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NORMAS E LEIS REGULAMENTARES

A legislação brasileira é extensa e abrangente no que tange o cultivo e


produção das uvas e objetiva-se, acima de tudo, assegurar a saúde da
população e na preservação do meio ambiente.

Para fins de melhor entendimento da legislação que envolve a produção e o


processamento das uvas, como requisitos legais, normas a serem seguidas e
os procedimentos necessários, este trabalho foi dividido em duas partes:

 Legislação envolvendo o cultivo da uva;


 Legislação envolvendo o processamento da uva.

LEGISLAÇÃO ENVOLVENDO O CULTIVO DA UVA


A principal legislação que trata do cultivo das uvas é a Instrução
Normativa Nº 11 de 18 de setembro de 2003, visto que a mesma diz respeito
desde a preparação do solo para o plantio até a pós colheita das uvas.

Instrução Normativa Nº11 de 18 de setembro de 2003


A Instrução Normativa 11/2003, trata das normas técnicas específicas
para a produção integrada de uvas finas. A mesma torna obrigatória a
capacitação dos produtores responsáveis pela propriedade no que tange:
operação, identificação de pragas, manejo do parreiral e adubação. Tal
instrução também recomenda que os trabalhadores tenham curso de boas
práticas agrícolas.

Esta mesma IN traz importantes aspectos sobre segurança no trabalho e


educação ambiental como: manejo do solo, contaminações químicas,
microbiológicas e físicas do operador e meio ambiente, bem como evita-las. Tal
norma instrui também como melhor localizar um parreiral quais características
o solo deve apresentar, por exemplo, o solo não deve ser arenoso nem
tampouco salinizado. Para finalizar no que tange ao cultivo, tal norma
recomenda que exista um procedimento padrão para o controle das pragas,
uso de agrotóxicos, raleio e poda.
A pós colheita também é fundamental e nessa instrução recomenda-se
que seja feita com tesouras sanitizadas e os cachos sejam depositados em
recipientes também limpos de maneira que possam ser paletizados. Os cachos
devem estar isentos de resíduos e pragas, e, apresentar tamanho uniforme,
devem ser armazenados em câmara fria com temperatura e umidade
controladas para garantir a conservação das uvas.

NORMAS E LEIS SOBRE O PROCESSAMENTO DA UVA

O responsável por redigir a legislação brasileira na área de alimentos é o


Ministério da Saúde, por intermédio da ANVISA – Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária - e pelo MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. As bebidas são regulamentas pela Lei de nº 8.918, de 14 de
julho de 1994, bem como da regulamentação do Decreto nº 6.871/09 e
Instruções Normativas ou Portarias.

A seguir apresenta de forma mais abrangente sobre a legislação


brasileira, Normas Técnicas e Instruções Normativas que envolve na produção
e comércio de bebidas em geral e especificamente no suco de laranja. Este
tópico está organizado em três partes:

i. Lei e Decreto.
ii. Instruções Normativas
iii. Exigências e Legislação de Exportação e Importação
Lei e Decreto

A primeira parte da descrição legal do processamento do suco de uva é


descrever a Lei e o Decreto em vigência para a execução da atividade. A lei e o
decreto no geral não regulamenta diretamente o suco de uva, mas sim todas as
bebidas processadas a partir de frutas, que de acordo com o Artigo 5º da Lei
de Nº 8.918/94 Suco ou sumo é bebida não fermentada, não concentrada e
não diluída, obtida da fruta madura e sã, ou parte do vegetal de origem, por
processamento tecnológico adequado, submetida a tratamento que assegure a
sua apresentação e conservação até o momento do consumo.
Inicialmente será descrito os principais aspectos da Lei de Nº 8.918/94,
posteriormente sobre o Decreto de Nº 6.871 de 4 de Julho de 2009. A lei
inicialmente traz conceitos e definições sobre os assuntos que envolvem o
processamento do suco e conforme anunciado anteriormente a obrigatoriedade
do registro, da padronização, da classificação, da inspeção e da fiscalização da
produção e do comércio de bebidas.

