“Para começar a trabalhar no campo do documentário, nos colocamos
de acordo com Sílvio Da-Rin. Segundo ele, o nome documentário recobre uma enorme diversidade de fi lmes e modos de fi lmar, e as defi nições se dão de acordo com a época e os interesses em jogo (DA-RIN, 2004)” (p. 14)
No que tange a diferença entre documentário e ficcção, os autores propõem que:
“Os modos de dizer as coisas é que variam, e muito. Os diretores podem
enfatizar mais ou menos suas próprias percepções e experiências, ou a suposta transparência da imagem fotográfi ca. Assim, Bill Nichols (2007) propõe, a partir de algumas características predominantes, uma divisão de seis modos, ou tipos, de documentários: documentário poético, expositivo, observativo, participativo, refl exivo e performático. Esses modos dizem respeito, principalmente, às formas de aproximação com o sujeito e com o mundo construídas pelo fi lme, e à relação que se estabelece entre o documentarista e as imagens” (p. 15)
A narração presente em “Retratos Fantasmas” confere uma proximidade entre
Kleber Mendonça Filho e o público. Afinal, o diretor incorpora a posição de personagem. Isso tudo corrobora para a construção de uma narrativa documentária única, ENVOLVE SUBJETIVIDADE:
“Esse modo de falar –na primeira pessoa– aproxima o documentário dos
diários ou ensaios. A ênfase não é mais tanto na tentativa de convencimento do público, mas nas possibilidades de expressão da representação de opiniões sobre problemas do mundo, a partir de uma visão bastante singular. Esses documentários não tentam representar um objeto para além de si mesmos, eles dão prioridade à dimensão afetiva existente entre o diretor e o discurso construído” (P. 16)