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Enzima proteolítica com ação

anti-inflamatória e analgésica

SERRATIOPEPTIDASE
Alternativa à utilização de
fármacos anti-inflamatórios
não esteroidais
2.500.000 U/g
Utilizada no tratamento de
periodontite e cuidados pós-
operatórios em exodontia

O QUE É?

A serratiopeptidase, também chamada de serralisina, serratia-protease, serrapeptase ou serratopeptase, é uma enzima proteolítica
pertencente à classe das tripsinas e produzida por enterobactérias não patogênicas do gênero Serratia sp. Esta enzima foi
originalmente isolada do intestino do bicho-da-seda (Bombyx mori L.), mas atualmente é obtida por purificação a partir de culturas
da bactéria Serratia E-15.

As enzimas proteolíticas, ou proteases, são enzimas que catalisam a quebra de proteínas através da hidrólise de ligações peptídicas
e desempenham um papel importante em diversas vias de sinalização celular. A serratiopeptidase tem sido utilizada há mais de 40
anos no Japão, na Índia e na Europa para o manejo da dor e da inflamação, bem como para facilitar a penetração de antimicrobianos
nos tecidos devido aos seus efeitos proteolíticos que inibem a formação de biofilmes.1, 2

QUAL O MECANISMO DE AÇÃO?

Embora seja evidente o papel fisiológico da inflamação no combate e remoção de agentes nocivos ao organismo, como agentes
infecciosos, lesões e alterações auto-imunes, a atividade imunológica equilibrada e a resolução espontânea do processo inflamatório
são necessários para garantir o retorno à homeostase tecidual. A falha na auto-resolução de uma resposta inflamatória aguda
resulta em um estado de desequilíbrio e de inflamação crônica, sendo este um evento comum a diversas condições patológicas
(Figura 1). Neste sentido, a terapêutica baseada no uso de enzimas vem ganhando cada vez mais destaque.2, 3

A ação anti-inflamatória da serratiopeptidase está relacionada à sua capacidade de reduzir o edema tissular, modificar a expressão
de moléculas de adesão na superfície celular que atraem células de defesa para o foco de inflamação e degradar o tecido morto
que circunda áreas lesadas, facilitando a cicatrização. A propriedade de degradar tecidos mortos ou danificados, bem como de
quebrar a fibrina, também auxilia na dissolução de coágulos sanguíneos e de placas ateroscleróticas, conferindo à essa enzima
um papel cardioprotetor. Além disso, a serratiopeptidase atua como um analgésico ao inibir a liberação de mediadores químicos
envolvidos na fisiopatologia da dor em tecidos inflamados, tal como a bradicinina.1, 3
FIGURA 1 - Principais células e mediadores químicos envolvidos no desenvolvimento e na resolução de processos inflamatórios,
evidenciando os principais sítios de ação da serratiopeptidase. Adaptado de JULIER et al., 2017.4

EVIDÊNCIAS NA LITERATURA

INFLAMAÇÃO, DOR E EDEMA

Diversos trabalhos demonstram que o tratamento com serratiopeptidase diminui o edema após procedimentos invasivos. Em um
estudo clínico que avaliou 66 pacientes submetidos à cirurgia no ligamento lateral, o tratamento com serratiopeptidase (dose
e duração do tratamento não especificados) diminuiu o edema no joelho em 50% no terceiro dia pós-operatório, enquanto nos
grupos controle (elevação da perna, repouso no leito, com e sem a aplicação de gelo) não foi observada nenhuma alteração
nestes parâmetros. Da mesma maneira, um estudo multicêntrico duplo cego com 174 pacientes (86 tratados com placebo e
86 com serratiopeptidase) demonstrou que o tratamento com 30 mg de serratiopeptidase (10 mg, 3 vezes ao dia por via oral,
durante 7 dias) foi capaz de reduzir significativamente o edema bucal após procedimento de antrotomia para tratamento de
empiema crônico. O tratamento com a mesma dose de serratiopeptidase, durante 3 dias, também se mostrou capaz de reduzir
significativamente a dor e o edema em mulheres com ingurgitamento mamário, conforme demonstrado em um estudo duplo
cego controlado por placebo (35 mulheres, por grupo).5, 6, 7

A remoção cirúrgica dos terceiros molares é uma prática comum na odontologia e que, por afetar uma região altamente
vascularizada e predominantemente constituída por tecido conjuntivo frouxo, pode resultar em dor e edema. O efeito anti-
inflamatório da serratiopeptidase em comparação com fármacos anti-inflamatórios clássicos vem sendo extensivamente avaliada
nessa condição clínica. Em um grupo de 50 pacientes, já foi demonstrado que a administração de 10 mg de serratiopeptidase
por via oral (duas vezes ao dia, durante 5 dias) reduz significativamente o edema associado à extração dos terceiros molares
inferiores, com efeito anti-inflamatório semelhante ao da dose de 4 mg do glicocorticóide sintético metilprednisolona administrado
durante o mesmo período. Um estudo semelhante também demonstrou que o tratamento com 10 mg de serratiopeptidase (3
vezes ao dia, por 3 dias após a extração dentária) reduz o processo inflamatório, porém, em menor magnitude do que observado
após a administração de uma dose de 1 mg do glicocorticóide dexametasona, sugerindo que a enzima pode ser usada como
alternativa para controle da inflamação nos casos em que os corticosteróides são contra-indicados.8, 9, 10

