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Apost Eletrotermofoto Fabio Borges
Apost Eletrotermofoto Fabio Borges
ÍNDICE
Pag.
INTRODUÇÃO:
Som é toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano.
Onda: É toda perturbação que se propaga no espaço, afastando-se do ponto de origem. Propaga
energia e não matéria.
Qualquer objeto que vibra é uma fonte de som. As ondas sonoras podem ser geradas
mecanicamente, como por exemplo com o diapasão. Em fisioterapia / medicina se geram por meio dos
chamados transdutores eletroacústicos.
As ondas mecânicas perceptíveis ao ouvido humano estão compreendidas, aproximadamente,
entre as freqüências de 20 Hz a 20.000 Hz. Quanto maior a freqüência, mais agudo é o som; quanto
menor for a freqüência mais grave é o som.
Os sons de freqüências abaixo de 20 Hz e acima de 20.000 Hz são inaudíveis ao ouvido humano,
sendo denominados, respectivamente, infra-sons e ultra-sons.
A velocidade de propagação do som depende do meio onde ele se propaga e também da sua
temperatura. No ar, a 0ºC, a velocidade é de aproximadamente 330 m/s; a 20ºC, de aproximadamente
340 m/s.
O som, sendo onda mecânica, não se propaga no vácuo. Nos demais meios onde se propaga
pode sofrer reflexão, refração, difração e interferência.
Aproveitando este fenômeno, o homem desenvolveu o sonar dos navios (capaz de mapear o
fundo dos oceanos e localizar corpos móveis). Substituindo os feixes ultra sonoros por ondas
eletromagnéticas, aproveitando o mesmo princípio, o homem desenvolveu e aperfeiçoou o Radar. Hoje
já se utiliza corriqueiramente os ultra-sons para se verificar o desenvolvimento do feto na vida intra-
uterina ou o estado das vísceras e mal formações.
BIOFÍSICA
Propagação:
As ondas sonoras necessitam de um meio para se propagarem (líquidos, gases, e sólidos). Não se
propagam no vácuo.
A propagação da energia ultra sônica nos tecidos depende principalmente de dois fatores:
características de absorção do meio biológico e reflexão da energia ultra sônica nas interfaces
ticiduais[3].
A velocidade da onda ultra sônica é inversamente proporcional à compressibilidade de seu meio
de propagação, ou seja, em um meio mais compressível (ar) a transmissão é mais lenta, porque há mais
espaço entra as moléculas e assim podem ser facilmente comprimidas. Uma molécula percorre uma
distância relativamente longa antes de afetar a mais próxima. Por outro lado, líquidos e sólidos são
menos compressíveis porque suas moléculas ficam mais próximas umas das outras. Um pequeno
movimento já afeta a molécula subsequente, assim líquidos e sólidos têm velocidade de propagação
mais rápida[4].
Ondas de compressão/tração:
É o modo como se propagam pelo meio, as ondas ultra-sônicas[1, 4].
DIREÇÃO DE PROPAGAÇÃO
Impedância acústica:
Resistência oferecida pelos tecidos à passagem das ondas ultra sonoras. Cada tecido tem uma
impedância acústica diferente.
Reflexão:
Se dá quando uma onda emitida volta ao meio de origem, conservando sua freqüência e
velocidade. A reflexão em uma superfície, ocorre quando a impediência acústica dos meios forem
diferentes[3, 4, 11]. Se os dois meios possuírem a mesma impedância acústica isto não ocorrerá.
raio incidente raio refletido
superfície
5
Refração:
Se dá quando uma onda emitida, passa para outro meio (interfaces diferentes) sofrendo mudança
na sua velocidade, mas conservando sua freqüência. A onda de som penetra no tecido ou interface à
um ângulo (chamado de ângulo de incidência) e sai destes tecidos ou interface a um ângulo diferente
(ângulo de refração).
O feixe ultra-sônico deverá ser aplicado sempre perpendicularmente à superfície de tratamento,
pois um desvio maior que 15º do raio incidente com a linha perpendicular (∀ I) provoca um ângulo de
refração de maneira tal que, a onda incidente terá parte refletida e o restante refratada em direção
paralela a superfície ou interface, tornando o tratamento inócuo.
raio incidente raio refletido
∀ I
meio 1
meio 2
Absorção:
É a capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas ultra-sônicas, onde são
absorvidas pelo tecido e transformadas em calor. As proteínas são as que mais absorvem a energia
ultra sônica [3,4,12]. Garcia (1998) menciona que pesquisas realizadas mostraram que o coeficiente de
absorção aumenta quando se eleva a quantidade de proteína presente no meio condutor. Por isso
tecidos ricos em colágeno absorvem grande parte da energia do feixe ultra sônico que os atravessa.
Quanto maior a freqüência do ultra som, menor o comprimento de onda, maior será a absorção.
Consequentemente no ultra som de maior frequencia haverá maior interação das ondas sonoras com os
tecidos superficiais, fazendo com que haja uma menor penetração[4, 11].
Os dados referentes aos coeficientes de absorção apresentados na tabela acima nos mostram que
o ar e a água são os dois extremos com maior e o menor índice, respectivamente. Isto nos possibilita
deduzir que o ar é o meio de menor propagação da onda ultra sônica. Outro meio que merece destaque
é a gordura onde o coeficiente de absorção é baixo, decorrente da homogeneidade do tecido. Em todos
os meios podemos observar que a absorção é maior para frequências de 3 MHz, e isto decorre do fato
de que quanto maior a frequência menor o comprimento de onda, portanto o tempo de relaxamento das
estruturas sonadas (moléculas, fibras, células, etc) é menor, consequentemente absorvem maior
quantidade de energia[4].
Interfaces:
São as diferentes estruturas por onde trafegam as ondas ultra-sônicas durante a terapia; possuem
impedância acústica diferentes (ar, substância de acoplamento, pele, tecido conjuntivo, músculos,
ossos).
Efeito tixotropo:
Consiste na propriedade que apresentam os ultra-sons de “amolecerem” (transformar em estado
gelatinoso) substâncias em estado mais sólido[11]
Atenuação:
Quando se tem a penetração da onda ultra sônica no tecido orgânico, teremos perdas na
capacidade terapêutica do ultra som que irão acontecer, até chegar a um ponto chamado de atenuação,
ou seja a amplitude e intensidade diminuem a medida que as ondas de ultra-som sob sua forma de
feixe passam através de qualquer meio. Esta diminuição de intensidade é causada pela difusão de som
em uma meio heterogêneo, pela reflexão e refração nas interfaces e pela absorção do meio. O feixe tem
sua intensidade original reduzida pela metade a determinada distância, em determinados tecidos com
espessuras específicas.[4, 11].
Profundidade de penetração:
A profundidade de penetração é a distância (ou profundidade) a qual a intensidade sônica cai a
10% de seu valor original e serve para verificar se é possível esperar algum efeito terapêutico a esse
nível[11].
Tabela de Profundidade de Penetração.
MEIO 1 MHz 3MHz
- Tecido ósseo 7 mm -------
- Pele 37 mm 12 mm
- Cartilagem 20 mm 7 mm
- Tecido tendinoso 21 mm 7 mm
- Tecido muscular:
Feixe perpendicular 30 mm 10 mm
Feixe paralelo 82 mm 10 mm
- Gordura 165 mm 55 mm
- Água 38.330 mm 12.770 mm
Fonte: Hoogland, 1986.
Efeito Piezoeléctrico:
O ultra som é gerado por um transdutor. O transdutor é um dispositivo que transforma uma
forma de energia em outra. O transdutor mais comumente utilizado no ultra som transforma energia
elétrica em energia mecânica. Se uma pressão for aplicada em cristais de quartzo ou em outros
materiais policristalinos como o titanato zirconato de chumbo ou no titanato de bário se produzem
mudanças elétricas na superfície externa desse material piezoelétrico. Isto é conhecido como efeito
piezoelétrico[11]. Um cristal piezoelétrico tem a propriedade de mudar de espessura se uma voltagem
for aplicada através de sua substância, ou seja, ele irá alternadamente ficar mais espesso e mais
delgado, em comparação com sua espessura em repouso, emitindo com isso ondas sonoras. Guirro &
Guirro (1996) afirmam que o PZT varia sua forma na dependência do pulso elétrico ser positivo (altera
sua espessura) ou negativo (altera seu diâmetro).
Foi descoberto por Pierri e Jacques Curie, em 1880[4].
À medida que a face frontal do transdutor se desloca para trás e para a frente, regiões de
compressão e rarefação se afastam desta parte, formando uma onda ultra sônica. [12]
8
Os cristais de quartzo não são mais utilizados no Brasil. Eles necessitam de uma voltagem alta
para emitiram ondas sonoras[56]
Modelo de cristal
de PZT utilizado no
ultra som
OBS.1: Atualmente os cristais utilizados nos aparelhos de ultra-som são os cristais cerâmicos, e
os mais empregados no mundo inteiro são os de PZT (Titanato Zirconato de Chumbo). A liga entre
chumbo, zircônio e titânio é um excelente sintético pela sua durabilidade e eficiência em converter
corrente elétrica em vibrações mecânicas, ou seja, os cristais cerâmicos possuem maior estabilidade
estrutural, maior rendimento acústico, maior resistência à queda (menos sensíveis a choques
mecânicos), e menor preço. Possuem ainda a capacidade de manter suas propriedades piezoeletricas
quando, em uso, atingir temperaturas mais altas [11].
Os cristais de quartzo não são mais utilizados no Brasil. Eles necessitam de uma voltagem alta
para emitiram ondas sonoras[11]
OBS.2: Os efeitos piezoelétricos no corpo humano são observados especialmente no tecido
ósseo, nas fibras de colágeno e proteínas corporais. É possível que esses efeitos influenciem nos
efeitos biológicos do ultra som.[11]
Ondas estacionárias
Ondas estacionárias poderão ocorrer se parte das ondas de ultra-som viajando através do tecido,
forem refletidas por uma interface entre meios com impedância acústica diferentes. E se as ondas que
incidem na interface são refletidas se tornam superpostas a tal ponto que seus picos de intensidade se
somam. [3,12]
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Campo próximo / distante[1, 3, 11, 12]
Pode-se distinguir duas áreas de um feixe ultra sônico: campo próximo (zona de Fresnel) e
campo distante (zona de Fraunhofer).
O campo próximo possui uma pequena covergência e caracteriza-se por fenômenos de
interferência no feixe ultra sônico que podem conduzir a picos de intensidade que podem causar lesões
tissulares, ou seja, o feixe ultra sônico neste campo possui alta taxa de não uniformidade (alta BNR),
pois existem pontos onde ocorrem alta intensidade e pontos onde ocorrem baixa intensidade, podendo
prover picos de até 5 a 10 vezes maiores que o valor ajustado no aparelho (às vezes picos 30 vezes
mais altos).
O campo distante caracteriza-se por uma baixa taxa de não uniformidade do feixe (baixa BNR),
ou seja, ocorrem ausência quase total de fenômenos de interferência e o feixe é mais uniforme (possui
grande divergência). E a intensidade diminui gradualmente ao aumentar a distância do transdutor.
Para que se possa minimizar o efeitos de picos de intensidade no campo próximo e prover
segurança no tratamento deve-se movimentar o cabeçote durante a aplicação do ultra som, pois isso
torna o campo mais homogêneo (mais uniforme).
Nas aplicações de ultra-som subaquático deve-se evitar o campo distante aproximando o
cabeçote da superfície a ser tratada, pois como no campo próximo há pontos de alta e baixa
intensidade, há a facilitação da complacência dos tecidos (células, moléculas, etc), ou seja, os picos de
intensidade que ocorrem em algumas estruturas orgânicas são repassados para as estruturas vizinhas
onde a intensidade está menor, com isso haverá um equilíbrio entre as doses de ultra som na região
sonada. Isto não ocorre no campo distante, pois como não há áreas com pontos de alta e baixa
intensidade não ocorrerá a distribuição das doses recebidas entre os tecidos (complacência tecidual)
para que haja um equilíbrio da energia sônica recebida, e com isto poderá haver risco de lesão.
Quando se usa o ultra som no método direto sobre a pele o efeito de "alta intensidade" do campo
distante não traz risco de lesão, pois este efeito é minimizado pela atenuação do feixe nas estruturas
orgânicas à medida que penetra (absorção), Em virtude disto, as ações terapêuticas serão produzidas
principalmente no campo próximo.
O comprimento do campo próximo depende do diâmetro do “cabeçote” e do comprimento de
onda. No ultra som de 1 MHz com um cabeçote usual de 5 cm2, o campo próximo tem uns 10 cm de
comprimento, e para um cabeçote de 1 cm2 o campo próximo mede uns 2 cm de comprimento. No
ultra som de 3 Mhz o campo próximo é três vezes maior, já que o comprimento de onda é
proporcionalmente menor.
Na teoria, o valor do BNR (coeficiente de não uniformidade do feixe) não pode ser menor que 4,
isto quer dizer que sempre deve levar-se em conta a possibilidade de picos de intensidade pelo menos
4 vezes superiores aos valores ajustados. O valor do BNR em cabeçotes bem fabricados situa-se entre
5 e 6.
CAMPO DISTANTE
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PROPRIEDADES DO ULTRA-SOM TERAPÊUTICO
- Os ultra-sons têm a propriedade de prevenir contra toda e possível lesão, em algumas regiões
do corpo, por meio da dor perióstica (quando há uma cavitação instável na superfície óssea), que se
manifesta sempre antes de ocorrerem lesões irreversíveis.
- O som na faixa dos megahertz (MHz) não se desloca através do ar[12]. Portanto, quando um
indivíduo está sob tratamento, torna-se essencial (para que o procedimento seja eficaz) a inexistência
de ar entre o transdutor e a pele dele. O método mais comum para evitar este “ar” consiste no uso de
um meio de “contato”, que é uma fina camada de gel ou óleo aplicada à pele antes do tratamento. O
requisito principal para que o agente sirva como meio de acoplamento é que ele tenha uma impedância
acústica similar à da pele (minimiza a reflexão). Para a superfícies do corpo muito irregulares pode-se
usar água num reservatório, e tanto o membro a ser tratado como o transdutor ficam em baixo d’água.
- A área de radiação ultra sônica do cabeçote corresponde a área do cristal onde há emissão de
ondas sonoras, e chama-se ERA (Área Efetiva de Radiação). A ERA é sempre menor que a área
geométrica do cabeçote. E além disso devemos saber que se houver defeito na colagem do cristal ao
cabeçote (diafragma) e ocorrerem espaços vazios a radiação emitida será ainda menor.
- Em virtude do ultra som (com frequência na faixa dos megahertz) não se propagar através do
ar, ocorre intensa reflexão do som caso não haja nenhuma substância à frente do cabeçote quando o
aparelho for ligado. E esta reflexão faz com que o som volte para a região do cristal, podendo trazer
alterações estruturais no equipamento.[12]
- No implante metálico 90 % de radiação ultra-sônica que chega é refletida e concentra-se nos
tecidos vizinhos (ondas estacionárias). Pôr não se saber qual a quantidade de energia ultra-sônica que é
absorvida por estes tecidos, alguns profissionais contra-indicam este procedimento para se
resguardarem de possíveis acidentes que poderiam causar lesões, mesmo utilizando intensidade dentro
da faixa terapêutica. O ultra-som não aquece o implante metálico (Andrews e col. 2000). Situação
semelhante à descrita acima ocorre na superfície óssea, com 30% de reflexão das ondas ultra-sônicas.
Entretanto, Garavello et al (1997) ao pesquisarem, concluíram que o implante metálico pareceu não
induzir a temperaturas excessivamente altas, nem a qualquer outro efeito deletério nos tecidos
circunvizinhos.
- O ultra-som terapêutico normalmente é construído com freqüência de 1 e/ou 3 MHz.
Atualmente a indústria de aparelhos de ultra som voltados para tratamentos estéticos fabricam também
aparelhos com frequência de 5 MHz.
* 1MHz - Lesões profundas
* 3 MHz e 5 MHz - Lesões superficiais
OBS.1.: No tocante à profundidade de penetração, há os seguintes relatos de autores:
1) 1 MHz:
- Segundo Hoogland (1986) penetra cerca de 3 a 4 cm
- Gann (1991) e Draper (1996) mencionam uma profundidade de 2,5 cm a 5 cm
2) 3 MHz:
- Segundo Hoogland (1986) e Draper (1996) penetra cerca de 1 a 2 cm.
- Segundo Gann (1991) penetra menos de 2,5 cm
Suporte
H 2O
Cone metálico
0.000
- A redução das doses na utilização do ultra som pulsado, e consequentemente o pouco calor
gerado, permite aumentar a intensidade na superfície corporal e portanto o efeito do tratamento de
estruturas tissulares mais profundas[11].
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EFEITOS FISIOLÓGICOS
1) Efeito mecânico [3, 11, 16]
Chamado de micromassagem celular, e é responsável por todos os efeitos da terapia ultra sônica.
Esses efeitos são obtidos tanto no modo contínuo quanto pulsado, e dependendo da intensidade usada
para tratamento, esses efeitos podem ter um influência favorável ou não sobre os tecidos.
A micromassagem dos tecidos se deve às oscilações provocadas pelo feixe ultra-sônico que os
atravessa. A movimentação dos tecidos aumenta a circulação de fluidos intra e extracelulares,
facilitando a retirada de catabólitos e a oferta de nutrientes.
2) Aumento da permeabilidade da membrana[3, 4, 11, 12, 16]
Alteração no potencial de membrana e aceleração dos processos osmóticos (difusão), e
conseqüente aumento do metabolismo. Ocorre não só pelo efeito de aquecimento como também pelo
efeito não térmico do US. Este efeito é a base para fonoforese.
EFEITOS TERAPÊUTICOS
1) Anti-inflamatório[3, 4, 12, 18]
Segundo Gonçalves & Parizotto (1998) a utilização do ultra som na terapia de reparação cutânea
tem ação importante sobre as diversas fases do processo inflamatório. Sua ação na fase inflamatória
inicial da reparação é uma aceleração do processo, aumentando a liberação de fatores de crescimento
pela desgranulação dos mastócitos, plaquetas e macrófagos. O ultra som atuaria como um acelerador
do processo inflamatório, portanto não como anti-inflamatório. Afirmam ainda que o que se pode
definir como efeitos já confirmados do ultra-som sobre o processo inflamatório e a reparação tecidual
é a possibilidade de potencializar ou inibir a atividade inflamatória dependendo da geração de radicais
livres nos tecidos. Ou por ação direta ou por meio da circulação sanguínea, existe mediação do ultra
som sobre a inflamação, alterações na migração e função leucocitárias, aumento na angiogênese, na
síntese e maturação de colágeno e também na formação do tecido cicatricial.
O ultra som estimula a liberação de grânulos pelos mastócitos, e são estes grânulos que contêm
os agentes quimiotáxicos. A desgranulação dos mastócitos pode ser iniciada pelo aumento intracelular
de íons cálcio. Perturbações da membrana celular, induzidas pelo ultra som, podem aumentar o influxo
de cálcio nos mastócitos. Os monócitos apresentam uma atividade fagocitária, mas a sua principal
função parece ser a liberação de substâncias quimiotáxicas e de fatores de crescimento, que são
essenciais para a formação do tecido de reparação.
Há um consenso no sentido de que o ultra som pode acelerar a resposta inflamatória,
promovendo a liberação de histamina, macrófagos, monócitos, além de incrementar a síntese de
fibroblastos e colágeno.
Na fase inflamatória do reparo tecidual há interação com vários tipos de células (plaquetas,
mastócitos, macrófagos, neutrófilos) que entram e saem do local lesionado, levando à aceleração do
reparo.
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Como consequência do aumento da circulação sanguínea há um fator de aumento da ação de
defesa (elementos fagocitários do sangue)
2) Analgésico[3, 11]
Justifica-se por alguns fatores: aumento do limiar de dor com ação nos nervos periféricos;
eliminação de substâncias mediadoras da dor como consequência do aumento da circulação tissular;
normalização do tônus muscular; bloqueio da condução nervosa, etc
3) Fibrinolítico / Destrutivo[11]
Tem por base a ação tixotrópica do ultra som
5) Reflexo[4, 11]
Tratamento segmentar. Estimulando-se uma região distante da área alvo em tratamento, como
por exemplo em casos de lombociatalgia atuando-se somente na região lombar
DOSIMETRIA
A dosimetria é o produto da intensidade do estímulo pela duração do tratamento.
15
Devemos tomar por base a tabela de redução de 50% da potência para que possamos calcular a
dose eficaz de ultra som que atingirá a estrutura a ser tratada.
Intensidade[11]:
Para a determinação da intensidade correta, em cada caso, devemos tem em mente a dose ideal
que deverá chegar no lugar dos tecidos afetados, levando-se em consideração a atenuação das ondas
sonoras nos tecidos superficiais à área da lesão (pele, tecido subcutâneo, gordura, músculos, etc)
Em qualquer caso, o paciente não pode sentir sensações desagradáveis ou dolorosas. È permitida
uma leve excitação. Se por consequência do tratamento aparecer dor de cabeça, desmaios, fadiga e/ou
outras reações do Sistema Nervoso Autônomo a terapia posterior deve ser administrada numa
intensidade mais baixa.
Quando se usam ultra som pulsado ou contínuo com alta intensidade pode sentir-se uma reação
de calor. Só é permitida uma leve sensação de calor.
- EXEMPLOS DE TRATAMENTO:
- Exemplo 1: Se um feixe ultra-sônico de 1 w/cm2 passar por 50 mm (5 cm) de gordura sua
intensidade cai na metade, ou seja, cai para 0,5 w/cm2 (de acordo com a tabela acima).
- Exemplo 2:
Obs.: Ao passar por 20 mm de gordura a intensidade cairá de 2 w/cm2 para 1,6 w/cm2 (atenuação
de 20% = 0,4 w/cm2); ao passar por 9 mm de músculo sua intensidade cairá de 1,6 w/cm2 para 0,8
w/cm2 (atenuação de 50% = 0,8 w/cm2); ao passar por 3 mm de tendão sua intensidade cairá de 0,8
w/cm2 para 0,6 w/cm2 (atenuação de 25% = 0,2 w/cm2). Neste exemplo estaria chegando na bursa, 0,6
16
w/cm2 de dose de US, após acontecerem as atenuações nos tecidos localizados a cima da área
lesionada.
-Exemplo 3:
Qual seria a freqüência ideal do ultra som para realizarmos tratamento de tecido cicatricial, em
região lateral de quadril, após cirurgia de artroplastia total de quadril?
Obs.: A freqüência ideal é de 3 MHz, se levarmos em consideração que há intensa absorção na
pele e nas camadas superficiais até uma profundidade mínima de 1 cm de tecido muscular. E a
vantagem está em não se atingir nem a prótese e nem o cimento, considerando-se que a intensidade
nestes locais será desprezível, utilizando-se 3 MHz.
- Os aspectos terapêuticos relacionados a ação do ultra som de 3 MHz na estética têm por base a
barreira imposta pela pele, à penetração das ondas sonoras. Pois como as afecções relacionadas à
estética são praticamente superficiais, a transposição das ondas sonoras através da pele torna-se
relevante. Guirro & Guirro (1996) relatam que a estrutura da pele pode ter cerca de 0,5 a 4 mm de
espessura. E suas sub-áreas anatômicas como a epiderme e a derme têm cerca de 0,12 mm e 2 mm de
espessura, respectivamente. Portanto, levando-se em conta a tabela de redução de 50 % da potência do
US[11], as ondas sonoras do US de 3 MHz atenuariam cerca de 26,5%, após terem passado na epiderme
e derme.
UTILIZAÇÃO PRÁTICA
- É imprescindível que promovamos um perfeito acoplamento entre o cabeçote e a pele do
paciente, utilizando uma substância que apresente uma impedância acústica próxima à do tecido
humano, do contrário irá persistir uma delgada lâmina de ar, imperceptível ao olho desarmado, entre o
cabeçote e a pele, formando uma interface que irá refletir, quase que totalmente, o feixe ultra-sônico,
ou seja, o objetivo do acoplamento é substituir alguma quantidade de ar existente entre o transdutor e a
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parte que está sendo tratada, com um material cuja impedância acústica está entre a do metal do
transdutor e a da superfície da pele.[5, 4, 11].
- Segundo Guirro & Guirro (1996), as formulações em gel apresentam uma porcentagem de
transmissão maior do que na forma de creme ou unguento. Andrews e col. (2000) relatam que os
agentes acopladores utilizados comumente são os geis preparados comercialmente, a água e o óleo
mineral, mas que os géis são mais eficientes na transmissão das ondas sonoras e na elevação da
temperatura tecidual até níveis terapêuticos.
- Segundo Casarotto (2000), a água e o gel apresentam os menores coeficientes de reflexão e
atenuação, os maiores coeficientes de transmissão e uma impedância acústica mais próxima da pele,
gerando uma reflexão menor nesta interface.
- Segundo Hoogland (1986), a intensidade máxima que pode ajustar-se para o ultra som
contínuo é de 3 W/cm2. Para o ultra som pulsátil, a intensidade (máxima) pode elevar-se a 5 W/cm2 em
alguns equipamentos[11]. Entretanto, na prática clínica recomenda-se que o ultra-som contínuo deva ser
usado até 2 w/cm2 pois senão ocorrerá lesão de estruturas superficiais. E o ultra som pulsado
recomenda-se usar até 3 W/cm2 . Entretanto atualmente os fabricantes têm construídos seus aparelhos
com intensidades que vão somente até 2 W/cm2[4].
- O ultra-som pulsado consegue atingir estruturas mais profundas porque a potência máxima
utilizada é maior que no ultra-som contínuo; e pode ser usado na inflamação aguda pois é considerado
“atérmico”[11].
