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MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO
DE FUZILEIROS NAVAIS
OSTENSIVO
1ª Revisão
2021
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
OSTENSIVO CGCFN-309
MARINHA DO BRASIL
2021
TIPO: MANUAL
FINALIDADE: BÁSICA
1ª REVISÃO
AUTENTICADO PELO ORC
Em ______/_______/_______.
RUBRICA
CARIMBO DO ORC
OSTENSIVO CGCFN-309
ÍNDICE
ÍNDICE............................................................................................................................ II
INTRODUÇÃO............................................................................................................... IV
CAPÍTULO 1. DISTÚRBIOS
ANEXOS
INTRODUÇÃO
1. PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de apresentar os aspectos relacionados com as
técnicas e os meios utilizados por ocasião do emprego de tropas de Fuzileiros Navais no
Controle de Distúrbios.
2. DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em seis capítulos e cinco anexos. O Capítulo 1 apresenta
as generalidades e os conceitos básicos dos Distúrbios, incitados por Agentes de Perturbação
da Ordem Pública, os tipos de turbas e as respectivas ações. O Capítulo 2 descreve a
Metodologia do Uso Progressivo da Força, enfatizando os princípios da proporcionalidade e
da força mínima necessária, a fim de controlar uma determinada ameaça apresentada. O
Capítulo 3 apresenta o material utilizado pelas tropas de Controle de Distúrbios. O Capítulo 4
descreve a organização, composição e emprego da Companhia de Controle de Distúrbios. No
Capítulo 5, são abordadas as Formações e os Comandos a serem utilizados pela Companhia e
pelo Pelotão de Controle de Distúrbios e, no Capítulo 6, são descritos, em termos gerais, o
planejamento, o emprego e os procedimentos a serem cumpridos pela tropa no transcurso das
Ações de Controle de Distúrbios.
3. CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual do Sistema de
Publicações da Marinha, como: Publicação da Marinha do Brasil (PMB), não controlada,
ostensiva, básica e manual.
4. SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a CGCFN-309 - Manual de Controle de Distúrbios de
Fuzileiros Navais, 1ª Edição, aprovada em 17 de junho de 2020.
OSTENSIVO - IV - REV. 1
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
OSTENSIVO CGCFN-309
CAPÍTULO 1
DISTÚRBIOS
1.1. GENERALIDADES
Distúrbios são manifestações decorrentes da inquietação ou tensão de parcela da
população, que tomam a forma de atos de violência. São empreendidos por Agentes de
Perturbação da Ordem Pública (APOP) e podem originar-se de diversas causas de cunho
social, político e econômico, cujo estudo não é objeto desta publicação.
Adicionalmente, condições resultantes de calamidades públicas podem contribuir para
a geração de distúrbios, seja pela tentativa da população de escapar de catástrofes, seja pelo
aproveitamento da situação reinante por indivíduos ou grupos inescrupulosos.
Quando não controlados pelas autoridades competentes, os referidos distúrbios
poderão ocasionar:
- a redução ou perda da confiança da população nas autoridades constituídas;
- a intimidação ou desgaste do poder legal;
- a perturbação da ordem e do funcionamento das Instituições e dos Órgãos Públicos
e Privados; e
- a intimidação, a agitação ou o pânico de significativas parcelas da população.
1.2. CONCEITOS BÁSICOS
1.2.1. Agentes de Perturbação da Ordem Pública
São pessoas ou grupos de pessoas cuja atuação comprometa, momentaneamente, a
preservação da ordem pública ou ameace o bem-estar ou segurança das pessoas e do
patrimônio.
1.2.2. Ameaças
São atos ou tentativas potencialmente capazes de comprometer a preservação da
ordem pública ou ameaçar a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
1.2.3. Legítima defesa
É o uso moderado dos meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem.
1.2.4. Autodefesa
Legítima defesa com o emprego dos próprios meios em resposta a um ataque direto.
1.2.5. Reação mínima
É a menor intensidade de violência, suficiente e necessária, para repelir ou prevenir a
ordem pública.
a) transformação de uma multidão em turba
Quando a totalidade ou a maioria dos elementos de uma aglomeração estabelece
um objetivo comum e manifesta a intenção de realizá-lo sem medir consequências, origina-se
uma turba.
A motivação para tal transformação poderá estar na figura de um líder que
aproveite um fato violento, ou mesmo um acontecimento fortuito, ou que empolgue por suas
palavras os componentes da multidão.
b) tipos de turba
I) turba agressiva
É aquela que estabelece um estado de perturbação da ordem e realiza atos de
violência, como acontece em distúrbios resultantes de conflitos sociais ou políticos, nos
linchamentos, levantes de detentos em penitenciárias ou depredação de patrimônios (públicos
ou privados).
II) turba pânica
É aquela que procura fugir de algum local, na tentativa de garantir a sua
segurança. Nesta situação, o maior problema é o de convergência de massas humanas para
vias de escoamento (rotas de fuga) de capacidade limitada, o que poderá provocar danos a
pessoas e bens móveis e imóveis. O pânico poderá originar-se de boatos, incêndios,
explosões, calamidades, atentados etc.
III) turba predatória
É a impulsionada pelo desejo de apoderar-se de bens materiais, como em
distúrbios para obtenção de alimentos, bens de consumo e outros.
c) atos dos participantes de uma turba
Os componentes de uma turba são influenciados, em maior ou menor grau, por
seu espírito inventivo, pela capacidade de seus líderes e pela existência ou não de armas,
suprimentos, equipamentos e outros materiais.
Os seguintes fatores ditarão o grau de violência de que será capaz uma turba:
- espécie de indivíduos que a compõem;
- número de pessoas envolvidas;
- localização;
- a causa da perturbação; e
- as armas disponíveis.
etc.
g) utilização de armas de fogo
Os líderes da turba poderão, ainda, encorajá-la a realizar ações mais violentas e
ousadas com o emprego de armas de fogo contra a tropa.
CAPÍTULO 2
METODOLOGIA DO USO PROGRESSIVO DA FORÇA
2.1. GENERALIDADES
Durante as últimas décadas, a doutrina de emprego de tropas militares em ações de
Controle de Distúrbios (CD) experimentou diversas atualizações. Uma das principais consiste
no entendimento de que o CD deixou de ser uma ação que exigia o contato físico da tropa
com os integrantes da turba para conter o seu avanço, dividi-la, canalizá-la e dispersá-la. A
ação de dispersão passou a ser realizada a distância, empregando os armamentos e recursos de
menor potencial ofensivo nos limites de seus alcances.
Quando o contato se fizer necessário e inevitável, avulta de importância a adoção de
uma metodologia do uso progressivo da força, sendo imperativa a observância dos princípios
da razoabilidade, proporcionalidade, legalidade e necessidade. Tal metodologia é adotada para
auxiliar na identificação do nível de força apropriado a ser utilizado para um determinado
nível de resistência. Nas Atividades de Emprego Limitado da Força, nas quais os
Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) devam seguir orientações
rígidas e precisas, norteadas por regras de engajamento definidas pelo escalão superior, as
ações evitando o contato físico auxiliam sobremaneira na utilização do mínimo de força que
seja razoavelmente necessária, sob as circunstâncias que assim a requeiram, para controlar a
situação enfrentada.
2.2. NEGOCIAÇÃO
A negociação pode ser entendida como a ação de convencimento empreendida pelas
Forças com o objetivo de persuadir a outra parte envolvida, por meio da apresentação de
argumentos válidos, a descontinuar seu comportamento agressivo. A negociação deve
preceder o emprego da dissuasão e do uso progressivo da força.
