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Durante uma ereção, o pénis pode curvar para cima, para baixo ou para o lado, dependendo da localização da cicatriz. Alguns homens com
esta doença não formam uma curva, mas podem ter uma aparência de “ampulheta".
A maioria de homens não tem ereções perfeitamente direitas porque existe uma curva pequena e natural no próprio pénis, somente quando
essa curva é mais exagerada, durante uma ereção, é que pode ser considerado um caso de doença de Peyronie.
Esta doença pode provocar diversas complicações quando não tratada, como é o caso da disfunção erétil, quando o homem não consegue
obter ou manter uma ereção.
A doença de Peyronie raramente desaparece sem tratamento. Na maioria dos casos, esta doença permanece inalterada ou piora
gradualmente com o tempo. O diagnóstico e tratamento precoce, logo após o desenvolvimento do tecido cicatricial, pode ajudar a evitar a
progressão da doença, como veremos ao longo deste artigo.
Tecido cicatricial - O tecido cicatricial associado com a doença de Peyronie (frequentemente chamado de “placa”) pode ser sentido sob a
pele do pénis como fragmentos planos ou uma faixa de tecido duro;
Uma curva significativa no pénis;
Problemas de ereção (ver mais informação em “Complicações da doença de Peyronie”);
Redução no tamanho do pénis;
Dor na zona peniana, com ou sem ereção;
Outras deformidades no pénis;
Etc.
Causas da doença de Peyronie
A causa da doença de Peyronie não é completamente conhecida, no entanto, existem alguns fatores que aumentam o risco de
desenvolvimento de tecido cicatricial à volta do pénis, a saber:
Lesões repetidas no pénis. Por exemplo, o pénis pode sofrer danos durante o ato sexual, atividade física ou como resultado de um
acidente;
Hereditariedade (genética);
Idade. A doença de Peyronie pode ocorrer em homens de qualquer idade, mas o risco aumenta com o avançar da idade, sendo por isso
a doença mais frequente nos homens mais idosos;
Tabagismo (fumar qualquer tipo de tabaco);
Certas patologias já existentes como contractura de Dupuytren, fascite plantar e esclerodermia;
Doenças autoimunes. Doenças como o lúpus eritematoso sistémico aumentam o risco de desenvolvimento de tecido cicatricial no
pénis;
Entre outros.
Fase aguda
A fase aguda possui uma duração que varia, geralmente, entre 5 e 7 meses. Durante este tempo, as placas de tecido formam-se no pénis, a
flexão/curvatura do órgão aumenta e pode começar a sentir dor durante as ereções.
Fase crónica
A fase crónica ocorre quando o tecido cicatricial deixa de aumentar, os sintomas são estáveis e não há mais alterações na curvatura,
comprimento ou deformidade do pénis.
Esta fase ocorre mais tarde na doença e, geralmente, desenvolve-se entre 3 a 12 meses após o início dos sintomas.
O exame físico é muitas vezes suficiente para identificar a presença de tecido cicatricial no pénis e diagnosticar a doença de Peyronie, no
entanto, o médico urologista pode também recomendar um exame de imagem como uma ecografia (ultrassonografia) peniana, permitindo
avaliar as estruturas do pénis.
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Geralmente, esta doença não provoca infertilidade, no entanto, dadas as complicações referidas, pode ser extremamente desconfortável
manter relações sexuais e viver com esta patologia, podendo interferir com os relacionamentos mantidos pelo doente.
Com um diagnóstico atempado e uma instituição de um tratamento adequado, o prognóstico da doença é bastante favorável, sendo possível
evitar a sua progressão.
Tratamento medicamentoso
Em alguns casos, o médico especialista pode optar por prescrever medicação via injeção, de modo a aliviar a sintomatologia da doença e
reduzir a curva excessiva do pénis, a saber:
Colagenase. Este medicamento (remédio) foi aprovado para uso em homens adultos com curvaturas de moderadas a graves. O
tratamento funciona eliminando a acumulação de colagénio que provoca a curvatura peniana;
Verapamil. Este medicamento interrompe a produção de colagénio e ajuda a aliviar a dor provocada pela doença;
Interferon. Este composto é um tipo de proteína que interrompe a produção de tecido fibroso e ajuda a eliminá-lo.
