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SOLDAGEM DOS METAIS

CAPÍTULO 5

TERMINOLOGIA
E SIMBOLOGIA
DE SOLDAGEM
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SOLDAGEM DOS METAIS

TERMINOLOGIA DE SOLDAGEM

A terminologia de soldagem é bastante extensa e muitas vezes os


termos técnicos que utilizamos em uma região geográfica não são aplicáveis
em outras. O próprio nome soldagem é adotado no Brasil, enquanto em
Portugal o nome mais utilizado é soldadura; vamos indicar alguns termos mais
importantes utilizados.
O primeiro termo a ser definido é junta – junta é a região onde duas ou
mais partes da peça são unidas pela operação de soldagem. Abaixo vemos 2
tipos de juntas bastante comuns.

Outros 3 tipos de juntas estão mostrados abaixo:

Para conseguirmos executar as soldas, na maioria das vezes


precisamos preparar aberturas ou sulcos na superfície das peças que serão
unidas – estas aberturas recebem o nome de chanfro. O chanfro é projetado
em função da espessura da peça, do material, do processo de soldagem a ser
adotado, das dimensões da peça e da facilidade de acesso à região de solda;
abaixo vemos alguns dos tipos de chanfros mais comuns em matéria de
soldagem.
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Abaixo vemos algumas das características dimensionais dos chanfros e


das soldas de topo e filete.
S = Nariz
f = Abertura ou Fresta
r = Raio do Chanfro
α = Ângulo do Chanfro
β = Ângulo do Bisel

A solda em si também possui diferentes seções e cada uma recebe um


determinado nome. A zona fundida de uma solda é constituída pelo metal de
solda, que normalmente é uma mistura do metal base (material da peça) e do
metal de adição (metal adicionado na região de solda). Ao lado do cordão
temos uma região que tem sua estrutura e propriedades afetadas pelo calor e
que denominamos zona termicamente afetada. Eventualmente podemos utilizar
um suporte na parte inferior da solda, que ajuda a conter o material fundido na
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operação de soldagem e que pode ou não ser removido após o término da


solda, chamado de mata-junta ou de cobre-junta.

A posição da peça e do eixo da solda determinam a posição de


soldagem; a seguir vemos as diversas posições normalmente utilizadas.
Observar que existem limites de ângulos para cada posição e que muitas vezes
não se consegue saber com exatidão a posição de soldagem exata que foi
utilizada.
Posições de soldagem para soldas de topo

Posições de soldagem para soldas em filete


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A execução de juntas soldadas está subordinada a uma nomenclatura


própria; a necessidade de fabricar cordões de solda em peças grandes e
espessas, quando não é a peça que se movimenta para ficar em uma posição
favorável ao soldador, mas sim o soldador que tem que se adaptar às
necessidades da peça, faz com que por vezes a soldagem se torne bastante
complicada ao mesmo, não só pela posição pouco ergométrica, mas também
pelo fato do material fundido submeter-se à força da gravidade e ter tendência
de escorrer da junta quando é necessário soldar em posições mais
complicadas.
Soldar na posição plana é a posição mais cômoda e mais fácil para o
soldador, pois a ação da gravidade não interfere de forma mais significativa na
soldagem, sendo um item a menos a controlar no processo. Quando se solda
na posição horizontal, apesar de parecer cômodo para o soldador, o material
tem tendência de escorrer para fora da junta, obrigando a aumentar a
viscosidade do banho de fusão para que o mesmo fique sob controle na
solidificação. A posição vertical compreende duas formas: ascendente ou
descendente. Dependendo de vários fatores, tais como o metal de base, metal
de adição, processo e parâmetros de soldagem adotados, é normalmente mais
fácil soldar no sentido ascendente do que no descendente. Da mesma forma
que na posição horizontal, o material tem igualmente tendência de escorrer,
fator que contribui para a dificuldade imposta pelo processo. Na soldagem de
chapas é comum trabalhar-se com a posição vertical descendente para
chapas mais finas e vertical ascendente para chapas mais grossas.
A posição sobre cabeça é a que apresenta as maiores dificuldade de
execução, em função dos motivos referidos nas duas posições anteriores. É a
posição que permite qualificar para todas as outras posições e a que possui
menor rendimento de deposição; sempre que possível é uma posição que deve
ser evitada.
Esta posição costuma ser utilizada em trabalhos de construção naval,
estrutura de edifícios, estruturas metálicas de grande porte; estruturas de carga
em pórticos marítimos, guindastes e gruas de grandes dimensões, soldagem
de campo (quando não existe como movimentar a peça para uma posição de
soldagem mais favorável) e ainda em trabalhos de manutenção e recuperação
de equipamentos metálicos.
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SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM

Em soldagem utilizamos uma série de números, sinais e símbolos que


representam a forma do cordão de solda, processo utilizado, dimensões,
acabamento, tipos de chanfro, etc.., os quais permitem maior rapidez na
confecção de projetos e evitam erros de interpretação. Duas das principais
normas adotadas mundialmente são a norma AWS A 2.4 e a norma ISO 2553.
A representação dos símbolos principais referentes à preparação da junta ou o
tipo de solda são praticamente idênticos, com exceção da linha tracejada que
acompanha a linha horizontal da seta na norma ISO 2553 e que nunca é
colocada na norma AWS A 2.4.
Conforme AWS A 2.4 temos:

Abaixo temos alguns tipos básicos de solda e seus símbolos:

Cada símbolo básico é uma representação esquemática da seção


transversal da solda em referência. Quando o símbolo básico é colocado sob a
linha de referência, a solda tem que ser feita do mesmo lado em que se
encontra a seta; caso contrário, a solda deve ser executada do lado oposto da
seta. Mais de um símbolo básico pode ser utilizado de um ou dos dois lados da
linha de referência.
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EXEMPLOS DE SOLDAS EM CHANFRO E SEUS


SÍMBOLOS

½V

FLARE
V

FLARE
½V

Vários números que correspondem às dimensões ou outros dados da


solda são colocados em posições específicas em relação ao símbolo básico. O
tamanho da solda e/ou garganta efetiva são colocados à esquerda do símbolo.
Em soldas em chanfro, se esses números não forem colocados, deve-se
subtender que a penetração da solda deve ser total. A abertura da raiz ou a
profundidade de solda do tipo “plug” ou “slot” é colocada diretamente dentro do
símbolo básico da solda. À direita do símbolo podem ser colocados o
comprimento da solda e a distância entre os centros dos cordões, no caso de
soldas intermitentes.

Os símbolos suplementares são usados em posições específicas do


símbolo de soldagem quando necessários; existem ainda os símbolos de
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acabamento, que indicam o método de acabamento da superfície da solda.


Estes símbolos são:
C – rebarbamento G –esmerilhamento
M – usinagem R – laminação
H – martelamento

Símbolos suplementares de soldagem

Exemplos de soldas de filete e simbologia

Vários tipos de solda e seus símbolos


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Exemplos de símbolos de soldas em chanfros

Exemplos de solda de filete intermitente

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