- Antes de ser utilizado o ultra-som, torna-se necessário submeter o aparelho a um teste para
verificar se ele realmente está gerando a energia necessária para a terapêutica. É clássico, neste caso, a
Prova da Névoa, que consiste na colocação de algumas gotas de algum líquido (água, álcool, soro
fisiológico, etc.) sobre a superfície do cabeçote e, após ajustarmos o controle de potência (1 watt/cm2
em equipamentos novos, ou mais, em equipamentos mais antigos), deve haver a formação de uma
“névoa” fina sobre a superfície do cabeçote (a água não ferve, há uma super agitação das moléculas)
(pode não haver formação de névoa em aparelhos velhos ou que tenham fraca saída de ondas ultra-
sônicas no cabeçote).
- O uso do redutor “facilitaria” o tratamento em áreas de difícil acesso ou irregulares
(extremidades). Mas está totalmente desacreditado pela maioria dos profissionais, e caiu em desuso,
pelo fato de existir a possibilidade de ficar uma bolha de ar entre o cabeçote e o redutor, que reduziria
muito a eficácia da terapêutica, além de não retransmitir toda a energia ultra sônica que sai do
cabeçote. Atualmente tem-se utilizado cabeçotes construídos com a “forma reduzida”, do tipo
convergente, que possuem também a redução do tamanho da ERA
- Nas aplicações que utilizam água (subaquática, bolsa d’água), deve-se ter a preocupação de
utilizar água fervida para que ela perca os gases que nela estão dissolvidos (desgaseificada), pois a
formação de bolhas na superfície do cabeçote constituir-se-á em uma interface que refletirá, quase que
totalmente o feixe ultra-sônico. E uma vez fervida, deve-se evitar agitar a água para que ela não
absorva novamente os gases[11]
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- Na técnica subaquática o cabeçote do ultra-som pode ser submergido na água sem problemas,
pois os aparelhos nacionais que se conhecem são blindados e indicados para utilização subaquática
(entretanto deve-se verificar as especificações técnicas do aparelho através do manual).
- Hoogland (1986) menciona uma guia de intensidade para o ultra som contínuo:
* 0,3 w/cm2 - intensidade baixa
* 0,3 - 1,2 w/cm2 - intensidade média
* 1,2 - 3 w/cm2 - intensidade alta
- No caso do ultra som pulsado deve considerar-se um valor médio. Por exemplo, o ultra som
pulsátil de 1 w/cm2 na relação 1:5 equivale ao ultra som contínuo de 0,2 w/cm2[11] .
- Esta é a aplicação mais perfeita por suas propriedades ideais de acoplamento (a água permite
perfeito acoplamento, mas é pouco utilizada pela incomodidade e perca de tempo).
- Utiliza-se um recipiente (plástico ou vidro) de tamanho suficiente para conter a água e o
segmento a ser tratado.
- Normalmente os cabeçotes são blindados para a aplicação subaquática.
- De preferência deve-se ferver a água antes, visto que de outra forma o ar presente poderá
depositar-se em forma de bolhas sobre a superfície transdutora e da área a ser tratada. Como o ar é um
péssimo meio de propagação de energia ultra-sônica, deve-se sempre eliminar bolhas de ar residuais.
- Não há necessidade, nem é importante que o cabeçote toque a pele do paciente, podendo ficar a
1 ou 1,5 cm de distância
- Caso haja necessidade da mão do operador ser submersa na água durante o tratamento, poder-
se-á calçar uma luva cirúrgica de borracha. Esta medida previne o fisioterapeuta de absorver reflexões
do ultra som dentro da água (o ar retido pela luva forma uma boa camada reflexiva entre a luva e a
pele do fisioterapeuta) e também reduz a possibilidade de uma infecção cruzada, no caso de feridas
abertas.
- De preferência deve-se ferver a água antes, visto que de outra forma o ar presente poderá
depositar-se em forma de bolhas sobre a superfície transdutora e da área a ser tratada. Como o ar é um
péssimo meio de propagação de energia ultra-sônica, deve-se sempre eliminar bolhas de ar residuais[47,
56]
.
20
c) BOLSA DE ÁGUA[4, 11]
- Nesta técnica é utilizado uma bolsa plástica ou de borracha (luva) cheia de água fervida, que é
colocada sobre a região a ser tratada, e onde é passado o cabeçote do ultra-som.
- Deve-se utilizar uma substância de acoplamento entre a pele e a bolsa, e entre a bolsa e o
cabeçote.
- Alguns profissionais contra-indicam esta técnica porque as interfaces formadas por substância
de acoplamento - plástico - água - plastico - substância de acoplamento - pele prejudicariam a
propagação do feixe ultra-sônico (como se quiséssemos introduzir profundamente no corpo). Esta
técnica produz intensa atenuação.
4) Celulite[4]
* DEFINIÇÃO:
É a gelificação da substância fundamental amorfa, decorrente de alterações endócrino,
metabólicas e circulatórias, que leva a fibrose com consequente compressão de artérias e nervos,
isquemia e bloqueio de funções.
Trata-se de um tecido pouco oxigenado, subnutrido, desorganizado e sem elasticidade, resultante
de um mal funcionamento do sistema circulatório e das consecutivas transformações do tecido
conjuntivo.
Chamada também de Fibro edema geloide; Lipodistrofia ginoide.
* HISTOLOGIA
Primeira fase:
- Caracteriza-se por hipertrofia das células adiposas, por acúmulo de lipídios, com deslocamento
do núcleo celular para a periferia.
- Ocorre dificuldade na drenagem do liquido intercelular provocando inundação, a área fica
congestionada. A persistência desta congestão comprime os vasos, que dilatam-se para suprir a
deficiência do fluxo de sangue.
23
- A dilatação e distensão da rede venosa aumentam sua permeabilidade provocando
extravasamento de líquido seroso no tecido conjuntivo aumentando a pressão, a congestão e os
fenômenos de bloqueio (círculo vicioso)
Segunda fase:
- O líquido lançado no tecido conjuntivo desempenham papel de corpo estranho neste tecido,
provocando reações químicas, e tentativas de defesa contra esses elementos anormais.
- Ocorre o espessamento dos septos interlobulares, proliferação das fibras colágenas, que
espessa-se e adquire uma consistência gelatinosa
Terceira fase:
- A densificação do meio conjuntivo irrita as fibras do tecido, dissocia-as em fibrilas,
provocando sua rápida mutilação.
- Origina-se um verdadeiro tecido fibroso, envolvendo e comprimindo todos os elementos do
tecido conjuntivo, artérias, veias e nervos, formando uma verdadeira barreira a todas trocas vitais (fase
considerada irrerversível).
Quarta fase:
- Nota-se o espessamento do tecido conjuntivo interadipocitário. O tecido fibroso torna-se
esclerosado, isto é, um tecido muito duro, firme, estanque, aprisionando nas suas malhas os produtos
nutritivos, residuais, a água e os lipídios.
- Nesta fase as lipases não conseguem chegar até os adipócitos.
- O endurecimento tecidual produz-se uma irritação contínua nas terminações nervosas,
resultando em dores a palpação.
* ETIOPATOGENIA:
Fatores predisponentes: Genéticos, idade, sexo, e desequilíbrio hormonal.
Fatores determinantes: Estresse, fumo, sedentarismo, desequilíbrios glandulares, pertubações
metabólicas do organismo em geral (diabetes), maus hábitos alimentares, disfunção hepática.
* ESTÁGIOS DA CELULITE:
Grau 1:
É aquela que é percebida somente através da compressão do tecido entre os dedos ou da
contração muscular voluntária. Assim sendo, a celulite ainda não é visível somente a inspeção, e não
há alteração da sensibilidade a dor.
Grau 2:
As depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, sujeitas, portanto a ficarem
ainda maris aprerentes mediante a compressão dos mesmos. Com a luz incidindo lateralmente, as
margens são especialmente fáceis de serem delimitadas (aspecto de “casca de laranja”), já havendo
alterações da sensibilidade.
Grau 3:
Esta já é observada tanto na posição deitada, como sentada ou em pé. A pele fica enrugada e
flácida. A aparência da pele, por apresentar-se cheia de relevos, assemelha-se a um “saco de nozes”, a
sensibilidade a dor está aumentada e as fibras do conjuntivo estão quase totalmente danificadas.
24
Grau 4:
Os nódulos gordurosos tornam-se muito volumosos. Estão endurecidos e sensíveis ao toque,
além de ocorrer uma retração tecidual ao redor da célula, provocando grandes depressões na superfície
da pele. As pernas tornam-se pesadas, geladas, inchadas e muitas vezes doloridas.
* TRATAMENTO
- Na avaliação e tratamento da celulite podemos empregar alguns métodos:
1. Palpação
2. Termografia[30] - O método utiliza placas flexíveis, compostas de cristais termosensíveis de
colesterol, cuja função é avaliar e classificar o fibro edema geloide de acordo com a temperatura
cutânea surperficial, diretamente relacionada com alterações circulatórias ocasionadas pelo distúrbio.
Após o contato placa-pele por alguns segundos, surge um "mapa" de cores, indicando diferença de
temperaturas em áreas localizadas da superfície cutânea. A imagem que surge pode ser homogênea ou
não. De maneira geral, quanto mais uniforme for a imagem, com coloração verde ou rosada, menor é o
envolvimento circulatório da área, que clinicamente corresponderia ao grau I ou ausência de fibro
edema gelóide. Já zonas que indicam hipotermia, que no exame aparecem como zonas escuras
("buracos negros" ou "pele de leopardo"), indicam um grau mais avançado.
Embora o exame seja inóculo, por se tratar de uma avaliação não-invasiva, como método
de avaliação único não é seguro, por fatores externos e internos podem alterar significativamente o
resultado do exame, como por exemplo: exposição solar, febre, tabagismo, época do ciclo menstrual,
temperatura e umidade da sala de exames.
3. Bioimpedância[30]
4. Subcisão[30] - Técnica cirúrgica usada para tratar as depressões do relevo cutâneo. Atua a nível
dermo-hipodermo, deslocando as fibras de alto teor fibrótico. Pode ser realizado a nível ambulatorial.
Após anestesia, um estilete especial em forma de agulha é introduzido. Após inserido, é movimentado
“em leque”, seccionando os septos fibrosos, até que deslizem livremente pelo tecido
As principais sequelas decorrentes da cirurgia, tratadas com US, são as fibroses nodulares
(nos pontos de incisão) e cicatrizes hipertróficas. Guirro & Guirro (2002), orientam uso do US após 24
horas, com frequência de 3 MHz, com intensidade de 0,4 w/cm2 a 0,6 w/cm2 no modo contínuo ou
pulsado a 50%. O uso do US destina-se a atenuar os hematomas e diminuir a incidência de fibroses
5.Mesoterapia (intradermoterapia)[30] - Consiste em múltiplas injeções intradérmicas de
substâncias farmacologicas compostas de enzimas, vasodilatadores e de substâncias que auxiliam o
metabolismo do tecido conjuntivo.
6. Fonoforese[30] - Utiliza-se o ultra som de 3 MHz no modo contínuo. O uso do ultra som na
celulite está vinculado aos seus efeitos fisiológicos associados à sua capacidade de veiculação de
substâncias através da pele (fonoforese). Dentre outros efeitos, podemos destacar a neovascularização
com consequente aumento da circulação, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas,
melhora das propriedades mecânicas do tecido, e a ação tixotrópica nos nódulos celulíticos.
A dose deve ser cuidadosamente selecionada, uma vez que as enzimas de difusão utilizadas na
fonoforese se desnaturam em altas temperaturas, visto que a onda contínua é mais indicada para esta
técnica.
CONTRA INDICAÇÃO
Deve-se ter em mente que, como qualquer recurso terapêutico, os ultra-sons também
apresentam restrições à sua utilização. O quadro clínico do paciente ou o perfil de sua patologia,
aliados ao bom senso do fisioterapeuta, é que decidirão pelo impedimento ao uso. As contra-indicações
mais flagrantes são:
25
1) Áreas com insuficiência vascular[3, 16, 20]
Embora a intensidade que chegaria ao útero fosse mínima, haveria uma tendência a se tratar a
situação com segurança, pois os efeitos do US sobre tecidos em crescimento são desconhecidos. Em
virtude disto, havendo a possibilidade de cavitação no líquido amniótico e ocorrência de malformações
no feto, as aplicações no útero grávido estão limitadas. Além disso, deve-se evitar também o
tratamento de tecidos segmentários correspondentes ao estado gravídico, para evitar qualquer
anomalia.
Pode ocorrer mudança no potencial de ação e pode alterar as propriedades contráteis do músculo
cardíaco.
Guirro & Guirro (1996) e Garcia (1998) mencionam que o ultra som provocaria ossificação
precoce e interferiria no crescimento ósseo
Pessina e Volpon (1999) em pesquisa realizada com ultra som na cartilagem de crescimento de
coelhos não verificou alterações morfológicas ou funcionais da cartilagem de crescimento.
Hoogland (1986) afirma que estas regiões ocupavam antes um dos primeiros lugares na lista de
contra indicações, mas que aplicações com ultra som pulsátil e com baixa intensidade podem ser
utilizadas em pacientes com idade abaixo de 18 anos.
7) Testículos/gônadas[11, 12]
Poderiam ocorrer reações desconhecidas.
9) Osteoporose[16]
Garcia (1998) menciona que não há documentação científica adequada sobre o caso. Mas o que
se vê na prática clínica é a ausência de malefícios advindos da utilização do ultra som em pacientes
com osteoporose.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
1- Michlovitz, Susan L. - THERMAL AGENTS IN REHABILITATION - F. A. Davis Co - 3ª Ed. Philadelphia – 1996
2- Guyton, A. C.- FISIOLOGIA HUMANA - Ed. Guanabara - 1988
3- Kottke, F.J., Lehmann J.F. - TRATADO DE MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO DE KRUSEN - Ed Manole - 1994 -
pp. 305-323
4- Guirro, E. e Guirro, R. - FISIOTERAPIA EM ESTÉTICA - FUNDAMENTOS, RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed
Manorle - 2ª Ed. - 1996 - pp. 116-129; 222-223
5- Gutman, A.Z., - FISIOTERAPIA ATUAL - Ed Pancast- 1989
6- Omote, N. FÍSICA - Ed. Moderna - 1982.
7- Machado, Clauton M. – ELETROTERMOTERAPIA PRÁTICA – Pancast Ed. - 1991
8- Pauline M. Scott - CLAYTON’S ELECTROTHERAPY E AND ACTINOTHERAPY - Ed. Jims – Barcelona - 1972
9- Guerino, M. R., Luciano, E., Gonçalves, M. e Leivas, T. P. - APLICAÇÃO DO ULTRA SOM PULSADO
TERAPÊUTICO SOBRE A RESISTÊNCIA MECÂNICA NA OSTEOTOMIA EXPERIMENTAL - Revista Brasileira de Fisioterapia
- Vol. 2, Nº 2 (1997) - Associação Brasileira de Fisioterapia.
10- Lucena, Carlos – TERMOTERAPIA HIPER HIPO – Ed. Lovise - 1990
11- Hoogland, R. – TERAPIA ULTRASÔNICA – ENRAF NONIUS – Delft, Holanda. 1986
12- Young, S.- TERAPIA POR ULTRA SOM (em ELETROTERAPIA DE CLAYTON - Kitchen, S. e Bazin, S.) 10ª Edição
- Ed. Manole - 1ª Edição brasileira - São Paulo – pp. 235-258 - 1998
13- Garavelo, I.; Mazzer, N.; Barbieri, C.H., Andrade, J.M.- EFEITOS TÉRMICOS DO ULTRASOM TERAPÊUTICO
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– Junho / 1997 – PP. 473-479
14- Pessina, A. L. e Volpon, J. B. – APLICAÇÃO DE ULTRA SOM TERAPÊUTICO NA CARTILAGEM DE
CRESCIMENTO DO COELHO – Rev Bras Ortop – Vol. 34 n° 5 – Mai 1999 – pp: 347-354
15- Guirro, R. , Elias, D. , Serrão, F. e Bucalon, A. J. – DOSIMETRIA DE APARELHOS DE ULTRA-SOM
TERAPÊUTICO UTILIZANDO BALANÇA SEMI-ANALÍTICA – Rev. Bras. De Fisioterapia vol.1 n°2, 1996 – pp. 79-82
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27
17- Zorlu, U., Tercan, M., Ozuyazgan, I., Tasdan, I., Kardas, Y., Balkar, F., Oztürk, F. - COMPARATIVE STUDY OF
THE EFFECT OF ULTRASOUND AND ELECTROSTIMULATION ON BONE HEALING IN RATS - American Journal of
Physical Medicine Rehabilitation - Vol. 77 n° 5 - September/october 1998 - pp. 427-432
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FISIOTERAPIA - Revista Brasileira de Fisioterapia - V.3. N°1. p. 5-13 - 1998
19- Winter, W. R. - ELETROCOSMÉTICA - Ed. Vida Estética - 3ª Ed. 2001- p. 235
20- Andrews, R., Harrelson, G. L. & Wilk, K. E. - REABILITAÇÃO FÍSICA DAS LESÕES DESPORTIVAS - 2ª Ed. - Ed.
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21- Gann, N. - ULTRASOUND CURRENT CONCEPTS - Clin. Management - 1991 - 11: 64-69
22- Kramer, J. F. - EFFECT OF THERAPEUTIC ULTRASOUND INTENSITY ON SUBCUTANEOUS TISSUE
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23- Bare, A. C., McAnaw, M. B., Pritchard, A. E. et al - PHONOPHORETIC DELIVERY OF 10% HYDROCORTISONE
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Therapy - 76:738-747 - 1996
24- Cameron, M. H. and Monroe, L. G. - RELATIVE TRANSMISSION OF ULTRASOUND BY MEDIA CUSTOMARILY
USED FOR PHONOPHORESIS - Physical Therapy - 72:142-148 - 1992
25- Kramer, J. F. - ULTRASOUND: EVALUATION OF ITS MECHANICAL AND THERMAL EFFECTS - Arch. Phys.
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HUMAN CALF MUSCLES FOLLOWING APLICATIONS OF UNDERWATER AND TOPICAL GEL ULTRASOUND - Journal
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30- Guirro, E. C. O. & Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL - FUNDAMENTOS,
RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 3ª Ed. Revisada e ampliada - 2002
31- Tirrel, M. & Middleman, S. - Shear deformation effects in enzyme catalysis. - Biophys. J. - 23;121-8 - 1978
Apud Girro, E. C. O. & Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL - FUNDAMENTOS,
RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 3ª Ed. Revisada e ampliada - 2002
32- Stefanovic, V., Djukanovic, A., Bresjanac, M.. & Zivanovic, D. - Ultrasound in enzymes. - Experientia -
14:486-7 - 1960
Apud Girro, E. C. O. & Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL - FUNDAMENTOS,
RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 3ª Ed. Revisada e ampliada - 2002
33- Stefanovic, V., Kostic, I. L., Velasevic, K. & Zivanovic, D. - Effects of ultrasound and enzymes. - Bull. Soc.
Chim. - Belgrade - 24:175-8 - 1959
Apud Girro, E. C. O. & Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL - FUNDAMENTOS,
RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 3ª Ed. Revisada e ampliada - 2002
28
HISTÓRICO
O Galvanismo é a forma mais velha de eletroterapia. Em 1786, Galvani observou pela primeira
vez a contração dos músculos da pata de uma rã sobre uma placa metálica quando estalava uma
centelha entre os eletrodos de uma máquina elétrica de fricção. As experiências de Galvani tiveram o
duplo mérito de dar início ao estudo da Eletrofisiologia e de demonstrar que um músculo se contrai
sempre que fica sujeito à influência de uma diferença de potencial. Em 1870 Van Bruns investigou e
comprovou a ocorrência de traços de iodeto na urina, após um tratamento com a corrente galvânica.
Entre 1900 e 1912 Leduc demonstrou em experiência que poderia introduzir ions medicamentosos no
organismo animal (coelhos) provocando efeitos gerais[1, 60].
DEFINIÇÃO
É uma corrente contínua de fluxo de elétrons com direção e intensidade constante e com efeitos
polares.
É também conhecida como corrente direta, corrente constante, corrente contínua, corrente
voltaica, corrente unidirecional.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
t
FLUXO DE CORRENTE
O fluxo da corrente dentro da “bateria” se dá do negativo para o positivo. Entretanto é sabido
que no circuito elétrico externamente carregado, os íons convencionalmente fluem do polo positivo
para o negativo.
EFEITOS FISIOLÓGICOS
a) Produção de calor
Efeito Joule. O transporte da corrente elétrica através de íons produz calor e sua intensidade tem
relação direta com a resistência específica do meio utilizado.
b) Eletrólise (Dissociação)
Fenômeno pelo qual as moléculas se dividem em seus diferentes componentes químicos, pelo
fato de que cada um deles leva consigo uma carga elétrica diferente.
29
Por exemplo: Num meio contendo água (H2O), ao misturarmos cloreto de sódio (NaCl) e
submetermos essa mistura à ação da corrente galvânica ocorrerá uma dissociação eletrolítica do cloreto
de sódio em íons de cloro e íons de sódio.
E no exemplo ora citado ocorrerá o seguinte: o cloro sendo um ion eletricamente negativo, flui para o
polo positivo, perde sua carga elétrica e reagindo com a água produz uma reação ácida (HCl); o sódio,
sendo um ion eletricamente positivo, flui para o polo negativo, perde sua carga elétrica e reagindo
quimicamente com a água produz uma reação alcalina (OHNa).
NaCl
Na + - Cl
OH H
H2O
Corrente Galvânica
NaCl
OBS: Catodo -
NaOH + 2Na + 2H2O 2NaOH + 2H
- HCl
Anodo +
4Cl + 2H2O 4HCl + O2
H2O
c) Fenômeno do eletrotônus[1, 5]
A corrente galvânica altera a excitabilidade e condutibilidade do tecido tratado.
- Aneletrotônus (ocorre no polo positivo): depressão da excitabilidade, que leva a um alívio da
dor.
- Cateletrotônus (ocorre no polo negativo): aumento da excitabilidade, que facilita as atividades
específicas do tecido nervoso.
d) Vasodilatação
É devido à ação da corrente sobre os nervos vasomotores, e provoca uma hiperemia ativa[1]. A
hiperemia atinge também estruturas mais profundas, por ação reflexa. Com isso há um aumento da
irrigação sangüínea, acarretando maior nutrição tecidual profunda.
30
Segundo Andrews e col. (2000), o pH da pele debaixo do catodo torna-se gradualmente
alcalino à medida que íons positivos são atraídos na sua direção, enquanto a pele debaixo do anodo
sofre a reação oposta. E estas alterações químicas induzem uma vasodilatação reflexa,
presumivelmente com a finalidade de manter um pH homeostático.
e) Aumento do metabolismo
Decorrente da vasodilatação e consequente aumento da oxigenação e substâncias nutritivas na
região tratada.
g) Endosmose (Eletroendosmose)
Assim como os radicais químicos, as partículas fluidas também se deslocam e, por regra geral,
seu deslocamento se efetua do polo positivo para o polo negativo.
Esses fenômenos são basicamente utilizados em duas situações: a cataforese (polo -) para
amolecer cicatrizes e quelóides, e a anaforese (polo +) na facilitação da derivação de fluidos no edema.
Entretanto, são fenômenos considerados por alguns autores como inexpressivos, ou com pouca
finalidade terapêutica.
EFEITOS TERAPÊUTICOS
a) Analgesia
b) Estimulação nervosa
c) Antiinflamatório
d) Transtornos circulatórios
e) Iontoforese
CONTRA INDICAÇÕES
- Quando o paciente apresenta vertigens[1] durante o tratamento
- Quando o paciente apresenta irritabilidade cutânea
- Marca-passo
- Implantações metálicas no campo de aplicação
- Locais com solução de continuidade[11]
- Máscara de Bergoniere:
Confeccionada em material metálico flexível onde é colocada na hemiface com chumaço de
algodão embebido; na qual é conectado um dos pólos e o outro numa região do corpo para fechar o
circuito
- Eletroestimulação:
É realizado utilizando a corrente galvânica de forma interrompida, adotando como um dos
eletrodos uma caneta eletroestimuladora que interrompe a corrente provocando estímulos em
estruturas mioneurais. A caneta deve estar acoplada no polo negativo (estimulante)
- Banho Galvânico:
É uma forma de emprego da corrente galvânica que se destinam ao tratamento de processos
patológicos generalizados. Utiliza-se um recipiente com água onde é submergido o membro a ser
tratado, e coloca-se as placas no interior do recipiente, ou somente o polo positivo , ficando o polo
negativo no corpo do paciente, ou vice-versa. A vantagem da água é permitir contato homogêneo com
os tecidos e reduzir a resistência da pele, devendo para isto, estar com uma temperatura agradável. A
dosagem gira em torno de 15 a 30 mA, pode ser feito com duas cubas.
APLICAÇÕES CLÍNICAS
Artrite, artralgia, mialgia, neuralgia, neurite, ciatalgia, lombalgia, distensão, artrose, contusão,
transtornos tróficos, fibroses, hidratação dos tecidos, hipoestesia, plegias, Guillain-Barré, paralisia
facial, neuralgia do trigêmeo, lumbago, tendinite, bursite, escoliose, etc...
33
IONTOFORESE
DEFINIÇÃO
É um fenômeno físico que se caracteriza pela penetração de uma substância terapêutica
através da pele íntegra por intermédio da corrente galvânica. É também conhecida como ionização,
iontopenetração, dieletrólise, dieletroforese, e jontoforese.
+ _
Chatzk pegou uma batata e fez um sulco em sua superfície, colocando iodeto de potássio, e
acoplou eletrodos de corrente galvânica. Ao final de um certo tempo , ao retirar os eletrodos verificou
que a superfície da batata, no polo positivo, estava azulada devido à reação do amido com o iodo. E no
outro polo não houve coloração
EFEITOS
Experiência de LEDUC: tinha como objetivo demonstrar a penetração de íons e seus efeitos no
organismo pela ação da CG.
I- Convulsões te-
tânicas
+
II- Envenenamento
cianídrico
Sulfato de estricnina água Cianureto Obs: Invertendo a
de potássio polaridade, nada
aconteceu
I II
OBS: Na prática ambulatorial da iontoforese os efeitos sistêmicos não são importantes nem se
buscam em terapêutica.
