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06 ESTRATÉGIAS

PARA TER
SUCESSO NO
PROJETO E
OPERAÇÃO DO
MBR

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SUMÁRIO

03 Introdução

06 Princípios

16 Conclusão
INTRODUÇÃO

Não há nada mais frustrante do que possuir uma tecnologia de ponta e não
conseguir usufruir plenamente dos seus benefícios. Isso pode ocorrer em
diversas situações, desde equipamentos de uso pessoal, passando por
eletrodomésticos e até Estações de Tratamento de Esgoto (ETE).

Realmente não é incomum encontrarmos plantas de MBR (Membrane


BioReactor), que é considerado o estado da arte para depuração de efluentes
industriais ou municipais, operando com deficiência, seja ela por conta de
problemas de instabilidade no reator biológico ou entupimento das membranas.
Isso faz com que alguns usuários fiquem descrentes com esta tecnologia que já
está a décadas consolidada no Brasil e no mundo.

Além da descrença citada, uma planta de MBR operando com problemas também
acaba refletindo negativamente para toda a equipe que participou da implantação
e operação de um sistema como este, que geralmente é cercado de expectativas
positivas pelo potencial da tecnologia.

Com base em nossa extensa experiência de fornecimento e resolução de


problemas em ETEs, nós da ACQUA EXPERT pudemos identificar alguns pontos
chaves que levam aos problemas em plantas de MBR.

Ainda que a maioria dos problemas neste tipo de tecnologia sejam identificados
apenas durante a operação do sistema, muitos deles tem origem no projeto ou
ainda na definição dos fornecedores, pois como falaremos mais a frente, a
tecnologia de MBR não é padronizada, ou seja cada fornecedor tem a sua
tecnologia, o que nos exige ainda mais atenção na definição dos fornecedores,
principalmente na responsabilidade do processo e definição membranas.

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Sabemos que ao buscar este e-book sobre as 6 ESTRATÉGIAS PARA
TER SUCESSO NO PROJETO E OPERAÇÃO DE QUALQUER SISTEMA
MBR, há uma grande possibilidade de você já conhecer a tecnologia ou
até mesmo possuir um sistema MBR instalado na sua empresa, de
qualquer forma é bom relembrarmos as definições básicas do que é a
tecnologia MBR.
O sistema MBR foi desenvolvido no final dos anos 60 e pode ser
definido com um processo de tratamento que combina lodos ativados
com separação de sólidos por membranas de Microfiltração ou
Ultrafiltração.

Ainda que a definição básica do MBR seja a combinação destes dois


processos, podemos encontrar muitas variáveis de configuração e
instalação tanto na parte biológica com inclusões de etapas de
nitrificação e desnitrificação, quanto na configuração das membranas
que podem ser externas ou submersas ou mesmo instaladas no
biorreator ou em tanque de membranas dedicado.

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No fluxograma abaixo, vemos uma das possíveis configurações do
sistema MBR.

Independentemente da configuração, para que vocês possam não


apenas possuir uma ETE com tecnologia de ponta, mas também
usufruir de todos os benefícios do MBR, a ACQUA EXPERT destacou 6
ESTRATÉGIAS PARA ATINGIR O SUCESSO NO PROJETO E OPERAÇÃO
DE SISTEMAS MBR.

Boa Leitura!

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PRINCÍPIO 1: Conheça a
Tecnologia
Como comentado no início deste e-book, a tecnologia de MBR não é padronizada,
ou seja, apesar desta tecnologia sempre ser a junção do processo biológico com
filtração por membranas, o tipo construtivo, o material das membranas e até
mesmo a porosidade da membrana variam de fornecedor para fornecedor.
Exemplos das membranas utilizadas em MBR:

Membranas Tubulares Membrana Fibra Oca

Membrana Placa Plana

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Qualquer das membranas utilizadas em MBR entregam uma qualidade de
efluente semelhante, podendo alcançar os mais restritivos padrões de
descarte e possibilidade de reuso, como pode ser observado na TABELA 1.

Tabela 1: Comparação da qualidade do efluente final entre lodo ativado


convencional e MBR para alguns parâmetros ambientais.

*qualidade de descarte UE (União Européia)

Lendo estas informações uma pergunta pode vir a mente, se todas elas
entregam a mesma qualidade, por que devo me preocupar com isso?