Sempre que possível, deve ser utilizado pessoal adequadamente preparado para
negociar com multidões, podendo ser o Comandante da tropa enquadrada ou outro militar
habilitado e com pendor para tal. No intuito de atenuar as dificuldades encontradas nessa
difícil e importante tarefa, poderá ser previsto o auxílio das Equipes de Negociação Distritais
em suas respectivas áreas de atuação.
2.3. IDENTIFICAÇÃO DOS SUJEITOS
Para a correta compreensão da metodologia do uso progressivo da força, faz-se
necessária a identificação de dois tipos de sujeito na interlocução, cada qual com duas
subdivisões:
2.3.1. Sujeito passivo
a) complacente
Sujeito que segue as solicitações e orientações verbais emitidas; e
b) desobediente
Sujeito que não segue as solicitações e orientações verbais emitidas, mas não
oferece resistência física às tentativas de obtenção de controle. Exemplo: manifestantes que
não reagem ao contato físico dos militares ou indivíduo que esboça uma leve reação.
2.3.2. Sujeito ativo
a) resistente
Sujeito que não acata as solicitações e orientações verbais emitidas, oferece
resistência física que impede ou pode impedir a obtenção do controle, mas que não tenta ferir
integrantes da tropa; e
b) agressor
Sujeito que tenta ferir ou atacar os integrantes da tropa ou qualquer outro
indivíduo. Exemplo: uma agressão física ou qualquer outra ação que leve o militar a acreditar
que o sujeito atente contra a incolumidade física de um indivíduo.
2.4. IDENTIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DA METODOLOGIA DO USO
PROGRESSIVO DA FORÇA
Identificado o tipo de sujeito da interlocução, resta determinar em qual nível da
metodologia do uso progressivo da força ele está inserido. A referida metodologia é composta
por seis níveis, a saber:
2.4.1. Presença oficial
Constitui-se na boa aparência refletida por uma tropa bem uniformizada e equipada,
com excelente conduta profissional e comunicação verbal e não verbal tomadas em conjunto.
Tais condições criam um ambiente propício à obediência e, consequentemente, à dissuasão.
Nesse mister, essa simples demonstração de força poderá desencorajar atos contrários à ordem
pública e ameaçadores à incolumidade das pessoas e do patrimônio.
A habilidade do militar em se comunicar de maneira eficaz, mantendo sempre o
contato visual, aliada ao trato firme, digno e respeitoso com o interlocutor são
imprescindíveis.
2.4.2. Comandos verbais e consequências
Envolve a emissão de determinações claras e concisas. Ordens verbais devem ser
Cabe ressaltar que não é imperativo seguir todos os níveis da metodologia do uso
progressivo da força, até chegar ao último. Dependendo das circunstâncias, o nível da
metodologia poderá evoluir do primeiro ao último em segundos. Deste modo, alguns
indicadores servem de parâmetro para determinar o momento em que se deve elevar o nível
de força, são eles: segurança dos militares envolvidos, do patrimônio ou das pessoas sob a
proteção de nossas tropas, ataque por parte dos oponentes e repetições excessivas das mesmas
ordens verbais emanadas pela tropa.
2.5. O TRIÂNGULO DA FORÇA LETAL
Triângulo da Força Letal é um modelo de tomada de decisão destinado a desenvolver a
habilidade do militar para responder às situações operacionais de confronto, particularmente
com utilização de armas de fogo. A Força Letal só poderá ser utilizada quando os APOP
reunirem os três fatores representados pelos lados do triângulo constante da figura 2-2.
2.5.1. Arma
Definida como objeto capaz de causar a morte ou ferimentos graves, tais como armas
de fogo, artefato incendiário improvisado (coquetel molotov), taco de basebol, facas entre
outros. Esse fator pode, ainda, ser representado pela capacidade física, habilidade em artes
marciais ou compleição física avantajada que seja significativamente superior à do militar que
o aborda.
2.5.2. Oportunidade
Diz respeito ao potencial do agressor em usar sua habilidade para matar ou ferir
gravemente um militar ou outra pessoa. Um sujeito desarmado, mas com grande compleição
física, pode, em tese, ter a habilidade de ferir seriamente ou matar uma outra pessoa de menor
compleição e menos condicionada fisicamente. A oportunidade, entretanto, não existe se esse
sujeito está a vinte metros de distância, por exemplo. De igual maneira, um sujeito armado
com uma faca poderá matar ou ferir seriamente, mas pode faltar oportunidade se as distâncias
envolvidas entre os oponentes forem aumentadas.
2.5.3. Ações
Tornam-se concretizadas quando um oponente faz uso de sua arma e tem a
oportunidade real de colocar a tropa ou outras pessoas em iminente risco de morte ou de
lesões graves. Importante salientar que apenas o fato de o sujeito possuir uma arma na cintura,
por exemplo, não credencia o militar a utilizar-se de força letal. Para que efetivamente a força
letal seja empregada, deve existir, ainda, a oportunidade e a ação.
2.6. PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DA FORÇA
Diante das considerações mencionadas, deve-se, de modo geral:
- sempre empregar a força mínima necessária para cessar a ameaça e, quando
possível, fazer uso de itens e/ou acessórios para filmagem e fotografia das ações executadas
pela tropa; e
- se a situação caminhar para o emprego pela tropa do armamento com munição letal,
esse só poderá ser feito mediante ordem do seu Comandante Operacional, exceto quando não
for possível comunicar-se com esse por razões diversas, geralmente decorrentes de extremo
ruído, dispersão das tropas e confusão, sendo, nesse caso o mais antigo da cena de ação o
responsável pela autorização do uso da força letal.
Tal emprego deve ser considerado como último recurso para a preservação da própria
integridade física, de terceiros, de instalações ou de bens materiais essenciais ao cumprimento
da missão, valendo-se rigorosamente das Regras de Engajamento estabelecidas e autorizadas.
Em todos os casos, não é aconselhável executar disparos de advertência, haja vista a alta
probabilidade de ocorrerem efeitos colaterais indesejáveis nesse tipo de ação. Contudo, caso
seja extremamente necessário utilizar-se desse recurso, deverá ser executado, em locais
visíveis pelos oponentes, de forma a intimidá-los. Deve-se, ainda, ao utilizar o armamento
letal, atentar para:
- atirar somente na direção do oponente claramente identificado;
- buscar ferir e não matar o oponente;
- direcionar os tiros para os membros inferiores dos oponentes, com o objetivo de
incapacitá-los;
- no caso do uso de viaturas, os tiros deverão ser direcionados para os pneus do
veículo ou para o motor;
- tomar todas as precauções razoáveis para não ferir nenhuma outra pessoa além do
oponente visado;
- manter o controle na execução dos fogos, os quais cessarão tão logo alcancem o
efeito desejado;
- sempre realizar disparos intermitentes; e
- imediatamente após o ocorrido, o Comandante da tropa envolvida deverá reportá-lo
ao escalão superior e prestar todo o socorro possível às vítimas, sejam elas pertencentes à
tropa ou não.
CAPÍTULO 3
MATERIAL UTILIZADO EM CONTROLE DE DISTÚRBIOS
3.1. GENERALIDADES
Neste capítulo serão apresentadas as armas, munições, agentes químicos, equipagens e
equipamentos passíveis de serem utilizados em Controle de Distúrbios (CD).
Nos Anexos A e B são detalhados, respectivamente, o alcance útil dos armamentos e
equipamentos utilizados pelos integrantes da Companhia de Controle de Distúrbios (CiaCD),
assim como as equipagens, armas e munições.
3.2. ARMAS E MUNIÇÕES
Ocorrendo impactos em pessoas, quando utilizado qualquer armamento menos letal, é
recomendável que seja preenchido o relatório constante do Anexo C.
