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“Quem sou eu?” e “qual o sentido da vida?

” são as duas grandes questões que


nos fazemos incessantemente. As questões que temos urgência de responder,
pois carregam nelas a explicação desse misterioso fato de existirmos. O
equívoco comum, é o de imaginarmos que a resposta a essas perguntas vitais
estejam fora de nossa própria vida, da nossa história.
O nosso nascimento é o começo dessa história; por meio dele somos lançados
num mundo com um corpo, um sexo, uma família, um nome, uma condição
social, um país, uma época. O sentido ou o rumo da nossa vida já veio, de
alguma forma, embrulhado nele. Não ganhamos o fim da história, que só virá
com a morte, mas ganhamos o início e uma certa bagagem para seguir nosso
caminho.
Não podemos modificar os eventos da vida, mas podemos alterar os modos de
vivê-los.
Temos que estar sempre respondendo, para nós mesmos: “Quem sou eu? Qual
o sentido da existência? Que papel eu desempenho nela?” .
Premidas pelas urgências da vida prática, ou fascinadas pelas distrações que o
mundo oferece, as pessoas costumam colocar essas perguntas de lado em seu
atarefado dia a dia. Simplesmente as descartam ou adiam, à espera de um
“depois” que, muitas vezes, nunca chega.
Quando pensamos, transformamos nossas crenças e, consequentemente, nosso
modo de viver.
Não são os traumas, mas uma incompreensão do sentido da vida que os
originam”
“Nossa existência pessoal não é um conjunto desconexo de eventos”
“Seu sentido se articula nas histórias que, consciente ou inconscientemente,
contamos para nós mesmos. E, quando percebemos o fio de nossa existência,
tornamo-nos muito mais disponíveis para fazer transformações. Descobrindo o
padrão, descobrimos também o potencial de ação”
Segundo Critelli, o padrão existencial se apoia em frases que as pessoas ouvem
de outras ou que, acriticamente, dizem para si mesmas. Ela chama essas frases
de “relatos”. São afirmações curtas e fragmentadas, muitas vezes aprendidas na
infância, e repetidas ao longo da vida. Perpetuando-se pela repetição,
perpetuam também, como se fosse fatalidade, um determinado modo de ser.
Frequentemente os indivíduos se sentem prisioneiros desses padrões que eles
mesmos ajudaram a criar. Quando trazem tais “relatos” para a luz da consciência
e os submetem ao crivo da reflexão crítica, começam a se libertar de seu poder
paralisante. E colocam ou recolocam suas vidas em movimento.
“Temos a ilusão de que moramos em um mundo significativo em si e por si
mesmo. Mas, em si mesmo, o mundo é pura coisa. É nossa linguagem que o
transforma em um mundo. Habitar o mundo é habitar a linguagem”, sublinhou
Critelli.
Trata-se, então, de substituir os relatos acríticos e fragmentários que povoam a
linguagem vulgar por uma historia pessoal construída a partir da reflexão. A
expectativa é que, ao se apoderar dessa história, o indivíduo simultaneamente
se empodere. E deixe de ser vítima de uma imaginária fatalidade para se tornar
senhor de si mesmo.

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