem, sabem que já possuem, e agem
correspondentemente.
Isto não é uma técnica. Não é crença mental. Baseia-se numa certeza
espiritual
interior, um senso seguro de realidades recebidas. Tudo isso ocorre no contexto de
um
profundo amor por Deus e uma experiência pessoal com ele. Ninguém se esforça por
produzir resultados, nem pratica “exercícios espirituais” para implantar mudanças.
Todos
vivem pela fé.
A ”lei” é um dos grandes temas mal compreendidos dos nossos dias. Tanto é
verdade
que nossa tese básica neste artigo provavelmente entrará em choque com a maioria
das
pessoas, pois afirmamos que a lei e a palavra profética são uma só coisa! A lei,
sim, como
Deus a designou, e não como o homem a modificou e desenvolveu.
O fato de a profecia ser diretiva, ou seja, que não se confunde com chavões
vagos,
está claro para todo leitor das Escrituras. Ela é contundente, causa impacto, corta
e expõe
erros de nossos conceitos e vida. Implanta fibra nos que a recebem, ao determinar o
curso
das suas vidas de acordo com a vontade de Deus. A palavra de Deus é a sua ordem, a
sua
direção para o homem. Deve ser ouvida e obedecida, não apenas ouvida.
A DIREÇÃO DE DEUS...
Até mesmo a famosa promulgação da lei no monte Sinai pode ser entendida desta
forma. O povo trouxera do Egito uma bagagem de idolatria, profanações e práticas
sociais
erradas. A fim de ser o povo do Deus vivo, para tornar-se uma nação governada por
ele,
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
Rotular Êxodo 20 de “Os Dez Mandamentos” não nos ajuda a compreendê-lo. Não
é
uma expressão da realidade, assim como, não é verdade que há somente “Nove Dons do
Espírito” ou uma oração do “Pai Nosso”. Mas se pudermos, pelo menos por um pouco,
captar o conceito de um Deus vivo comunicando sua palavra e vontade para o seu povo
com
um objetivo definido em vista, a identidade entre a lei e a palavra profética se
tornará
clara.Deus falou e deu ordens a fim de formar de um povo díspar e confuso uma nação
unida.
É a ação de Deus em Cristo que derruba toda esta falsa segurança. Em Jesus,
Deus
se chegou ao homem, mostrando que o método oposto (do homem tentar alcançar a Deus)
é fútil. Em Jesus, Deus tomou o homem e o elevou à sua própria esfera, os lugares
celestiais, fazendo dele tudo o que queria que fosse. É a obra e a atividade de
Deus que são
válidas. A ação independente do homem é condenável.
OS DESEJOS DE DEUS...
Dentro das instruções que ele deu, enfatizou que a lei de Deus não seria
anulada. Isto
é precisamente porque ela encarna os princípios, vontade e desejos de Deus. As
pessoas
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
não devem viver conforme escolhem ou pensam, independentemente de Deus, mas devem
viver de acordo com a sua direção. Tudo que Deus deseja tem de ser realizado. Ele
enfatizou que os homens deviam ouvir os mandamentos que estava dando naquele
momento (“estes mandamentos”, v.19). Prosseguiu depois citando diversos mandamentos
do Antigo Testamento, em cada caso desviando a atenção do exteriorismo literalista.
Ao
contrário, salientou aquilo que Deus está procurando. Desta forma, restabeleceu a
lei como
expressão da vontade de Deus, como mandamento direto de Deus para o seu povo numa
situação real. Portanto, quem lê um mandamento registrado precisa ver além da forma
imediata de palavras literais, a fim de ouvir o que Deus está dizendo agora.
Isto tudo tem grandes implicações para o profeta de hoje. Ele não pode se
esquivar
da sua função diretiva e administrativa. Não pode recuar de receber e expressar as
ordens
de Deus para o seu povo, individual e coletivamente. Precisa falar com autoridade,
sabendo
que o poder e a presença de Deus dão realidade e capacidade para aqueles que ouvem
e
obedecem. Tem de estar saturado dos princípios das Escrituras (não em literalismo),
permitindo que estes condicionem suas atitudes de tal forma que fale da perspectiva
de
Deus.
Deus não pretende que seu povo viva por qualquer sistema de padrões éticos.
