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A REVOLUÇÃO DA BACIA E DA TOALHA

“Jesus sabia que recebera do Pai todas as coisas, que


tinha vindo de Deus e voltaria para Deus. Assim foi que ele
se levantou da mesa da ceia, tirou a capa, enrolou uma
toalha na cintura, derramou água numa bacia, e começou a
lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a
toalha que tinha à sua volta.” (João 13.3 – 5).
“Então ele disse: vocês entendem o que eu fiz? Vocês
me chamam de Mestre e Senhor, e estão corretos. É o que
eu sou. Então, seu eu, o Mestre e Senhor, lavei os pés de
vocês, lavem também os pés uns dos outros. Estabeleci um
padrão aqui. O que eu fiz, façam também. Estou apenas
destacando o óbvio. O empregado não está acima do
patrão; o empregado não dá ordens ao seu empregador. Se
vocês entendem o que estou dizendo, façam o que eu digo –
e vivam uma vida abençoada.” (João 13.12 – 17).

Ninguém melhor do que Jesus para nos ensinar a


respeito do serviço cristão. Jesus quebra todos os
paradigmas da história e faz uma revolução usando uma
bacia e uma toalha. A partir de então, a bacia e a toalha se
tornaram símbolos do discipulado e do serviço cristão. Todo
discípulo de Jesus tem como marcas do seu serviço a bacia
e a toalha.
Aquele dia, era um dia de primavera, muito quente. Era
uma época em que as ruas de Jerusalém ficavam muito
secas. Imaginem como estavam os pés de Jesus e dos seus
discípulos. Então, eles entram numa sala e cada um toma o
seu lugar ao redor da mesa. É curioso notar que em Lucas
22.24 os discípulos começaram a discutir qual deles seria o
maior.
Na parede daquela sala está pendurada uma toalha e
no chão havia uma jarra e uma bacia. O assunto estava bom
demais para se lembrarem dos pés cheios de poeira das
ruas de Jerusalém. Quaisquer dos discípulos poderiam, de
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forma voluntária, começar a lavar os seus próprios pés, mas
ninguém o faz. Então, depois de alguns momentos, o
inesperado acontece. É o início da revolução que marcaria
de uma vez por todas a vida dos discípulos de Jesus.
Jesus, aproveitando a oportunidade, se levanta, tira a
sua capa, pega uma toalha e a coloca em volta da sua
cintura, pega a bacia e ajoelha-se diante de um dos seus
discípulos. Gentilmente, Jesus desamarra uma sandália,
levanta o pé, coloca-o na bacia, cobre-o com água e começa
a lavá-lo. Um a um, um pé encardido e empoeirado após o
outro.
Na época de Jesus, lavar os pés era uma tarefa
reservada não apenas para os servos, mas para o servo
mais inferior. Esperava-se que o servo mais inferior fosse
aquele a ajoelhar-se com a toalha e com a bacia. Porém,
neste caso, aquele com a toalha e com a bacia é o rei do
universo.

 As mãos que moldaram as estrelas agora lavam a


sujeira.
 Os dedos que formaram as montanhas agora
massageiam os dedos dos pés dos seus discípulos.
 Aquele diante de quem todas as nações um dia se
ajoelharão agora se ajoelha diante dos seus discípulos.

Jesus marcou de forma drástica a vida dos seus


discípulos com a revolução da bacia e da toalha, e é
exatamente isso que Ele deseja fazer com todos nós aqui
nesta noite. O que podemos aprender com a revolução da
bacia e da toalha? Quais são as marcas que Jesus deseja
imprimir nos seus discípulos de todos os tempos com esta
revolução?

A revolução da bacia e da toalha nos ensina que…

1. O serviço cristão exige INICIATIVA


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“Então [Jesus] se levantou, tirou a sua capa, pegou uma
toalha e amarrou na cintura.” (João 13.4).
Nenhum dos discípulos havia se dado conta de que
seus pés estavam sujos e precisavam ser lavados. Havia
uma necessidade naquele lugar, mas ninguém era capaz de
tomar a iniciativa. É bem possível que não houvesse um
escravo naquele ambiente que pudesse lavar os pés
empoeirados dos discípulos. Mesmo assim, eles se
assentam à mesa para comer.
Jesus, então, se levanta da mesa. E por que ele toma
essa atitude? Porque conseguiu enxergar aquilo que
ninguém havia enxergado: pés empoeirados, sujos que
precisavam ser lavados. Não há serviço sem iniciativa, pois
a iniciativa nos leva a enxergar as necessidades das
pessoas que estão ao nosso redor, nos leva a ouvir os gritos
dos esquecidos deste mundo.
“Se você vê um irmão em necessidade e tem recursos
para ajudá-lo, mas vira as costas e não faz nada, o que
acontece com o amor de Deus? Desaparece. E é você que
faz esse amor desaparecer.” (I João 3.17).
O serviço cristão é um convite para nos levantarmos da
nossa zona de conforto, da inércia espiritual que está sobre
os nossos ombros e enxergarmos que há muita gente
precisando da nossa ajuda. Tiago nos adverte, dizendo o
seguinte: “Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem
fé se ela não vier acompanhada de ações?” (Tiago 2.14).
Peça a Deus que abra seus olhos espirituais para que
você seja capaz de ver as necessidades das pessoas que
estão próximas a você. Lembre-se, o serviço cristão exige
que você tome a iniciativa.

