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O Direito Romano
Foi a necessidade que conduziu os Romanos ao desenvolvimento do Direito.
Inicialmente, os Romanos não tinham leis escritas. Todo o procedimento jurídico se
baseava no costume – Direito Consuetudinário. Foi contra esta situação que os
plebeus se revoltaram. Perante as exigências plebeias, os Romanos encarregaram
uma comissão de 10 membros de dar forma escrita às leis. As leis foram gravadas
em 12 tábuas, dando origem ao primeiro código do Direito romano. As leis contidas
nas 12 Tábuas rapidamente se mostraram insuficientes. Novas situações exigiram
novas leis. Século após século, os Romanos foram redigindo um gigantesco corpo
de leis, capazes de dar resposta às questões mais complexas. Os últimos
imperadores procuraram preservar o legado romano em matéria de Direito,
ordenando a sua compilação. A imensa obra legislativa dos Romanos atuou como
um importante fator de pacificação e união dos povos do Império.
A cultura romana
O pragmatismo
Ao contrário dos Gregos, para os Romanos sentiam que todas as coisas tinham de
ser úteis. Eram um povo com notável sentido prático, que aplicavam na resolução
dos problemas concretos do dia a dia. Este pragmatismo marca todas as
realizações romanas. Encontramo-lo no planeamento das cidades, nas normas dos
Direitos, na arte ou nas obras de literatura. O Direito é justamente considerado o
expoente máximo do pragmatismo romano. Foi este espírito pragmático que fez dos
Romanos um povo aberto. A cultura romana é o resultado de várias influências. A
mais marcante de todas foi a influência grega. Reconhecendo a originalidade da
civilização helénica, os Romanos imitaram-lhe a arte, a literatura, a filosofia e até
a religião. Foi desta forma que cultura grega chegou até nós.
A padronização do urbanismo
À medida que o Império romano crescia, fundaram-se cidades novas e renovaram-
se as antigas seguindo cuidadas regras de urbanismo. A fundação de uma nova
cidade implicava um cuidadoso planeamento. A cidade era protegida por uma
muralha e articulava-se a partir de duas ruas principais, o cardo e o decumanos.
Era geralmente no cruzamento destes dois eixos que se situava a grande praça
pública – o fórum -, verdadeiro coração da cidade. No fórum encontravam-se os
principais edifícios administrativos: a cúria e a basílica. Na cúria reunia-se o
Senado e a basílica servia de sala de reuniões para políticos e homens de negócios
e também de tribunal público. Era também no fórum que se erguiam os templos
mais significativos. O fórum mereceu sempre a atenção dos governantes que lá
acrescentavam grandiosas construções e novas praças. Este gosto pela
monumentalidade é uma das características mais salientes das cidades romanas.
Muitas vezes, junto do fórum, eram construídas bibliotecas, mercados públicos e ou
termas, onde os Romanos tomavam banho. O banho era, para os Romanos, uma das
facetas mais agradáveis da vida quotidiana. Para a tornar possível, as cidades
estavam equipadas com aquedutos. O lazer e a distração não foram esquecidos
nas cidades romanas. Quase todas possuíam o seu anfiteatro. Quanto às casas de
habitação, encontram-se sempre dois tipos: a domus e a insula. Roma foi sempre
um caso à parte em termos de planificação urbanística. As cidades romanas
partilharam, no entanto, um padrão urbanístico comum. Apesar das suas
diferenças, seguem todas o mesmo modelo: Roma, berço do Império, a cidade por
excelência.
A História
As inúmeras vitorias dos Romanos e a grande tenacidade que demonstraram na
construção do seu império impressionaram os historiadores. A História revestiu-se
de uma feição pragmática, procurando justificar o domínio de Roma. O historiador
que mais glorificou a História da sua pátria foi Tito Lívio. Tito escreveu uma imensa
obra que abrange toda a História de Roma.
Os veículos da romanização
A romanização estendeu-se a toda a Hispânia. No Sul, a cultura romana penetrou
tão rápida e profundamente, que os povos se esqueciam do seu próprio idioma. Em
contrapartida, nas zonas central e norte da Península, o processo de romanização
foi mais lento e superficial. Os Romanos deixaram uma obra notável e duradoura,
que nos marcou profundamente.
O exército e a imigração
O processo de romanização iniciou-se com a chegada dos primeiros exércitos. Os
legionários contactaram de perto com os habitantes locais e alguns
estabeleceram-se definitivamente na Hispânia. Muitos foram os que tomaram por
esposas mulheres nativas, contribuindo para multiplicar o número de cidadãos
romanos. A participação de hispânicos nos exércitos atuou também como um fator
da romanização. Quando regressavam à sua terra, estes soldados desempenhavam
um importante papel como divulgadores da cultura romana. Para além dos
elementos do exército, vieram para a Península numerosos imigrantes italianos. O
aumento do número de verdadeiros romanos e os muitos contactos estabelecidos
com as populações locais impulsionaram a aculturação dos povos peninsulares.