Entre outros.
Alguns fármacos orais podem ser úteis, tais como os inibidores da fosfodiesterase 5 (para tratamento da disfunção eréctil concomitante) ou
os analgésicos/ anti-inflamatórios (para tratamento da dor). A medicação com fármacos como vitamina E, tamoxifeno, colquicina,
aminobenzoato de potássio não é atualmente recomendada, devido à falta de benefícios demonstrados em estudos no tratamento da
doença.
A cirurgia ou operação visa eliminar completamente o tecido cicatricial e permitir que o doente mantenha uma ereção sem curvatura
excessiva, de modo a que não ocorra dificuldade durante as relações sexuais.
Há, genericamente, três tipos de intervenção para correção da curvatura peniana provocada pela doença de Peyronie:
1) Métodos de encurtamento das túnicas penianas
Neste tipo de cirurgia, o cirurgião vai encurtar o lado convexo da curvatura por forma a torná-lo do mesmo comprimento do lado oposto.
Assim, durante o procedimento, o cirurgião injeta soro fisiológico no interior do pénis por forma a criar uma ereção artificial, indicando-lhe o
local onde deve aplicar as suturas com o efeito desejado. Existem diversas variantes técnicas, mas genericamente a taxa de sucesso na
resolução da curvatura é de cerca de 85%.
O principal inconveniente desta abordagem é que pode provocar algum encurtamento do comprimento total do pénis em ereção, de cerca de
1,0 a 1,5 cm.
Geralmente, isso implica remover a placa fibrosa que está a prococar a curvatura, e substituí-la com um enxerto de uma substância natural
ou sintética. Este tipo de técnica é especialmente indicada para curvaturas graves (acima dos 60 graus) ou complexas (com múltiplas
curvaturas ou deformidades). A taxa de sucesso também é elevada, mas a sua principal desvantagem é a que pode levar a disfunção erétil
que não existia previamente, em cerca de 20% dos casos.
As próteses maleáveis estão sempre (semi)rígidas, podendo a sua forma ser moldada. Para a frente para atividade sexual, para trás
para sua ocultação. A sua principal vantagem é o facto de ser um dispositivo mais simples, logo menos sujeito a complicações e avarias.
A sua principal desvantagem é o facto de ser menos natural, pelo facto de manter a sua rigidez.
As próteses insufláveis são câmaras cilíndricas que se podem esvaziar ou encher, e assim permitem alternar a sua forma entre um
estado flácido (vazio) e rígido (cheio). O comando é dado pelo próprio doente, através de uma pequena bomba colocada no escroto. As
vantagens e desvantagens são as opostas das próteses maleáveis. É mais natural (pois o pénis fica flácido quando não está a ocorrer
atividade sexual), mas é um dispositivo mais complexo, e por isso, mais sujeito a complicações mecânicas e necessidade de revisão.
Assim, existindo diversas formas de tratar cirurgicamente a curvatura peniana associada à Doença de Peyronie, o seu médico urologista será
a pessoa apropriada para lhe aconselhar a técnica mais adequada ao seu caso.
Outros tratamentos
Tratamentos não medicamentosos ou cirúrgicos podem incluir:
Terapia de ondas de choque para eliminar o tecido cicatricial – As ondas de choque são um tratamento alternativo a alguns dos
previamente descritos, permitindo reduzir o tecido cicatricial através da aplicação de energia externa. A sua principal vantagem prende-
se com o tratamento da dor, já que o seu efeito parece ser limitado na redução da curvatura propriamente dita. Este procedimento
deve ser realizado em várias sessões;
Terapia de tração peniana para “esticar” o pénis - A terapia da tração peniana permite esticar o pénis com um dispositivo mecânico
auto-aplicado, isto é, aplicado pelo próprio paciente, durante um determinado período de tempo, de modo a melhorar o comprimento,
a curvatura e a deformidade do órgão. No entanto, a evidência da sua utilização neste contexto é ainda limitada.
Dispositivos de vácuo – a aplicação de vácuo permite “puxar” o pénis para a sua posição normal, sendo a evidência da sua utilização
neste contexto bastante limitada.
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