As seguintes armas e munições serão empregadas no CD:
3.2.1. Armas letais
a) pistola 9 mm
Armamento utilizado para a autoproteção do militar e, secundariamente, para
defesa dos militares do Pelotão de Controle de Distúrbios (PelCD), caso necessário.
b) fuzil com luneta/mira reflexiva
Empregado pelos Seguranças em missões eventuais de tiro, cujo propósito seja a
neutralização de uma ameaça que represente risco iminente à vida dos militares, como, por
exemplo, atiradores posicionados em prédios.
3.2.2. Arma e munição menos letal
a) espingarda militar 18,6 mm
Armamento de uso consagrado nas ações de CD, utilizando munições de borracha
e lacrimogênea. São distribuídas nos Grupos de Controle de Distúrbios (GpCD) e empregadas
por determinação do Comandante do PelCD (CmtPelCD).
Devido à potência e às características da munição, pode ser empregada contra
alvos tipo ponto ou área, a uma distância entre quinze e cinquenta metros, conforme o tipo de
munição empregada.
b) lançador 18 mm FN-303
Poder ser empregado, sem letalidade e com precisão, para marcar ou neutralizar,
momentaneamente, um alvo a uma distância até cinquenta metros. Utiliza munições de:
I) impacto
De emprego semelhante às munições de borracha das espingardas 18,6 mm.
II) tinta lavável
Utilizada para marcar elementos específicos da turba, podendo ser removida
facilmente.
III) tinta não lavável
Utilizada para marcar elementos específicos da turba, sendo de difícil
remoção.
IV) pimenta
Além de provocar a dor inerente ao impacto, libera gás de pimenta,
contribuindo para causar maior desconforto e dispersar manifestantes (efeito aproximado de
quarenta minutos).
c) lançador de granadas 40 mm AM-640
O lançador de granadas 40 mm possibilita o emprego de munições de borracha,
espuma, explosiva e impacto, podendo ser empregado para neutralizar um alvo a uma
distância que varia de acordo com a prescrição do fabricante, conforme o tipo de munição
utilizada.
Esse armamento possibilita, ainda, lançar granadas, empregando as seguintes
munições:
I) efeito moral
Tem o propósito de demonstrar força e afetar o moral dos integrantes da
turba, produzindo som e fumaça. Preferencialmente, será a primeira munição a ser
empregada, por não causar dano colateral, permitindo o emprego progressivo da força.
II) fumígena
Tem o propósito de produzir densa cortina de fumaça que causa confusão e
mascara a localização precisa da tropa, possibilitando seu reposicionamento em curto prazo.
Permite, secundariamente, o levantamento preciso da direção do vento,
possibilitando o emprego apropriado de outros agentes.
III) pimenta
Tem como principal efeito a dispersão dos manifestantes a grande distância
da linha de escudos. Além disso, a duração dos efeitos do agente químico, em média quarenta
minutos, contribui sobremaneira para dissolução da turba.
IV) lacrimogênea
Possui efeito semelhante ao agente pimenta, com menor tempo de duração
(efeito aproximado de quinze minutos).
d) pistola de eletrochoque
Armamento empregado pelo Operador do Dispositivo Eletrochoque do Grupo de
Presa, cuja finalidade é imobilizar o oponente, a fim de facilitar sua captura.
Seu utilizador não poderá manter acionada a tecla do gatilho por mais de cinco
segundos, a fim de evitar possíveis sequelas no alvo. Considera-se o alcance máximo de oito
metros.
Não deverão ser utilizados disparos simultâneos de mais de uma pistola de
eletrochoque sobre um mesmo alvo. Disparos subsequentes desse armamento sobre um
mesmo alvo só se justificam quando não conseguir efetuar o aprisionamento durante o efeito
causado pelo primeiro disparo.
Atingir áreas de nervos ou de músculos, evitando os ossos e a gordura, pois agem
como isoladores. São as seguintes as áreas preferenciais de contato:
- peitoral e parte superior das costas;
- lado esquerdo e direito do abdômen e nádegas;
- coxas e pernas acima dos joelhos; e
- braço e antebraço.
Evitar as seguintes partes do corpo:
- cabeça;
- pescoço;
- virilha;
- seios;
- garganta; e
- coluna cervical.
Em geral são observados os seguintes efeitos no corpo humano, podendo variar de
pessoa para pessoa:
- de um a dois segundos - contrações mínimas dos músculos forçando o atingido
a soltar objetos que estiverem nas mãos;
- de dois a quatro segundos - tende a derrubar o agressor; e
- cinco segundos - incapacitação temporária com imobilização não letal de curto
prazo.
e) espargidor de pimenta
Possui excelente eficácia na incapacitação de pessoas, atuando por meio da ação
de agentes químicos, sendo apropriado para a defesa pessoal e para dispersar e neutralizar
pequenos grupos.
Os espargidores de pimenta pequenos (pequeno volume de gás e curto alcance)
são utilizados para autodefesa e, secundariamente, para dispersar indivíduos e pequenos
grupos. Quando for necessária a dispersão ou neutralização de maior número de oponente,
deverão ser utilizados espargidores grandes com maior volume de gás e maior alcance,
devendo ser respeitadas as prescrições constantes nos respectivos manuais técnicos dos
fabricantes.
Características:
- substância: capsaicina (pimenta);
- excelente eficácia física e psicológica;
- efeitos imediatos que perduram até quarenta minutos;
- fechamento involuntário dos olhos;
- forte lacrimejamento;
- fotofobia ou fotossensibilidade;
- sensação de sufocação e queimação;
- tonteira;
- grande reação emocional;
- irritação e corrimento nasal;
- odor característico;
- desorientação; e
- formas de emprego: grupo aerossol; grupo espuma; grupo gel; e grupo ampola.
RECOMENDAÇÕES:
- o espargimento deve ser contínuo com duração de um a dois segundos;
- evitar o disparo contra o vento (aerossol);
- o espargimento do gás deve ser direcionado para a face do agressor, de maneira
circular, fazendo com que o agressor inale e seja atingido nos olhos;
- buscar surpreender o agressor; e
- serão necessários dois ou mais jatos de spray caso o agressor esteja usando
óculos ou cobertura.
b) lacrimogêneos
Os gases lacrimogêneos, entre outros, são os principais meios para dispersar
multidões, com resultados satisfatórios. O uso do gás tem grande efeito psicológico, pois
abala a “sensação de unidade” que mantém a coesão das multidões.
Características:
I) sólido micropulverizado;
II) odor de pimenta;
III) classificação tática – inquietante (irritante);
IV) classificação fisiológica – lacrimogêneo; e
V) efeitos fisiológicos – lacrimejamento intenso, ardência na pele e mucosas
variáveis e tosse, entre outros (dez a trinta minutos).
3.4. EQUIPAGENS E EQUIPAMENTOS
As equipagens e os equipamentos empregados no CD são apresentados a seguir.
3.4.1. Equipagens utilizadas pela tropa empregada em CD
a) capacete balístico nível III-A;
b) colete balístico nível III-A;
c) viseira antitumulto, preferencialmente a que ofereça proteção contra dispositivos
laser;
d) máscara contra gases com filtro químico ou filtro combinado;
e) joelheira, caneleira e cotoveleira antitumulto;
f) bornal de perna para máscara contra gases; e
g) algemas plásticas.
3.4.2. Dispositivo acústico direcional Long Range Acoustic Device (LRAD)
Utilizado para transmitir mensagens direcionadas para a multidão a grandes distâncias.
Podendo ser utilizado também para emissões de ondas sonoras de alta frequência, provocando
incomodo à turba de modo a dispersá-la.
3.4.3. Extintor de incêndio
Utilizado, primordialmente, para conter pequenos focos de incêndio provocados pelos
oponentes.