Tal
sistema é humano e não divino, e sua operação é contrária a Deus, não sue favor.
Falar de
uma “Ética Cristã” é usar termos contraditórios, pois a experiência cristã tem como
centro
um relacionamento vivo com Cristo, não a observância de um sistema ético. Conhecer
a
Deus é que é o importante, não o relacionar-se com ele através de um sistema de
“faça” isto
e “não faça” aquilo. Jesus é, ele mesmo, o caminho; e é blasfêmia substituí-lo por
um
sistema legalista como sendo o caminho para Deus.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
“ética" é o ”conhecimento do bem e do mal”. Em Gênesis está claro que o homem foi
designado a viver no conhecimento do próprio Deus, e a conhecer outras coisas
somente
dentro deste conhecimento. Ao entrar no conhecimento independente do bem e do mal,
o
homem ficou preso, fechado dentro das limitações das suas próprias possibilidades,
separado de Deus.
Que contraste absoluto entre a encarnação viva de Deus e toda essa atividade
independente do homem! Quão vasto é o contraste entre o profético e o religioso! É
o
profeta o homem capaz de expor as sutilezas da independência. É o profeta que pode
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 3
implantar a realidade do Deus vivo. Ele nos levará para longe da árvore do
conhecimento do
bem e do mal e nos fará comer da árvore da vida.
Agora, ele já está concebendo dentro de si um povo que morreu para toda
independência. Um povo que ressuscitou com Cristo para viver na sua ressurreição.
Um
povo para quem a voz de Deus é constante e real, e para quem a lei e a profecia se
uniram
outra vê como uma só coisa. Ouvem a voz de Deus dia após dia. Conhecem a todo o
tempo
o que o Espírito está dizendo às igrejas. Ouvem e obedecem com uma obediência
criativa
de fé. Não são introspectivos nem julgadores. Conhecem somente a Deus.
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A PALAVRA PROFÉTICA
John Maclauchlan
Nisto tudo, Paulo não está se referindo aos dias passados quando Jesus andou
na
terra em um corpo mortal. Antes, descreve-os exaltado e supremo sobre todos os seus
inimigos, enchendo o universo como sua grandeza. A igreja é a encarnação e
expressão na
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 4
terra do Reis dos reis. É a “plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas”
(Ef
1:23).
Conclui-se que um povo designado a expressá-lo não pode ser limitado a uma
forma
preestabelecida ou desenvolver-se segundo as linhas de uma planta predeterminada.
Não
pode haver um “padrão” para a igreja. Um corpo estruturado de acordo com algum
padrão
ou restrito àquilo que surgiu da assim chamada ortodoxia histórica, será meramente
uma
instituição religiosa humana. Não importa como os homens queiram chamá-la, não pode
ser
a igreja do Deus vivo.
A BLASFÊMIA DO INSTITUCIONALISMO
O institucionalismo desta forma se torna uma blasfêmia, e homens como
corações
dedicados a Deus se afastam dele com horror. O que, então, podemos dizer da igreja?
Somente isto, que como auto-expressão de Deus “ela é o que é”. Ou, talvez melhor,
“é o que
Deus é“. A igreja é totalmente vinculada a Deus. Sem o seu fôlego, morre. É quando
Deus
fala que a igreja toma sua forma e semelhança. É pela palavra de Deus que ela se
torna o
que ele é. E isto é um processo contínuo: Deus falando e a igreja ouvindo e
correspondendo. É somente dessa maneira que a igreja pode ser o que Deus quer que
ela
seja, e cumprir sua vontade na terra.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 4
relacionamento vivo com Jesus que temos sua autoridade e podemos ligar e desligar.
A
igreja existe para entrar em Jesus, e isso acontece pela palavra viva procedente de
Deus.
Muitas vezes se tem dito que a igreja não é um prédio, mas são as pessoas.
Sugiro
que esta declaração seja verdadeira, porém inadequada. Verdadeira, porque tira
nossa
atenção dos tijolos e argamassa, e a dirige para a verdadeira casa de Deus,
constituída de
homens e mulheres. Mas inadequada, porque podemos ver a igreja como pessoa e mesmo
assim ter uma instituição. Talvez devam se reunir de uma maneira específica. Talvez
devam
ter um tipo específico de estrutura ou liderança.
