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24/08/2023

PRÉ-OPERATÓRIO EM
CIRURGIA ORAL

Prof. Rogério Moraes


@rogeriobucomaxilo

FASES DO PRÉ-OPERATÓRIO
1º - TER CERTEZA DO DIAGNÓSTICO DEFINITIVO

2º - TER CERTEZA QUE O TRATAMENTO CIRÚRGICO É A MELHOR


OPÇÃO PARA O CASO / OU SE TEM OUTRO TIPO DE TRATAMENTO
COM RESULTADO IGUAL OU MELHOR

3º - DEFINIR QUAL É O MELHOR MOMENTO PARA OPERAR

4º - DEFINIR A MEDICAÇÃO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIA

➢ANAMNESE DETALHADA
➢EXAME CLÍNICO DETALHADO
➢SOLICITAR EXAMES LABORATORIAIS

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QUEIXA PRINCIPAL

Exames de
imagens e/ou
laboratoriais

CASO 1

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CASO 2

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Princípio da Oportunidade
Qual é o melhor momento para operar???

Pergunta:
É possível realizar esta intervenção cirúrgica neste momento?

Resposta:
Temos que avaliar a saúde geral do paciente e o comprometimento local
da área a ser operada.
Depende da capacidade do organismo em se recuperar do traumatismo
cirúrgico e promover a reparação da ferida

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Princípio da Oportunidade

“O Dentista deve estar preparado para interpretar


como os problemas médicos poderão alterar a resposta
do paciente aos anestésicos e ao procedimento
cirúrgico proposto.”
Hupp, Cirurgia Oral e Maxilofacial contemporânea.

ANAMNESE → HISTÓRIA MÉDICA BEM REALIZADA


→ REDUZ RISCOS DE COMPLICAÇÕES

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Princípio da Oportunidade

Visa identificar anormalidades nas condições de saúde local e geral do


paciente que possam interferir na terapêutica cirúrgica.

Não existem cirurgias odontológicas de urgência


(exceto: hemorragia e abscesso)
Pode ser realizado um planejamento adequado
Permite estabilizar o paciente para realizar a cirurgia
Permite adequar o tipo de cirurgia ao perfil do paciente

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Princípio da Oportunidade

➢Saúde Geral

➢Saúde Local

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Princípio da Oportunidade

A falha na identificação de alterações na saúde geral do paciente

é o principal fator para se atingir

níveis preocupantes de risco cirúrgico.

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CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO DO PACIENTE

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Princípio da Oportunidade
Hipertensão arterial sistêmica
Angina do peito (estável e instável)
Insuficiência cardíaca congestiva
Infarto agudo do miocárdio
Acidente Vascular cerebral
Saúde Geral
Diabetes Mellitus
Distúrbios da coagulação
Asma/Tuberculose
Hepatite
Doença renal – diálise
Hipotireoidismo
Crise convulsiva
Alergias, etc...

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ASA I
Paciente saudável – sem história de alterações sistêmicas
Sem ansiedade exagerada ao procedimento
Tolera bem o procedimento

São excluídos os pacientes muito jovens ou muito idosos

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ASA II
Paciente com doença sistêmica leve/moderada
Também apresenta risco mínimo de complicações durante
o atendimento.

Pode exigir algumas ajustes no atendimento


(ex.: troca de informações com o médico, menor duração das
sessões de atendimento, cuidados no posicionamento na
cadeira odontológica, protocolo de sedação consciente,
menores volumes de soluções anestésicas, etc.)

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ASA II

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ASA III
Paciente com doença sistêmica severa, que limita
parcialmente suas atividades rotineiras
Imprescindível a troca de informações com o médico

O tratamento odontológico eletivo não está contraindicado,


embora este paciente apresenta um maior risco durante o
atendimento.

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ASA III

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ASA IV

Paciente com doença sistêmica severa, sob constante risco


de morte

O tratamento odontológico eletivo deve ser adiado até a


melhora do quadro clínico sistêmico.
As urgências odontológicas devem ser, prioritariamente,
atendidas em ambiente hospitalar (dor, abscesso,
pulpectomias, exodontias)

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ASA IV

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ASA V

Paciente em fase terminal, quase sempre hospitalizado, cuja


expectativa de vida não é maior do que 24 h, com ou sem
cirurgia planejada.