3.4.4. Bastão retrátil de polímero (21 polegadas)
Utilizado para defesa pessoal a curta distância.
3.4.5. Cassetete
Empregado em ações defensivas e ofensivas. As técnicas de utilização do cassetete são
apresentadas no Anexo D.
3.4.6. Escudo antitumulto
Empregado defensivamente para proteger a tropa contra o lançamento direto de
objetos pelos manifestantes. É empregado de forma ofensiva, por meio da linha de escudos
empurrando e direcionando a turba para um local desejado.
3.4.7. Comunicações
O Comandante da Companhia de Controle de Distúrbios (CmtCiaCD) será o
responsável pela instalação, operação e manutenção do sistema de comunicações da
Subunidade (SU) e pela sua correta exploração, integrando o sistema de comunicações do
escalão superior (Componente de Combate Terrestre - CCT outro Componente ou Comando
do GptOpFuzNav).
Para assegurar o estabelecimento das ligações com o escalão superior e com seus
elementos subordinados, poderá constituir ou integrar as seguintes Redes-Rádio:
a) Rede Tática do escalão superior;
b) Rede Tática do CCT (atuando como CCT) ou Rede Tática da CiaCD (quando
subordinada ao CCT);
c) Rede Tática do PelCD; e
d) outras Redes julgadas necessárias de acordo com a missão.
3.4.8. Ferramentas de sapa e de corte
Dependendo da situação, a tropa poderá necessitar de ferramentas de sapa e de corte
(machados, alavancas, pás, picaretas, alicates etc.) para remover obstáculos, desobstruir
passagens e arrombar prédios e instalações, como armazéns e oficinas, seja para desalojar
manifestantes, seja para permitir ações de controle de avarias, incluindo combate a incêndio.
3.4.9. Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP)
Os SARP poderão ser utilizados pela tropa como alerta antecipado para identificar a
direção e o efetivo da turba, realizar reconhecimento e melhorar a observação.
A CiaCD, sempre que possível, deverá ter à sua disposição um(a) equipe/operador de
SARP de forma a dar um alerta antecipado da turba, realizar reconhecimentos e melhorar a
observação. Caso a OM não possua militar(es) habilitados e adestrado(s), poderá
receber/solicitar apoio externo de militar qualificado para realizar tal tarefa.
CAPÍTULO 4
EMPREGO DA COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
4.1. GENERALIDADES
Para a realização de Controle de Distúrbios (CD) serão organizadas Companhias de
Controle de Distúrbios (CiaCD) segundo apresentado neste Capítulo. Considerando que os
efetivos necessários à realização de CD podem chegar a números elevados para dar resposta a
determinada situação conturbada, todas as nossas unidades devem estar em condições de
contribuir para a formação das CiaCD mesmo não sendo tropa cuja natureza seja mais afeta a
essa atividade como a Infantaria e a Polícia. Dessa forma, a CiaCD é uma organização
estruturada não a partir de organizações já existentes, assim não podendo ser considerada uma
Organização por Tarefas, mas sim a partir da alocação de militares (não de frações
constituídas), que preencherão as diversas funções apresentadas. Sendo uma estrutura ativada
especificamente para a atividade de CD, que não existe nas estruturas organizacionais do
Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), far-se-á necessário que o Comandante (Cmt) da
Organização Militar (OM) que receber a tarefa de organizar uma CiaCD a ative de forma ad
hoque, e garanta tempo, material e infraestrutura para o seu preparo, com a devida
antecedência, considerando o momento do efetivo emprego. A manutenção dessa capacidade
nas OM e seu treinamento periódico serão importantes para uma adequada prontidão de
emprego.
Em Operações de Controle de Distúrbios (OpCD), a CiaCD poderá ser formada por
militares das seguintes frações:
- Companhias de Polícia do Batalhão de Polícia;
- Companhia de Polícia do Batalhão Naval (CiaPolBtlNav);
- Pelotão de Apoio de Polícia (PelApPol) e Companhias de Fuzileiros Navais
(CiaInfFuzNav) dos Grupamentos de Fuzileiros Navais Distritais;
- Pelotão de Apoio de Polícia (PelApPol), Companhias de Operações Ribeirinhas
(CiaOpRib) e Companhia de Infantaria de Fuzileiros Navais (CiaInfFuzNav) dos Batalhões de
Operações Ribeirinhas (BtlOpRib); e
- CiaInfFuzNav dos Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav).
Outras Unidades do CFN poderão ceder efetivos para serem empregados em ações de
CD, necessitando de maior tempo de adestramento específico.
Nos BtlInfFuzNav e BtlOpRib, os militares das CiaInfFuzNav e das CiaOpRib,
proteção nas janelas, local para armazenamento dos escudos no seu interior, escadas laterais
externas, uma base na parte superior externa para que elementos possam utilizar o próprio
ônibus como uma posição privilegiada de observação, etc.).
De acordo com as características da área onde será empregada, a CiaCD poderá ser
reforçada com viaturas blindadas, o que lhe propiciará proteção para o deslocamento até a
posição onde será desdobrada, redução da frente a mobiliar e o aumento na capacidade
dissuasória.
O transporte dos Cães de Guerra, preferencialmente, deverá ser feito em viatura
própria para esse fim, de forma que os animais não cheguem na área de atuação desgastados e
estressados.
Por fim, o transporte dos oponentes detidos deverá ser feito em viatura própria para tal
fim, de forma a salvaguardar a vida e a integridade física deles.
Nos artigos subsequentes serão discutidos a composição e o emprego da CiaCD em
ações de CD.
4.2. ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA COMPANHIA DE CONTROLE DE
DISTÚRBIOS
A CiaCD é estruturada com três PelCD e uma Seção de Comando e Apoio
(SeçCmdoAp), sendo cada PelCD organizado em uma SeçCmdoAp e três Grupos de Controle
de Distúrbios (GpCD).
deslocamentos por ser um dos poucos militares a portar armamento letal que poderá ser
utilizado nas situações em que os oponentes empreguem armamento letal que possam vir a
colocar em risco a vida dos militares. Deverá, preferencialmente e se disponível, utilizar
luneta/mira reflexiva em seu armamento, de forma a tornar o tiro mais eficaz e minimizar
danos colaterais.
e) comandante do GpCD (CmtGpCD)
Responsável por cumprir as ordens e determinações emanadas pelo CmtPelCD,
pela segurança, pelas formações determinadas e pelo controle das ações, bem como pela
eficiência, disciplina e pelo correto emprego de seu Grupo.
Deve manter a coesão e a rigidez das formações, por meio de comando de voz,
ações enérgicas e, quando necessário, utilizando o espargidor de pimenta, visando a dispersar
os oponentes, bem como controlar e coordenar as ações dos atiradores, lançadores e
marcadores.
f) atirador
Responsável por executar as missões de tiro com munição não letal determinadas
pelo CmtPelCD, coordenadas e controladas pelo CmtGpCD.
Deverá portar espingarda militar 18,6 mm ou lançador FN-303, conforme definido
pelo CmtCiaCD ou CmtPelCD, com base nos levantamentos realizados na fase de
planejamento.
g) lançador
Função exercida, preferencialmente, por um CB-FN, que porta o lançador de
granadas 40 mm. Esse armamento possui a característica de lançar diferentes tipos de
munições a uma distância entre cinquenta e setenta metros, com considerável precisão, sejam
elas de luz e som, fumígena, pimenta ou lacrimogênea, buscando dispersar a turba e, por
consequência, fazendo com que o controle do distúrbio ocorra o mais distante possível da
tropa.
O Lançador de granadas 40 mm pode, ainda, empregar munição de borracha e de
espuma, quando for necessário complementar as ações executadas pelos atiradores de
espingarda militar 18,6 mm ou de lançador FN-303.