Se esta é a nossa visão da igreja, podemos dizer o quanto quisermos que ela
consiste de pessoas e não de prédios, mas ainda temos um conceito institucional.
Nossa
visão é sectarista; divide-se na base de aderência a um conjunto específico de
credos e
ações. Alguns tentam responder à questão acima com uma definição geral como esta:
“a
igreja consiste de todos os regenerados”, mas geralmente acabam em divisões
sectaristas
da mesma forma.
Não pode ser assim, devemos ver a igreja como um povo em correspondência
ativa e
atual ao Deus vivo. Ela está sempre ligada a um propósito, não a credos fixos ou
formas
predeterminadas ou ações prescritas. É a prática que é importante, não a teoria.
Somente
através de ouvir e praticar o que Deus está dizendo é que um povo pode representar
seu
nome. Tal povo é totalmente vinculado a Deus, sem segurança humana nem religiosa.
Vivem pelo que ele diz: morreriam sem isto. Não têm uma estrutura inflexível ou que
se
autoperpetua. Podem ser descritos como um povo profético, pois são completamente
dependentes da palavra profética de Deus.
A NATUREZA DA PALAVRA
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 4
A PALAVRA PROFÉTICA
John Maclauchlan
Falando, Deus se declara. Revela sua vontade, e exerce seu poder para
realizar esta
vontade. Sua palavra é acontecimento e toma forma e semelhança concretas na terra.
Sua
palavra é sua auto-expressão, e podemos seguramente assumir que Deus se expressará
plenamente me tudo o que criou.
Deus não abandonou sua criação. Não deixou o homem entregue a seus próprios
alvos egoístas. Não o entregou à autodestruição. Entregando seu filho, a preço de
morte,
Deus redimiu o Homem e preservou seu propósito par ele. Colocou o homem na terra
para
se tornar uma encarnação e expressão de Deus. Deus agora fala ao homem redimido
parar
realizar seu propósito. Fez o homem para reinar e agora está comunicando sua
própria
autoridade aos verdadeiramente submissos para que os mansos herdem a terra.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 4
distância pelo medo, como Israel no Sinai, mas somos transportados ao cume de Sião.
Desta forma vemos a consumação, pois somos inundados pela fé e visão do próprio
Deus.
Desta forma há perfeição; desta forma há governo total; desta forma há ordem; desta
forma
há plena formosura. Desta forma, perto do próprio Deus, somos elevados acima do
pecado,
confusão e fracasso. A imperfeição é ofuscada pela sua glória. Desta forma vemos a
perfeição que a obra de Jesus produz em nós.
Porque ele nos tem trazido à sua presença para perceber o sue propósito, é
mais que
imperativo ouvirmos o que ele está dizendo agora. Está falando para destruir todo
pecado e
imperfeição e para estabelecer seu reino inabalável em toda sua glória na terra. A
perfeição
que é Deus encherá sua criação. Nós, que vemos o homem consumado nele que podemos
nos submeter à obra de Deus que destrói toda nossa limitação. É porque o Cristo
glorificado
e ressurreto se identifica tão de perto conosco para nos ajudar que podemos subir
com ele
para a verdadeira glória do homem.
Pela sua palavra Deus se declara. Portanto, expressa o que está nele,
inclusive seus
alvos e objetivos. E são declarados como realidade, pois realmente existem em Deus.
Ele
confia totalmente no seu poder para trazê-lo à luz. Um povo profético precisa
compartilhar
esta confiança. Porque vemos a glória de Deus e nos maravilhamos com seu poder,
cremos
nos seus objetivos. Compartilhamos sua visão e a declaramos, sabendo que ele é o
Deus
todo poderoso e a cumprirá.
Então, Deus nos mostra sus propósito e mostra-nos seu poder. Desta maneira,
habilita-nos a prosseguir em fé, conhecendo que em espírito temos a substância e
evidência
do que deve acontecer (Hb 11:1). Podemos entrar de todo coração na obra, pois a
obra é de
Deus. Conhecemos o próprio Deus, e temos toda “substância” e “evidência” nele.
Confiamos
que pela sua graça e poder veremos os céus descendo para a terra.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 4
Com tudo mais, o século vindouro está em Deus. É o seu propósito; é a sua
criação.