Lei de Nº 8.918 de 14 de julho de 1994


A Lei de Nº 8.918 de 14 de julho de 1994 é responsável por garantir a
obrigatoriedade do registro, da padronização, da classificação, da inspeção e
da fiscalização da produção e do comércio de bebidas.

Quanto a Inspeção a Lei Nº 8.918/94 informa que será incidido a


verificação em: equipamentos e instalações, sob os aspectos higiênicos,
sanitários e técnicos e ainda embalagens, matérias-primas e demais
substâncias, sob os aspectos higiênicos, sanitários e qualitativos.

Para a Fiscalização estão sujeitos estabelecimentos que se dediquem à


industrialização, à exportação e à importação dos produtos objeto da lei,
portos, aeroportos e postos de fronteiras, transporte, armazenagem, depósito,
cooperativa e casa atacadista e quaisquer outros locais previstos na
regulamentação da lei.

Nos aspectos tecnológicos, o registro, a padronização, a classificação e,


ainda, a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de bebidas,
competem ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ou órgão
estadual competente credenciado por esse Ministério, na forma do
regulamento.

Quanto aos aspectos bromatológicos e sanitários, a inspeção e a


fiscalização de bebidas, são da competência do Sistema Único de Saúde
(SUS), por intermédio de seus órgãos específicos

Decreto de Nº 6.871 de 4 de Julho de 2009


O Decreto Nº 6.871, de 4 de junho de 2009 regulamenta a Lei nº 8.918,
de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o
registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas.
A classificação dos estabelecimentos é estabelecida nas seguintes
categorias: produtor ou fabricante, padronizador (estabelecimento que elabora
um tipo de bebida padrão), engarrafador, atacadista, exportador ou importador.

Quanto ao registro de estabelecimento e de bebidas, os mesmos


deverão obrigatoriamente se registrados no Ministérios da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento – MAPA. O registro será valido em todo território nacional e
com validade de 10 anos.

O decreto define a rotulagem das bebidas como: “... toda inscrição,


legenda, imagem ou matéria descritiva, gráfica, escrita, impressa, estampada,
afixada, afixada por encaixe, gravada ou colada, vinculada à embalagem, de
forma unitária ou desmembrada.” Devendo conter em cada unidade em
caracteres visíveis e legíveis as seguintes informações:

i. Nome empresarial do produtor ou fabricante, do padronizador, do


envasilhador ou engarrafador ou do importador;
ii. Endereço do produtor ou fabricante, do padronizador, do
envasilhador ou engarrafador ou do importador;
iii. Número do registro do produto no Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento ou o número do registro do estabelecimento
importador, quando bebida importada;
iv. Denominação do produto;
v. Marca comercial;
vi. Ingredientes;
vii. A expressão: Indústria Brasileira, por extenso ou abreviada;
viii. Conteúdo, expresso na unidade de medida correspondente, de
acordo com normas específicas;
ix. Graduação alcoólica, expressa em porcentagem de volume alcoólico,
quando bebida alcoólica;
x. Grau de concentração e forma de diluição, quando se tratar de
produto concentrado;
xi. Forma de diluição, quando se tratar de xarope, preparado líquido ou
sólido;
xii. Identificação do lote ou da partida;
xiii. Prazo de validade; e
xiv. Frase de advertência, conforme estabelecido em legislação
específica.

No quesito de classificação de bebidas, as mesmas podem ser


classificadas como bebidas não alcoólicas, aquelas com graduação alcoólica
até meio por cento em volume a 20ºC, álcool etílico potável, e bebidas
alcoólicas, que possuem graduação alcoólica acima de meio por cento em
volume até 54% em volume, a 20ºC.