O militar com a função de Lançador também é empregado para lançar as granadas
de mão (pimenta e/ou lacrimogênea) quando a turba estiver a uma distância inferior a
quarenta metros da tropa.
h) escudeiros
Os militares que desempenham esta função portam escudo e cassetete longo.
A linha de escudos protege a tropa de objetos lançados contra ela e bloqueia, em
última instância, o acesso dos agitadores ao interior da formação, formando uma barreira
física e evitando o contato direto. Ofensivamente, impede a passagem e auxilia a conduzir a
turba em uma direção desejada. Além disso, a linha de escudos produz um grande efeito
psicológico.
i) elemento de combate a incêndio (ElmCbInc)
Elemento responsável por apagar e extinguir incêndios próximos da tropa. Atuar
em proveito da tropa e não em função dos acontecimentos externos, particularmente nos casos
onde ocorram lançamentos de artefatos incendiários contra a formação.
j) grupo de presa
Mediante ordem do CmtPelCD, tem como tarefa identificar e aprisionar os
oponentes que estejam insuflando a turba ou incitando ações violentas e conduzi-los ao Grupo
de Aprisionamento, com o objetivo de diminuir a intensidade do distúrbio. Quando o PelCD
estiver atuando de forma isolada, normalmente para proteção de instalações de interesse da
Marinha, o Grupo de Presa receberá um reforço de elementos de custódia. É composto pelos
seguintes elementos:
I) marcador
Função exercida por um graduado, que acumula com o Comando do Grupo
de Presa. Seu armamento é o lançador FN-303, com munição especial de tinta para marcar os
oponentes a serem capturados. Responde diretamente às ordens do CmtPelCD, ficando em
condições de localizar e marcar o oponente. Caso necessário, poderá executar as tarefas dos
Atiradores.
II) operador do dispositivo eletrochoque (OpDispEletrochoque)
Função exercida, preferencialmente, por um CB-FN com habilitação e
suficientemente adestrado no emprego da pistola de eletrochoque. É o responsável pela
neutralização de qualquer elemento que ofereça risco a integridade da tropa, de acordo com o
princípio do uso progressivo da força. Ressalta-se que a utilização da pistola de eletrochoque
tem por finalidade a neutralização momentânea de um oponente violento, uma vez que atua
sobre o sistema nervoso central, causando contrações musculares e desorientação mental,
incapacitando-o em um curto período de tempo, dependendo da compleição física do agressor.
III) aprisionador
Porta algemas de metal ou de plástico, devendo ser adestrado em defesa
pessoal e técnicas de imobilização com algemas. É o responsável pela imobilização e
condução do elemento neutralizado até o Grupo de Aprisionamento.
4.5. ADESTRAMENTO
Uma vez que a CiaCD ou o PelCD são formados a partir da reorganização de militares
especificamente designados, faz-se necessário o adestramento pertinente antes do seu efetivo
emprego. As Organizações Militares (OM) previstas para constituir tropa de CD devem
manter as Tabelas Mestras das Subunidades reorganizadas para o CD permanentemente
atualizadas e realizar adestramento periodicamente.
A CiaPol, a CiaPolBtlNav e os PelApPol dos Grupamentos de Fuzileiros Navais
Distritais, por serem vocacionados para as ações de CD, poderão conduzir, sempre que
possível, o referido adestramento específico de CD.
Quando prevista em Tabela Mestra, o tempo estimado para o preparo da CiaCD sendo
ela organizada a partir de uma CiaInfFuzNav ou de CiaPol é de cinco dias. Sendo necessária a
composição de uma CiaCD, não prevista em Tabela Mestra, serão necessários dez dias de
adestramento.
Para a CiaCD organizada por tropas de outras naturezas, o tempo estimado é de quinze
dias.
CAPÍTULO 5
FORMAÇÕES E COMANDOS NO CONTROLE DE DISTÚRBIOS
5.1. GENERALIDADES
Durante as Operações de Controle de Distúrbios (CD), a tropa poderá adotar
formações que auxiliarão sobremaneira no cumprimento das tarefas designadas. Para a melhor
compreensão, durante a execução destas ações, serão observados comandos específicos e de
fácil entendimento para as Tropas de CD.
Para efeitos das ações de CD, entende-se como intervalo o espaço lateral entre dois
homens; e distância, como o espaço entre elementos considerados em coluna. Nas formações
de CD, normalmente, os intervalos e as distâncias entre os homens são de um passo.
Entretanto, tais espaçamentos, poderão ser ajustados às situações particulares, sendo
importante sempre explorar a profundidade das formações.
A cadência normal para a tropa se deslocar e reunir, a fim de tomar qualquer das
formações para o CD, é a de passo acelerado (de 170 a 180 passos por minuto).
A cadência normal para o deslocamento da tropa, depois que ela tomar qualquer das
formações para o CD, é inferior à do passo ordinário (116 passos por minuto).
A cadência poderá ser aumentada ou diminuída, a critério do Comandante da
Subunidade/Fração, para enfrentar as diversas situações.
5.2. FORMAÇÕES DA COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
A Companhia de Controle de Distúrbios (CiaCD) utiliza as formações em linha
(Fig. 5-1) e em cunha (Fig. 5-2) e o Pelotão de Controle de Distúrbios (PelCD), em linha
(Fig. 5-3), em cunha (Fig. 5-4) e escalonado à direita/esquerda (Fig. 5-5).
De acordo com a evolução da situação, outras formações poderão ser adotadas pelas
tropas de Fuzileiros Navais em ações de CD, como por exemplo o apoio lateral (Fig. 5-6) e
circular (Fig. 5-7).
5.3.2. Em cunha
É utilizada para penetrar e separar grupos de uma turba ou realizar uma ação rápida em
qualquer direção.
Esta formação pode ser modificada, adotando-se a formação circular, a ser abordada
no item 5.3.5, a fim de prover defesa a toda volta.
5.3.5. Circular
Essa formação tem por objetivo a defesa do próprio PelCD, caso ele seja envolvido pela
turba. Nesse caso, os Escudeiros formarão um círculo, permanecendo o restante do PelCD em seu
interior.
Os afastamentos (intervalos e distâncias) deverão ser adotados conforme a situação exigir e
de modo que permita à tropa exercer suas tarefas com liberdade de movimento, ou seja, os
militares deverão permanecer em condições de utilizar os equipamentos/armamento inerentes
à sua função.
5.4. COMANDOS
Durante o emprego de uma tropa de CD, face à situação de possível tumulto e barulho
excessivos, faz-se necessário simplificar ao máximo todos os comandos, as formações e as
manobras, de modo a obter um melhor entendimento por parte dos militares e, com isso, uma
execução imediata das ordens.
Dessa forma, deve-se atentar para:
a) utilizar os comandos por gestos como complemento dos comandos verbais, pois
alguns elementos mais avançados em relação a seus Comandantes poderão não ouvir tais
comandos;
b) impedir correria no centro da formação;
c) realizar os deslocamentos, no interior da formação, com rapidez, em passo
acelerado, mantendo os intervalos e as distâncias estabelecidas, para evitar acidentes entre os
elementos da tropa;
d) utilizar, nos comandos à viva voz, frases curtas; e
e) utilizar ao máximo a linguagem simples nas comunicações rádio, evitando-se
CAPÍTULO 6
AÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
6.1. GENERALIDADES
As tropas empregadas em Controle de Distúrbios (CD), normalmente inseridas em um
Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav), podem receber a tarefa de
restaurar ou manter a ordem, utilizando táticas e técnicas adequadas a cada situação, tais
como nos conflitos de alta intensidade e nas atividades de emprego limitado da força.