A resposta é que por cada uma delas possuir características totalmente


diferentes, isso vai impactar em muitos outros pontos do projeto e
operação do sistema, como por exemplo os requerimentos de
pré-tratamento, os limites de SST (Sólidos em Suspensão Total) do lodo
biológico, os fluxos de filtração, a faixa de pressão e principalmente a
manutenção.

Ainda que os diferentes tipos de membranas resultam na mesma


qualidade de efluente final do MBR, cada uma delas irá conferir diferentes
vantagens e desvantagens para o seu sistema. Enquanto uma entrega
simplicidade operacional, a outra entrega menor área de implantação, uma
entrega robustez, a outra entrega menor consumo energético. Não existe a
membrana perfeita, não existe padronização.

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PRINCÍPIO 2: Seja criterioso não só
com o fornecedor do sistema mas
também com o fornecedor das
membranas
A membrana tem papel fundamental no processo MBR, ela substitui o
decantador secundário necessário nos sistemas de lodos ativados
convencional, sendo uma barreira física que evita qualquer escape de
sólidos suspensos e confere remoção de vírus e bactérias ao efluente
tratado. Além disso, por operar como um “decantador perfeito” a
membrana modifica a cinética dos microrganismos do reator biológico,
tornando o processo mais eficiente e estável na degradação da matéria
orgânica.

Além de não serem padronizadas como mencionado no ponto anterior,


outra característica importante deste material é que não existe produção
de membranas filtrantes em larga escala no Brasil, assim todos os
fornecedores de membranas relevantes neste mercado trabalham com
produtos importados. Isso exige atenção redobrada no processo de
compra de um sistema de MBR pois apesar da responsabilidade de
fornecimento e garantia ser do fornecedor do sistema, a membrana
sempre será fundamental no processo.

Como todas as membranas são importadas, passa a ser fundamental o


suporte técnico local, já que em um momento de dificuldade operacional
será fundamental este tipo de suporte para resolução de problemas ou
mesmo para otimização do processo.

Alguns fornecedores de sistemas possuem parcerias comercias que


limitam suas propostas e ofertas da tecnologia, que muitas vezes não é a
mais indicada para o cliente final ou por vezes utilizam membranas de
fornecedores sem presença ou estrutura no Brasil, isso pode ser um risco
para o sucesso do projeto pois você ficará com a responsabilidade
operacional, isso quando falamos de projetos turn-key.

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PRINCÍPIO 3: Analise os
Microrganismos do Lodo
A nomenclatura MBR significa “biorreator com membranas”, e ainda que a membrana
tenha papel fundamental no processo, o “coração” da tecnologia é o tratamento
biológico.

A depuração da carga orgânica dissolvida, ou seja, a efetiva redução da DQO e da


DBO é responsabilidade dos microrganismos presentes no reator biológico e não da
membrana, que neste caso se encarrega da separação dos sólidos suspensos.

Assim é importante realizar semanalmente uma análise microbiológica do lodo


presente no bioreator. Essa análise classifica os microrganismos do lodo, dando uma
indicação rápida e assertiva da qualidade da operação do sistema e também da
qualidade do efluente tratado. O mau desempenho do lodo ativado pode se dar por
uma série de condições, seja da qualidade do efluente bruto ou por condições
operacionais, que por sua vez, refletem tanto no desempenho das membranas quanto
na qualidade do afluente tratado.

A identificação e quantidade de microrganismos nestas análises do lodo pode indicar


as condições operacionais a serem ajustadas ou corrigidas. Por exemplo,
protozoários do tipo amebas (FIGURA 1), quando estão em abundância, indicam lodo
jovem e/ou afluente com alta carga orgânica e/ou OD baixo. Por outro lado, amostras
com predomínio de metazoários rotíferos (FIGURA 2), indicam plantas com idade do
lodo alta e/ou com baixa carga orgânica e/ou alto teor de OD.

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Dentro dessa análise microscópica também é possível avaliar se a
quantidade de EPS (Substâncias Poliméricas Extraceluares) está
dentro de um nível aceitável ou se está em excesso, o que indica um
risco de formação de biofouling e aumento de TMP (Pressão
Transmembrana). Essa avaliação é feita através do teste de nanquim
(FIGURA 3), sendo este método simples e rápido de resposta ao EPS,
que é um dos principais causadores de entupimento das membranas
de MBR.