Então, à medida que nos aproximamos de Deus, experimentamos agora o poder do século
vindouro (Hb 6:5). Vivemos agora como aqueles que usufruem o governo de Jesus, um
governo que temos certeza será estabelecido sobre todos os homens.
Ver Deus é ver tudo que é possível nele. É crer numa solução plena e final
para todo
o problema. É ver o homem redimido e restaurado como representante de Deus. É ver o
universo liberto. Ver tudo isto é acelerar seu cumprimento tangível. Os discípulos
que viram
Jesus na transfiguração conseqüentemente declararam seu “poder e vinda”. O que
viram
confirmou a palavra profética que declarou a consumação. O que viram capacitou-os a
falar
aquela palavra a outros. A palavra capacitou os discípulos e aqueles que os ouviram
a viver
e prosseguir dia após dia. Atraíram-nos para o alvo (2 Pe 1:16-18).
Está claro nos relatos da transfiguração que seu significado seria mal
compreendido
pelos que a assistiram se Deus não tivesse falado. Semelhantemente, Pedro exorta
contra a
interpretação humana da profecia. Não é um casão de interpretação particular. O
mesmo
Espírito Santo que inspirou os profetas a falar dever interpretar o que eles
disseram. Porque
a consumação é o desejo do coração de Deus, ele precisa comunicar este desejo a nós
hoje. Não poder ser aprendida sistematicamente nem entendida logicamente (2 Pe
1:19-20).
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 4
É tempo de a igreja parar de brincar com profecias. Que Deus nos livre dos
fornecedores profissionais de interpretações e também dos especuladores amadores.
Não
há um curso fixo de acontecimentos futuros a ser descoberto por um assalto
intelectual às
escrituras. Tal pensamento é uma desilusão incentivada por aqueles que buscam
segurança
em seu próprio entendimento e temem a aventura da vida.
Nesta dependência Deus nos falará. Nosso clamor por sua direção, nossa
insistência
de que sem ela pereceríamos, produzirão os profetas da igreja. A igreja novamente
ouvirá a
palavra profética com clareza. A magnificência de Deus, sua majestade, será
manifesta.
Pela sua presença e pela sua palavra ele nos transformará.
Falando a nós ele nos constituirá como sua comunidade na terra. Dirigindo
nossas
ações nos mostrará o que fazer para preparar seu caminho. Através da palavra
profética,
estabelecerá em nós toda sua vontade para o homem. E a palavra profética produzira
a
consumação de todas as coisas em nós.
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O RADICALISMO DO PROFETA
Por John Maclauchlan
DEPENDÊNCIA DE DEUS
O próprio profeta encarna o princípio de que o homem está designado para
viver e
funcionar na dependência de Deus. Desta forma sua vida e suas palavras irão contra
qualquer tipo ou forma de independência. Independência por desejo e ambição,
independência de pensamentos e conceitos, independência de propósito e alvo, devem
dar
lugar ao reconhecimento da supremacia e glória de Deus, submentendo-se a ele de
todo
coração e vontade. Somente desta maneira o homem pode achar segurança e realização.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 5
Quão facilmente aqueles que querem servir a Deus aceitam conceitos e idéias
tradicionais! Quão facilmente o inimigo tem conseguido semear conceitos falsos no
solo fértil
desta receptividade! Seja onde for que o homem confie em alguma outra coisa além de
Deis
para sua segurança, há perigo. Quando ele confia num credo ou sistema tradicionais
ao
invés de confiar naquilo que Desta falando às igrejas, ele está exposto ao engano.
De fato, se Deus “é o que é” devemos dizer da igreja que ela também “é o que
ela é”,
ou melhor, que “ela é o que ele é”. Por perceber que o propósito e atividade de
Deus são de
suprema importância, o profeta se oporá ao institucionalismo estático que o homem
erigiu
para substituir a dependência viva em Deus.
Assim como ele ataca e destrói idéias erradas acerca do relacionamento com
Deus,
da justiça, da natureza e do propósito da igreja, da mesma forma também o profeta
buscará
minar e substituir concepções errôneas de profecia e escatologia. Por não ter uma
experiência viva com a voz de Deus, a igreja se tornou à base reprodutora de uma
superabundância de idéias humanas e demoníacas. Muitas dessas idéias efetivamente
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 5
minam o propósito de Deus e relegam seu procedimento com o homem à categoria de uma
seqüência rígida de acontecimentos futuros.