O Comando dos GptOpFuzNav empregados em CD nucleados em uma Companhia de
Controle de Distúrbios (CiaCD), normalmente, contará com as seguintes Seções:
- de Pessoal;
- de Inteligência;
- de Operações;
- de Logística;
- de Assuntos Civis;
- de Comunicação Social;
- de Negociação;
- de Comunicações (incluindo Guerra Eletrônica e Defesa Cibernética);
- de Assuntos Jurídicos; e
- outras julgadas pertinentes, conforme as peculiaridades da missão.
A Seção de Comunicação Social (SeçComSoc), específica e com estrutura
permanente, deverá atuar sempre em articulação com o Centro de Comunicação Social da
Marinha, por meio da cadeia de comando do GptOpFuzNav.
Entre outros aspectos, caberá à SeçComSoc a centralização dos atendimentos aos
veículos de comunicação das diferentes mídias e a produção de conteúdos informativos a
serem veiculados aos públicos externo e interno. É essencial a condução de pautas que visem
ao fortalecimento da imagem das nossas Forças, além de ações que tenham por propósito a
desmobilização dos Agentes de Perturbação da Ordem Pública (APOP).
Além disso, deverá haver uma equipe de filmagem e fotografia, composta por pessoal
especializado, com o objetivo de registrar a atuação da tropa junto aos escalões avançados.
Dependendo do vulto da Operação e dos meios disponíveis, o GptOpFuzNav poderá
ativar um Centro de Operações Civis-Militares (COpCivMil), onde serão planejadas
atividades de Comunicação Social (ComSoc), Operações Psicológicas (OpPsc) e Assuntos
Civis (AssCiv), com apoio de assessoria jurídica, a fim de integrar essas áreas do
conhecimento, facilitar as Operações Militares e alcançar os objetivos operacionais e táticos.
6.2. EMPREGO DA TROPA EM CONTROLE DE DISTÚRBIOS
Uma tropa de CD poderá ser empregada como núcleo do Componente de Combate
Terrestre (CCT) de um GptOpFuzNav constituído especificamente para ações de CD ou como
parte do CCT ou outro componente de GptOpFuzNav com tarefa mais ampla de ocupar e
proteger instalações sensíveis de interesse do Poder Naval ou situadas na orla marítima e
fluvial, tais como: estaleiros, portos, terminais hidroviários, usina de força, aeroportos, sistemas
de água, de energia elétrica e de telecomunicações, estações rodoviárias e ferroviárias, fábricas,
quartéis, prédios públicos, siderúrgicas etc. Em qualquer dos casos, poderá receber as tarefas,
relacionadas abaixo, que serão detalhadas no inciso 6.5.2:
- desocupar instalações ocupadas ilegalmente por APOP;
- bloquear tentativas de invasão de instalações por APOP; e
- desobstruir vias públicas que dão acesso àquelas instalações, em coordenação com
os Órgãos de Segurança Pública e Fiscalização (OSPF), para garantir o trânsito de pessoas e
veículos e, por consequência, seu funcionamento.
A tropa organizada para atuar em ações de CD, pelas especificidades de seu
treinamento, armamentos e equipamentos, não deve ser empregada como Força de Reação,
pois a troca dos armamentos e equipamentos demanda tempo, nem sempre disponível, para se
contrapor à ameaça.
O emprego de tropa em ações de CD, inclui:
- planejamento das ações;
- estudo ou reconhecimento das áreas de atuação;
- apoio logístico específico;
- acolhimento e reunião dos meios em apoio; e
- prontificação da tropa.
6.3. PLANEJAMENTO
O planejamento para a execução de ações de CD, no contexto da Garantia da Lei e da
Ordem (GLO), deverá ser elaborado de forma integrada, podendo ser prevista a participação
de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e de Segurança Pública.
Os Distritos Navais que possuam Núcleo de Polícia Judiciária Militar (N-PJM),
Equipe de Negociação Distrital e de Peritos Criminais poderão apoiar os GptOpFuzNav nesse
tipo de ação. A falta dessas equipes em determinada área Distrital poderá ser suprida por
elementos congêneres dos OSPF locais, previamente solicitados pelos respectivos Distritos
Navais.
6.3.1. Diretiva para emprego de tropa em ações de CD
As ações de CD deverão ser executadas de acordo com a Diretiva específica para tal, a
qual deverá conter, entre outros, os seguintes dados:
- reforços disponíveis para emprego nas ações de CD;
- formas de atuação dos APOP face às ações repressivas;
- tarefas dos elementos de CD;
- ideia geral de como será conduzida a operação;
- medidas de coordenação e controle com outros elementos da tropa, OSPF,
autoridades civis e com outras Forças eventualmente empenhadas no mesmo local;
- meios e procedimentos para a ligação, observação e comunicações;
- procedimentos com presos, feridos e mortos;
- postos de vigilância nos acessos à instalação ou área que se deseja proteger;
- posições de bloqueio;
- procedimentos para retraimento dos elementos de CD;
- controle de trânsito;
- apoios que poderão ser prestados pela instalação a ser protegida (aproveitamento da
vigilância eletrônica disponível, por exemplo); e
- medidas para identificação de pessoal e viaturas.
Especial atenção deverá ser dada às regras de engajamento (nesse caso, consideram-se
como regras de engajamento o conjunto de normas e procedimentos expedidos por autoridade
competente, que orientam as ações de uma tropa empregada em ações CD).
Essas regras, consolidadas em documento próprio (Regras de Engajamento), serão
divulgadas com suficiente antecedência a todos os militares envolvidos na operação.
As regras de engajamento deverão ser claras, detalhadas e, fielmente cumpridas,
principalmente, nos adestramentos que antecedem o emprego da tropa e durante a missão
propriamente dita.
6.3.2. Inteligência e Contrainteligência
Nas ações de CD, torna-se imprescindível a disponibilização dos conhecimentos
acerca da natureza das questões que deflagraram o processo de perturbação da ordem, as
características da turba a controlar, da área de operações e da população da região envolvida.
Além disso, será preciso avaliar o posicionamento da imprensa, da opinião pública e dos
grupos de pressão interessados na(s) questão(ões) que deu(ram) origem aos protestos.
Para tal, será necessário um permanente acompanhamento pelos Órgãos de
Inteligência de todo o processo de evolução da situação em questão, destacando-se o
acompanhamento dos principais órgãos da mídia local, no intuito de se obter uma constante
atualização da situação. Esses conhecimentos proporcionarão condições para a execução de
ações de restabelecimento da ordem com o mínimo de danos à população e de desgaste para a
Força empregada.
A atividade de Inteligência deverá preceder o início da Operação, sendo desenvolvida
com o acompanhamento das atividades reivindicatórias (posicionamento dos órgãos e
lideranças patrocinadoras, manifestações, protestos etc.) com potencial para se transformarem
em perturbação da ordem.
O conhecimento produzido, fruto das atividades de inteligência, será usado em prol
das ações das Forças empregadas e poderá fornecer dados para o desenvolvimento das
atividades de ComSoc.
