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Para o 3º objetivo “Apresentar um estudo de caso onde a melhoria na infraestrutura de

Saneamento básico impactou a saúde pública”, trouxemos o exemplo da barragem de São


Bento.

A barragem de São Bento esta localizada na cidade de Siderópolis, próximo a Criciúma,


região sul do estado de Santa Catarina.

Desde de 1876 a exploração de carvão mineral sustentou a cidade de Siderópolis, mas


a extração descontrolada e o descuido com o meio ambiente causaram o comprometimento
dos corpos hídricos. No final de 1970 todos os rios e lagos da região estavam contaminados
com altos teores de metais pesados, afetando o consumo de água, pois quando o minério era
separado de outras substancias, certa parte do que foi retirado do solo era depositado em
pilhas próximo as cidades minas, sendo assim levado pelas águas das chuvas, contaminando os
cursos d’água.

O principal estrago estava associado a pirita, elemento presente no carvão, que quando
entra em contato com água ou oxigênio formam o acido sulfúrico. A ingestão da água
contaminada com ácido sulfúrico provoca lesões graves no trato digestivo e pode levar a
morte. Já o contato com o mesmo pode causar lesões na pele, como queimaduras profundas
devido ao poder corrosivo e desidratante do composto. As águas próximas aos locais de
extração apresentavam uma grande carga toxica e alguns rios tinham uma cor amarelada
avermelhada por conta das altas concentrações de pirita.

A partir de 1980 o consumo de água estava tão comprometido que naquele ano o
governo decretou o sul de Santa Catarina com “Área Crítica Nacional”. A constante falta de
água trazia uma realidade em que era comum acontecer rodízios na distribuição de água entre
os bairros da região, assim algumas pessoas abriam poços de água e acabavam retirando um
liquido fora dos padrões recomendados para consumo, principalmente tendo a presença de
ferro acima dos limites.

Em 1982, uma barragem foi cogitada oficialmente como uma alternativa de melhorar a
realidade da cidade, mas só em 26 de março de 2001 que as obras realmente começaram. Em
momentos de pico a obra chegou a ter mais de 400 trabalhadores, sendo investido 60 milhões
de reais. A obra foi entregue no dia 24 de junho de 2006.

“A barragem de São Bento pertence um pouco a cada pessoa que, hoje pode se
beneficiar com sua água. Mais do que isso, ela pertence a toda Santa Catarina”. Escreveu o
presidente da CASAN, na época, Walmor Paulo de Luca.
O saneamento básico é extremamente importante para o povo brasileiro, pois é por
causa dele que temos água tratada para tomar banho, lavar roupas e ate mesmo para beber. O
mesmo é essencial para a prevenção de doenças e redução da mortalidade infantil,
melhorando a qualidade de vida das pessoas.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), em


2021, 55,8% da população total brasileira tinha acesso a rede de esgoto, sedo que 64,11%
habitavam a região urbana e 35,89% a área rural. Neste mesmo contexto 84,2% dos brasileiros
tinham acesso a rede de água tratada e 93,5% destes eram moradores da área urbana e 6,5%
da área rural. Se observarmos os dados por região podemos avaliar a desigualdade no acesso a
rede de água tratada no brasil. O Sudeste é a região que apresenta o maior índice, abastecendo
91,5% da sua população com rede de água tratada, seguido do Sul com 91,4% e centro oeste
com 89,9%. Os piores índices permanecem no nordeste, com 74,7% e norte com 60% da
população sendo atendida por rede de água tratada. Os 10 estados que apresentam os piores
índices estão localizados nas régios norte e nordeste, sendo os estados de Rondônia, com 46%,
Pará, com 48;5% e Acre com 50,2% os que apresentam os menores índices.

A falta de saneamento básico cria um ambiente propicio a muitas doenças, como


diarreia, hepatite, verminoses e doenças dermatológicas, causadas pela ingestão de água
contaminada, que pode ser através do consumo direto ou na preparação de alimentos, ou
ainda pelo contato da pele ou mucosas com a própria água, lixo ou solo infectados. Vale
destacar que os principais agentes biológicos encontrados nas águas contaminadas são
bactérias patogênicas, vírus e parasitas. Essas bactérias patogênicas são as principais causas de
morbidade e mortalidade infantil.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 1,7 milhões de


crianças de ate 5 anos morrem anualmente em ambientes considerados insalubres.

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