Porém, Deus é vivo e real! Está ativo e responsivo aos acontecimentos! Ele
não é
uma máquina e nem um computador programado de um curso pré-estabelecido e fixo.
Portanto, ao destruir falsas idéias escatológicas o profeta libertará o povo de
Deus de vários
becos sem saída, e ao mesmo tempo o levará ao indispensável conhecimento do Deus
vivo
e à experiência viva com ele.
Tem-se falado que Moisés entendeu os caminhos de Deus, enquanto que Israel
como
um todo somente viu os atos de Deus. É parte principal da consciência profética
apreciar
não somente o que Deus está fazendo, mas entender por que ele está fazendo aquilo,
e ter
um senso de estratégia.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 5
É óbvio que não estamos necessariamente nos referindo à visão literal. O que
temos
em vista é mais uma faculdade espiritual de percepção, de consciência divina. O
profeta
está consciente de coisas das quais outros homens não têm percepção alguma.Ele é
sensível a Deus e à dimensão espiritual de uma maneira que outros não são. Ele vê
as
coisas da perspectiva de Deus e não do homem.
Porque o profeta experimenta todas essas coisas, ele também as comunica. Não
simplesmente em palavras, mas pela sua presença, pois uma experiência rela sempre
se
comunica num nível intuitivo. Em sua presença os homens percebem Deus. Porque seu
coração cheio de amor e reverência, os corações dos homens são atraídos a Deus em
adoração.
O profeta vê situações como realmente são. Ele não depende de uma avaliação
natural das igrejas. Não vê somente a superestrutura, mas também o estado dos
alicerces
por baixo. Percebe o nível da realidade de Deus que está presente. Está consciente
de
falhas escondidas e problemas potenciais.
Quão embaraçoso é tudo isto para aqueles que agem somente dentro dos limites
de
uma perspectiva humana! Tudo parece certo, próspero, eficiente, e sereno. Ms o que
é
construído sobre um fundamento falso nunca alcançará os objetivos de Deus. Somente
um
corpo que ouve e obedece à palavra de Deus vencerá. E um profeta de Deus conhecerá
o
estado do fundamento. É melhor se desiludir agora, quando é possível reconstruir,
do que
descobrir as falhas quando o prejuízo é irrecuperável.
Semelhantemente, ele sente o espírito que está por trás das palavras e ações.
Seja
um dom espiritual, ou uma área criativa como música, literatura ou arte, o profeta
é sensível
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 5
ao espírito originador. Nisto, ele não age meramente com raciocínio, mas ataca a
raiz do
problema, sua fonte e origem.
O conteúdo das visões pode variar muito. Pode ser a sublime glória aliada à
simplicidade de um vislumbre do trono de Deus, que não exige nenhuma interpretação,
mas
produz reverência extraordinária. Ou pode ser uma sucessão de símbolos que não
teriam
sentido nenhum sem a revelação de Deus. Pode ser baseada em elementos de uma
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 5
experiência recente do vidente, ou pode envolver coisas das quais ele não está
consciente
de ter pensado ou sonhado anteriormente.
Embora ele esteja contente por ver um passo de cada vez e prosseguir em
simples
obediência, o profeta vê o alvo que Deus tem em vista. Vê a soberania de Jesus
manifestada sobre toda a terra. Esta percepção é que leva o profeta e a igreja a
prosseguirem durante todas provações e sofrimentos do tempo presente.
Ele anela pelo resultado final e a igreja sente seu anseio e anela junto com
ele. Sua
consciência se torna a consciência deles, seu desejo o desejo deles. Ele pode
muitas vezes
pintar um quadro vívido de como será o governo de Deus. Pode desenvolvê-lo bem
detalhadamente, pois seus olhos estão fixos na tela das intenções de Deus. Mas
nunca se
torna etéreo e sem conexão com o presente.
A obra deve prosseguir. A casa de Deus deve ser construída. Não haverá
consumação sem um povo responsivo movendo-se em obediência firme e resoluta em
Deus. Para este fim o profeta labuta diariamente. Mas em todo o seu labor e o
daqueles que
foram atraídos a acompanhá-lo, seu papel de vidente é central.