Sendo assim, a Seção de Inteligência do Distrito Naval (DN) ou do GptOpFuzNav,
quando ativado, deverá efetuar o levantamento de dados, de modo a produzir os
conhecimentos essenciais à tomada de decisão do Comandante em todas as fases da operação,
produzindo um Plano de Inteligência que deverá conter, entre outros, os seguintes dados:
- condições meteorológicas;
- existência de escolas e hospitais próximos ao local da manifestação;
- informações sobre a opinião pública em relação à operação;
- prováveis locais dos Distúrbios;
- tamanho das frentes a controlar;
- causas prováveis dos Distúrbios;
- classe social das pessoas envolvidas;
- trato com mulheres, menores, índios e estrangeiros;
- efetivo estimado de pessoas envolvidas;
- aproveitamento dos recursos de vigilância visual e eletrônica, quando disponíveis,
como alerta antecipado da aproximação dos APOP;
- pontos ou itinerários a serem cobertos pela vigilância aérea eletrônica com a
utilização de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP);
- orientação para o recolhimento de provas, tais como objetos lançados em direção à
tropa pelos APOP;
por Arma de Fogo (PAF), envolvendo elementos da tropa ou APOP. Especial atenção deverá
ser dada no planejamento da cadeia de evacuação para os cães.
c) suprimento
A distribuição de suprimentos será, preferencialmente, por ponto, sendo executada
pelo Grupo de Transporte (GpTrnp) da Seção de Comando e Apoio (SeçCmdoAp) da CiaCD.
Especial atenção deverá ser dada aos estoques de munição não letal, imprescindíveis nesse
tipo de ação, cujo consumo tende a ser elevado. Além disso, poderão ser previstos outros
itens, geralmente não contidos na cadeia de abastecimento, tais como: aparelhos de
vídeo/foto; cerca de contenção de público; dispositivos elétricos incapacitantes
(eletrochoque); irritantes químicos; baterias sobressalentes; carregadores de baterias;
extintores sobressalentes; e ração para os cães.
d) manutenção
Deve-se priorizar a substituição dos equipamentos defeituosos ou danificados em
detrimento da manutenção. Por consequência, a quantidade de itens em reserva deve ser
superior ao previsto para uso habitual.
e) transporte
Envolve o uso judicioso dos meios de transporte envolvidos, incluindo viaturas
blindadas, quando necessário.
6.4. SEGURANÇA DA TROPA
A tropa deverá prover sua segurança, durante todo o desenrolar das operações, desde a
área de reunião até seu regresso para região de aquartelamento.
6.4.1. Segurança durante o movimento motorizado
A segurança durante o movimento para a área de operação é aumentada pelo
reconhecimento e seleção de itinerários que ofereçam maior segurança, bem como pela
vigilância na vanguarda, nos flancos e na retaguarda, proporcionada por observadores
preposicionados. Poderá ser previsto o emprego de Batedores para apoiar os deslocamentos
nos referidos itinerários selecionados.
Cada unidade de marcha deverá dispor de um plano de alerta, incluindo a segurança
das viaturas, para o caso de ser atacada durante o movimento, devendo designar ao menos
dois militares com munição letal por viatura.
6.4.2. Segurança nas marchas a pé
Devem ser adotadas precauções semelhantes às previstas para os movimentos
motorizados. Durante os altos, medidas de segurança devem ser adotadas, tomando-se sempre
- contenção.
a) bloqueio
As Tropas de CD poderão ser empregadas para negar o acesso de uma turba a
instalações de interesse do Poder Naval ou a qualquer outra determinada por autoridade
competente.
Deve-se buscar esgotar os procedimentos de negociação, na tentativa de dissuadir
os APOP. Para tal, poderá ser utilizado o Long Range Acoustic Device (LRAD) para alcançar
todos os integrantes da turba. Caso a negociação não atinja os efeitos desejados, deverá ser
observada a metodologia do uso progressivo da força.
Nos casos de bloqueio, formações de Controle de Distúrbios serão adotadas,
sendo a formação em linha a mais apropriada, desdobradas à retaguarda de barreiras físicas
dispostas em profundidade para impedir a progressão da turba, as quais deverão ser batidas a
distância, no limite das armas não letais de maior alcance.
b) dispersão
Dispersar consiste em medidas utilizadas para fragmentar uma turba reunida, de
pelos APOP como servir de suporte legal contra possíveis contestações apresentadas pelos
mesmos. As lideranças e outros APOP que estejam cometendo crimes deverão ser capturados,
seja com o auxílio do Grupo de Choque de Cães (GpChqCães) ou somente utilizando-se dos
militares do Grupo de Presa.
Uma vez que a turba inicie a dispersão, poderá ser necessário que as Tropas de
CD avancem com o intuito de manter a turba em movimento e na direção desejada, tendo
especial atenção em se indicar o caminho a ser seguido. Em hipótese alguma a turba deverá
ser encurralada. Isto poderá provocar uma desnecessária escalada da violência.
Se confirmada a dispersão pacífica, a tropa de CD acompanhará de perto os
movimentos da turba e, após um ponto pré-determinado, o acompanhamento passará a ser
feito por meio de patrulhas motorizadas.
c) contenção
A Contenção é o processo de limitar o avanço de uma turba além de uma linha
previamente estabelecida contendo seus integrantes na área em que estiverem ocupando. Essa
linha caracteriza o limite máximo de avanço da turba, a partir da qual fica comprometida a
proteção que se deseja proporcionar a uma instalação ou área crítica. Torna-se uma opção
viável quando se pretende impedir que uma turba se espalhe por áreas adjacentes. Além disso,
dificulta o reforço da turba por outros APOP e a fuga dos que ocupam a área.
Um método de contenção eficaz alia a utilização de barreiras físicas para limitar a
área, patrulhas motorizadas no perímetro para barrar pontos críticos e impedir o deslocamento
em direções indesejadas, bem como tropa de CD na formação de controle de distúrbios
apropriada, utilizando as técnicas de contenção em contato aproximado com os integrantes da
turba. Se disponíveis viaturas blindadas poderão ser posicionadas para o bloqueio de ruas,
complementando as medidas de contenção. Adicionalmente, poderão ser utilizadas como
Postos de Comando Tático proporcionando segurança, comunicações e mobilidade.
Viaturas sobre rodas, preferencialmente blindadas, deslocando-se nas
proximidades da turba, em coluna com pequenos intervalos entre elas, são amplamente
empregadas como uma barreira de grande efeito psicológico. Podem ser utilizadas para conter
uma grande turba que se desloca rapidamente. O cordão em movimento, formado pelas
viaturas, cria um obstáculo temporário entre a turba e a linha estabelecida pela tropa de CD, a
partir da qual a turba não poderá avançar. A velocidade do cordão em movimento não deverá
ultrapassar a 10 km/h, com intervalos de aproximadamente 6 metros entre as viaturas. Luzes
do giroflex, sirenes e buzinas poderão ser utilizadas para ampliar o efeito psicológico
pretendido.
Há uma tendência natural em se enfatizar a dispersão, particularmente forçada, em
detrimento à contenção, na abordagem dos procedimentos repressivos observados nas ações
de CD. A dispersão forçada pode resultar em uma quebra da turba em múltiplos grupos que
podem se espalhar por uma área maior, tornando o controle ainda mais difícil. Tal fato pode
vir a representar maiores problemas de ordem pública e, também, uma ameaça contínua as
nossas Forças.
Em muitos casos, será preciso avaliar se uma turba não poderia ser controlada em
melhores condições por meio da contenção, confinando suas atividades em uma área
previamente estabelecida. Em geral, o Distúrbio tenderá a ter sua duração limitada, e o
número de integrantes da turba suscetível de diminuir à medida que necessidades individuais
prevalecem sobre as coletivas.
ANEXO A
ALCANCE ÚTIL DO MATERIAL EMPREGADO NO CONTROLE DE DISTÚRBIOS
DISTÂNCIAS EM METROS
MATERIAL
1 5 10 15 20 25 50 70 100 300
Pistola elétrica
Lançador FN-303
Lançador de granada 40 mm
Granada de mão lacrimogênea,
pimenta, fumígena e luz e som
Espargidor de pimenta pequeno
LRAD
LEGENDA
Alcance útil
Distância mínima de segurança para emprego
ANEXO B
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DO MATERIAL EMPREGADO PELA COMPANHIA
DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
Arma/munição
a) Pistola 9 mm;
b) Três Carregadores;
c) 45 Cartuchos 9 mm; e
Função: d) Espargidor de pimenta (grande).