34
TÉCNICA DE UTILIZAÇÃO
- É de fundamental importância para a prática da iontoforese, a determinação do polo negativo
ou positivo dos eletrodos. O íon ativo se deduz na fórmula química do medicamento e o pólo usado
deve ser o mesmo do íon ativo.
- Na iontoforese subaquática os eletrodos são representados por recipientes contendo soluções
eletrolíticas.
- Na iontoforese transcerebral o eletrodo ativo (com o medicamento) é colocado sobre um ou
sobre os dois olhos e o eletrodo passivo no buraco occipital (foramen magnum); - 1 a 3 mA para um
olho, e 4 a 5 mA para a técnica binocular, com 30 a 40 min de duração.[34]
- Os medicamentos devem estar constituídos de partículas ionizáveis e em concentrações
adequadas, porque se estas não são ionizáveis, não penetrarão na pele como desejamos. Concentrações
abaixo do normal não fazem efeito desejado e acima podem ser lesivos à pele e ao organismo.
- Os medicamentos dever ser hidrosolúveis, ou seja, que o produto seja solúvel em água. Por
exemplo: as soluções. Deve-se evitar cremes, pomadas, emulsões, etc. (principalmente os gordurosos)
[60]
DOSIMETRIA
- Normalmente utiliza-se igualmente à da corrente galvânica convencional, tendo a preocupação
com a sensibilidade do paciente para não haver lesão com superdosificação.
35
- Entretanto, Andrews e col. (2000) e Starkey (2001), relatam que a dose da medicação
liberada durante o tratamento é medida em miliamperes por minuto (mA/min): <Amperagem da
corrente x duração do tratamento>
Ex.: Se a dosagem recomendada da corrente para uma determinada substância medicamentosa
é 50 mA/min, pode-se modular no aparelho 5 mA por um tempo de 10 min. (5 mA x 10 min. = 50
mA/min).
- Andrews e col (2000) relatam que por razões de segurança, a intensidade máxima da corrente
permitida é geralmente de 4 a 5 mA.
- Guirro & Guirro (2002), relatam que o emprego da iontoforese na clínica apresenta-se bastante
limitado nos dias de hoje. Esse não-desenvolvimento talvez tenha se devido à escassez de
experimentos que fundamentam cientificamente as dosagens ótimas de drogas específicas,
relacionando-as ao tempo de aplicação e à intensidade da corrente.
- Soriano et al (2000), relatam que tanto a intensidade por cm2 do eletrodo, como a polaridade do
produto e a duração da sessão, são dados que o fabricante do produto ionizável deve informar, já que
estes parâmetros dependem das características específicas do produto a der introduzido, de seu
tamanho molecular, e de seu comportamento eletroforético, etc. Entretanto, em nenhum caso, a
intensidade indicada deverá ultrapassar o limiar doloroso da pessoa em tratamento, ou em caso de risco
deve-se diminuir a intensidade da corrente e aumentar proporcionalmente a duração da sessão, como
por exemplo: Para uma substância que se deve introduzir a uma intensidade de 4 mA, durante 10
minutos, obter-se-á os mesmos efeitos utilizando-se 2 mA de intensidade por 20 minutos.
- Segundo Low & Reed (2000), a penetração do medicamento é maior durante os seis primeiros
minutos. Segundo os autores, a duplicação do tempo de tratamento (12 minutos) aumenta o índice de
penetração em aproximadamente em 25%. Relatam ainda que após esse período a quantidade de
solução restante é bastante reduzida e que pouco adianta aumentar o tempo de aplicação.
INDICAÇÕES DA IONTOFORESE
A iontoforese é indicada principalmente em afecções, onde a atuação da eletricidade e do
fármaco se fazem necessário, principalmente afecções cutâneas superficiais, contraturas, cicatrizes de
tendência a quelóide, celulite, gordura localizada, rugas, acne, limpeza e hidratação profunda, nutrição,
umectação, desincrustação, pele flácida, tratamento preventivo da involução cutânea, prevenção ou
atenuação das consequências do envelhecimento, manchas, estrias, aumento da síntese de colágeno,
ativa microcirculação, revitaliazação de células cutâneas, ação antioxidante, atenuação de linhas de
expressão.
- A terapêutica utilizada na celulite visa promover a despolimerização da substância fundamental
amorfa[11].
CONTRA INDICAÇÃO
- Quando houver cefaléia, vertigens e colapso circulatório.
- Quando forem constatadas irritações cutâneas
- “Perda de sensibilidade”
37
- Paciente com dificuldade de compreensão da técnica
- Áreas cardíacas
- Deve-se evitar aplicar os eletrodos sobre feridas ou pele irritada.
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17- Lucena, Carlos - ELETROTERAPIA - Ed Lovise - 1990
27- R.V. den Adel; R.H. J. Luykx - ELECTROTERAPIA DE FRECUENCIA BAJA Y MEDIA - ENRAF NONIUS DELFT - 1990
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INTRODUÇÃO
O procedimento de todo o tratamento estético deve começar por uma limpeza profunda,
adequada ao tipo de pele, pois só assim se poderá proceder a um estudo profundo e conhecer suas
características e necessidades.
A pressão exercida na glândula sudorípara pelo excesso de sebo cutâneo pode levar ao seu
rebentamento na derme dando origem a um processo inflamatório na zona de contato devido a ação
irritante dos ácidos livres, forma-se assim externamente uma papila vermelha que indica a existência
de uma afecção não patológica.
Mesmo sem chegar a esse extremo, uma hiperscereção seborreica contraria uma boa higiene e é
desconfortável e inestética.
Estas manifestações da pele e seus anexos tem despertado o interesse dos especialistas em
cosmetologia e dermo-farmácia entre outros seguimentos, tendo várias fórmulas vindo a ser
apresentadas ao público.
Numa pele livre de qualquer cosmético pode-se concentrar a atenção nos seguintes fatores:
Secreção sebácea;
Aspecto granuloso;
Grau de hidratação;
Acidentes cutâneos (comedões - pontos negros - vermelhidão - etc)
DEFINIÇÃO
É um procedimento de ação eletroquímica que tem como objetivo retirar o excesso de sebo das
peles exageradamente seborréicas[2].
Utiliza-se os efeitos polares da corrente galvânica para obter uma limpeza de substâncias
gordurosas da pele em profundidade[1]
A desincrustação executa-se com um aparelho calibrado e montado para gerar corrente contínua;
portanto possui como característica o princípio galvânico, isto é, tensão contínua, constante e com
polaridade determinada (pólo positivo e pólo negativo). Atua pelo processo de eletrólise: passa-se uma
corrente elétrica através de uma solução condutora ou eletrólito decompondo-a, de água produz-se
hidrogênio[3].
É importante salientar que a desincrustação tem como objetivo estético retirar de forma suave os
incrustados na superfície epidérmica, que em linguagem estética (operacional) reproduz e/ou significa
limpar.
A atuação da corrente é superficial proporcionando destamponamento pilo-sebáceo, e é
importante observar que não existe, penetração das soluções empregadas nos desincrustadores.
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AÇÃO
Os estudos cosmetológicos confirmam que a utilização de produtos demasiado detergentes ou
solubilizantes energéticos, como o álcool de alta graduação, contribuem para provocar uma
hipersecreção seborreica de caráter reacional "efeito feed- back".
Soriano et al (2000), relatam que não se deve abusar desta técnica , já que poderia se produzir
um efeito "rebote" se as glândulas sebáceas gerassem a gordura que a pele precisa, porém em excesso,
para compensar a que se extraiu por meio do desincruste. Efeito que se tenta evitar.
Mais que simplesmente tirar o excesso de oleosidade da pele, o efeito obtido usando-se corrente
galvânica (que produz sódio por eletrólise e promove a retirada da gordura) é a reeducação do trabalho
das glândulas sebáceas e sudoríparas. Para tanto é sabido que o efeito feed-back ocorre se o trabalho de
desincrustação for executado de tal forma que interfira na produção das secreções ou elimine toda a
nova produção que seria maior para compensar a perda.
A desincrustação busca o equilíbrio do pH, reeducação do trabalho das glândulas sebáceas,
evitando o efeito feed-back, auxiliando na reeducação das glândulas sudoríparas evitando asfixia das
peles alípicas[3].
Busca-se ultrapassar as barreiras da pele, auxiliando na penetração (preparação para posterior
processo de aplicação dos princípios ativos).
A função da assepsia efetuada através da corrente galvânica + cosméticos específicos para o tipo
de pele, proporciona um efeito para impedir a penetração de germes ou agentes nocivos[3].
Esta suave esfoliação clareia a epiderme e proporciona uma receptividade melhor ao tratamento
estético.
A limpeza profunda serve para limpar o folículo pilo-sebáceo do excesso de secreção sebácea,
facilitando a extração de comedões e acne vulgar, na limpeza dos canais foliculares e manutenção da
normalização do estado da epiderme recuperada[3].
Segundo Silva (1999), o procedimento de ação eletroquímica, resulta nas peles alípicas uma
forma de elminação de detritos orgânicos e inorgânicos assimilados a nível epidérmico, que produzem
obstrução na passagem osmótica de cosméticos a serem aplicados.
Segundo Winter (2001), a desincrustação é um procedimento de ação eletroquímica que tem
como objetivo retirar o excesso de sebo das peles exageradamente seborréicas. Portanto, a
desincrustação é inadequada para o tratamento de peles alípicas. Existem fabricantes de cosméticos
que oferecem uma loção desincrustante para pele seborréica e outra para pele alípica; ora, se a pele
alípica já tem falta de oleosidade, como se pode retirar o pouquinho que lhe resta? Este conceito é
corroborado por Miedes (1999), que diz que a desincrustação está unicamente recomendado em zonas
da pele seborreica.
Para as peles lipídicas, além da reeducação do trabalho das glândulas sebáceas e sudoríparas,
espera-se obter a eliminação das secreções das glândulas sebáceas sem sua retirada total, para que, seja
evitado o efeito "feed-back" (em se retirando toda a secreção, será produzida mais para a
compensação); e eliminação dos vestígios de maquiagem, bem como, sujeiras da atmosfera poluída[3].
A solução desincrustante, por exemplo o carbonato de sódio, reage com o sebo saponificando-
[2]
o .
A solução de carbonato de sódio apresenta um pH de 12, o que quer dizer que ela é altamente
alcalina. A pele normal tem um pH de 4,5 a 5,5, levemente ácida. A pele normal tem uma grande
capacidade de amortecer as variações bruscas de pH, porque sua capa ácida contém uma grande
quantidade de ácidos orgânicos dissolvidos juntamente com seus respectivos sais (ácido láctico e
lactato, ácido carbônico de pirolidon e seus sais). Apesar disso, convém acelerar-se o processo da
normalização do pH, porque uma boa parte do manto hidrolipídico foi removido pela desincrustação.
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Para restabelecer-se rapidamente o pH normal, a pele deve ser lavada após a desincrustação com
água morna, à qual foram adicionadas algumas gotas de vinagre ou limão[1].
Os ácidos graxos do sebo se combinam com um álcali diluído (solução desincrustante), dando
lugar à formação de sabão. Posteriormente, devido o caráter elétrico debilmente positivo do sabão, ele
é extraído com um eletrodo conectado ao polo negativo de uma corrente galvânica[1].
INDICAÇÁO
- Peles seborréicas / oleosas
- Acne / comedões
As peles acneicas ou de tendência acneica, estão como um estado de asfixia, signifcando este
termo a dificuldade que a secreção sebácea tem em ser excretada para o exterior, ficando retido no
canal do folículo piloso. É portanto, conveniente proceder a uma limpeza profunda, que permita à pele
uma melhor troca com o exterior, respirar melhor.
- Preparação para a introdução de substâncias ativas solvidas em meio aquoso por iontoforese.
A desincrustação como tratamento preparativo para uma iontoforese é utilizada principalmente
em peles excessivamente seborréicas, cuja grande oleosidade aumenta a resistência da pele contra a
corrente elétrica. A desincrustação, antecedendo a iontoforese, remove a oleosidade excessiva, abrindo
caminho para a penetração das substâncias desejadas. Os cosméticos ionizáveis são regulados para
agirem em ambiente de pH normal da pele, razão pela qual a pele deve ser lavada após a
desincrustação com água morna levemente acidificada, antes de executar-se a iontoforese[2].
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
No caso da pele, usa-se produto de superfície e no caso do instrumental, pode-se fervê-lo, utilizar
esterilizador/germicida e substâncias próprias para a assepsia.
Nos casos de acne vulgar e comedões o enxofre e o salicitado de sódio são conhecidos
cicatrizantes e eliminadores dos processos acneicos e comedônicos.
Utiliza-se um eletrodo em forma de jacaré, gancho ou rolo como eletrodo ativo, sendo este
colocado no polo negativo. O eletrodo passivo (polo positivo) em forma de placa de carbono ou de
metal ou bastão pode ser colocado sob o ombro direito ou fixado no braço direito.
Winter (2001), relata a utilização de intensidade entre 0,2 a 1 mA (formigamento leve), com
duração de 10 a 15 minutos aproximadamente. Entretanto, Miedes (1999), diverge intensamente
quando menciona a utilização de intensidade em torno de 1 a 5 mA, com duração de 3 a 4 minutos por
sessão. E que a intensidade deve estar relacionada diretamente com o tamanho do eletrodo. Tamanho
menor, menor intensidade. Soriano et al (2000), mencionam que em virtude da pouca superfície do
eletrodo ativo, se trabalha com uma intensidade que não deve ser superior a 1 a 1,5 mA, dependendo
da sensibilidade e o tipo de pele, e a duração da sessão deve ser de 3 a 4 minutos.
Deve-se colocar algodão embebido em alguma substância desincrustante, envolvendo
corretamente o eletrodo ativo, sem que as partes metálicas possam entrar em contato com a pele
Deve-se movimentar o eletrodo ativo lentamente sobre a região da pele a ser tratada, exercendo
uma pressão uniforme e firme. Os movimentos devem ser retilíneos e ordenados de maneira a
esquadrinhar toda a superfície a ser tratada[2]. Soriano et al (2000), diz que enquanto durar a sessão o
eletrodo deverá manter-se em contínuo movimento
Pelo fato dos íons de sódio terem polaridade positiva, são atraídos pelo polo negativo, fixando-os
ao algodão que envolve este eletrodo. Após a aplicação, o algodão adquire cor cinzenta onde teve
contato com a pele, pois ali deu-se. a saponificação do sebo.
42
O algodão embebido deve estar suficientemente umedecido com o desincrustante, porém sem
estar encharcado.
Se o algodão secar durante a aplicação, pode-se umedecê-lo novamente por meio de um conta-
gotas, sem que seja necessário interromper a aplicação.
Nas peles mistas, que geralmente apresentam seborréia na região do "T" (testa, nariz e queixo), a
desincrustação deve tratar somente as áreas seborréicas.
Segundo Miedes (1999), como solução desincrustante pode-se utilizar:
- Solução aquosa a 10 % de bicarbonato de sódio
- Solução aquosa a 10 % de sal
- Solução aquosa a 5 % de carbonato de sódio
Segundo Winter (2001) pode-se utilizar carbonato de sódio a 1 % (preferível) ou salicilato de
sadio a 2%.
Miedes (1999), sugere que deve haver um intervalo, entre uma sessão e outra, de no mínimo um
mês já que pode aparecer o denominado "efeito rebote" mediante o sebo que foi eliminado[1]. Soriano
et al (2000), relatam que deve haver um intervalo entre as sessões de 15 a 20 dias.
Segundo Miedes (1999), antes de uma desincrustação pode-se realizar:
a) Limpeza superficial para melhorar os efeitos da desincrustação
b) Aplicação de vapor para que com o calor úmido se facilite a penetração do produto
desincrustante.
CONTRA-INDICAÇÕES
- Alergia ao agente desincrustante
- Hipersensibilidade à corrente elétrica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- Miedes, J.L.L.- ELECTROESTÉTICA - Ed. Videocinco - Madrid - 1999 - pp. 41-43
2- Winter, W. R. - ELETROCOSMÉTICA - Ed. Vida Estética - 3ª Ed. 2001- pp. 129-133
3- Silva, Mariângela T. - ELETROLIFTING - Ed. Vida Estética - 1998 - pp. 110-113
4- Soriano, M. C. D., Pérez, S. C., Baqués, M. I. C. - ELECTROESTÉTICA PROFESSIONAL APLICADA - TEORIA Y
PRÁCTICA PARA LA UTILIZACIÓN DE CORRIENTES EN ESTÉTICA - Sorisa - Espanha - 2000
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HISTÓRICO
Nos fins dos anos 70, depois de uma rápida proliferação de unidades de TENS para controle da dor, o
interesse na eleteroterapia foi aumentado pelos registros de pesquisa na União Soviética que afirmaram que a
ativação elétrica regular do músculo era mais efetiva que o exercício no fortalecimento do músculo esquelético
em atletas de elite. Isto aconteceu por volta de 1977 durante um simpósio sobre eletroestimulação
neuromuscular, onde o pesquisador russo Yakov Kots, professor de medicina desportiva na Academia do Estado
em Moscou, apresentou o desenvolvimento de uma técnica de eletroestimulação que poderia aumentar a força
muscular em 30 a 40% em atletas de elite, e também nos cosmonautas russos. Esses ganhos de força eram
maiores que aqueles obtidos apenas através de exercícios. Esta pesquisa resultou em melhorias no
desenvolvimento e no design de uma classe de aparelhos para Estimulação Elétrica Neuromuscular[27, 74]
Outros benefícios registrados com a técnica de Kots foram o aumento da resistência muscular e a
alteração da velocidade das contrações musculares[105].
CONCEITO
Segundo Robinson & Snyder-Mackler (2001) a corrente originalmente utilizada pelos
pesquisadores soviéticos foi uma corrente alternada simétrica, sinusoidal de 2500 Hz que era modulada
por burst a cada 10 ms para fornecer 50 bursts por segundo.
Esta forma de estimulação foi promovida comercialmente como "Estimulação Russa"[74, 105].
Segundo Adel & Luykx (1990) o pesquisador soviético utilizou bursts de 50 Hz por se encontrar
mais ou menos no centro do espectro de frequências utilizado para a geração de contrações tetânicas
(40 Hz a 80 Hz).
A corrente russa pode ser definida com uma corrente alternada de média freqüência, que pode
ser modulada por “rajadas” (bursts) e é utilizada com fins excitomotores[12, 27, 74]
Este tipo de corrente permite aplicação de alta amperagem, em torno de 100 mA[26].
CICLO
Scott (1998) afirma que os músculos humanos são heterogêneos, visto estarem compostos por
uma ampla variedade de fibras musculares distintas. Fibras pertencentes a qualquer unidade motora se
alastram por um grande território, ao invés de ficarem interagrupadas. O uso de técnicas sofisticadas
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para verificação da distribuição das fibras demonstrou que, com efeito, existem diferenças sutis
dentro de cada unidade motora considerada individualmente.
Salgado (1992), faz alusão a relatos de autores que afirmam que as fibras musculares de uma
unidade motora não ficam todas agrupadas no músculo, mas, que pelo contrário, ficam dispersas por
todo o músculo em microfeixes de 3 a 15 fibras, o que leva à intercalação de microfeixes de diversas
unidades motoras. Esta interdigitação permite que unidades motoras distintas se contraiam, apoiando-
se umas às outras, não de forma total, como se fossem segmentos isolados, fazendo com que não seja
possível ativar somente fibras musculares de contração lenta sem ativar também algumas fibras de
contração rápida.
Segundo Enoka (2000), cada músculo humano contém uma mistura dos três tipos de fibras
musculares. E os dois mecanismos que determinam a proporção de tipos de fibras no músculo são a
hereditariedade e o uso.
A foto ao lado mostra a distinção entre os
tipos de fibras musculares, com coloração de
miosina ATPase, em uma seção transversa fina do
músculo do membro anterior de um gato[86].
Weineck (1991), mostra nas fotografias abaixo as diferenças que podem existir de um indivíduo
para o outro, sob o ponto de vista genético, com relação à constituição física do músculo em maior
número de fibras brancas ou vermelhas.
A foto à esquerda mostra um músculo de um corredor de provas rasas (poucas fibras
vermelhas (representadas pela cor preta), possuindo com isso maior velocidade e pouca resistência)
A foto à direita mostra o músculo de um ciclista (possui muitas fibras vermelhas,
possuindo com isso menor velocidade, entretanto maior resistência)
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OBSERVAÇÕES:
Unidade motora é difinida como a unidade funcional básica do músculo esquelético, sendo esta
constituída pelo motoneurônio e pelas fibras musculares que inerva[104].
As fibras musculares de uma unidade motora pertencem ao mesmo tipo, o que põe em evidência
a função das mesmas, na expressão dos tipos de fibra e nas suas características de contração, ou seja,
as fibras inervadas por uma unidade motora possuem propriedades bioquímicas, físicas,
ultraestruturais e contráteis similares, o que nos mostra a importânci do motoneurônio ao controloar
todos estes parâmetros[113].
O tamanho do corpo celular do motoneurônio está relacionado ao número de fibras musculares
por ele inervadas. Grandes motoneurônios possuem corpos celulares maiores, axônios de maior
diâmetro e assim uma velocidade de condução mais alta em comparação com os pequenos neurônios.
Isto se adequa melhor às fibras musculares fásicas, já que elas precisam fornecer força explosiva de
curta duração ou de alguma forma uma força adicional de duração mais longa. A movimentação do
componente fásico é de alguma forma mais rude porque a unidade motora é maior, são as primeiras a
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entrarem em atividade quando se exige uma reação inesperada e rápida do músculo. Este fato pode
ser visto comparativamente dentro do mesmo músculo[12, 26]
O potencial de ação das unidades motoras tônicas está em torno de -70 mV[26];
O potencial de ação das unidades motoras tônicas está em torno de -90 mV[26].
Quando uma pessoa se exercita com níveis aeróbicos quase máximos, como na corrida de meia
distância ou na natação, ou nos desportos tipo basquete, hóquei de campo ou futebol, que exigem uma
mistura de energia aeróbica e anaeróbica, são ativados ambos os tipos de fibras musculares. [33]
Segundo Faulkner e col. (1990), a insuficência, contenção ou restrição da performance muscular
e da atividade elétrica muscular aparenta ser dependente da velocidade, pois exercícios rápidos, com
maior velocidade, são mais afetados pelo resfriamento do que os mais lentos, com menor velocidade,
sugerindo assim que as fibras musculares de contração rápida são mais susceptíveis ao resfriamento.
Segundo Robinson & Snyder-Mackler (2001), durante contração muscular voluntária, as
unidades motoras são recrutadas de uma maneira dessincronizada. Isto é, unidades motoras não são
todas ativadas no mesmo instante no tempo. As frequências de descarga de unidades motoras
recrutadas em contração voluntária também não são todas as mesmas. Algumas unidades podem ser
descarregadas a baixas frequências fixas enquanto outras podem descarregar irregularmente até mesmo
em frequências menores. Uma questão que os neurocientistas enfrentaram por anos foi: como o SNC
sabe quais motoneurônios ativou com a finalidade de produzir um nível particular de contração? Agora
existem evidências que indicam que motonerurônios são recrutados na maioria das contrações numa
sequência ordenada. O comando do SNC para iniciar a contração muscular primeiro ativa os menores
(maior resistência interna) motoneurônios alfa. Se mais força é requerida para devidamente executar
uma atividade, os sinais do comando do SNC são aumentados e progressivamente os motoneurônios
maiores (baixa resistência interna) são ativados. Enoka (1988) e outros autores, mencionam que este
recrutamento, primeiramente descrito por Henneman, tem uma sequência conhecida como Princípio
do Tamanho de Henneman.
Portanto, uma vez que o tamanho do motoneurônio alfa é relacionado com o tipo de fibras
musculares inervadas pelo neurônio, o recrutamento de unidades motoras em contração geralmente
seguirá de unidades motoras do tipo lenta para unidades do tipo intermediária e finalmente para
unidades do tipo rápida com o aumento do nível de contração. Aquelas unidades motoras designadas
para gerarem tensão por relativamente longos períodos sem fadiga substancial (tipo lenta e
intermediária) são então usadas em sua maioria nas contrações volitivas. Unidades do tipo rápida, que
são capazes de produzir altos níveis de tensão por períodos muito curtos, são usadas apenas
ocasionalmente, em contrações de alto nível de força[74, 105]
Andrews e col. (2000), explicam que uma razão para a eletroestimulação ser mais eficaz aos
pacientes do que apenas o exercício, reside na diferença nos padrões de recrutamento e de acionamento
(disparo) entre a eletroestimulação e as contrações musculares voluntárias. Em uma contração
voluntária, o recrutamento das unidades motoras no músculo esquelético obedece a um padrão quando
o influxo do SNC determina o início da contração em um músculo (como citado no parágrafo acima),
já no início da reabilitação, o treinamento típico com exercícios normalmente envolve um peso mais
baixo, para evitar o estresse excessivo da articulação sesionada. Portanto, as fibras de contração rápida
seriam recrutadas apenas raramente (pois são recrutadas com esforço suplementar), assim sendo,
receberiam poucos efeitos de treinamento em virtude deste exercício. Com a eletroestimulação a
articulação pode ser estabilizada e as fibras de contração rápida pode ser recrutadas com cada
contração. Starkey (2001), relata que a estimulação elétrica estimula os nervos motores de grande
diâmetro do tipo II a se contraírem antes das fibras do tipo I. Como as fibras do tipo II são capazes de
produzir mais força, o vigor da contração aumenta.
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CARACTERÍSTICAS DA CORRENTE RUSSA
É uma corrente alternada, com freqüência portadora entre 2500 Hz e 5000 Hz (média
freqüência), modulada em bursts com baixa frequência[12, 74].
