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MARCO TEMPORAL: A PRIVATIZAÇÃO DE UMA ÁREA?

O chamado “Marco Territorial” é uma tese que está sendo discutida pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) acerca das reivindicações de terras indígenas. Na tese, só seriam reconhecidas
pela União como terras indígenas aquelas que já ocupassem o território em 5 de outubro de 1988
(promulgação da Constituição Federal).

PRIVATIZAÇÃO
A privatização é de modo simples, a venda de uma instituição ou empresa pública para a
iniciativa privada, para que assim haja a arrecadação de dinheiro.
As terras são da União (Constituição Federal, artigo 20, inciso XI). Dos indígenas é o
usufruto exclusivo abrangendo o aproveitamento das riquezas do solo, dos rios e lagos nelas
existentes. Tais terras são inalienáveis e indisponíveis e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

PRIVATIZAÇÃO DE UMA ÁREA


O marco temporal virá a ser a privatização de uma área. No sentido de deslocar os povos
indígenas ali localizados para que, o local esteja disponível para agricultores, ruralistas,
madeireiros, realizarem seu comércio sem interferência dos povos originários.
Os povos indígenas serão retirados de suas tribos (se não houver a comprovação de que
estavam ali em 5 de outubro de 1988) e deslocados para outro local pela (Funai) que demarca as
terras indígenas. Com a “liberação” do local, agricultores, ruralistas, madeireiros, poderão fazer
comércio (arrecadar dinheiro) sem a interferência dos povos originários, o que de forma simples, é
uma privatização.

FONTES
Carlos Ayres Britto, ex-ministro do STF que participou no julgamento do STF pela delimitação
da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, concluído em 2009. Votou a favor da delimitação
da reserva > questionar o porquê de ele não “apoiar” o marco temporal apesar de ter sido a favor
da delimitação da reserva em 2008.
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, APIB > por que o marco temporal impactaria tanto a
vida dos indígenas?
José Afonso da Silva, constitucionalista > por que ele lê o marco temporal como
institucionalista?
Nunes Marques, ministro do STF > por que ele leu a constituição daquela forma?

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