Os procedimentos odontológicos eletivos estão


contraindicados;
As urgências odontológicas devem receber apenas
tratamento paliativo, para alívio da dor.

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ASA V

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ASA VI

Paciente com morte cerebral declarada, cujos órgãos serão


removidos com propósito de doação.

Não há indicação para tratamento odontológico de


qualquer espécie.

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Pressão arterial sistêmica

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Diabetes Melito

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Diabetes Melito
Tipo I: Insulino-dependente; Tipo II: não-insulino-dependente;

Deve haver um equilíbrio entre: ingestão calórica e dose de insulina.

Avaliar a dificuldade de alimentar-se após a cirurgia – alterar a


dosagem da insulina (consulta com o médico)

Em consultas é melhor o paciente tender a hiperglicemia do que para


hipoglicemia

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Diabetes Melito
Cuidados a serem tomados:
Dúvidas quanto ao controle: Exames e Consulta com o médico
Consultas no início da manhã
Protocolo de redução de ansiedade
Alimentar-se normalmente antes da consulta
Tomar a dosagem normal de insulina de ação rápida e metade da dose de
insulina de ação lenta (NPH) – discutir com o médico.
Se houver sinais de hipoglicemia, administrar glicose via oral (hipotensão,
taquicardia, fome, sonolência, náuseas, tontura, cefaléia, alteração de
humor)
Limitar a dosagem da epinefrina: 2 a 3 tubetes – 1/100.000); Felipressina
para os casos de urgência em diabéticos não controlados

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Princípio da Oportunidade

Diagnóstico definitivo e tratamento


da doença sistêmica

Responsabilidade do médico

Dúvidas????? Encaminhe

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Princípio da Oportunidade
Saúde Local
Infecções bucais

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Princípio da Oportunidade

Saúde Local
Infecções bucais

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PROBLEMAS RELACIONADOS À CIRURGIA EM


LOCAIS COM INFECÇÕES AGUDAS
- Paciente encontra-se debilitado sistemicamente
- Dor intensa dificulta um bom bloqueio anestésico
- Tecidos inflamados aumentam o sangramento trans e pós-operatórios
- Tecidos inflamados associados a inflamação do ato cirúrgico resultam em um
pós-operatório com maior morbidade (dor e edema)
- Risco aumentado de ocorrer um disseminação da infecção para o interior do
osso e tecidos moles adjacentes
- Risco aumentado de ocorrer um alveolite

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EXAMES LABORATORIAIS
EM ODONTOLOGIA

Prof. Rogério Moraes


@rogeriobucomaxilo

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Exames laboratoriais

⚫ São apenas complementares na avaliação pré-cirúrgica


⚫ Serão solicitados se houver suspeitas após uma
detalhada história médica

“Nós operamos os pacientes e não os exames”

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Exames de maior interesse aos


dentistas

⚫ Hemograma completo = eritrograma, leucograma, contagem de plaquetas

⚫ Provas da coagulação = TP, TTPA, TS, contagem de plaquetas

⚫ Avaliação da glicemia = Glicemia em jejum, Hemoglobina glicosilada, Curva


glicêmica (Prova de Tolerância à glicose)

⚫ Avaliação da Tireóide e Paratireóides – TSH, PTH, T3 e T4

⚫ Avaliação do fígado = TGO e TGP

⚫ Avaliação dos rims = Uréia e Creatinina

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Hemograma Completo
⚫ Eritrograma – transporte de oxigênio (anemia)
- Hemácias
- Hemoglobina (HB)
- Hematócrito (HT)

⚫ Leucograma – presença de infecções


- Neutrófilos e Monócitos – fagocitose - infecções
- Eosinófilos e Basófilos – processos alérgicos
- Linfócitos – reações imunitárias; infecções virais

⚫ Contagem de Plaquetas – início da hemostasia

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ERITROGRAMA
⚫ Hemácias – elementos + numerosos do sangue.