Cmt Equipagem/equipamento
GpCD
a) Rádio;
Graduação: b) Coldre;
SG-FN c) Porta-carregador de pistola 9 mm
TM;
d) Porta-espargidor de pimenta
(grande);
e) Bastão retrátil de polímero; e
f) Porta-bastão retrátil.
Arma/munição
a) Espingarda 18,6 mm/Lançador
FN-303;
b) Quatro Carregadores para
Lançador FN-303;
Função: c) 32 Cartuchos de borracha; e
Atirador d) Espargidor de pimenta (pequeno).
Graduação: Equipagem/equipamento
CB-FN a) Três Porta-cartuchos 18,6 mm
com oito slots TM;
b) Bastão retrátil de polímero; e
c) Porta-bastão retrátil.
Arma/munição
a) Lançador de granadas 40 mm AM-
640;
b) Seis Granadas de luz e som;
c) Seis Granadas 40 mm de gás
Função: pimenta/lacrimogênio e
Lançador d) Seis Granadas 40 mm fumígenas;
e) Seis Granadas de mão de gás de
Graduação: pimenta/lacrimogênio; e
CB-FN/ f) Espargidor de pimenta (pequeno).
SD-FN Equipagem/equipamento
a) Bornal de perna (extra);
b) Bastão retrátil de polímero;
c) Porta-bastão retrátil; e
d) Quatro porta-cartucho 40 mm dois
slots Sistema Mole.
Arma/munição
N/C
Função:
Escudeiro Equipagem/equipamento
a) Cassetete;
Graduação: b) Porta-cassetete; e
CB-FN/ c) Escudo antitumulto dupla face.
SD-FN
Arma/munição
a) Lançador FN-303;
b) Quatro Carregadores para
Lançador FN-303; e
c) Espargidor de pimenta (pequeno).
Função:
Marcador
Equipagem/equipamento
Graduação: a) Rádio;
SG-FN b) Bornal de perna (extra);
c) Bastão retrátil de polímero; e
d) Porta-bastão retrátil.
Arma/munição
a) Dispositivo de Eletrochoque;
b) Bateria reserva;
c) Dez Cartuchos Elétricos; e
Função:
d) Espargidor de pimenta (pequeno).
Operador do
dispositivo
eletrochoque Equipagem/equipamento
Graduação: a) Bornal de perna (extra);
CB-FN/ b) Bastão retrátil de polímero; e
SD-FN c) Porta-bastão retrátil.
Arma/munição
a) Espargidor de pimenta (pequeno).
Função: Equipagem/equipamento
Aprisionador
a) Três algemas metálicas;
Graduação: b) Bastão retrátil de polímero; e
SD-FN c) Porta-bastão retrátil.
Arma/munição
a) Fuzil M16A2;
b) Cinco Carregadores;
c) 150 Cartuchos 5,56 mm; e
d) Espargidor de pimenta (pequeno).
Função:
Segurança
Equipagem/equipamento
Graduação: a) Bastão retrátil de polímero;
CB-FN b) Porta-bastão retrátil; e
c) Porta-carregador de fuzil M16 TM.
Arma/munição
N/C
Função:
Elemento de combate Equipagem/equipamento
a incêndio
a) Bastão retrátil de polímero;
Graduação: b) Porta-bastão retrátil; e
SD-FN c) Extintor CO2 6 kg.
Função: Arma/munição
a) Pistola 9 mm;
b) Três Carregadores; e
c) 45 Cartuchos 9 mm.
Equipagem/equipamento
Cinófilo
a) Bastão retrátil de polímero; e
b) Porta-bastão retrátil.
Graduação:
CB-FN/ Equipagem para Cão de Guerra
SD-FN
a) Guia; e
b) Focinheira.
Data-hora do emprego:__________________________________________________________
Local do emprego:_____________________________________________________________
Companhia/Pelotão envolvido:___________________________________________________
Militar envolvido:_____________________________________________________________
Natureza do emprego:__________________________________________________________
Tipo da força empregada (Verificar todas que se aplicam)
( ) Física ( ) Cassetete
( ) Agentes químicos ( ) Projetil de borracha
( ) Spray de pimenta ( ) Eletrochoque
( ) Outros:__________________________________________________________________
Natureza das lesões e tratamento indicado:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Conduzido ao hospital: Sim ( ) Não ( )
Motivação do emprego:
( ) Agressão ( ) Resistência a prisão ( ) Bloqueios
( ) Desobediência ( ) Suspeito armado ( ) Tentativa de invasão
( ) Perturbação da Ordem Pública ( ) Outros:__________________________________
Idade:_______ Sexo:_______
Características marcantes (descrição do suspeito) :___________________________________
Ponto principal de pontaria: ( ) Centro do corpo ( ) Braços ( ) Coxas
Ocorreu: ( ) Ambiente confinado ( ) Área aberta
Descrição da lesão:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Descrição do emprego:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Local,_____de_________de _________.
ASSINATURA
POSTO/NIP/NOME COMPLETO
==============================================
ANEXO D
TÉCNICAS DE UTILIZAÇÃO DO CASSETETE EM CONTROLE DE DISTÚRBIOS
1. GENERALIDADES
De acordo com a metodologia do uso progressivo da força (Inciso 2.4.5 - Utilização de
instrumentos de menor potencial ofensivo), o cassetete constitui-se em uma das principais
ferramentas utilizadas pelas tropas em ações de Controle de Distúrbios (CD).
A utilização do cassetete é baseada no exame da situação feito pelo Comandante da
Tropa. Poderá ser usado em ações ofensivas ou defensivamente para autoproteção, proteger
pessoas e propriedades.
2. ESTOCADAS E CORTES
As tropas que portam cassetete devem conhecer os pontos vulneráveis do corpo
humano. Os suspeitos devem ser detidos, desencorajados ou dispersos, mas devem-se evitar
golpes letais ou causar danos permanentes às pessoas, tais como os golpes em articulações do
corpo humano. Na figura D-1 são mostrados os pontos vulneráveis do corpo humano e na
figura D-2 os pontos que, se atingidos, podem provocar a morte.
As estocadas são movimentos feitos com a ponta do cassetete, para golpear uma zona
ou ponto específico do corpo do antagonista, com a finalidade de desarmá-lo ou incapacitá-lo
momentaneamente (Fig. D-3).
Os cortes são golpes rápidos de través, executados com o terminal do cassetete, o qual
se move em ângulo até um ponto ou zona específica do corpo do adversário com a finalidade
de desarmá-lo ou incapacitá-lo momentaneamente (Fig. D-4).
Existem situações em que não são necessários golpes contra a multidão. Nesse caso, o
militar que porta o cassetete o manterá firmemente, apontando na direção do plexo solar do
suspeito (Fig. D-5).
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
OSTENSIVO CGCFN-309
ANEXO E
COMPOSIÇÃO DA COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
DstS Gp de Transporte
1 Of Sublt Médico 1 SO/SG-MO Encarregado
2 SG/CB-EF Enfermeiro 10 CB/SD-FN Motorista
3 Militares 11 Militares
Apoios
1 SG/CB-EF Enfermeiro
1 SD-FN ElmCbInc
Gp de Presa
1 SG-FN Marcador
1 CB/SD-FN OpDispEletrochoque
1 SD-FN Aprisionador
5 Militares
46 Total de um PelCD 138 Total de três PelCD 172 (*) Total da CiaCD
(*) Quando ativado o Destacamento de Canhão D’água o total de militares da CiaCD será de 175.