As frequências de estimulação necessárias para a geração de uma força resultante ou somação
tetânica uniforme são diferentes; fibras musculares lentas (possuidoras de tempos de contração e
relaxamento mais lentos) fazem somação em frequências de estimulação mais baixas, enquanto que as
fibras musculares de contração mais rápida geram forças maiores e uma contração tetânica uniforme
em frequências mais altas[12]
A estimulação de um músculo ou fibras neuro-musculares com frequências maiores que a sua
velocidade de despolarização/repolarização máxima, faz com que essas fibras de despolarizem na sua
frequência própria, tornando a despolarização assíncrona, ou seja, a cada pulso de corrente não
corresponde a uma despolarização da fibra. E isto se dá basicamente por dois aspectos[26, 61, 74]:
a) Pode haver a possibilidade da frequência média ter um valor acima da frequência de
despolarização máxima das fibras nervosas motoras (algum ponto entre 1000 e 3000 Hz), pois durante
a estimulação alguns pulsos podem coincidir com o período refratário absoluto causando maior
dificuldade na repolarização. O retorno ao potencial de repouso da membrana torna-se cada vez mais
demorado, terminando por não mais se estabelecer enquanto durar a estimulação.
b) Em virtude da frequência elevada, ocorre intensa fadiga da placa motora terminal com a
estimulação elétrica, não permitindo que essa placa motora converta os impulsos elétricos em
despolarização da membrana da fibra muscular. O nervo então demonstra um fenômeno de
acomodação que faz com que o período refratário se torne cada vez mais longo.
Para prevenir o que foi exposto acima pode haver necessidade de se interromper a frequência
média, em intervalos que devem coincidir com o término de cada despolarização, evitando que fibra
nervosa seja bombardeada durante o período refratário. Nestas configurações, a fibra se desporaliza na
frequência de modulação (interrupção), conservando sua sensibilidade à estimulação elétrica. [26, 61]
Encontra-se na corrente russa as características de interrupção citadas acima, pois em virtude da
modulação na forma de rajadas há uma interrupção durante a qual a corrente é nula, e isso favorece a
prevenção de fadiga na placa motora.
Portanto a interrupção da média frequência em diversas frequências baixas (modulação), permite
o trabalho das diferentes fibras musculares, de acordo com as velocidades ótimas de despolarização de
cada tipo de neurônio motor (fibra fásica ou tônica). Pois segundo Hoogland (1988), se trabalharmos
com correntes alternadas não moduladas com uma frequência acima de 3000 Mhz a unidade motora
se descarregará em sua própria frequência não permitindo que a estrutura muscular altere sua
morfologia, não há nenhum efeito específico no músculo. Mas quando se usa correntes alternadas
moduladas (como a corrente russa) um padrão de despolarização pode ser imposto ao axônio
promovendo alterações morfológicas e histoquímicas na musculatura, em proporção à frequência
imposta artificialmente (fibras fásicas ou tônicas).
Correntes alternadas com frequências entre 2000 e 4000 Hz são utilizadas por ser relativamente
agradável, dificilmente ferem a pele, e causam uma tensão máxima no músculo quando usadas com
intensidade suficientes. Este tipo de corrente também permite valores de corrente (amperagem) mais
altos, geralmente acima de 100 mA, que não é permitido com frequências menores, de acordo com os
padrões IEC (Normas de segurança para equipamentos eletromédicos - IEC 60601-2.10, obrigatórias
no mundo). Frequências menores contudo são utilizada, e a vantagem aqui é que, com a corrente russa,
o músculo pode ser tensionado por mais tempo[26].
Teoricamente, como a frequência de estimulação é aumentada, a oposição ao fluxo de corrente
(impedância) pelo tecido cai. Isso tem levado ao desenvolvimento de estimuladores que empregam
bursts de estimulação com frequências portadores na variação de 2000 a 4000 Hz. Esperava-se que tais
aparelhos fossem capazes de produzir níveis mais altos contração muscular com menos desconforto
50
para o paciente que os estimuladores mais tradicionais disponíveis que produzem estimulação de 1 a
100 Hz. Estudos de pesquisa publicados até hoje não comprovaram essa afirmação[74].
BENEFÍCIOS EXTRAS
- Se consegue ativar 30% a 40% a mais das unidades motoras com a corrente russa que nos
exercícios comuns e os tratamentos convencionais. Pois com a estimulação elétrica ocorre a
modulação do nervo motor alfa e não despolarização do neurônio (como no movimento ativo) tendo
assim características de despolarização artificial tornando possível ativar todas as unidades motoras
simultaneamente.[26]
- Aumento da força muscular a curto prazo
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- Melhor qualidade da estabilidade articular durante a fase de imobilização
PARÂMETROS DE UTILIZAÇÃO
a) Determinar, em alguns casos, que tipo de músculo será tratado (tônico ou fásico)
b) Exigir o máximo em todas fases do tratamento (trabalhar com doses no limite do suportável e
a duração da sessão deve ser de acordo com a condição do paciente (não pode produzir dor, não pode
fascicular o músculo, e não pode haver sensação de fadiga). Snyder-Mackler e col. (1994) relatam que
deve-se encorajar o paciente a utilizar a mais alta intensidade tolerável, pois existe uma relação linear
entre a força ganha e a intensidade da contração estimulada.
c) Observar que o tipo de corrente dever ser o mais agradável possível
d) Observar que o músculo que se vai trabalhar deve estar normal, e o nervo motor intacto
e) Deve-se tomar cuidado com a amplitude articular nas contrações isotônicas nos casos de
bloqueio articular (pode haver lesão tendinosa)
f) Certificar-se que não há lesão em músculos, tendão, ligamento e fáscia (podem exacerbar)
g) Evitar fadiga (por alterações bioquímicas (glicogênio) ou o risco de estímulo em somente um
tipo de fibra muscular (fásica ou tônica) sobrecarregando-a)
h) Evitar modificações não desejadas na composição da fibra muscular (nas freqüências
inadequadas para a característica da fibra muscular pode haver modificação na fibra nervosa e
consequentemente na fibra muscular)
INDICAÇÕES
1) Estimulação e/ou fortalecimento em condições patológicas, tais como:
a) Onde a contração muscular voluntária é inibida por alguma lesão
b) Onde a ação muscular não ocorre sob controle voluntário sem prática (assoalho pélvico na
incontinência urinária, hálux valgo, pé plano, etc)
c) Onde deve-se aprender uma nova função muscular (transplante de músculo ou "nervo")
d) Onde é necessário mostrar que a contração pode ocorrer normalmente ("fingimento")
e) Estabilização de articulações (luxações)
3) Modificação do tecido muscular (de acordo como frequência que se vai utilizar)
OBS.: Utilizando a estimulação elétrica, o fortalecimento muscular acontece artificialmente. A
força obtida deste modo não é funcional e será perdida logo se a musculatura não for usada. Assim, o
fortalecimento de músculos com corrente elétrica deve ser combinado com treinamento da função
específica do músculo.[27]
55
4) Estética (evitar flacidez em abdômen, glúteos e membros inferiores; tonifica e fortalece
musculos no pos-parto, pos-
emagrecimento, etc)
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CONTRA-INDICAÇÕES
- Lesões musculares, tendinosas e ligamentares (absoluta)
- Inflamações articulares em fase aguda
- Fraturas não consolidadas
- Espasticidade (exceto para a técnica de inibição funcional)
- Miopatias que impeçam a contração muscular fisiológica (denervação, etc)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2- Arthur C. Guyton, MD - FISIOLOGIA HUMANA - Ed Guanabara - 1996
12- Scott, O. - ATIVAÇÃO DOS NERVOS MOTORES E SENSITIVOS (em ELETROTERAPIA DE CLAYTON - Kitchen, S. e
Bazin, S.) - 10ª Edição - Ed. Manole - 1ª Edição brasileira - São Paulo – 1998 - pp. 69; 73-74; 113-117
14- Delamare, A. - Revista LES NOUVELLES Esthétiques - Ano VIII - nº 42 - Maio / Junho de 1998 - Rio de Janeiro - Brasil
26- Hoogland, R. - STRENGTHENING AND STRETCHING OF MUSCLES USING ELECTRICAL CURRENT - B.V. ENRAF
NONIUS DELFT - Holanda - 1988
27- Adel, R.V.; Luykx, R. H. J. - ELECTROTERAPIA DE FRECUENCIA BAJA Y MEDIA - ENRAF NONIUS DELFT - 1990
33- William D. McArdle, Frank I. Katch, e Victor L. Katch - FISIOLOGIA DO ESFORÇO - Energia, Nutrição e Desempenho
Humano - Ed. Guanabara Koogan - 3ª Ed. - Rio de Janeiro - 1992
61- Longo, G. J. - KLD Biosistemas Eq. Eletr.- ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA PARA FORTALECIMENTO E ALONGAMENTO
MUSCULAR - Amparo-SP - 1999
62 - Janda, V - MUSKELFUNCTIONSDIAGNOSTIK, MUSKELTEST UNTERSUXHUNG VERKÜRZTER MUSKEIN,
UNTERSUCHUNG HYPERMOBILITÄT - VERLAG ACCO- BELGICA – 1979
63- Johnson, M.A., et al - DATA ON DISTRIBUTION OF FIBRE TYPES IN THIRTY-SIX HUMAN MUSCLES. NA AUTOPSY
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57
HISTÓRICO
Em 1925 utilizou-se folhas douradas carregadas de eletricidade para prevenir cicatrizes de
varíola.
Em 1977 comprovou-se um auxílio na aceleração de consolidação óssea com uso de
microcorrentes[12].
Em 1982 Cheng e col.[36] iniciaram um trabalho que elucidaria o mecanismo de ação das
microcorrentes, onde demonstrou o aumento da concentração de ATP, aumento da síntese de proteína,
aceleração do transporte através da membrana celular e outros efeitos a nível intracelular.
Em 1983 demonstrou-se a biosíntese de colágeno dérmico e epidérmico em porquinhos de
laboratório (yorkshire) com o uso das microcorrentes[12] .
Em 1993 pesquisadores mostraram efeitos das microcorrentes na terapêutica antitumoral, que
podem ser potencializados quando associados com a terapia de interleucina-2 e bleomincina[12].
Em 1994 mostrou-se resultado efetivo na redução de massa tumoral em lesões cutâneas de
melanoma humano, e provável diminuição metástica.
DEFINIÇÃO
Trata-se de um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros de intensidade na
faixa dos microamperes e são de baixa frequência, podendo apresentar correntes contínuas ou
alternadas.
Também chamada de MENS (Micro Electro Neuro Stimulation).
Segundo Robinson e Snyder-Mackler (2001) o modo normal de aplicação dos aparelhos de
microcorrentes ocorre em níveis que não se consegue ativar as fibras nervosas sensoriais subcutâneas
e, como resultado, os pacientes não têm nenhuma percepção da sensação de formigamento tão
comumente associada com procedimentos eletroterapêuticos (estimulação subliminar). Já Starkey
(2001), relata que esta forma de estimulação elétrica tende a ser aplicada em nível sub-sensorial ou
sensorial muito baixo, com uma corrente que opera a menos que 1000 microamperes.
Craft (1998) afirma que a microcorrente trabalha com a menor quantidade de corrente elétrica
mensurável, e que isso é compatível com o campo electromagnético do corpo.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Robinson e Snyder-Mackler (2001) afirmam que não foi desenvolvido nenhum padrão industrial
para o qual os tipos de correntes são produzidas por aparelhos frabricados nessa classe.
Starkey (2001), relata que os etimuladores com microcorrentes podem liberar correntes
contínuas, alternadas, em pulsadas ou não (em uma ampla variedade de formas de onda).
Atualmente no mercado podemos encontrar alguns tipos de microcorrentes que podem ter como
forma de onda os exemplos abaixo:
a) Formas de ondas individuais com características de pulso monofásicos retangulares, que
revertem periodicamente a polaridade[74]
58
2,5 s 2,5 s
b) Algumas formas de microcorentes trazem um formato de pulso com uma rampa de amplitude
automática para a série de pulsos distribuídos[74, 80]
d) E algumas formas trazem uma corrente contínua em forma de trens de pulso, com intervalos
entre eles.
59
e) Alguns aparelhos trazem corrente alternadas com pulsos bifásicos simétricos retangulares ou
bifásicos assimétricos
EFEITOS FISIOLÓGICOS
a) Restabelecimento da bioeletricidade tecidual
Pesquisas mostraram que um trauma afetaria o potencial elétrico das células do tecido lesado.
Inicialmente o local atingido teria uma resistência maior do que os tecidos próximos da lesão. Isto é,
porque quando uma lesão acontece, uma carga positiva forma-se na área lesionada e joga para cima a
diferença de voltagem potencial, servindo como uma bateria bioelétrica que espera ser ligada. Como as
membranas ficam menos permeáveis ao fluxo de íons (especificamente potássio e outros íons
positivos), e mais isolada eletricamente, o fluxo intrínseco de bioeletricidade é forçado a levar o
caminho de menor resistência. Portanto a bioleletricidade evita áreas de alta resistência e vai em
direção ao caminho mais fácil, geralmente evitando a lesão pela circulação sangüínea ao redor dela,
isto resulta em diminuição da condutância elétrica na área da ferida. O decréscimo do fluxo elétrico na
área lesionada diminui a capacitância celular, e como resultado, gera a inflamação e a cura é assim
diminuída.[12, 35, 73, 80]
60
Pesquisadores relatam que, através do dano tecidual ou através de atividade normal do
músculo, um acúmulo de cargas, devido a elétrons em excesso, pode ser gerado. O acúmulo de cargas
pode constringir arteríolas, ativando assim a corrente bioelétrica. Porém as vênulas (no final de
capilares) não constringem num campo elétrico. Então íons e células carregadas (neutrófilos, por
exemplo) podem migrar através das veias e através de poros vazados das vênulas pós capilares para o
local da lesão. Devido a lesão relatar mudanças na polaridade do potencial elétrico (que altera as
propriedades de isolação elétrica da membrana capilar), o vaso capilar fica menos permeável ao fluxo
de células carregadas e íons necessários para a cura[79, 80].
A correta aplicação das microcorrentes em um local lesionado pode aumentar o fluxo de corrente
endógena. Isto permite à área traumatizada a recuperar sua capacitância. A resistência deste tecido
lesionado é então reduzida permitindo a bioeletricidade entrar para a área para restabelecer a
homeostase. Portanto a terapia das microcorrentes elétricas pode ser vista como um catalizador útil na
iniciação e perpetuação das numerosas reações elétricas e químicas que ocorrem no processo de cura.
[12, 35, 73]
Alguns autores afirmam que após uma lesão no corpo e rompimento de sua atividade elétrica
normal, a terapia por microcorrente pode produzir sinais elétricos semelhantes aos que acontecem no
corpo humano quando este estiver recuperando tecidos lesionados. Wing (1989) menciona que
mensurações realizadas em cotos de amputação da ponta do dedo de uma criança encontraram
microcorrentes com intensidade em torno de 10 a 30 µA. Becker (1985) afirma que o corpo humano é
polarizado positivamente ao longo do eixo espinhal central e negativamente perifericamente. A
voltagem normal conferida foi de 10 µA, porém quando uma fratura ocorre a voltagem é diminuída
para zero. Cinco dias depois a voltagem está apontando ligeiramente para o normal, e antes do décimo
dia a voltagem conferida é quase normal. No 15° dia a voltagem já é normal. Os equipamentos de
microcorrente especificamente são projetados para imitar e ampliar os sinais bioelétricos minuciosos
do corpo humano. Estes equipamentos trabalham ao nível celular criando um veículo de corrente
elétrica para compensar a diminuição da corrente bioelétrica disponível para o tecido lesionado. Isto
aumenta a habilidade do corpo para transportar nutrientes e resíduos metabólicos das celas na área
afetada [35, 36, 77, 78, 80]
A impedância elétrica causa uma redução no suprimento sanguíneo, oxigênio, e nutrientes para o
tecido, conduzindo a espasmos teciduais. A circulação diminuída causa uma acúmulo de resíduos
metabólicos, resultando em hipóxia local, isquemia, e metabólitos nocivos que levam à dor. Quando
isto ocorrer, é sinal que a produção de ATP está reduzida. Os impulsos elétricos do corpo precisam de
uma corrente necessária para superar a barreira de impedância inerente ao tecido traumatizado. Isto
também, resulta em um obstáculo da própria habilidade do corpo para começar o processo curativo até
o tecido se recuperar substancialmente do trauma.[35, 36, 73, 78]
Criação de um gradiente de prótons através da microcorrente
Como a microcorrente reabastece o ATP, os nutrientes podem novamente fluir para dentro das
células lesionadas e os resíduos dos produtos metabólicos podem fluir para fora das células. Isto é
primordial para o desenvolvimento da saúde dos tecidos. O ATP também abastece os tecidos de
62
energia necessária para produzir novas proteínas e aumentar o transporte de íons através das
membranas.
Cheng e col. (1982), utilizaram aparelho de microcorrentes com corrente contínua para o
aumento da produção de ATP.
A microcorrente atuando diretamente no organismo de síntese de ATP, leva a um aumento do
ATP celular local em até 500%.[35, 36]
d) Síntese de proteínas
Foi constatado que correntes constantes de 100µA a 500µA aumentam o transporte ativo de
aminoácidos e consequentemente a síntese de proteínas em 30% a 40%. Quando a corrente foi
aumentada estes efeitos bioestimulatórios foram invertidos, e correntes que excederam 1000 µA (1
mA) reduziram o aminoacido isobutirico cerca de 20 % a 73 %, e a síntese de proteína diminuiu mais
de 50%. O mais importante é que a microcorrente aumentou a geração de ATP em cerca de 500%.
Porém, aumentando-se a corrente entre 1 mA a 5 mA diminuiu-se a produção de ATP, e a 5 mA, a
produção de ATP coloca-se abaixo dos níveis de controle.[36, 73, 78, 80]
Cheng e col. (1982), através de pesquisas em vitro, relatam que as intensidades acima de
1000µA inibem a respiração celular.
O produção de ATP aumentada também provê a energia que tecidos exigem formar novas
proteínas, para aumentar a síntese de proteína, e aumentar o transporte de íons. Juntos, estes processos
são elementos
OBS.: Embora possa parecer que uma microcorrente com corrente contínua produziria
melhor os efeitos descritos acima, muitos protocolos de terapia com microcorrentes utilizam
corrente alternada (interrompida em pulsos ou não) [111].
EFEITOS TERAPÊUTICOS
1) Analgesia
Como resposta à utilização das microcorrentes e em consequência do restabelecimento da
bioeletricidade tecidual, o SNC transmite uma mensagem de diminuição do quadro álgico, diminuição
esta que é gradativa e cumulativa.[37]
4) Antiinflamatório[74, 76]
5) Bactericida
Num processo de cicatrização o polo negativo de uma corrente direta deve ser colocado sobre a
ferida por sua ação bactericida. Quando a ferida deixar de ser infectada inverte-se a polaridade do
eletrodo sobre a mesma, para que o polo positivo possa fazer a promoção do reparo.[12]
Feridas contaminadas com Pseudomonas e/ou Proteus apareceram estéreis após vários dias de
eletroestimulação[74].
Embora a maioria dos estudos mencionam que usa-se polo negativo para inibir crescimento
bacteriano e polo positivo para promover a cura, estudos recentes mencionam o uso de correntes que
alternam entre o positivo e o negativo (correntes unipolares). Pesquisadores, após estudo em animais,
apoiam esta técnica, sugerindo que ela é melhor para a cura de feridas[74].
6) Autores afirmam que espasmo muscular pós trauma, deficiência de fluxo sanguíneo
resultando em hipóxia local, acumulação de metabólitos nocivos, e dor, conduzem à redução da síntese
de ATP. A utilização de microcorrentes ao restabelecer a síntese de ATP, pode devolver a cura nestes
casos.[36, 73, 78]
9) Melhora de fadiga muscular pós exercícios utilizando a microcorrente em cima dos músculos
durante vinte minutos após os exercícios[74].
OBS.: Não há nenhuma dúvida de que a cura de certos tipos de danos está significativamente
acelerada por aplicação apropriada de microcorrente, e muito disto está associado com o aumento da
produção de ATP (energia) e síntese de proteínas dentro das células[76].
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
- Um grande erro é utilizar os aparelhos de microcorrentes do mesmo modo que se utiliza os
aparelhos de TENS. Por exemplo, o TENS pode ser aplicado sobre o outro lado da coluna num
tratamento de uma dor nas costas. Isto não funciona com a tecnologia das microcorrentes, que deve ser
aplicada preferencialmente sobre o local da dor[35].
- Segundo Kirsch e Lerner (1987) freqüências de 80 ou 100 Hz às vezes produzem resultados
mais rápidos ao tratar problemas articulares inflamatórios (por exemplo, artrites, bursites, tendinites,
etc.), mas estas freqüências não contribuem para resultados a longo prazo, assim o tratamento deve
sempre ser completado usando uma baixa freqüência. Deve-se fixar o nível de intensidade à posição
confortável mais alta, que normalmente é cerca de 500 - 600 microamperes para eletrodos tipo sondas,
embora às vezes menos para os elétrodo de prata. Eletrodos de borracha de silicone (com carbono) têm
uma resistência de cerca de 200 ohms, enquanto elétrodos de prata têm uma resistência de cerca de 20
ohms. Os elétrodos de prata trabalham mais efetivamente com microcorrentes.
- Os efeitos das microcorrentes são cumulativos, normalmente devem ser tomadas muitas doses
para que sejam alcançados os resultados finais de cura, embora resultados iniciais possam ser vistos
durante ou após as primeiras sessões[35].
65
- As microcorrentes pode ser utilizadas basicamente de 2 formas:
a) Utilizando eletrodos b) Utilizando eletrodos
convencionais (borracha de tipo sonda (bastonetes,
silicone, auto-adesivo, etc) cotonetes, etc)
Segundo Miedes (1999), os movimentos com os eletrodos tipo sonda poderiam ser classificados
desta forma:
- Manobras suaves, lentas e com pouca pressão (estimulação sanguínea)
- Manobras com pressão suave e ligeiramente mais rápidas (que a anterior), seguindo o sentido
da drenagem linfática (antiedematoso e drenagem linfática)
- Movimentos de vai-e-vem, afastando sem pressão e aproximando com uma pressão média,
como se pretendesse "beliscar" a pele (estimulação sanguínea e fibroblástica, melhora a síntese de
fibras de colágeno e elastina)
Para Soriano et al. (2000), o uso dos eletrodos tipo sonda podem promover os seguintes efeitos:
- Drenagem línfatica – movimentando os eletrodos no trajeto das correntes linfáticas
- Estimulação da epiderme e circulação sanguínea – movimentos de vai-e-vem realizando
“besliscões” na pele promovendo hiperemia
- Estimulante muscular – movimentos de encurtamento muscular (região facial inferior); e
movimentos de estiramento muscular (região frontal e periorbicular
Obs.: Os eletrodos tipo sonda podem ser posicionados na área ao redor dos tecidos-alvo de uma
maneira em "X". Por exemplo, o primeiro pulso de tratamento pode ter uma sonda posicionada no
quadrante superior esquerdo e a sonda oposta, no quadrante inferior direito, em relação ao local da
lesão. No próximo pulso, as sondas seriam colocadas nos quadrantes superior direito e inferior
esquerdo. O tratamento deve progredir dessa maneira, com as sondas sendo giradas ao redor dos
tecidos-alvo, em direções e distâncias variáveis, incluindo as colocações medial-lateral e ântero-
posterior[105].
Obs.: Alguns
aparelhos
oferecem
outras opções
de eletrodos
como luvas,
máscaras,
pregadores
auriculares,
etc.
66
INDICAÇÕES
- Na estética a utilização da microcorrente deve-se basear nos seus efeitos fisiológicos e
terapêuticos. As aplicações que mais se destacam são:
a) Acne (antinflamatório, cicatrizante, bactericida, e antiedematoso)
b) Involução cutânea (aumento do número de fibroblastos e realinhamento das fibras
colágenas, potencializa a circulação linfática diminuindo edema)
c) Pós operatório de cirurgia plástica (cicatrizante, antinflamatório, e antiedematoso)
d) Estrias (rearranjo das fibras colágenas)
e) "Cansaço" muscular facial (eliminação de metabólitos celulares, relaxamento muscular,
restabelecimento da bioeletricidade tecidual)
f) Celulite (antiedematoso)
g) Pós peeling (cicatrizante, antinflamatório, restabelecimento da bioeletricidade tecidual)
h) Iontoforese
etc
Craft (1998) afirma que a terapia de microcorrentes rejuvenesce tecidos sem deixar cicatrizes, e é
a forma natural de curar mais rápida do mundo.
As microcorrentes também podem ser utilizadas em outras indicações, tais como:
- Cicatrizes
- Rupturas miotendinosas
- Tendinites, tenossinovites
- Outros tipos de pós operatório imediato
- Úlceras de decúbito
- Sindromes dolorosas
- Síndromes linfáticas
- Recuperação de queimaduras
- Recuperação de queimaduras
OBS.: Segundo Starkey (2001), podemos tomar como precaução as seguintes situações:
- O uso de microcorrentes em pacientes desidratados pode causar náuseas, tontura e/ou dores de
cabeça
- O paciente pode se queixar de "choques" elétricos quando a microcorrente é aplicada em um
tecido cicatricial. Isso representa o total de corrente necessária para superar a resistência elétrica da
cicatriz.
- Fraturas
Segundo Wing (1989), até esta data, a melhor evidência de pesquisa a favor da estimulação com
microcorrentes apoia a utilização do polo negativo (catodo) como sendo o mais efetivo para o reparo e
regeneração de ossos e nervos, enquanto a estimulação com microamperes no polo positivo (anodo)
aparece com mais efetividade na cura de lesões de pele.
etc
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CONTRA-INDICAÇÕES
- Alergia ou irritação à corrente elétrica
- Sobre útero grávido
Deve-se ter precaução porque a excitação elétrica pode afetar, teoricamente, os sistemas de
controle endócrinos (ainda não há comprovação) [35, 73, 74,].
- Eixo cardíaco
- Eixo de marca-passo [35, 73].