Com nos exemplos acima, fica fácil achar a causa raiz do problema e,
com isso, evitar as várias “tentativas e erros”, partindo diretamente na
causa raiz, pois, a classificação correta dos microrganismos ajuda o
operador a descobrir se o mal desempenho do tratamento biológico
está relacionado com baixo teor de OD, idade do lodo alta, carência de
nutrientes, alta concentração de carga orgânica, presença de
substâncias tóxicas vindas do despejo industrial, entre vários outros
causadores de problemas num sistema biológico

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PRINCÍPIO 4: Fazer o Controle de
Processo Internamente
Realizar as análises físico-químicas de controle de processo nas
próprias instalações da ETE. Esse passo é extremamente importante,
pois se ganha agilidade na tomada de decisões e identificação de
problemas. Em muitas indústrias, as análises físico-químicas, como
DQO, SST, NTK, P, etc, são feitas em laboratório externo.

Se na sua indústria também é feito dessa forma, aconselhamos a


mudar isso o mais urgente possível e começar a fazer no próprio
laboratório da ETE. Ter um bom plano analítico é extremamente
importante. Para isso, a equipe de operação deve saber quais
parâmetros devem ser analisados, com que frequência devem ser
analisados e os locais que as amostras devem ser coletadas. A
TABELA 2 apresenta uma sugestão de plano analítico.

Tabela 2: Sugestão de Parâmetros de Controle de Processo para o sucesso


operacional de um Sistema MBR.

(1) Análises realizadas no laboratório da ETE


(2) Análises realizadas em laboratório externo (contratado)

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Caso precise
resolver algum
problema de
desempenho no
MBR, sem um
histórico de
análises e de
parâmetros
operacionais, o
operador se vê sem
um caminho a
seguir e precisa
usar apenas o seu
feeling, o que pode
resultar em perda
de tempo, dinheiro e
grande risco de não
resolver o problema.

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PRINCÍPIO 5: Treinar muito bem
a equipe de Operação
MBR é um processo e não um produto. A equipe precisa encarar este
sistema como um processo dinâmico, onde o tratamento biológico e
as membranas estão em constante interação, um influenciando na
performance e eficiência do outro, e estas condições de interação
devem ser conhecidas e dominadas.

Por exemplo, o baixo desempenho do biológico na remoção de carga,


seja qual for o motivo (falta de OD, grande variação de DQO/DBO ou de
vazão etc), irá entupir a membrana por fouling orgânico, que
felizmente é recuperável por limpeza química, porém limpezas
químicas frequentes reduzem a vida útil da membrana.

Membranas com fouling


As membranas possuem parâmetros operacionais específicos como a
pressão transmembrana (TMP), fluxos de filtração, introdução de ar,
concentração mínima e máxima de SST e alguns outros. Todos eles
precisam estar de acordo com as recomendações do fabricante e
qualquer variação destes parâmetros fora da recomendação também
resultará em limpezas químicas frequentes ou até mesmo danos
irreversíveis às membranas.
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PRINCÍPIO 6: Ter um bom canal
de comunicação com a
produção

Na grande maioria das indústrias os efluentes são gerados em


diferentes setores da produção, chamaremos aqui de “efluentes
setoriais”. Alguns efluentes setoriais contribuem com muita vazão e
baixa carga orgânica e/ou tóxica para o MBR, enquanto outros
efluentes setoriais contribuem com baixa vazão e alta carga orgânica
e/ou tóxica para o MBR. Assim sendo, a gestão de lançamento desses
efluentes deve ser muito bem planejada e gerenciada, sendo
necessário ter um balanço de massas dos efluentes setoriais e/ou ter
um tanque de emergência e um excelente canal de comunicação entre
os operadores do MBR e os operadores da produção.

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Os operadores do MBR devem ser avisados sobre um derrame
acidental de um efluente conhecidamente tóxico ou com alta
carga orgânica. Assim sendo, os operadores do MBR podem
evitar um choque no tratamento biológico, desviando o
efluente para um tanque de emergência.

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CONCLUSÕES
Esses são as 6 Estratégias que nós, da ACQUA EXPERT,
identificamos para o sucesso de uma planta de MBR. Existem
outras coisas que jugamos importantes também, mas essas
são os mais relevantes e que aconselhamos que seja colocada
em prática para que se possa obter todos os benefícios da
tecnologia MBR.

Esperamos, de coração, que o conteúdo desse e-book tenha


agregado valor na sua vida profissional e que essas dicas
possam te ajudar na prática.

Acqua Expert Engenharia Ambiental


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