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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Curso - Engenharia Civil

ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA


(CBR)

Prof. Dr. Isaac Eduardo Pinto


INTRODUÇÃO

CBR – California Bearing Ratio ou


ISC – Índice de Suporte Californiano

✓ Onde surgiu?

✓ Necessidade do método

✓ Aplicação

✓ No Brasil
A capacidade de suporte de um solo compactado pode ser
medida através do método do índice de suporte, que
fornece o “Índice de Suporte Califórnia - ISC” (Califórnia
Bearing Ratio - CBR), idealizado pelo engenheiro O. J.
Porter, em 1939, no estado da Califórnia - USA.

Trata-se de um método de ensaio empírico, adotado por


grande parcela de órgãos rodoviários, no Brasil e no
mundo.
Objetivos do ensaio:

– determinar o índice de suporte Califórnia (CBR) e


– determinar a expansão (E)

• analisa o desempenho das estruturas do pavimento;


• proteção da ruptura da camada;
• usado para o dimensionamento de pavimentos flexíveis;
• relação entre um cilindro padronizado numa amostra de
solo compactado e a resistência do mesmo cilindro em
uma pedra britada padronizada;
Cada uma das camadas são dimensionadas à partir do:
CBR e MR.
• CBR Expansão
propriedade importante para classificar o potencial de
uso do material em obras rodoviárias;

• quanto > CBR → melhor emprego do solo em camadas


nobres do pavimento

• quanto < Exp(%) → material é mais útil nas camadas


superiores do pavimento.
• Vantagens

1. O seu uso é consagrado em diversos órgãos rodoviários

2. Ensaio fácil de ser realizado

• Desvantagens

1. Sobrecarga

2. No método de dimensionamento não considera ruptura


por fadiga
O Ensaio

Realizado de 2 formas:

– CP no teor de umidade ótima.


(NBR 9895/17 ou DNIT 172/2016)

– Nos mesmos CPs do ensaio de compactação


obtendo-se (em 5 pontos).
O CBR

Verificação da resistência do material → penetração de


um Pistão no CP.

Seleção dos melhores materiais granulares para base de


pavimentos.

𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎


𝐶𝐵𝑅 = 𝑥 100
𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
O Ensaio de
CBR
Aparelhagem (NBR 9895/17)
ou DNIT 172/2016

1 - Molde metálico de forma 6 - Prato-base metálico


cilíndrica 7 - Disco anelar de aço para
2 - Prato perfurado com haste sobrecarga
central metálico 8 - Disco de aço em forma de “U”
3 - Tripé porta-extensômetro para sobrecarga
metálico 9 - Soquete metálico
4 – Extensômetro 10 - Régua de aço
5 - Disco espaçador metálico
Aparelhagem (NBR 9895/17)
ou DNIT 172/2016

✓ Peneira de 4,8mm e 19mm;


✓ Balança para pesar 200g à 20kg de solo;
✓ Estufa;
✓ Cápsulas metálicas para obter umidade;
✓ Bandejas metálicas;
✓ Régua biselada de 30cm;
✓ Espátula de lâmina flexível para escarificar o solo;
✓ Cilindro grande (e colarinho);
✓ Soquete grande;
✓ Extensômetro;
✓ Prensa CBR (manual ou automática);
✓ Extrator de amostras;
✓ Tanque ou recipiente para imergir os CPs.
Aparelhagem (NBR 9895/17)
ou DNIT 172/2016
O CBR

Prensa manual mecânica


Compactação e CBR

Energias de compactação para o ensaio CBR


Compactação

▪ Compactação de 5 CPs
▪ Energia empregada: No. Golpes por camada
▪ Compactar em 5 camadas
▪ Escarificação após cada camada compactada
▪ Molde cilíndrico grande (=152mm)

Retirar amostra para


determinação da Umidade

CBR (ISC)
DNIT 172/2016

a. 12 golpes por camada → subleito


b. 26 golpes por camada → sub-base
c. 55 golpes por camada → base
✓ Determinação da Massa específica Aparente Seca (ρ):
- 5 pares de ρs e H
➢ Ensaio de EXPANSÃO (E%) - Procedimento

- Anotar a leitura inicial no extensômetro e imergir o CP


no tanque
- Deixar o CP por imerso por 4 dias
- Medição da Expansão a cada 24hs (%)
- Retirar do tanque o CP e deixar escoar por 15 min.
- Calcular a Expansão (%)
𝐿𝑓 − 𝐿𝑖
𝐸=
𝐻

E = expansão (%)
Lf = Leitura final (mm)
Li = leitura inicial (mm)
H = Altura do corpo-de-prova (mm)
Ensaio de Expansão
➢ Ensaio de PENETRAÇÃO (ISC) - Procedimento

Ensaio de Penetração

– Efetuar leituras de deformação do


anel, para as cargas correspondentes às
penetrações de 0,63; 1,25; 2,5; 5,0;
7,5; 10,0 e 12,5 mm;

– Curva de penetração:
traçar uma curva carga (Kgf) x
penetração (mm).
ISC é calculado para o maior
valor de pressão penetração para
2,54mm ou 5,08mm
Alguns laboratórios já possuem a “Carga”.

