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Avaliação de Tópicos em Microeconomia

Roberto Guena de Oliveira


5 de julho de 2017

Questão 1

Um consumidor deve escolher a quantidade a consumir de dois bens, o bem


𝑥 e o bem 𝑦. Suas preferências são tais que, entre duas cestas, ele pre-
fere aquela que tem a maior quantidade do bem 𝑥 independentemente da
quantidade do bem 𝑦 exitente nessas cestas. Caso as duas cestas possuam
a mesma quantidade do bem 𝑥, e apenas nesse caso, ele prefere a cesta
com a maior quantidade do bem 𝑦. Por fim, caso as duas cestas possuam a
mesma quantidade do bem 𝑥 e também a mesma quantidade do bem 𝑦, ele
será indiferente entre essas cestas. Nesse caso, podemos dizer que:

0 as curvas de indiferença são segmentos de reta.

1 o axioma da monotonicidade não se aplica.

2 o axioma da continuidade não se aplica.

3 assumindo que a renda do consumidor e os preços dos dois bens sejam


positivos, não é possível encontrar um escolha ótima para o consumi-
dor.

4 as curvas de indiferença apresentam “quinas”, como no caso dos bens


complementos perfeitos.

Questão 2


Considere um consumidor com preferências descritas por 𝑈 (𝑥, 𝑦) = 𝑥 + 𝑦.
Sua renda é dada por 𝑅 = $ 800, sendo os preços unitários dos bens 𝑥 e 𝑦,
respectivamente, 𝑝𝑥 = $1 e 𝑝𝑦 = $16. Avalie as afirmações:
0 O consumidor escolherá 64 unidades de 𝑥 e 46 de 𝑦.

1 se o preço de uma unidade de 𝑥 aumentar para $4, ele consumirá 𝑥 = 4


e 𝑦 = 49.

1
2 Considerando ainda a alteração no preço do bem 𝑥 descrita no item
anterior, para se manter o consumidor na mesma curva de indiferença
original, a compensação hicksiana deverá ser igual a $48.

3 Se o preço de 𝑥 aumentar para $20, o consumidor escolhe apenas 𝑦.

4 a 𝑇 𝑀 𝑆 depende apenas de 𝑥.

Questão 3

Ana ganhou em uma promoção um ticket que dá direito a participar de um


jogo em um cassino. Esse jogo paga 4 ou zero √ reais, com probabilidades
iguais. A função utilidade de Ana é 𝑈 (𝑤) = 𝑤, sendo 𝑤 o valor pago
no jogo. Ana é amiga de Venâncio, que tem a função utilidade 𝑉 (𝑤) =
𝑤2 . Ambas funções de utilidade são funções de utilidade de von Neumann-
Morgenstern.
0 Ana é indiferente entre participar da loteria ou receber $1,5 com cer-
teza.

1 Venâncio pagaria no máximo $4 reais pelo ticket.

2 a troca entre os dois amigos


√ é viável, e o preço em reais negociado tem
que estar entre 1 e 2 2.

3 a aversão absoluta ao risco de Ana é igual a 𝑟 = 2𝑤 .


1

4 como Ana é avesso ao risco, ele aceitaria qualquer valor que Venâncio
desse pelo ticket.

Questão 4

Avalie as seguintes afirmações, referentes as teorias de produção e custo.


0 Dada a função de produção 𝑌 = 𝐴 𝐾 𝛼 𝐿1−𝛼 , com 𝐾 e 𝐿 representando
respectivamente capital e trabalho, e 𝐴 e 𝛼 constantes positivas, po-
demos dizer que, ao longo de um raio que parte da origem (mantendo
a relação capital-trabalho constante), a inclinação das isoquantas de
produção é invariante.

1 Tomando a mesma função de produção, a remuneração por unidade


dos fatores 𝐾 e 𝐿 de acordo com os valores de suas produtividades
marginais esgota o valor do produto, como mostra o teorema de Euler.

2 Tomando o mesmo caso, podemos afirmar que a função de custo total


será estritamente convexa em relação à quantidade produzida.

2

3 A taxa marginal de substituição técnica de 𝑌 = 𝐾 + 𝐿 é constante
ao longo de uma isoquanta.

4 Se o produto marginal de ambos os fatores produtivos for decrescen-


tes, então teremos retornos decrescentes de escala.

Questão 5

Em um mercado em concorrência perfeita, a oferta é provida por 10 firmas,


cada uma com uma curva de custos dada por 𝐶𝑇 (𝑞) = 5 𝑞 2 + 10 𝑞, na qual 𝑞
é a quantidade produzida pela firma individual. Sabe-se que a demanda é
dada por 𝑄 = 30 − 𝑃, em que, 𝑄 é a quantidade demandada no mercado e
𝑃 é o preço do produto.

0 o lucro no equilíbrio é positivo, já que o custo marginal supera o custo


médio de cada firma.

1 cada firma produz uma unidade no equilíbrio.

2 se o governo estabelecer um preço máximo nesse mercado igual a $15,


a perda peso morto resultante, desse controle de preço será 50.

3 com tal controle de preços, os consumidores estariam dispostos a pa-


gar até $10 acima do preço regulado para adquirir uma unidade adi-
cional do produto.

4 com o controle de preço, o excesso de demanda sobre a oferta é de 15


unidades.

Questão 6

A função de custo de uma firma monopolista é 𝐶𝑇 (𝑞) = 𝑞 2 , na qual 𝑞 é a


quantidade produzida pela firma. A curva de demanda pelo produto dessa
firma é expressa por 𝑞 = 40 − 𝑝, na qual 𝑞 é a quantidade demandada e 𝑝 é
o preço do produto. Sabendo que a firma não discrimina preços, determine
seu lucro.