OBS.: Segundo Starkey (2001), podemos tomar como precaução as seguintes situações:
- O uso de microcorrentes em pacientes desidratados pode causar náuseas, tontura e/ou dores de
cabeça
- O paciente pode se queixar de "choques" elétricos quando a microcorrente é aplicada em um
tecido cicatricial. Isso representa o total de corrente necessária para superar a resistência elétrica da
cicatriz.
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68
INTRODUÇÃO
"LIFTING" é uma palavra inglesa que significa "levantamento". Em dermoestética se utiliza
para designar um tratamento que tem como finalidade produzir um levantamento da pele e estruturas
adjacentes com o fim de prevenir rugas, flacidez e envelhecimento cutâneo.
O Eletrolifting desenvolveu-se em 1952, que pela sutileza de sua corrente, proporcionou
resultados que se imaginavam serem satisfatórios[3].
DEFINIÇÃO
É uma técnica em que se utilizam microcorrentes variáveis de baixa frequência, com impulsos de
muita baixa duração e intensidade, com a finalidade de produzir um levantamento dos estratos mais
superficiais e prevenir desta forma o envelhecimento cutâneo[1].
Também chamada de "Micrólise" ou "Galvanopuntura".
AÇÃO
O objetivo mais amplo do uso do eletrolifting é suavizar, atenuar, eliminar alterações das linhas
de expressão que se formam na face devido a contração dos músculos. Atua a nível celular restaurando
a camada colágena e estimulando a produção de elastina, utilizando justamente a mesma arma que a
pele, utiliza microcorrentes.
A lesão das células do estrato espinhoso obriga o organismo a uma reação reparadora. As células
abaixo do sulco da ruga são células atróficas, de tamanhos menores e de qualidade inferior à dos seus
vizinhos. A ponta da agulha provocará a necrose de algumas destas células. Em resposta à lesão,
haverá uma dilatação dos pequenos vasos da derme correspondente à região lesada, resultando num
edema discreto. Logo em seguida, a taxa mitótica do estrato basal regional aumentará. As células
recém-formadas preencherão o espaço das células lesadas cujos restos serão eliminados por fagocitose
e o líquido excedente absorvido pela circulação linfática[2].
Guirro & Guirro (2002), relatam que ocorre um carreamento de partículas hidratadas para a
região pericatódica (polo negativo).
O eletrolifting, na verdade, ativa colágeno e elastina (proteínas albuminoides), fazendo uma
compactação e reagregação das fibras para a dissimulação parcial ou total das linhas de expressão e
suas variações. Esta técnica consiste no deslocamento da proteína da própria pele, através da corrente,
para preenchimento dos sulcos que formam as rugas.
Silva (1998), salienta que o termo albumina utilizado até pouco tempo, é incorreto, pois a
albumina somente seria ativada com penetração intra-vascular, e caso isso fosse executado ocorreria
sangramento, mais traumatismo na pele.
EFEITOS
Segundo Winter (2001), por causa da necrose ínfima, ocorre uma necrose por liquefação que se
limita a algumas células epidérmicas. Esta necrose é provocada pelas substâncias alcalinas que se
formam no polo negativo pela ação do componente galvânico da microcorrente sobre os líquidos da
substância fundamental.
69
Seus efeitos podem variar de caso a caso, com duração entre 3 semanas até 6 meses (devendo
ser retocado). A durabilidade do tratamento está condicionada à execução completa mais
manutenção[2, 3].
APARELHO
Trata-se de um aparelho (próprio para eletrolifting) com a intensidade reduzida ao nível de
microamperes.
A técnica pode ser realizado com eletrodos em formas de agulhas[2, 3] ou transcutâneos[1].
Quando utiliza as agulhas como eletrodos, a técnica consiste numa eletrólise epitelial através de
agulhas acopladas ao catodo de uma microcorrente galvânica.
Trabalha-se com uma agulha fina, porém rígida. Ela deve ser pontiaguda para penetrar
facilmente na pele (ao contrário da agulha para depilação definitiva, que deve ser flexível e com ponta
arredondada).
A agulha pode ser do tipo descartável ou esterelizável.
Na aplicação por meio de eletrodos tanscutâneos, na maioria em forma de bastões deslizantes.
Utiliza-se algodão ou gaze embebidos em cosméticos cujos produtos ativos têm efeitos hidratantes,
tensores, reafirmantes ou revitalizantes (iontoforéticos).
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
- O procedimento técnico consiste da estimulação das rugas e linhas de expressão de forma
individual até que seja obtida uma hiperemia em todo o trajeto da ruga[118].
- Deve-se limpar a pele e passar um algodão embebido em álcool antes da introdução das
agulhas
- Deve-se encaixar a agulha no porta-agulha do aparelho, que é conectado ao polo negativo.
- O polo positivo (passivo) encontra-se ligado a um bastão a ser segurado pela cliente. Ou pode-
se acoplá-lo a um eletrodo de borracha de silicone e fixá-lo no ombro ou braço direito.
- Segundo Guirro & Guirro (2002), a intensidade na técnica onde não há introdução da agulha
("deslizamento"} é de 300 microamperes. No caso de se optar pelo procedimento invasivo, a
intensidade da corrente deve ser diminuida uma vez que é de conhecimento geral que a umidade do
estrato córneo da pele varia intensamente em relação à idade e que este estrato apresenta alta
resistência à passagem de corrente.
- Silva (1997) orienta regular a amperagem na faixa de aproximadamente 180 até 200
microamperes.
- Segundo Silva (1998), a dosagem a ser utilizada pode ser:
a) 74 microamperes para peles sensíveis, eudérmicas e alipicas;
b) 86 microamperes para peles mais resistentes, lipídicas e seborreicas.
Segundo Guirro & Guirro (2002), os procedimentos técnicos para a execução do eletrolifting em
rugas podem ser divididos em três grupos:
- Deslizamento da agulha dentro do canal da ruga
- Penetração da agulha em pontos adjacentes e no interior da ruga
- Escarificação - método de deslizamento da agulha no canal da ruga, diferencia-se pela agulha
ser posicionada a noventa graus, ocasionando uma lesão do tecido
70
As três técnicas produzem resultados animadores, atenuando sobremaneira as rugas e linhas
de expressão. Entretanto, as duas técnicas que desencadeiam um processo inflamatório (invasiva e de
escarificação), proporcionam resultados mais rápidos.
A punturação deverá ser feita de maneira rápida e precisa, e a sensação tende a ser muito
desagradável. Portanto, deve-se colocar a agulha com firmeza e precisão[3].
Após o levantamento, aguarde o tempo necessário para o tipo de ruga, abaixe a pele e retire da
mesma forma, ou seja, com precisão e rapidez.
O tempo para cada punturação deverá ser de 4 segundos. Esta regra persiste quanto maior for a
idade cronológica, pois nos biotipos com boa hidratação, o tempo de cada punturação será de 3
segundos[3]. Winter (2001), orienta aguardar 3 ou 5 segundos, até que a pele comece a esbranquiçar.
A agulha deve ser introduzida entre as camadas da epiderme (estrato espinhoso). Por não atingir
a derme, não haverá sangramento. A agulha também não deve ser introduzida muito superficialmente,
porque a lesão das células já totalmente corneificadas não terá o efeito desejado. Por outro lado, a
agulha também não deve atingir a derme, porque o estrato basal não deve ser lesado.
71
Após ter trabalhado a ruga em toda sua extensão num só lado, prosseguir da mesma maneira
pelo seu outro lado, de forma que os canais feitos pela agulha formem um "X" que atravessa a pele por
baixo da ruga.
Cada penetração da agulha deverá ser feita com espaço de 05, cm a 1,0 cm, entre as punturações
na pele.
Deve-se inserir a agulha num ângulo de 45 graus em relação à superfície da pele. E a agulha
deve atravessar a ruga por baixo, porém sem que sua ponta saia do outro lado da ruga. Não deve
sangrar[3, 5].
45° Pele
Poro
Pode-se, ao final, aplicar compressas geladas de chá de camomila ou de água boricada sobre a
região tratada[2].
Por ser tratar de uma técnica invasiva, há necessidade de se questionar a paciente quanto à sua
predisposição para o aparecimento de quelóides, assim como a diabetes, pois neste último caso a
cliente apresentará uma disfunção das fibras colágenas dificultando a regeneração[4].
OBS.1: A agulha deve entrar nos folículos pilosos (poros) por serem aberturas naturais do tecido
que proporcionam o deslizar da agulha. A abertura-invaginação natural apresenta a vantagem de não
traumatizar a pele, ou causar qualquer tipo de sensação desagradável[3].
OBS.2: Quando se utiliza laserterapia após a aplicação do eletrolifting , com o objetivo de
acelerar o processo, os resultados são praticamente nulos, devido a radiação LASER apresentar uma
ação antinflamatória, interferindo assim nas reações fisiológicas desencadeadas pela corrente
contínua[4].
INDICAÇÃO
- Acentuação do sulco naso-labial por flacidez da musculatura (deve-se adicionar
eletroestimulação facial)
- Atenuação de rugas de expressão entre as sobrancelhas e na testa por rigidez muscular
(adicionar exercícios de relaxamento)
- Atenuação de rugas de elastose (ao redor dos lábios)
- Envelhecimento cutâneo
- Tonificação cutânea
73
- Estrias
A pele estriada apresenta modificações nas fibras colágenas, na substância fundamental amorfa e
nos fibroblastos. A forma do fibroblasto também varia nas diferentes lesões, sendo a forma globular
predominante na estria[6].
Guirro & Guirro (1996) relatam que os fibroblastos, células derivadas do mesênquima, possuem
uma capacidade de replicação baixa que pode ser modificada em resposta a estímulos controlados. Os
fibroblastos retêm a capacidade de se dividirem; assim como o tecido epitelial, o tecido conjuntivo
também é capaz de se regenerar. Na estria esta célula está quiescente, sendo que o estímulo elétrico de
baixa intensidade mostrou-se eficiente para aumentar a sua replicação bem como das fibras e
substâncias produzidas pela mesma. No tocante à neovascularização, os efeitos da inflamação aguda e
da corrente contínua se somam, promovendo um edema brando com uma hiperemia bastante
pronunciada. A regeneração propicia o retorno de todas as funções inerentes à pele, inclusive a
sensitiva que se encontrava grandemente diminuída, e neste caso especificamente, a sensibilidade
dolorosa, pois à medida que vai havendo a regeneração tende a chegar a níveis próximos do normal
A elastose focal linear em alguns pacientes pode representar a hiperplasia de fibras elásticas em
resposta a alguma lesão ou alteração tecidual. Ela pode ocorrer isolada ou associada a estrias atróficas,
e em último caso pode ser considerado como um processo regenerativo das estrias[6].
A relutância na aceitação de tratamentos eficazes de estrias está baseada principalmente no fato
de que a fibra elástica não se regenera. Estudos preliminares mostraram que ocorre um acentuado
aumento no número de fibroblastos jovens, uma neovascularização e o retrono da sensibilidade
dolorosa após algumas sessões de estimulação elétrica, e como consequência uma grande melhora no
aspecto da pele, que fica muito próxima do normal. Entretanto, o resultado do tratamento pode variar
em diferentes indivíduos, como em qualquer outro tratamento de diversas afecções. Este fato está
centrado na capacidade reacional de cada indivíduo[6].
Guirro & Guirro (2002), relatam que com a estimulação elétrica as fibras colágenas sofrem
algum tipo de reorientação. E que o processo de regeneração da estria está baseado na compilação dos
efeitos intrínsecos da corrente contínua e dos processos envolvidos na inflamação aguda.
Poucos minutos após a lesão aparecem a hiperemia e o edema, que não ocorrem imediatamente
após a aplicação, e são motivadas por substâncias locais liberadas pela lesão, responsáveis pela
vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos. Toda a zona é preenchida por um exsudato
74
inflamatório composto de leucócitos, eritrócitos , proteínas plasmáticas e fáscais de fibrina. O
processo de epitelização inicia-se simultaneamente, obrigando as células epidérmicas a penetrar pelo
interior das fendas formadas pela agulha, e estimuladas pela formação de fibrina originada pela
hemorragia da microlesão. No início praticamente não sangra, porém com o passar das sessões
observa-se um sangramento ou rompimento de pequenos vasos, que são totalmente reabsorvidos
(pequenas bolsas de sangue que se tornam violáceas, amareladas e em seguida a tonalidade da pele
volta ao normal). Este processo inflamatório será absorvido em um período de tempo variável,
ocorrendo na média de 2 a 7 dias[6].
CONTRA-INDICAÇÃO
- Sobre feridas recentes
- Alergia ou irritação à corrente elétrica ou ao cosmético
- Hipersensibilidade dolorosa
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1- Miedes, J.L.L.- ELECTROESTÉTICA - Ed. Videocinco - Madrid - 1999 - pp. 63-66
2- Winter, W. R. - ELETROCOSMÉTICA - Ed. Vida Estética - 3ª Ed. 2001- pp. 129-133
3- Silva, Mariângela T. - ELETROLIFTING - Ed. Vida Estética - 1998 - pp. 31
4 - Girro, Elaine C. O. - Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA EM ESTÉTICA - FUNDAMENTOS, RECURSOS E
PATOLOGIAS - Ed Manole - 2ª Ed. - 1996
5- Silva, Marizilda, T. - ELETROTERAPIA EM ESTÉTICA CORPORAL - Ed. Robe - 1997 - pp. 5-8
6- Girro, E. C. O. & Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL - FUNDAMENTOS, RECURSOS
E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 3ª Ed. Revisada e ampliada - 2002
7- Silva, E. B. M., Takemura, I., Schwartz, S. M. - ANÁLISE DO TRATAMENTO DE REGENERAÇÃO DE
ESTRIAS COM O USO DO GERADOR DE CORRENTE CONTÍNUA FILTRADA CONSTANTE STRIAT® EM
MULHERES ENTRE 15 E 16 ANOS. - Trabalho de conclusão do Curso de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do Paraná,
Curitiba - 1999.
Apud Girro, E. C. O. & Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL - FUNDAMENTOS,
RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 3ª Ed. Revisada e ampliada - 2002
76
INTRODUÇÃO
No início da década de 80, na França, um grupo de médicos começou a utilizar, em medicina
estética, e acupuntura, correntes polarizadas ou mistas, para tratamento da adiposidade, celulite
fibrótica ou nodular (Silva, 1997).
Antigamente na eletroterapia clássica existiam somente tratamentos para a obesidade a base de
corrente galvânica aplicada com grandes eletrodos superficiais sobre a área, e, a grande novidade dos
métodos atuais consiste tanto na forma de aplicar a corrente, como em seu mecanismo biofísico de
atuação. Hoje em dia, é realizado o tratamento da celulite e da obesidade mediante correntes que são
aplicadas com agulhas, introduzidas nas áreas de tratamento (Zaragoza & Rodrigo, 1995).
CONCEITO
A eletrolipoforese é uma técnica destinada ao tratamento das adiposidades e acúmulo de ácidos
graxos localizados. Caracteriza-se pela aplicação de microcorrente especifica de baixa freqüência (ao
redor de 25 Hz) que atua diretamente a nível dos adipócitos e dos lipídios acumulados produzindo sua
destruição e favorecendo sua posterior eliminação (Soriano et al., 2000).
Em seu início, a eletrolipoforese se aplicava por meio de eletrodos em forma de finíssimas
agulhas diretamente implantadas no panículo adiposo, realizada apenas por equipe médica (Soriano et
al., 2000). Segundo Guirro & Guirro (2002), a indústria de equipamentos da área de estética criou a
eletrolipoforese com placas transcutâneas na tentativa de ampliar o mercado de venda.
PROPRIEDADES
A eletrolipoforese terapêutica atua a nível do tecido adiposo, produzindo sua destruição e
eliminação. O campo elétrico que se origina entre os eletrodos, provoca a nível local, uma serie de
modificações fisiológicas que são responsáveis pelo fenômeno da eletrolipólise (Soriano et al., 2000).
De acordo com os relatos de alguns autores, os principais efeitos fisiológicos proporcionados
pela eletrolipólise são:
1) Efeito Joule
Em virtude do efeito Joule, a corrente elétrica, ao circular por um condutor, realiza um trabalho
que produz calor ao atravessar o mesmo. O aumento de temperatura que é produzida na
eletrolipoforese, não atinge tecidos orgânicos, visto que se trata de uma corrente com uma intensidade
muito pequena, porém suficiente para contribuir para instalação de uma vasodilatação com aumento de
fluxo sangüíneo local. Desta forma é estimulado o metabolismo celular local, facilitando a queima de
calorias e melhorando o trofismo celular (Soriano et al., 2000).
2) Efeito eletrolítico
Em condições normais a membrana celular é semipermeável, que separa dois meios de
composição iônica diferente: o meio intracelular é eletronegativo e o meio extracelular é
77
eletropositivo. O campo elétrico gerado por esta corrente na eletrolipoforese, induz o movimento
iônico que traz consigo modificações na polaridade da membrana celular. A célula tende a manter seu
potencial elétrico de membrana normal, e essa atividade consome energia a nível celular (Soriano et
al., 2000; Parenti, 2001).
AÇÃO
A microestimulação elétrica ativa as fibras do tecido conjuntivo subcutâneo, que favorecem a
drenagem linfática e sangüínea, provocando uma melhora da qualidade e aspecto da pele (Soriano et
al., 2000). Corroborando, Silva (1995) explicita que o estímulo circulatório produzido pela corrente
elétrica, tem grande importância na drenagem da área.
78
Segundo Pinto (1996), a aplicação dessas finas agulhas, ligadas a uma corrente de baixa
intensidade, cria um campo elétrico entre elas, ocorrendo uma modificação no meio intersticial,
favorecendo as trocas metabólicas e ainda, a lipólise.
Segundo Zaragoza & Rodrigo (1995), existe muita discussão sobre qual o mecanismo de ação
destas correntes aplicadas na eletrolipoforese; ainda que os resultados clínicos são em geral
concordantes e muito positivos, há pouca experimentação básica que permita definir claramente a sua
forma de atuação. De todos os modos há, ao menos, dois efeitos claramente envolvidos:
- O estímulo circulatório que produz toda corrente contínua, seja interrompida ou não, e que
tem grande importância na drenagem da área.
- O estímulo da lipólise, diretamente ou indiretamente pela excitação das terminações nervosas
simpáticas e liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) que atuam sobre os receptores
beta do adipócito e estimulam a triglicerideolipase, potencializando a lipólise dos triglicerídeos em
glicerol e ácidos graxos.
Estudos histopatológicos vem demonstrando o efeito deste tipo de tratamento sobre os adipócitos
(diminuição no tamanho, alterações na forma e mudanças estruturais) que indicam a existência de uma
base orgânica par os efeitos clínicos constatados (Zaragoza & Rodrigo, 1995).
Guirro & Guirro (2002) relatam que os efeitos das correntes no organismo estão bem
catalogados, porém os textos que descrevem os tratamentos são pouco científicos, e seus reais efeitos
devem ser melhor investigados.
TECNICA DE APLICAÇÃO
Zaragoza & Rodrigo (1995), relatam que os eletrodos são agulhas de acupuntura de 15 cm de
comprimento por 0,3 mm de diâmetro, de uso único. As correntes são contínuas, mas existem algumas
correntes utilizadas para a prática da eletrolipoforese que são alternadas. Segundo Parienti (2001), o
pulso bifásico assimétrico (como o pulso do TENS), é uma forma de onda largamente utilizada na
eletrolipoforese. Silva (1995) menciona que as agulhas podem medir entre 4, 5, 7, e 12 cm,
introduzidas a nível hipodérmico, utilizando-se uma distância de 4 cm entre elas. Parienti (2001),
sugere agulhas de acupuntura, fabricadas em aço inoxidável ou em prata, descartáveis, medindo de
0,25 a 0,3 mm de diâmetro com comprimentos que variam de 1 a 3 cm, ou de 10 a 12 cm. Parenti
menciona ainda que as agulhas mais grossas (0,30 mm) apresentam melhor efeito.
A frequência de aplicação oscila entre 5 a 50 Hz, segundo escalas crescentes (15 Hz, 20 Hz, 35
Hz, etc.) (Zaragoza & Rodrigo, 1995). Parienti (2001), sugere uma frequência de 5 a 500 Hz. A técnica
de aplicação consiste em colocar o paciente em posição cômoda, com a área de tratamento exposta.
Nesta “zona” de tratamento devem ser introduzidos pares de agulhas de forma paralela, de acordo com
a saída dos cabos no aparelho. As agulhas são separadas por mais de 5 cm, de modo que cubram toda a
área a tratar. Se inicia uma sessão aumentando a intensidade gradativamente, partindo até o limiar
suportável do paciente (Zaragoza & Rodrigo, 1995).
O processo é considerado invasivo, aliado a efeitos sistêmicos devido ao longo tempo de
duração: 50 minutos (Guirro & Guirro, 2002). Segundo Zaragoza & Rodrigo (1995), a duração da
sessão gira em torno de uma hora, após costuma-se aplicar algum tratamento complementar como:
Estímulo muscular, drenagem linfática, estimulação de pontos de acupuntura, etc. Quase sempre é
somado ao tratamento uma dieta hipocalórica e hidrosalina controlada para favorecer a saída de água
intra-celular.
Quanto ao aspecto intensidade da corrente, nos deparamos com algumas divergências entre
alguns autores. Segundo Zaragoza & Rodrigo (1995), a intensidade de aplicação varia entre 2 a 10
mA. Já Parienti sugere de 5 a 40 mA. Entretanto, para Soriano et al. (2000) a corrente utilizada na
eletrolipoforese é a microcorrente. Portanto a intensidade praticada está abaixo de 1 mA.
Soriano et al. ainda revelam que a intensidade da corrente aumentará em função do umbral de
sensibilidade, de forma que não resulte em dor intensa na pessoa tratada. Vale ressaltar, que a pessoa
79
tratada deve notar uma sensação de "pico máximo não doloroso" e esta será ajustada segundo a
tolerância do mesmo, preocupando-se com a acomodação individual. Havendo a acomodação, a
intensidade deverá ser aumentada quantas vezes forem necessárias.
Para Parienti (2001), é necessário que o paciente sinta sensação de picadas que chegam ao limite
do desagradável. Durante a sessão e preciso aumentar progressivamente a intensidade da corrente
durante o processo de acomodação.
As sessões podem ser semanais, com um mínimo de 6, podendo alcançar até 10, devendo-se
levar em conta que os efeitos se prolongam durante umas semanas a mais, sendo que para julgar os
resultados se espera até 45 dias após o fim do tratamento (Zaragoza & Rodrigo, 1995). Parienti (2001),
sugere uma aplicação por semana, e segundo o autor, os resultados tornam-se mais significativos após
a 3ª sessão.
Na aplicação com agulhas estas deverão ser de boa qualidade, estéreis, mantendo em todo
momento medidas de assepsia (desinfetando a pele a ser tratada) (Soriano e col., 2000). Essas agulhas
podem ser esterilizadas e reutilizadas para o mesmo paciente por 6 a 8 aplicações (Silva, 1995).
Quando há o aparecimento de dor durante a introdução da agulha, significa que a mesma está
mal posicionada ao entrar em contato com as aponeuroses da pele, que são estruturas ricamente
inervadas. As agulhas devem ser introduzidas sobre o tecido cutâneo, a nível do panículo adiposo
(Soriano e col., 2000)
Parienti relata que não deve ocorrer nenhum sangramento e nenhuma dor deve ser manifestada.
Esses fatos garantem a implantação correta da agulha no tecido adiposo.
Na prática, deve-se posicionar o paciente numa posição cômoda e relaxada; a área a tratar deve
estar desnuda e desinfetada (assim como a mão do operador); introduzir as agulhas utilizando o "tubo
guia" fornecido junto com as agulhas de acupuntura; pressiona-se o tubo na pele, para esticá-la, e dá
um golpe rápido no topo da agulha, inserindo-a perpendicularmente á superfície cutânea por cerca de 1
cm (as agulhas podem ser introduzidas obliquamente, dependendo da habilidade do operador)
(Parienti, 2001). A partir daí, inclina-se a agulha, na direção do tecido subcutâneo realizando
movimentos giratórios introduzindo-a. Após a agulha introduzida, conecta-se os eletrodos (tipo
"jacaré") nos pares de agulhas correspondentes à área que se deseja tratar. Pode-se fixar as partes das
agulhas que ficam externamente, com esparadrapo, para que não haja incômodo ao manipulá-las com a
colocação dos eletrodos.
80
INDICAÇÕES
A principal indicação da eletrolipólise está no tratamento da obesidade localizada, celulite e
lipodistrofia localizada. Há também indicação pós lipoaspiração, como complemento da cirurgia.
Segundo Zaragoza & Rodrigo (1995), podemos utilizar a eletrolipoforese para diminuição do
perímetro em abdome, coxa e quadril. Há também, discreta, porém não espetacular, perda de peso,
melhora circulatória local e melhora da troficidade da pele da área tratada. Os autores mencionam
também o uso da eletrolipoforese na lipodistrofias localizadas.
Parienti (2001) indica a eletrolipoforese nas complicações de "placas onduladas" após a
lipoaspiração e a ptose abdominal e das nádegas.
CONTRA-INDICAÇÕES
Segundo Soriano et al. (2000), não existe nenhuma região do corpo onde o método está contra
indicado, sempre e quando a indicação seja correta.
Silva (1995), Parienti (2001) e Soriano et al. (2000), narram algumas contra-indicações da
eletrolipoforese:
• Transtornos cardíacos (alteração do ritmo e da condução; insuficiência cardíaca) e portadores
de marca-passo e cardiopatias congestivas;
• Pinos ou placas no corpo, em áreas onde a corrente elétrica será aplicada;
• Gravidez em qualquer idade gestacional;
• Paciente renais crônicos (insuficiência renal)
• Trombose venosa profunda ou estado venoso catastrófico.
• Patologias ginecológicas, tipo fibroma uterino;
• Utilização de medicamentos, como corticosteróides, e anticoagulantes ;
• Progesterona;
• Neoplasias;
• Alterações dermatológicas na área a tratar (Dermatites, dermatoses, feridas, inflamações,
eczemas, etc.)