Carga = P = Leitura x Cte

Calibração do anel dinamométrico


Não precisa corrigir

INDICE SUPORTE CALIFORNIA

12
PRESSÃO (kgf/cm²)

10

2
Necessita de correção
0
0,01 0,1 1

PENETRAÇÃO (pol)
Correção da curva
Exemplo de correção da curva

P2

P1
2,54mm

5,08mm

Penetração (mm)
Exemplo

2,54mm

5,08mm

Penetração (mm)
Exemplo

P2corrigida
Temos as
pressões
corrigidas
P1corrigida

Calcular
o ISC
“c”
“c” “c”

Penetração (mm)
Exemplo: Cálculo do CBR

Ensaio de compactação:

1) Calcular a umidade

2) Calcular a massa específica

3) Montar a curva de compactação

Ensaio de CBR e Expansão:

1) Calcular a Expansão

2) Calcular o CBR
Exemplo: Cálculo do CBR

• Cálculos
1. Determinar o teor de umidade do corpo de prova.

Págua
H= 100%
Psoloseco

Onde:
P1 = Pcápsula + Psoloseco + Págua e P2 = Pcápsula + Psolosec o

Págua = P1 − P2

Psoloseco = P2 − Pcápsula
•Exemplo – Laboratório:
Determinar a umidade de um solo que antes de ser colocado na
estufa apresentou um peso de 58,25 g e após a colocação na estufa
apresentou um peso de 58,09 g.
Considere o peso da cápsula igual a 13,99 g.

P1 = Pcápsula + Psoloseco + Págua = 58,25 g


P2 = Pcápsula + Psoloseco = 58,09 g
Págua = P1 − P2 = 58,25 − 58,09 = 0,16 g
Psoloseco = P2 − Pcápsula = 58,09 − 13,99 = 44,10 g
Págua 0,16
H= 100% = 100% = 0,363%
Psoloseco 44,10
• Cálculos

2. Determinar a massa específica aparente seca do


corpo de prova.

100
S = H
100 + H

Onde:

S = Massa específica aparente seca;


H = Massa específica aparente úmida;
H = Teor de umidade.
• Cálculos

3. Determinar a expansão (E) do corpo de prova.

𝐿𝑓 − 𝐿𝑖
𝐸= × 100
𝐴𝑖

Onde:

E = Expansão;
Li = Leitura inicial do extensômetro, antes da imersão;
L f = Leitura final do extensômetro após 4 dias de imersão
do corpo de prova;
Ai = Altura inicial do corpo de prova.
• Cálculos

4. Traçar a curva CARGA (kgf) x PENETRAÇÃO (mm)


Carga (kgf)

Penetração (mm)
• Cálculos
5. Registrar os valores de carga F1 e F2 correspondentes às
penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm, respectivamente.
Carga (kgf)

Penetração (mm)
• Cálculos
5. Registrar os valores de carga F1 e F2 correspondentes às
penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm, respectivamente.

F1 100
CBR2,5 =
Carga (kgf)

225 1350
225 × 100
𝐶𝐵𝑅2,5 = = 16,6
1350

Penetração (mm)
• Cálculos
5. Registrar os valores de carga F1 e F2 correspondentes às
penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm, respectivamente.

330 F2 100
=
Carga (kgf)

CBR5,0
225 2050
330 100
CBR5,0 = = 16
2050

Penetração (mm)
• Cálculos
5. Registrar os valores de carga F1 e F2 correspondentes às
penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm, respectivamente.

330
Carga (kgf)

225
225 × 100 O CBR = 17%
𝐶𝐵𝑅2,5 = = 𝟏𝟔, 𝟔 (será o maior dos
1350 índices obtidos)

Penetração (mm)
Exemplo

A partir do resultado do ensaio de CBR abaixo, calcule o ISC, sabendo-se


que a constante do anel é igual a 110,2 e a altura do CP foi de 114,3 mm.
No final do ensaio de expansão foi lido no extensômetro a leitura de 0,25.
Construa o gráfico.

