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MARÇO 2017
RESUMO
O presente trabalho tem como principal objetivo prover informações sobre o sistema
de gerenciamento das redes de esgoto sanitário na cidade de Campos dos Goytacazes,
demonstrando a situação atual após a concessão privada de administração, como base para
trabalhos futuros envolvendo o tema.
The diagnosis and identification of the structures that make up a municipal sewage
system are of vital importance to the knowledge of the current scenario and provide
information to improve it.
Through a mapping of the network, it is possible to identify and direct public
management attention to the areas of greatest lack of investments and positive impacts on the
health of the population and the environment. The growing concern is justified by the
imminent risks of incorrect management of basic sanitation guidelines, making compliance
with the rules of Basic Sanitation Law 11.455 / 2007.
The present work has as main objective to provide information about the
management system of sanitary sewage networks in the city of Campos dos Goytacazes,
demonstrating the current situation after the private administration concession, as a basis for
future work involving the theme.
Com a crescente preocupação global de uma correta gestão das reservas de água doce
do planeta, é pertinente o questionamento sobre a forma correta da não contaminação dos
solos com os rejeitos provenientes dos processos de consumo e, consequente poluição dos
aquíferos, mananciais e fontes de obtenção hídrica.
O presente trabalho visa a identificação das estruturas atuais das redes de tratamento e
coleta de esgoto da cidade de Campos dos Goytacazes, servindo como base futura para
pesquisas de melhorias ligadas ao tema. Através do mapeamento e da análise dos sistemas
municipais, o estudo provê o conhecimento da logística de transporte dos efluentes para a
futura otimização do mesmo, aumentando as taxas de saneamento básico da região.
2. REVISÃO DA LITERATURA
Segundo von Sperling (2005, p.17), apenas 0,8% de toda água existente no planeta
terra é doce e está apta ao consumo. Estes valores ressaltam a importância de preservação e
equilíbrio no consumo. A essencialidade de acesso da população a tratamento de esgotos
previne a contaminação dos solos e corpos hídricos com os rejeitos do consumo, tornando a
relação entre obtenção e gasto mais amena.
Dados sobre o saneamento básico brasileiro em 2008 demonstraram que apenas 58,9%
da população brasileira têm acesso a redes coletoras e destinam corretamente os rejeitos do
consumo (IBGE, 2016). Tais informações alarmam e revelam a vulnerabilidade dos processos
de tratamentos, levando em consideração o risco eminente a saúde da população e a
contaminação dos corpos hídricos.
Mesmo com as diversas utilizações atribuídas a água, 80% da mesma acaba resultando
em esgoto (DIAS et al., 1999), seja o mesmo de origem doméstica, hospitalar ou industrial.
A poluição dos recursos hídricos é fator primordial para impactos relacionados à saúde
pública (PHILIPPI JR., 2005); a água obtida e tratada para consumo é considerada grande
benefício para as comunidades, porém, se o mesmo serviço não for acompanhado de um
sistema de tratamento de esgoto eficiente, não é possível a diminuição dos impactos
ambientais e patogênicos da utilização da mesma.
A correta disposição dos efluentes deve atender plenamente aos objetivos sanitários,
estéticos e socioeconômicos, sendo primordial para a melhoria da saúde da população e
redução dos recursos aplicados a tratamento de doenças vinculadas. A mesma ainda impacta
na diminuição dos gastos com o tratamento para o fornecimento hídrico e melhoria da
condição sustentável do meio-ambiente.
2.1 CONCEITO DE SANEMENTO BÁSICO
De acordo com Borja et al. (2005 apud MOTA et al., 2012), o saneamento é um
desígnio comum diante de sua essencialidade à vida humana e à preservação do meio
ambiente, evidenciando seu caráter coletivo e o dever do governo em promovê-lo, sendo um
bem social que integra políticas públicas e sociais.
O processo de elaboração e revisão dos planos de saneamento básico deverá prever sua
divulgação em conjunto com os estudos que os fundamentarem, garantindo uma
personalização em atendimento as solicitações indianizadas aos municípios que os
elaborarem.
Para este sistema, podemos obter duas variantes: Sistema unitário ou combinado ou
sistema separador. O sistema unitário ou combinado prevê que os esgotos sanitários e a água
da chuva deverão ser conduzidos por tubulações únicas, dentro da mesma canalização. Neste
caso, as tubulações devem possuir diâmetros bem elevados, de forma a veicular, as vazões de
esgoto e de águas pluviais.
Como destino final, o efluente é transportado através dos condutos para as estações de
tratamento de esgotos (ETE´s), que possuem capacidade de atendimento a demanda para o
processamento e neutralização de contaminantes presentes no material proposto. Nestas
unidades, o esgoto passa por etapas de separação da parte líquida e da parte sólida,
objetivando o tratamento de cada uma delas separadamente.