A revolução da bacia e da toalha nos ensina que…

2. O serviço cristão exige HUMILDADE

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“Em seguida pôs água numa bacia e começou a lavar os pés
dos discípulos e a enxugá-los com a toalha.” (João 13.5).

Jesus mostrou toda a sua humildade quando preparou


o ambiente, lavou e enxugou os pés dos seus discípulos.
Para que isso acontecesse, ele precisou se dobrar. A
grandeza do discípulo de verdade só se alcança quando ele
é capaz de se dobrar. A revolução da bacia e da toalha é
sempre um convite para descer, nunca para subir. Nenhum
orgulhoso, prepotente, soberbo vai conseguir entender a
grandeza da humildade. Eles nunca serão capazes de viver
além da sua própria mediocridade.
Jesus disse que felizes são os humildes de espírito
porque deles é o reino dos céus. Felizes são os pobres de
espírito, aqueles que tem total carência, porque o reino de
Deus é para eles. E o serviço cristão é feito pelos humildes
de espírito.
“Porém entre vocês é diferente. Todo aquele que quiser
ser importante deve ser o servo. Todo aquele que quiser ser
o primeiro, deve ser o escravo de todos.” (Marcos 10.43 –
44).
O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos e falando
a respeito da nova vida no serviço de Deus, disse o
seguinte: “Por causa da bondade de Deus para comigo, me
chamando para ser apóstolo, eu digo a todos vocês que não
se achem melhores do que realmente são. Pelo contrário,
pensem com humildade a respeito de vocês mesmos, e
cada um julgue a si mesmo conforme a fé que Deus lhe
deu.” (Romanos 12.3).
Que Deus encontre em nós, nesta noite, humildade.
Humildade capaz de nos tornar seres que se dobram para
lavar os pés daqueles que estão gemendo ao nosso
redor. Sem humildade, você não tem condições de participar
da revolução iniciada por Jesus. Somente aqueles que
descem, que se dobram podem se engajar nessa
empreitada de amor.
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A revolução da bacia e da toalha nos ensina que…

3. O serviço cristão exige OBEDIÊNCIA


“Vocês me chamam de Mestre e de Senhor e tem
razão, pois eu sou mesmo. Seu eu, o Senhor e o Mestre,
lavei os pés de vocês, então vocês devem lavar os pés uns
dos outros. Pois eu dei o exemplo para que vocês façam o
que eu fiz.” (João 13.13 – 15).

Jesus queria ensinar algo a mais aos seus discípulos.


Não bastaria que eles tivessem iniciativa e humildade se não
fossem capazes de dar continuidade àquela revolução. Os
discípulos obedeceram e essa revolução – a revolução da
bacia e da toalha – alcançou a nossa vida neste
tempo! Jesus não pediu algo aos seus discípulos que ele
mesmo não fosse capaz de fazer. Como Mestre e Senhor,
ele não precisava fazer aquilo, mas ele deu o exemplo.
Jesus fez primeiro!

 Jesus nos manda amar, porque ele nos amou primeiro;


 Jesus nos manda perdoar, porque ele nos perdoou
primeiro;
 Jesus nos manda lavar os pés das pessoas, porque ele
lavou os pés dos seus discípulos primeiro e lavou os
nossos pecados na cruz do Calvário com o seu
sangue.

Não há nenhuma chance de ser um discípulo de Jesus


aquele que não é capaz de obedecer as suas ordens. Certa
vez, Jesus disse o seguinte aos seus discípulos: “Por que
vocês me chamam Senhor, Senhor, e não fazem o que eu
digo?” (Lucas 6.46)
A palavra de Jesus para nós, os discípulos deste
século, é a mesma: assim como eu lavei os pés dos meus
discípulos, vocês precisam continuar lavando os pés uns dos
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outros. Obedeçam e continuem a minha missão. Jesus
disse: “… Se vocês me amam, obedeçam aos meus
mandamentos.” (João 14.15).
Nunca mais esqueço da frase escrita no frente de uma
dos prédios do terceiro batalhão de infantaria. Ele dizia o
seguinte: “OBEDECER É TÃO NOBRE QUANTO
COMANDAR”
De fato, a nobreza da nossa vida está no fato de
sermos identificados como discípulos de Jesus, porque
nossas atitudes e ações são as mesmas do nosso Mestre e
Senhor. Jesus, hoje, quer mais do que a sua iniciativa e
humildade. Ele quer a sua obediência, pois é pré-requisito
para o alistamento da revolução da bacia e da toalha.

Conclusão:

Você foi criado planejado, criado, moldado para servir a


Deus, servindo às pessoas. Não há como dizer que você
serve a Deus se você é incapaz de servir alguém que está
perto de você. Alguém disse com muita propriedade que
“quem não vive para servir, não serve para viver”. Será que
a nossa vida ainda serve para ser vivida?

A revolução da bacia e da toalha nos ensina que…

1. O serviço cristão exige INICIATIVA


2. O serviço cristão exige HUMILDADE
3. O serviço cristão exige OBEDIÊNCIA

Você não quer, também, fazer parte da revolução da


bacia e da toalha, essa revolução de amor iniciada por
Jesus, o Mestre e Senhor?

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