• Epilepsia
Possíveis complicações e efeitos secundários podem ocorrer quando a eletrolipoforese trabalha
com a implantação de agulhas no panículo adiposo, sem normas de assepsia adequada. Pode aparecer
hematoma nessa área, o que não trará complicações. No método de aplicação de agulhas superficiais,
poderá ocorrer uma pequena auréola de eritema pela passagem de corrente na pele que desaparecerá
por si só e sem tratamento em poucas horas. Há também a descrição do aparecimento de pequenos
pontos necróticos superficiais no local de introdução da agulha. As causas que podem determinar a
aparição deste incidente não estão claras, entretanto, caso apareçam estes processos, sua cura ocorrerá
sem maiores complicações (Soriano et al., 2000).
Parienti (2001) menciona que a técnica realizada de forma inadequada pode levar a ocorrência de
alguns incidentes:
- O paciente sente dor no momento exato da implantação da agulha
- Surgem equimoses após a sessão, devido a pequenas veias superficiais que são picadas
desastrosamente ou, então, por um erro na manipulação de implantação atingindo tecido muscular
- No final da sessão, a retirada da agulha causa sangramento
81
- Durante a sessão, o paciente queixa-se de leves contrações musculares, é preciso verificar
se as agulhas não atingiram o plano muscular.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. GUIRRO, E. C. O. & GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia Dermato - Funcional – Fundamentos, Recursos e
Patologias. 2002 . Ed Manole - 3ª Ed. Revisada e ampliada. pp. 380
2. GUYTON, A. C. 1996 - Fisiologia Humana - Ed Guanabara Koogan – RJ.
3. GUYTON, A .C. & HALL, J.E. – 2002 - Tratado de Fisiologia Médica – Ed. Guanabara Koogan - 10°
Edição – RJ.
4. JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J.1999 – Histologia Básica – Ed. Guanabara Koogan. 9ª Ed. pp. 169-17.
5. NAOUM, P. C.- 1999- Eletroforese – Técnicas E Diagnósticos. Ed. Santos - São Paulo, 154 pp.
6. PARIENTI, I. J. 2001. Medicina Estética. Ed. Andrei. pp. 58-68
7. PINTO, E. B. S; ERAZO, P. J; MUNIZ, A. C. Superficial liposuction body contouring. Clinics in Plast. 1996.
Surg., 23:4. Apud. GUIRRO, E. C. O. & GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia Dermato - Funcional – Fundamentos,
Recursos e Patologias. 2002. Ed Manole - 3ª Ed. Revisada e ampliada.
8. SILVA, M.T. Eletroterapia em Estética Corporal. 1995. Ed. Robe – 1° Edição - São Paulo – pp. 59-64.
9. SORIANO, M. C. D., PÉREZ, S. C., BAQUÉS, M. I. C. - Electroestética Professional Aplicada - Teoria y
Práctica para la Utilización de Corrientes en Estética - Sorisa - Espanha - 2000. pp. 120-123
10. ZARAGOZA, J.R. & RODRIGO, P. Electroestética. 1995 . Ed. Nueva Estética – 1° Edição - Espanha – pp. 61-67.
82
INTRODUÇÃO
Formação do campo eletromagnético
Um campo eletromagnético é um espaço onde agem forças magnéticas que se formam em torno
de um condutor elétrico.
Quando há uma corrente elétrica num condutor, não somente o condutor é submetido a
alterações, mas também a região que o circunda sofre modificações. Forma-se um campo
eletromagnético em volta do condutor.
Quanto maior a intensidade da corrente no condutor, tanto mais forte é o campo eletromagnético
ao seu redor. O efeito eletromagnético aumenta consideravelmente, quando o condutor não está
disposto linearmente, mas em forma de espiral. Neste caso, as linhas magnéticas encontram-se tanto no
interior da espiral quanto envolvem-na exteriormente. Falamos de uma bobina.
83
Sempre quando o campo eletromagnético ao redor do condutor se desfaz, ele se desprende do
condutor e parte em direção ao infinito. Enquanto há corrente alternada no condutor, ondas
eletromagnéticas são geradas.
Uma onda é a propagação de uma oscilação. A quantidade de oscilações por segundo dos
elétrons de um condutor determina a frequência das ondas geradas por este condutor. Por comprimento
de onda entende-se a distância que uma onda percorre, até que uma nova onda se desprenda do
condutor.
A velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo é constante e corresponde à
velocidade da luz, ou seja, 300.000 km por segundo. Quanto maior for a frequência das ondas, tanto
menor será a distância entre elas, ou tanto menor será o comprimento de onda.
As ondas eletromagnéticas são uma forma de energia. As ondas podem ser captadas por antenas.
Uma antena é um condutor elétrico capaz de emitir ou receber ondas eletromagnéticas.
O francês Jean D'Arsonval iniciou estudos sobre os efeitos do campo eletromagnético no
organismo ao final do século dezenove.
Constituição física
O aparelho consiste num gerador de alta frequência, num porta-eletrodos e em diversos eletrodos
de vidro.
84
As correntes de alta frequência, alta voltagem e baixa intensidade são geradas por um
dispositivo eletrônico que consta de vários circuitos transistorizados que transformam, retificam e
posteriormente produzem correntes de alta frequência a partir da corrente elétrica de uso doméstico
que se é provida através da rede.
Os eletrodos de vidro são ocos e contêm em seu interior um vácuo parcial, quer dizer, ar rarefeito
ou um outro gás. A passagem da corrente provoca uma ionização das moléculas de gás, as quais, sob o
forte impacto energético, tornam-se fluorescentes. Os eletrodos provocam a formação de ozônio ao
nível da pele[1].
AÇÃO
A passagem de ondas eletromagnéticas por ar ou outros gases rarefeitos, provoca a formação de
ozônio, como acontece por exemplo na ozonosfera do nosso planeta (as ondas eletromagnéticas do sol
passam pelo ar rarefeito da ozonosfera, gerando ozônio)[1].
EFEITOS
a) Fisiológicos
- Térmico
O principal efeito das correntes de alta frequência ao atravessar o organismo é a produção de
calor. Do efeito térmico se pode deduzir outro efeito como o de vasodilatação periférica local. Devido
ao calor gerado, se consegue um aumento do fluxo sanguíneo e por tanto se produz uma melhora do
trofismo, oxigenação e metabolismo celular[2].
É um efeito comum a todas as formas de aplicação: Se acentua mais nos casos em que o eletrodo
se coloca a uma ligeira distância da pele, que quando está em contato direto.
O efeito térmico obtido é inversamente proporcional à superfície do eletrodo. Por isso para
efeitos destrutivos (fulgurações) se usam eletrodos de pouca superfície (em forma de ponta) já que
concentram em um ponto os efeitos térmicos.
O efeito térmico obtido é diretamente proporcional ao tempo de aplicação. Os tratamentos mais
habituais duram entre 3 e 5 min[2].
85
- Vasodilatador e hiperemiante local
Aparece como consequência do efeito térmico. Os eletrodos de vidro têm um efeito estimulante
sobre a pele, pois aumentam a circulação periférica local[1, 2].
b) Terapêuticos
- Bactericida e anti-séptico (a formação de ozônio ao nível da pele tem ação desinfetante)
As faíscas que saltam entre a superfície do eletrodo e a pele formam, a partir do oxigênio (O2) do
ar, o ozônio (O3) através da corrente elétrica. O ozônio formado é muito oxidante e por tanto é um bom
bactericida, germicida e anti-séptico em geral[2]
- Melhora do trofismo dérmico / Regenerador tecidual
- Antinflamatório
Obs.: Há que se ressaltar que este tipo de corrente não tem nenhum efeito de excitação
neuromuscular[2].
INDICAÇÕES
• Desinfeção após a extração das eflorescências acnéicas
• Fulguração de eflorescências acnéicas inflamadas
• Desinfecção e estimulação da circulação sanguínea do couro cabeludo
• Feridas abertas (contaminadas ou não)
• “Psoriase”
CONTRAINDICAÇÕES
- Marca-passo cardíaco
- Gestantes
- Implante metálico local (aquecimento perigoso)
- Distúrbios de sensibilidade
- Pele com cosméticos inflamáveis (álcool e éter)
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
Os eletrodos que se utilizam para a aplicação das correntes de alta frequência são geralmente
tubos ocos de vidro. Em seu interior há geralmente o vácuo ou tem um gás como o neon.
Para introduzir-se o eletrodo no porta-eletrodos, deve-se manter este último numa posição
vertical com a finalidade de evitar que o eletrodo acidentalmente se solte e quebre.
Se conectam geralmente por pressão que, por sua vez, está conectado mediante um cabo ao
console gerador da corrente de alta frequência.
Alguns porta-eletrodos levam um interruptor que atua sobre a passagem da corrente. Com isso se
consegue fazer circular a corrente no momento de ter o eletrodo na posição correta e ativado o
interruptor
86
Antes de ligar-se o aparelho, o eletrodo deve encontrar-se encostado na pele do cliente. Isto
evita que o cliente tome um susto. Enquanto o aparelho permanecer ligado, o eletrodo deve manter o
contato com a pele[1].
A junção entre o eletrodo e o porta-eletrodos não deve tocar o pele do cliente, pois ele sentiria
um choque elétrica muito forte. Também o esteticista não deve jamais encostar.
Ao aplicar a corrente de alta frequência mediante eletrodos ocos de vidro aparecem
diferentemente tonalidades, sendo as mais habituais:
- Violeta - em seu interior há vácuo
- Laranja - em seu interior há introduzido certa quantidade de gás neon.
Obs.: O eletrodo de tonalidade laranja produz os mesmos efeitos que o violeta porém de uma
forma mais suave[2].
Com a finalidade de aumentar a ação do eletrodo, este pode ser passado ligeiramente afastado da
pele, ou sobre uma gaze seca. Normalmente é utilizado para casos de acne muito graves, etc.
TIPOS DE ELETRODOS
Em forma de cogumelo:
Ele tem grande utilidade para a desinfecção da pele após a conclusão da fase de extração durante
a limpeza de pele. Considerando que a exposição ao ozônio é de pouca duração e levando-se em conta
o benefício da desinfecção, a utilização dos eletrodos de vidro por 2 ou 3 minutos é justificável neste
caso e não provocará danos.
Em forma de pente:
Tem a finalidade de estimular a circulação sanguínea e desinfetar o couro cabeludo. O couro
cabeludo deve estar limpo e sem produtos. O pente deve ser movimentado levemente em movimentos
de pentear sobre couro cabeludo. A aplicação deve ter uma duração máxima de 10 minutos. O
tratamento será completado pela aplicação de cosméticos (não usar o eletrodo antes da aplicação de
produtos sensíveis à oxidação), massagens manuais e vibratória e aplicação de raio infravermelho.
Obs.: Existem outros tipos de eletrodos que podem ser fornecidos, de acordo com o fabricante
(em forma de Barra de metal ou espiral, em forma de forquilha ou "T", lápis, etc)
88
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
Tipos de aplicação[2, 4]
a) Aplicação direta ou efluviação
Se consegue aplicando diretamente o eletrodo sobre a área a tratar. Geralmente se utilizam
eletrodos de superfície plana que se aplicam deslizando-os sobre a pele em forma de massagem suave.
É importante comprovar que antes de deixar passar a corrente, o eletrodo já estejam em contato
com a área a tratar. Igualmente deve-se zerar os controles do aparelho antes de separar o eletrodo da
pele. Durante o tratamento não se deve separar o eletrodo da superfície corporal tratada.
b) Aplicação a distância ou com faíscas.
Neste caso o eletrodo se mantém a uma curta distância da pele (milímetros) porém sem
contactar em nenhum momento. Como consequência da alta voltagem da corrente, saltam faíscas
desde a superfície do eletrodo à superfície da pele da pessoa tratada. Isso se deve a que a corrente que
se acumula na superfície do eletrodo passa para o organismo.
Por efeito da alta voltagem da corrente, se produz uma grande diferença de potencial entre o
eletrodo e a pele. O ar, que inicialmente não é condutor da eletricidade, se torna condutor deixando
passar a corrente.
Nesta caso há que levar em conta a sensibilidade da pessoa tratada a este tipo de pequenas
descargas elétricas.
INTRODUÇÃO/HISTÓRICO
Analisando o significado da terminologia LASER (Light Amplification by Stimulated Emission
of Radiation) por partes, dizemos que a amplificação da luz aporta alta concentração de energia
conseqüente do grande número de fótons dos quais é constituída, e o fenômeno da emissão estimulada
constitui-se da emissão de luz a partir da estimulação da matéria através do fornecimento de energia
aos átomos.
Reportando num breve histórico sobre o laser, iniciamos com Albert Einstein, que em 1917
expôs o “Princípio Físico da Emissão estimulada”, sobre o qual o fenômeno laser está apoiado.
Seguindo, em 1953, Townes, Gordon e Zeiger construíram o primeiro oscilador que operava na banda
de ondas milimétricas - MASER (amplificador de microondas pela emissão estimulada de radiação).
Ainda 1953, Townes e Schawlow demonstraram a possibilidade de construir um laser; em 1955,
Maiman construiu o laser a rubi; em 1961, no Hospital Presbiteriano de Nova York, se realizou com
êxito a primeira cirurgia a laser; a extirpação de um pequeno tumor de retina. A partir desta e de outras
experiências cirúrgicas ficou evidenciado, de forma empírica, que a radiação laser estimularia a
cicatrização de maneira acelerada.
Em 1962, foi desenvolvido o primeiro laser semicondutor. Dois anos mais tarde, o laser a gás e o
primeiro laser molecular de dióxido de carbono. Sinclair e Knoll adaptaram o laser à prática
terapêutica.
Radiação Soft-Laser
Absorção
Bioquímico
Bioelétrico Efeitos primários ou diretos
Bioenergético
1- Efeito analgésico
2- Efeito antiinflamatório Efeitos terapêuticos
3- Efeito antiedematoso
4- Efeito cicatrizante
b) Efeito bioelétrico:
A a ação do laser é dupla:
- de modo direto atua estabilizando o potencial de membrana em repouso;
- de modo indireto aumenta a quantidade de ATP produzida pela célula.
c) Efeito Bioenergético
As radiações laser proporcionam às células, tecidos e organismos em conjunto, uma energia
válida que estimula, em todos os níveis, seu trofismo e fisiologismo, normalizando as deficiências e
equilibrando suas desigualdades, e isso diz respeito à normalização energética que a radiação laser
proporciona ao bioplasma.
93
a) Estímulo à microcirculação:
Este efeito é proporcionado pela ação da radiação sobre os “esfíncteres pré-capilares”,
válvulas que existem na entrada da rede capilar ao final da rede de arteríolas.
Estes esfíncteres trabalham alternadamente, abrindo ou fechando a passagem para a rede
capilar distribuindo o fluxo sangüíneo e conseqüente alternância das regiões a serem irrigadas.
Provavelmente em decorrência da ação da histamina liberada pela radiação laser, ocorre
paralisação deste esfíncter pré-capilar e, como conseqüência, o fluxo sangüíneo se vê aumentado.
3- Efeitos Terapêuticos
Como conseqüência das alterações descritas nos itens relativos a efeitos primários e
secundários, a radiação a laser de baixa potência proporciona os seguintes efeitos terapêuticos:
Antiinflamatório:
A partir de qualquer lesão tecidual, são liberadas substâncias como a histamina e a
bradicinina, que são potencializadas pelas prostaglandinas, além de outras como a serotonina e a
fosfolipase-A. Estas substâncias, além de outros fenômenos, irão sensibilizar os receptores dolorosos,
aumentar a permeabilidade venular e provocar a dilatação de artérias e arteríolas.
Como conseqüência do aumento da permeabilidade venular ocorre extravasamento de
plasma, formando-se assim o edema.
Aparentemente o efeito antiinflamatório da radiação laser de baixa potência justifica-se a
partir dos seguintes pontos:
- Interferindo na síntese de prostaglandinas. Como elas desempenham um importante papel em
toda instalação do processo inflamatório, a sua inibição determina uma sensível redução nas alterações
proporcionadas pela inflamação.
- Estimulando a microcirculação que irá garantir um eficiente aporte de elementos nutricionais e
defensivos para a região lesada, favorecendo a sua resolução.
Analgésico:
O efeito analgésico proporcionado pelo laser de baixa potência se explica por vários fatores, a
seguir:
94
a) A nível local, reduzindo a inflamação, provocando a reabsorção de exsudatos e favorecendo
a eliminação de substâncias alógenas. O caráter antiinflamatório, por si só, já proporciona a redução da
dor. A eliminação, por exemplo, de substâncias ácidas ou outras consequentes de fagocitose, que
sensibilizam os receptores dolorosos, também favorecem a analgesia.
b) Interferindo na mensagem elétrica durante a transmissão do estímulo da dor, mantendo o
gradiente iônico, ou seja, mantendo o potencial de membrana e evitando que a mesma despolarize.
Esta ação, como consequência, proporcionará uma menor sensação dolorosa.
c) Liberação de ACTH (corticoide natural do corpo)
d) Estimulando a liberação de β-endorfinas, direta ou indiretamente.
e) Provocando a normalização e o equilíbrio da energia no local da lesão
f). Estimula a liberação de serotonina (no LCR)
Antiedematoso:
Um dos resultados da instalação do processo inflamatório é o surgimento do edema,
conseqüente do aumento da permeabilidade venular e do inevitável extravasamento do plasma, o que
desencadeia uma série de fenômenos proporcionando congestão que, a grosso modo, dificulta a
resolução do processo inflamatório em si.
A ação antiedematosa do laser pode ser justificada a partir dos seguintes fatos:
- Estímulo à microcirculação: proporciona melhores condições para a resolução da congestão
causada pelo extravasamento de plasma que forma o edema.
- Diminuição da prostaglandina/histamina
Cicatrizante:
Dos efeitos terapêuticos que se destacam no uso do laser, o estímulo à cicatrização mostra-se
eficiente. Tal poder terapêutico se explica por:
- incremento à produção de ATP, que proporciona um aumento da velocidade mitótica das
células.
- estímulo à microcirculação, que aumenta o aporte de elementos nutricionais associada ao
aumento da velocidade mitótica, facilitando a multiplicação das células.
- formação de novos vasos a partir dos já existentes, gerando melhores condições para uma
cicatrização rápida e esteticamente superior.
- Aumento da síntese de colágeno. [49]
TIPOS DE LASER
A luz gerada pelo laser pode ser liberada de modo contínuo, pseudocontínuo ou pulsado[8, 10]. Os
lasers contínuos emitem energia de maneira constante. Os pseudocontínuos são, na realidade, pulsados,
mas os pulsos são muito rápidos, e o intervalo entre eles é extremamente curto, gerando energia
virtualmente contínua. Os pulsados emitem energia com pulsos variáveis (long ou short pulses) e
intervalos também variáveis. Os long pulsed lasers, como, por exemplo, o flashlamp pumped pulsed
dye, apresentam pulsos na ordem de 0,5 mseg. Os short pulsed apresentam pulsos de 10 a 500 nseg e
incluem os Q-switched Ruby, Alexandrite e Neodimio-Yag. Nestes tipos de lasers o tecido alvo é
aquecido em tão pouco tempo, que explode, e ondas de impacto supersônicas são criadas a partir da
alta temperatura atingida[8]
95
Dependendo do tipo de laser temos alterações clínicas e histológicas específicas peculiares no
tecido alvo. A forma de liberação de energia, seja pulsada, contínua ou pseudocontínua, influi no tipo
de resposta tecidual. As características da pele ou tecido alvo tratado também são de grande
importância. O conceito de cromóforo deve ser exposto e designa um grupo de átomos que confere cor
a uma substância e absorve um comprimento de onda específico. Os principais cromóforos da pele são
a oxiemoglobina e a melanina. Lesões vasculares contém pigmento de oxiemoglobina, tornando-se
alvo para a luz do laser absorvida por esse pigmento. O mesmo acontece com lesões ricas em pigmento
melânico[9]
Outro ponto a ser ressaltado é o conceito de fototermólise seletiva. Introduzido por Anderson e
Parrish, (1983), postula que a absorção tecidual seletiva por um tipo de luz acarreta a destruição
seletiva desse mesmo tecido (em outras palavras, há destruição seletiva do tecido alvo a partir da
absorção de um tipo de luz). Assim, uma lesão cutânea pode ser tratada com um tipo de comprimento
de onda que corresponda ao pico de absorção do cromóforo contido nessa lesão.
Por fim, o comprimento de onda específico de uma laser a ser utilizado deverá ser absorvido
pelos cromóforos específicos no tecido. Em geral, o comprimento deve ser o mais próximo do pico de
absorção do cromóforo a ser irradiado, evitando “competição” com outros cromóforos presentes, e
suficiente longo para atingir camadas mais profundas da pele[3].
A cor de qualquer coisa depende das radiações eletromagnéticas que refletem quando sobre ela
incide a luz. Assim, num objeto vermelho, podemos ver esta cor porque quando sobre ele incide a luz
as ondas vermelhas são refletidas, e são absorvidas todas as demais[2].
O laser é um raio de luz, e como tal cumpre o fenômeno descrito: o laser de cor verde será
especialmente absorvido pela hemoglobina vermelha do sangue[2].
Tendo em vista que a pele sobre a qual incide o laser é rica em diferentes pigmentos e
cromóforos, é este um conceito amplamente difundido para justificar a utilização de certos lasers em
dermatologia e processos de fisioterapia dermato-funcional[2].
Cada cromóforo mostra uma faixa de absorção característica para certos comprimentos de onda.
A pele contém diferentes pigmentos ou cromóforos com diferentes espectros de absorção. O grau de
absorção de um laser determinado depende em grande parte da concentração presente de seu
cromóforo específico[2].
O coeficiente de absorção dos principais pigmentos se mostram da seguinte maneira: A melanina
(presente na epiderme e folículo piloso) absorve radiações com comprimento de onda inferior a 1200
nm de uma forma relativamente uniforme. A hemoglobina pelo contrário, tem faixas fortes de
absorção nas cores amarelo, azul, verde e ultravioleta. A água, não absorve em absoluto radiações com
comprimento de onda inferior a 1000 nm[2].
Quando maior o comprimento de onda da luz visível, maior a penetração no tecido. Assim:
ultravioleta<azul<verde<amarelo<vermelho<infravermelho[3].
Classificação do tipo de laser segundo a substância ativa geradora da radiação
1) Laser sólido
a) Neodimio-YAG
Emite radiação na faixa do infravermelho com comprimento de onda de 1064 nm, sendo pulsado
e com duração de pulso de 10 nseg., podendo alcançar elevadas potências de emissão. É usado em
oftalmologia, para coagulação de tecido vascular, em tratamentos endoscópicos e para obter efeitos
fototérmicos no tratamento de lesões cutâneas pigmentadas e tatuagens de cor azul, preto e verde[2, 3, 8].
b) Alexandrite
Possui comprimento de onda de 755 nm, próximo à luz infravermelha do espectro, e que pode
alcançar elevadas potências de irradiação. Seu pulso dura cerca de 100 nseg, e seu longo comprimento
96
de onda permite grande penetração na pele. Sua principal vantagem é que é bem absorvido por
pigmentos, porém pouco absorvido pela hemoglobina. É aplicado fundamentalmente na eliminação de
tatuagens de pigmentos azul, preto, verde, e cinza e lesões pigmentadas benignas e ultimamente em
tratamentos de depilação[2, 3].
c) Flashlamp pumped pulsed dye laser
O FPDL é um laser pulsado. Atua no comprimento de onda 585, 590, 595 e 600 nm, portanto luz
amarela[8,9].
Em 585 nm, a penetração é cerca de 1,2 nm, o que melhora, a absorção pela oxiemoglobina e
diminui a destruição da melanina[8]..
As principais indicações são: a) lesões vasculares: manchas vinho do porto, telangiectasias, nevo
rubi. granuloma piogênico. Particularmente para as manchas vinho do porto, vários autores consideram
o FPDL o tratamento de eleição[3].
d) Érbio
É pulsado, com duração de pulso de 350 microseg., e atua na faixa de 2940 nm, no espectro
invisível. A principal indicação é o tratamento do fotoenvelhecimento cutâneo 2. Comparado ao laser
de CO2 apresenta coeficiente de absorção cerca de 20 vezes superior, havendo menor dissipação de
energia A penetração é 20 vezes menor do que a do laser de CO2. Ele promove excelente tratamento
para ablação tecidual leve com menor eritema no pós-operatório[3].
2) Laser gasoso
Neste grupo deve-se estabelecer uma diferenciação entre os gases neutros, como o laser de
HeNe; os gases ionizados, como o laser de Argônio; e os gases moleculares, como o laser de CO2.
a) Hélio-Neônio (HeNe)
Possui um comprimento de onda de 632,8 nm, na faixa do vermelho, e apresenta efeitos
fundamentalmente bioestimulantes e tróficos[2].
É obtido a partir da estimulação de uma mescla de gases (hélio e neônio na proporção de 9:1) e
possibilita uma radiação visível, com comprimento de onda de 632,8 nm ou 6328 A, o que confere ao
mesmo a cor vermelha.
Uma câmara que contém a mistura gasosa é atravessada por uma corrente elétrica contínua. Essa
corrente elétrica faz com que os elétrons das moléculas do hélio saltem para órbitas mais distantes do
núcleo. Desse modo promovem choques entre átomos de hélio e neon, transferindo energia para o
neon. A partir dessa energia, elétrons dos átomos de neon saltam para órbitas mais distantes do núcleo.
Para que possam retornar à órbita original necessitam perder a energia recebida, o que se dá pela
emissão de fótons.