DOENÇAS OTORRINOLARINGOLÓGICAS

Um estudo multicêntrico, duplo cego e controlado por placebo envolvendo 193 indivíduos com idade entre 12 e 77 anos avaliou
a eficácia e a tolerabilidade da administração de 10 mg de serratiopeptidase por via oral (3 vezes ao dia, durante 7 a 8 dias)
no manejo clínico de afecções agudas ou crônicas dos ouvidos, nariz ou garganta. Dentre os 96 indivíduos que receberam o
tratamento com a enzima, foi observada uma redução significativa dos sintomas associados com essas afecções, tais como
gravidade da dor, quantidade e purulência de secreções, dificuldade de deglutição, disfonia, obstrução nasal, e anosmia,
evidenciando as atividades anti-inflamatória e fibrinolítica da serratiopeptidase. Outros estudos também demonstraram que
a administração de uma dose diária de 30 mg de serratiopeptidase por 4 semanas diminui a quantidade de muco nasal, bem
como diminui a porcentagem de componentes sólidos, viscosidade e contagem de células inflamatórias dessa secreção.1, 11, 12, 13

EFICÁCIA ANTIMICROBIANA

A administração de 20 a 30 mg de serratiopeptidase, por via oral, potencializa a infiltração de fármacos antimicrobianos


(sulbenicilina, cefalexina e cefotiam), em diferentes sítios de infecção, aumentando a eficácia desses agentes e promovendo
melhora do quadro clínico apresentado pelo paciente.1, 14

PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS

Embora peptídeos usualmente sejam mais susceptíveis à degradação enzimática no trato gastrointestinal e possuam baixa
permeabilidade através de membranas biológicas devido à natureza hidrofílica de seus aminoácidos, a serratiopeptidase é
bem absorvida no duodeno quando administrada por via oral, distribuída pelo organismo através da corrente sanguínea e da
linfa, através das quais atinge o sítio de inflamação ainda em sua forma ativa. Estudos pré-clínicos demonstraram que após a
administração por via oral, a concentração plasmática da serratiopeptidase atinge um pico entre 0,25 e 0,5 h, e não é mais
detectada após 6 h. Também, já foi descrita a formação de complexos de serratiopeptidase com alfa 1-macroglobulina no
plasma.1

SUGESTÃO POSOLÓGICA:
USO ORAL: 10 mg a 60 mg por dia (em geral 10 mg 3x
ao dia, durante 1 a 2 semanas).

Deve ser administrada preferencialmente com o estômago


vazio ou meia hora antes ou duas horas após as refeições.

A atividade dessa enzima é medida em unidades


enzimáticas (U), sendo que 1 mg de serratiopeptidase
corresponde a 20.000 U.1
OBSERVAÇÕES

A atividade proteolítica ótima da serratiopeptidase é observada em pH próximo de 9,0 e a uma temperatura de 40 °C, sendo esta
enzima completamente inativada por aquecimento em temperaturas superiores a 55 °C por 15 minutos.

A fim de evitar a degradação enzimática no estômago, a serratiopeptidase deve ser encapsulada em cápsulas gastrorresistentes, ou
seja, revestidas com polímero que permaneça íntegro em pH gástrico de 1,5 a 3,5, e desintegre-se em pH 6,5 a 7,6 (intestino delgado).1

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

As reações adversas frente administração de serratiopeptidase são raras e de pouco impacto clínico, tais como dermatites,
eritema, dor muscular e articular, náusea e vômito.1

Não existem estudos clínicos que relatem interações medicamentosas significativas com a serratiopeptidase. Entretanto, sabe-
se que a co-administração de varfarina, clopidogrel, aspirina e alguns insumos de origem natural (como alho, óleo de peixe e
cúrcuma) aumentam o risco de sangramento ou hematomas.1

Este insumo deve ser utilizado sob orientação médica ou


de outro profissional de saúde habilitado.
Informativo destinado a profissionais de saúde

LITERATURAS CONSULTADAS

1. Bhagat S, Agarwal M, Roy V. Serratiopeptidase: A systematic review of the existing 11. Kumar N, Nagar N, Bhutiani H, Velugu GR. A Comparative Study of Serratiopeptidase &
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2. Drag M, Salvesen GS. Emerging principles in protease-based drug discovery. Nat Rev Double Blind Study. 2019;18(4):78-84. doi:10.9790/0853-1804207884
Drug Discov. 2010;9(9):690-701. doi:10.1038/nrd3053 12. Sivaramakrishnan G, Sridharan K. Role of Serratiopeptidase After Surgical Removal
3. Tiwari M. The role of serratiopeptidase in the resolution of inflammation. Asian J Pharm of Impacted Molar: A Systematic Review and Meta-analysis. J Maxillofac Oral Surg.
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the immune system. Acta Biomater. 2017;53:13-28. doi:10.1016/j.actbio.2017.01.056 Acute or Chronic Inflammation of Otorhinolaryngology Pathology: A Multicentre,
7. Esch M, Gerngross H, Fabian A. Reduction of Postoperative Swelling. Objective Double-Blind, Randomized Trial versus Placebo. J Int Med Res. 1990;18(5):379-388.
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lower third molar surgery. J Clin Exp Dent. 2015;7(2):e197-e202. doi:10.4317/jced.51868 J Immunopathol Pharmacol. 2013;26(3):825-831. doi:10.1177/039463201302600332

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