Questão 7

Considere um mercado no qual a curva de demanda é dada por 𝑄 = 90 − 𝑃.


As firmas que operam nesse mercado possuem custos marginais constantes
iguais a $60.

3
0 Se houver 3 firmas concorrendo em um modelo de Cournot, a quanti-
dade total produzida será 𝑄 = 22, 5 e o preço será 𝑃 = 67, 5;

1 Se as firmas competirem sob um monopólio de Bertrand, o preço será


igual a $60;

2 Um monopolista atuando nesse mercado produziria 15 unidades.

3 a produção eficiente é igual a 30;

4 a perda de peso morto do monopólio é igual a 112,5.

Questão 8


Uma firma com função de produção dada por 𝑌 = 𝐾𝐿, vende seu produto
a um preço 𝑝 = $10, determinado em um mercado competitivo. Essa firma
emprega 100 unidades de capital no curto prazo e se depara com preços dos
fatores 𝐿 e 𝐾 respectivamente 𝑤 e 𝑟. A firma é monopsonista no mercado
de trabalho no qual se depara com uma curva de oferta inversa de trabalho
dada por 𝑤(𝐿) = 9 + 2𝐿. Avalie as afirmativas:

0 no equilíbrio, o valor do produto marginal do trabalho supera o custo


marginal de contratação do trabalho para a firma;

1 o equilíbrio é ineficiente, já que o valor do produto marginal do traba-


lho supera o valor pago ao trabalho em usos alternativos;

2 quantidade empregada pela firma maximizadora de lucros é igual a


𝐿 = 6;

3 o salário pago será 𝑤 = $16;

4 se a quantidade de capital aumentar, a firma demandará mais traba-


lhadores, coeteris paribus.

Questão 9

Considere o seguinte jogo: dois jogadores, 𝐴 e 𝐵, devem escolher um nú-


mero real qualquer. Se o número escolhido pelo jogador 𝐴 for igual à metade
da média entre esse número e o número escolhido pelo jogador 𝐵, então, o
jogador 𝐴 recebe um prêmio de R$ 1.000,00. O jogador 𝐵 recebe um prêmio
de igual valor caso o número por ele escolhido seja igual ao quadrado do
número escolhido pelo jogador 𝐴. Acerca desse jogo é correto afirmar que:

4
0 Não é possível encontrar equilíbrios de Nash para esse jogo, visto que
o número de estratégias é incontável e que, portanto, o jogo não pode
ser representado matricialmente.

1 Se o jogo for jogado sequencialmente, com o jogador 𝐵 escolhendo seu


número após o jogador 𝐴 ter anunciado o seu, então haverá apenas
um equilíbrio de Nash perfeito em subjogos.

2 Se os jogadores escolherem seus números simultaneamente, então


haverá dois equilíbrios de Nash.

3 Caso o jogo seja jogado sequencialmente, com o jogador 𝐴 escolhendo


primeiramente seu número, então, um equilíbrio de Nash perfeito em
subjogos se dá quando o jogador 𝐴 escolhe a estratégia “escolher o
número zero” e o jogador escolhe a estratégia “para qualquer número
𝑥𝐴 escolhido pelo jogador 𝐴, escolher o número 𝑥2𝐴 .”

4 Caso o jogo seja jogado sequencialmente, com o jogador 𝐴 escolhendo


primeiramente seu número, então, um equilíbrio de Nash perfeito em
subjogos se dá quando o jogador 𝐴 escolhe a estratégia “escolher o
número 3” e o jogador 𝐵 escolhe a estratégia “para qualquer número
𝑥𝐴 escolhido pelo jogador , escolher o número 𝑥2𝐴 .”

Questão 10

Considere o jogo com a seguinte representação estratégica:

Jogador 2
E D
A 4, 4 0, 0
Jogador 1
B 0, 0 2, 2

Pode-se afirmar que:

0 O jogo apresenta dois equilíbrios de Nash em estratégias puras.

1 Jogar 1 é estratégia dominante para o jogador 1.

2 O jogador 2 não possui estratégia dominante.

3 O jogo apresenta um equilíbrio de Nash em estratégias mistas no qual


o jogador 1 escolhe A com probabilidade 1/3 e o jogador 2 escolhe E
com probabilidade 1/3.

4 Nenhum equilíbrio de Nash em estratégias puras desse jogo é Pareto


eficiente.

5
Questão 11

É correto afirmar que:


0 Por conseguir capturar todo excedente do consumidor, um discrimi-
nador perfeito de preço é ineficiente.

1 É possível que uma situação na qual um monopolista pratica discri-


minação de preços de terceiro grau seja Pareto superior à situação na
qual o mesmo monopolista não discrimina seus preços.

2 No modelo de discriminação de preços de segundo grau ou precificação


não linear, o monopolista discriminador é capaz de identificar o tipo
de cada consumidor e cobrar um preço diferenciado segundo esse tipo.

3 Caso, em equilíbrio, o preço praticado por um monopolista discrimina-


dor de terceiro grau no mercado 𝐴 seja superior ao preço por ele pra-
ticado no mercado 𝐵, pode-se concluir que, aos preços praticados pelo
discriminador nos dois mercados, a elasticidade preço da demanda no
mercado 𝐴 é inferior, em módulo, à elasticidade preço da demanda no
mercado 𝐵.

4 Um monopolista pratica discriminação de preços de terceiro grau de


modo a maximizar seu lucro. Conclui-se que a quantidade que ele
vende para seu menor consumidor é eficiente.

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