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A língua a religião e o direito

A língua foi com certeza a herança mais duradoura que os Romanos nos legaram. Falar Latim
era uma condição imprescindível para ascender socialmente, já que era a língua usada nos
documentos e atos oficiais. Assim, o Latim tornou se a língua comum que uniu conquistadores
e conquistados.

A religião, porque estendeu os deuses romanos oficiais ás regiões mais longínquas. Mais uma
vez este domínio atuou positivamente a tolerância romana, que soube impor os cultos sem
proibir os alheios. As antigas divindades locais coexistiram pacificamente com as divindades
romanas, ás quais se destinavam os templos mais sumptuosos. – é neste contexto que
devemos integrar o culto ao imperador.

Quanto ao Direito, ele desempenhou um papel primordial nas relações entre os Romanos e os
povos conquistados. O respeito pela lei era imposto a todos vendo nele a garantia da ordem,
segurança e da paz. As regras definidas pelo direito espelhavam se na forma de pensar dos
Romanos, os valores e a sua justiça, que iam disseminando o império.

Uma densa rede de cidades


Os Romanos fizeram das cidades o centro da sua vida política, económica, cultural e religiosa.
– residia o cerne da sua cultura. Assim a romanização arrastou consigo o desenvolvimento da
vida urbana.

Á exceção da província da Bética onde a tradição urbana era antiga, havia também a Península
Ibérica, que constituía pequenos povoados. Os Romanos sentiram a necessidade de remodelar
os seus núcleos, como também proceder á fundação de novas cidades. Estas cidades, com os
seus fóruns, aquedutos, termas e anfiteatros (construções tipicamente romanas), tornaram se
um polo de atração dos habitantes locais. – deixando ao abandono as antigas povoações.

As cidades não tinham todas o mesmo estatuto:

 Colónias- cidades criadas de novo e povoadas por verdadeiros Romanos, tendo


direitos e privilégios iguais ao de Roma (cidadania plena). «Santarém e Beja»

(um degrau abaixo)

 Municípios- povoações ou cidades preexistentes que os Romanos distinguiam com


privilégios e se tornavam focos de Romanização. Era concedido o Direito Latino, tanto
mais que estas cidades gozavam também da grande autonomia admistrativa, isto é,
possuíam instituições de governo próprias: conselho de notáveis, cúria, um corpo de
magistrados. «Évora, Mértola, Alcácer do Sal e Lisboa»

 As restantes cidades partilhavam uma condição inferior (cidades estipendiárias) que


eram obrigadas aos pagamentos de um pesado imposto, denominado stipendium.

Principais categorias das cidades


O elevado nível de romanização da Península proporcionou, na segunda metade do seculo 1, a
elevação das cidades estipendiarias da Lusitânia a municípios, favorecendo o processo de
romanização.

Este processo completou se em 212, quando Caracala transformou em cidadãos todos os


homens livres do império.

A rede viária e o desenvolvimento económico


Importante fator de unidade foi também a excelente rede de estradas com que os Romanos
dotaram todo o Imperio. Contruídas inicialmente, com o fim de facilitar a deslocação do
exército, as vias romanas permitiram a rápida circulação de pessoas e mercadorias, unindo
regiões isoladas.

Ate á chegada dos Romanos, a maioria dos povos da Hispânia dedicava se pobremente á
pastorícia. O comercio era raro e a moeda pouco circulava. Os Romanos rapidamente
inverteram esta situação, fazendo da Hispânia uma das regiões mais prosperas do Imperio.

 Exploraram intensivamente os solos produzindo para a exportação


 cereais, vinho e azeite de alta qualidade
 desenvolveram as indústrias – extração mineira como também a indústria de vidro, as
forjas, olarias, tecelagens e o fabrico de conservas. (garum, famosa conserva de peixe)
 comércio -as feiras e os mercados multiplicavam se
 a moeda muitas vezes de cunhagem peninsular, circulava abundantemente

Sob o domínio Romano, a península formou um só espaço económico que se integrava na


prospera economia do Imperio. Foi o primeiro mercado comum, um espaço económico
articulado e coeso.

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