Pano de fundo para o estudo, a cidade de Campos dos Goytacazes é a maior cidade do
interior do estado do Rio de Janeiro e está localizada ao norte da unidade federativa
fluminense. Segundo dados do IBGE (2016), a população estimada é de 487.186 habitantes,
sendo 442.180 pessoas residentes na área urbana e 45.006 pessoas residentes na área rura l. A
extensão da unidade territorial é de 4.026.696 km². A densidade demográfica é de 117,29
hab/km².
Segundo Silva (2004) até a década de 90, 100% do esgoto coletado no município de
Campos dos Goytacazes era despejado diretamente nos rios e canais da cidade. Não havia
nenhuma estrutura apta a realizar o manejo e tratamento dos dejetos.
Tabela 2 – Dados sobre a rede coletora de esgoto no período dos anos de 1991 a 2000.
Tal situação era agravada no ano de 2000, devido ao fato de cerca de 60% dos
efluentes sanitários não recolhidos através da rede estavam ligados diretamente as redes
pluviais ou lançados em canais e rios ou acondicionados em sumidouros ou fossas sem
especificações técnicas, causando impacto direto ao meio-ambiente (SILVA,2004).
O sistema existente anteriormente a concessão, atendia a cerca de 30% da população
urbana através, 189.900 m de rede coletora em manilha de barro vidrado, com diâmetros que
variam de 150 a 300 mm e estações elevatórias com suas respectivas linhas de recalque.
Segundo o SNIS (2015), Campos dos Goytacazes, por meio dos serviços prestados
pela companhia Águas do Paraíba, atende aproximadamente 190.453 habitantes da área
Urbana, com 32.954 ligações de esgoto, considerando dessa forma, que as demais residências
utilizam sistemas individuais ou não dispõem de nenhum tipo de tratamento.
Figura 5. Abrangência da coleta de esgoto sanitário
Esta ETE atende aos bairros de Ururaí, Tapera, Parque João Seixas, Parque Rosário,
Parque Aurora, Parque São Lino, Parque Rui Barbosa, Parque Dr. Beda, IPS, Parque João
Maria, Parque São Benedito, Parque Alphaville II e III, Parque Santo Amaro, Parque
Juscelino, Parque São Caetano, Condomínio Sonho Dourado, Condomínio Golden Garden,
Condomínio Palmeiras I e II, Residencial, Oswaldo Gregório, Condomínio da Torre,
Condomínio Usina Queimado.
Esta ETE atende aos bairros de Parque Vicente Gonçalves Dias, Parque Santo
Antônio, Parque Vera Cruz, Parque Jardim Carioca, Parque Alvorada, Parque Zuza Mota
(parcialmente), Parque Presidente Vargas (parcialmente), Parque Novo Eldorado, Morar Feliz
Parque Eldorado I, II e III, Conjunto Residencial Novo Eldorado, Morar Feliz do Parque
Santa Rosa, Morar Feliz do Parque Prazeres I e II , Condomínio Terra Nova, Casa de
Custódia, Residenciais da Lapa I e II e Residencial Vila Alice.
4. CONCLUSÃO
Embora haja embasamento legal para o cumprimento das normativas previstas na Lei
11.455/2007, a situação não é plenamente atendida, conferido pelo presente estudo,
mostrando-se pertinente em evidenciar que nem toda a rede de coleta de esgoto sanitário
atende plenamente ao município, expondo a população aos impactos observados.
Entre estes, podemos citar o existente despejo de águas pluviais na rede de esgoto,
aumentando o volume de material contaminado, sobrecarregando e diminuindo a capacidade
de tratamento das estações de tratamento. A ocupação do solo desordenada, não respeitando o
plano diretor municipal, não permitindo assim um planejamento eficaz para coleta de esgoto
nos novos bairros.
O estudo ainda evidencia o valor de apenas 60,2% da população atendida pela rede de
tratamento, índice preocupante dentro de um município com área territorial e índice
demográfico figurando entre as maiores do estado.
É relevante a sua análise como fornecimento de dados para estudos futuros, facilitando
a compreensão do tema e provendo soluções que otimizem e melhorem o cenário atual.
REFERÊNCIAS
DIAS, M. C. O.; PEREIRA, M.; DIAS, P.; VIRGILÍO, J. Manual de impactos ambientais:
orientações básicas sobre aspectos ambientais de atividades produtivas. Fortaleza: Banco
do Nordeste do Brasil, 1999. 297p.
IBGE (2016) – Informações Estatísticas – Campos dos Goytacazes - RJ. Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?
codmun=330100>. Acesso em: 12 mar. 2017.
RIBEIRO, Júlia Werneck; ROOKE, Juliana Maria Scoralick. Saneamento básico e sua
relação com o meio ambiente e a saúde pública. Juiz de Fora, MG, 2010.