Quanto à padronização das bebidas, o decreto apresenta uma série de


definições, proibições e critérios para a produção de cada tipo de bebida, seja
alcóolica ou não. Como o presente trabalho tem um enfoque para o suco de
laranja, neste item será brevemente abordado apenas este produto, nesta parte
do decreto o suco é definido como:

“ ... Suco ou sumo é a bebida não fermentada, não


concentrada, ressalvados os casos a seguir
especificados, e não diluída, destinada ao consumo,
obtida da fruta madura e sã, ou parte do vegetal de
origem, por processamento tecnológico adequado,
submetida a tratamento que assegure a sua
apresentação e conservação até o momento do
consumo.” e ainda relação aos sucos concentrados:
“Os sucos concentrado e desidratado, quando
reconstituídos, deverão conservar os teores de
sólidos solúveis originais do suco integral, ou o teor
de sólidos solúveis mínimo estabelecido nos
respectivos padrões de identidade e qualidade para
cada tipo de suco. ”

Além disso, o decreto ainda traz informações sobre o controle de


matérias-primas e bebidas, certificação de bebidas, controle de
abastecimentos, das atividades de inspeção e fiscalização, assim como as
proibições e inflações, e medidas cautelares.
Por questões de curiosidade o decreto ainda traz informações sobre o
controle de matérias-primas e bebidas, certificação de bebidas, controle de
abastecimentos, das atividades de inspeção e fiscalização assim como as
proibições e inflações e medidas cautelares.

Normas e Instruções Normativas

Instrução Normativa Nº 01, de 7 de janeiro de 2000


A Instrução Normativa regulamento técnico para fixação dos padrões de
identidade e qualidade para suco de laranja, o suco de laranja deverá obedecer
às características e composição abaixo:

Cor: amarelo Sabor: próprio Aroma: próprio

Tabela 1 - Composição do Suco de Uva


Mínimo Máximo
Sólidos solúveis em º Brix, a 20º C 14 -
Relação de sólidos solúveis em 0,41 -
brix/acidez em g/100g de ácido cítrico
anidro
Ácido ascórbico (mg/100mg) 25,00 20,0
Açúcares totais naturais da laranja - 5,0
(g/100g)
Óleo essencial de laranja %v/v - 0,050
Fonte: Adaptada da Instrução Normativa Nº 01, de 7 de janeiro de 2000

Exigências e Legislação de Exportação e Importação

Trata da legislação envolvida tanto na importação quanto na exportação


do Suco de Uva, desde a documentação necessária até o órgão responsável
pela fiscalização. O tópico XX trata da legislação no que tange a exportação e
o tópico XX diz respeito as leis regulamentadoras no que tange a importação
do suco de uva.

Exigências e Legislação de Exportação


A exportação de suco de uva está regulada pelo mesmo documento que
regula bebidas em geral, vinhos e seus derivados. Esse documento pode ser
encontrado no site do MAPA, na área de vigilância agropecuária, seção IV.
Seguem as considerações feitas no documento:

Considerações gerais:

a) As atividades de inspeção e fiscalização de bebida, fermentado


acético, vinho e derivados da uva e do vinho executadas pela
Vigilância Agropecuária Internacional nas operações de
exportação, somente serão realizadas quando houver exigência
oficial do país importador quanto ao controle de embarque da
mercadoria;
b) Para tanto, o exportador ou seu representante legal deverá
apresentar a unidade VIGIAGRO de exportação, documentação
comprobatória da exigência oficial do país importador;
c) Para a exportação de bebida, fermentado acético, vinho e
derivados da uva e do vinho, o estabelecimento e produtos devem
possuir registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA);
d) A bebida destinada exclusivamente à exportação poderá ser
elaborada, denominada e rotulada de acordo com a legislação,
usos e costumes do país de destino, exceto no caso das bebidas
típicas brasileiras as quais deverão atender às normas brasileiras;
e) A emissão do certificado de origem para exportação ou certificado
de livre venda será realizada pelo Setor técnico correspondente/
SFA-UF, órgão fiscalizador de bebida, conforme definido na
legislação específica de bebidas.
Documentação exigida:

a) Requerimento para Fiscalização de Produtos Agropecuários


(FORMULÁRIO V);
b) Certificado de Origem ou Certificado de Livre Venda para
exportação de bebidas em geral, vinhos e derivados da uva e do
vinho emitido pelo Setor técnico correspondente/SFA-UF,
conforme o caso. Para os casos de exportação de amostras de
bebidas não é necessário a apresentação dos Certificados, salvo
se houver exigência do país importador;
c) Documentação Aduaneira da mercadoria (RE);
d) Cópia da Nota Fiscal ou Cópia da Fatura (Invoice); e
e) Cópia do conhecimento de carga.
Procedimento:

