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Kheldor O’Whyt

Hoje o dia foi estranho. Precisamos ir à caça novamente, eu e meu pai, nossa ultima não fora
muito produtiva. Era mais uma tarefa simples, rotineira.
Não muito longe, nem muito tempo após sairmos floresta à dentro, ouvimos cascos. Curiosos
pelo ruído. Estávamos longe da estrada, eu e meu pai olhamos para saber do que se tratava.
Avistamos corcéis, grandes e marrons, com suas crinas se movendo forte contra o vento, e
sendo levada por eles uma carruagem em madeira bem trabalhada. Na verdade não me lembro
muito bem.
Foi quando cruzava nosso caminho que então vi... Não consigo me recordar, pois a simples
tentativa me faz suar frio. Percebemos que era da nobreza, apenas pelo seu condutor, abaixamos
nossas cabeças, mas algo me fez voltar, quando olhei pela janela da carruagem seu par de olhos
foram gravados em minha mente... Estava paralisado, meu corpo não se movia, meu cérebro não
pensava em mais nada... Imagens, outrora esquecidas em minha infância, voltaram à tona...
Aqueles olhos... Enquanto corria no rio, quando aprendia com meu pai seus simples afazeres,
eles estavam lá.

Hoje a capela estava cheia, consegui sair sem que me vissem, ouvi um trecho da conversa de
dois senhores, padres pelo visto. Conversavam sobre coisas estranhas. Já não fora a primeira vez.

Já e tarde da noite, tomei minha decisão, a vida na vila está monótona, a igreja está com um
controle descomunal. Já não consigo livros novos sem que antes passem pela censura hedionda
deles. Deram conta que um lugarejo como este é muito fácil de se manipular. Pegarei o dinheiro que
andei poupando. Partirei ao amanhecer para a Capital. Por pior que seja para meus pais.

É a segunda noite após a partida. Consegui me juntar a um grupo de mercadores que


estavam perto da vila, creio que eles não irão para o mesmo destino que eu, mas permaneceremos
juntos um bom caminho. São bem amigáveis, se você realizar suas devidas tarefas, claro.

Nos desviamos como previa. Seguirei só com Arvath.

Falta muito pouco agora, mas o tempo não passa. Minha ansiedade cresce a medida que
cavalgo pela estrada, tenho pressa. Diminui o tempo de minhas paradas. Tenho a impressão que
alguém me vigia.

Os olhos apareceram na floresta...

Finalmente. São poucas horas após o cair da noite, me hospedei em uma estalagem, pelo
visto, conhecida. Arvath não está muito bem, deixei-o no estábulo.
O senhor da estalagem me parece bem simpático, durante nossa curta conversa já fiquei
sabendo que ele tem conhecimento sobre alguns imóveis na cidade. Amanhã tratarei melhor disso.

Consegui uma casa simples com o senhor da estalagem, já ajeitei minhas coisas. Conheci a
biblioteca recentemente. Muito boa, tem um ótimo conteúdo.

Já faz algum tempo que me mudei. Quanto mais eu leio e aprendo, mais perguntas surgem.
Aonde isso vai acabar?...

Andando nas docas encontrei pessoas com quem posso conseguir livros recém chegados dos
lugares distantes.

Fiquei surpreso com o conteúdo dos novos livros, valeram o preço a pagar.

Estou ficando intrigado com um certo homem. Sempre que ando nas bibliotecas e nas docas
em busca de minhas novas aquisições ele está lá... Conheci um sujeito hoje, tem mais idade,
mostrou um interesse em comum sobre o que já venho tirando conclusões com base em meus
estudos.

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