MOLDE n°: 47
Altura (mm) = 114,3

Pressão Leitura
TEMPO Penetração Padrão Extens. PRESSÃO (kg/cm²) ISC
(Minutos) (mm) (pol) (kg/cm²) (mm) Calculada Corrigida (%)
0,01
0,5 0,63 0,025 11
1,0 1,27 0,050 22
1,5 1,90 0,075 29
2,0 2,54 0,100 70,31 36
3,0 3,81 0,150 48
4,0 5,08 0,200 105,46 59
6,0 7,62 0,300 133,58 74
8,0 10,16 0,400 161,71 88
10,0 12,70 0,500 182,80 88
K ext. = 110,2 constante do extensômetro

Carga = K x Leitura anel Área do pistão (cm²): 19,05

𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑜 𝐸𝑥𝑡.


𝐸𝑋𝑃 = 𝑥100
MOLDE n°: 47 LEITURA EXPANSÃO = 0,25 𝐴𝑙𝑡. 𝐶𝑃 (𝑚𝑚)
Altura (mm) = 114,3 EXPANSÃO ( % ) = 0,2
EXPANSÃO = (0,25/114,3)x100 = 0,2%
Pressão Leitura
TEMPO Penetração Padrão Extens. PRESSÃO (kg/cm²) ISC
(Minutos) (mm) (pol) (kg/cm²) (mm) Calculada Corrigida (%) Pressão Calculada:
0,01 0
0,5 0,63 0,025 11 1,2 11 𝑥 110,2
𝑃𝑐𝑎𝑙. = = 1,2
1,0 1,27 0,050 22 2,4 1000
1,5 1,90 0,075 29 3,2
36 𝑥 110,2
2,0 2,54 0,100 70,31 36 4,0 5,6 𝑃𝑐𝑎𝑙. = = 4,0
3,0 3,81 0,150 48 5,3 1000
4,0 5,08 0,200 105,46 59 6,5 6,2
59 𝑥 110,2
6,0 7,62 0,300 133,58 74 8,2 𝑃𝑐𝑎𝑙. = = 6,5
1000
8,0 10,16 0,400 161,71 88 9,7
10,0 12,70 0,500 182,80 88 9,7
K ext. = 110,2 constante do extensômetro

Carga = K x Leitura anel Área do pistão (cm²): 19,05

MOLDE n°: 47 LEITURA EXPANSÃO = 0,25


Altura (mm) = 114,3 EXPANSÃO ( % ) = 0,2
EXPANSÃO = (0,25/114,3)x100 = 0,2%
Pressão Leitura
TEMPO Penetração Padrão Extens. PRESSÃO (kg/cm²) ISC
(Minutos) (mm) (pol) (kg/cm²) (mm) Calculada Corrigida (%) Pressão Calculada:
0,01 0
0,5 0,63 0,025 11 1,2 11 𝑥 110,2
𝑃𝑐𝑎𝑙. = = 1,2
1,0 1,27 0,050 22 2,4 1000
1,5 1,90 0,075 29 3,2
36 𝑥 110,2
2,0 2,54 0,100 70,31 36 4,0 5,6 𝑃𝑐𝑎𝑙. = = 4,0
3,0 3,81 0,150 48 5,3 1000
4,0 5,08 0,200 105,46 59 6,5 6,2
59 𝑥 110,2
6,0 7,62 0,300 133,58 74 8,2 𝑃𝑐𝑎𝑙. = = 6,5
1000
8,0 10,16 0,400 161,71 88 9,7
10,0 12,70 0,500 182,80 88 9,7

𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 (𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎)


𝐶𝐵𝑅 = 𝑥 100
𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜

4,0
𝐼𝑆𝐶2,54𝑚𝑚 = 𝑥100 = 5,6
ISC: 70,31
6,5 ISC = 6,2%
𝐼𝑆𝐶5,08𝑚𝑚 = 𝑥100 = 𝟔, 𝟐 adota o MAIOR
105,46
13
12
11
10
9
Pressão (kgf/cm2)

8
7
6
5
4
3
2
1
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 13,00
Penetração do pistão (mm)
Exemplo 2

Calcule o CBR sendo conhecidos os valores do ensaio abaixo.


Construa o gráfico.

Área do pistão: A = 19,05cm2

Tempo Penet. Pressão Leitura carga Pressão Pressão CBR


ensaio pistão padrão extens. aplicada calculada corrigida (ou ISC)
(min) (mm) (kgf/cm ) (divisões)
2 (kgf) (kgf/cm2) (kgf/cm2) (%)
0 0 - 0 0
0,5 0,635 - 11 25,74
1,0 1,27 - 22 51,48
1,5 1,90 - 33 77,22
2,0 2,54 70,31 42 98,28
3,0 3,81 - 57 133,38
4,0 5,08 105,46 69 161,46
5,0 6,35 - 80 187,20
6,0 7,62 - 91 212,94
7,0 8,89 - 96 224,64
8,0 10,16 - 99 231,66
Dúvidas ?

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