Valores de referência:
Homem: 5.000.000 ± 500.000 /mm3
Mulher: 4.500.000 ± 500.000 /mm3

⚫ anemia (inespecífico)
⚫ policitemia (desidratação, queimaduras, etc.)

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ERITROGRAMA
− Hemoglobina - pigmento respiratório do sangue
- transporte de O2 aos tecidos e CO2 ao pulmão

Valores de referência:
− Homem: 13,5 – 18 g/dl
− Mulher: 11,5 – 16,4 g/dl

⚫ anemia (inespecífico)
⚫ policitemia (desidratação, queimaduras, etc.)

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ERITROGRAMA
⚫ Hematócrito ou volume globular: é a percentagem
ocupada pelos glóbulos vermelhos ou hemácias no volume total
de sangue.

⚫ Centrifugação de um tubo capilar, verificando-se o comprimento das


células em relação ao total
⚫ Normal: 36 a 50%
⚫ Homem: 47%
⚫ Mulher: 42%

⚫ anemia (inespecífico)
⚫ policitemia (desidratação, queimaduras, etc.)

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LEUCOGRAMA
⚫Leucócitos: células de defesa – mm3
(Neutrófilos, Basófilos, Eusinófilso, Linfócitos e Monócitos)

Valores de referência:
4.000 a 10.000 mm3

⚫ Neutrófilos: é a linha de frente no combate às infecções.


Segmentados e bastonetes: 3.200 a 6.000 mm3 (47 a 63%)
Desvio à esquerda (presença de neutrófilos imaturos): indica a presença
de infecções agudas progressivas

⚫ Leucopenia (quimioterapia, discrasias sanguíneas)


⚫ Leucocitose (infecções, leucemia, traumas)

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COAGULOGRAMA
Avaliação laboratorial da hemostasia:

⚫ Contagem de plaquetas
⚫ Tempo de Sangramento - TS
⚫ Tempo de Protrombina - TP
⚫ Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada - TTPA

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Processo de Hemostasia

⚫ Primeira fase da coagulação → plaquetas (hemostasia primária)


- vasoconstrição
- tampão plaquetário
⚫ Segunda fase da coagulação → fatores de coagulação
- via intrínseca
- via extrínseca
- completa-se a conversão do fibrinogênio em fibrina.
⚫ Via final comum → coágulo definitivo
- A fibrina se liga firmemente às plaquetas agregadas

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Processo de Hemostasia

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COAGULOGRAMA
Avaliação laboratorial da hemostasia:

Contagem de plaquetas
⚫ Normal – 100.000 a 400.000 células/mm3

⚫ Trombocitopenia leve – 50.000 a 100.000 células/mm3 – sangramento PO anormal

⚫ Trombocitopenia grave – abaixo de 50.000 células/mm3 – sangramento PO intenso

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COAGULOGRAMA
Avaliação laboratorial da hemostasia:

TS – tempo de sangramento

⚫ Número e função das plaquetas - formação do tampão hemostático temporário.


⚫ Faixa normal – 1 a 5 minutos.
⚫ O tempo é prolongado nos pacientes com anormalidades das plaquetas.

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COAGULOGRAMA
Avaliação laboratorial da hemostasia:

TP – tempo de protrombina – (INR ou RNI – índice internacional normalizado)

⚫ Avalia a via extrínseca na formação do coágulo de fibrina.


⚫ TP normal indica níveis normais de fator VII e dos fatores comuns às vias
intrínsecas e extrínsecas (V, X, protrombina e fibrinogênio).

⚫ Normal: 11 a 15 segundos.
⚫ Sangramento pós-operatório anormais – até 1,5 vezes o valor normal.
⚫ Prolongamentos adicionais podem resultar em sangramento grave.
⚫ É utilizado para controlar o tratamento anticoagulante por via oral (aspirina,
heparina e cumarina).

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COAGULOGRAMA
Avaliação laboratorial da hemostasia:

TP – tempo de protrombina –
(INR ou RNI – índice internacional normalizado)

⚫ Normal: 0,8 a 1,2%.