Essa câmara possui espelhos que refletem os fótons e mantêm a estimulação da mescla gasosa. A
esse mecanismo chamamos “Câmara de Ressonância Óptica”. Essa câmara é que promove a efetiva
ampliação da luz. Um dos espelhos é semitransparente permitindo que parte dos fótons gerados
atravessem o espelho, obtendo-se então o feixe de raio laser, que podemos observar.
b) Argônio
Possui comprimento de onda entre 485 e 515 nm (488-514 nm), o que corresponde a cor verde-
azul. É um aparelho contínuo e com penetração de 1 a 2 mm na pele. Os principais cromóforos que
absorvem o laser de argônio são a oxiemoglobina e a melanina. Associadamente, o excesso de calor
gerado pelas altas fluências necessárias à penetração na pele leva à necrose de estruturas vasculares e
não vasculares na derme papilar. O resultado final pode apresentar destruição térmica difusa e não
específica da pele. Cerca de 5 a 38 % evolui com distúrbios de cicatrização, e 20% com
hipopigmentação definitiva [11].
97
As principais indicações são: a) lesões vasculares: manchas vinho do porto, angioma,
telangiectasias, nevo rubi. b) lesões pigmentares benignas: lentigo simples, manchas café, nevo azul,
queratose seborréica, melasma, hiperpigmentação pós inflamatória[8, 11].
Apresenta-se como útil instrumento para destruir lesões dermatológicas superficiais e coloridas,
hemangiomas, tratamentos oftalmológicos, e tratamentos endoscópicos[2].
c) CO2
É um dos mais utilizados na medicina estética. Capaz de emitir elevadas potências de radiação
com um comprimento de onda de 10600 nm, faixa do infravermelho, podendo ser contínuo ou pulsado.
É o típico laser de corte e cirurgia, entretanto se for emitido de forma pulsada tem seu uso expandido
para aplicações cutâneas como técnicas de resurfacing, eliminação de lesões hiperpigmentadas
superficiais. Utilizando-o com lentes divergentes se consegue aumentar a superfície de irradiação
diminuindo sua densidade de potência[2].
Não há um cromóforo específico que absorva o laser, ocorrendo, portanto, absorção não seletiva
da luz pela água intra e extracelular. Após o tecido ter sido irradiado, ocorre necrose de coagulação da
epiderme e derme[12].
Diz-se que o laser está focado quando a caneta do laser está próxima da pele, e desfocao quando
afastado. No modo focado, concentra-se alta energia em pequena área, havendo corte do tecido. No
modo desfocado, ocorre vaporização do tecido, sem destruição de estruturas mais profundas[8, 12].
As principais indicações são cirurgia a laser onde se deseja evitar qualquer sangramento cutâneo,
verrugas virais, condiloma acuminado, tumores benignos da pele, lesões pré-malignas (papulose
bowenóide, queratose actínica, queilite actínica) e cirurgia de unha “encravada” [8, 12].
d) Cobre
O laser de cobre (vapor ou brometo de cobre) opera em duas faixas do espectro fotométrico: 511
e 578 nm. Em 511 nm, emite luz verde, sendo usado para o tratamento de lesões pigmentadas; e, em
578 nm, emite luz amarela, para tratamento de lesões vasculares[3].
As principais indicações são: a) lesões vasculares: manchas vinho do porto, angioqueratoma,
telangiectasias de calibre maior, granuloma piogênico, malformações vasculares outras; e b) lesões
pigmentares: lentigo, queratose seborréica, efélides, etc.[8].
A radiação laser obtida através da mescla de gases hélio e neônio se tem mostrado com
grande poder terapêutico tanto em lesões tidas como superficiais como em lesões profundas. Porém,
cabe ressaltar que, comparativamente ao laser As-Ga, apresenta potencial terapêutico mais destacado
em lesões superficiais, como é o caso de lesões dermatológicas, estéticas ou em processo de
cicatrização.
Formas de aplicação[50]
Por ser visível, o laser He-Ne permite um maior número de formas de aplicação quando
comparado ao laser As-Ga. São elas:
- Aplicação por pontos: Consiste na irradiação de um determinado ponto sobre o corpo do
paciente. Normalmente são necessários vários pontos para que toda área a ser tratada seja irradiada.
Normalmente, cada ponto se distancia 1 cm do outro.
- Aplicação por varredura: Consiste na aplicação onde se movimenta, à maneira de um pincel, a
caneta aplicadora, fazendo com que o ponto iluminado “varra” toda uma região.
99
OBS 1: Em geral e sempre que possível, a “cabeça” ou sonda de tratamento deve ser aplicada
com uma firme pressão na área do tecido a ser tratado, isto torna a aplicação mais segura, pois reduz a
possibilidade de visualização acidental. Contudo, a principal razão da chamada técnica de contato é a
maximização da irradiância ou da densidade de potência no interior do tecido alvo, assegurando um
aumento na eficácia do tratamento. Pois a técnica de contato possibilita que o operador ao pressionar a
caneta de tratamento nos tecidos possa tratar com mais eficiência as lesões situadas mais
profundamente. [12]
OBS 2: Entretanto há situações em que a laserterapia não pode ser aplicada pela técnica de
contato. estas situações são, principalmente os casos em que a aplicação seria dolorosa demais, ou em
que há necessidade de uma técnica asséptica. Se a caneta for utilizada afastada da pele deve distar,
aproximadamente cerca de 0,5 a 1 cm da superfície de tratamento, e sua incidência ser
[12]
perpendicular.
OBS 3: Nos equipamentos geradores de laser He-Ne de emissão direta utiliza-se, para viabilizar
aplicações zonais, a conexão de lentes divergentes na saída da ampola de gás. [45, 50]
O uso de lentes divergentes possibilita que, na medida em que se afaste a caneta
aplicadora da superfície do paciente, o spot formado pela radiação laser He-Ne aumente. Tal fato
viabiliza a aplicação por zona em equipamentos de emissão direta. Ocorrem perdas de potência que
variam entre 5 e 10%, de acordo com a qualidade do material utilizado na lente. [50]
Além das lentes divergentes pode ser usado outro acessório, como a fibra ótica, que é
utilizada para minimizar o inconveniente de se manusear a ampola de gás[45, 50]. No entanto, sua
utilização é pouco praticada em virtude de existir intensa atenuação da potência e a qualidade das
fibras comercializadas no Brasil e baixa.
DOSIMETRIA
Em fisioterapia dermato-funcional é fundamental o uso dos lasers vermelhos e classicamente o
de He Ne, já que se atua sobre estruturas superficiais e geralmente o efeito desejado é o efeito trófico
(cicatrizes, estrias, tonificação cutânea, rugas, etc.). Com ele se realizam aplicações puntuais sobre a
estrutura a tratar. Quanto mais afastado estiver um ponto do outro, maior densidade energética (dose)
deverá ser empregada. A distância ideal de um ponto a outro é de 1 cm e não deve passar de 5 cm[2].
Atualmente, a dose mais habitualmente empregada se situa entre 10 e 20 J/cm2, levando-se em
conta que quando se busca um efeito trófico se empregam doses altas, e o efeito antiinflamatório se
obtém com dose mais baixas. Quando se tratam processos agudos pode-se chegar a realizar
100
tratamentos diários (cicatrização de uma ferida, por exemplo), e que em processos crônicos se
espaçam as aplicações e se utilizam doses mais altas[2].
Guirro & Guirro (2002) mencionaram que alguns autores preconizam que a densidade de energia
a ser depositada deve situar-se entre 1 a 6 J/cm2. Sugerem a seguinte tabela:
- Ação antinflamatória ..........1 a 3 J/cm2
- Ação circulatória ................ 1 a 3 J/cm2
- Ação antálgica .................... 2 a 4 J/cm2
- Ação regenerativa ...............3 a 6 J/ cm2
Existe atualmente, uma linha de conduta no tocante a parâmetros dosimétricos que giram em
torno de um dose padrão, que refere-se a 3 a 4 J/cm2. E para que o profissional possa utilizar a dose
ideal no paciente, seguindo a dose padrão, este deve observar algumas peculiaridades:
a) Parâmetro relacionado à evolução da enfermidade
- Casos agudos - doses menores que a dose padrão
- Casos crônicos - doses maiores que a dose padrão
Quando a área a ser tratada é de apenas um ponto, como a área da ponta da caneta aplicadora,
que também é informada pelo fabricante, elimina-se a terceira dúvida: conhecer o tamanho da área a
ser irradiada. Já quando a área a ser tratada é uma região maior que um ponto (zona ou varredura), esta
área deve ser calculada.
Apêndice Matemático/Exemplos
Para facilitar a dinâmica que envolve o cálculo de tempo de aplicação, apresenta-se a seguir
alguns itens relativos ás unidades de medidas e conversões, e também alguns exemplos de cálculo de
tempo de aplicação.
Unidades de Medida
- Potência: Sempre medida em watts
- Área Sempre medida em cm2
Conversões
- 1 mw = 0,001 w
- 1 mm = 0,1 cm
Fórmulas
Na técnica de varredura normalmente utiliza-se as fórmulas para cálculo da área de um retângulo
ou quadrado: Base (b) x Altura (h) (varredura)
CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS
- Irradiação sobre massas neoplásicas ou paciente portadores de neoplasias, e carcinoma
- Irradiação direta sobre a retina
- “Irradiação sobre focos de infecção bacteriana”
- Áreas de hemorragia
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105
CONCEITO
É uma técnica que se baseia na utilização de uma vibração mecânica de muita pequena amplitude
e alta frequência que se aplica sobre a superfície da pele mediante uma espátula metálica
AÇÃO
Sua ação principal consiste na eliminação de células mortas da superfície cutânea mediante um
sistema de vibração mecânica de uma espátula que se contacta diretamente com a superfície da pele a
uma elevada frequência.
PROPRIEDADES
A espátula que se utiliza não é plana, pois apresenta um ângulo aberto no centro a fim de que ao
inverter-se sua posição, se pode aplicar comodamente pela ponta ou pela parte plana respectivamente
onde se consegue dois efeitos básicos diferentes:
1- Aplicando a ponta da espátula: o movimento vibratório ocorre de tal maneira que ao tocar a
ponta da espátula na pele as partículas semidesprendidas da superfície cutânea chegam a saltar,
eliminando, desta forma, as células mortas. Esta aplicação se complementa com o uso de um
cosmético desincrustante que, ajudado pelo movimento mecânico da microvibração, consegue
“saponificar” o sebo incrustado no poro. Seguidamente se elimina o “sabão” assim formado e o resto
de partículas pela mesma vibração de alta frequencia na ponta da espátula.
2- Aplicando a parte plana a espátula: Ao inverter a posição, é a parte plana da espátula que
realiza uma micropercussão cutânea proporcionando uma micromassagem cutânea. Esta forma de
aplicação se realiza geralmente após a técnica anterior. Se for usado um cosmético de bom fator de
penetração, a absorção por parte da pele se vê favorecida.
EFEITOS FISIOLÓGICOS
Ao eliminar as capas superficiais da epiderme se estimula a renovação do tecido cutâneo. Este
método esfoliante, de natureza fundamentalmente mecânica, é menos agressivo para a pele que outros
de tipo químico a base de cosméticos específicos.
Mediante a eliminação das células mortas da superfície da pele se conseguem efeitos
revitalizantes aos que se acrescenta à melhora nos processos de intercâmbio e oxigenação da pele.
Se associarmos ao peeling ultra-sônico a eliminação de sebo mediante a desincrustação, se
conseguem os efeitos de uma limpeza cutânea em profundidade.
A micropercussão proporciona uma micromassagem e uma ligeira elevação da temperatura na
qual se conseguem efeitos sedantes das terminações nervosas e melhora da circulação sanguínea
periférica.
106
INDICAÇÕES
Peles desvitalizadas, hiperqueratósicas e seborreicas, para realização de limpezas profundas da
pele onde está contra-indicado o uso de produtos químicos esfoliantes.
Pode ser utilizado sobre toda a área do rosto nos tratamentos faciais e em zonas
hiperqueratosicas do resto do corpo.
EQUIPAMENTO
Os equipamentos estão formados por uma estrutura central de onde se pode programar a
frequencia do movimento e o tempo de duração do tratamento. Na maior parte dos equipamentos
existe um gerador de corrente galvânica que se aplica através da mesma espátula vibradora. Com isso
se consegue que os efeitos do microvibrador se somem aos da iontoforese, onde a penetração de
cosméticos de natureza eletrolítica na fase da aplicação da espátula plana se vê acentuada.
A espátula de aplicação está inserida em um aplicador que se adapta na mão do terapeuta com a
finalidade de facilitar a aplicação. Em seu interior se encontra o dispositivo gerador da microvibração
de alta frequencia, que se transforma a corrente elétrica que chega, em vibração mecânica que se
transmite para a espátula.
Se o equipamento estiver associado a um sistema de corrente galvânica, a espátula atuará como
um eletrodo, de polo positivo ou negativo, segundo seu programa em função do tipo de cosmético
usado. Neste caso é necessário um eletrodo dispersivo que se conectará à cliente em uma superfície da
pele próxima à de tratamento. A corrente galvânica também pode ser utilizada no processo de
desincruste.
CUIDADOS E PRECAUÇÕES
- Constatar que a cliente a tratar não apresenta nenhuma contra-indicação
- Levar em conta a sensibilidade cutânea das diferentes pessoas tratadas
- Deve-se tomar cuidado com zonas da pele sensíveis como o pescoço, interior dos braços e coxas, seios e próximo
de boca e olhos.
- Vigiar a resposta da pele ao longo do tratamento
- Evitar pressões muito fortes que podem lesionar o sistema natural de proteção cutânea.
HIGIENE E LIMPEZA
- Depois de cada aplicação, desmontar a espátula do aplicador sobre a qual está inserida,
realizando uma lavagem com sabão desinfetante e posteriormente introduzir em uma solução
germicida apropriada.
TECNICA DE APLICAÇÃO
A aplicação pode ocorrer independentemente pelo bordo ou pela parte plana da espátula, porém
o mais efetivo é a combinação de ambas as técnicas e incluindo outros tratamentos estéticos.
Peculiaridades da técnica de aplicação:
- Deve-se acomodar a cliente adequadamente e retirar os objetos metálicos da região a tratar
caso haja utilização da corrente galvânica.
- Antes do tratamento deve-se realizar uma limpeza da superfície da pele, desmaquiando, se
for preciso, com cosméticos apropriados.
107
- Pode-se pulverizar sobre a superfície da pele uma solução desincrustante, em seguida
aplicando a vibração mecânica mediante o bordo da espátula. Quando a pele estiver seca é necessário
voltar a pulverizar a substância desincrustante. Para esta aplicação deve-se colocar a espátula com a
cavidade para baixo, formando um ângulo de 45° aproximadamente com a superfície da pele. Este
seria um procedimento de limpeza.
- Pode-se aplicar em seguida, um cosmético de efeitos tróficos e revitalizantes sobre a
superfície da pele. Neste caso, deve-se inverter a espátula procedendo a aplicação com sua parte plana.
Se o cosmético tiver caráter iônico poder-se-á associar a corrente galvânica através da espátula. Este
seria procedimento de regeneração.
CONTRA INDICAÇÕES
- Feridas e lesões da pele
- Dermatites de qualquer tipo
- Varizes, varicosidades e telangiectasias
- Inflamações agudas
- Tromboses e tromboflebites
- Linfangites
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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108
CONCEITO
É um recurso terapêutico que se utiliza de aparelhos para a aplicação de uma pressão mecânica
sobre os membros inferiores, abdome e membros superiores para estimular o retorno venoso e linfático
(Miedes, 1999; Starkey, 2001).
PROPRIEDADES
Segundo Zaragoza & Rodrigo (1995) existem dois tipos de pressoterapia, que são a de
pressão negativa e a de pressão positiva.
As unidades de pressão negativa, ou em forma de ventosa, consistem em aplicadores que podem
ser de cristal, de metal ou de borracha em diferentes tamanhos, o qual irá depender da área a ser
tratada, conectando-se ao tubo de aspiração-compressão que se une ao mecanismo que produz
vácuo. Estas unidades podem controlar o ritmo de desempenho e o poder de aspiração (Zaragoza &
Rodrigo (1995).
As unidades de pressão positiva se utilizam de um compressor que introduz ar em aplicadores
especiais, para braços (“luvas”) e pernas (“botas”), com o propósito de estímulo circulatório. Pode-se
citar dentro desta, a compressão pneumática estática e a compressão pneumática dinâmica e
intermitente (Miedes, 1999; Guirro & Guirro, 2002; Zaragoza & Rodrigo (1995).
A compressão estática não é mais empregada, em virtude das altas e constantes pressões
(externas) a que o membro afetado é submetido podendo promover o colapso nos vasos linfáticos
residuais e ainda prejudicar o sistema venoso. Porém a compressão pneumática dinâmica utilizada é
conhecida como seqüencial. De acordo com o número de compartimentos ou câmaras com regulagens
individuais da pressão, nas botas ou nas luvas, pode-se denominar os equipamentos de
unicompartimentais ou equipamentos multicompartimentais (Guirro & Guirro, 2002).
Nos equipamentos unicompartimentais a pressão aplicada é uniforme na câmara, mas a pressão
exercida no membro se diferencia conforme o diâmetro local da área a ser tratada, assim como na Lei
de Laplace. Esta lei afirma que a pressão exercida em uma região é inversamente proporcional ao raio
naquele ponto. O que ocorre nestes equipamentos é que o gradiente de pressão se estabelece da porção
distal para a proximal. Tratando-se da aplicação em membros inferiores, o gradiente de pressão será
maior no tornozelo diminuindo de maneira gradativa até a coxa que alcança maior diâmetro (Guirro &
Guirro, 2002; Prentice, 2002).
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
Foram citados três parâmetros para ajuste de grande parte dos aparelhos de compressão
pneumática intermitente: a pressão de insuflação; seqüência de tempo ligado/desligado; e o tempo total
de tratamento. De acordo com alguns protocolos de tratamento, uma pressão próxima da pressão
sangüínea diastólica juntamente com o conforto do paciente são necessários para chegar-se a uma
pressão terapêutica. Qualquer pressão que seja superior à pressão capilar arterial de aproximadamente
30 mm/Hg pode estimular a reabsorção do edema e o movimento linfático, porém o valor da pressão
sangüínea diastólica deveria ser a pressão máxima, pois sendo mais elevada poderia fechar o fluxo
sanguíneo arterial com uma resposta tecidual incômoda (Airaksinen, 1989; Evans, 1980; Kobi &
Denegar, 1983).
109
Prentice (2002), relatou que quanto a seqüência de tempo ligado/desligado, há muitas
variações. Alguns protocolos utilizam uma seqüência de 30 segundos ligado por 30 segundos
desligado, outros protocolos adotam 1 minuto ligado por 2 minutos desligado e existem protocolos que
invertem isto com 2 minutos ligado por 1 minuto desligado. Ainda há protocolos que fazem a relação 4
minutos ligados para 1 minuto desligado.
E quanto ao tempo total de tratamento, na maioria dos casos 10 a 30 minutos parecem
apropriados. Se o edema estiver aumentando de volume ou resistindo ao tratamento pode ser
necessário um número maior de aplicações do tratamento por dia (Brewer et al., 1990; Quillen &
Rouiller, 1982; Rucinski et al., 1991).
Nos equipamentos multicompartimentais há divisão de compartimentos que são confeccionados
sobrepostos para evitar garrote entre uma câmara e outra, sendo no mínimo três compartimentos que
enchem separadamente podendo ou não ter regulagem individual. A pressão intermitente também pode
ser encontrada nestes aparelhos com múltiplos compartimentos que inflam de distal para proximal
reduzindo gradualmente em cada compartimento, tentando imitar os movimentos da massagem
manual para remoção de edema (Kim-Sing & Basco, 1987; Klein et al. , 1988; Lemley et al., 1993).
De acordo com Guirro & Guirro (2002) se o equipamento possuir regulagem individual em
cada compartimento, deve ser considerada a média entre a pressão sistólica e diastólica do paciente
para determinar a pressão do seguimento distal e ajustar cada compartimento com um decréscimo de
20 mm/Hg (por exemplo, pressão sistólica 120 mm/Hg e pressão diastólica 80 mm/Hg, valor médio
100 mm/Hg para o compartimento do pé, 80 mm/Hg para o compartimento da perna e 60 mm/Hg para
o compartimento da coxa). Estes ainda relatam que as pressões terapêuticas variam de acordo com o
local de aplicação, de 40 a 60 mm/Hg nos membros superiores e entre 60 e 100 mm/Hg nos
membros inferiores.
Entretanto, outros autores relataram que as pressões terapêuticas aplicadas com este recurso têm
como base os valores de pressão normal do sistema circulatório, sendo a pressão arterial média de
120 mm/Hg , a pressão venosa média de 40 mm/Hg e a pressão linfática média de 20 mm/Hg.
Para o favorecimento da entrada de líquido no interior do sistema venolinfático, é necessário exercer
uma pressão de 40 mm/Hg. Utilizando-se uma pressão de 20 mm/Hg favorece-se somente a entrada de
líquido no meio linfático (Prentice, 2002; Soriano et al., 2000 ).
A pressão intermitente pode ser ajustada nos equipamentos unicompartimentais com ciclos de
compressão/descompressão que podem variar na duração de 120 segundos de compressão para 60
segundos de descompressão a 180 segundos de compressão para 90 segundos de descompressão
(Guirro & Guirro, 2002; Prentice, 2002).
Prentice (2002) tratando a unidade de compressão pneumática intermitente com equipamentos
multicompartimentais como bombas de compressão linear, mencionou que em alguns aparelhos a
duração de cada ciclo de pressão é pode ser de120 segundos. Inicialmente a célula (compartimento)
distal é pressurizada prosseguindo este ciclo durante 90 segundos. Vinte segundos após o início da
pressurização distal a célula mediana é insuflada, e apos decorridos mais vinte segundos o mesmo
ocorre na célula proximal. Ao final do período inicial, são necessários 30 segundos para o retorno de
todas as células para 0 (zero) de pressão e então repete-se o ciclo.
Alguns autores (Starkey, 2001; Fond & Hecox, 1994) mencionaram que antes de iniciar o
tratamento de compressão pneumática deve-se tomar alguns cuidados como:
1) Assegurar-se de que o paciente não apresente nenhuma contra-indicação;
2) Verificar a pressão arterial do paciente momentos antes do tratamento;
3) Realizar a medida de circunferência da área a ser tratada registrando-a;
4) Informar ao paciente sobre a técnica que será desenvolvida com o mesmo, as sensações
esperadas e a duração do tratamento;
5) Inspecionar a pele do paciente;
110
6) Remover objetos como jóias, relógios, etc.
7) Como medidas de higiene, aconselha-se cobrir a área a ser tratada com stockinette (malha
tubular) ou material similar, tomando cuidado para não deixar áreas enrugadas;
8) Posicionar o paciente em uma posição adequada e confortável à área de tratamento;
APLICAÇÕES CLÍNICAS
Alguns autores (Lafeber, 1992; Matzdorff & Green, 1992; McCulloch, 1981; Soriano et al.,
2000) comentaram que as unidades de pressão positiva podem ser aplicadas em casos como:
Linfedemas e edemas venosos; fibroedema gelóide (celuite); obesidade; melhora do trofismo e
recuperação da elasticidade cutânea; prevenção de varizes; edema traumático ocorrido após lesão
de tecidos moles; edema crônico em certos tipos de doenças neurológicas com inabilidade de
movimentar um membro; úlceras estáticas desenvolvidas com presença de líquido no espaço
intersticial por longo tempo; amputação de um membro na qual o coto tende a desenvolver uma
tumefação pelas posições dependentes; insuficiência renal, pois pacientes em diálise tendem a
desenvolver um edema em extremidades e hipotensão; insuficiência arterial, pacientes que
apresentam claudicação intermitente com o objetivo de aumentar o retorno venoso; edemas pós-
cirúrgicos, como em pacientes que desenvolvem linfedema pós-mastectomia; em pós-cirúrgico
estético como lipossucção e lipoesculura para restabelecer a normalidade da área; e reduzir a
possibilidade de desenvolver trombose venosa profunda (TVP) no pós-operatório pela inatividade.
A compressão pneumática foi utilizada num estudo com o objetivo de avaliar os efeitos agudos
da compressão pneumática intermitente (CPI) na região da coxa, na panturrilha, e na coxa e
panturrilha juntos em indivíduos normais, em indivíduos claudicantes e em indivíduos arteriopatas que
foram submetidos a enxerto bypass infra-ingüinal para isquemia de extremidade. Foram utilizados 16
111
extremidades de indivíduos normais, 17 extremidades de claudicantes e 16 extremidades de
arteriopatas. A compressão pneumática intermitente foi realizada com pressão máxima de
insuflação e desinsuflação de 120 mm/Hg e 0 mm Hg respectivamente, o tempo de 4 segundos para
insuflação e 16 segundos de desinsuflação, e 1 segundo entre este ciclo no compartimento da
panturrilha e o início do ciclo na coxa. Os resultados mostraram que a compressão pneumática
intermitente aplicada somente na coxa ou em combinação com a aplicação na panturrilha produz
uma melhora do fluxo arterial e do fluxo infra-inguinal (enxerto). Foi relatado também que a escassez
de métodos conservadores disponíveis, para indivíduos com baixo fluxo sanguíneo em extremidades,
permite que a compressão pneumática intermitente torne-se uma opção terapêutica não-invasiva;
segura com benefícios para a indivíduos com claudicação intermitente e indivíduos submetidos a
enxerto bypass infra-ingüinal (Delis et al, 2000).
CONTRA-INDICAÇÕES
Deve-se evitar a aplicação da compressão intermitente em quadros recentes de
tromboflebite; insuficiência cardíaca congestiva (ICC); edema pulmonar agudo; trombose venosa
profunda conhecida (TVP); neoplasias; inflamações agudas; infecções cutâneas; fratura não
consolidada; quadros nos quais a pressão lesaria ainda mais as estruturas como na síndrome de
compartimento; varizes importantes; transtornos de tensão arterial (Fond & Hecox, 1994; Soriano et
al., 2000; Starkey, 2001).
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113
INTRODUÇÃO
O termo vacumterapia é muito simples para definir as novas possibilidades do uso do vácuo,
aparecendo com isso um novo conceito: Terapia Subdérmica Não Invasiva (NIST), onde o uso de
"cabeçotes" especialmente desenhados permitem uma aplicação dinâmica na terapia de aspiração,
podendo abranger grandes áreas e permitir a realização de variado número de manipulações distintas
com objetivos e efeitos fisiológicos diferentes (Soriano et al., 2000).