O QUE É VISÃO?
Por Graham Perrins
Visão é muitas vezes descrita como aquilo que edifica, inspira e libera. Ela
amplia
nosso horizonte capacitando-nos a ver o que é nossa herança. Mas há outros aspectos
da
visa. O autor de Provérbios dá um ponto de vista quase contrário em sua famosa
citação:
“Não havendo visão o povo se corrompe” (Pv 29:18, versão inglesa). Este versículo
importante é traduzido numa outra versão como: “Não tendo visão o povo rejeita
disciplina”.
E na Bíblia de Jerusalém é traduzido como: “Quando não há visão, o povo não tem
freio”.
Visão neste caso é necessária para trazer restrição, disciplina e controle. Como um
cavalo
selvagem precisa de freio povo de Deus precisa de visão. Como uma criança
desobediente
precisa de disciplina assim o filho de Deus precisa de visão para mantê-lo em
controle e
provê-lo como diretrizes necessárias. Portanto, a visão pode ser restringente. Pode
nos
impedir de ultrapassar os limites dados por Deus. Pode nos libertar de nós mesmos.
Quando Samuel começou sua carreira as visões não eram freqüentes. Este fato é
realçado pelo resumo da vida daqueles dias como: Não havia rei em Israel: cada qual
fazia o
que achava mais reto”(Jz 17:6). Sem visão não havia restrição. O homem era como um
rio
numa enchente inundando suas ribanceiras. A nação era como uma represa com
barragens
quebradas. Então a voz profética foi ouvida. Samuel trouxe a visão de volta. O
governo de
Deus foi estabelecido em Israel. Precisamos de visão hoje não somente para nos
libertar,
mas para estabelecer as prioridades de Deus em nossas vidas, para fixar nossas
limitações,
para mostrar nossas fronteiras, para estabelecer o reino de Deus.
Foi assim com Samuel. A palavra viva era o centro da visão. “Naqueles dias a
palavra
do Senhor era mui rara, as visões não eram freqüentes” (I Sm 3:1). Mais tarde
quando
Samuel aprendeu a ouvir e identificar a voz de Deus, as circunstâncias mudaram.
“Crescia
Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em
terra.
Todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como
profeta do Senhor. Continuou o Senhor a aparecer em Silo,enquanto por sua palavra
se
manifestava ali a Samuel” (I Sm 3:19-21). Samuel trouxe esta palavra viva para Davi
e este
soube que estava para ser rei. Essa palavra dirigiu a vida de Davi para que ele se
tornasse
um homem segundo o coração de Deus, um homem de visão. Não somente o inspirou, mas
também o restringiu, disciplinando-º Saul geralmente fazia o que era reto aos seus
próprios
olhos. Davi vivia coagido. Ele se recusou a matar Saul para obter seu reino antes
do tempo.
Quando seus valentes lhe trouxeram um cantil de água do poço de Belém, Davi
valorizou
mais o amor e devoção deles do que seu próprio desejo e derramou a água como uma
oferenda a Deus.
Como rei ele foi misericordioso e não se vingou de seus inimigos. Tirando o
incidente
com Urias, houve uma evidente falta de interesse próprio e auto-justificação na
vida de Davi.
Esses incidentes têm me desafiado e encorajado em algumas dificuldades recentes. A
visão
de que Deus está falando e fazendo pode nos libertar de autofavorecimento e
proteger-nos
de cuidar de nossa própria vida.
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SÉRIE PROFETAS E PROFECIAS Nº 5
A palavra viva, então, vem para produzir visão que por sua vez nos introduz
na
vontade de Deus. Substitui o que é certo aos nossos próprios olhos pelo que é certo
aos
olhos de Deus. O Espírito de Deus está se movendo poderosamente hoje não para
satisfazer desejos e ambições pessoais, mas para nos levar ao domínio do governo de
Deus, para nos introduzir no seu reino. A restrição disciplinadora da visão pode
nos
introduzir na plenitude de nossa herança.
Este livreto foi traduzido de uma série de artigos publicados originalmente nos
números 3 e 9
da revista “Proclaim”.
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