⚫ Avaliação de anticoagulação – 2 a 3% (sangramento pós-operatório anormais
porém não é necessário interromper o uso dos anticoagulantes
⚫ Avaliar o risco/benefício da suspensão dos anticoagulantes (médico)
⚫ Empregar medidas locais para controle da hemostasia

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COAGULOGRAMA
Avaliação laboratorial da hemostasia:

TTPA – tempo de tromboplastina parcial ativada

⚫ Avalia a via intrínsica na formação do coágulo de fibrina.


⚫ Avalia todos os fatores, exceto o VII
⚫ Normal: 25 a 40 segundos.
⚫ Sangramento pós-operatório anormais – prolongamento de 5 a 10 s
⚫ Prolongamentos adicionais podem resultar em sangramento grave.
⚫ Pode ser utilizado para controlar o tratamento com heparina.

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GLICOSE
Jejum de 8 hs
⚫ Glicemia em Jejum
Valor de referência: 70 a 100 mg/dl

⚫ Hemoglobina glicada
Valor de referência: 4,5% a 5,7% - mais que 6,5% = diabetes

⚫ Curva Glicêmica (Prova de Tolerância à Glicose)


- Ingestão via oral de 75g de glicose)

- Colher em jejum, a cada 30 minutos até 2 horas


- Significantes: jejum e 2h
Valor de referência: 70 a 100 mg/dl

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GLICOSE - Interpretação
⚫ Glicemia de jejum alterada
jejum >100 e < 126 mg/dl

⚫ Tolerância à glicose diminuída


2h após 75g de dextrosol >140 e < 200mg/dl

Diabetes Mellitus
jejum > 126 mg/dl (em 2 exames)
2h após 75g de dextrosol >200 mg/dl

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PROTOCOLO FARMACOLÓGICO
EM CIRURGIA ORAL

Prof. Rogério Moraes


@rogeriobucomaxilo

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Cuidados Gerais

Cuidados pré-op. Controle de placa e tártaros Raspagem


grosseiros Jato de bicarbonato

Sedação consciente Pacientes muito ansiosos Midazolam 7,5mg ou 15mg

Anti-sepsia intra-oral Bochechos pré-op 1min. Clorexidina 0,12%

Anti-sepsia extra-oral Gaze estéril e pinça Allis Clorexidina 2% - sol. aquosa

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Exodontias Simples e pequenas cirurgias

Expectativa de desconforto ou dor leve no pós-operatório

Anestesia Lidocaína / Mepi / Arti Prilocaína somente quando


indicado

Analgésicos Iniciar no pré-op ou Dipirona 500mg a 1g


imediata// após cirurgia 4/4hr ou 6/6hr – 1 a 2 dias

Anti-inflamatórios Geralmente não precisa Proc. Demorado / Uso de força

Antibióticos Geralmente não precisa ------

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Exodontias por via não alveolar (ostectomia e odontossecção)


Cirurgias pré-protéticas com descolamento tecidual extenso
Remoção de dentes inclusos e/ou impactados

Expectativa de dor moderada a intensa, acompanhado de edema


inflamatório e limitação mastigatória

Profilaxia antibiótica Pericoronarites; Amoxicilinav1g – 1hora antes


Geral// não precisa Expectativa de Proc. Demorado Clindamicina 300mg - alérgicos
Pacientes imunodeprimidos
Corticóides pré-op. 1hora antes do procedimento Dexametasona 4 ou 8mg

Analgésicos pré e pós Iniciar no pré-op ou imediata// Dipirona 500mg a 1g


após cirurgia 4/4hr ou 6/6hr – 1 a 2 dias
Anti-inflamatórios No pós-op. por 2 ou 3 dias Ibuprofeno 600mg – 8/8hs
Nimesulida 100mg – 12/12hs
Analgésicos potentes Em caso de dor persistente Toragesic 10mg – SL – 6/6hs
Tylex 30mg – 6/6hs

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TINO”
“Você é o Senhor do seu DES

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Rogério Bonfante Moraes


Especialista e Mestre em CTBMF – FOUSP
rbmoraes00@gmail.com

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