A endermoterapia surgiu na França, nos anos 70, indicado para suavizar cicatrizes e padronizar a
fisioterapia; porém, os pacientes tratados com a endermoterapia também mostraram uma melhoria no
contorno do corpo e textura de pele. Desde então, várias máquinas estiveram em uso na França como
um método alternativo por alterar distribuição de gordura no plano subcutâneo. Os autores começaram
um estudo para determinar a segurança e eficácia desta técnica (Ersek et al. 1997)
CONCEITO
Segundo Soriano et al. (2000), é uma técnica de aspiração que atua a nível hipodérmico
realizando uma massagem atraumática a pressão negativa.
Guirro & Guirro (2002), definiram como uma técnica de tratamento com equipamentos
especificos, que utiliza a aspiração (sucção), associado a uma mobilização tecidual através de "rolos"
motorizados, localizados num cabeçote.
Os autores mencionam ainda que o método tem origem francesa sendo denominado também de
"palper roler" (palpar - rolar), onde realiza uma mobilização profunda da pele e tela subcutânea,
permitindo um incremento na circulação sanguínea superficial.
PROPRIEDADES
A sucção opera gerando uma prega cutânea constituída pelas distintas estruturas que se
encontram debaixo desta[2].
A prega cutânea variará de acordo com a distorção e elementos que a integram em função de
distintos fatores: área, idade, estado da pele e tecidos (flacidez, tensão, tônus, etc.), tipo de celulite,
grossura de cada capa tissular, as aderências a tecidos profundos, a presença de fibrose ou cicatriz,
etc[2].
115
Quanto mais tecido gorduroso houver na área, menor será a quantidade de fibras musculares
implicadas na formação da prega[2].
É importante vigiar o grau de aspiração especialmente nas áreas com pouco panículo adiposo,
pois poderiam lesionar miofibrilas e fibras musculares[2].
Nas áreas mistas de celulite e tecido adiposo, as fibras musculares estarão menos influenciadas
pela aspiração, não fazendo parte da prega dos tecidos aspirados[2].
Entretanto, além dos fatores próprios do tecido ou da área a tratar, a distorção e o grau de
aspiração dos tecidos está em função de três fatores próprios do aparado que se utiliza[2]:
a) Potência do motor
Habitalmente os equipamentos de endermoterapia medem a potência de aspiração em mililibras
ou libras.
Em alguns casos a capacidade máxima de sucção dos aparelhos é muito forte, e se não forem
adotadas medidas de precaução, pode-se produzir petéquias, hematomas, etc., que mesmo sendo
transitório considera-se um efeito indesejável; por isso recomenda-se que antes de iniciar qualquer
tratamento deve-se realizar um teste de sensibilidade sobre a área a tratar.
b) Perdas de ar
Há possíveis perdas de ar entre o motor e a superfície cutânea a tratar.
Quanto menores forem estas perdas, mais se aproximará da potência de aspiração programada à
potência real de aspiração.
Naqueles aparelhos em que por seu desenho ou construção gerarem perdas de ar, quer na
mangueira e suas conexões, ou no próprio cabeçote, a potência real de aspiração será sempre inferior à
potência programada.
c) Tamanho da superfície de contato do cabeçote
Quanto maior for o diâmetro do cabeçote de aplicação, maior será a distorção dos tecidos para
uma mesma pressão de aspiração; entretanto, no transcurso do tratamento deve-se sempre adequar a
pressão, de modo que se houver troca de um cabeçote pequeno para um de maior diâmetro dever-se-á
diminuir a pressão do motor para que a sensação de aspiração seja a mesma.
Deve-se realizar um teste de sensibilidade ao iniciar o tratamento e a cada vez que se trocar de
cabeçote ou de área de tratamento.
OS CABEÇOTES
Os equipamentos de vácuo dispõem de cabeçotes de vários tamanhos, para poder adaptar-se
melhor à superfície a tratar[2].
As formas dos cabeçotes variam segundo o fabricante, e vão desde quadrada a redonda. A
maneabilidade do cabeçote quadrado, em virtude de sua forma, é menor que a redonda. Eles
normalmente apresentam a incorporação de rolos motorizados ou não, e uma válvula de escape que
permite realizar giros e outros tipos de manipulações. Alguns cabeçotes redondos permitem o
116
movimento em todas as direções por possuírem bolas ao invés de rolos. Os cabeçotes grandes
podem apresentar depressões em seu interior que durante a sucção acentuam ainda mais as distorções
(tensão-distensão) das estruturas que integram a prega succionada[2].
ASPIRAÇÃO
Normalmente, os equipamentos podem dar mais potência que a requerida pelo profissional ou
suportável pelo paciente. Isto deve gerar precaução ao se aumentar a sucção.
Em alguns aparelhos a sucção pode realizar de dois modos distintos: contínuo ou pulsado. O
modo contínuo realiza uma sucção constante, enquanto o modo pulsado atua de modo intermitente. No
modo pulsado, os tempos de sucção e repouso podem ser regulados[2].
TECNICA DE APLICAÇÃO
MANIPULAÇÃO[2]
É importante após o tratamento da celulite realizar manipulações de drenagem seguindo os
principais troncos linfáticos, iniciando com o esvaziamento ganglionar, utilizando modo pulsado com
níveis baixos de sucção. Após o esvaziamento, as manipulações se realizam seguindo as normas gerais
de drenagem.
As principais manipulações sugeridas são:
- Deslocamento linear
O cabeçote de desloca seguindo uma linha reta sobre a área a tratar. Se emprega ao realizar um
teste, na preparação para as manobras principais, e drenagem.
- "Oito" grande
Se realizam manipulações em forma de oito trabalhando em modo contínuo, elegendo a pressão
obtida no teste de sensibilidade. Tem finalidade hiperemiante e de remodelação. Realiza uma
mobilização e remoção dos tecidos. Se usa nas fases de trabalhos localizados.
117
"Oito" pequeno
Manobra idêntica ao oito grande, porém de menor tamanho e mais rápido. É especialmente
indicado para incidir nas áreas críticas do problema com uma ação muito hiperemiante.
- Zig-zag
Trabalhando em emissão pulsada se realiza um movimento em zig-zag mudando a direção do
cabeçote nos momentos de repouso da sucção. É também uma manobra hiperemiante e de
remodelação
118
- Percussão-sucção
Trabalhando de modo contínuo e com pressões altas, se realiza um aplicação rápida em forma de
percussão sobre a pele alternando momentos de sucção (quando o cabeçote se apoia sobre a pele) com
momentos de repouso com o desprendimento do cabeçote da superfície cutânea. Tem um efeito
fundamentalmente tonificante de sucção e remoção dos tecidos
- Deslocamento circular
Enquanto se realizam círculos durante o deslizamento, mantém-se a sucção contínua e o
deslocando linear do cabeçote
- Deslocamento-vibração
Se apoia o cabeçote e se desloca linearmente enquanto que se realiza uma ligeira vibração no
sentido perpendicular, mantendo em todo o momento a sucção do tecido. É uma manobra altamente
hiperemiante e tonificante enquanto ajuda a remoção de tecidos
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Observações:
- As técnicas supracitadas podem ser realizadas de forma única ou combinadas com outras
técnicas manuais ou eletroterápicas.
- É aconselhável a associação com o ultra som nos tratamentos da celulite. Neste caso, utiliza-
se primeiramente o ultra som seguindo da endermoterapia.
TESTE DE SENSIBILIDADE[2]
Sua finalidade é dupla: estudar o possível risco de fragilidade capilar e a sensibilidade à dor das
áreas hipersensíveis (como em casos de celulite compacta)
Este teste deve se realizar sempre antes de empregar qualquer tratamento e deve ser repetido com
cada mudança de cabeçote ou de área de tratamento.
Para realizar o teste de sensibilidade o paciente deve estar deitado. No teste com as mãos, são
realizadas manobras manuais de prega (beliscar e "rolar" a prega cutânea) para determinar as áreas
críticas ou pontos álgicos do problema. Estas áreas onde se realizará o teste, deverá coincidir
especialmente com as áreas do tratamento.
Com o teste usando o aparelho, utiliza-se a sucção contínua, se programa uma pressão média de
partida. É preferível empregar o teste com valores baixos e ir aumentando em função dos resultados
iniciais se for necessário. Deve-se apoiar o cabeçote e se deslocar linearmente sobre as áreas críticas a
tratar realizando uma única passada. Se observar o aparecimento de uma hiperemia local, esperar 10
segundos. Transcorrido este tempo, a hiperemia deve ter desaparecido. Se isto não ocorrer, a pressão
utilizada no teste foi excessiva para ser utilizada no tratamento desta pessoa, para o uso deste cabeçote,
ou para tratar esta área testada. Neste caso deve-se repetir o teste diminuindo a pressão.
A pressão programada nunca deve ser dolorosa, ainda que o tempo de desaparecimento da
hiperemia for curto.
A pressão ideal de tratamento é aquela em que aparece uma ligeira hiperemia, porém que ao final
de 10 segundos desaparece. Este valor de referência é o que se emprega na maioria das manipulações
(oito grande e pequeno, deslocamento-vibração, deslocamento circular...). Este valor pode ser
praticamente aumentado em dobro para realizar a manipulação de percussão-sucção.
Se o objetivo for a drenagem, deve-se empregar pressão inferior a aquela obtida no teste
(praticamente a metade).
OBS.: Soriano et al. (2000) recomendam duas sessões de tratamento por semana, no máximo
três, deixando sempre um dia de intervalo entre elas.
INDICAÇÕES
1. Celulite
Tendo em vista que na celulite ocorre alteração do colágeno, que favorece a fibroesclerose dos
septos conjuntivos interlobulares, a endermoterapia melhora a maleabilidade do tecido, atuando
inclusive nas fases mais avançadas do distúrbio, amenizando as imperfeições da pele[1].
Soriano et al. (2000) indicam a endermoterapia na celulite para favorecer a ruptura de fibroses,
desbloquear os tecidos, estimular a circulação sanguínea, mobilizar as gorduras e ativar o metabolismo
dos adipócitos, tonifica e restaura a elasticidade normal da pele.
As manobras devem ser realizadas no sentido das fibras musculares e linhas de tensão da pele,
para evitar flacidez tecidual[1].
120
2. Pré e Pós cirúrgico[2]
Ajuda a amenizar a capa fibrosa da hipoderme, antes da cirurgia, facilitando a passagem da
cânula em técnicas como a lipoescultura e liposucção; ajuda a reabsorver os edemas e hematomas pós
liposucção; uniformiza os tecidos após a lipescultura, liposucção, e lipoclasia (elimina as
irregularidades); junto com o ultra som ajuda a desagregar as fibroses persistentes em pós cirurgias;
melhora a qualidade das cicatrizes pós cirúrgicas.
3. Constipação intestinal[2]
Incidindo a nível abdominal e seguindo o trajeto do colon.
4. Obesidade generalizada[2]
Para modelar a silhueta, assim como tonificar e restaurar a elasticidade normal da pele.
5. Para evitar cirurgia[2]
Quando deseja-se evitar intervenções cirúrgicas como a lipoescultura, liposucção e lipoclasia.
6. Desordens do tecido conectivo[2]
Cicatrizes, estrias, etc..
7. Complemento às técnicas de remodelação corporal[2]
Principalmente em técnicas de eletroestimulação, mesoterapia, lipoclasia, etc.
8. Desordens musculares[2]
Casos de mialgias e contraturas (através da massagem)
9. Drenagem linfática[2]
Segundo Soriano et al. (2000) em caos de estase de líquidos (edema) venosa ou linfática
10. Queimaduras
Evitar seqüelas de fibroses e aderências cicatriciais
CONTRA-INDICAÇÕES[2]
1. Fragilidade vascular
2. Tumores
3. Não aplicar sobre olhos ou ouvidos
4. Hipertensão arterial não controlada
Em virtude da drenagem linfática desembocar na corrente sanguínea podendo aumentar, de
forma transitória, a pressão sanguínea.
5. Gestação
Evitar no abdome e nas áreas vizinhas
6. Tratamento com anticoagulantes
7. Varizes, flebites e tromboflebites
8. Afecções da pele
Erupções, infecções, inflamação, feridas, etc
9. Diabéticos
121
PRCAUÇÕES
1. Cuidado com as áreas umbilical e inguinal (utilizar pressões baixas) [2]
2. Regular a pressão em função do tipo de pele, musculatura e sensibilidade, para que não haja
dor[2] Pode ser importante a realização de uma teste de sensibilidade antes de qualquer tratamento[2]
3. Utilizar baixas pressões em casos de drenagem linfática, para maior efetividade[2]
4. Trabalhar em cima da pele completamente limpa e livre de qualquer tipo de cosmético[2]
5. Uso de malha de contenção corporal para garantir maior higiene ao tratamento; atenuar
eventual desconforto provocado pela aspiração e pinçamento da prega cutânea; facilitar as
manobras e o deslizamento dos roletes em todas as regiões; Preservar de certa forma a
integridade do tecido conjuntivo.
PESQUISAS
Um estudo composto de 22 mulheres entre as idades de 24 e 48 anos, mostrou que todas as 22
mulheres completaram pelo menos sete sessões de tratamentos. Seis destas 22 mulheres completaram
todas as 14 sessões dos tratamentos prescritos. Das 22 mulheres que completaram sete sessões de
tratamento, 3 tiveram um aumento em peso de corpo e uma redução de diâmetro do corpo de 1.38 cm.
Três das seis pacientes que completaram todas as 14 sessões de tratamento tiveram um aumento em
peso corporal e uma redução do diâmetro de corpo de 2.85 cm. Todas menos uma das pacientes
tiveram uma diminuição no índice de diâmetro de corpo ao final de ou 7 ou 14 sessões de tratamento.
(Ersek et al. 1997).
Buscando resultados estatisticamente mais precisos, Chang et al. (1998) realizou um estudo
composto de 85 mulheres entre as idades de 21 a 61 anos. Dentre os 85 pacientes, 46 pacientes
completaram sete sessões de tratamento e mostraram uma redução de índice circunferência corporal de
1.34 cm, enquanto 39 pacientes que completaram 14 sessões de tratamentos mostraram uma redução
de índice de circunferência corporal de 1.83 cm. Foi vista uma diminuição em índice de circunferência
de corpo, mesmo havendo perda ou ganho de peso na maioria dos casos.
Benelli et al (1999) notaram uma interação da Endermologia com os efeitos do estrogênio,
quando compararam os efeitos clínicos observados em alguns pacientes que sofreram tratamento
regular, como por exemplo, o retorno da menstruação em pacientes com amenorréia e efeitos tróficos
na pele e tecido conjuntivo subcutâneo. Para isso, compararam com observações durante o período
pós menopausa durante terapia de substituição hormonal. Os autores concluíram também que a
endermologie é recomendado pos-liposucção para maximizar o contorno corporal e reduzir
irregularidades estruturais.
La Trenta & Mick (2001), mostraram que o uso da endermologia depois do ultra som
precedendo a lipoplastia melhorou os resultados pós-operatórios com respeito a redução no
aparecimento de celulite e redução da taxa de revisão subseqüente, mas não demonstrou nenhuma
melhoria significante, usando antes do ultra som pré lipoplastia, no que diz respeito a melhora do
contorno do corpo.
Adock et al. (1998), em estudos realizados em porcos yucatan, verificaram com o uso da
endermologia, mudanças de arquitetura nos tecidos tratados, com acumulação de colágeno denso
(130%), faixas longitudinais de colágeno na camada média e profunda de tecido subdérmico; também
foi observado alguma distorção e rompimento de membranas de célula de adipócitos. O tratamento
com a endermologia não evocou uma cura de ferida clássica ou resposta inflamatória, não evidenciou
qualquer aumento da vascularidade tecidual ou divisão celular. Nenhuma evidência de mobilização de
tecido gorduroso foi achada, e nenhum produto de desarranjo da gordura ou metabólico foi detectado
no sangue ou urina. O tratamento não causou diminuição em densidades de tecido subcutâneo.
Nenhuma evidência de dano na pele ou no músculo foi notado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. GUIRRO, E. C. O. & GUIRRO, R. R. J. 2002 . Fisioterapia Dermato - Funcional – Fundamentos,
Recursos e Patologias. Ed Manole - 3ª Ed. Revisada e ampliada. pp. 381
2. SORIANO, M. C. D., PÉREZ, S. C., BAQUÉS, M. I. C. 2000 - Electroestética Professional Aplicada -
Teoria y Práctica para la Utilización de Corrientes en Estética - Sorisa - Espanha - pp. 183-194
3. FERRANDES, J. C; THEYS, S; BOUCHET, J. Y. 2001. Reeducação Vascular nos edemas dos membros
inferiores. Ed. Manole. pp. 128. Apud. GUIRRO, E. C. O. & GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia Dermato - Funcional –
Fundamentos, Recursos e Patologias. 2002. Ed Manole - 3ª Ed. Revisada e ampliada
4. ERSEK, R.A.; MANN, GE; SALISBURY, S.; SALISBURY, A.V. 1997. Noninvasive mechanical body
contouring: a preliminary clinical outcome study. Aesthetic Plast Surg Mar-Apr;21(2):61-7
5. CHANG P, WISEMAN J, JACOBY T, SALISBURY AV, ERSEK RA. 1998. Noninvasive mechanical
body contouring: (Endermologie) a one-year clinical outcome study update. Aesthetic Plast Surg Mar-Apr;22(2):145-53
6. BENELLI L, BERTA JL, CANNISTRA C, AMRAM P, BENHAMOU G. 1999. Endermologie: humoral
repercussions and estrogen interaction. Aesthetic Plast. Surg. Sep-Oct;23(5):312-5
7. La TRENTA, G.S. & MICK, S. L. 2001. Endermologie after external ultrasound-assisted lipoplasty
(EUAL) versus EUAL alone. Aesthetic Surg J, Mar/Apr • Vol. 21 • Number 2
8. ADCOCK, D.; PAULSEN, S., DAVIS, S.; NANNEY, L.; SHACK, R. B. 1998. Continuing Medical
Education Examination-Body Contouring Analysis of the Cutaneous and Systemic Effects of Endermologie in the Porcine
Model. Aesthetic Surg J Nov/Dec • Vol. 18 • Number 6
9. WATSON, J.; FODOR, P. B.; CUTCLIFFE, B.; SAYAH, D.; SHAW, W. 1999. Physiological Effects of
Endermologie: A Preliminary Report. Aesthetic Surg J. Jan/Feb • Vol. 19 • Number 1
123
INTRODUÇÃO
ELETRICIDADE - É a parte da física que estuda as manifestações elétricas.
Histórico
Tales de Mileto, no século VII A.C., conhecia a propriedade apresentada pelo âmbar amarelo
(resina fóssil de cor amarela empregada em joalheiria e ornamentação), de atrair corpos leves quando
atritado por um pano (lã). Daí a origem da palavra eletricidade; pois, em grego, elektron significa
âmbar.
Divide-se em: Eletrostática e Eletrodinâmica.
ELETROSTÁTICA
É a parte da eletricidade que estuda os corpos elétricos em repouso.
Cargas Elétricas
Todos os corpos são formados por um grande número de átomos. Os átomos, no seu núcleo
central, possuem prótons e nêutrons; em torno do núcleo circundam os elétrons.
O próton tem carga positiva, o elétron carga negativa, e o nêutron não possui carga elétrica.
Dizemos que um corpo está no estado neutro quando o número total de prótons é igual ao de
elétrons. Se elétrons forem retirados ou colocados no corpo neutro, este passará a um outro estado,
denominado eletrizado.
Se um corpo ganha elétrons, fica carregado negativamente, pois tem excesso de elétrons.
Se um corpo perde elétrons, fica carregado positivamente, pois tem excesso de prótons.
ÍON - é o átomo que tenha adquirido carga elétrica pelo ganho ou perda de elétrons.
Classificam-se em cátions (positivos) e ânions (negativos)
ELETRODINÂMICA
É a parte da física que estuda os corpos elétricos em movimento.
Para que os elétrons possam se deslocar de um lado para outro, é necessário que uma “força” os
impulsione. A essa força chamamos de força eletromotriz, e ela ocorre quando, em determinado
material, temos zonas com falta ou excesso de elétrons (Diferença de Potencial (DDP).
A Diferença de potencial ou tensão mostra o desequilíbrio elétrico existente entre os pólos de um
gerador.
A unidade de medida da DDP é o Volt. (110 / 200 Volts)
Corrente elétrica
É um fluxo ordenado de elétrons que se produz quando existe uma diferença de potencial entre
os extremos de um condutor.
124
A quantidade de fluxo de elétrons através de um condutor se conhece como intensidade da
corrente. A intensidade da corrente é proporcional à tensão aplicada; ou seja, quanto mais alto o valor
da tensão (diferença de potencial), maior a intensidade da corrente que circula no circuito (força
eletromotriz).(fios e componentes do equipamento).
A unidade de medida da intensidade da corrente é o Ampére. Na prática fisioterápica,
utilizamos aparelhos com seus submúltiplos - o miliAmpére (mA) e o microAmpére (A).
Na prática, a diferença de potencial necessária á circulação de uma corrente, para suprir as
necessidades de um equipamento, é proporcionada por pilhas e baterias secas, baterias eletroquÍmicas,
baterias solares ou pela corrente residencial obtida através de geradores eletromecânicos.
Os metais, que permitem fácil movimentação das cargas elétricas através de sua estrutura, são
chamados condutores de eletricidade.
Borracha, plástico e mica não permitem uma boa movimentação de cargas elétricas, sendo
denominados isolantes ou dielétricos.
t
Se esta corrente é interrompida por períodos, onde não ocorre fluxo de corrente, passará a ser
chamada de corrente galvânica interrompida.
b) Corrente alternada - quando a corrente é bidirecional, ou seja, seus elétrons ora se deslocam numa
direção ora em outra (isto acontece quando um gerador de corrente alternada origina uma troca
contínua de polaridade nos extremos de um circuito); seu gráfico possui duas fases (positiva e
negativa), e não possui efeitos polares.
i
Farádica
t
Resistência
É uma dificuldade oferecida pelo condutor à passagem da corrente elétrica.
Quando elétrons fluem através de um condutor, eles colidem com os átomos existentes no material
do condutor, transferindo energia para estes átomos. Isto leva ao aquecimento do condutor. A unidade
utilizada na mensuração desta energia é o joule.
125
Resistor é um dispositivo eletrônico capaz de oferecer uma resistência pré-determinada à
passagem da corrente elétrica.
Os resistores podem ser apresentados de diversas formas e tamanhos, dependendo do fim a que se
destinam.
A potência do resistor é medida em Watts (1 joule/segundo).
Freqüência
A frequência é uma característica dependente do tempo e é mensurada em Hertz (Hz), ela refere-
se à freqüência com que os elétrons passam na corrente ou ao número de pulsos existentes durante um
segundo[104].
Divide-se em:
a) Baixa freqüência - na faixa de 1 Hz a 1.000 Hz
b) Média freqüência - na faixa de 1.000 Hz a 100.000 Hz
c) Alta freqüência - de 100.000 Hz em diante
A freqüência também interfere no limiar sensitivo, sendo que freqüências maiores desencadeiam
percepções menores, uma vez que altas freqüências apresentam resistências menores da pele à
passagem da corrente elétrica. Comparando correntes de diferentes freqüências, 50 e 400 Hz. constata-
se que a corrente de 400 Hz apresenta uma resistência cerca de 80 vezes menor que a de 50 Hz.
Formas de pulso
As correntes utilizadas na prática clínica podem apresentar várias formas de pulso (onda) das
quais são decorrentes às suas denominações. As formas de pulso mais comuns são: triangular,
quadrática, senoidal (sinusoidal) e contínua
Os pulsos podem ser monofásicos, quando estão somente em uma fase (positiva ou negativa) e dão
origem a efeitos polares, ou bifásicos, quando se descrevem nas duas fases e não originam efeitos
polares.
Obs.: Os pulsos simétricos tendem a ser menos dolorosos quando aplicados a uma grande massa
muscular, pois há uma quantidade igual de estimulação sob ambos os eletrodos[110]
A duração de pulso ideal para provocar contrações musculares máximas varia entre 300 a 500
microssegundos. As durações de pulso menores que 1 milisegundos (ms) não são capazes de estimular
músculos desnervados, independente da intensidade da corrente[105].
O intervalo entre um pulso e outro chama-se pausa, intervalo ou repouso.
Modulação
É qualquer alteração (ou programação) que se faz na corrente original. Pode ocorrer devido às
variações de largura e amplitude de pulso, da freqüência da corrente ou em trens de pulso.
Eletrodos
Têm como função básica transmitir a corrente, que está sendo produzida no equipamento, ao
paciente.
Podem ser confeccionados com diversos tipos de material: chumbo, cobre, tela de latão, alumínio,
silicone, auto-adesivo (gel), etc
Possuem várias formas de utilização: em forma de placas quadradas, retangulares e redondas,
colocadas sobre a pele; em forma de tubos, máscaras, canetas, banhos, etc
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
02- Arthur C. Guyton, MD - FISIOLOGIA HUMANA - Ed Guanabara - 1996
10- N. Omote - FÍSICA - 1982 Ed. Moderna
12- Sheila Kitchen e Sarah Bazin - ELETROTERAPIA DE CLAYTON - 10ª Edição - Ed. Manole - 1ª Edição brasileira - São
Paulo – 1998
16- Ângelo Machado - NEUROANATOMIA FUNCIONAL - Liv. Atheneu - 1988
25-- CORRIENTES DIADINÂMICAS - B.V. ENRAF NONIUS DELFT - Holanda - JAN 1986
27- R.V. den Adel; R.H. J. Luykx - ELECTROTERAPIA DE FRECUENCIA BAJA Y MEDIA - ENRAF NONIUS DELFT -
1990
104- Salgado, A. S. I. - ELETROFISIOTERAPIA - Manual Clínico - Ed. Midiograf - Londrina-PR - 1ª Ed. - 1999
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