a) A inspeção e fiscalização prevista nesta seção serão exercidas


pela fiscalização federal agropecuária da respectiva unidade
VIGIAGRO de exportação da mercadoria e tem por finalidade
verificar as condições de acondicionamento, armazenagem e
identificação do produto por ocasião do embarque da mercadoria;
b) Após a verificação do cumprimento das exigências do país
importador, a fiscalização federal agropecuária emitirá o Parecer
da Fiscalização registrado em campo específico do Requerimento
para Fiscalização de Produtos Agropecuários (FORMULÁRIO V),
autorizando o embarque da mercadoria; e
c) As inconformidades observadas durante a ação fiscal serão
registradas no Termo de Ocorrência (Formulário XII), sendo que
no caso de ocorrências insanáveis, o despacho será proibido.
Documentação emitida:

a) Requerimento para Fiscalização de Produtos Agropecuários


(FORMULÁRIO V), com a manifestação da fiscalização federal
agropecuária; e
b) Termo de Ocorrência (FORMULÁRIO XII), quando for o caso.
Legislação e atos normativos relacionados:

a) Lei nº 7.678, de 8 de novembro de 1988, alterada pela Lei nº


10.970, de 2004, e regulamentada pelo Decreto nº 99.066, de 8
de março de 1990, alterado pelo Decreto nº 113/91, pelo Decreto
nº 6.295, de 11 de dezembro de 2007, e pelo Decreto nº 6.344, de
4 de janeiro de 2008;
b) Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, regulamentada pelo Decreto
nº 6.871, de 4 de junho de 2009;
c) Instrução Normativa SDA nº 83, de 10 de novembro de 2004, e
seus anexos;
d) Instrução Normativa MAPA nº 54, de 18 de novembro de 2009, e
seus anexos;
e) Instrução Normativa MAPA nº 55, de 18 de novembro de 2009, e
seus anexos;
f) Portarias e outros atos administrativos complementares."(NR)

Exigências e Legislação de Importação


Assim como o Brasil apresenta Órgãos responsáveis pela
regulamentação da legislação das bebidas produzidas e comercializadas no
Brasil, outros países também apresentam legislações diferentes porem o
Ministério da Agricultura determina uma lista de procedimentos e documentos
necessários para que um estabelecimento possa exportar bebidas.

De acordo com o MAPA (2015), para a importação bebidas em geral,


vinhos e derivados da uva e do vinho, o estabelecimento deve ser registrado no
Ministério da Agricultura e atender determinações da legislação específica.
Dessa forma, segue abaixo os quesitos abordados na legislação.

Documentação Exigida:

a) Requerimento para Fiscalização de Produtos Agropecuários;


b) Certificado de registro do estabelecimento importador;
c) Certificado de origem e de análise do produto;
d) Certificado de Tempo de Envelhecimento, quando for o caso;
e) Certificado de inspeção de importação que autorizou a
comercialização do produto dentro do período que o dispense de
coleta de amostra, quando for o caso;
f) Termo de responsabilidade, quando dispensada a coleta de
amostra;
g) Requerimento para importação sem fins comerciais, homologado
pelo órgão fiscalizador, quando for o caso;
h) Comprovante de tipicidade e regionalidade do produto, quando for
o caso;
i) Comprovante da indicação geográfica do produto, quando for o
caso;
j) Documentação Aduaneira da mercadoria (LI ou LSI);
k) Cópia da Fatura (Invoice);
l) Cópia do Conhecimento ou Manifesto de carga;
m) Termo de Depositário.
Os documentos mencionados nos itens b, v, d, e, h e i devem ser
originais ou cópias validadas pelo órgão responsável pela emissão do
documento original ou cópias autenticadas. O certificado de origem e de
análise deve ser emitido por órgão oficial ou credenciado do país de origem, ou
seja, da produção da bebida, do vinho ou derivado da uva e do vinho.

Documentação Emitida

a) Termo de Fiscalização, autorizando o despacho;


b) Termo de Coleta de Amostra.

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