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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Elisane Souza Ramos – G1803J2 07/03/2024


Resumo: Ação e compreensão na clínica fenomenológica existencial. In. Psicologia
fenomenológico-existencial possibilidades da atitude clínica fenomenológica.

A fenomenologia possui uma forma de pensamento que nos direciona para a


importância de permitir que os fenômenos se manifestem, mostrando como realmente
são, o que implica em dedicar atenção para compreender o que se apresenta. Na prática
clínica, a postura adota pelo profissional deve favorecer um contexto em que o paciente
possa revelar o que está encoberto.
A forma pela qual compreendemos algo e nossa capacidade de agir estão
interligados, pois estamos constantemente nos relacionado e entendendo o mundo ao
nosso redor
Essa relação intrínseca entre existência e mundo é uma complementação mútua
que influencia a existência do ser-aí e, está ligada à sua presença no mundo pois não é
possível existir sem esse mundo.
Na relação terapêutica, facilita um lugar para manifestações e compreensão,
onde paciente e terapeuta são influenciados pelo resultado do encontro, e favorecendo
para uma clareira, que só pode ser constituída se houver espaço para que as coisas se
mostrem, desvelando os fenômenos.
Para entender como alguém é, não podemos simplesmente tentar entendê-los
imediatamente. Na clínica, é importante ouvir e tentar compreender o que o outro está
dizendo de forma aberta. Isso significa não ir atrás do que a pessoa está falando, mas
sim ficar perto do que ela está tentando dizer e permitir que suas palavras nos afetem.
Somente ouvindo com atenção é que podemos realmente entender como o
paciente se sente e, ajuda a entender a nós mesmos. O ato de ouvir o outro de forma
terapêutica só funciona se estivermos realmente abertos para entender o que a pessoa
está compartilhando.
A escuta terapêutica convida o paciente a explorar os verdadeiros significados
por trás do que ele está dizendo e permite que ele tome suas próprias decisões com base
em si mesmo, por isso a necessidade de renunciar a qualquer conhecimento prévio
(suspensão) e, simplesmente aceitar o outro como ele é, sem tentar impor nossa própria
visão de mundo.
Ao compreender seus modos de ser, o paciente pode se tornar mais livre e lidar
melhor com sua própria vida. A terapia consiste em cuidar e auxiliar o paciente a
adquirir, na medida do possível, liberdade e responsabilidade sobre suas escolhas. No
cotidiano, é responsabilidade do paciente lidar com suas próprias ações, não cabendo ao
terapeuta assumir o peso e as decisões relacionadas a ele.
O processo terapêutico auxilia o paciente no processo de explorar o motivo que
está por trás da queixa apresentada e, descobrir o significado dela, permitindo que o
paciente entenda o que está tentando transmitir através da fala ou comportamento. A
escuta terapêutica está direcionada para o que está escondido e que o paciente quer
revelar na existência, observando a compreensão do sentido que surge em sua
comunicação. Falas repetidas, por exemplo, indicam que algo já solicitado ainda não foi
ouvido e por isso é importante identificar o significado específico dessa repetição.
No contexto clínico, o exercício desses entendimentos e pensamentos não se
limitam apenas ao terapeuta, que teoricamente ficaria refletindo sobre a vida do
paciente. Pelo contrário, a compreensão é fundamental para o processo, que permite a
criação de uma abertura compartilhada entre o profissional e o paciente, na qual haja
uma escuta para o que é reprimido e que tenta se expressar na existência do paciente.
No ambiente terapêutico, a ação principal é o ato de pensar, que dá início a uma
outras possiblidades de lidar com a própria existência.

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